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UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS NA CIVILIZAÇÃO

ROMANA
Miguel Maria Carvalho Lira, MsC
Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

Resumo

Neste trabalho procuraremos apresentar uma resposta à questão que tanto debate e
controvérsia tem causado, ao longo dos tempos, entre os historiadores da contabilidade: a
civilização romana utilizou, ou não, na sua contabilidade o método digráfico, como
actualmente é entendido?

É que a ter uma resposta positiva, iria colocar em causa a tese dominante e mais
comummente aceite: este método foi aperfeiçoado e utilizado pela primeira vez, durante o
século XIII ou XIV, nas repúblicas italianas.

A principal dificuldade inerente a este tema, e de tantos outros abarcados pela história
da contabilidade, é o reduzido número de documentos contabilísticos dessa civilização que
sobreviveram e chegaram até aos nossos dias, bem como as divergentes leituras e
entendimentos de que são alvo por diferentes interessados nesta problemática.

Em termos sintéticos, este trabalho procura responder a esta questão através de uma
dissertação e apresentação sumária das opiniões de diversos autores, bem como a evolução
registada das mesmas, para além da descrição de vários documentos contabilísticos romanos,
não esquecendo uma breve exposição da contabilidade romana, incorporando esta, por
exemplo, a identificação e explanação dos livros contabilísticos utilizados por esta
civilização.

INTRODUÇÃO

Antes da Idade Média – período histórico onde se assistiu a um retrocesso e


estagnação de todos os aspectos da sociedade europeia – a Contabilidade atingiu a sua mais
alta expressão no império romano, sendo que o seu desenvolvimento, nessa civilização, foi
paralelo ao da administração pública e das empresas agrícolas.

A comprovar a importância da Contabilidade nessa civilização temos o elevado


número de livros contabilísticos existentes – constituindo estes um sistema ordenado –, bem
como a existência de alguns conceitos contabilísticos.

Sinteticamente, podemos considerar que este artigo pretende obter uma resposta à
seguinte questão: o método da partida dobrada (ou método digráfico), foi, ou não, utilizado
pelos romanos, em qualquer momento da sua longa história.

No entanto, realizar uma análise pormenorizada do quão avançada se encontrava a


Contabilidade na civilização romana resulta, na actualidade, num exercício bastante complexo
devido à escassa informação disponível neste campo. Portanto, só é possível inferir sobre a
utilização, ou não, do método digráfico através do estudo dos (poucos) documentos que
resistiram à passagem do tempo e chegaram até nós.

1
Convém, desde já, indicar quais os requisitos necessários para se poder falar do
método de partidas dobradas. Estes divergem de autor para autor; mas, de acordo com Gomes
(2000, pg. 14), é geralmente aceite que o método digráfico é caracterizado pela existência de
lançamentos simultâneos e antitéticos, de igual valor absoluto, em contas que constituem um
sistema fechado.

Com o objectivo de apresentar uma resposta à questão supra, este trabalho encontra-se
dividido em três pontos:
1. Apresentação sumária da contabilidade romana;
2. Fontes de investigação;
3. Opinião de diversos autores.

No primeiro ponto, e como o próprio título o indica, será realizada uma breve
dissertação sobre a contabilidade romana, focada sobretudo nos aspectos que mais interessam
para atingir o objectivo apresentado, designadamente serão analisados os principais aspectos
da Contabilidade comercial, “familiar” e pública.

No segundo serão apresentadas as principais fontes de investigação da Contabilidade


da Urbe1 , de forma a saber se é possível inferir sobre a utilização – a partir dos (poucos)
testemunhos documentais que chegaram até nós – do método digráfico na civilização romana.

No último destes pontos cruzaremos as opiniões de diversos autores consagrados e


especialistas nestas matérias, de forma a elucidar os leitores sobre a tendência que reúne mais
“seguidores”, por assim dizer, na questão aqui abordada.
Por fim, serão apresentadas as principais conclusões a retirar do presente trabalho.

1 - APRESENTAÇÃO SUMÁRIA DA CONTABILIDADE ROMANA

Deve-se aos romanos a primeira grande contribuição para o desenvolvimento da


Contabilidade pois no apogeu desta civilização já eram utilizados uma série de livros
contabilísticos, constituindo estes um sistema ordenado. Para além disso, eram também
utilizados alguns conceitos contabilísticos, como por exemplo, e de acordo com Lamarr2 ,
citado por Hendriksen (1970, pg. 26), um arquitecto romano afirmava que a valorização de
uma parede não podia ser só determinada pelo seu custo, mas sim após dedução a este de um
oitavo por cada ano que a parede havia estado de pé, isto é, nestas palavras está patente a
utilização de uma taxa de amortização de 12,5%.

Mas convém retroceder um pouco e indicar que o objectivo da Contabilidade romana


era similar ao dos períodos históricos anteriores, pretendendo apenas medir o grau de eficácia
dos responsáveis da administração dos bens e propriedades – privadas ou públicas – através
de registos exactos e minuciosos. Por outras palavras, estes registos encontravam-se ligados,
inicialmente, ao controlo da prosperidade das famílias e da respectiva comunidade. Depois,
com a expansão do seu território e o desenvolvimento da actividade económica da civilização
romana, alargou-se a aplicação dos registos contabilísticos à actividade pública e à actividade
comercial.

1
Outro termo para designar Roma.
2
Lamarr, Layondon (1923). Rate making for public utilities. McGraw Hill Books Co., Inc. Nova Iorque, pg.
51.

2
Para Barriocanal (1996, pg. 753), a Contabilidade romana não tinha tanto a finalidade
de medir um rendimento, proveito ou custo, mas antes manter um registo das operações
realizadas, com o fim de detectar possíveis fraudes na gestão e administração de actividades
realizadas por terceiros, para além de os livros escriturados deverem ser apresentados ao
Census para exame e verificação, tendo consequências directas na posição social do cidadão
na sociedade romana.

Em matéria de escrituração contabilística, muito pouco se sabe da época monárquica3 .


Aliás, mesmo nos dois outros sistemas de governo 4 , a documentação acumulada é muito
exígua e as notícias são fragmentadas e indirectas. O pouco que se sabe dos períodos
republicano e imperial tem por base mais os comentários e testemunhos de escritores da época
do que, efectivamente, documentos contabilísticos que se tenham conservado.

Contudo, podemos afirmar que nos tempos da República, a Contabilidade romana


atingiu um enorme grau de perfeição, continuando a evoluir no período imperial devido, em
parte, ao facto de os romanos terem sido excelentes administradores, sendo lógico supor que
bons administradores teriam bons registos contabilísticos.

A importância que a Contabilidade tinha para os romanos torna-se bem patente nas
palavras de Lopes de Sá (1998, pg. 42): “os dados contabilísticos mereciam considerações
derivadas de estudos e as decisões eram tomadas a partir delas”.

Não obstante o desenvolvimento da Contabilidade na civilização romana, nenhum


proprietário de terras podia estimar, baseando-se na informação contida nas suas contas, o
rendimento líquido de cada bem (trigo, vinho, azeite, etc) de forma separada, nem tão pouco
as consequências financeiras e económicas de empregar maior ou menor quantidade de mão
de obra nas suas terras ou o valor que tinha a quantidade de produto dado aos empregados
como salário. Era-lhe praticamente impossível determinar, em perspectiva ou em
retrospectiva, a rentabilidade da ampliação do seu capital. Isto derivava do facto de não se
registar ou anotar cada um dos conceitos anteriores de forma separada. Só apenas num sentido
limitado, as contas romanas reflectiam a distinção elementar entre capital e rendimento, pois
não existia o interesse em calcular a taxa de proveitos ou das perdas (Romero [et al.], 1997,
pg. 699).

Ainda a propósito desta problemática, Vlaemminck 5 , citado por Barriocanal (1996, pg.
764), chama a atenção para a aparição frequente da palavra “Capital” na Contabilidade
romana. Este vocábulo reflecte as quantidades entregues pelos proprietários do negócio aos
seus administradores ou gestores, denominado curatorer calendarii que tinham de fazer
contas com o seu senhor.

3
O regime monárquico durou menos de duzentos e cinquenta anos: de 753 a.C (data da criação da cidade) até
509 a.C.
4
A civilização romana experimentou mais dois sistemas de governo, para além da monarquia: a República
(entre 509 a.C. até 27 a.C., ano da coroação do Imperador Octávio, sendo-lhe conferido o título de Augustus); e o
Império (desde 27 a.C. até à queda do Império ): no ano de 476 cai, nas mãos de Odacer, líder Germânico, o
império romano do ocidente, e em 1453, acaba o império romano do oriente quando Constantinopla é
conquistada pelos Turcos (Centeno, 2002, pg. 302, e Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, Vol. 3, pgs. 1403
a 1413).
5
Vlaemminck, J. H. (1961). Historie y doctrinas de la contabilidad. Ed. E.J.E.S. Madrid.

3
Estes administradores anotavam o que o proprietário lhes havia entregue e que
posteriormente, lhe iam devolvendo, como se estivessem perante uma dívida a um terceiro.
Segundo o autor, não se tratava de um sistema de partida dobrada, mas sim uma forma
simples e rudimentar da Contabilidade actualmente conhecida por Interna, Analítica ou de
Gestão.

1.1 - CONTABILIDADE PRIVADA


A comprovar a importância da Contabilidade na civilização romana temos o elevado
número de livros contabilísticos existentes. Gonçalves da Silva (1970, pg. 35) aponta como
principais livros usados na Contabilidade privada o Kalendarium, o Adversaria e o Codex
Rationum. A estes, Lopes Amorim (1969, pg. 59) acrescenta o Commentarius e o Codex
Accepti et Expensi.

Segue-se uma breve descrição de cada um deles:


• Commentarius (ou Libellus): este livro servia apenas para registar, preliminarmente, o
facto contabilístico exactamente como havia sido constatado ou ocorrido. Era como
um livro de primeiras anotações.
Tendo por função referenciar meramente os factos, os registos contabilísticos
efectuados neste livro não obedeciam a nenhuma regra, nenhuma sistematização ou
metodologia prévias.
• Adversaria (ou Ephemeris): era o livro para o qual se passava o movimento do
Commentarius, tendo um carácter provisório, já que as suas inscrições eram periódica
e cuidadosamente transcritas para outros livros contabilísticos.
• Codex Accepti et Expensi : destinava-se ao assento das operações ou contratos literais6
do cidadão romano. A sua exacta forma deu azo a muita discussão, mas é quase certo,
para Murray (1978, pg. 126), que este Codex tinha uma apresentação que permitia
mostrar os débitos e os créditos ao mesmo tempo, provavelmente em páginas opostas,
isto é, as entradas eram anotadas numa página e as saídas noutra. Eram também
anotadas a data, o género e a importância de todas as transacções.
• Codex Rationum (ou Tabulae Rationum): este livro era formado por sequências
sucessivas de duas páginas. Deste modo, as entradas eram registadas na accepti
pagina, e as saídas na expensi pagina. O conjunto accepti pagina/expensi pagina
referia-se, portanto, a uma conta (ratio) e os lançamentos a débito eram designados
ratio accepti e os realizados a crédito ratio expensi. Segundo Gonçalves da Silva
(1970, pg. 36), o Codex Rationum era conservado e podia, na falta de testemunhas,
utilizar-se como meio de prova. Dos livros já referidos, era o único que tinha força
probatória reconhecida pelo Direito da República 7 ;
• Kalendarium: aqui se registavam os capitais cedidos, os nomes dos devedores, a
quantia em dívida, os juros mensais, os dias em que se venciam, etc. O escravo que
tinha à sua responsabilidade este livro era conhecido como calendarius. Segundo
Sarmento (1997, pg. 602), o nome deste livro provém da data habitual de pagamento
dos juros, isto é, nas calendas (primeiros dias) de cada mês.

6
Os contratos litera is são aqueles em que as obrigações resultam da escrita. Os antigos contratos literais romanos
são, em geral, mal conhecidos, dada a escassez de fontes a seu respeito.
7
Durante o Império, só os livros de escrituração bancária faziam prova não só entre si, como também contra
terceiros.

4
A ordem de registo nestes livros era, segundo Zurdo 8 , citado por Gomes (2000, pg.
27), a seguinte: os factos contabilísticos, primeiramente registados no Adversaria, eram
transportados depois para o Codex Accepti e Expensi e, posteriormente, abrangendo-se agora
as contas mensais, eram registados no Codex Rationum.

Contudo, como não eram só os comerciantes e os banqueiros que tinham o hábito de


realizar registos contabilísticos, dado que os particulares também tinham a sua Contabilidade
“familiar”9 . Nela eram usados dois outros livros, a saber:
• Liber Patrimonii (ou Libellus Familiae): de carácter mais fiscal e
instituído pela reforma fiscal do ano de 67 a.C., era um livro onde cada
pater familias 10 procedia ao registo da sua riqueza, bem como das
modificações que se operassem nas terras, alfaias 11 e no ouro que
possuísse. É de realçar que “a Contabilidade privada de cada pai de família
servia de base para a declaração a apresentar ao Estado 12 , que cada um
tinha o dever de fazer da sua fortuna, de cinco em cinco anos” (Zurdo 13 ,
citado por Gomes, 2000, pg. 27).
• Tabula Rationum Domesticarum: era usado na Contabilidade doméstica,
onde se escrituravam as receitas e despesas feitas diariamente.

Tendo por base todos os livros contabilísticos romanos referenciados, Serrano (1971,
pg. 4) indica que o Commentarius corresponderia ao Borrão, o Adversaria ao Diário, o Codex
Accepti et Expensi ao Caixa, e o Codex Rationum ao Razão.

Existem, porém, opiniões divergentes como a de Gonçalves da Silva (1970, pg. 35)
que afirma que o Adversaria corresponderia ao Borrão ou Memorial, sendo que a existência
destas divergências está bem patente na obra Digressão através do vetusto mundo da
Contabilidade de Lopes Amorim (1969, pg. 59): “o Adversaria (...) segundo uns,
correspondia ao Memorial, e, segundos outros, ao Diário moderno”.

Não obstante estas divergências, o que interessa retirar daqui será a real
correspondência entre alguns livros contabilísticos usados pelos romanos e os actuais, o que
vem provar, por si só, o avançado estado de desenvolvimento da Contabilidade na civilização
romana.

De acrescentar que o profissional que se ocupava da Contabilidade era designado por


calculator rationarius ou a rationibus. De início, o calculator era um mestre de escrita e um

8
Zurdo, José Mari Cañizares (1996/97). Ensayo Histórico sobre Contabilidad. Reprodução fotográfica da
versão original publicada em Málaga em 1933, com um estudo introdutório escrito por Daniel Carrasco Diáz e
Francisco Gonzá lez Gomila, AECA, pg. 25.
9
Em Roma, tal como na Grécia, o emprego de algumas horas diárias na prática da Contabilidade pessoal era
vista como uma actividade saudável, pois possibilitava o conhecimento da movimentação do dinheiro e o motivo
de eventuais perdas.
10
Pater familias era o chefe da família, isto é, o seu patriarca. É de referir que também os tutores e outros
guardiães tinham de preparar inventários, ter registos exactos de todas as propriedades, rendimentos,
investimentos e despesas dos pupilos ou menores a seu cuidado.
11
Alfaia é uma jóia ou adorno de valor.
12
Belkaoui (1994, pgs 1 e 2) refere que era a partir destas declarações financeiras, e dos rendimentos
apresentados nas mesmas, que eram fixados os direitos civis de cada cidadão.
13
Zurdo, José Mari Cañizares (1996/97). Ensayo Histórico sobre Contabilidad. Reprodução fotográfica da
versão original publicada em Málaga em 1933, com um estudo introdutório escrito por Daniel Carrasco Diáz e
Francisco González Gomila, AECA, pg. 25.

5
professor de aritmética que utilizava o abacus 14 , entre outros instrumentos, para ensinar. Com
o tempo, o nome calculator passou a aplicar-se ao indivíduo que tinha a seu cargo a
Contabilidade.

Ainda podemos indicar que o escravo responsável pela Contabilidade doméstica era o
Rationarius. Todos os dias à noite ele devia apresentar ao seu mestre os registos efectuados,
para este examinar e controlar as contas. Murray (1978, pg. 135) chama a atenção para o
castigo aplicado quando o dono notava alguma diferença nas contas: o escravo era chicoteado
e o número de chicotadas variava conforme o valor em falta.

1.2 – CONTABILIDADE PÚBLICA

Para Tavares (1987, pgs. 84 e 88), durante os séculos III e II a.C., o território
controlado por Roma tornou-se excessivamente grande, não estando assim a Urbe preparada
para administrar correctamente a vastidão do mundo de que se apoderara, o que leva,
progressivamente, ao fim do sistema político vigente: a República. Essa situação só se
inverteu quando o poder fica concentrado na mão de um único homem: Octávio César
Augusto, o primeiro imperador romano. O seu principado 15 foi um período de grande
prosperidade económica, em que a administração pública se tornou mais eficaz, aprendendo a
partir da experiência passada.

Para maior eficácia, havia controlos administrativos de vária natureza e entre eles, a
Contabilidade. “Basta analisar o complexo do sistema administrativo de um império com a
dimensão do romano (...) para que se possa conceber as dificuldades e as necessidades dos
controlos” (Lopes de Sá, 1998, pg. 40).

Neste contexto, é fácil perceber a singular importância que, na altura, detinha a


Contabilidade Pública. Tal como refere Zurdo 16 , citado por Gomes (2000, pg. 27), “no tempo
do imperador Constantino, a administração pública funcionava movida por uma admirável
organização, e estava dotada de uma Contabilidade financeira”.

O Commentarius, o Adversaria, o Codex Accepti et Expensi, o Codex Rationum e o


Kalendarium tanto eram usados na Contabilidade privada como na pública. O único livro
exclusivo da administração pública era o Breviarum Imperii. Este livro, também denominado
Rationarium e instituído no governo do imperador Augusto, apresentava aos cidadãos de que
forma eram utilizados os fundos públicos, ou seja, o valor dos tributos arrecadados, provisões
e dotações orçamentais bem como o património administrado, com base nas informações
recebidas dos governadores e intendentes.

No entanto, Lopes Amorim (1969, pg. 58) observa que existiriam dois livros e não um
só:
1. Brevarium: para a discriminação das receitas auferidas pelo Governo;

14
O Abacus, ou Ábaco, era um contador para registar o cálculo da aritmética. Foi variando de material, forma e
escala convencional, conforme os povos e culturas. A forma preferida pelos romanos, e aperfeiçoada na Idade
Média, era a de uma mesa gravada com sulcos ou riscos, onde se colocavam fichas ou contadores com letras de
referência (Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura , Vol. 1, pg. 16).
15
Embora actualmente Octávio seja considerado um imperador, o título ostentado na altura era de princeps, ou
seja, de príncipe.
16
Zurdo, José Mari Cañizares (1996/97). Ensayo Histórico sobre Contabilidad. Reprodução fotográfica da
versão original publicada em Málaga em 1933, com um estudo introdutório escrito por Daniel Carrasco Diáz e
Francisco González Gomila, AECA, pg. 25.

6
2. Rationarium: para descrever o quantitativo bélico mantido pelo Império e a
soma de recursos existentes nos cofres estatais, provenientes dos tributos
cobrados. Nele também eram descritos os bens do Império, por unidade
governamental (reinos, províncias, etc), e o montante dos impostos, das
provisões, doações e encargos do Império Romano. Por isso, pode-se
concluir que o livro em referência ultrapassava o âmbito orçamentário,
constituindo um verdadeiro livro de registo de inventários.

Para finalizar, podemos indicar que Lopes de Sá (1998, pgs. 40 e 41) relata que “de
tudo se produziam balanços e existiam prestações de contas, ou seja, produziam-se as peças
denominadas ratio acceptorum et datorum. As grandes actividades públicas possuíam
gestores especiais com escrita contabilística especial como as havidas para as obras públicas
(ratio operum publicorum), para os serviços de água (ratio aquariorum), etc”17 .

2 – FONTES DE INVESTIGAÇÃO

No que se refere às fontes de investigação da Contabilidade da Urbe, e segundo


Romero [et al.] (1997, pg. 696), temos as seguintes:
• Papiros documentais do Egipto;
• Documentos legais (livros e leis romanas e muito especialmente a recompilação
contida no Digesto);
• Discursos de oradores romanos com referências contabilísticas.

As fontes de investigação para Barriocanal (1996, pg. 753) são sensivelmente as


mesmas, apenas apresentadas de maneira diferente, a saber:
• Legais – Trata-se de toda a jurisprudência que contenha alusões à circulação
económica. Estas foram recompiladas em Responsa ou Digesta, cujo máximo
expoente foi o Digesto de Justiano;
• Literárias – Embora em Ro ma existissem grandes oradores e escritores, estes não
tiveram especial interesse pelos temas económicos e muito menos pelos
contabilísticos. Não obstante, em algumas suas passagens, com motivo de outros
temas, fazem referência a estas duas matérias. Neste tipo de fonte, Lopes de Sá (1998,
pg. 40) salienta a importância dos escritos de Cícero 18 .
• Documental – Quanto às evidências documentais de registos contabilísticos
encontramo-las em três suportes diferentes: as tabuinhas enceradas, pergaminhos e o
papiro 19 . O papiro era pouco utilizado na Península Itálica, mas, contudo, era
amplamente usado noutras províncias do império, sobretudo no Egipto. A propósito

17
Para mais informações sobre procedimentos e funcionários da Administração Pública romana consultar Lira e
Marques (2007, pgs. 1 a 21).
18
Existe muita mais informação do período que vai desde a ditadura de Sulla, em 82 a.C., até à morte de César,
em 15 de Março de 44 a.C., do que em qualquer outro período da história romana. Isto deve-se, principalmente, a
um só homem: Marcus Tullius Cícero. Nasceu em Arpinum, no sul da Península Itálica, em 106 a.C., tendo
falecido em 43 a.C. Através de inúmeros discursos e cartas escritas quando ele estava profundamente envolvido
no dia-a-dia político, quer pela ocupação de altos cargos no Estado, quer pelo contacto com os homens que
definiam o futuro do mundo Mediterrânico, temos uma excelente visão do seu mundo, principalmente as cartas,
conhecendo-se cerca de novecentas.
Para além de homem de Estado, também escreveu trabalhos em filosofia e retórica ricamente adornados com
exemplos e atitudes contemporâneas (Griffin, 1991b, pg. 173).
19
O papiro era uma folha que se elaborava com o caule de uma planta denominada cyperus papyrus. Foi
utilizada pelos egípcios desde o 3.º milénio a.C. (Romero [et al.], 1997, pg. 691).

7
das tabuinhas de cera, em que se escrevia com uma estilete pontiaguda 20 , poucas se
salvaram devido à fraca durabilidade das mesmas.

2.1 – EXEMPLOS DE DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS

2.1.1 – Papiro de Kanaris

Data de 191/192 o papiro contabilisticamente mais interessante do período romano: o


Papiro de Kanaris, com uma forma bilateral. Trata da Contabilidade privada de um grande
proprietário em Fayum, e onde as receitas e as despesas se encontram alinhadas de forma
vertical, lado a lado, em cada coluna de escrita assemelhando-se aos assentos da
Contabilidade moderna.

De Ste. Croix21 , citado por Kam (1990, pg. 14), afirma não estarmos perante um
Diário elaborado com base nas partidas dobradas, uma vez que cada registo mostra apenas de
quem foi o dinheiro recebido e a favor de quem foi desembolsado. Conclui então este autor
que os romanos não mantinham os seus registos em termos de débito e de crédito, mas sim na
base de recebimentos e pagamentos. Também refere que ao longo do documento aparecem
partidas não balanceadas e de que não se observam os totais das colunas.

Contudo, Most22 , citado por Barriocanal (1996, pg. 767), contesta esta conclusão de
De Ste. Croix, e afirma que o Papiro de Kanaris evidencia uma Contabilidade avançada, pelo
que não se poderá descartar a hipótese de se tratar de um sistema de partida dobrada.

2.1.2 – Arquivos de Zenon

Os famosos arquivos de Zenon, que datam da época de Tolomeo II (309-247 a.C.),


mostram o tipo de Contabilidade implantada debaixo do domínio romano. Trata-se de um
conjunto único de contas privadas pertencendo a Apolonio, secretário das finanças de
Tolomeo II, com grandes propriedade e bens no Egipto administrados pelo seu agente Zenon.

Estes arquivos continham as muitas cartas trocadas entre os diversos indivíduos


mencionados anteriormente, muitas notas de encomenda, contas, recibos, etc.

Os itens idênticos eram agrupados numa rubrica e apurado o seu total. Existem
evidências de serem realizadas resumos mensais, trimestrais e anuais das transacções. Para
além disso, toda a atenção estaria posta nos activos, em detrimento do lucro, e o principal
objectivo dos registos parece ter sido “conservar a substância da riqueza do senhor” (Kam,
1990, pg. 12).

20
Noel Monteiro (1973, pg. 17) observa que a inclinação da escrita dos romanos devia-se ao uso das tábuas de
cera para a escrita.
21
De Ste. Croix (1956). Greek and Roman Accounting. Studies in the history of accounting, editado por
Littleton e B.S. Yamey. Londres.
22
Most, K. (1979). The account of ancient Roma in Academy of Historians. Working Paper Series. Editado por
M. Coffman Edward.

8
2.1.3 – Texto de Plínio, o Velho

De Ste. Croix23 , citado por Barriocanal (1996, pg. 758), afirma que alguns autores
tentaram ver num excerto de texto da autoria de Plínio, o Velho, a prova da existência do uso
das partidas dobradas na Urbe. Diz este texto o seguinte:

“Huic omnia expensa, huic omnia feruntur accepta, et in tota ratione mortalium
sola utrmque paginam facit”24

Assim, este texto levou a que alguns concluíssem que os custos se incluíam numa
página e os ganhos noutra, quando o que realmente diz é que se registam em ambas as
páginas.

2.1.4 – Oratio pro fonteio

Uma boa fonte literária é a peça oratória de Cícero intitulada Oratio pro fonteio,
destinada à defesa de Fonteio, que fora contabilista do Tesouro Público e governador da
província de Narbone e que, investido nas funções de questor, fora acusado de delapidar os
fundos públicos 25 .

A celebridade desta peça oratória deve-se, essencialmente, a muitos autores verem


nela referências que sustentariam a possibilidade da existência da técnica digráfica.

No entanto, embora este texto seja interessante, “nada se encontra, com efeito, que
directa ou indirectamente legitime a suspeita de que a digrafia já era conhecida na época
ciceroniana” (Gonçalves da Silva, 1970, pg. 67).

Realmente, as únicas deduções que se podem retirar deste texto é a de que os


contadores públicos tinham a obrigação de manter um duplo registo contabilístico sobre as
dívidas para com o Estado.

2.1.5 – De Re Rustica
Dentro dos textos clássicos que incluem aspectos contabilísticos, também ocupa um
lugar de destaque, para Sarmento (1997, pg. 606), um manual de administração agrícola
intitulado De Re Rustica, de Catão, o Censor, que se refere à Contabilidade, no seu Capítulo
II, do seguinte modo:

23
De Ste. Croix (1956). Greek and Roman Accounting. Studies in the history of accountinhg, editado por
Littleton e B.S. Yamey. Londres.
24
“Na Contabilidade, todo o desembolso e toda a recepção se registava e se incluíram em ambas as páginas do
livro de contas de todo o mortal”.
25
A história reflectida no texto é a seguinte: num momento de grave crise económica, o cônsul Valerius Flaccus
publicou, no ano de 85 a.C., uma lei intitulada Lex Valeria de aere aliena, através da qual todas as dívidas
anteriores a uma determinada data foram perdoadas em três quartos, podendo exigir-se unicamente a quantia
restante. Fonteio foi acusado de reconverter dívidas novas (isto é, posteriores à data de vigência da lei) em
antigas, mediante a manipulação dos registos, cobrando a totalidade das mesmas e entregando somente a quarta
parte ao Estado, tal como estabelecia a lei. A restante parte guardava-a para si.

9
“Far-se-á conta de caixa, a do grão em armazém, a do vinho, a do azeite, a das
forragens; tomar-se-á nota do que for vendido, do que for pago, do que ficar por
receber, do que ainda estiver por vender”.

3 – OPINIÕES DE DIVERSOS AUTORES

Alguns dos principais estudiosos da história romana, com destaque para o


dinamarquês Niebuhr 26 , atribuíram aos romanos o início da sistematização contabilística,
através da adopção de registros nos livros mediante partidas dobradas.

Também Kats 27 conclui da prática corrente da partida dobrada. Assim, esta teria
surgido devido à relação entre escravo e senhor existente na economia romana: “A
Contabilidade por partida dobrada começou quando, pela primeira vez, as exigências do
senhor e as obrigações do devedor (escravo) foram balançadas nos livros do escravo romano”.

Se recuarmos no tempo, encontramos mais autores que partilham da mesma opinião


de Niebuhr, como por exemplo, no século XVII, Simon Stivin, importante matemático da
época. Publica, em 1607, em Amsterdão, a sua obra Vorstelicke bouckhouding op de
italiaensch wijse, onde afirmava que os romanos conheceram e usaram o método digráfico.

A maioria, contudo, não partilha desta visão. Assim, e de acordo com autores como O.
Tem Hare, De Ste. Croix, H.J. Eldridge, etc, não se pode afirmar que os documentos clássicos
que chegaram até aos nossos dias ofereçam alguma comprovação da prática de uma
Contabilidade com base em partidas dobradas.

De Ste. Croix28 , citado por Chatfield e Vangermeersch, (1996, pg. 506), foi um grande
defensor da teoria que defende a não utilização do método digráfico pela civilização romana.
Baseava a sua opinião principalmente em dois pilares, a saber:
1. O sistema económico romano não se desenvolveu o suficiente para ser
necessário o uso da Contabilidade digráfica;
2. O sistema numérico dos romanos não era adequado para este propósito.

Most 29 , embora se mantenha neutro relativamente a este debate 30 , insurge-se contra as


deduções de De Ste. Croix. Contesta especificamente a sua conclusão de incapacidade dos
romanos fazerem registos no sistema de partidas dobradas 31 .
Rossi32 conclui que apesar dos romanos terem adoptado diversos livros de registros de
contas, a escrituração empregada por esse povo era bem elementar, ou seja, não obedeceria a
nenhum conjunto de regras que pudesse ser classificado como método contabilístico.

26
Niebuhr, Georg Berthold (1858). Vorträge über römische alternthümer. G. Reimer. Berlin.
27
Kats, P. (1929). Early history of bookkeeping by double entry. Journal of Accountazy. Março e Abril 1929.
28
De Ste. Croix (1956). Greek and Roman Accounting. Studies in the history of accountinhg, editado por
Littleton e B.S. Yamey. Londres.
29
Most, K. (1979). The account of ancient Roma in Academy of Historians. Working Paper Series. Editado por
M. Coffman Edward.
30
Para Most, o debate em torno dos métodos contabilísticos dos romanos, dada a escassez de documentação
contabilística, não faz sentido e resulta num mero exercício puramente académico (Barriocanal, 1996, pg. 766).
31
Contudo, é de salientar que Most não defende que os romanos utilizaram o método das partidas dobradas.
32
Rossi, Giovanni (1896). La computisteria dei romani e l’invenzione della scrittura doppia. Ed. Dante
Alighieri. Roma.

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Alguns autores portugueses também deram a sua opinião sobre esta questão, dos quais
os mais ilustres serão Gonçalves da Silva e Lopes Amorim.

No que concerne a Gonçalves da Silva (1970, pg. 38): “está, (...), perfeitamente
averiguado que os romanos, muito embora desconhecessem a digrafia, alargaram e
aperfeiçoaram bastante o que sobre contas haviam aprendido com os gregos e que já no tempo
da República, dispunham de escritas que lhes permitiam fiscalizar contínua e eficazmente as
finanças públicas e privadas”.

Lopes Amorim (1969, pg. 60 e 67) afirma que o sistema contabilístico utilizado pelos
romanos ainda não era suficientemente desenvolvido e coeso que permitisse pôr em evidência
as causas e os respectivos efeitos, e que nunca foram descobertas provas da existência da
utilização de partidas dobradas em Roma.

Resumindo, a análise de documentos contabilísticos induziram em erro alguns


historiadores antigos, observando que estes confundiram a coluna dupla – acceptorum et
expensorum – utilizada pelos romanos, com a dupla coluna de débito e crédito utilizado no
método digráfico. Mas, em qualquer sistema de Contabilidade, mesmo o de mais simples
concepção, a dupla coluna é um elemento quase inseparável, já que diz respeito a lançamentos
de receitas e despesas comuns em quaisquer registos de movimentos de economia.

A controvérsia gerada em torno da questão aqui analisada não deverá obscurecer o


facto de diferentes versões de documentos contabilísticos, controlos e informações
contabilísticas serem importantes componentes da civilização romana.

CONCLUSÕES

Quanto à técnica contabilística empregada na civilização romana, continuam a


persistir grandes dificuldades em conceber um juízo objectivo, pois normalmente os
historiadores e latinistas que se debruçaram sobre este tema não eram peritos em
Contabilidade, o que provocou a emissão de opiniões erróneas em numerosas investigações
sobre o conteúdo de documentos contabilístico.

Mas findo este trabalho, estamos prontos para apresentar algumas das principais
conclusões a que chegámos no decorrer da sua elaboração:
1. A Contabilidade entre os romanos era correntemente utilizada tanto na
administração pública como na administração mercantil e da vida doméstica, e
já apresentava um apreciável grau de sistematização;
2. O objectivo da Contabilidade romana era medir o grau de eficácia dos
responsáveis da administração dos bens e propriedades – privados ou públicos
–, geralmente entregues a escravos, para além de os registos contabilísticos
terem de ser apresentados ao Census para exame e verificação, tendo
consequências directas na posição social do cidadão;
3. Os principais livros usados na Contabilidade comercial eram o Commentarius,
o Adversaria, o Codex Accepti et Expensi, o Codex Rationum e o Kalendarium.
Estes eram igualmente utilizados na Contabilidade pública, embora esta tivesse
dois livros exclusivos: o Brevarium e o Rationarium;
4. Diversos autores defendiam que alguns destes livros contabilísticos teriam
correspondência com os actualmente utilizados;

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5. A Contabilidade romana encontrava-se tão desenvolvida que alguns autores
defenderam que, ao tempo do Império Romano, essa civilização já conheceria
e praticaria o método das partidas dobradas, embora, face às actuais provas
documentais, não seja de aceitar tal hipótese. Isto é, tanto os documentos
contabilísticos que chegaram até nós como a opinião dos diversos estudiosos e
especialistas destas matérias apontam no sentido de que o método das partidas
dobradas nunca foi utilizado na civilização romana, não obstante o
desenvolvimento registado nesta;
6. Por fim podemos aferir da enorme importância da Contabilidade na sociedade
romana a partir das diferentes versões de documentos contabilísticos e
controlos existentes, para além do facto de as informações contabilísticas
serem importantes componentes da civilização romana.

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