Você está na página 1de 9

Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

10/11/2020

Número: 1010851-69.2017.4.01.3800
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 1ª Turma
Órgão julgador: Gab. 02 - DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS
Última distribuição : 17/01/2020
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 1010851-69.2017.4.01.3800
Assuntos: Remoção, Motivo de saúde
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
VANDA LUCIA FERREIRA (APELANTE) CLAUDIA MARTINS DE OLIVEIRA DIAS (ADVOGADO)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (APELADO)
FUNDACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
DO SUL (APELADO)
UNIÃO FEDERAL (APELADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
69971 12/08/2020 13:25 Acórdão Acórdão
096
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PROCESSO Nº 1010851-69.2017.4.01.3800
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: VANDA LUCIA FERREIRA
APELADO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA e outros (2)
RELATOR(A):GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS

APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 1010851-69.2017.4.01.3800 R E L A T Ó R I OTrata-se de


apelação interposta pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de
remoção da cidade de Campo Grande/MS para a cidade de Uberlândia/MG em razão da saúde
de seu filho que é portador de Esquizofrenia Paranóide - CID 10 F20.0.Alega, em prol da sua
pretensão, que por ser viúva e morar longe do círculo familiar, necessita de tal apoio, tendo em
vista a irreversibilidade do quadro de saúde de seu filho, que requer cuidados especiais e
permanentes.Requer a reforma da sentença para julgar procedente o pedido inicial.Apela, ainda,
adesivamente a União, alegando que a sentença merece reforma quanto ao deferimento da
Justiça Gratuita à parte autora que não requereu a concessão do benefício na inicial.Aduz que a
simples análise da documentação apresentada demonstra, de forma irrefutável, a não satisfação
da condição da miserabilidade da autora.Oportunizadas as contrarrazões, subiram os autos a
este Tribunal.É o relatório.Des. Fed. GILDA SIGMARINGA SEIXASRelatora

VOTO - VENCEDOR
APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 1010851-69.2017.4.01.3800 V O T OA autora, Professora da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul desde 18/02/1997, requer a sua remoção de Campo
Grande/MS para Uberlândia/MG, por motivo de saúde de seu filho, com arrimo no art. 36,
parágrafo único, III, "b", da Lei 8.112/90, tendo em vista o diagnóstico de Esquizofrenia Paranóide
– CID 10 F20.0.De acordo com os documentos acostados aos autos restou comprovado que o
filho da autora é portador de Esquizofrenia, tendo passado nos últimos anos por internações em
períodos longos (07/08/2015 a 14/10/2015 e 06/07/2016 a 12/09/2016) e submete-se a
tratamento especializado, sendo que o quadro de saúde é irreversível, mesmo com o uso de
vários medicamentos, apresentando, atualmente, prejuízo cognitivo e motor, conforme laudo
psiquiátrico ID 40190088).Em razão da matéria, o pedido foi encaminhado à Junta Médica Oficial
que, após examinar o filho da requerente, assim se posicionou:III –LAUDO MÉDICO
ANEXADOServidora anexa laudo psiquiátrico do seu filho, emitido pelo Dr. Juberty Antonio de
Souza, especialista em psiquiatria, com data de 22/03/2018:Histórico psicopatológico:Thiago
Noburu Ferreira Yuki, 27 anos, continua em tratamento psiquiátrico, iniciado em 2011, com o
Diagnóstico de Esquizofrenia Paranóide (CID/10 - f.20.0), de início insidioso e de evolução
progressiva, com sintomatologia de deficiência de crítica, alucinações auditivas e visuais e que o
impediram de continuar com as suas atividades escolares e em seu histórico familiar há a
presença de doenças mentais em ambas as linhagens (depressão, epilepsia e
esquizofrenia)TratamentoFoi tratado com medicação antipsicótica (Haloperidol 15 mg dia) até o
momento em que houve a remissão parcial da sintomatologia, não havendo remissão total e
caracterizando o “defeito esquizofrênico”, ocorrendo alterações nos medicamentos em que usou
vários medicamentos antipsicóticos como Tioridazina, Clozapina, Risperidona e atualmente com
Clozapina 300 mg/dia, mas o “defeito” persiste. Frente a agudização do quadro clínico houve a
necessidade de internação hospitalar em duas ocasiões.As internações ocorreram no Hospital

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 1
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
Nosso Lar, sendo que na primeira vez foi no período de 07.08.2015 a 14.10.2105, sendo tratado
pelo Dr.Kleber Francisco Meneghel Vargas, e a segunda internação por sintomatologia
semelhante se deu no período de 06.07.2016 a 12.09.2016, e foi assistido elo Dr. Fernando
Câmara Ferreira. Após a alta continuou em tratamento em regime ambulatorial.O quadro atual é o
de prejuízo cognitivo com alterações da atenção, da fixação, da evocação; prejuízo motor com
bradpsiquismo, lentidão, com a vontade e a execução deficitárias.O prejuízo maior é o das
motivações que estão diminuídas de intensidade fazendo com que fique sem a iniciativa e
também sem condições de exercer atividades programadas. Ainda não apresenta condições de
ficar só.PrognósticoO prognóstico é reservado para as 3 (três) instâncias: (vida, capacidade
laborativa e habilidades sociais). Necessita da presença constante de sua mãe (Vanda Lucia
Ferreira) que é a única parente viva nesta região e que é a única pessoa a quem ele ouve e
atende, menos quando piora, e que então toma-se necessário intensificação terapêutica e/ou
internação.ConclusãoDesta forma considero que a Sra. Vanda Lucia Ferreira (mãe), precisa ser
transferida para uma localidade em que haja a presença de outros familiares que possam dar-lhe
um maior suporte para continuidade do tratamento do seu filho.IV – ASPECTOS LEGAISAqui,
usaremos o “Manual de Perícia Oficial em Saúde do Servidor Público Federal. 3.ed. / Ministério
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Secretaria de Gestão de Pessoas e Relações de
Trabalho no Serviço Público. Brasília: MP, 2017”, Portaria SEGRT/MP nº 19, de abril de 2017,
publicada no DOU de 25.04.2017g) Remoção por motivo de saúde do servidor, de pessoa de sua
família ou dependente (art. 36 da Lei nº 8.112, de 1990).Competência dos peritos: realizar junta
oficial em saúde.A avaliação pericial para concessão de remoção ao servidor por motivo de sua
saúde ou de pessoa de sua família será realizada a pedido do interessado. Considera-se pessoa
da família, para efeito de remoção por motivo de
acompanhamento:CônjugeCompanheiro;Dependente que viva às suas expensas e conste de seu
assentamento funcional.O servidor, munido de parecer do profissional de saúde assistente que
indique a necessidade de remoção por motivo de saúde, deverá requerer a sua remoção à área
de recursos humanos no seu local de lotação. O laudo, emitido por junta oficial, é indispensável à
análise do pedido de remoção e deverá, necessariamente, atestar a existência da doença ou
motivo de saúde que fundamenta o pedido.Ressalta-se que a avaliação pericial para concessão
de remoção do servidor por motivo de doença em pessoa de sua família deverá ser realizada no
familiar.A avaliação pericial poderá basear-se em:Razões objetivas para a remoção;Se a
localidade onde reside o servidor ou seu dependente legal é agravante de seu estado de saúde
ou prejudicial à sua recuperação;Se na localidade de lotação do servidor não há tratamento
adequado;Se a doença é preexistente à lotação do servidor na localidade e, em caso positivo, se
houve evolução do quadro que justifique o pedido;Quais os benefícios do ponto de vista de saúde
que advirão dessa remoção;Quais as características das localidades recomendadas;Se o
tratamento sugerido é de longa duração e se não pode ser realizado na localidade de exercício do
servidorReserva-se à APF – Administração Pública Federal, no resguardo de seus interesses,
indicar qualquer localidade de exercício, desde que satisfaça às necessidades de saúde e
tratamento do servidor, de pessoa de sua família ou dependente.V – ANÁLISE TÉCNICANão há
dúvidas quanto a patologia psiquiátrica apresentada pelo filho da servidora.O laudo psiquiátrico é
completo e detalhado.Conforme afirmações da própria servidora, a mesma está satisfeita com o
tratamento realizado em seu filho nesta cidade. O periciado, por duas vezes, já necessitou de
internações em hospitais psiquiátricos de Campo Grande, com bons resultados.A priori, Campo
Grande tem plenas condições, profissionais e materiais, de realizar o atendimento especializado
ao filho da servidora. O próprio relatório médico é taxativo quanto a isso.Como a própria servidora
afirmou durante a realização da perícia, os “motivos da solicitação da remoção para Uberlândia é
a falta de apoio familiar, encontrando-se sozinha com seu filho em Campo Grande.”Ou seja, os
motivos alegados não são de ordem médica e, sim, motivos de ordem social e familiares. O
motivo fundamental não seria a saúde do filho, que está sendo corretamente tratado e
acompanhado por profissionais gabaritados em Campo Grande, mas sim as dificuldades da
servidora por falta de apoio e pela distância dos seus familiares.A JMO emite parecer
exclusivamente sobre aspectos médicos, não se manifestando sobre problemas sociais e/ou

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 2
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
familiares.Por fim, a determinação do local de destino do servidor é de competência da
Autoridade Superior, ouvindo as recomendações da JMO e nunca escolha do servidor.V –
CONCLUSÃOConsiderando o exame pericial realizado em 27/03/2018, concluímos que:A
enfermidade do dependente da servidora pode ser tratada e acompanhada com a manutenção do
exercício na localidade atual.Base Legal:Artigo 36, parágrafo único, inciso III, alínea "b", da Lei nº
8.112/90.”O pedido foi indeferido sob a alegação de que não se encontrariam presentes os
pressupostos legais necessários à concessão do direito previsto na alínea "b" do inciso III do
parágrafo único do artigo 36 da Lei 8.112/90, razão pela qual foi ajuizada a presente ação, cujo
pedido foi julgado improcedente pelo mesmo fundamento.O art. 36 da Lei 8.112/90 elenca as
formas de remoção para os Servidores Públicos da União, nestes termos:Art. 36 - Remoção é o
deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
mudança de sede.Parágrafo único - Para fins do disposto neste artigo, entende-se por
modalidades de remoção:I - de ofício, no interesse da Administração;II - a pedido, a critério da
Administração;III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da
Administração:a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
foi deslocado no interesse da Administração;b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional,
condicionada à comprovação por junta médica oficial;c) em virtude de processo seletivo
promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de
acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam
lotados.Como se vê, a Lei 8.112/90 previu três situações que permitem o deslocamento do
servidor, a pedido, no âmbito do mesmo quadro funcional, independentemente do interesse da
Administração, a saber: (a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público,
que foi deslocado no interesse da Administração; (b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
companheiro ou dependente que viva às suas expensas; e (c) em virtude de processo seletivo
promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas. Fora
essas hipóteses, a remoção fica a critério do interesse da Administração.Portanto, a teor do art.
36 da Lei 8.112/90, nas hipóteses dos incisos I e II, a remoção é ato discricionário da
Administração, ao passo que, nos casos enquadrados no inciso III, a remoção passa a ser direito
subjetivo do servidor, de modo que, uma vez preenchidos os requisitos, a Administração tem o
dever jurídico de promover o deslocamento horizontal do servidor dentro do mesmo quadro de
pessoal.Assim postos os fatos, apesar das razões expendidas pela União e pelo Juízo a quo para
indeferir o pedido de remoção da autora, deve ser levado em consideração que o seu filho,
inclusive interditado judicialmente (Processo 0810134-21.2015.8.12.0001 – TJMS), encontra-se
comprovadamente afetado em razão da doença que o acomete, aliado ao fato de residirem
sozinhos (Mãe viúva e filho único) em cidade distinta do núcleo familiar o que não proporciona o
suporte emocional de que necessita para o efetivo tratamento da patologia desenvolvida (Vide
declarações dos familiares – ID 40192023).A própria Administração Pública, ao disciplinar
instituto correlato (licença por motivo de saúde), que implica a interrupção da própria prestação do
serviço e não apenas o deslocamento do servidor para outro local, demonstra que o legislador,
em situações como a dos autos e devidamente preenchido o requisito exigido (comprovação por
Junta Médica Oficial), optou por proteger a saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
dependente, ainda que em detrimento do interesse e conveniência da Administração.Nesse
sentido, confira-se:AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO.
REMOÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. ART. 36, III DA LEI 8.112/90. GENITOR EM
ESTADO GRAVE DE SAÚDE. PREENCHIDOS OS REQUISITOS AUTORIZADORES DA
REMOÇÃO POR MOTIVO DE SAÚDE DO SERVIDOR OU DE SEUS DEPENDENTES, NÃO HÁ
QUE SE FALAR EM DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO NO DEFERIMENTO DO
PEDIDO DE REMOÇÃO. A DEPENDÊNCIA FAMILIAR NÃO PODE SE RESTRINGIR TÃO
SOMENTE A FATORES ECONÔMICOS. GARANTIA CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO À
SAÚDE E À FAMÍLIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.1. A teor do art. 36 da Lei
8.112/90, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 36 da Lei 8.112/90, a concessão de remoção é

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 3
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
ato discricionário da Administração, ao passo que, nos casos enquadrados no inciso III, o instituto
passa a ser direito subjetivo do Servidor, de modo que, uma vez preenchidos os requisitos, a
Administração tem o dever jurídico de promover o deslocamento horizontal do Servidor dentro do
mesmo quadro de pessoal. No caso em tela, o Tribunal de origem, com base no acervo
probatório dos autos, reconheceu que o genitor do recorrente é portador de neoplasia maligna do
cérebro, necessitando dos cuidados e acompanhamento de seu único filho homem.2. Assim,
comprovado estado de saúde do dependente por junta médica, a questão é objetiva e independe
do interesse da Administração. Precedentes do STJ. No tocante à comprovação da dependência,
o Tribunal de origem reconheceu o preenchimento do requisito legal, ao fundamento de que a
dependência a ser observada em casos de doença de familiares, não pode ser vista apenas sob
o enfoque econômico, devendo-se levar em conta a gravidade da doença, que exige
acompanhamento, além do sofrimento psico-emocional que envolve quadros dessa gravidade.3.
Não se pode desconsiderar, na análise de situação como essa, que a família goza de especial
proteção do estado, tendo os filhos maiores o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade (art. 229, Constituição Federal). O Poder Público tem, portanto, o dever
político-constitucional impostergável de proteger a família e o direito à saúde, bens jurídicos
constitucionalmente tutelados e consectário lógico do direito à vida, qualquer que seja a dimensão
institucional em que atue, mormente na qualidade de empregador.4. Agravo Regimental
desprovido.(AgRg no REsp 1467669/RN, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 18/11/2014) Como visto, o servidor público tem
direito à remoção a pedido, no âmbito do mesmo quadro de pessoal, independentemente do
interesse da Administração, desde que seja por motivo de saúde do servidor, do cônjuge, do
companheiro ou de dependente que viva às suas expensas, condicionado à comprovação por
junta médica oficial. Inteligência do artigo 36, parágrafo único, III, “b”, da Lei 8.112/90.Presentes,
portanto, os requisitos legais, é o caso de julgar procedente o pedido para declarar o direito à
remoção pretendida.Em situação que se assemelha à dos autos, assim decidiu esta Corte
Regional, in verbis:CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO
DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE DE
DEPENDENTE. ART. 36, III, "B", DA LEI Nº 8.112/90. DEPENDÊNCIA NÃO É APENAS
ECONÔMICA. PRECEDENTES. TRATAMENTO E CUIDADO DE GENITOR PORTADOR DE
TRANSTORNO PSIQUIÁTRICO DIAGNOSTICADO COMO ESQUIZOFRENIA PARANÓICA.
NECESSITA DE ACOMPANHAMENTO E CUIDADOS CONSTANTES DEVIDO AO
AGRAVAMENTO DA DOENÇA. PROTEÇÃO DA UNIDADE FAMILIAR E AMPARO AOS PAIS
NA VELHICE. ARTIGOS 226, 227, 229 E 230, DA CF/88. APLICABILIDADE. APELAÇÃO
PROVIDA. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. A parte autora, servidora pública federal, Auditora
Fiscal, lotada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Tocantins (SRTE/TO),
impetrou mandado de segurança, com pedido liminar, contra ato da Coordenadora de
Administração de Pessoal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e à Chefe do Serviço de
Movimentação de Pessoal do MTE, com o objetivo de obter remoção para Natal/RN, por motivo
de saúde de genitor portador de transtorno psiquiátrico diagnosticado como esquizofrenia
paranóica e que necessita de acompanhamento e cuidados constantes devido ao agravamento
da doença. Enfermidade diagnosticada e constatada por junta médica oficial. 2. O pedido da parte
autora, com fundamento no art. 36, III, "b", da Lei nº 8.112/90, de remoção a pedido,
independente do interesse da Administração, por motivo de saúde de genitor, de modo a garantir
e amparar direito de remoção preenche os requisitos previstos na referida norma (junta médica
oficial) e na Constituição Federal (dependente econômico e social, genitor idoso), não havendo
ilegalidades. Precedentes TRF1 e STJ. 3. Proteção constitucional do Estado à unidade e
convivência familiar, bem como assistência e amparo aos pais na velhice e enfermidade,
fundamentadas nos artigos 226, 227, 229 e 230, da CF/88, aplicáveis à espécie. Precedentes
TRF1. 4. Dependência de genitores deve ser aferida além do registro em assentos funcionais,
devido ao amparo legal e constitucional que a legislação pátria confere aos genitores e da
obrigação de cuidado que estabelece aos filhos. Dependência familiar não pode ser vislumbrada
apenas sob o ponto de vista econômico, mas também emocional, psicológico ou afetivo.

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 4
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
Precedentes STJ e STF. 5. O arcabouço probatório acostado aos autos fundamenta os motivos
que autorizam e respaldam a legalidade da remoção da parte autora para Natal/RN,
permanentemente, tendo em vista as condições de tratamento de seu genitor e dependente, nos
termos do laudo médico oficial acostado aos autos e de todos os exames clínicos
complementares. Não havendo falar em juízo de conveniência e oportunidade da Administração
Pública, inclusive em criar requisitos (laudo recomendar remoção e doença ser preexistente ao
ingresso no serviço público), ao arrepio da legislação, que nada prevê nesse sentido. Inclusive,
trata-se o dependente de genitor, pessoa idosa e fisicamente fragilizada, cuja saúde só tende a
requerer mais cuidados e atenção com o passar dos anos, e que está amparada pela proteção e
dever constitucional de cuidado pelos filhos maiores, nos termos dos artigos 229 e 230, da CF/88.
6. Honorários advocatícios incabíveis, nos termos das Súmulas 105 do STJ e 512 do STF. 7.
Apelação provida. Segurança concedida.(AGA 0008599-25.2012.4.01.3400, DESEMBARGADOR
FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 09/07/2019
PAG.) CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE
SEGURANÇA. REMESSA NECESSÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO PARA
TRATAMENTO DE SAÚDE DE DEPENDENTE. ART. 36, III, "B", DA LEI Nº 8.112/90. ATO
VINCULADO E INDEPENDENTE DO INTERESSE DA UNIÃO. SENTENÇA MANTIDA.
REMESSA NECESSÁRIA DESPROVIDA. 1. Trata-se de reexame necessário de sentença que
julgou procedente o pedido, para conceder a segurança no writ e deferiu pedido de remoção de
posto de trabalho, em mesma cidade, de servidora pública, Perita Médica do INSS, com fulcro no
do art. 36, III, "b", da Lei nº 8.112/90, por motivo de saúde e cuidado de filho, dependente químico
e portador de esquizofrenia, interditado judicialmente (Processo nº 0223.04.136.637-6). 2. O caso
dos autos se amolda ao previsto no inciso III, e alínea a, do citado dispositivo, e estando
presentes os requisitos para a pretendida remoção, que são: I) necessidade de cuidado e
tratamento de saúde do filho dependente químico e portador de esquizofrenia, interditado
judicialmente (Processo nº 0223.04.136.637-6), II) constante na condição de dependente em
assento funcional da servidora, e III) ter havido perícia prévia e parecer favorável da junta médica.
3. O pedido da parte autora, contido no art. 36, III, "b", da Lei nº 8.112/90, de remoção a pedido,
independente do interesse da Administração, por motivo de saúde de dependente, preenche os
requisitos previstos na referida norma, não havendo ilegalidades. Precedentes TRF1 e STJ. 4.
Honorários advocatícios incabíveis, nos termos das Súmulas 105 do STJ e 512 do STF. 5.
Remessa necessária desprovida.(REOMS 0040767-78.2011.4.01.3800, DESEMBARGADOR
FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 27/05/2019
PAG.) CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR
PÚBLICO. REMOÇÃO A PEDIDO POR MOTIVO DE SAÚDE. REQUISITOS DA LEI Nº 8.112/90,
ART. 36, III, "B" PREENCHIDOS. COMPROVAÇÃO PELA JUNTA MÉDICA OFICIAL.
LAUDO/RELATÓRIO MÉDICO RECONHECENDO A DOENÇA E RECOMENDANDO A
NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO TRATAMENTO E A REMOÇÃO PARA JUNTO À
FAMÍLIA. 1. A investidura em cargo público federal induz vínculo jurídico estatutário que implica
inteira sujeição do servidor aos ditames da Lei nº 8.112/90. O "interesse ou o critério" da
administração pública, no que diz respeito à remoção, somente cede diante das hipóteses das
alíneas "a", "b", e "c" do art. 36, alterado pela Lei nº 9.527/97, de Dez/97. 2. "A modalidade de
remoção em questão é a disposta na alínea "b" do inciso III do art. 36 da Lei n. 8.112/90, que
prevê a possibilidade de remoção do servidor, a pedido, independentemente do interesse da
Administração, por motivo de saúde do servidor ou de seu cônjuge ou dependente, estando,
nesse caso, a remoção condicionada à comprovação por meio de junta médica oficial."
(Numeração Única: AG 0059950-13.2016.4.01.0000 / DF; AGRAVO DE INSTRUMENTO. Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA. Órgão: PRIMEIRA TURMA.
Publicação: 21/09/2017 e-DJF1. Data Decisão: 09/08/2017). 3. "(...) 2. O art. 36, III, 'b' da Lei nº
8.112/90 trata da remoção enquanto direito subjetivo do servidor, sendo certo que, uma vez
preenchidos os requistos ali elencados, a Administração Pública tem o dever de promover a
remoção da servidora. 3. O pedido de remoção por motivo de saúde não se subordina ao
interesse da Administração Pública, não havendo de se falar em eventual violação ao princípio da

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 5
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
supremacia do interesse público." (Numeração Única: AGTAG 0022495-14.2016.4.01.0000 / BA;
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO; Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL
FRANCISCO NEVES DA CUNHA. Órgão: SEGUNDA TURMA. Publicação: 30/01/2018 e-DJF1.
Data Decisão: 06/12/2017). 4. Assim asseverou o Superior Tribunal de Justiça: " (...) Em
homenagem ao princípio de hermenêutica constitucional e da concordância prática, o disposto no
art. 36, III, b da Lei 8.112/90 deve ser interpretado em harmonia com o que estabelecido no art.
196 do Texto Maior (direito subjetivo à saúde), ponderando-se os valores que ambos objetivam
proteger. O Poder Público tem, portanto, o dever político-constitucional impostergável de
assegurar a todos proteção à saúde, bem jurídico constitucionalmente tutelado e consectário
lógico do direito à vida, qualquer que seja a dimensão institucional em que atue, mormente na
qualidade de empregador" (STJ - MS 18.391/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 21/08/2012). 5. Na hipótese, o impetrante,
servidor público federal nos quadros do Instituto Chico Mendes de Prevenção da Biodiversidade -
ICMPB, lotado na reserva extrativista Arapixi, município de Boca do Acre/AM, pretende a
remoção para Goiânia/GO. Para tanto, alega que, em razão de ter ficado isolado na floresta em
regiões remotas da Amazônia, desenvolveu um quadro de esquizofrenia crônica, com surtos
psicóticos. 6. Três psiquiatras que compõem a junta médica oficial da Fundação Nacional de
Saúde, coordenação do estado Goiás, em 08/06/2009, proferiram pareceres especializados (fls.
38/43) atestando a patologia que acomete o impetrante (esquizofrenia, cid 10, F20). Insta
observar que no item 2 do questionário, os médicos relatam, em suma, "que em outubro de 2008
o impetrante sofreu um surto psicótico; que houve melhora com o tratamento medicamentoso,
porém ainda persistem alucinações auditivas". A médica psiquiatra Manuela R. A. Lima
(integrante da junta médica oficial), em 11/05/2009, atesta que "a doença é crônica, o tratamento
é de longo prazo, não deve ser interrompido e deve ser associado à psicoterapia. O
acompanhamento familiar é indispensável para o bom prognóstico." (fls. 50). Relata, em
02/06/2009, que aumentou a dose da medicação (fl. 51). Além disso, restou comprovado que o
impetrante faz tratamento em Goiânia/GO e que, inclusive, o SUS lhe dispensa o medicamento
que necessita mensalmente (fls. 52/54). 7. Apesar das razões expendidas pela autoridade
impetrada para indeferir o pedido de remoção do impetrante, deve ser levado em consideração
que o servidor encontra-se comprovadamente (por junta médica oficial) afetado em razão da
doença que o acomete. Aliado a este fato, o apelante não se desincumbiu de comprovar se o
local de lotação do impetrante ostenta ambiente hospitalar que proporcione o suporte
clínico/médico de que necessita para o efetivo tratamento da patologia desenvolvida. 8. Na
espécie, o pedido de remoção por motivo de saúde não se subordina ao interesse da
Administração Pública, não havendo se falar em eventual violação ao princípio da supremacia do
interesse público, visto que a legislação administrativa se submete aos postulados constitucionais
vigentes de proteção à família, do direito à saúde e à vida. 9. Apelação e remessa oficial
desprovidas.(AMS 0029224-85.2009.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE
SOUSA, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 23/04/2019 PAG.)No que diz respeito ao recurso
adesivo da União, releva dizer que o art. 7º da Lei 1.060/1950 prevê que "a parte contrária
poderá, em qualquer fase da lide, requerer a revogação dos benefícios de assistência, desde que
prove a inexistência ou o desaparecimento dos requisitos essenciais à sua concessão".No
entanto, a parte apelante não trouxe aos autos elementos hábeis a afastar a presunção de
miserabilidade da apelada. Mantida, portanto, a concessão da Gratuidade Judiciária.Pelo
exposto, dou provimento à apelação da autora para determinar a sua remoção para a cidade de
Uberlândia/MG e nego provimento ao recurso adesivo da União.É como voto. Des. Federal
GILDA SIGMARINGA SEIXASRelatora

DEMAIS VOTOS

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 6
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
RELATORA/Gabinete: Des. Fed. GILDA SIGMARINGA SEIXASAPELAÇÃO CÍVEL (198) n.
1010851-69.2017.4.01.3800 APELANTE: VANDA LUCIA FERREIRA, UNIÃO
FEDERALAPELADO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, FUNDAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL, UNIÃO FEDERAL

E M E N T A ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PEDIDO DE REMOÇÃO POR MOTIVO


DE SAÚDE DO FILHO. ART. 36, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO III, ALÍNEA B DA LEI 8.112/90.
COMPROVAÇÃO DA DOENÇA POR MEIO DE JUNTA MÉDICA OFICIAL. POSSIBILIDADE.
JUSTIÇA GRATUITA.1. Servidora pública federal ocupante do cargo de Professora da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, desde 18/02/1997, requer a sua remoção da cidade
de Campo Grande/MS para a cidade de Uberlândia/MG, por motivo de saúde de seu filho, com
arrimo no art. 36, parágrafo único, III, "b", da Lei 8.112/90, tendo em vista o diagnóstico de
Esquizofrenia Paranóide – CID 10 F20.0.2. De acordo com os documentos acostados aos autos
restou comprovado que o filho da autora é portador de Esquizofrenia, tendo passado nos últimos
anos por internações em períodos longos (07/08/2015 a 14/10/2015 e 06/07/2016 a 12/09/2016) e
submete-se a tratamento especializado, sendo que o quadro de saúde é irreversível, mesmo com
o uso de vários medicamentos, apresentando, atualmente, prejuízo cognitivo e motor, conforme
laudo psiquiátrico ID 40190088).3. Em razão da matéria, o pedido foi encaminhado à Junta
Médica Oficial que, emitiu parecer afirmando que “Considerando o exame pericial realizado em
27/03/2018, concluímos que: A enfermidade do dependente da servidora pode ser tratada e
acompanhada com a manutenção do exercício na localidade atual. Base Legal: Artigo 36,
parágrafo único, inciso III, alínea "b", da Lei nº 8.112/90.”4. O servidor público tem direito à
remoção a pedido, no âmbito do mesmo quadro de pessoal, independentemente do interesse da
Administração, desde que seja por motivo de saúde do servidor, do cônjuge, do companheiro ou
de dependente que viva às suas expensas, condicionado à comprovação por junta médica oficial.
Inteligência do artigo 36, parágrafo único, III, “b”, da Lei 8.112/90.5. Na hipótese, afigura-se
devida a remoção pretendida, uma vez que, apesar das razões expendidas pela União e pelo
Juízo a quo para indeferir o pedido de remoção da autora, deve ser levado em consideração que
o seu filho, inclusive interditado judicialmente (Processo 0810134-21.2015.8.12.0001 – TJMS),
encontra-se comprovadamente afetado em razão da doença que o acomete, aliado ao fato de
residirem sozinhos (Mãe viúva e filho único) em cidade distinta do núcleo familiar o que não
proporciona o suporte emocional de que necessita para o efetivo tratamento da patologia
desenvolvida (Vide declarações dos familiares – ID 40192023).6. A própria Administração
Pública, ao disciplinar instituto correlato (licença por motivo de saúde), que implica a interrupção
da própria prestação do serviço e não apenas o deslocamento do servidor para outro local,
demonstra que o legislador, em situações como a dos autos e devidamente preenchido o
requisito exigido (comprovação por Junta Médica Oficial), optou por proteger a saúde do servidor
e de seus dependentes, ainda que em detrimento do interesse e conveniência da Administração.
Precedentes desta Corte. (AGA 0008599-25.2012.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL
FRANCISCO DE ASSIS BETTI, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 09/07/2019 PAG.) (REOMS
0040767-78.2011.4.01.3800, DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI,
TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 27/05/2019 PAG.) (AMS 0029224-85.2009.4.01.3400,
DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE SOUSA, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1
23/04/2019 PAG.)7. “O Poder Público tem, portanto, o dever político-constitucional impostergável
de proteger a família e o direito à saúde, bens jurídicos constitucionalmente tutelados e
consectário lógico do direito à vida, qualquer que seja a dimensão institucional em que atue,
mormente na qualidade de empregador”. (AgRg no REsp 1467669/RN, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 18/11/2014).8. O art. 7º
da Lei 1.060/1950 prevê que "a parte contrária poderá, em qualquer fase da lide, requerer a
revogação dos benefícios de assistência, desde que prove a inexistência ou o desaparecimento
dos requisitos essenciais à sua concessão". No entanto, a parte apelante não trouxe aos autos
elementos hábeis a afastar a presunção de miserabilidade da apelada. Mantida a concessão da

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 7
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519
Gratuidade Judiciária.9. Apelação da parte autora provida para determinar a sua remoção para a
cidade de Uberlândia/MG.10. Recurso adesivo da União não provido. A C Ó R D Ã O Decide a
Turma, por unanimidade, dar provimento à apelação da autora e negar provimento ao recurso
adesivo da União. Des. Federal GILDA SIGMARINGA SEIXASRelatora

Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 12/08/2020 13:25:02 Num. 69971096 - Pág. 8
http://pje2g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081213250206100000068989519
Número do documento: 20081213250206100000068989519

Você também pode gostar