2ª VARA DE CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA E TRIBUNAL DO JÚRI
RELATÓRIO PROCESSUAL PARA OS JURADOS
Processo nº 201204362399
Acusado: RUDELSON INÁCIO
Vítima: AFRÂNIO CATANDUVA
Acusação: Homicídio qualificado, art. 121, § 2º, incisos II e IV, Código
Penal
O Ministério Público ofereceu denúncia em face do
acusado RUDELSON INÁCIO pela prática da conduta tipificada no artigo 121, § 2º, inciso II e IV, do Código Penal, que figurou na vítima AFRÂNIO CATANDUVA. Narra a denúncia, que no dia 20 de setembro de 2012, por volta de 18:10, na rua Paulo Afonso, no setor São Francisco, Goiânia, Goiás, o acusado, utilizando-se de uma arma branca, analisada no laudo de exame pericial de RG nº 19.275/2012, ceifou a vida da vítima. Constou na denúncia, nas fls. 1-A a 1-C do referido processo penal, que Rudelson Inácio, no dia 20 de setembro de 2012, por volta das 18:00 horas, nas proximidades da rua Paulo Afonso, nº 950, no bairro São Francisco, Goiânia, Goiás, ter desferido golpes contra a vítima Afrânio Catanduva, com uma arma branca, os quais ocasionaram no fim de um vida humana, que é extremamente grave em viés social, moral e jurídico. Ressaltou-se também, que o denunciado praticou o delito por motivo fútil, consistido em não ter gostado que a vítima colocasse fogo em lote baldio e sem lhe dar chance de defesa. Assim, a conduta do réu foi classificada no tipo penal do artigo 121, § 2º, incisos II e IV do Código Penal.
Foram juntados aos autos, a partir do inquérito penal 498/2012: O
boletim de ocorrência nº 1.686/2012 (fls. 03 a 05); o termo de interrogatório e qualificação (por apresentação espontânea) de RUDELSON INÁCIO (fls. 07 a 11); o termo de depoimento do pai da vítima, FRANCIVAL MENEZES MENDONÇA (fls. 12 a 14); o termo de depoimento do cunhado da vítima, JUNYOR MANOEL DE ARAÚJO RAMOS (fls. 15 a 17); o termo de depoimento dos amigos da vítima, NARA PIRES FERREIRA e ADIVALDO DO CARMO CHAGAS (fls. 18 a 22); o termo de depoimento da tia do denunciado, ELCIMAR MARIA DE JESUS ALVES (fls. 23 a 25), e o termo de depoimento do amigo do denunciado, FRANCISCO WILLIAM MENDES (fls.26 e 27).
Além disso, foram juntados também: O termo de depoimento do amigo
da vítima, WASHINGTON COSTA PRATA (fls. 29 a 32); o laudo de exame cadavérico de RG nº 5.607/2012 (fls. 38 a 43); o laudo necropapiloscópico nº 1.547/2012 (fls. 44 a 47); o termo de depoimento da amiga da vítima, ALICE DE SOUSA CORREIA (fls. 48 a 50), e o termo de depoimento da amiga da vítima, TEZEREZINHA SOUZA DOS SANTOS HONORATO (fls. 51 a 53).
Ainda, foi juntado também aos autos, pelo o delegado de polícia
Edvaldo Félix do Nascimento, o relatório final do inquérito penal nº 498/2012 e posteriormente, o laudo de exame pericial, de RG nº 19.275/2012, com a caracterização do objeto utilizado no delito (fls. 98 a 102). A denúncia foi recebida por este tribunal (fls. 65-A), citando-se o réu, de acordo com o art. 396 do Código de Processo Penal. É válido constar também, que o acusado foi devidamente interrogado e qualificado por este tribunal (fls. 127 a 129).
Durante a instrução probatória, foram inquiridas as testemunhas
Francival, Junyor e Washington, arroladas pela acusação, e Roberto, Fabrício e Maria Aparecida, arroladas pela defesa, bem como foi interrogado o réu (fls. 120); foram ouvidos Walberson e Silvondes, arroladas pela defesa, às fls. 158. Na fase de diligências do artigo 402 do Código de Processo Penal, nada foi requerido. Após a regular instrução, foi aberta vista dos autos ao representante do Ministério Público para a oferta de alegações finais.
O Ministério Público do Estado de Goiás requereu, em alegações finais
em forma de memoriais, pela PRONÚNCIA do réu RUDELSON INÁCIO pela prática do crime tipificado no art. 121, § 2°, incisos II e IV, do Código Penal, a fim de que ele seja levado a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri desta Comarca, em respeito ao disposto no artigo 5°, inciso XXXVIII, alínea “d”, do Pacto Social de 1988.
A seu turno, a defesa requereu a rejeição da denúncia ante ausência
de justa causa, visto a atipicidade da conduta do réu agindo em sua legítima defesa, com fulcro no artigo 395, inciso III, do CPP; a absolvição sumária, com fulcro no artigo 415, Inciso II, do Código de Processo Penal, vista a atipicidade da conduta praticada pelo réu; a absolvição do réu fundamentada nos artigos 386, incisos VI e VII do CPP e a exclusão das qualificadoras presentes no §2o, incisos II e IV, do artigo 121 do Código Penal, almejando a IMPRONÚNCIA do acusado. É breve relatório.
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