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Maytê Regina Vieira[1] INTRODUÇÃO: O conceito de história comporta ambigüidades. Só as percebemos quando nos detemos mais profundamente neste estudo e entendemos o distanciamento entre a teorização e o uso coletivo do termo. Em geral, prevalecem aqueles conceitos consagrados do Ensino Médio, que não se sabe muito bem a serventia. Na academia,
o primeiro questionamento é: “O que é história?” Primeiro, porque eles vêm em série. Ao responder que se trata da “ciência que estuda o passado para entender o presente e projetar o futuro”, percebemos
logo de saída a ingenuidade da resposta. Que surpresa ao constatar que o conceito está totalmente equivocado, e além do mais é tema de discussão entre vários historiadores. [2]  Percebe-se então que a pergunta, embora simples, reserva respostas muito mais complexas do que o suposto; que os próprios historiadores, muitas vezes, têm dificuldade em respondê-la. Daí a necessidade de esclarecer, não só este conceito fundamental, mas outros de uso corrente, no meio acadêmico e também junto ao público em geral, uma vez que seu uso transpassa os muros da academia. Portanto, considerando estas questões, a intenção deste trabalho é mostrar de maneira simples e preliminar alguns destes conceitos, procurando entender as diferentes épocas em que estavam inseridos,
 
 
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 bem como os autores que os formularam, e as influências de suas
idéias no “ofício do historiador” através dos tempos. Mesmo porque
se trata de um primeiro ensaio historiográfico onde se tem plena
consciência de ainda estar “engatinhando” pelos campos da
historiografia. Indiretamente, o exercício reflexivo servirá como parâmetro para a avaliação desta disciplina que trabalha num ambiente de oscilação entre o fazer do historiador e a repercussão das influências filosóficas sobre seu trabalho.  A INFLUÊNCIA DA ESCOLA METÓDICA.  A história considerada inicialmente como narrativa vai tomando forma com o decorrer dos séculos, criando seus próprios métodos e formando várias escolas historiográficas com diferentes discursos e objetivos. Usada freqüentemente com um caráter utilitário, e comumente manipulada.
“O exemplo padrão de uma cultura de identidade, que se ancora no
passado por meio de mitos disfarçados de história, é o
nacionalismo.”
O historiador Eric Hobsbawn[3], alerta em um artigo[4] onde discute o cuidado que o historiador deve ter com o que escreve, pois o material descoberto pelo historiador profissional geralmente é usado como meio de justificação de ideologias por não historiadores. Esta característica utilitária da história é evidenciada na escola

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