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Teste Arte e Sociedade

7488 Leonor da Silva Martins

1)
Conheço, por eperiência direta, o mundo da ilustração e criação de “merch”
(mercadoria) e venda do mesmo em locais próprios, como por exemplo, exposições,
convenções e feiras de arte. Este sistema é bastante simples, muito pessoal e direto
no qual o ilustrador pode vender artigos muito simples e desenhados por ele.
O artista cria “designs” que são ilustrações que podem ser tornadas em
autocolantes, pins, camisolas, pendantes, jóias, impressões de ilustrações de alta
definição em papel de qualidade superior. Também podem ser vendidos trabalhos
originais e únicos, como desenhos em papel ou pinturas em tela.
A ilustração é criada consoante o seu destino. Por exemplo, se o artista procura criar
um pin de botão redondo para os clientes pregarem na roupa, é criado um desenho
numa base redonda. Assim a peça artística é quase sempre criada com as dimensões
e formas específicas para um produto final.
Com o “design criado” o artista procura serviços de impressão e fábricas que
produzem os objetos necessários para criar o produto. São encomedadas várias
peças. Podem ser 10, 20 ou até 100. Isto depende de onde os produtos serão
vendidos, da quantidade de dias em que ocorre o evento onde venderá as suas
peças ou até mesmo do orçamento disponível. O “design” é então utilizado e
impresso, gravado ou transformado em peças que podem ser vendidas. Os locais de
venda variam muito, uns sendo físicos, outros sendo virtuais. Existem feiras em que
os artistas se podem inscrever, com datas específicas. Os ilustradores devem jogar
com estas datas e criar e obter os produtos para disponibilizar nos eventos. As peças
criadas para estes acontecimentos são feitas ao gosto do criador, podem ser
baseadas em algo popular para que haja um bom número de clientes, ou em algo
mais pessoal. Assim é possível expressar os nossos sentimentos ou até dar
conhecimento de algo ou atenção para alguma causa importante.
Na minha experiência, notei que o contacto direto com clientes e colecionadores de
arte é algo fundamental, não só porque nos ajuda a compreender melhor as
preferências do público, mas também porque existe uma ligação comprador-artista,
criando relações fortes que ajudam nos negócios. Estas relações de amizade não só
se aplicam a clientes, mas também a colegas de trabalho e também a organizadores
de eventos que nos podem ajudar se ouverem problemas ou dúvidas.
Existe uma forte ligação entre a minha arte e a sociedade. Uma precisa da outra.

4) Penso que vejo a minha carreira e o meu caminho com alguma positividade. No
entanto, noto que, mesmo estando a crescer gradualmente, hoje em dia não é dada
a importância necessária aos artistas. Será necessário algum esforço da minha parte
para poder ser reconhecida.
Há uma relação recíproca entre a sociedade e a arte. O ambiente social em redor
influencia a produção artística assim como a arte condiciona o contexto social.
Tendo isto em conta, existem muitas causas pelas quais devemos lutar, sendo que a
arte é um excelente meio de divulgação. Assim, acredito que existe um lugar para
mim, ao dar a conhecer estas causas e educar pessoas com o meu trabalho, visto
que a arte desempenha um importante papel na coesão social e nos rituais da
sociedade.
Continuarei a expor, a vender trabalhos e “merch”, a aceitar encomendas, mas
acredito que devo agarrar todas as oportunidades e não me limitar a só uma ou
duas coisas. A tecnologia está a evoluir, fazendo parte da vida de cada vez mais
pessoas e tornando a arte mais acessível. É aí que também posso ser útil, como por
exemplo, criando personagens e conceitos para jogos.
A arte é, agora mais do que nunca, um produto comercial. É a consequência da
indústria que se gerou à volta da cultura. Compra-se e vende-se, valoriza-se e
desvaloriza-se, sempre em função dos gostos e sensibilidades. Assim seguimos os
padrões e dinâmica da sociedade. Satisfazemos e, ao mesmo tempo, inquietamos.
Calcamos os limites, confortamos e seguimos a corrente da sociedade que nos segue
também. É assim que a arte e a sociedade se movem, “de mão dada”. É assim que
me devo mover.

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