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Genesis Dos Imperios Africanos
Genesis Dos Imperios Africanos
O Reino do Gana ou Império de Uagadu foi um antigo império que dominou a África
Ocidental durante a Idade Média. Era localizado entre o deserto do Saara e os rios Níger
e Senegal, muito para norte do atual país chamado Gana
O império não tinha nome então passou a ser chamado de "Gana" (que significa "chefe
guerreiro") o qual na verdade era o título do líder desse Império. Foi provavelmente
fundado durante a década de 300, desde essa data até 770, os seus primeiros
governantes constituíram a dinastia dos Magas, uma família berbere, apesar de o povo
seu súdito ser constituído por negros das tribos soninquês ]Em 770, os Magas foram
derrubados pelos soninquês, e o império expandiu-se grandemente sob o domínio de
Caia Magã Cissé, que foi rei cerca de 790.
Nessa altura, o Império do Gana começou a adquirir uma reputação de ser uma terra de
ouro. Atingiu o máximo da sua glória durante os anos 900 e atraiu a atenção dos árabes.
Depois de muitos anos de luta, a dinastia dos Almorávidas berberes subiu ao poder,
embora não o tenha conservado durante muito tempo. O império entrou em declínio e,
em 1240, foi destruído pelo império do Mali.[4]
Índice
1 Origens
o 1.1 Dinga Cissé
o 1.2 Escritos encontrados
o 1.3 Tradição Oral
o 1.4 Contribuição Arqueológica
2 Cumbi-Salé
o 2.1 Seção el-Gaba
o 2.2 Seção dos muçulmanos
3 Economia
o 3.1 Comércio transaariano
o 3.2 Ouro
o 3.3 Sacrifícios
4 Geografia
5 Referências
Origens
Dinga Cissé
Ninguém tem certeza sobre quando Uagadu surgiu exatamente. Mas, por volta do início
do primeiro milênio, pensa-se que alguns clãs dos soninquês (no moderno Senegal) se
reuniu sob um líder com status semidivino chamado Dinga Cissé. Existem diferentes
relatos sobre quem ele era, mas todos enfatizam que ele era um forasteiro que veio de
longe. É provável que esta federação de soninquês tenha sido formada possivelmente
em resposta aos ataques de invasores nômades, que, sofrendo com a seca, procuravam
um novo território. Essa federação soninquê se localizava a oeste do que era o estado de
Tacrur, no vale do Senegal. Estava ligada ao norte através de uma rota costeira levando
ao Marrocos através de Sijilmassa.[4]
Escritos encontrados
As origens do Reino do Gana têm sido, muitas vezes, marcadas por contradições entre
interpretações etno-históricas, bem como entre os achados arqueológicos. As primeiras
discussões sobre as suas origens são encontradas nas crônicas sudanesas de Mamude
Cati e Abderramão Alçadi. De acordo com Tarikh Kati de Alfataxe, em uma seção
provavelmente composta pelo autor em torno de 1580, mas citando a autoridade do juiz-
chefe de Massina, Ida Massini, que viveu um pouco mais cedo, vinte Ganas (Reis)
governaram Uagadu antes da vinda do Profeta, e o Império do Gana durou até ao século
seguinte. Ao tratar a origem dos governantes, o Tarikh al-Fattash oferece três diferentes
opiniões: que eram uacuris (soninquês); que foram uangaras (mandês); que descendiam
dos berberes sanhajas. Embora versões mais antigas, como a de Dreses (século XI) e a
ibne Saíde (século XIII), digam que os governantes do império diziam descender de
Maomé, de seu protetor Abu Talibe ou de seu genro Ali.[4]
Kati diz que 22 Ganas (Reis) governaram antes da Hégira e 22 depois. Embora estas
primeiras opiniões levem a muitas interpretações exóticas da origem de Uagadu, essas
opiniões são geralmente menosprezadas pelos estudiosos. Levtzion e Spaulding, por
exemplo, argumentam que o depoimento de Dreses deveria ser olhado de forma muito
crítica devido a erros de cálculo em geografia e cronologia histórica.[5] Além disso, o
arqueólogo e historiador Raymond Mauny argumenta que as versões de Alcati e de
Alçadi de uma origem estrangeira não podem ser consideradas confiáveis. Ele
argumenta que as interpretações foram baseadas na presença posterior (depois do
colapso do império) de intrusos nômades, na suposição de que eles eram a casta
histórica, e que os escritores não abordaram relatos contemporâneos tais como os de
Iacubi (872) Almaçudi (c. 944), Ibne Haucal (c. 977), Albiruni (c. 1036), bem como
Albacri, todos descrevendo a população e os governantes de Gana como "negros".[1]
Tradição Oral
No final do século XIX, quando as forças francesas ocuparam a região do antigo Reino
do Gana, funcionários coloniais começaram a coletar contos tradicionais, incluindo
alguns manuscritos escritos em árabe no início do século. Várias tradições foram
gravadas e publicadas. Embora existam variantes, estas tradições antigas falavam de
Uagadu, ou o "lugar dos Uagos", o termo corrente no século XIX para a nobreza local.
As tradições descreviam o Reino como tendo sido fundado por um homem chamado
Dinga, que "veio do leste", após o que ele migrou para uma variedade de locais no
Sudão ocidental. Em cada lugar, deixou crianças de esposas diferentes. A fim de
alcançar o poder, em seu destino final ele teve que matar um duende, e depois casar com
suas filhas, que se tornaram ancestrais dos clãs que eram dominantes na região na época
do registro da tradição. Após a morte de Dinga, seus dois filhos, Quine e Diabe,
disputaram a coroa, e Diabe foi vitorioso.
Contribuição Arqueológica
Em trabalhos mais recentes em Dar Tichite, e depois em Dar Nema e Ualata Dar,
tornou-se cada vez mais claro que, com o o avanço do deserto, a cultura Dar Tichite
(que tinha abandonado seus primeiros sítios em torno de 300 a.C., possivelmente devido
à pressão de nômades do deserto, mas também por causa da aridez crescente) mudou-se
para o sul, para as áreas ainda bem úmidas do norte do Mali.[4] Esta agora parece ser a
história da sociedade complexa de Cumbi-Salé.
Cumbi-Salé
A capital do império deve ter sido Cumbi-Salé, na borda do deserto do Saara. De acordo
com a descrição da cidade deixada por Albacri em 1067, a capital era, na verdade, duas
cidades a seis milhas de distância, mas "entre estas duas cidades há habitações ", de
modo que se poderia dizer que elas se fundiram em uma única cidade.
Seção el-Gaba
De acordo com a Albacri, a maior parte da cidade foi chamada de Gaba, tendo sido
residência do rei. Ela estava protegida por um muro de pedra e funcionou como a capital
real e espiritual do império. Continha um bosque sagrado de árvores utilizados pelos
soninquês para ritos religiosos em que os sacerdotes comandavam. Também havia o
palácio do rei, a mais grandiosa estrutura na cidade, rodeada por outros "edifícios de
cúpula". Houve, também, uma mesquita para funcionários religiosos ("el-Gaba",
coincidentemente ou não, significa "floresta", em árabe).
Economia
Comércio transaariano
A primeira menção escrita sobre o reino vem na língua árabe, em fontes de algum
tempo após a conquista do norte da África pelos muçulmanos, quando geógrafos
começaram a compilar notas do mundo conhecido em torno de 800. As fontes para os
períodos anteriores são reticentes quanto ao seu governo, sociedade ou cultura, embora
elas descrevam a sua localização e as suas relações comerciais. O estudioso de cordovês
Albacri coletou histórias de viajantes da região e deu uma descrição detalhada do reino
em 1067/1068.[1] Ele alegou que o Gana poderia "colocar 200 000 homens para o campo,
mais de 40 000 deles arqueiros" e notou que também tinham forças de cavalaria.
O centro principal do comércio foi Cumbi-Salé. O rei firmou controle sobre todas as
pepitas de ouro e permitiu que outras pessoas tivessem posses apenas em ouro em pó[7].
Além da influência exercida pelo rei para regiões locais, o tributo também foi recebido
de vários estados tributários e chefias para as periferias do império. A introdução do
camelo desempenhou um papel fundamental no sucesso dos soninquês, permitindo que
os produtos e bens fossem transportados de forma muito mais eficiente em todo o Saara.
Esses fatores ajudaram o império a continuar poderoso por muito tempo,
proporcionando uma economia rica e estável que duraria por vários séculos.
Ouro
O que está claro é que o poder imperial era devido principalmente à riqueza em ouro. E
a introdução do dromedário no comércio transaariano impulsionou a quantidade de
mercadorias que podiam ser transportadas.[1]
Sacrifícios
Geografia
Apesar do nome, o antigo Império do Gana não é geograficamente relacionado com o
moderno Gana. Ficava a cerca de 400 milhas ao noroeste da atual Gana. Gana antiga
englobava o que é, hoje, o Mali e o sul da Mauritânia.[3]
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