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CAMPINA GRANDE
FEVEREIRO, 2008
1. ALIMENTOS (Definição, classificação e composição)
A alimentação saudável sempre foi fator determinante para a qualidade de vida do ser
humano. Culturas milenares como a japonesa já incorporaram naturalmente essa sabedoria a
respeito de equilíbrio dos nutrientes, e o resultado é uma longevidade que demonstra, de forma
cabal, todos os benefícios da adoção de uma dieta harmoniosa.
Hoje, o conceito de prevenir doenças através da alimentação parece se solidificar em todo
o mundo. Uma tendência que surge em perfeita consonância com diversos outros indícios de
que, finalmente, o homem mostra-se disposto a inverter paradigmas e se antecipar ao surgimento
de moléstias, em vez de aguardar que elas se manifestem, para então adotar medidas curativas.
Os alimentos são tão antigos como a própria vida, mas o homem, em sua evolução,
aprendeu a transformá-los e a conservá-los para satisfazer suas necessidades. As indústrias
alimentícias encarregam-se de acumular, misturar, transformar, embalar, conservar e distribuir
os alimentos.
No princípio, pelas características nômades das civilizações primitivas, os alimentos eram
oriundos basicamente da caça, pesca, frutas e raízes. Eram procurados conforme as necessidades
do momento.
Com o tempo, grupos tribais começaram a se estabelecer em determinadas regiões, e então
iniciado o cultivo agrícola, assim como o desenvolvimento de métodos rudimentares de
conservação de alimentos, tanto da produção agrícola como da caça, para períodos de entre safra
ou escassez.
Segundo o Código de Alimentos: “serão considerados como alimentos todas as
substâncias ou produtos de qualquer natureza, sólidos ou líquidos, naturais ou transformados
que, por suas características, aplicações, componentes, preparação e estado de conservação,
possam ser habitual e idoneamente utilizados na nutrição humana”.
Alimento é toda substância ou misturas de substâncias não tóxica, que se encontram no
estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma com a finalidade de fornecer ao
organismo vivo, os elementos necessários à sua formação, manutenção e desenvolvimento.
Com relação a sua sensibilidade às alterações ou ao seu teor de água livre (Aa) nos
alimentos:
Alimentos perecíveis ou alteráveis são aqueles que contêm um elevado teor de água
(leite, carnes, pescado etc);
Alimentos semi-perecíveis ou semi-alteráveis são aqueles que embora tenham bastante
água, esta é firmemente retida no interior pelo tecido envoltório de proteção, casca, que se
rompido por qualquer meio os tornará tão vulneráveis quanto os perecíveis (beterraba, cenoura,
batata etc);
Alimentos não perecíveis, estáveis ou não alteráveis são aqueles que possuem baixo teor
de umidade (açúcar, farinha, feijão, arroz etc).
A água é provavelmente, o fator individual que mais influi na alteração dos alimentos.
Por outro lado, está perfeitamente demonstrado que alimentos com o mesmo conteúdo de água
alteram-se de forma distinta, do que se deduz claramente que a quantidade de água por si só não
é um indício fiel da deterioração dos alimentos. Em detrimento desse fato, surgiu o conceito de
atividade de água (Aw), que foi muito valorizado em estudos sobre alterações de alimentos, por
estar diretamente relacionado com o crescimento e a atividade metabólica dos microrganismos e
com as reações hidrolíticas. O termo Aw indica a disponibilidade de água em um alimento para o
crescimento de microrganismos e para a realização de diferentes reações químicas e
bioquímicas.
Define-se a atividade de água como a relação existente entre a pressão de vapor da água
contida na solução ou no alimento (P) e a pressão de vapor da água pura (P0) a uma dada
temperatura. Aa= P/P0
Portanto, a água presente nos alimentos exerce uma pressão de vapor que depende da
quantidade de água, da concentração de solutos na água e da temperatura.
Evidentemente se não há solutos, como é o caso da água pura, a relação entre as pressões
é a unidade, conseqüentemente , a Aa de todos os alimentos é sempre inferior a um.
De um modo geral, todos os alimentos são constituídos por substâncias químicas, tais
como: proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, minerais, vitaminas e água. Estas substâncias
químicas são chamadas de nutrientes as quais desempenham no organismo funções vitais,
1.2.1. CARBOIDRATOS
R O
Monossacarídeos
Oligossacarídeos
H2O
Sacarose glicose + frutose (açúcar da cana ou da beterraba)
H2O
Maltose glicose +glicose ( açúcar do malte, da uva)
H2O
Lactose glicose +galactose (açúcar do leite)
Sob o ponto de vista nutricional dos animais, apenas, três dissacarídeos têm importância: a
sacarose, lactose e a maltose.
A Sacarose conhecida como o açúcar comercial ou açúcar comum é amplamente
distribuído entre as plantas superiores. Suas únicas fontes comerciais de obtenção é a cana-de-
açúcar e a beterraba
A mistura equimolecular de glicose + frutose obtida pela hidrólise é conhecida como
açúcar invertido.
A maltose é o açúcar resultante da hidrólise parcial do amido enquanto a sua hidrólise total
produz moléculas de glicose. Durante a digestão, o amido se hidrolisa, produzindo moléculas de
maltose que, por sua vez, são hidrolisados em glicose.
A lactose ou açúcar do leite é um dissacarídeo formado por duas unidades de galactose e
glicose, que ocorre no leite de todos os animais na proporção de 4 a 5 % aproximadamente.
Polissacarídeos
Amido
Glicogênio
Pectina
É o polissacarídeo que, junto com a celulose, forma o material estrutural das paredes
celulares dos vegetais. Com o envelhecimento do vegetal, a pectina é enzimaticamente degradada
com perda de rigidez do material estrutural.
As pectinas em água dão soluções altamente viscosas mesmo em baixas concentrações e
na presença de açúcar e ácido formam géis. Em geral, as pectinas produzem géis quando sua
concentração é de apenas 1%.
Vegetais- cereais (arroz, trigo, milho, aveia, cevada), raízes e tubérculos (batata inglesa, batata-
doce, mandioca, beterraba, inhame), leguminosas (feijão), frutas, doces, etc.
1.2.2. PROTEÍNAS
São macromoléculas complexas de alto peso molecular, cujas unidades estruturais básicas
são os aminoácidos, ligados entre si por ligações peptídicas. Esses enlaces são resultados da união
do grupo amino (NH2) de um aminoácido com o grupo carboxílico (COOH) de um outro
aminoácido com a perda de uma molécula de água.
Exemplo:
H H H O H
1.2.2.1. CLASSIFICAÇÃO
Proteínas simples: são aquelas que por hidrólise dão como únicos produtos os aminoácidos
livres. São também chamadas de holoproteínas.
Albuminas: ovalbumina (clara do ovo), lactoalbumina (leite).
Globulinas: miosina (músculo), lactoglobulina (leite), ovoglobulina (ovo).
Prolaminas: gliadina (trigo e centeio), zeína (milho).
Glutelinas: são proteínas encontradas em vegetais, glutenina (trigo).
Quando a farinha de trigo e os demais ingredientes da massa são misturados com água
para homogeneização, há hidratação das proteínas do trigo (gliadinas e gluteninas) as quais
formam um complexo proteíco denominado de glúten.
Proteínas conjugadas: são moléculas mais complexas, combinadas com substâncias não-
protéicas denominadas de grupo prostético, parte não protéica. São também chamadas de
Heteroproteínas. São classificadas de acordo com a natureza do grupo prostético em:
Alimentos Fontes: a quase totalidade das proteínas consumida pelo homem é de origem animal e
vegetal e pequena quantidade é proveniente das chamadas fontes não-convencionais.
As proteínas de origem animal tem como fontes principais as carnes e pescados, leite e
derivados, ovos.
As proteínas de origem vegetais tem como fontes principais: cereais, soja, etc.
A terceira fonte de proteínas, ou seja, as proteínas chamadas não-convencionais, são
aquelas provenientes de microrganismos (leveduras).
1.2.3-LIPÍDIOS
Lipídios simples: são compostos, formados a partir da esterificação de ácidos graxos e álcoois.
a) Óleos e gorduras – são ésteres de glicerol e ácidos graxos chamados de glicerídeos;
Lipídios compostos: são substâncias que contêm além do grupo éster da união do ácido graxo e
glicerol outros grupos na molécula, tais como:
a) Fosfolipídios - compostos que possuem ésteres formados a partir do glicerol, ácidos
graxos, ácido fosfórico e outros grupos, normalmente nitrogenados;
b) Glicolipídios - compostos formados por ácidos graxos, um grupo nitrogenado e um
carboidrato, não contendo grupo fosfórico.
1.3. ENZIMAS
Sítio Ativo
Eficiência Catalítica
Especificidade
Temperatura
Inativação da
enzima pelo
calor
Velocidade de reação
20 40 60
Temperatura (°C)
Ph
3 7 11 Ph
As enzimas, além de seu uso em processos industriais, podem ser empregadas na terapia
clínica, no tratamento de efluentes e como sensores no controle de processos. O uso de enzimas
como catalisadores de processos industriais é, contudo, o de maior importância, representando
mundialmente mais de 80% do volume de vendas do setor. Dentre os 80% , 60% são utilizadas
nas indústrias de alimentos, 10% nas indústrias farmacêuticas, e o restante em outras.
Amilase
Atuam hidrolisando o amido. Intervém igualmente na elaboração da cerveja e na
panificação. Nos produtos de panificação, são utilizadas para aumentar a hidrólise do amido,
rendendo maior quantidade de açúcares metabolizáveis pelas leveduras, alcançando, assim, a
proporção do CO2 necessário para a massa. Na indústria de cerveja é adicionada junto com a
cevada para favorecer a hidrólise do amido e proporcionar, igualmente, açúcares fermentáveis
pelas leveduras. Fonte: cereais germinados, microrganismos.
Invertase
São enzimas que atuam sobre a sacarose, transformando-a em uma mistura de açúcares
redutores (glicose e frutose).
Lactase
Pectinases
São muito importantes nos produtos vegetais, já que, por hidrolisarem as substâncias
pécticas, são responsáveis pelas modificações da textura de frutas e hortaliças durante a
maturação, o armazenamento e o processamento. São também utilizadas para facilitar a filtração
e clarificação de sucos de frutas (laranja, maçã, uva), e vinhos. Dentre os sucos de frutas, o suco
de laranja é o mais comercializado mundialmente. O Brasil é o maior produtor e exportador
mundial de suco de laranja concentrado. Elas são indesejáveis quando contribuem para o
excessivo amolecimento de muitas frutas e hortaliças. Fonte: Vegetais.
Renina
É uma enzima utilizada na elaboração de queijos (coagulação do leite).
Peroxidase
Encontra-se nos produtos vegetais, podendo modificar seu sabor, cor, odor e valor
nutritivo, por degradação oxidativa de diferentes compostos. Poderá ser utilizada para avaliar a
eficiência do branqueamento, já que é uma enzima bastante resistente à inativação pelo calor.
Admite-se que a destruição da peroxidase implica a destruição das outras enzimas menos
termoresistentes.
Lactoperoxidase
É utilizada como índice para saber se o tratamento de pasteurização foi excessivo.
Polifenoloxidases ou Fenolases
Atuam oxidando os compostos fenólicos, dando lugar a compostos pigmentados; são
responsáveis pelo escurecimento enzimático de muitas frutas e hortaliças.
Fosfatase alcalina
É utilizada para avaliar a eficiência da pasteurização do leite.
Lipoxidases ou lipoxigenases
Proteases
Atuam degradando as proteínas por hidrólise das ligações peptídicas. Intervêm no
amaciamento da carne durante a conversão do músculo em carne (catepsinas e calpaínas) e
durante seu posterior armazenamento. Há muitas que atuam nas mudanças pós-morte. No leite,
é preciso destacar a proteólise ácida que contribui para a proteólise durante a maturação de
certos tipos de queijos, sobretudo se o leite não foi pasteurizado.
Papaína
É utilizada no amaciamento de carnes, na eliminação da turbidez da cerveja, ajuda
também na digestão. As proteínas que contém a cerveja já acondicionada tendem a formar
complexos insolúveis com os polifenóis e taninos quando se resfria a cerveja antes do consumo.
Esses complexos podem produzir turbidez indesejada. Para degradar essas proteínas residuais,
emprega-se a papaína e, com isso, evita-se a formação de sedimentos.
Bromelina
Emprega-se para acelerar o processo de maturação da carne e melhorar sua maciez.
Fonte: obtidas a partir, de plantas ou de microrganismos.
Lípases
Liberam ácidos graxos livres a partir dos triglicerídeos, propiciando o aparecimento de
sabores e odores característicos, às vezes desejáveis (alguns tipos de queijos realçando o
flavour) e outras vezes não desejáveis (causando a rancificação hidrolítica).
- Fornecer grande variedade de produtos, para que se possa ter opção de escolha.
Exemplo: ampla variedade de leite de leites fermentados, em particular o iogurte, que se
encontra no mercado (iogurte de frutas, com adoçantes etc);
- Preparar alimentos para indivíduos com necessidades nutritivas especiais, como
crianças, idosos, diabéticos, etc.
- Reduzir as perdas dos alimentos, aumentando a sua disponibilidade;
- Garantir o abastecimento de alimentos nutritivos e seguros para o homem, isentos de
agentes nocivos. Para atingir essa meta, é necessário que os alimentos sejam produzidos com a
máxima higiene e limpeza, que se utilizem boas práticas de fabricação e que se façam ajustes a
certas normas.
As etapas de processo nas indústrias para a elaboração de alimentos abrange várias fases,
desde a colheita, transporte fora da fábrica, limpeza, seleção da matéria prima, até o
Constitui a primeira etapa da utilização da matéria-prima recebida, que vai desde a sua
colheita, transporte fora da fábrica, limpeza, armazenamento, seleção, classificação, moagem.
A limpeza do alimento e a retirada de seus pedaços inaproveitáveis reduzem as cargas
microbianas normais existentes e diminuem a ação de enzimas.
As sujidades como terra, pedaços de corpos estranhos etc. são expurgados durante o
beneficiamento, melhorando o caráter anti-higiênico e evitando danificações nos aparelhos de
fabrico.
Nesta fase a grande preocupação é o cuidado com a matéria-prima. São retiradas as
partes rejeitadas das mesmas, as quais serão aproveitadas para outras aplicações.
- Temperatura ambiente
Causas de
alterações de - Umidade
produtos - Imperfeição da embalagem
armazenados
- Absorção de odores
- Ação de predadores
Umidade
Absorção de odores
A carne quando preparada para embutidos é mais suscetível a absorver odores do que em
peças inteiras ou retalhadas.
Os alimentos qualquer que seja a sua origem e estado estão sujeitos a sofrerem
alterações, deteriorando-se quando não consumidos logo após a colheita ou abate se precauções
não forem tomadas visando sua preservação.
Alterações de alimentos são todas as mudanças que ocorrem nos mesmos podendo afetar
parcial ou totalmente suas características essenciais, por comprometimento de suas qualidades
físicas, químicas e nutritivas.
O crescimento microbiano nos vegetais é favorecido também pela alta atividade de água
(Aw) e baixa acidez. Um dos gêneros mais freqüentemente envolvidos com a deterioração de
vegetais é o Erwinia carotovora.
Os fungos são mais importantes do que as bactérias na deterioração de alimentos de
origem vegetal. O Gênero Botrytis causa a podridão em 26 tipos de vegetais. A deterioração
fúngica de vegetais freqüentemente resulta em áreas de amolecimento e colorações tais como:
verde, cinza, preto, etc.
Os microrganismos hidrolisam a pectina provocando o amolecimento dos vegetais,
produzindo odor desagradável e aparência úmida. Ex: alho, cebola, cenoura, batata, etc.
quantidade variável entre 2 e 17%. O alto teor de água favorece o crescimento de leveduras e
bactérias, mas bolores na superfície. O desenvolvimento de leveduras ou bactérias dependerá da
temperatura de armazenamento do que da composição. A temperatura entre 150C e 350C
favorece o desenvolvimento de leveduras com sabores e odores desagradáveis. Acima de 32-
350C por ser temperatura muito alta para leveduras crescerão lactobacilos. Abaixo de 150C
bolores e leveduras.
As alterações que poderão ocorrer nos sucos: fermentação de ácidos orgânicos do suco
por bactérias láticas; fermentação lática de açúcares por bactérias láticas; produção de
limosidade.
Fermentação de ácidos orgânicos - por bactérias láticas- Lactobacillus pasteurianum, que
transforma ácido málico em ácidos acético e succínico, e ácido cítrico em ácido lático e ácido
acético.
Deterioração do Leite
Deterioração de Carnes
A carne também apresenta uma composição química que a torna excelente meio de
cultura. Alta atividade de água (Aw), é um alimento rico em minerais e substâncias nitrogenadas
e pH favorável para a maioria dos microrganismos. A quantidade e os tipos de microrganismos
que se desenvolverão na carne dependerão das condições de abate e das condições de estresse do
animal.
Mudanças na cor - a cor vermelha da carne pode adquirir tons de verde, marrom ou cinza
devido a produção de H2S em carne crua e H2S, H2O2 (peróxidos) em carne processada por
bactérias, Lactobacillus viridescens, Leuconostoc, Enterococcus faecium, E.faecalis,
enterobactérias (Proteus), Pediococcus;
Rancificação - a rancificação é a alteração das gorduras da carne através da hidrólise da gordura
com liberação de ácidos graxos que também podem ser responsáveis por sabor e odor estranhos
por microrganismos lipolíticos, Pseudomonas, Bacillus, leveduras e bolores. Esses mesmos
microrganismos também são ativos na degradação oxidativa de ácidos graxos produzindo
aldeídos e ácidos conferindo a carne sabor e odor estranhos;
Limosidade superficial - é uma alteração que se dá na superfície das carnes, salsichas.
Enzimas são biocatalisadores que aceleram a velocidade das reações químicas que
acontecem nos animais ou vegetais.
São proteínas que funcionam especificamente como catalisadores das reações biológicas.
Na Ciência e na Tecnologia dos Alimentos as enzimas podem ser usadas como
ferramentas com as quais se produzem mudanças bioquímicas desejáveis nos alimentos ou
podem ser inimigas que temos que destruir, ou pelo menos paralisar, para que as mesmas não
produzam mudanças indesejáveis nos alimentos.
b.1) Escurecimento Enzimático – este tipo de escurecimento ocorre na maioria das frutas e
dos vegetais quando amassados, cortados, machucados ou triturados, rapidamente se tornam
escuros, como exemplos temos: batatas, maçãs, bananas, pêssegos, mangas, abacates, folhas de
chás etc. Nestes casos, o tecido injuriado escurece rapidamente, quando exposto ao ar, devido a
conversão dos compostos fenólicos a melanina marrom, acompanhados de mudanças
indesejáveis na aparência e nas propriedades organolépticas do produto. As enzimas
responsáveis por este escurecimento recebe diferentes denominações, como polifenoloxidase,
polifenolase, fenolase ou PPOs.
Abaixamento do pH, por exemplo, pela adição de ácido cítrico, ácido fosfórico, ácido
ascórbico e málico;
Adição de substâncias redutoras (ácido ascórbico, dióxido de enxofre e seus sais) que
inibam a ação das enzimas.
O dióxido de enxofre e seus sais (sulfito, bissulfito e metabissulfito de sódio) são poderosos
inibidores das enzimas e também preservam a vitamina C. Podem ser utilizados em casos em
que a aplicação do calor resulta em mudanças desfavoráveis da textura e do flavour do produto.
Em processamento de alimentos os sulfitos são os mais utilizados no controle do escurecimento.
Eles atuam inibindo as enzimas. Se utilizado em excesso poderá afetar em um sabor estranho e
problemas de corrosão.
O ácido ascórbico e seus derivados, utilizados isoladamente ou em combinação com ácido
cítrico, são muito empregados na prevenção de escurecimento oxidativo em sucos, antes da
pasteurização. Em maçã a polifenol oxidase se encontra ligada a partículas suspensas no suco;
portanto a centrifugação ou filtração elimina a possibilidade de escurecimento. Antes desta
etapa para evitar o escurecimento do suco é necessário imergir a maçã cortada em solução de
1% de ácido ascórbico.
b.3) Rancificação- os lipídios, por sua estrutura química rica em ácidos graxos, podem sofrer
durante o seu processamento e/ou armazenamento, diferentes transformações químicas as quais
afetam profundamente suas qualidades organolépticas e conseqüentemente sua aceitação.
Dentre estas transformações, duas merecem destaque pela sua influência no aroma, sabor e valor
nutricional dos lipídios: rancificação lipolítica e rancificação oxidativa. A rancidez lipolítica
conhecida também como hidrolítica é resultante da ação de determinadas enzimas (lípases).
Nesta reação são liberados os ácidos graxos saturados de baixo peso molecular, os quais têm
volatilidade suficiente para serem perceptíveis pelo seu cheiro, mesmo em pequenas
quantidades quando livres tais como: o butírico (C4 ), valérico (C5 ), capróico (C6 ).
São comumente atingidos por esse tipo de rancificação a gordura de leite e derivados por
serem extremamente suscetível à lipólise devido à presença de lípases nesses alimentos,
resultando na liberação de ácido butírico, o qual confere características de odor e sabor
indesejáveis.
Os processos empregados para a conservação dos alimentos têm como objetivo oferecer
ao consumidor, produtos alimentícios não só dotados de qualidades nutritivas e sensoriais, mas
principalmente isentos de microrganismos nocivos e suas toxinas.
Assepsia
Na natureza existem numerosos exemplos de assepsia, ou seja, uma proteção tal que não
permite a contaminação do produto por microrganismos.
Se há alguma camada protetora envolvendo o alimento, a decomposição microbiana é
retardada ou evitada.
Como exemplo temos as cascas de nozes, as películas de certas frutas e hortaliças, a
palha do milho, a casca do ovo, a pele e gordura das carnes e peixes, etc.
Filtração
A retirada de partes deterioradas de um alimento contribui não só para evitar que haja
deterioração das partes sadias como também para melhorar o aspecto do alimento acabado.
O calor também destrói os componentes dos alimentos responsáveis por seu sabor, cor,
gosto ou textura, e, como resultado característicos, eles são percebidos como de menor
qualidade e valor. Outro efeito importante do aquecimento é a remoção seletiva de componentes
voláteis do alimento.
Processamento com altas temperaturas e tempos curtos (HTST) podem ser utilizados
para produzir o mesmo nível de destruição de microrganismos ou enzimas em temperaturas
mais baixas durante períodos maiores (LTLT), mas com uma maior manutenção das
características sensoriais e do valor nutricional dos alimentos.
3.3.1. BRANQUEAMENTO
a temperatura de branqueamento;
o método de aquecimento.
O escurecimento enzimático das maçãs e das batatas cortadas também pode ser evitado
pela submersão, antes do tratamento térmico, em uma solução salina, contendo 2,0% de NaCl.
2- Amolecer e inchar os tecidos vegetais, para com isso, dar massa mais uniforme ao
alimento facilitando o enchimento dos recipientes antes do enlatamento;
3- Eliminar quase a totalidade de ar e gases contidos nos tecidos, vegetais (ervilhas),
para que não fiquem retidos antes do fechamento do produto, aumentando a pressão interior das
latas e também evitar oxidações prejudiciais do produto;
4-Inativar as enzimas;
5-Facilitar o descascamento (amolecendo a pele de alguns produtos).
A perda das vitaminas vai depender da maturidade e variedade do alimento, dos métodos
utilizados no preparo do alimento (principalmente do tipo de corte), do sistema de
branqueamento (vapor ou água) e do tempo e temperatura de branqueamento (menores perdas
de vitaminas em temperaturas mais altas por períodos de tempo menores). A perda do ácido
ascórbico é utilizada como um indicador de qualidade do alimento e da severidade do
branqueamento
3.3.2. PASTEURIZAÇÃO
PH < 4,5
PH > 4,5
800c/15 seg
para líquidos ácidos que tem pH<4,5 tais como: vinhos, sucos de frutas,
refrigerantes, cerveja, substratos impróprios à proliferação de bactérias
esporogênicas torna-se sujeito apenas ao crescimento de bolores e leveduras, que
são destruídos pelas temperaturas de pasteurização;
destruir agentes competitivos. Ex.: processos de elaboração de queijos, elimina os
agentes inconvenientes facilitando as fermentações benéficas, com a inoculação
de microrganismos selecionados.
Alguns alimentos líquidos (por exemplo: cerveja e sucos de frutas) são pasteurizados
após serem embalados, ou seja, envasados. Quando o alimento é envasado em recipientes de
vidro, geralmente se utiliza água quente para reduzir o risco de choque térmico na embalagem
(quebra causada pela mudança brusca de temperatura).
Para o caso de cerveja e sucos de frutas os pasteurizadores são geralmente uns túneis os
quais se acham dividido em várias zonas de aquecimento por onde passa os envases. O produto
embalado é aquecido por jatos de água bem finos (atomização) ao atravessar cada zona, para
aumentar a temperatura aos poucos antes que a pasteurização seja concluída. Uma vez
pasteurizados, são resfriados por idêntico procedimento, em outra seção do túnel. Obtêm-se uma
economia no consumo de energia e água pela recirculação da água entre os jatos preaquecidos,
onde a água é resfriada pelo produto que entra e, nas zonas de resfriamento, onde é aquecida
pelo produto quente. Os túneis de vapor possuem a vantagem de promover um aquecimento
mais rápido, com tempos de residência mais curtos e equipamentos menores. As temperaturas
No caso da cerveja logo após o enchimento, é prática comum nas cervejarias submetê-la
ao processo de pasteurização, principalmente quando as embalagens garrafa e lata são utilizados
(no barril, a cerveja normalmente não é pasteurizada e por isso recebe o nome de chope) e em
seguida resfriada visando conferir maior estabilidade ao produto. Graças a este processo, é
possível às cervejarias assegurar uma data de validade ao produto de seis meses após fabricação.
Para a pasteurização em grande escala de líquidos com baixa viscosidade (por exemplo,
leite, sucos de fruta, cervejas e vinhos) os mais empregados são os trocadores de calor de placas.
Alguns produtos tais como: sucos de fruta e vinhos requerem uma desaeração para evitar
alterações oxidativas durante o armazenamento. O trocador de calor de placas consiste de uma
série de finas placas verticais de aço inoxidável. As placas formam canais paralelos pelos quais
o alimento líquido e o meio de aquecimento (água ou vapor) são bombeados através de canais
alternados, normalmente com fluxo em contracorrente.
Existem outros trocadores de calor usados para a pasteurização, por exemplo: trocadores
de calor de tubos concêntricos, mais adequado para alimentos mais viscosos e utilizados para
produtos lácteos, maionese, ketchup e alimentos para bebês.
A vida de prateleira dos alimentos pasteurizados em geral é aumentada por poucos dias
ou semanas, em comparação com os vários meses que se obtêm ao utilizar a esterilização
térmica mais severa. Para assegurar uma vida de prateleira adequada é essencial evitar a
contaminação pós-processamento.
Além das informações sobre a resistência térmica, é necessário coletar dados sobre a
penetração de calor no alimento, para calcular o tempo de processamento necessário para a
esterilidade comercial.
106
Contagem de
sobreviventes
por mL
104 D
103
102
101
0 10 15 20
102
101
Valor D
Z
100
10-1
Por ser a reta de inclinação negativa, utiliza-se a equação acima da forma seguinte:
D1 z
= 10 (T2 -T1 ) (2)
D2
D121°C (T -T ) / z
TL = =10 ref (II)
DT
Com esta equação é possível calcular os valores equivalentes de esterilização (taxa letal)
a qualquer temperatura, desde que se conheça o valor de Z do microrganismo em estudo, por
intermédio da eq.(II).
Pode-se utilizar esta equação para o cálculo dos processos de pasteurização.
A partir desses conceitos vistos pode-se partir para os cálculos dos processos de
esterilização.
método matemático.
Fo = TL x t
Onde:
Exemplos:
Fo = TL x t
Dados; Z=100C
Tr= 1210C
F0=21 minutos
Solução:
a) pH
fácil distribuição;
fácil de controlar a temperatura que se deseja.
Em síntese o calor úmido é um agente bacteriano bem mais potente que o calor seco. A
morte pelo calor seco é devida ao processo oxidativo, enquanto que por calor úmido é devida à
coagulação de proteínas da célula.
4.4.1.TEMPERATURA INICIAL
É o último ponto da lata ou do conteúdo do alimento final. É o ponto onde leva mais
tempo para o alimento atingir a temperatura de esterilização (autoclave). Nos produtos
aquecidos principalmente por convecção, o ponto frio está localizado próximo ao fundo do
recipiente(2/3 do fundo do recipiente no eixo vertical) enquanto que, naqueles aquecidos por
condução, está no centro geométrico do recipiente, sobre o eixo vertical. Quanto mais liquido
for o material, mais o ponto frio se encontra no eixo vertical em posição mais próxima ao fundo
da embalagem. Se houver um aumento da consistência do produto, passando a um estado
pastoso, o ponto frio se desloca para o centro da lata.
O ponto frio depende do tipo de alimento e deve receber o tratamento térmico adequado.
A esterilização comercial é garantida quando o ponto frio atinge a temperatura de
esterilização e permanece por intervalo de tempo requerido para destruir os esporos bacterianos
mais resistentes.
A velocidade de penetração do calor se mede colocando um termopar no centro térmico
de um recipiente (ponto de aquecimento mais lento) e registrando a temperatura ao longo do
processo. Assume-se que todos os pontos do recipiente recebem mais calor e são, portanto,
adequadamente processados, ou seja, processamento suficiente.
Na determinação do ponto frio sabe-se que produtos que se aquecem por condução
possuem o ponto frio no centro geométrico da embalagem e produtos que se aquecem por
convecção têm o ponto frio em local que depende da agitação do produto no interior da
embalagem (geralmente próximo ao fundo do recipiente).
Centro
geométrico
Temperatura de processamento mais altas por tempos mais curtos são possíveis quando o
produto é esterilizado antes de ser envasado em um ambiente estéril em embalagens
previamente esterilizadas. Essa é a base do processo UHT (também denominado processamento
asséptico). Este é usado para uma grande variedade de alimentos líquidos, como leite, sucos e
concentrados de frutas, creme, iogurte, molhos para salada etc. Neste processo asséptico o
produto é esterilizado, resfriado e transportado sob condições estéreis aos recipientes
previamente esterilizados, sendo hermeticamente fechados, ou seja, este método envolve a
esterilização do produto e da embalagem separadamente, colocando-os, em seguida, juntos em
um ambiente estéril. A embalagem estéril é então enchida com o produto estéril, fechada e
selada em uma câmara estéril.
Esse processo é melhor porque pode usar uma temperatura mais alta e o tempo mais
curto proporcionando uma qualidade melhor do alimento, além das condições de processamento
UHT serem independentes do tamanho da embalagem. A alta qualidade de alimentos UHT
compete bem com alimentos resfriados ou congelados, além de possuir uma importante
vantagem: garantir uma vida de prateleira de, no mínimo, seis meses sem refrigeração.
Processamento Asséptico
4.6.1.AQUECIMENTO DO PRODUTO
Uma grande variedade de sistemas de embalagem asséptica está em uso hoje. Estes são
facilmente agrupados pelo tipo de embalagem como segue: latas metálicas, copos plásticos,
recipientes de vidros, recipientes de papelão laminado e de plástico, sacos ou bolsas
preformadas etc.
Como as embalagens são diferentes os sistemas de embalagens também os são.
Exemplos: latas metálicas - usa-se vapor para esterilizar os recipientes; copos de plásticos,
laminados de papelão, sacos plásticos podem usar peróxido de hidrogênio e por irradiação etc.
Sabe-se que qualquer tratamento térmico que se dá aos alimentos poderá acarretar aos
mesmos algumas mudanças, tais como:
- mudança de cor, textura, sabor;
- perda de vitaminas e desnaturação de proteínas;
- oxidação de lipídios (rancidez oxidativa)
- reação de Maillard ou reação de caramelização de açúcar
Enchimento - é uma operação relativamente simples onde basicamente devem ser atendidas as
especificações de espaço-livre e massa definida. É uma etapa que faz parte de qualquer processo
de produção de alimento. Os procedimentos de enchimento poderão ser: manual e mecânico.
A utilização de uma embalagem adequada para um determinado produto deve ser bem
definida, de modo a evitar prejuízos. Por definição, uma embalagem é qualquer receptáculo no
qual um alimento possa ser comodamente colocado, fechado e exposto à venda.
O recipiente deve estar adequadamente preenchido, pois, caso contrário, o excesso de
espaço livre pode criar um grande vácuo após a esterilização. Durante o processo de
resfriamento, poderá ocorrer uma sucção das paredes da lata, dando a impressão de amassada.
Exaustão - esta operação é utilizada apenas para alguns produtos, significa a retirada de ar da
embalagem. O equipamento usado é chamado de exaustores ou pré-aquecedores. É uma
operação exclusiva para conservas em latas ou em recipientes de vidro que, a seguir são
esterilizados.
Os objetivos da exaustão são:
Processamento térmico - é a operação chave de todo o sistema e exige o controle de uma série
de fatores ou pontos críticos.
O principal problema associado ao processamento térmico é o subprocessamento
gerando possibilidades de desenvolvimento do Clostridium botulinum, com risco à saúde
humana, ou de bactérias esporuladas termófilas, com deterioração do produto. Para evitar este
subprocessamento, deve-se levar em consideração: tempo e temperatura do processo,
temperatura inicial do produto, desaeração da autoclave (por esterilização a vapor) e parâmetros
do sistema de esterilização já estudados anteriormente.
Resfriamento - esta operação requer um cuidado muito especial com a água de resfriamento
que deve ser devidamente clorada para evitar recontaminação do produto. A água de
resfriamento deve conter cerca de 1 a 2 ppm de cloro livre. Dosagem muito alta de cloro
provoca corrosão externa da lata.
Armazenamento - a armazenagem deverá ser em lugares frescos, ventilados e secos para evitar
ou prevenir oxidação externa das latas por acúmulo de umidade. Os problemas normalmente
exigem um período de “quarentena” que varia em duração de tempo, em função de suas
características e conforme as exigências das autoridades sanitárias responsáveis pela inspeção da
produção. Durante este período, são realizadas ensaios de incubação a diferentes temperaturas,
geralmente mais elevadas do que o normal, ensaios estes que permitem predizer se as condições
Distribuição - esta operação finaliza todo o processo de transformação industrial dos alimentos,
proporcionando a sua disposição nas empresas que fazem a comercialização do produto no
atacado ou no varejo.
Os principais problemas durante esta operação estão ligados ao transporte e manuseio
inadequados das embalagens podendo acarretar vazamentos e contaminação.
As frutas constituem uma matéria-prima altamente perecível e, por isso, devem ser
processadas o mais rapidamente possível após a colheita. Para a industrialização quando
necessário é recomendável empregar armazenamento refrigerado.
Vários são os métodos de processamento que podem ser empregados para a conservação
de frutas: conservação pelo calor, conservação pelo frio e conservação pelo controle de
umidade.
É uma bebida não fermentada, não concentrada e não diluída, destinada ao consumo,
obtida da fruta madura e sã, ou de parte do vegetal de origem, por processamento tecnológico
adequado.
É o caldo extraído de uma fruta madura e sã, por prensagem ou outro meio qualquer, o
qual é submetido à pasteurização e acondicionado em vidros ou latas e fechado hermeticamente.
O suco não deve conter substâncias estranhas à fruta ou partes do vegetal de origem,
exceto aquelas permitidas por legislação específica. Pode ser adicionado açúcar na quantidade
MARACUJÁ
Quando maduro, o caju é separado da castanha, que é o fruto. Esse processo pode ser
feito manualmente, torcendo-se o caju, ou com a utilização de uma corda de nylon. O caju é
transportado em caixas plásticas e logo que chega à indústria é submetido a vários testes, dentre
eles os de maturação e os testes sanitários, para em seguida serem lançados na linha de
produção.
Depois as frutas passam por uma mesa de seleção, onde são retirados os cajus
impróprios para o processamento. Após a seleção é feita uma nova lavagem com água e cloro. O
caju, então passa por um esguicho de água onde é retirado o excesso de cloro. Daí eles vão
direto para o triturador. A despolpadeira é o processo seguinte, que retira o suco do fruto,
restando apenas o bagaço.
Depois esse suco é refinado e passa por um sistema de hidrociclones, onde são
eliminados possíveis partículas que restaram em todo esse sistema.
Após esse processo o suco vai para os tanques de formulação, e subseqüente para o
engarrafamento. Depois do engarrafamento eles são submetidos à pasteurização, em
temperatura abaixo de 90ºC, e ao resfriamento em temperatura ambiente.
Durante todo processo são feitos controles de acidez, temperatura, seleção das frutas etc.
Ao suco de caju não está se dando a real importância que a fruta merece. O caju é uma
fruta de alto teor nutricional.
Para se ter uma idéia no próprio rótulo do suco é sugerido que ele seja diluído numa
proporção de 1+9, ou seja, uma garrafa de 500mL de suco de caju e nove garrafas de 500mL de
água. Isso produz 5 litros de refrescos, sendo que um copo de 250mL desse refresco oferece
aproximadamente 60% das necessidades diária de vitamina C, que nós precisamos.
Tomando-se dois copos de suco de caju por dia com certeza você suprirá todas essas
necessidades. Além da vitamina C, o suco de caju contém vitamina A, sais minerais diversos e
pequenas concentrações de todos os aminoácidos necessários.
Um dos fatores mais importantes que determinam a qualidade das compotas é a seleção
(grau de maturação). Tamanho, cor, maturação, ausência de manchas ou defeitos causados por
fungos e insetos, textura, sabor são exemplos de atributos de qualidade que podem ser adotados
como critério de seleção.
A quantidade de fruta dentro de cada lata deve ser constante, pois o nível de enchimento
está relacionado com o tratamento térmico: Um superenchimento diminui a transferência de
calor e, consequentemente, exige maior tempo de esterilização.
A calda, também chamada de líquido de cobertura, deve ser usada para preencher o
interstício (espaço entre as unidades), ou seja, encher os espaços entre as frutas eliminando o ar,
o que facilita a transmissão de calor durante o tratamento térmico, e melhora o sabor das frutas.
A adição de calda é feita através da xaropeira a uma temperatura em torno de 750C, para evitar a
deformação da lata e favorecer a transmissão de calor no tratamento térmico.
Este espaço livre deve ser suficiente para absorver a dilatação do produto durante o
aquecimento, a fim de evitar deformação da embalagem.
A legislação fixa que o espaço livre não deve ser maior que 10% do volume da lata.
Para latas de 1000kg o espaço livre não deve ter uma altura máxima de 1,6cm.
RECEPÇÃO
LAVAGEM
CLASSIFICAÇÃO
DESCAROÇAMENTO
RETOQUE
CORTE EM FATIAS
ENCHIMENTO
ADIÇÃO DE CALDA
EXAUSTÃO
RECRAVAÇÃO
ESTERELIZAÇÃO
RESFRIAMENTO
ARMAZENAMENTO
RECEPÇÃO
LAVAGEM
SELEÇÃO
DESCASCAMENTO
CORTE
DRENAGEM
ENCHIMENTO
ADIÇÃO DE CALDA
EXAUSTÃO
RECRAVAÇÃO
ESTERELIZAÇÃO
RESFRIAMENTO
ESTOCAGEM
5.1.4. GELÉIAS
É o produto obtido pela cocção de frutas inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de frutas,
com açúcar e água, e concentrando até consistência gelatinosa, GEL, devido ao equilíbrio entre
a pectina, açúcar e acidez. Geralmente usa-se sucos. A geléia é brilhante e transparente e quando
retirada do vidro, deve tremer sem escorrer. Não deve ser açucarada, pegajosa ou viscosa,
devendo conservar o gosto e aroma da fruta original.
Na elaboração das geléias e doce em massa, a geleificação ocorre devido à presença da
fruta, água, açúcar, ácido e pectina, em condições especiais. Uma combinação adequada, tanto
na quantidade como na ordem de colocação durante o processamento, irá definir a qualidade de
uma geléia.
A relação acidez/pH é considerada o melhor parâmetro para geléias. Abaixo desse nível,
elas se apresentam duras e sofremsinérese ou envelhecimento com oxidação da água, ao passo
que acima de 3,6 não há formação de geléias.
O controle da acidez, na prática, pode ser feito por meio da adição de ácido tartárico na
faixa de 0,5 a 1,0%, dependendo da fruta. Com relação ao ácido fosfórico, consegue-se pH
desejado com baixa acidez, na faixa de 0,2%. No entanto, a quantidade de ácido depende do
poder tampão do suco de fruta que, em alguns casos, pode impedir o processo de geleificação.
O açúcar é um constituinte indispensável para a obtenção das geléias. Quanto maior o poder
geleificante da pectina presente ou adicionada, maior a quantidade de açúcar passível de ser
adicionada dentro dos limites de pH considerados.
0
Brix)AcondicionamentoExaustãoFechamento(Recravação)EsterilizaçãoResfriame
ntoRotulagemEncaixotamentoArmazenagem.
É o produto obtido pelo cozimento da polpa da fruta com açúcar até alcançar uma
consistência desejada. Geralmente usa-se polpa de frutas para doces em massa ou em corte.
A diferença, com relação à elaboração de geléia, é que em vez de se extrair o caldo,
reduz-se a polpa da fruta à massa. Quanto mais desintegrada for a polpa melhor e mais fino será
o doce. Par tanto, faz-se necessário o controle das quantidades de pectina, ácido e açúcar.
A avaliação da quantidade de açúcar é feita pelo teste de pectina no caldo obtido da
polpa, ao passo que a avaliação da necessidade de adição de ácido é referida pela medição do
pH.
Há também equilíbrio entre a pectina, acidez e teor de açúcar.
Efetua-se o cozimento da polpa para extrair a pectina e intivar as enzimas. Além disso, a
cocção tem função de eliminar todo dióxido de enxofre que possa estar contido na plpa. Pode-se
adicionar água à polpa, quando esta se apresentar densa, para facilitar a extração.
O princípio da conservação do doce em massa e geléia baseia-se na incorporação de
agente ligante (açúcar, glicose) associado à remoção de água livre durante a cocção. .
SELEÇÃO
RECEPÇÃO
LAVAGEM
CLASSIFICAÇÃO
PREPARAÇÃO
BRANQUEAMENTO DESPOLPAMENTO
DESPELICULAGEM FORMULAÇÃO
ACONDICIONAMENTO CONCENTRAÇÃO
ESTOQUE RESFRIAMENTO
Conforme o fluxograma acima a diferença entre doce em calda e frutas em calda é que,
no caso do doce as frutas são cozidas em calda concentrada, antes do enlatamento. O processo
de cocção é feito em tacho com aquecimento, cuja calda no final deve ficar com 50 0Brix
aproximadamente.
RECEBIMENTO DO MARACUJÁ
LAVAGEM
SELEÇÃO
CORTE
PASTEURIZAÇÃO
RECRAVAÇÃO
RESFRIAMENTO
IDENTIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO
ARMAZENAMENTO
SUCO
Trituração - os tomates são submetidos a trituração com cuidado para não quebrar as sementes
do mesmo, para que não afete a textura do produto.
Pasteurização - tratamento térmico cuja T = 92 - 98oC, em torno de 130 seg com objetivo de
destruir os microrganismos deterioradores, que neste caso são, leveduras e lactobacilos.
Resfriamento - é feito a temperatura entre 30 - 35oC, utilizando água clorada pelo menos a 3
ppm de cloro livre. Esse processo é importante, pois, se na recravação dos recipientes se houver
alguma falha, poderá penetrar no recipiente quantidade de água, veiculando microrganismos que
poderá deteriorar o produto.
DESCARREGAMENTO E RECEPÇÃO
SELEÇÃO
TRITURAÇÃO Venda
BRANQUEAMENTO ( 95 - 98OC )
Resíduo
DESPOLPAMENTO
REFINAÇÃO Casca e semente Prensagem
CONCENTRAÇÃO ( 70OC )
SUCO
TANQUE DE PREPARAÇÃO
RECRAVAÇÃO
ARMAZENAGEM
PRÉ - RESFRIAMENTO (60OC )
5.2.4. LAVAGEM
Tem como objetivo remover do pescado já tratado, restos sangüíneos, escamas e outras
impurezas, diminuindo bastante a carga bacteriana inicial. A lavagem se constitui assim, numa
fase muito importante e, quando bem efetuada contribui decisivamente para o sucesso das fases
seguintes.
Esta é uma operação que pode ser efetuada automaticamente, por recravadeiras, e
objetiva manter o pescado enlatado, isolado do meio externo. Uma recravadeira defeituosa,
fatalmente contribuirá para a posterior deterioração do enlatado.
5.2.8. ESTERILIZAÇÃO
O resfriamento rápido das latas após a esterilização, se torna necessário, para evitar um
cozimento excessivo do produto e equilibrar as pressões internas das latas, com a pressão do
autoclave.
5.2.10. ROTULAGEM
Estas devem conter indicações sobre as datas de fabricação e detalhes técnicos exigidos
pelas autoridades sanitárias.
5.2.11. ESTOCAGEM
A estocagem do produto pesqueiro enlatado deve ser por 15 dias, na fábrica, antes de ser
lançado ao mercado, pois durante este período, qualquer falha no processo poderá ser
observada.
MATÉRIA - PRIMA
SELEÇÃO
TRATAMENTO
LAVAGEM
ACONDICIONAMENTO EM LATAS
ESTERILIZAÇÃO
RESFRIAMENTO
ROTULAGEM
ESTOCAGEM P. FINAL
Produto de pesca congelado – é aquele que em estado fresco, seja inteiro, cortado,
eviscerado ou não, foi submetido à ação do frio, em equipamentos projetados especificamente,
até conseguir em um tempo determinado uma queda da temperatura no centro geométrico do
produto, a um grau suficientemente baixo para manter a qualidade de origem. A temperatura de
Peixe seco e salgado - é aquele submetido à ação do sal comum e do ar seco, até um
grau de umidade inferior a 50%.
Produto de pesca em conserva - aquele que, com ou sem a adição de outras substâncias
alimentícias ou autorizadas, seja introduzido em embalagens hermeticamente fechadas, e que
foram tratados posteriormente por processos físicos apropriados, de tal forma que se garanta a
sua conservação como produto não perecível.
As sardinhas em caixas são levadas a um depósito cheio de água, para sua lavagem.
Depois, por uma esteira transportada, são levadas em bandejas até uma máquina removedora de
cabeças com o tamanho das latas, eliminando as cabeças e as vísceras.
Depois procede-se à sua imersão em uma solução saturada de sal. O tempo de
permanência na salmoura é fixado de acordo com o conteúdo de sal requerido na sardinha.
Por meio de esteiras transportadoras elas são levadas depois à seção de enlatamento.
Após serem colocadas nas latas, passa-se ao seu cozimento a desidratação parcial.
Em seguida acrescenta-se às latas o molho ou produto correspondente (azeite, tomate
etc.), e as latas são fechadas. São lavadas para eliminar o molho ou produto que tiver sujado a
lata por transbordamento, passando por último as embalagens para uma autoclave para sua
esterilização pelo calor.
As caixas com os peixes são esvaziadas em um depósito com água. O gelo contido nas
caixas fica flutuando nesse depósito e, quando chega a uma determinada quantidade, é eliminado
por uma pá mecânica.
O peixe é tirado de um depósito intermediário, ao qual foi transportado depois de lavado
para ser novamente colocado em caixas, que são pesadas e transportadas até a estação de corte
em filés. Esta operação pode ser feita manualmente ou por máquinas especiais. Após o corte em
filés, será levado por uma esteira transportadora para as máquinas removedoras de escamas. Em
seguida, os filés são lavados sobre uma esteira transportadora, sendo colocados em bandejas para
o seu posterior congelamento. Os subprodutos do corte em filés passam para a seção de
subprodutos, para a produção de farinha e óleo de peixe.
6.TECNOLOGIA DO LEITE
Desde sempre o leite tem sido utilizado na alimentação humana por oferecer uma
equilibrada composição de nutrientes que resulta em elevado valor biológico, é considerado um
dos mais completos alimentos in natura. Industrializado, resulta em diversos tipos para
consumo, devidamente controlados por normas de inspeção industrial e sanitária.
Os sólidos totais (ST) ou extrato seco total (EST) , compreende todos os elementos do
leite, exceto a água e tem em média 12,7%.
As proteínas do leite são compostas pelas caseínas (80% do total de proteínas do leite), e
pelas proteínas do soro (20% do total de proteínas). A palavra caseína deriva do latim caseus,
que quer dizer queijo. É a principal proteína do leite. Por ação do coalho, ou dos ácidos, produz
uma massa coagulada, chamada coalhada que, depois de prensada, salgada e amadurecida, será
transformada em queijo. Quanto maior o teor de caseínas, maior é o rendimento.
A lactose também confere ao leite seu sabor adocicado. Por possuir um grupo aldeído
livre, a lactose é um açúcar redutor e, com isso, pode reagir com substâncias nitrogenadas, e à
redução do valor nutritivo do leite quando a lactose reage com aminoácidos essenciais, como a
lisina e o triptofano desencadeando as Reações de Maillard e levando à formação de compostos
coloridos (melanoidinas), de odores anômalos.
6.2.1. DENSIDADE
Todos os componentes sólidos do leite exceto a gordura, possuem densidade maior que
a da água o que faz com que a densidade do leite oscile entre 1,027 e 1,035g/cm3 sendo
considerada como valor médio à densidade 1,032g/cm3.
6.2.3.PONTO DE EBULIÇÃO
6.2.4.pH
O valor do pH do leite de vaca normal situa-se entre 6,4 a 6,8. Valores acima de 6,8
normalmente indicam infecção no úbere (mastite) e valores abaixo de 6,4 indicam presença de
colostro ou atividade microbiana (formação de ácido lático a partir da lactose).
Produção de gases;
Modificações de cor.
O leite por se tratar de um alimento rico em nutrientes e conter uma certa flora
microbiana sofre processos de deterioração muito rápido, portanto é necessário aplicar técnicas
de conservação para que evite a multiplicação de microrganismos nele existentes.
Durante muito tempo, o costume era ferver o leite para prolongar sua conservação, mas,
posteriormente, esta operação fundamental foi utilizada apenas para evitar a disseminação de
doenças que poderiam ser transmitidas pelo consumo de leite cru. Hoje existem diversos
tratamentos para aumentar sua vida útil que poderá ser pasteurização, ultrapasteurização,
esterilização, secagem, etc. No caso do leite tipo C será a pasteurização.
6.4.1.1. RECEPÇÃO
Sabe-se que um período de 6 horas pode ser suficiente para que a acidez aumente a
níveis indesejáveis.
6.4.1.2. PESAGEM
Caso o leite seja aceito o mesmo será pesado na plataforma de recepção. Esta operação
vai depender da usina, pois tem algumas que executa essa operação nos postos de recebimento
do leite cru.
6.4.1.3. FILTRAÇÃO
Após a pesagem o mesmo é filtrado em filtros constituídos por telas metálicas com o
objetivo de separar as impurezas e detritos do leite. Estes detritos, além de dar mau aspecto, são
focos contínuos de contaminação do leite.
6.4.1.4. RESFRIAMENTO
6.4.1.6. PADRONIZAÇÃO
O leite ao sair dos tanques isotérmicos de leite cru passa por um tanque de equilíbrio,
com a finalidade de controlar a vazão do fluxo de entrada para o pasteurizador.
Hoje existem padronizadoras que não precisam ser desmontadas durante o serviço para
serem limpas, elas fazem a sua própria descarga periódica e no final do expediente não precisa
desmontá-la, é só passar ácidos e soda que ela limpa.
A desnatadeira é regulada para que o teor de gordura seja adequado ao desejado. Como
exemplo: leite integral original da vaca;
Padronizado: 3%;
6.4.1.7. PASTEURIZAÇÃO
Na seção de resfriamento, o leite circula em contra corrente com água gelada, saindo a
uma temperatura de 50C.
É um processo contínuo, mais utilizado quando grandes volumes de leite têm que ser
industrializados.
Nos dois casos o leite pasteurizado deve ser fosfatase alcalina negativo e, recentemente,
a União Européia passou a exigir que seja também lactoperoxidase positivo. Esta enzima é mais
termoresistente (850C, 20 segundos) que a fosfatase alcalina e a sua não-desativação durante a
pasteurização indica que não foram ultrapassadas as condições estabelecidas para o tratamento,
assegurando-se, assim, boa retenção de nutrientes e modificação mínima das propriedades
físico-químicas e sensoriais caso contrário acarreta destruição total de algumas vitaminas e
desnaturação das soroproteínas.
Recomenda-se, portanto, a pesquisa dessas duas enzimas pois elas controlam o grau de
aquecimento do leite.
6.4.1.9. EXPEDIÇÃO
O leite após ser envasado é levado para câmaras frigoríficas cuja temperatura é 50 C,
sendo estocado em caixas plásticas até o momento de sua distribuição.
perdas de nutrientes;
6.12.PERDAS NUTRICIONAIS
PERDAS NUTRICIONAIS
Método
Lisina Vit. C Vit. B1 Vit. B6 Vit. B2
Pasteurização até 2% até 25% até 10% até 10% até 10%
Longa vida até 6% até 30% até 20% até 20% até 20%
Controle físico-químico
Filtração/ Pesagem
Resfriamento
Tanque de equilíbrio
Pré-aquecido a 45°C
Pasteurização (HTST)
Distribuição
Recepção Filtração
Filtração Pesagem
Padronização (T=45°C)
Acondicionamento asséptico
Resfriamento
Pasteurização
Armazenamento
Armazenamento
Embalagem
LEITE UHT
LEITE
ESTERILIZADO
Armazenamento (T≤ 5°C)
Distribuição
LEITE TIPO C
RECEPÇÃO
LAVAGEM
SELEÇÃO
DESCASCAMENTO
CORTE
DRENAGEM
ENCHIMENTO
ADIÇÃO DE CALDA
EXAUSTÃO
RECRAVAÇÃO
ESTERELIZAÇÃO
RESFRIAMENTO
ESTOCAGEM
Homogeneização
Inoculação Acondicionamento
Fermentação (T=42ºC)
Embalagem Resfriamento
Embalagem
Iogurte de
consistência firme
A secagem é uma das práticas mais antigas de conservação de alimentos utilizadas pelo
homem. Alguns alimentos, como os cereais por exemplo, quando são colhidos suficientemente
secos e adequadamente armazenados permanecem em boas condições de consumo e/ou
industrialização por longos períodos de tempo devido ao seu baixo teor de água.
A maioria dos alimentos contém suficiente umidade para permitir a ação de suas
próprias enzimas e de microrganismos que nele se encontram, de modo que, para preservá-los,
faz-se necessária a remoção da maior quantidade de água possível.
A secagem geralmente é conseguida pela remoção da umidade, mas qualquer método
que reduza a quantidade de água disponível em um alimento é uma forma de secagem. Como
exemplo: os peixes podem ser excessivamente salgados de modo que a água é removida de seus
tecidos e retirada pela salmoura formada, tornando-se indisponível aos microrganismos. O
açúcar também pode ser adicionado, como no leite condensado, para reduzir a quantidade de
água disponível. A água pode ser removida dos alimentos por vários métodos, desde as práticas
milenares de secagem ao sol, até os mais sofisticados métodos utilizados na atualidade.
A água é um dos componentes dos alimentos que os microrganismos mais necessitam
para o seu desenvolvimento. A redução da água livre do alimento eleva do alimento a pressão
osmótica do meio e conseqüentemente reduz as condições de desenvolvimento microbiano
como também a atividade das enzimas responsáveis por determinadas alterações nos alimentos.
Portanto, se removermos a água livre dos alimentos evitamos as suas alterações causada por
este agentes deterioradores, ou seja, estaremos inibindo o crescimento microbiano e atividade
enzimática e o produto se conservará por mais tempo.
Os cereais que têm pequeno teor de líquido, com maior facilidade são conservados.
Qualquer que seja o produto, quando exposto ao ar a temperatura e umidade qualquer,
perderá ou ganhará água até atingir uma condição de equilíbrio.
A água nos alimentos pode estar presente nas duas formas: livre e combinada.
Água livre é a água fracamente ligada ao substrato, e que funciona como solvente,
permitindo o crescimento dos microrganismos e reações químicas e que é eliminada com
relativa facilidade. E a água combinada é aquela que se encontra fortemente ligada ao substrato,
mas difícil de ser eliminada e que não é utilizável como solvente e, portanto, não permite o
desenvolvimento de microrganismos e retarda as reações químicas e enzimáticas.
que é dada pela relação entre a pressão de vapor de água em equilíbrio sobre o alimento, e a
pressão de vapor da água pura, à mesma temperatura:
P
Atividade de água (A w ) = 0 Aw 1,0
Po
A água presente nos alimentos exerce uma P que depende da quantidade de água, da
concentração de solutos na água e da temperatura. Evidentemente, se não há solutos, como é o
caso da água pura, a relação entre as pressões é a unidade; conseqüentemente à atividade de
água de todos os alimentos é sempre inferior a um.
Alimentos ricos em água Aw > 0.9 - poderão formar soluções diluídas com componentes do
alimento que servirão de substrato para os microrganismos poderem crescer. Nessa diluição, as
reações químicas e enzimáticas podem ter sua velocidade diminuída pela baixa concentração
dos reagentes. Alimentos nessas condições sofrem facilmente contaminação microbiológica.
Café - 5%
Carne – 65 a 75%
Frutas e Vegetais – 70 – 90%
Leite em pó – 4 –5%
Mel – 20%
Pão – 35%
Peixe – 70 –80%
É uma operação unitária mediante a qual se elimina a maior parte de água dos alimentos
por redução de sua atividade de água.
É um processo de conservação de alimentos que visa remover a sua água livre pelo
mecanismo de evaporação, difusão ou capilaridade, impossibilitando o crescimento de
microrganismos e reações enzimáticas.
Secagem é a operação unitária através da qual a água ou qualquer outro líquido é
removido de um material.
O objetivo principal da secagem consiste em prolongar a vida útil dos alimentos por
redução de sua atividade de água.
a) Conservar o alimento por mais tempo tendo em vista que há uma diminuição no seu
conteúdo de água consequentemente estaremos criando condições desfavoráveis para o
crescimento microbiano;
b) Pela evaporação da água nos alimentos, os nutrientes dos mesmos irão se concentrar,
como é o caso do leite (maior teor protéico e cálcico), de carnes (percentagem mais elevada de
proteína).
c) Os alimentos apresentam redução no seu peso e volume proporcionando barateamento
de embalagens em tamanho e quantidade, transporte e estocagem . Em média 1000 quilos de
frutas frescas fornecem 200 quilos de frutas secas.
d) Menor mão-de-obra na elaboração dos produtos, do que nos demais processos; há menor
gasto de quantidade, tamanho, número e qualidade do material de embalagem ; redução de
espaço ocupado pelo produto, durante o transporte e o armazenamento.
e) O alimento desidratado é leve, compacto, fácil de transportar, além de manter o sabor
inalterado por longos períodos.
f) Para o pequeno produtor, a desidratação permite o aproveitamento de toda a produção,
ajudando a comercializar produtos fora da época e consequentemente facilitando a estocagem.
Em síntese as vantagens da secagem são:
reduzir o volume e peso do produto;
A secagem natural é feita, por exposição do alimento à luz solar. Para grandes
quantidades de alimentos, tal tratamento é quase inexeqüível, pois depende de fatores que são
incontroláveis e imprevisíveis, tais como clima, insetos, roedores etc.
A secagem ao sol, principalmente com objetivo industrial, não pode ser feita em
qualquer local; a operação deverá ser realizada em regiões de clima quente, de pouca umidade e
escassa de precipitações pluviométricas.
É recomendável em regiões com dias consecutivos de sol e uma temperatura média de
32 a 400C, desde que haja baixa umidade relativa do ar e baixo índice de poluição.
O local reservado para a secagem dos alimentos deve ser cercado com o objetivo de
evitar a presença de animais, como também deve situar-se distante das vias de acesso,
principalmente por causa dos problemas da contaminação ambiental, provocada pela presença
do homem.
Para este processo são usadas construções com piso de cimento ou de pedregulho, que
irradiam calor, e dotados de suportes (cavaletes ou armações) para os tabuleiros, que devem ser
dispostos de modo a sofrerem uma boa irradiação e permitirem a fácil circulação de ar quente
sobre e entre os mesmos.
Os tabuleiros são colocados uns sobre os outros, com espaço suficiente para assegurar a
ventilação do produto e com possibilidade de se colocar uma tela para proteger o mesmo de
insetos, pós, etc. São feitos de madeira e telas metálicas ou de nylon, comportando peso
variáveis de frutas, conforme a espécie a dessecar.
O tempo necessário para a secagem depende, da maior ou menor porcentagem de água
do produto e da maior ou menor irradiação solar, podendo demorar até 12 dias.
Tanto os produtos de origem animal como os de origem vegetal podem ser conservados
pela secagem ao sol. Em geral dentre os produtos de origem animal os mais comuns são a carne
de sol, o charque e os peixes salgados secos e os de origem vegetal mais comuns são as frutas,
cereais, leguminosas, condimentos e especiarias. No Nordeste, praticamente toda a produção de
feijão e milho seco, é obtida pela secagem ao sol, devido as condições climáticas favoráveis.
Esta secagem é feita na própria planta ou em piso de terra batida ou cimento.
a qualidade do alimento pode não ser boa devido ao tempo longo e temperatura baixa.
boa aparência - determinadas frutas quando desidratadas ao sol ficam com uma cor
muito bonita, principalmente se forem tratadas com dióxido de enxofre, objetivando
inativar enzimas e, conseqüentemente, prevenir escurecimentos indesejáveis.
área pequena;
tempo curto.
7.5.3. DESVANTAGENS
alto custo.
Existem diversos tipos de secadores que podem ser usados na desidratação de alimentos,
secadores de cabine, secadores de túnel, atomizadores (spray-drying), contato (tambor), leito
fluidizado, leito de jorro. A escolha de um determinado secador depende da natureza da matéria
prima, do produto final a ser obtido, dos aspectos econômicos e das condições de operação. De
modo geral, os secadores podem ser divididos em duas categorias distintas. Os secadores
adiabáticos e os secadores por contato.
Os secadores adiabáticos são aqueles que fornecem o calor por meio de ar quente. O ar
em contato com o alimento libera calor, ao mesmo tempo em que conduz, para fora da câmara,
o vapor de água que se forma. Neste grupo podem ser incluídos os secadores de cabine,
São constituídos de uma câmara que recebe as bandejas com o produto a secar.
Os alimentos são colocados em bandejas ou prateleiras e o ar quente é insuflado para
dentro da câmara por meio de ventiladores o qual passa por um sistema de aquecimento
(resistência elétrica, por exemplo) como mostra a figura. O ar passa através das bandejas e
7.5.8.2.SECADOR DE TÚNEL
evaporação da água;
Neste caso, o calor não é levado ao alimento através do ar e sim através de uma
superfície metálica qualquer, parada ou em movimento.
Neste princípio o tipo mais comum é o secador de tambor.
Todo secador tem que ter um meio para aquecer o ar e este tem que estar em circulação e
suportes para colocar o alimento (havendo algumas exceções, atomizador).
acondicionamento fechamentoarmazenagem.
Selecionam-se as frutas de boa qualidade, que devem ser lavadas em água corrente para
eliminação de todas as impurezas. Retiram-se talos, folhas e cortam-se partes muito maduras.
Antes do corte ou perfuração da fruta, a mesma pode ser descascada ou descaroçada, isto vai
depender da fruta a ser desidratada. A casca costuma conservar melhor o sabor após a
desidratação e ajuda a manter o valor nutritivo do alimento, porém dificulta a evaporação da
umidade natural durante o processo de secagem. Entretanto algumas frutas precisam ser
descascadas, como é o caso da banana e do abacaxi. Descaroçar as frutas também pode diminuir
o tempo de secagem.
7.7.2. CORTE
7.7.3. PERFURAÇÃO
7.7.5. DESIDRATAÇÃO
As frutas são colocadas nos secadores cuja temperatura e tempo de secagem irá depender
de cada fruta.
7.7.6. EMBALAGEM
Costuma-se dar preferência aos sacos plásticos de polipropileno que possam ser selados
mecanicamente. Este cuidado evita a penetração da umidade do ar. Se a fruta permanecer
exposta durante muito tempo, tenderá a absorver novamente umidade e poderá apodrecer. O
ideal seria embalar as frutas em quantidades menores, de modo que possam ser consumidas em
um curto espaço de tempo após a embalagem ter sido aberta.
7.7.7. ARMAZENAGEM
Ameixa
Seleção- Deve-se dar preferência às ameixas bem maduras, doces frescas e sem
manchas. Preparação- Após lavar e secar bem as frutas, costuma-se armazená-las em
refrigerador regulado entre 1 e 30C até o momento de utilização. Pré-tratamento- Não há
necessidade de pré-tratar ameixas, uma vez que demonstram ser frutas resistentes e facilmente
adaptáveis ao processo de desidratação.
Secagem- Sugere-se a utilização do desidratador regulado a 700C durante 1 ou 2 horas,
passando a seguir para 55 ou 600C, que deverão ser mantidos até o final da secagem.
Banana
Seleção- Deve-se dar preferência às frutas que estiverem bem maduras sem, no entanto,
apresentar pintas pardas na casca.
Preparação- Neste caso, o descasque da fruta é obrigatório. A polpa pode ser desidratada
inteira ou cortada em tiras ou rodelas de 1 a 1,5 cm de espessura, caso se deseje reduzir o tempo
de desidratação.
Pré-tratamento- Imergir as frutas numa solução de bissulfito e ácido cítrico por alguns
minutos, antes da desidratação, de modo a torná-la mais resistente a armazenagem. Para
acentuar o sabor da banana desidratada, pode-se submergir a fruta numa solução de mel e limão
antes da secagem.
Secagem- Sugere-se a secagem num desidratador regulado a 700C nas primeiras duas
horas, passando a 600C, até o final do processo.
Caju
Uva
Preparação- Lava-se bem a fruta em água, separando os bagos que porventura estejam
deteriorados. É indiferente manter os cachos inteiros ou trabalhar com uvas soltas.
Pré-tratamento- É possível optar entre pré-tratar ou não as uvas. O pré-tratamento,
no entanto, costuma reduzir consideravelmente o tempo de secagem, seja ao sol ou ao
desidratador. O pré-tratamento básico para uvas consiste na imersão numa solução de 3g de
hidróxido de sódio por litro de água em ebulição por 10 segundos.
Secagem- Em geral, as uvas desidratam muito bem ao sol, porém exigem umidade
relativa do ar abaixo de 40%, muito sol e temperatura em torno de 350C. Optando-se pelo
desidratador, deve-se regulá-lo a 650C durante todo o período de secagem, que é de 15 a 20
horas. A umidade do produto final deverá oscilar entre 15 a 20%.
7.13. REIDRATAÇÃO
A fruta bem desidratada em geral não necessita de reidratação, porém caso se deseje
aplicar este processo, sugere-se o seguinte:
Mergulhar as frutas secas em água fervente ou suco de fruta quente por 5 a 10 minutos;
Cobrir por algumas horas as frutas com leite ou suco de frutas frio até repor a umidade
original;
Submeter as frutas desidratadas a banho de vapor, em recipiente perfurado que não toque
a água, por 3 a 5 minutos.
8.1. REFRIGERAÇÃO
Cada alimento tem uma temperatura ótima de refrigeração. Em geral, os tecidos animais,
o leite e os ovos devem ser armazenados em temperatura entre -1 e 1ºC, sendo interessante
manter a temperatura mais próxima de 0ºC. As frutas e as hortaliças têm o intervalo de
temperatura de armazenamento muito mais amplo, dependendo da espécie e variedade. As
frutas, as verduras e os legumes devem ser conservados ao redor de 10ºC, pois estes são
sensíveis a temperaturas mais baixas, queimando as folhas e provocando manchas nas frutas.
Na refrigeração, a temperatura da câmara onde se encontram os produtos que devem ser
conservados não é tão baixa e quase nunca inferior a 0oC, obtendo-se assim uma conservação
por dias ou semanas, dependendo do produto.
A refrigeração evita o crescimento dos microrganismos termófilos e dos mesófilos.
Alguns psicrófilos são capazes de alterar os alimentos mantidos em refrigeração, porém não há
microrganismos psicrófilos que sejam patógenos e desenvolvam em temperaturas abaixo de
3,3oC.
A refrigeração, portanto, retarda as transformações enzimáticas e microbiológicas e
reduz a respiração dos alimentos frescos. A velocidade de resfriação da fruta fresca não se
mantém necessariamente constante com relação à temperatura de armazenamento. A
O2
Carboidratos reagem com ác. orgânicas CO2 + H2O + Calor
Processo de respiração
a) A aplicação do frio deve ser feita o mais breve possível após a colheita para evitar perdas
pela deterioração microbiana, e modificações decorrentes de reações enzimáticas, ou o
preparo dos alimentos ou abate do animal;
b) Durante todo o tempo, desde a colheita ou preparo até o consumo, a conservação não pode
ser interrompido;
c) O alimento deve ser sadio, pois o frio não restitui uma qualidade perdida.
Temperatura de armazenamento
oscilações maiores que 1oC. Para isto torna-se necessário conhecer os fatores que poderão
quantas vezes será aberta a porta de entrada e tipo e quantidade de produtos que serão
armazenados na câmara de refrigeração.
Circulação do Ar e umidade
Atmosfera de Armazenamento
O dano frio pode acarretar: escurecimento interno e/ou externo, picaduras e manchas na
casca ou o apodrecimento e impossibilidade de amadurecimento das frutas. Esse dano ocorre
nas bananas quando armazenadas em temperaturas abaixo de 13ºC, e em certas variedades de
maçãs abaixo de 1ºC. Os demais alimentos não constituídos por tecidos (ovos, leite, dentre
outros), são considerados, fisiologicamente, inativos, e embora sejam susceptíveis de alteração
em diferentes graus, mantém durante mais tempo seus atributos de qualidade quando
refrigerados em temperatura próxima ao seu congelamento. O pão é uma exceção, visto que a
refrigeração acelera bastante seu endurecimento devido à retrogradação do amido (cristalização
da amilopectina).
As carnes e aves são alimentos que se estragam rapidamente e que oferecem riscos à
saúde quando mal conservadas. Duram em média entre 2 e 4 dias quando conservadas em
geladeira.
No caso do animal ele deve ter uma reserva de glicogênio para a conversão em ácido
lático. Com isto mantêm a sua qualidade.
Mudanças de flavour entre muitos tipos de alimentos podem ocorrer se eles forem
estocados juntos. Ex.: manteiga e leite, que absorvem odores de peixes e frutas. Como nem
sempre é possível separá-los, recomenda-se uma embalagem efetiva.
Perdas da doçura no caso de milho verde devido a síntese do amido do açúcar.
Destruição de vitaminas. Ex.: aspargo perde 50% de vitamina C em sete dias a 32oF e
outras vitaminas.
TABELAS
8.2. CONGELAÇÃO
Congeladores por ar
Aparece quando o alimento a ser congelado é colocado em contato com uma placa
resfriada por uma substância refrigerante; quando é colocado dentro de uma lata que será
submersa no refrigerante ou ainda quando é colocado dentro de caixas de papelão ou cartolina
colocadas em placas de metal resfriado. Essas placas podem ser fixas ou móveis e a salmoura
refrigerante imóvel ou com movimento turbulento. Dependendo da temperatura do líquido
refrigerante, tamanho da embalagem e tipo de alimento, o tempo de congelação é de 1 a 2 horas.
Algumas frutas e carnes podem ser congelados e armazenados por longos períodos de
tempo, sem tratamento especial para deter a atividade da enzima. A maioria das hortaliças e
muitos produtos derivados do leite devem ser aquecidos para destruir as enzimas que poderiam
tornar os produtos congelados inaceitáveis.
Nos alimentos altamente protéicos, como a carne e o peixe, a congelação é feita sem
prévio aquecimento porque as proteínas desnaturadas pelo calor não congelam bem. Certas
frutas, como pêssego e maçã, contêm polifenoloxidases que podem ocasionar escurecimento na
presença do oxigênio. O escurecimento pode ser impedido tratando-se a fruta cortada em fatias,
antes da congelação, com gás sulfuroso, ácido ascórbico, com ou sem açucar.
Refrigeração Congelação
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