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Extração de óleo vegetal a partir de amendoim cru, por meio de solvente volátil, e posterior
isolamento do óleo. Calculando a densidade do produto e o rendimento da experiência.
Introdução:
A palavra lipídio tem origem na palavra grega lipos, que significa gordura. De acordo com
DERGAL, em seu livro Quimica de los Alimentos, bioquimicamente os lipídios são definidos
como substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos de baixa polaridade, tais
como hexano. Sob esta ótica de solubilidade existem outros tantos compostos, tais como os
terpenos, vitaminas e carotenoides, entretanto alguns autores consideram lipídios, somente as
moléculas que são derivadas de ácidos graxos e substâncias relacionadas1.
Os ácidos graxos, suas diferentes cadeias e composições, são responsáveis pelas variações de
característica físicas e químicas das gorduras, tais como: aroma, sabor, temperaturas de fusão,
solidificação, estabilidade a oxidação, plasticidade, índice de iodo. A saturação da cadeia também
é importante nas características das gorduras, gorduras saturadas (cujos átomos de carbono da
cadeia são ligados apenas por ligações simples) são, em geral, sólidas a temperatura ambiente,
ao passo que gorduras insaturadas (cujos átomos de carbono possuem uma ligação tripla ou
dupla entre eles, podendo ser mono ou polinsaturados) são, em linhas gerais, líquidos a
temperatura ambiente.
Óleos vegetais são extremamente ricos em cadeia insaturada, e têm grande reatividade
química, como oxidação e isomeria. As insaturações apresentam 2 tipos de isomeria: geométrica
1
DERGAL, S.B. Quimica de los Alimentos Orgânica. 6 ed. México. Pearson de Educacíon de
Mexico, 2006. 244p.
2
BOYD,R.; MORRISON,R. Química Orgânica. 6 ed. Lisboa. Fundação Calouste Goulbekian, 2011. 1256p.
cis-trans e posicional. Em estado natural a maioria é cis, entretanto por processos industriais
como a hidrogenação, é possível obter a molécula trans. 3
Materiais e Métodos:
A) Materiais utilizados:
A1) Extração:
Aparelhagem
− Argola
− Balão de 125 mL
− Balão de 250 mL
− Bastão de vidro
− Condensador de refluxo
− Espátula
− Funil de sólido e de líquido
− Garras
− Manta de Aquecimento
− Mufas
− Papel de filtro
− Proveta de 50 mL
− Suporte
− Tela de Amianto
Reagentes:
− Hexano (solvente) 50 mL
− Amendoim (substrato) 10g
− Argola
− Balão de 125 mL
− Bastão de vidro
− Cabeça de destilação
− Condensador de tubo reto
− Frasco limpo
− Funil de líquido
− Garras
− Manta de aquecimento
− Mufas
− Provetas de 50 e 10 mL
− Suporte
− Tela de amianto
− Termômetro
6
Coleção 500 Perguntas 500 respostas – Embrapa, 2009. Em:
<http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000004-ebook-pdf.pdf>
B) Metodologia:
A prática teve início com a retirada da casca. O amendoim já descascado foi macerado e com
a ajuda de uma espátula, posto em um vidro relógio e pesado. A balança já registrara a tara do
vidro, e foi pesado 10g do substrato. Em um balão foram colocadas 5 pérolas de vidro. O
amendoim foi transferido para o balão por meio de um funil de sólido. Na capela foi transferido o
hexano com uma pipeta do vidro contendo todo o solvente para um béquer de 250 mL e deste
béquer para uma proveta graduada de 50 mL na quantidade exata a ser utilizada.
Enquanto a mistura era aquecida foi montado o sistema de filtração. Em um suporte foi presa
uma argola com mufa e garra, o funil de líquido foi colocado sobre a argola e nele colocado um
papel de filtro com dobradura pregueada, para reter o máximo de sólido na filtração, abaixo do
sistema de filtração foi posto o balão de fundo redondo de 125mL.
C) Esquema de aparelhagem:
Figura 1
1- Condensador de refluxo
2- Manta de aquecimento
3- Garra e mufa
4- Suporte
5- Mangueira
Figura 1
Figura 2
Figura 2
Figura 3
1- Suporte
2- Tela de amianto
3- Manta de aquecimento
4- Balão
5- Cabeça de destilação
6- Rolha e termômetro
7- Tubo condensador reto
8- Mangueira
9- Unha
10- Garra e mufa
11- Erlenmeyer
Figura 3
Figura 4
1- Suporte
2- Balão redondo 125 mL
3- Funil e papel filtro com dobradura simples
4- Garra e mufa
Figura 4
Resultados e discussões:
O primeiro processo realizado para esta prática foi o de extração, no caso foi usado um
solvente de característica apolar, portanto solubiliza o óleo, também apolar. A diferença de
polaridade entre o solvente e a do óleo que será o produto não é tão marcada, o que torna a
mistura homogênea. Neste primeiro processo, foi usado um condensador de refluxo, para que ao
ser aquecido o sistema, o solvente encontrasse obstáculos e não fosse perdido para o ambiente.
Ao final da extração, a mistura continha duas fases, sendo uma delas sólida, resíduo do
amendoim macerado, e a mistura entre solvente e óleo. O aquecimento foi necessário para que o
óleo vegetal, no caso do amendoim, composto por ácidos graxos saturados e insaturados (como
foi pontuado na introdução, os saturados, em geral não são líquidos à temperatura ambiente,
sendo assim é importante aquecer para maximizar a extração).
Após a etapa de filtração, deu-se a destilação, para o isolamento do óleo. O hexano, solvente
apolar e com temperatura de ebulição menor que os ácidos graxos do óleo, começou a ser
destilado aos 60oC, uma temperatura menor do que o seu ponto de ebulição 69 oC, isso se deu por
estar trabalhando com um sistema completamente aberto e que provavelmente perdeu calor para
o ambiente.
A destilação simples foi uma escolha pela diferença grande entre os pontos de ebulição do
solvente, acima citado, e do soluto, que possui uma temperatura de ebulição muito alta, estimada
a mais de 300oC.7
Cabe destacar que na primeira etapa de filtração para a separação do resíduo sólido, por erro
laboratorial sobrou resíduo no balão com a mistura líquido-líquido, e interferiu no resultado final,
gerando uma nova filtração após a pesagem do óleo isolado.
Ao final da destilação o óleo foi pesado, com as ressalvas acima citadas, desta feita para o
cálculo da densidade e do rendimento obteve-se uma informação não precisa.
Com 10g de amendoim macerado, obteve-se 2,27g. Sendo assim, uma relação de 22,7% de
rendimento. A densidade do produto cabe à relação massa/volume. O volume aferido foi de
2,6mL, desta forma:
A densidade do produto foi de 0,873 g/mL, como apontado, devido a erros sistemáticos
cometidos na experiência, o valor está em desacordo com a densidade padrão do óleo de
amendoim, que é estimada em 0,919 g/mL a 20oC. 8
7
De acordo com o manual de produtos químicos da COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO em
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=%D3LEO%20DE%20AMENDOIM
8
De acordo com o manual de produtos químicos da COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO em
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=%D3LEO%20DE%20AMENDOIM
Conclusão:
A realização da extração e do isolamento se mostrou, nessa prática, como uma opção para
obtenção de óleo vegetal, por meio de solvatação com solvente apolar, pois consegue solubilizar
o líquido, embora haja uma diferença de polaridade entre o solvente e o soluto. Importante frisar
que se discutiram as características similares de polaridade dos compostos orgânicos: solvente e
dos ácidos graxos (substrato); a solubilidade entre eles, importante para o processo de extração
por solvente, já que este se baseia no envolvimento entre solvente e soluto, para posterior
separação da mistura, por agitação ou complementada por destilação. Que foi o caso da atividade
de laboratório em questão.
Respostas do Questionário:
1. Por que não poderíamos extrair óleos essenciais pela técnica de extração por solvente?
A extração por solvente é um processo menos indicado, pois pode deixar resíduo e assim
contaminar o óleo e alterar a composição química do produto.
CH2 O C R
CH O C R’
CH2 O C R”
O
3. Que outra técnica poderia ser utilizada para extrair de forma eficiente os ácidos graxos
de substratos oleaginosos?
A extração por prensagem é uma das outras técnicas utilizada para obtenção de óleos a partir de
substratos oleaginosos. Estes são prensados, e é assim obtido o óleo, após a prensagem é feita
uma centrifugação da mistura. Além da prensagem, existem mais algumas técnicas, tais como:
destilação a vapor, arraste a vapor de água.
A extração por solvente orgânico baseia-se transferência de íons de uma solução aquosa pouco
concentrada para outra mais concentrada, através de uma solução com solvente orgânico. Para
auxiliar nesse processo, os grãos são macerados e assim torna mais fácil a penetração do
solvente (hexano). Os óleos migram das sementes para o solvente por terem maior afinidade com
este (polaridade), e na sequência é preciso fazer a recuperação do solvente, que pode ser
reutilizado novamente no processo. A extração por solvente, pode, muitas vezes, estar
acompanhada de outro processo de separação, a destilação.
Bibliografia Consultada:
DERGAL, S.B. Quimica de los Alimentos Orgânica. 6 ed. México. Pearson de Educacíon de
Mexico, 2006. 244p.