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AO JUÍZO DA 2ª VARA DA CÍVEL DA COMARCA DE BATAGUASSU – ESTADO

DE MATO GROSSO DO SUL

AUTOS Nº 0801563-73.2021.8.12.0026

FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS, devidamente


qualificado na AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS em epígrafe que lhe
move PIETRO MENDES DOS SANTOS, vem mui respeitosamente a Vossa
Honrada presença, em causa própria, com fulcro no Artigo 994,
inciso I do Código de Processo Civil apresentar APELAÇÃO em face
de parte da r. sentença de fls. 68/72, requerendo que as razões
anexas sejam remetidas junto com os autos ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul.

Deixa de juntar o pagamento do preparo recursal, em


razão do pedido de justiça gratuita formulado nas razões
recursais.

Termos em que,
Pede deferimento.

FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS


ADVOGADO
OAB/MS 21.419

Fone: (67) 99854 – 7797


e-mail: dr.flaviosantos@hotmail.com
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

APELANTE – FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS


APELADO – PIETRO MENDES DOS SANTOS

JUÍZO DE ORIGEM – 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BATAGUASSU


AUTOS DO PROCESSO - 0801563-73.2021.8.12.0026

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA CÂMARA

NOBRES JULGADORES

1 DA SINTESE DA DEMANDA E DA DECISÃO ATACADA

As partes formularam acordo de obrigação de alimentar no


importe de 15% do salário mínimo.

Em razão de outro acordo formulado com outro filho do


apelante, houve a majoração voluntária para 20% do valor do
salário mínimo para o apelado.

Esse aumento não foi objeto de acordo, mais foi confessado


na inicial.

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O apelado ingressou com a presente ação revisional pugnando
pela majoração para o valor correspondente a 45% do salário
mínimo.

Em suas razões alegou aumento em suas necessidades por ser


portador de TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e
hiperatividade (CID-10).

E necessidade de uso de medicamentos de uso contínuo, como


Riss e Ritalina, plano de saúde, bem como viajar para outra
cidade para acompanhamento médico na busca de estabilizar seu
quadro psicológico.

O apelado na contestação demostrou outro acordo de alimentos


no valor de 20% do salário mínimo que somado ao valor pago ao
apelado corresponde a 40 % do salário mínimo, além dos gastos
necessários com uma filha sob sua guarda e a própria
subsistência.

O ministério público em seu parecer (fls.64/67), assim


asseverou:

Entretanto, compulsando os autos, verifica-se requerente não foi capaz trazer aos
autos elementos suficientes a constituir a prova de que efetivamente se faz
necessário o importe do valor de 45% do salário do requerido para a sua mantença,
vez que deixou de produzir provas de despesas extraordinárias que justificariam
ser pensionada em tal valor, pois o atestado de fl. 13 demonstra que o
acompanhamento psiquiátrico relatado perdura desde o ano de 2016, não sendo
extraordinário, já havendo inclusive majoração voluntária pelo requerido em 20%
do salário mínimo.

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E ao final se manifestou pela parcial procedência da ação
e a majoração para 30% do salário mínimo.

A sentença foi parcialmente procedente para majorar o valor


dos alimentos em 100% do valor do acordo, subindo de 15% para
30% do valor do salário mínimo, com base na seguinte
fundamentação:
Assim, pelos elementos presentes nos autos, verifico que o autor demonstrou
alteração substancial na situação fática que serviu de base para a fixação da verba
alimentar, qual seja, a superveniência de enfermidade grave, reclamando maiores
cuidados e gastos com tratamento medicamentoso, que, aliás, quase ultrapassam o
valor despendido pelo requerido a título de pensão. Não se pode perder de vista,
também, que na idade em que o autor se encontra, os gastos básicos mensais
aumentaram. Nesse rumo, presente alteração no binômio necessidade-possibilidade
na hipótese dos autos, havendo motivos jurídicos para o aumento da obrigação
alimentícia anteriormente fixada, mormente porque o patamar de10% do salário
mínimo não se mostra mais condizente com as necessidades do autor.
Contudo, é também inequívoco que não pode o julgador silenciar aos elementos
sobrevindos aos autos, sob pena de prolatar sentença que não corresponda sequer,
minimamente, a um critério de Justiça. Pautado neste entendimento, e consoante
parecer ministerial, vê-se que o demandado comprovou a existência de outros gastos
que também comprometem o pagamento da pensão no valor inicialmente pretendido
pelo autor. Assim, considerando-se a presuntibilidade da necessidade da parte
requerente, assim como da possibilidade do requerido, mas também observado juízo
de razoabilidade, afigura-se adequada a exasperação/fixação do pensionamento no
equivalente a 30% do salário mínimo.

Em que pese o costumeiro acerto, no presente caso houve


error in judicando e a sentença merece reforma.

PRELIMINARES
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DA JUSTIÇA GRATUITA

O apelante nesta oportunidade vem pugnar pelos benefícios


da assistência judiciária gratuita por ser pobre na concepção
jurídica do termo.

Além dos documentos já apresentados nos autos (fls.44/46,


50) apresente os últimos extratos da fatura do cartão de crédito,
bem como laudo comprobatório da condição de gestante de sua
esposa, fato descoberto, após a contestação, e declaração de
insuficiência econômica.

DO MÉRITO

Os autos versam sobre a possibilidade de majoração de


alimentos fixados por acordo entre as partes.

Os alimentos podem ser revistos a qualquer tempo, conforme


preceitua o artigo 15 da lei especial.

No caso dos autos o apelado não logrou êxito em demonstrar


a alteração substancial em sua necessidade de modo a justificar
a majoração dos alimentos, conforme fundamentado na sentença.

O erro no julgado que necessita da adequação diz respeito


a valoração das provas apresentadas.

Para a alteração do valor dos alimentos pactuados necessário


que o apelado demonstrasse situação que justificasse o pedido.

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Restou demonstrado nos autos que o tratamento é oferecido
pelo sistema único de saúde, bem como o medicamento Riss.

Se há o interesse de sua genitora em promover o tratamento


fora do sistema único de saúde e em outra cidade, esse fato não
pode servir como motivo para a majoração da obrigação alimentar
em 100% sobre o valor acordado.

Ainda mais quando o apelante voluntariamente já havia


promovido a majoração da obrigação alimentar, como salientado
pelo parquet em sua manifestação.

O sistema único de saúde possui profissionais de mais alto


gabarito técnico para o acompanhamento da enfermidade do apelado
e esse tratamento é oferecido no município de Bataguassu, sem
necessidade plano de saúde particular.

Veja, com a máxima vênia e com a sensibilidade necessária,


o transtorno de déficit de atenção não é uma enfermidade grave
ao ponto de colocar a vida do apelado em risco.

O que é TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. É reconhecido oficialmente por vários
países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). (DESTAQUEI)

O TDAH é comum?

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Bastante. Acredita-se, com base em diferentes estudos realizados em várias
regiões do mundo, inclusive no Brasil, que o número total de casos varie
entre 5% e 8%.
É o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para
serviços especializados. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o
indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Para adultos com TDAH, pode ser um pouco mais difícil fazer um diagnóstico, pois
a hiperatividade característica do transtorno diminui com o passar dos anos e a
atenção também costuma melhorar (embora longe de ser normal). Acredita-se que
mais de 60% das crianças que tiveram TDAH na infância, ingressaram na vida
adulta com sintomas (ao contrário do que se dizia antigamente). O
desconhecimento desse quadro frequentemente acaba levando à demora no
diagnóstico e no tratamento dos portadores do TDAH, os quais acabam sofrendo
por vários anos sem saber que a sua situação pode ser tratada. (DESTAQUEI)1

Competia ao apelado nos termos do artigo 373, inciso I os


fatos constitutivos do seu direito.

E como se nota, as provas nas quais o juízo a quo se


fundamentou para majorar os alimentos não são suficientes a
justificar a procedência parcial da ação e precisam ser
reexaminadas.

Não houve a correta valoração das provas e a sentença deve


ser reformada.

O trinômio, necessidade do alimentado, capacidade de


pagamento e proporcionalidade não foram devidamente aplicados no
caso concreto.

1
FONTE https://tdah.org.br/perguntas-mais-frequentes-e-suas-respostas/
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O apelante demonstrou satisfatoriamente que no momento não
possui condições em arcar com o percentual de 30% sobre o salário
mínimo para o pagamento de alimentos ao apelado, as provas estão
nos autos e são robustas.

Possui outra obrigação alimentar e uma filha sob sua guarda,


além da necessidade em garantir a própria subsistência são
elementos probatórios que demonstram a incapacidade econômica em
promover o pagamento dos alimentos conforme determinado na
sentença.

Como todas essas considerações a sentença deve ser


reformada, para manter a obrigação alimentar em 20% sobre o
salário mínimo, sendo 15% do acordo homologado acrescido dos 5%
elevado voluntariamente pelo apelante,

Ou ainda, caso haja o entendimento de que a necessidade do


apelado é maior de que seu outro filho ao qual também possui
acordo de obrigação alimentar ao ponto de elevar os alimentos
acima do percentual voluntariamente estabelecido pelo apelante
que sejam fixados em 25% sobre o salário mínimo.

DO PEDIDO

Por todo o exposto, o apelante requer que o presente recurso


seja conhecido com analise dos requisitos de admissibilidade,
dando-lhe total provimento para:

a- Deferir os benefícios da assistência judiciária gratuita ao


apelante.
b- Reformar a sentença para julgar improcedente o pedido
formulado na petição inicial ou subsidiariamente a

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adequação da sentença para estabelecer o percentual de 25%
sobre o salário mínimo.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Bataguassu 17 de maio de 2022.

FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS


ADVOGADO
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