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UNEF - UNIDADE DE ENSINO DE FEIRA DE SANTANA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ERIC MATOS WANDERLEY

LARISSA DE ASSIS VASCONCELOS

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA URGÊNCIA

Feira de Santana – Bahia


2022
UNEF – UNIDADE DE ENSINO DE FEIRA DE SANTANA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA URGÊNCIA

Atividade avaliativa apresentada à


disciplina de Tópicos Especiais Em Direito
ministrada pela prof.ª Daiane Veronese como
requisito parcial para a aprovação na disciplina.

Feira de Santana – Bahia


2022
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE FEIRA DE SANTANA-BA.

RCT, nacionalidade XXX, diarista, estado civil XXX, portadora do RG XXX e do


CPF/MF XXX, Telefone XXX, e-mail XXX, residente e domiciliada na rua XXX,
número XXX, bairro XXX, CEP XXX, Feira de Santana-BA, por intermédio de seu
advogado legalmente constituído com procuração em anexo, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA URGÊNCIA

Em face do ESTADO DA BAHIA, pessoa jurídica de direito público, inscrita no


CNPJ sob o nº 13.937.032/0001-60, com sede na Avenida 03, Plataforma IV Ala
Sul n° 390, terceiro andar, Centro Administrativo da Bahia, Salvador - Bahia, CEP
41745- 003, pelos fatos e direitos que se seguem.
I. DAS INTIMAÇÕES

Requer que as publicações e intimações deverão ser efetuadas exclusivamente


em nome do Advogado XXX, OAB XXX, de acordo com o Art. 272, § 2º do NCPC,
sob pena de nulidade processual.

II. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Conforme previsto no art. 319, inciso VII e art. 334, § 5º, ambos do CPC/2015,
informa a parte autora que de início, tem interesse em audiência prévia para
tentativa de conciliação ou mediação.

III. DA CONCESSÃO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A parte Autora pugna expressamente pela concessão da gratuidade de


justiça prevista no art. 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, e
artigo 98 do CPC, por não ter condições, mormente, de arcar com as
custas e despesas processuais sem prejuízo do seu sustento e o de sua
família.
Nesse sentido, a parte Autora, RCT, anexa aos autos declaração de
hipossuficiência, bem como carteira de trabalho, cuja comprova sua
condição de autônoma, exercendo, atualmente a função de diarista, na
qualquer retira proventos alimentícios para sua família. Ademais,
devido ao seu quadro clínico, a Requerente, se encontra, atualmente,
impossibilitada de trabalhar, questão que agrava sua situação
financeira.
Solidificando o pedido pleiteado, o benefício da justiça gratuita ainda
encontra guarida nos tribunais, de modo que consolida o seu
entendimento e acrescenta que a obtenção da gratuidade poderá ser
requerida mediante afirmação, sem que seja necessária a sua
comprovação, nestes termos, descreve o julgado abaixo:

Para se obter o benefício da assistência judiciária


gratuita, basta que seu beneficiário a requeira
mediante simples afirmação do estado de
miserabilidade, sendo desnecessária a sua
comprovação." (STJ - 6ª Turma - RESP 121799/RS,
rel. min. HAMILTON CARVALHIDO, julg:
02.05.2000, DJ: 26.06.2000, p. 00198)

Por todo o exposto, pugna pelo deferimento da Assistência Judiciária


Gratuita, nos termos dos supramencionados dispositivos jurídicos e o
entendimento já pacificado.

1. DA SÍNTESE FÁTICA

Após ser acometida por diversas dores, a Requerente, Sra. RCT, buscou
ortopedista, por meio do qual recebeu o diagnóstico que possuía a Síndrome do
Túnel do Carpo (diagnóstico anexo), e como efeito, apresentava como sintomas
um quadro de dor intensa em membro superior direito, formigamentos, fraqueza,
claudicação antálgica, com ansiedade e insônia associados ao quadro

Assim sendo, sob orientação médica, a parte autora necessitou começou a fazer
uso de medicamentos como o diprospan, flancox, prebictal, dozemast, insit
complexo b, predsin, alginac e condres, dentre outras medicações analgésicas
dos quais, apresentou refratariedade clínica, de modo que seu corpo apresenta
resistência aos efeitos dos referidos remédios, o que dificultava seu tratamento
e malmente conseguia impedir que o quadro se agravasse com o decurso do
tempo. Dessa forma, diante da problemática que impôs diversos entraves em
sua vida, a Requerente, consultou um cirurgião da mão, por meio do qual
realizou o exame de eletroneuromiografia (exame em anexo), momento em que
o procedimento cirúrgico lhe fora recomendado.

Inobstante, antes que pudesse realizar a referida cirurgia, a Autora tomou


conhecimento dos benefícios da medicina canabinoide, e mediante uma doação
autônoma, fez uso do Canabidiol, através da utilização de pomada local e óleo
sublingual, e obteve, melhoras significativas em seu quadro, das quais jamais
foram alcançadas através da supradita polifarmácia, da qual lhe resultou em
diversos efeitos colaterais.
Nesse viés, com a realização de novos exames fora constatado que a
recomendação da cirurgia supramencionada já não seria mais necessária, de
forma que, com a extrema eficácia do tratamento canabinoide, recebeu a
seguinte prescrição médica:

“Revivid Whole Full Spectrum CBD 1000mg/30ml (24


frascos/ano)

- Usar 15 gotas, via sublingual, duas vezes ao dia, segurar


em baixo da lingua antes de engolir. Usar pela manhã e
pela noite.

Revivid Topical 500mg Pomada Full Spectrum CBD (1


frasco/mės )

- Aplicar quantidade moderada em local acometido por dor,


3x/dia.”

Em continuidade, também recebeu laudo médico (anexo), em que lhe é


asseverado a necessidade de importação dos supraditos medicamentos
mediante empresa fornecedora primária, enquanto é reiterado que a não
autorização do fornecimento põe em risco o direito à liberdade da Sra. RTC,
acometendo seu estado de saúde física e mental, bem como a de seus
familiares, além de ameaçar a continuidade de um tratamento que, se
negligenciado, comprometerá seriamente o estado de vida da Requerente.

Outrossim, salienta-se que, a Requerente, por dispor de recursos escassos, não


possui plano de saúde particular, dependo do Sistema Único de Saúde e suas
poucas economias para lidar com as despesas de seu tratamento. Sendo assim,
sabe-se que é dever do estado dispor garantir políticas e serviços que cumpram
com a efetivação dos direitos fundamentais e sócias. Assim sendo, em termos
de garantias constitucionais, recai sob o Estado, a responsabilidade pelo
fornecimento de medicamentos supra, tendo em vista a peculiaridade do caso
em tela. Assim, buscando a efetivação plena de seus direitos nos termos que se
segue.

2. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Primordialmente, faz-se fundamental ressaltar que o direito à vida e à saúde,
como direitos sociais e fundamentais, inerente a todo cidadão, cabendo ao
Estado, o deve prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, lhes
disponibilizando serviços de saúde adequados, eficientes e seguros, de modo
que, o devido fornecimento de medicamentos, nesse sentido, se faz essencial.

Nesse sentido, aduz o art.5º, III da CF, cuja atua em consonância com o art. 3º
do CPC:

“CF/88- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…)

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito. “

“CPC/15- Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional


ameaça ou lesão a direito. “

De igual modo, dispõe o art. 6, art. 196 e art. 197 da Constituição Federal de
1988:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. ”

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,


garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação. “

“Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de


saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado. ”

Desse modo, conforme o caso em tela, extrai-se a extrema dificuldade


enfrentada pela parte autora, cuja tamanhas são as suas dores que a mesma já
não consegue mais realizar os serviços dos quais provia o sustento de sua
família.

Dessa forma, há muito o que se falar em dignidade da pessoa humana, uma vez
que se trata do bem-estar e autonomia da Requerente, de modo que sua
previsão constitucional se encontra no art. 1º, III, da CF/88, na forma que se
segue:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: (…)

III – a dignidade da pessoa humana; ”

Sendo assim, tem-se que a saúde se tipifica como um bem jurídico indissociável
do direito à vida, é certo que o Estado tem o dever de tutelá-la. Sendo assim,
extraísse que o legislador constitucional impõe ao Estado o a obrigação de zelar
pela saúde de seus cidadãos, através do dever de gerar políticas públicas e
implementar normas e ações destinadas à concretização e exercício dos
referidos direitos.

Nesse mesmo sentido, tem-se o entendimento:

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO


CONSTITUCIONAL À DIGNIDADE, À VIDA E À SAÚDE
(ARTIGOS 1º, III, 3º, IV, 5º, CAPUT, 6º, CAPUT, E 196).
MEDICAMENTO NÃO FORNECIDO PELO SUS.
PRESENÇA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. PARECER
DA CÂMARA DE AVALIAÇÃO TÉCNICA EM SAÚDE –
CATS DO MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE ATIVA.
TEMA 766, STJ. LEGITIMIDADE PASSIVA. SÚMULA 35,
TJGO. SUBSUNÇÃO AO TEMA 106, STJ.
INCONTROVÉRSIA SOBRE A EXISTÊNCIA DA DOENÇA
E SOBRE A NECESSIDADE DO MEDICAMENTO.
SEGURANÇA CONCEDIDA. I -E desnecessário e
improducente o julgamento do agravo interno interposto
contra a decisão deferida a do pedido liminar (tutela
provisória de urgência de natureza antecipada), se o
processo já se encontra maduro ao julgamento definitivo de
mérito. II- Por prova pré-constituída, termo jurídico
indeterminado disposto nos artigos 5º, LXIX, Constituição
Federal, e 1º, Lei federal nº 12.016/2009, entende-se
questão processual pautada na incontroversa fática
(documental) em torno das razões da impetração, sem a
qual seria necessária a dilação probatória. Fundamentos
de mérito, respeitantes à tese jurídica desenhada pelo
impetrante (procedência ou improcedência dos pedidos
iniciais), não se enquadram dentre as condições e
pressupostos processuais da ação constitucional e,
portanto, não rendem a extinção do processo sem
resolução de mérito. III – Considerando que a petição inicial
é instruída com documentos que comprovam a doença e a
necessidade do medicamento, é induvidosa a existência de
coação e de prova pré-constituída a dispensar o manejo
das vias ordinárias para satisfação do direito invocado. Os
relatórios, assinados por médico conveniado ao Sistema
Único de Saúde – SUS e integrante da Câmara de
Avaliação Técnica em Saúde – CATS do Ministério Público
Estadual, são substanciosos quanto à descrição da
enfermidade e à indicação técnica do medicamento. Pelo
mesmo motivo, mostra-se desnecessária a prévia oitiva do
Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário – NATJUS.
IV – Não há questionar a legitimidade do Ministério Público
para a impetração do mandado de segurança,
recentemente reafirmada nos recursos especiais
repetitivos n.º 1682836/SP e 1110552/CE (tema nº 766,
Superior Tribunal de Justiça). A pertinência subjetiva da
autoridade coatora, Secretário de Estado da Saúde, e a
legitimidade passiva da pessoa jurídica interessada,
Estado de Goiás, outrossim, emergem da própria omissão
coatora e da solidariedade extraída dos artigos 23, II,
Constituição Federal, 9º e 15, Lei federal nº 8.080/1990, e
da Súmula nº 35, Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
O interesse de agir é evidenciado pela conjugação dos
elementos probatórios relacionados à doença e à
prescrição do medicamento. V – A hipótese atende aos
requisitos traçados pelo Superior Tribunal de Justiça no
julgamento dos recursos especiais repetitivos n.º
1657156/RJ e 1102457/RJ, correlatos ao tema nº 106. Os
relatórios médicos e pareceres da Câmara de Avaliação
Técnica em Saúde – CATS do Ministério Público atestam
a moléstia – MIELOMA MÚLTIPLO DSIIIB – (CID C90),
anteriores terapias intentadas sem êxito e confirmam a
prescrição de BORTEZOMIBE, droga cujo registro na
ANVISA é válido e atual. A hipossuficiência da substituída
é incontroversa, por ser ela aposentado, com proventos
estimados em 1 (um) salário-mínimo, naturalmente
sacrificados por gastos e restrições laborais imprimidos
pela doença. VI – A concessão da segurança prende-se a
fundamento e objetivo republicanos (artigos 1º, III, e 3º, IV,
Constituição Federal) e à garantia de direito fundamental e
social (artigos 5º, caput, e 6º caput, Constituição Federal).
A regra afina-se aos postulados da segunda dimensão dos
direitos fundamentais (direito de prestação), segundo a
clássica definição de Paulo Bonavides, sendo a inércia
governamental inadmissível, sob pena da grave o
comprometimento político-jurídico nacional. A concepção
dessa norma como programática cede espaço à locução
do artigo 5º, § 1º, Constituição Federal, sendo certa a
impostergabilidade e indisponibilidade da missão de o
Poder Público proteger a vida, a dignidade e a saúde de
todos os cidadãos. VII – Segurança concedida. Agravo
interno prejudicado. (TJGO, Mandado de Segurança (CF,
Lei 12016/2009)539809114.2018.8.09.0000, Rel.
BEATRIZ FIGUEIREDO FRANCO, 4ª Câmara Cível,
julgado em 14/03/2019, DJe de 14/03/2019) “(…). 2. Como
se observa, comprovadas a eficácia e a necessidade de
uso do medicamento solicitado para o controle da doença
e na ausência de alternativa terapêutica, é inafastável o
reconhecimento do direito à tutela requerida, de forma que,
para analisar o inconformismo nesse ponto, seria
imprescindível o reexame das provas constantes dos
autos, o que é defeso em Recurso Especial, ante o óbice
previsto na Súmula 7/STJ. (…).” (STJ, AgInt nos EDcl no
AREsp 879749/SP, 2ª Turma, rel. Min.Herman Benjamin,
in DJe 03/03/2017).

Desta feita, em consonância com o que prescreve a Constituição Federal, a Lei


n.º 8.080/90, que cuida do Sistema Único de Saúde, estabelece também
projeção do direito à assistência social, destinando-se, ainda, a resguardar a
saúde dos cidadãos que não tenham condições econômicas de custear seu
tratamento. Dessa forma, salienta o supradito dispositivo jurídico:

“Art. 2º. A saúde é um direito fundamental do ser humano,


devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na


formulação e execução de políticas econômicas e sociais
que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. ”
Nessa continuidade, A Lei 8.080/90, em seu art. 6°, inciso I, inclui também, de
modo peremptório, no campo de atuação do SUS a execução de ações de
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, na forma que se segue:

“Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do


Sistema Único de Saúde (SUS):

I – a execução de ações:

d) de assistência terapêutica integral, inclusive


farmacêutica. ”

Assim sendo, diante de toda a demonstrada estrutura jurídica, não se pode


interpretar a Constituição Federal e a Lei 8.080/90 de outra forma que não,
extensivamente, para reconhecer o direito líquido e certo da Requerente.

Outrossim, a Constituição do Estado da Bahia, circunscreveu o dever do Estado


em promover a saúde, mediante políticas sociais e econômicas, com dignidade,
gratuidade e boa qualidade. Conforme se extrai da leitura dos dispositivos do art.
233 a 243. Destacando no art. 233 que "o direito a saúde deve ser assegurado
a todos, sendo dever do Estado garanti-lo mediante políticas sociais,
econômicas e ambientais".

Nesse seguimento, a constituição baiana, em seu art. 238, assevera a


competência do Sistema Único de saúde no Estado, assegurar a assistência
farmacêutica e promover o desenvolvimento de novas tecnologias e a produção
de medicamentos, matérias-primas, insumos imunobiológicos.

Dessa forma, por tratar, o presente pleito, da concessão de medicamentos não


incorporados ao Sistema Único de Saúde, o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
em julgamento de Recurso Especial, aduziu:

“A concessão dos medicamentos não incorporados em


atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos
seguintes requisitos:

i) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado


e circunstanciado expedido por médico que assiste o
paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do
medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento
da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS;

ii) incapacidade financeira de arcar com o custo do


medicamento prescrito;

iii) existência de registro do medicamento na ANVISA,


observados os usos autorizados pela agência.”

Ante o escandido, faz-se imprescindível ressaltar que a parte Autora da presente


ação, cumpre todos os requisitos estabelecidos, tendo em vista, inicialmente, os
exames, bem como relatório médico cuja aduz a extrema necessidade de
concessão do fornecimento do referido medicamento, na forma que se segue:

“Tal medicação não é encontrada em farmácias e está fora


do alcance das finanças da paciente a importação por
meios próprios para continuar o tratamento, devendo o
Estado arcar com tal custo.

O extrato é uma medicação imprescindível para o


tratamento do paciente e não há no SUS nem na rede
privada nenhuma outra com risco e custo-benefício e
eficácia comparável. Entende-se que as medicações a
base de Cannabis tem pouco ou nenhum efeito colateral
relatado em concordância com a necessidade do paciente.

(...) determina um prognóstico mais favorável,


possibilitando melhor controle do quadro no longo prazo e
consequentemente aumentando a sobrevida da paciente e
diminuindo os custos da família e do Estado com serviços
secundários e terciários de Saúde Pública, onde
necessariamente incidiriam custos multiplicados (maiores
do que os do tratamento com o óleo) às fontes de
financiamento e pouca resolutividade conforme já
demonstrado no caso clínico refratário a tratamentos
convencionais. “
Nessa continuidade, resta comprovado o cumprimento do segundo requisito,
mediante o acostamento de carteira de trabalho da parte Autora, bem como
declaração de hipossuficiência. Por fim, os medicamentos disponíveis na receita
médica se encontram devidamente registrados e autorizados pela Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), conforme comprovante de consulta
em anexo.

Nesses termos, tem-se o entendimento jurisprudencial:

“APELAÇÃO CÍVEL. REEXAME NECESSÁRIO. DIREITO


ADMINISTRATIVO. DIREITO CONSTITUCIONAL.
DIREITO FUNDAMENTAL. DIREITO À SAÚDE.
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. CANABIDIOL.
FORNECIMENTO PELO ESTADO. AUSÊNCIA DE
RECURSOS DO PACIENTE. AUSÊNCIA DE REGISTRO
DO PRODUTO NA ANVISA. DIREITO PROCESSUAL
CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE
SUCUMBÊNCIA. AÇÃO PATROCINADA PELA
DEFENSORIA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE
CONDENAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. SÚMULA
421/STJ. RE 1140005/RJ. REPERCUSSÃO GERAL.
SUSPENSÃO NÃO DETERMINADA. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA RECORRIDA. RECURSOS DESPROVIDOS.
(…)

3. O princípio da dignidade da pessoa humana, disposto no


Art. 1º, inciso III, da Constituição Federal (CF/88), alçado a
fundamento da República Brasileira, constitui-se no
arcabouço dos direitos e das garantias fundamentais, entre
eles os direitos sociais, previstos no Art. 6º da CF/88, que
assegura a todos, entre outros direitos, o direito à saúde.

4. O acolhimento do pedido do Recorrente – que remonta


originariamente dos fundamentos da própria República
(CF, art. 1º, III), como antes visto, na r. sentença de primeiro
grau, e que ora se confirma integralmente, longe está de
configurar uma imaginada interferência do Poder Judiciário
na condução política da saúde. Na verdade, trata-se, sim,
de efetiva aplicação e tutela jurisdicional dos direitos e das
garantias constitucionais e legais concedidas a todos os
indivíduos, entre eles o recorrido, na preservação de sua
saúde e bem estar.

5. Ainda que o medicamento de que o recorrido


necessita – CANABIDIOL EVR 22% – não se encontre
especificamente estabelecido pela rede pública,
organizada no Sistema Único de Saúde (SUS), na
relação (RENAME) que orienta a prestação do serviço
público de saúde, tal fato, de forma alguma exonera os
entes públicos da sua responsabilidade pelo
fornecimento do produto de que o recorrido
comprovadamente precisa.

6. Tendo sido o tratamento indicado pelo profissional


médico que acompanha o paciente, em razão do insucesso
na utilização de outras alternativas terapêuticas, e restando
demonstrado que a própria ANVISA já reconheceu a
eficiência da substância para o controle da enfermidade
que acomete o autor, está caracterizado o dever do Estado
de tomar as providências necessárias à proteção da saúde
do menor, devendo fornecer o medicamento pleiteado. (…)
(“RESP 1657156/RJ Neste julgamento realizado pela 1ª
Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
(TJ/DF)). ”

Assim, decisões judiciais têm reforçado o direito de pessoas portadoras de


doenças, que não podem custear o tratamento, a receber remédios do Estado,
fixando o favorecimento à proteção da vida, em detrimento de eventuais
problemas orçamentários do ente estatal:

MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. GARANTIA


CONSTITUCIONAL À SAÚDE DA CRIANÇA E
ADOLESCENTE. TRATAMENTO DE EPILEPSIA À BASE
DE CANABIDIOL. REAL SCIENTIFIC HEMP OIL
(CANABIDIOL). AUSÊNCIA DE REGISTRO DO
MEDICAMENTO NA ANVISA. AUTORIZAÇÃO DE
IMPORTAÇÃO OBTIDA NO ÓRGÃO FEDERAL
COMPETENTE COM PRAZO DE VALIDADE POR UM
ANO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 35 DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.

1. O conjunto probatório dos autos demonstra não apenas


a indispensabilidade do tratamento prescrito à paciente,
menor e substituída processualmente pelo Ministério
Público, mas, também, de que o tratamento médico
adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres
do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos entes
federados.

2. No caso da substituída, as provas pré-constituídas


revelam que apresenta quadro de encefalopatia epilética,
com crises epiléticas tônicas associadas a um atraso global
do desenvolvimento, ataxia global e deficiência intelectual
grave (CID G 40.8), fazendo-se necessário o uso do
medicamento denominado Real Scientific Hemp Oil
(Canabidiol), conforme receita médica constante dos autos.
Trata-se de medicamento não registrado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 3. O remédio
exige autorização especial da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio do Ofício 38/2017
COCI/GPCON/GGMON/DIMON/ANVISA, permitindo que a
substituída importe, de forma excepcional, produto à base
de Canabidiol, em associação com outros canabinóides,
com validade de um ano.

4. No julgamento do recurso especial repetitivo 1657156,


tema 106, Relator o eminente Ministro Benedito Gonçalves,
decidiu o Superior Tribunal de Justiça que a concessão dos
medicamentos não incorporados em atos normativos do
Sistema Único de Saúde exige a presença cumulativa dos
seguintes requisitos: comprovação, por meio de laudo
médico fundamentado e circunstanciado expedido por
médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou
necessidade do medicamento, assim como da ineficácia,
para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos
pelo Sistema Único de Saúde; incapacidade financeira de
arcar com o custo do medicamento prescrito; e existência
de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária do
medicamento. A Corte modulou os efeitos da decisão,
exigível a tese para os processos que forem distribuídos a
partir da conclusão do presente julgamento, que ocorreu
em 25 de abril de 2018. Não se aplica a tese do precedente
obrigatório porque a petição inicial da impetração foi
distribuída em 28 de abril de 2017.

5. A Súmula 35 do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


prescreve que é dever da União, do Estado e dos
Municípios, solidariamente, o fornecimento ao cidadão,
sem ônus para este, de medicamente essencial ao
tratamento de moléstia grave, ainda que não previsto em
lista oficial do Sistema Único de Saúde. ORDEM
CONCEDIDA. (TJGO, Mandado de Segurança (L. 8069/90)
5127236-28.2017.8.09.0000, Rel. ORLOFF NEVES
ROCHA, 1ª Câmara Cível, julgado em 08/05/2019, DJe de
08/05/2019).

Desse modo, salienta-se, ainda, que o Supremo Tribunal Federal atribui ao


direito à saúde o aspecto de essencialidade, tendo em vista seu teor indisponível
e inerente à vida humana. Ilustre-se, a seguir, com julgado paradigmático nesse
sentido:

PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA PARANÓID E


DOENÇA MANÍACO-DEPRESSIVA CRÔNICA, COM
EPISÓDIOS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO.
PESSOAS DESTITUÍDAS DE RECURSOS
FINANCEIROS. DIREITO À VIDA E À SAÚDE.
NECESSIDADE IMPERIOSA DE SE PRESERVAR,
POR RAZÕES DE CARÁTER ÉTICO-JURÍDICO, A
INTEGRIDADE DESSE DIREITO ESSENCIAL.
FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS
INDISPENSÁVEIS EM FAVOR DE PESSOAS
CARENTES. DEVER CONSTITUCIONAL DO
ESTADO (CF, ARTS. 5º,”CAPUT”, E 196).
PRECEDENTES (STF). RECONHECIDO E
PROVIDO.

Nessa acepção, o Poder Público, qualquer que seja a esfera institucional de sua
atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se
indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que
por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. Desse
modo, o sistema único de saúde, integrado a uma rede regionalizada e
hierarquizada de ações e serviços de saúde, constitui “o meio pelo qual o Poder
Público cumpre seu dever na relação jurídica de saúde que tem no polo ativo
qualquer pessoa e a comunidade”.

Nesse sentido, tem-se o entendimento jurisprudencial:

MANDADO DE SEGURANÇA. FORNECIMENTO DE


MEDICAMENTO. CANNABI-DIOL. LIMINAR INAUDITA
ALTERA PARS. POSSIBILIDADE. EFICÁCIA DA
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. IMPOSSIBILIDADE
JURÍDICA DO PEDIDO. MEDICAMENTO PROSCRITO.
INEXISTÊNCIA. IMPORTAÇÃO E UTILIZAÇÃO
REGULAMENTADAS PELA ANVISA. ILEGITIMI-DADE
PASSIVA AFASTADA. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
GARANTIA CONSTITUCIONAL À SAÚDE. PROVA PRÉ-
CONSTITUÍDA. ATO OMISSIVO DAS AUTORIDADES
IMPETRADAS. POTENCIAL OFENSA A DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. BLOQUEIO DE VERBA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE. MEDIDA EXCEPCIONAL.
FORNECIMENTO DE REMÉDIOS. ASTREINTES.
NECESSIDADE. URGÊNCIA DA SEGURANÇA. 1. As
medidas liminares pertinentes ao fornecimento de
medicamentos deferidas inaudita altera par visam
assegurar a eficácia e o resultado útil da pretensão
jurisdicional; 2. Não há que se falar em impossibilidade
jurídica do pedido quando o medicamento requerido,
apesar de constar na lista de substâncias proscritas em
âmbito nacional, após regular tramitação de procedimento
administrativo específico para sua utilização presidido pela
ANVISA, no qual ficou reconhecido sua imprescindibilidade
ao tratamento do paciente, sendo autorizado sua
importação e uso pela Autarquia Federal; 3. O
fornecimento de medicamentos, terapias e tratamentos
imprescindíveis à saúde do enfermo trata-se de obrigação
imposta à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, não podendo sofrer embaraços impostos por
autoridades administrativas no sentido de reduzi-lo ou de
dificultar-lhe o acesso; 4. A omissão do Poder Público em
prestar medicação a pessoa doente e carente constitui
ofensa a direito líquido e certo do Impetrante, amparável
via Mandado de Segurança, nos termos do art. 1º, da Lei
nº 12.016/09; 5. Desnecessária dilação probatória na via
célere da Ação Mandamental quando o direito defendido se
encontra embasado em amplo acervo documental; 6. A
prescrição médica tem força probante suficiente para
comprovar a imprescindibilidade do uso do medicamento
postulado e, uma vez comprovada a existência do direito
líquido e certo aventado, a concessão da segurança é
medida que se impõe. 7. Nas hipóteses de fornecimento de
medicamentos ou tratamento de saúde admite-se a adoção
de medidas coercitivas como o bloqueio de verbas públicas
e a imposição de astreintes para garantir o cumprimento de
decisão judicial. Segurança concedida. (TJGO, MANDADO
DE SEGURANÇA 318098-46.2014.8.09.0000, Rel. DES.
ITAMAR DE LIMA, 3A CÂMARA CIVEL, julgado em
27/01/2015, DJe 1721 de 04/02/2015).

Ante o exposto, incide, sobre o Poder Público, obrigação plena de realizar a


efetivação das garantias constitucionais, no que diz respeito ao direito a vida, a
saúde e a dignidade humana, incumbindo-lhe promover políticas públicas
idôneas, que viabilizem o disposto na Constituição da República e demais
fundamentações ora salientadas. Desse modo, ante a existência plena do direito
da parte autora, pleiteia-se o fornecimento Estatal dos medicamentos
supramencionados.

3. DO REQUERIMENTO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Nessa assentada, se faz imprescindível aduzir que o ordenamento jurídico


brasileiro possibilita a concessão de tutela de urgência, em caráter
cautelar/liminar, afim de que a parte Requerente, em face de um fundado
receio, não venha a ter seu direito lesionado de maneira grave ou até mesmo
de modo irreparável conforme prescreve os arts.300 do CPC e 84, §3º do
CDC:

“Art.300- A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo do dano ou o risco ao resultado útil do
processo”

“Art.84- Na ação que tenha por objeto o cumprimento da


obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação, ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.

§3º- Sendo relevante o fundamento da demanda e


havendo justificado receio e ineficácia do provimento final,
é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu”.

Assim sendo, observa-se que a legislação atual traz dois requisitos para a
concessão da tutela antecipada em caráter de urgência, quais sejam:
probabilidade do direito e perigo na demora.

Desse modo, a probabilidade do direito que permite ao julgador a antecipação


dos efeitos da tutela nada mais é que um juízo de probabilidade lógica, ou seja,
aquele extraído da confrontação sumária das provas e das alegações
disponibilizadas, a princípio, de modo unilateral pela Requerente.

Assim sendo, no caso em tela, tendo em vistas todas as provas carreadas ao


presente feito, em especial o laudo do médico assistente bem como os demais
documentos colacionados aos autos, nos indicam a clara necessidade da
utilização do medicamento pela Requerente, assim como se extrai de relatório
médico:

“Reitero que a não autorização do fornecimento põe em


risco o direito à liberdade do paciente e a saúde física e
mental de seus familiares, além de ameaçar a continuidade
de um tratamento que, se preterido, pode resultar em
prognóstico ruim”

Inobstante, conforme pode se extrair do relatório médico, a polifarmácia da qual


a parte autora faz uso, apresenta efeitos refratários, de modo que sua eficácia é
extremamente limitada, senão mínima. Dessa forma, faz-se fundamental
destacar que, quando a parte autora ainda utilizava os medicamentos
supracitados, seu quadro clínico continuou a se agravar, de modo que, nos
termos do laudo médico em anexo, lhe fora indicado, inclusive, procedimento
cirúrgico. Contudo, tal quadro fora revertido a partir do momento em que a Autora
passou a fazer uso da medicina canabinoide.

Nesse viés, no que tange ao perigo da demora, é certo que a Requerente


ultrapassa um dos momentos mais importantes para o seu tratamento, haja vista
que todos os outros medicamentos utilizados se mostraram ineficazes e, se
retomados os mesmos métodos, a parte autora se encontra em evidente risco
de prognóstico ruim. Dessa forma, mesmo que submetida a procedimentos
cirúrgicos, além dos gastos adicionais ao Sistema Único de Saúde, indubitável
será o fato de que haverá sequelas que a perseguirão por toda vida e, inclusive,
podem dificultar a execução de suas atividades laborais, assim como já tem feito.

Outrossim, ressalta-se que há suficiente prova pré-constituída em anexo de que


os medicamentos ora pleiteados são, atualmente, os únicos que produziram
resultados efetivos e satisfatórios para o tratamento em específico, conforme se
extrai dos exames em anexos. Nesse seguimento, presentes os requisitos
legais, é medida justa, necessária e de extrema urgência a concessão,
liminarmente e inaudita altera pars, da ordem para que a Requerida coloque à
disposição da Requerente o medicamento enquanto se fizer necessário o
tratamento.

5. DOS REQUERIMENTOS

Por todo o exposto, requer à Vossa Excelência:

a) A concessão da gratuidade de justiça, nos arts. 98 e 99, do CPC, bem


como o Art. 5º, inciso LXXIV, da CF, conforme acima dissertado, em caso
de interposição de recurso;

b) A concessão da TUTELA DE URGÊNCIA, inaudita altera pars, a fim de


ordenar a Requerida, mediante ato de Sistema Único de Saúde, que
realize o fornecimento dos medicamentos da prescrição anexa, como
única de efetivar os direitos constitucionais supra;

c) Requer que a citação, bem como a comunicação de concessão da tutela


de urgência seja feita ao representante legal da Requerida,
imediatamente, e em caráter de urgência, através de oficial de justiça ou
mediante Diário Oficial, face os riscos aos quais está exposta a Requerida
pela falta da medicação;
d) A citação da Requerida, na pessoa de seu representante legal para,
querendo, compareça à Audiência de conciliação/mediação a ser
designada e apresente defesa no prazo legal, sob pena de revelia;

e) A condenação da Requerida ao pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios de sucumbência, a serem arbitrados seguindo-se
os critérios delineados no art. 85, §§ 2º e 3º, do NCPC;

f) Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude


dos arts. 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a
prova pericial, a testemunhal.

Afere-se a causa o valor de R$ XXX, mormente para efeitos fiscais.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Feira de Santana- BA- DATA XXX

ADVOGADO

OAB/UF

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