Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO IGUAÇU – PR.
IV- DO DIREITO
A Impetrante possui direito líquido e certo não amparado por habeas corpus
ou habeas data, nos termos do art. 1º da Lei 12.016/2009, que consiste no seu
direito de ter a saúde garantida pelo Estado, quando possui doença que necessita
de tratamento com medicamentos de alto custo que não conste no rol de
medicamentos dispensados pelo Poder Público, este direito está relacionado às
funções do Estado e à manutenção de vida digna (consequentemente, com saúde
e acobertada pelo princípio da dignidade da pessoa humana).
Todavia, seu direito foi ilegalmente violado pelas autoridades indicadas no
preâmbulo desta petição, pois requereu junto ao Poder Público os medicamentos,
mas não conseguiu obter os fármacos, estando sem tratamento adequado.
Conforme já mencionado nos fatos, os medicamentos que estavam ao seu
alcance não surtem o efeito (conforme declaração da Médica assistente)
Assim a medica assistente não vê razão em seguir com o tratamento
convencional além de não surtir o efeito desejado, vem prejudicando a saúde já
debilitada da Impetrante, uma vez que a medicação convencional tem como efeito
colateral um sobre carga no fígado.
Sendo a medicação mencionada a última tentativa da Impetrante em busca
de uma vida normal.
Precedentes do STF:
(Agravo no Recurso Especial nº 271.286-8/RS, 2ª Turma. Rel. Min. Celso
de Mello. DJU 24.11.2000)(...) estabelece o artigo 196 da Constituição
Federal que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. O mandamento
constitucional não faz qualquer distinção entre União, Estado ou Município
não competindo a atos administrativos inferiores com portarias a repartição
com a obrigação de fornecimento de medicamento. Perante a população,
tanto a União, como Estado ou município são obrigados a atender ao
comando constitucional, o que faz com que a Fazenda do Estado de São
Paulo seja parte absolutamente legítima para figurar no pólo passivo da
presente ação. E, no mérito, patente é a procedência do pedido. Como a
autora não tem recursos para a aquisição do medicamento que é essencial
para preservar a vida e a saúde, compete à coletividade, aqui representada
pelo Estado e pelo Município, suprir tal necessidade, garantindo o
atendimento ao mandamento constitucional. A alegação de falta de
recursos ou, ainda, da não comprovação do atendimento a ‘protocolo’ para
fornecimento de medicamento para tratamento da mesma doença não
afasta a obrigação dos réus em atender ao pedido apresentado, na medida
em que a preservação da vida da autora deve prevalecer sobre outros
interesses. Ademais, a prescrição do medicamento é questão que se refere
ao profissional que atende o autor, que não pode ser obrigado a mudança
do medicamento, para outro que é fornecido pela rede pública. Pelo
exposto e por todo o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a
presente ação para obrigar os réus a fornecer à autora o medicamento
indicado na petição inicial, sempre mediante apresentação do necessário
receituário médico. (...)
STJ – CONSTITUCIONAL – RECURSO ORDINÁRIO – MANDADO DE
SEGURANÇA OBJETIVANDO O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO
POR ENTE PÚBLICO À PESSOA PORTADORA DE DOENÇA GRAVE –
ILEGALIDADE DA AUTORIDADE COATORA NA EXIGÊNCIA DE
CUMPRIMENTO DE FORMALIDADE BUROCRÁTICA – Recurso ordinário
provido para o fim de compelir o ente público (Estado do Paraná) a
fornecer o medicamento. (STJ, 1ª Turma. Recurso em Mandado de
Segurança nº 11.183/PR [1999/0083884-0]. Julgado em 22/08/2000. Rel.
Min. José Delgado) FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO -
PRESERVAÇÃO DA VIDA - PODER PÚBLICO MUNICIPAL - TUTELA
ANTECIPADA - AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSO CIVIL E
CONSTITUCIONAL ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PARA FORNECIMENTO
DE MEDICAMENTOS. POSSIBILIDADE. Fornecimento de medicamentos
a paciente em risco de vida e saúde. Verossimilhança presente. Regras
constantes dos artigos 196, da CF e 287, da CE, que tornam verossímil a
tese autoral, de molde a permitir a antecipação dos efeitos práticos da
aguardada decisão final positiva. Decisão interlocutória incensurável.
Improvimento do recurso. Unânime. (TJ-RJ. 3ª Câmara cível. Agravo de
instrumento. Processo nº 2000.002.11367. Data de Registro: 28/05/2001.
Votação: DES. MURILO ANDRADE DE CARVALHO. Julgado em
22/03/2001)
d) Requer ainda a condenação dos impetrados, nos termos do art. 297 do Código
de Processo Civil (Lei 13.105/2015), ao pagamento de multa em favor do impetrante
no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) por dia de atraso no fornecimento dos
medicamentos referidos.
d) Sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, visto que a Impetrante não
tem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento
e do de sua família, sendo carente de recursos, nos termos dos artigos 98 e
seguintes do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins meramente fiscais.
Termos em que,
Respeitosamente,
Pede deferimento.
EVELIN PAVELSKI
OAB/PR 44.647
LAUDICEIA DA Assinado de forma
digital por LAUDICEIA
LAUDICEIA DA SILVA PALUDO SILVA DA SILVA