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PLANO DE AULA

Universidade Federal de Pernambuco


Centro de Educação
Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino
Educação Patrimonial
Alunos: Danilo Cavalcante, Ewerton Diego, Julio Garcia, Luciano Abreu, e
Markus Machel
Profª: Danielle Camelo

Turmas: 1º ano do Ensino Médio


Tema: A escravidão negra e os processos de resistências
Faixa etária: 15-16anos.
Tempo: 50 minutos.

TÍTULO: O coco de senzala e a atuação de Zé Negão na preservação do


patrimônio e da memória

APRESENTAÇÃO

Durante o Período Colonial, os escravos negros sofreram com


inúmeros atos de violência física e simbólica. Como ilustrou Jean Baptiste
Debret (1768-1848), castigos brutais eram aplicados aos escravos que
tentavam fugir ou participar de algum movimento de resistência. Foram nessas
organizações de luta contra o sistema de escravidão que floresceram os
quilombos e que revoltas foram articuladas como estratégia de alcançar a
liberdade. Neste contexto se insere o coco de senzala, um ato de resistência
contínua, dentre tantos outros, ao sofrimento dos castigos, do trabalho forçado,
da negação de liberdades aos corpos e consciências. O coco surge, então, do
desejo de fuga expressa através do ritmo e de letras que denunciam os
horrores da escravidão, e expressa a inteligência negra em não se submeter
integralmente aos desmandos do senhor da Casa Grande. O coco de senzala
não se restringiu ao espaço-tempo do período colonial. Mestre Zé Negão, neto
de escravizados, reconhecido como Griô de tradição oral pelo Ministério da
Culutra em 2008, ainda hoje promove um resgate histórico desta manifestação
cultural e de resistência, em um ato de preservação da memória dos que
resistiram, de não deixar silenciar essa luta diante de uma história que a tenta
negar.

JUSTIFICATIVA:
A formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e
sequestros de senhores, paralisações e sabotagens foram formas legítimas de
resistência negra contra as políticas de domínio durante os séculos de
escravidão no Brasil. Ademais, manifestações culturais também serviram como
fortes instrumentos de rejeição às crueldades impostas, como foi o caso do
coco de senzala.

Hoje, o coco de senzala se apresenta como a preservação de um


patrimônio de resistência negra que se originou no período colonial. É
imperativo que, no momento atual, o aluno o conheça e o reconheça como
constitutivo de uma ideia e mecanismo de resistência na construção do
processo de escravidão e da sua herança.

Nessa busca de reconstrução da identidade brasileira, é importante


descortinar os símbolos históricos que fortalecem o não silenciamento dos
processos de resistência dos grupos marginalizados pelas elites tradicionais. O
coco de senzala é um patrimônio que permite aumentar a compreensão de
como a história brasileira é forjada através dos livros e da historiografia, dando
voz a alguns sujeitos e silenciando outros. O coco de senzala permite que
cada aluno atribua o seu próprio sentido a esse lugar da história, e
compreenda o seu lugar na história, o que o justifica no processo educativo-
formativo.

OBJETIVOS:

Geral:
 Analisar a partir do coco de senzala, como se deu a construção dos
movimentos de resistência durante a escravidão dos negros no Brasil
Colonial.

Específicos:
 Analisar o Período Colonial sob a perspectiva da resistência dos
escravizados
 Entender as motivações dos que aderiam à resistência
 Observar o modo com que estes movimentos se organizavam
 Analisar os seus impactos.
 Compreender o conceito de Patrimônio Histórico;
 Refletir sobre a importância do coco de senzala enquanto
Patrimônio Histórico

CONTEÚDOS:
 Escravidão;
 Resistência;
 O conceito de patrimônio histórico;
 Mestre Zé Negrão;
 Coco de senzala

RECURSOS DIDÁTICOS:
 Piloto;
 Apagador;
 Quadro;
 Datashow

METODOLOGIA DE ENSINO:

A aula terá um caráter misto, considerando que será expositiva e


dialogada. Com o auxílio do material disponibilizado (piloto, apagador, quadro e
datashow), a proposta é procurar promover uma explanação sobre a temática
em questão e nos momentos oportunos haver uma análise de textos e de
artifícios imagéticos em conjunto, no intuito de desenvolver a curiosidade pelo
conhecimento patrimonial e histórico. Deste modo, a aula se dará como um
espaço de alternância, tendo o professor como facilitador das aprendizagens,
mas também reforçando a importância da participação do alunado no processo
de construção da aula.
ESTRATÉGIAS CRONOMETRADAS:

 1º Momento: Organização da sala e escrita de tópicos que trabalhem o


assunto no quadro; (5 min)
 2º Momento: Com o objetivo de diagnosticar o conhecimento prévio
sobre o tema, os alunos serão questionados sobre as formas de
resistências dos escravizados. Ex: Quais motivações levaram os
escravizados a tal ação? (10 min)
 3º Momento: Explanação do conteúdo a partir dos tópicos, trabalhando
os temas a serem discutidos;(18 min);
 4° Momento: apresentação de um vídeo com Zê Negrão cantando o
coco da senzala; (2min.)
 5° Momento: Após a exposição do conteúdo e retirada de dúvidas sobre
o tema, acontecerá um momento reflexivo, norteado pela questão: “Qual
a importância de um patrimônio histórico?” (10 min)

AVALIAÇÃO:

As avaliações serão divididas em categorias:


 Individual - para verificar a sistematização dos conteúdos trabalhados
em sala de aula (trabalho escrito).
 Em grupo – A partir da experiência vivida em sala de aula, de acordo
com os tópicos trabalhados e as observações próprias de cada
estudante, os alunos poderão optar por elaborar um mapa mental sobre
o tema da aula, em grupos de até 04 pessoas ou apresentar um
seminário sobre um patrimônio histórico do período holandês à sua
escolha, em grupos de até 5 pessoas.
A média será construída a partir de duas notas principais: AV.1
(Produção de trabalho individual) e AV.2 (média dos trabalhos em grupo)

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

A relevância do coco de senzala enquanto patrimônio histórico, reside


nas formas como a manifestação se apresenta no contexto histórico que
ocupa. O coco de senzala atua como objeto-explicador dos processos de
resistência negra durante a escravidão colonial e de como uma manifestação
cultural pode ter um significado além-do-simbólico. Dessa forma, não só
demonstra o seu inestimável valor para história do Brasil, como também um
símbolo para as populações locais.

BIBLIOGRAFIA:
 KORK, Gloria Porto. A Escravidão no Brasil Colonial - Coleção
Que História É Esta ?. São Paulo: Editora Saraiva, 2012
 PEREIRA, Souza. Sambada da Laia, coco, mestres e música
negra de resistência e reconhecimento. Disponível em:
<https://revistaphilos.com/2017/11/20/sambada-da-laia-coco-
mestres-e-musica-negra-de-resistencia-e-reconhecimento-por-
souza-pereira/>. Acesso em: 22 nov 2018.
 QUEVEDO, Julio. A Escravidao no Brasil - Coleção Para
Conhecer Melhor. São Paulo: Editora FTD, 2015.

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