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Amável filho, quase mortas estão a sabedoria, a caridade e a devoção, e poucos são os
homens que se encontram na finalidade para a qual Nosso Senhor Deus os criou. Não
existe mais o fervor e a devoção que costumava existir nos tempos dos apóstolos e dos
mártires que, por conhecerem e amarem a Deus, definhavam e morriam. Convém você
ir se maravilhar no lugar donde a caridade e a devoção se foram. Vá pelo mundo e
maravilhe-se dos homens que cessam de amar e conhecer a Deus. Que toda sua vida
seja no amor e no conhecimento de Deus e que você chore pelas faltas dos homens que
ignoram e deixam de amar a Deus. (RAMON LLULL, “O Livro das Maravilhas”, OS,
1989, vol. 2: 19-20).
Obediente a seu pai, Félix se despediu com a graça e a bênção de Deus. Com
essa doutrina paterna, como bom medieval ele peregrinou e peregrinou: andou
pelos bosques, pelos montes e planícies, pelos lugares ermos e povoados,
encontrou príncipes e cavaleiros pelos castelos e cidades, e em todos os lugares
“se maravilhava com as maravilhas que existem no mundo”. Perguntava o que
não entendia, explicava o que sabia e metia-se em trabalhos e perigos para
fazer reverência e honra a Deus.
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18/07/2020 A noção de pecado e os sete pecados capitais no Livro das Maravilhas (1288-1289) de Ramon Llull | Idade Média - Prof. Dr. Ricar…
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18/07/2020 A noção de pecado e os sete pecados capitais no Livro das Maravilhas (1288-1289) de Ramon Llull | Idade Média - Prof. Dr. Ricar…
Havia um rei que amava os deleites deste mundo e menosprezava a glória do outro
século. Aquele rei fora ordenado rei para ter justiça na terra, mas tinha a intenção de ser
rei para ter abundância de dinheiros, de honramentos e de deleites, como caçar, se
divertir, comer, beber, vestir e ter deleites carnais. O rei fazia todas essas coisas e não
cuidava da justiça, e assim seu reino se destruía porque não tinha regente. Este rei
pecava porque invertia a intenção pela qual era rei. (RAMON LLULL, “O Livro das
Maravilhas”, OS, 1989, vol. 2, Livro VIII, cap. 113: 362)
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Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 84, detalhe)
A gula (ou glutonia) é voraz e nunca se sacia.
As iluminuras desse famoso Livro de Horas estão sempre divididas em dois espaços. No primeiro
plano, acima, sempre ocupando um espaço maior, há a representação do pecado capital, sempre
sob a forma cavaleiresca - um personagem montado, ocupando uma sala. Trata-se de uma cena de
interiores em que o motivo cavaleiresco é caricaturado às últimas conseqüências. Aqui o cavaleiro
é um gordo burguês que monta um peludo javali, não um nobre corcel. Na cena abaixo, a seguir, o
artista sempre retrata o caos provocado pelo pecado na sociedade humana, na sociedade de corte.
São sempre cenas nobres, em que os personagens estão tomados, possuídos pelos baixos instintos
pecaminosos, sempre com o demônio em cena, instigando homens e mulheres. Na iluminura da
gula, um banquete e seus excessos: à esquerda, uma mulher segura a cabeça de um homem, que
vomita para, a seguir, comer novamente. À direita, a mesa tem pão e galinha; todos bebem e se
empanturram muito.
O pecado tenta especialmente aquele que não peca, aquele que anda reto.
Havia um príncipe que amava tanto a temperança que mandara colocar em seu
copo predileto a inscrição “temperança e gula” para que, sempre que se
sentasse à mesa para comer e beber, se lembrasse daquela virtude oposta à
gula. Um dia, no entanto, o príncipe comeu e bebeu demais, e a gula ainda o
fez pegar mais um pedaço de carne. Quando estava com o pedaço de carne em
uma das mãos, sua consciência o trouxe à razão e ele se perguntou o que valia
mais, Deus e a temperança, a longa vida e a saúde ou a gula, a doença, a morte
e a ira divina. Depois dessa consideração, o príncipe largou o pedaço de carne e
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agradeceu ao Senhor o fato de ter recebido a temperança, e com ela poder amá-
Lo, temê-Lo e servi-Lo. (RAMON LLULL, “O Livro das Maravilhas”, OS, 1989,
vol. 2, Livro VIII, cap. 69: 231)
Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 91, detalhe)
A avareza é gananciosa, tem fome de dinheiro.
O cavaleiro monta um lobo escancaradamente voraz, símbolo do apetite do avaro pelo dinheiro.
Ele exibe e entorna sua bolsa vermelha cheia de moedas (outra, preta, está igualmente cheia, em
sua cintura); o diabo está a seu lado. Na cena abaixo, oito personagens avaros em um quarto: na
cama, um rico-homem conta suas moedas, ao centro, uma senhora, com sua negra bolsa de
moedas à mostra, ensina às suas jovens pupilas como serem avaras; à esquerda, uma espécie de
competição: quem tem a bolsa mais cheia?
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Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 98, detalhe)
A luxúria se encanta consigo mesma e desordena o mundo.
O cavaleiro agora é um jovem, muito bem vestido, de longos cabelos cacheados. Com longas
esporas - símbolo fálico - e montado em um bode com grandes testículos (personificação da
luxúria), ele traz um pássaro (não um falcão), que seduz com seu canto. Na cena inferior, o diabo,
de nome Smodeus, tem agora longos chifres. Com sua mão direita, ele parece impulsionar seu
pecado: no centro da cena, uma mulher é assediada por três homens (um a agarra por trás);
exibida, ela parece gostar muito da corte da luxúria. À direita, uma senhora é violentada por um
homem. Ela tenta repeli-lo, mas ele é forte e a domina, tocando-a em suas partes íntimas. Uma
jovem de vestido vermelho assiste a tudo, extasiada.
Esse servo de Deus era um pecador porque amava uma senhora casada,
virtuosa e amante da castidade. Muitas vezes o bispo pediu a ela que fizesse a
sua vontade, mas a boa senhora lhe repelia, dizendo que não daria uma ovelha
ao lobo. O bispo insistia, e tinha um cuidado tão grande com ela que a deixava
enojada. Para dar um basta a essa situação, a senhora levou o iludido bispo a
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...que ele desejava que ela estivesse na ira de Deus, de seu marido e de seus amigos, na
blasfêmia das gentes, que fosse inimiga da castidade e submetida à luxúria. O bispo
sentiu vergonha e contrição, e maravilhou-se com sua grande loucura, com a grande
castidade e virtude da senhora, e tornou-se um homem justo e de santa vida.
Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 97, detalhe)
A preguiça alonga o tempo e retarda o trabalho.
Ninguém consegue fazer nada: deprimido, o cavalo está inerte no chão; o viajante tenta
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inutilmente erguê-lo. Abaixo, o diabo, de amarelo, incita o mundo à inércia. Todos estão cansados
e não cumprem seu ofício. A fiadeira dorme, seu cão também; o alfaiate não corta o tecido: o
mundo está parado.
Havia um burguês muito rico e honrado em uma cidade. Aquele burguês vivia de suas
rendas e não fazia nada além de comer, beber e fazer tudo o que desejava. Como o
burguês não fazia nada útil, não tinha nenhuma diligência, estava ocioso todos os dias
e, por causa dessa ociosidade, sentia-se sempre triste e desgostoso. Por essa tristeza e
desgosto, esteve acidioso, tendo prazer com o mal e desprazer com o bem. Do desprazer
que tinha com o mal, lhe vinha um desprazer quando o mal não era maior e do bem
que desamava lhe vinha pesar e tristeza quando o bem era muito grande. Assim, de
todas as maneiras, esse burguês estava submetido ao trabalho e à tristeza por causa da
ociosidade e acídia que tinha. (RAMON LLULL, “O Livro das Maravilhas”, OS, 1989, vol.
2, Livro VIII, cap. 72: 239)
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Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 84, detalhe)
O orgulho (a soberba) se embevece.
Montado em um nobre e vigoroso leão, o cavaleiro contempla sua própria beleza refletida em um
espelho. Abaixo. o gordo diabo tem uma grossa corrente azul com uma maça dourada e
pontiaguda envolvendo seu pescoço. Ele aponta para a vaidosa sociedade humana: homens - e
especialmente mulheres - sentem-se superiores. A soberba é a rainha e raiz de todos os pecados.
Havia um camponês que tinha uma bela mulher que era de linhagem nobre. Aquele
camponês amava muito sua mulher, a vestia bem, a fazia estar ociosa e dava-lhe o
melhor de comer, mais que para si. A mulher do camponês, por se ver bela, por ser de
linhagem nobre e vendo que o camponês a honrava mais que a si mesmo, era orgulhosa
e menosprezava seu marido, pelo qual menosprezo caiu no pecado da luxúria. O
camponês se maravilhou muito por sua mulher ser tão orgulhosa, e maravilhou-se
como ela era mais orgulhosa quanto mais ele a amava e a honrava. (RAMON LLULL, “O
Livro das Maravilhas”, OS, 1989, vol. 2, Livro VIII, cap. 73: 243)
Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 86, detalhe)
A inveja queima, envenena e dói.
O invejoso cavalga, exibido, com um corvo nas mãos. Na cena inferior, o diabo amarelo exibe três
homens que murmuram, corroídos de inveja, a riqueza do burguês. "O princípio da inveja é
impedir a glória alheia, que é o que entristece o invejoso, e isto se faz diminuindo o bem do outro
ou falando mal dele; disfarçadamente, pela murmuração, ou abertamente, com a detração. Ela
mata os pequenos, pois o medíocre acha que a prosperidade do outro impede a sua, o que é
próprio de almas pequenas (Tomás de Aquino).
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Livro de Horas (c. 1475) de Robinet Testard (França, 149 x 107 mm, M. 1001, fol. 88, detalhe)
A ira enlouquece o mundo.
O Leviatã - diabo negro com asas vermelhas - incita o irado, que, montado em um horrendo lobo,
se mata com uma facada no peito e ao mesmo tempo come uma maçã. Abaixo, todos lutam: as
mulheres se ofendem e blasfemam, os cães se mordem, os homens se matam. A ira causa a rixa e
corrompe as relações sociais.
Um dia aconteceu dele estar falando sobre aquele negócio com um prelado, que o
escarneceu e riu de suas palavras, menosprezando-as e desconsiderando-as. Muito se
maravilhou aquele homem com o prelado, que tão pouco pregava a honra a Deus, e
começou a sentir ira e sofrimento em seu coração. Enquanto sentia ira e sofrimento, ele
se maravilhou fortemente como poderia sentir ira se desejava e tratava de um negócio
tão nobre, e pensou que aquela ira fosse um vício.
Por longo tempo o bom homem considerou isso com o qual se maravilhava e recorreu à
paciência, para que ela lhe ajudasse com aquela ira que suportava, mas a paciência não
lhe ajudou. O bom homem relembrou a paciência de Cristo e dos apóstolos, e então a
ira na qual se encontrava se multiplicou fortemente, pois quanto mais relembrava a
paciência de Cristo e dos apóstolos mais fortemente via que o prelado era
dessemelhante a Cristo e culpado.
Maravilhou-se o bom homem como a paciência não vencia sua ira e não expulsava de
seu coração o sofrimento que suportava. Por longo tempo aquele homem se maravilhou
com isso, até que entendeu que aquela ira não era um vício, pois se fosse, não
concordaria com a paciência. (RAMON LLULL, “O Livro das Maravilhas”, OS, 1989, vol.
2, Livro VIII, cap. 75: 249)
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(1) Aconteceu certa vez que dois homens que iam para um Concílio geral [de Vienne,
em 1311) se encontraram no caminho; um deles era clérigo, o outro leigo. O clérigo
perguntou o nome ao leigo, e ele lhe respondeu: “– Ramon Llull.”
(2) Disse o clérigo: “– Ramon, já ouvi muito falar que vós sois um grande fantástico.
Vejamos, diga-me, o que irás pedir nesse Concílio?”
(3) Disse Ramon: “– Busco três coisas. Em primeiro lugar, que o senhor papa e os
reverendos cardeais desejem fundar estudos nos quais se aprendam diversos idiomas,
de maneira que, depois, os estudantes se espalhem por todos os lugares do mundo,
pregando, como está ordenado nos santos Evangelhos de Deus [Mc 16, 15], e que tal
ordenação perdure até que todos os infiéis tenham vindo para a fé dos cristãos. Em
segundo lugar, que o senhor papa e os cardeais estabeleçam uma única ordem geral que
inclua todos os monges cavaleiros, e que todos permaneçam no outro lado do mar
lutando contra os infiéis até que a Terra Santa seja restituída aos cristãos. E em terceiro
lugar, que o papa e os cardeais desejem ordenar que os erros de Averróis propagados em
Paris sejam totalmente extirpados, já que por culpa deles nossa santíssima fé padece de
muitos males”.
(4) Assim que o clérigo ouviu aquelas palavras, explodiu ruidosamente em uma
gargalhada e disse: “– Ramon, eu pensava que fôsseis um fantástico, mas agora,
realmente, por vossas palavras, vejo que não sois somente um fantástico, mas um
superfantástico!”
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18/07/2020 A noção de pecado e os sete pecados capitais no Livro das Maravilhas (1288-1289) de Ramon Llull | Idade Média - Prof. Dr. Ricar…
Com tanta resistência às suas propostas, é natural que Ramon Llull tenha
inserido em suas obras alguns dos momentos em que mais sofreu o desprezo e
a zombaria dos seus, fosse para ilustrar ainda melhor sua narrativa, fosse para
lhe servir como válvula de escape para as tensões a que se expunha. No
entanto, o trecho selecionado do Livro das Maravilhas mostra que Ramon Llull
entendia sua ira como uma virtude, pois ele lutava contra a impiedade do
prelado e sua falta de zelo, e enraivecer-se contra o mal é um bem, é uma
virtude. A teoria das paixões em Ramon é muito rica: segundo o beato,
conforme os motivos, as paixões podem ser boas ou más.
IX. Conclusão
Os sete pecados capitais formavam uma das ferramentas de investigação
da Arte luliana. (FIDORA, 2002: 67) Base de sua constante busca da realidade, a
descrição dos pecados está presente em praticamente todos os escritos do
beato maiorquino. Sua ética acompanhou seu objetivo que era, como o de todo
bom reformador social do século XIII, fazer com que o povo se enamorasse das
virtudes e odiasse os pecados. (DOMÍNGUEZ REBOIRAS, 1990: xxvi) Por esse
motivo, o Livro das Maravilhas possui um espaço tão grande para a descrição e
o combate dos pecados com as virtudes, motivo maior da redação dos textos de
Ramon Llull.
*
Fontes
RAIMUNDO LÚLIO. Escritos Antiaverroístas. Porto Alegre: Edipucrs, 2001.
RAMON LLULL. “Llibre d’Intenció”. In: Obres de Ramon Llull (ed. Moss.
Salvador Galmés) (ORL). Palma de Mallorca: 1935, volume XVIII, pp. 03-66.
Bibliogra a
BADIA, Lola, BONNER, Anthony. Ramón Llull: Vida, Pensamiento y obra
literária. Barcelona: Quaderns Crema, 1992.
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