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WINGS ESCOLA DE AVIAÇÃO CIVIL COMISSÁRIOS DE VOO
Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
Prezado aluno(a),
A Wings Escola de Aviação está desde 1997 profissionalizando alunos para a aviação
civil. Desde o princípio se destaca pela excelência na formação de seus alunos, e pelos ótimos
resultados destes nas avaliações da ANAC, muitos ex-alunos Wings hoje trabalham em
renomadas empresas aéreas do Brasil e exterior.
Nosso corpo docente é formado por profissionais graduados por grandes universidades
e possuem ampla experiência na aviação global, dessa forma as nossas aulas são ricas em
conteúdo e o aluno sai realmente preparado ao final do seu curso. Com imensa satisfação
estamos lhe fornecendo esse material didático para estudos! Este material foi revisado e é
sempre atualizado para que você, aluno(a) WINGS, receba o que há de melhor!
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WINGS ESCOLA DE AVIAÇÃO CIVIL COMISSÁRIOS DE VOO
Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
REGULAMENTO DO CURSO DE
COMISSÁRIOS DE VOO
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
- Pré-Requisitos.
Idade mínima 18 anos ou a completar até o término do curso. Escolaridade Ensino médio completo
(2º Grau).
• 1 foto 3x4;
• Cópia simples do RG, CPF, Título de Eleitor e Certificado de Reservista (para homens).
• Cópia Autenticada do Certificado de Conclusão do Ensino Médio;
• Cópia do Certificado Médico Aeronáutico (CMA) que deverá ser entregue até 30 dias após a
efetivação da matrícula.
• Cópia do Comprovante de endereço em nome do aluno;
• Preenchimento de ficha de matrícula fornecida pela Escola.
Obs.: O aluno terá prazo máximo de 10 dias a partir da realização da matrícula para a entrega
de toda a documentação exigida que ainda estiver pendente, do contrário terá a sua matrícula
cancelada. A única exceção será o CMA onde o aluno terá 30 dias após a matrícula para a
entrega do mesmo.
- Uniforme.
A Wings Escola de Aviação Civil, seguindo os critérios de todas as Companhias Aéreas, adota
uniforme para os alunos de Comissário de Voo.
O uniforme será entregue ao aluno, após a solicitação e pagamento do mesmo, no prazo médio de
30 (trinta) dias. Até a entrega do mesmo o aluno deverá obrigatoriamente vir com traje social no
seguinte padrão:
PARA AS ALUNAS
Blazer preto (caso queira retirar o blazer o mesmo deverá ser usado dobrado junto ao braço
esquerdo), blusa ou camisa branca com manga (sem decote), calça social preta longa, saia
preta abaixo do joelho, sapato preto liso sem detalhes, fechado com salto alto de no máximo
5 (cinco) centímetros, meia calça fina, fios 15, 20 ou 40, cabelo devidamente preso em rabo
de cavalo ou coque baixo, trança com comprimento não ultrapassando a metade das costas
(altura do sutiã), maquiada, unhas pintadas na cor nude, branco ou vermelho e brincos no
lóbulo da orelha ou no máximo um centímetro da orelha (é permitida a utilização de
apenas um brinco em cada orelha). Não são permitidos piercings nem tatuagens aparentes.
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
PARA OS ALUNOS
Terno de cor escura (caso queiram retirar o blazer o mesmo deverá ser usado dobrado
junto ao braço esquerdo), calça social preta, sapato social preto fechado, com meia preta,
camisa social azul clara e gravata preta. O aluno deverá ainda, estar barbeado, com o cabelo
curto e penteado, sem brinco e piercing.
Todos os trajes deverão ser utilizados com botton ao lado esquerdo do peito e crachá, pois
fazem parte do uniforme da Escola.
Em caso de perda ou roubo do crachá (caso haja) o aluno deverá comunicar imediatamente à
secretaria da Escola e deverá pagar a taxa vigente para a reposição de cada crachá extraviado.
Não é permitido no interior da escola ou fora desta, o uso de apenas algumas partes do uniforme,
ou seja, cada aluno mesmo estando fora da WINGS deverá trajar o uniforme completo ou trajar
qualquer outra vestimenta que não o uniforme ou parte dele.
Sempre que estiver de uniforme o aluno deverá manter os bons costumes, postura, respeito e
educação para com todos os seus semelhantes, não será tolerado atitudes opostas à estas, dessa
forma o aluno concorda que jamais poderá ingerir bebida alcóolica assim como quaisquer atos que
o desabone ou mesmo desabone à escola enquanto estiver com o uniforme da WINGS.
- Programação Sequencial
Os cursos serão ministrados nos períodos matutino das 09:00 às 12:00, à noite das 19:30 às 22:30
(São Paulo) e 19:00 às 22:00 (Sorocaba), de segunda à quinta-feira com duração aproximada de 03
(três) meses e meio. Serão ministradas também turmas aos sábados das 08:00 às 17:00 com
duração aproximada de 05 (cinco) meses e turma intensiva de segunda à sexta-feira, das 08:30 às
17:30 com duração de até 45 dias corridos. A critério da escola o curso poderá ter o seu final
prorrogado, respeitando-se, no entanto, a carga horária mínima prevista pela Agência Nacional de
Aviação Civil - ANAC.
Cabe ao aluno respeitar e cumprir o horário de entrada, intervalo e saída das aulas. A escola tolera
15 (quinze) minutos após o horário de início das aulas para alunos que por ventura chegarem
atrasados poderem adentrar em sala, o mesmo não será permitido para alunos que chegarem no
horário e permanecerem fora da sala sem justo motivo; após esse período de tolerância o aluno
deverá aguardar o horário de intervalo para poder ingressar em aula; neste caso, o aluno terá
presença na lista de chamada somente na segunda aula.
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O horário de intervalo para todos os cursos é de 10 (dez) minutos e a tolerância limite para
regresso em sala de aula será de mais 05 (cinco) minutos. O aluno que desrespeitar esse
limite estará dispensado e ficará com falta na segunda aula. Para turmas de sábado o
intervalo de almoço será de 01 (uma) hora e a tolerância limite de atraso permanece em
05 (cinco) minutos para o regresso. O aluno que desrespeitar essa tolerância ficará com
falta no segundo período do curso.
- Certificado de Conclusão
Para o(a) aluno(a) será emitido o Certificado de Conclusão do Curso. Cada
certificado terá numeração própria para controle interno e para controle da
ANAC. Para a retirada do certificado o aluno ou seu representante legal deverá
assinar o livro de entrega de certificados, o representante deverá trazer
procuração reconhecida em cartório para a retirada. O certificado será emitido
no prazo médio de 30 dias após a conclusão do curso.
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- Reprovação do CMA.
A não obtenção do CMA por incapacidade física tem como consequência a impossibilidade de
obtenção da licença pretendida inicialmente e isenta a Wings Escola de Aviação Civil e a Agencia
Nacional de Aviação Civil - ANAC de qualquer responsabilidade decorrente de uma eventual não
obtenção do CMA.
- Celular
É proibido o uso de celular em sala de aula, cabendo a critério do professor solicitar
a retirada do aluno da sala de aula, caso atrapalhe o aprendizado de outros alunos
em sala de aula. O aluno(a) que desrespeitar essa norma estará dispensado e ficará
com falta injustificada na aula. O celular poderá ser usado somente para acessar a
apostila, exceto em dia de provas, testes e afins.
- Comportamento e Vocabulário
• Não será aceito conversas em volume exagerado, palavras de calão e linguajar
inapropriado.
• Não será aceito qualquer tipo de desrespeito com os membros do corpo docente e
discente.
• É proibido mascar chiclete e comer em sala de aula ou local inapropriado dentro da
instituição.
• É recomendável que os(as) alunos(as) verifiquem sempre o quadro de avisos da Escola para
se informar sobre o calendário de aula e novos avisos em geral.
• A escola não se responsabiliza por objetos de valor, materiais, documentos, ou quaisquer
outros que o(a) aluno(a) deixar nas dependências da mesma.
• O presente regimento poderá ser alterado sempre que a experiência determinar, sendo
submetido à apreciação do órgão competente. Os(as) alunos(as), através de seus pais ou
responsáveis, deverão declarar no ato de admissão, que conhecem o Regimento do curso
pretendido e que concordam com os seus termos.
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Regras Do Treinamento:
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ÍNDICE
Comissários de Voo .....................................................................................................Pág. 14
o Etiqueta .....................................................................................................................Pág. 17
o Regras de Etiqueta ....................................................................................................Pág. 19
o Etiqueta Corporativa .................................................................................................Pág. 22
o Etiqueta Aplicada na Profissão de Comissário de Voo .............................................Pág. 26
o Postura .......................................................................................................................Pág. 34
Bloco I .........................................................................................................................Pág. 37
o Prevenção e Combate ao Fogo .................................................................................Pág. 38
o Emergências a Bordo .................................................................................................Pág. 53
o Sobrevivência na Selva ..............................................................................................Pág. 107
o Sobrevivência no Mar ................................................................................................Pág. 141
o Sobrevivência no Gelo ...............................................................................................Pág. 158
o Sobrevivência no Deserto ..........................................................................................Pág. 165
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COMISSÁRIOS
DE VOO
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COMISSÁRIOS DE VOO
• 1940 com a segunda Guerra Mundial, as empresas começaram a contratar mulheres com
nível superior, porém com o mesmo padrão.
• 1950 a profissão de aeromoça era considerada um sonho entre a maioria das moças.
• 1970 as organizações sindicais começam a lutar por direitos e com isso surgem as
primeiras contratações de homens, mudando o termo Aeromoça para Comissário de
bordo.
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É claro que o papel de anfitrião a bordo é de suma importância e aí um outro aspecto é relevante
nessa carreira: o preparo psicológico. Pelas características do voo, é comum o passageiro não estar
à vontade e isso pode acarretar alterações de comportamento. Cabe ao Comissário saber
identificá-las e tomar as atitudes convenientes para mantê-lo relaxado.
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS
• Bom Humor;
• Entusiasmo;
• Espírito de Servir;
• Humildade;
• Personalidade Participativa;
• Facilidade de Relacionamento;
• Apresentação Pessoal;
• Proatividade;
• Subordinação à Hierarquia;
• Idioma;
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Etiqueta
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Deve-se aos gregos Sócrates e Aristóteles, no século III a.C., o conceito de educação, moral e
civismo. O cristianismo, desde a sua adoção como religião oficial do Império Romano, no século
IV, até o final da Idade Média, deteve o monopólio da educação, caraterizada por ideias de
comportamento moral hierarquizado e ritualizado, também pela dogmatização do saber.
O século XII é o tempo da Cavalaria, das Universidades e da Nova Burguesia. Nessa época, surge o
conceito de CORTESIA. No Renascimento, aparece o humanismo libertado da representação
religiosa. Em 1530, Erasmo escreve a “Civilidade Pueril” e Baltazar de Castiglione publica, em 1528,
o “Manual do Cortesão”, primeiras obras a abordar regras de cortesia.
A época Barroca é marcada pela ritualização da vida em sociedade determinada pelas influências
da corte de Luís XIV. É desse tempo a etiqueta e a politesse. No século XVIII, Jean Jacques Rousseau
publica “Emile”, o primeiro livro que reflete sobre a criança e sua educação.
A Revolução Francesa trouxe o conceito de igualdade social, mais tarde alterada no período
napoleônico pelos seus novos elitismos. No século XIX, tempo da Revolução Industrial e da
democratização, assiste-se às mudanças de atitudes em relação aos ideais de comportamento em
sociedade. Com as novas divisões políticas na Europa, entra em cena o conceito de protocolo.
Proliferam os livros sobre etiqueta e saber estar. Depois das duas guerras mundiais verifica-se a
ruptura radical com o século XIX.
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REGRAS
DE ETIQUETA
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REGRAS DE ETIQUETA
São um conjunto de regras convencionadas para ajudar o relacionamento entre as pessoas. Está
dividida em Etiqueta Corporativa e Etiqueta Social, além de outras subdivisões menores, como
Etiqueta à mesa e a recente Netiqueta. O conceito de etiqueta está intimamente ligado ao ato de
Cortesia, porém vai além, sendo uma forma de a pessoa que pratica determinado código de
etiqueta demonstrar esta cortesia, bem como boas-maneiras. Normalmente, a etiqueta não é
escrita, embora diversos especialistas em etiqueta tenham posteriormente escrito seus livros
sobre essas regras. A etiqueta usualmente reflete fórmulas de conduta às quais a tradição da
sociedade consolidou.
Especialistas em etiqueta entendem que ainda que os conceitos de educação e respeito sejam
universais, cada grupo tem sua forma peculiar de demonstrar esses sentimentos, e o melhor
caminho seria respeitar as diferenças.
A etiqueta enquanto regra, situa-se exclusivamente no campo moral, não sendo regulada por leis
ou decretos, sendo às infrações a determinado código de etiqueta punidas apenas no âmbito
social.
“DICAS”
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ETIQUETA
CORPORATIVA
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ETIQUETA CORPORATIVA
As regras podem variar bastante de acordo com o lugar e área de atuação, mas,
independentemente de mais ou menos formal, todas as profissões requerem comportamentos
básicos.
Vestuário feminino
As mulheres têm uma possibilidade maior de errar do que os homens, já que possuem grande
diversidade de vestuário. Quando uma empresa adota um uniforme este problema é sanado.
Algumas regras básicas devem ser obedecidas quanto ao uso deste uniforme:
O uniforme deverá estar sempre bem conservado, passado e limpo. Estar uniformizado significa
estar vestindo todas as partes que o compõe. Se for necessário trocar de roupa faça-o
inteiramente. O cabelo deve estar sempre bem conservado e limpo. As unhas devem estar sempre
bem aparadas e pintadas, pois na aviação a unha pintada faz parte da utilização do uniforme.
Evite: saltos muito finos, roupas muito ajustadas que marquem as roupas íntimas e maquiagem
muito carregada. Maquiagem para trabalhar não é maquiagem para festa, portanto, não exagere
para não parecer vulgar.
POSTURA – PÁGINA 17
Vestuário masculino
O homem deve mostrar, sempre, que está em dia com a higiene pessoal. O ideal é que a roupa
tenha, no final do dia, o mesmo aspecto que tinha pela manhã. O uniforme geralmente é social,
com gravata e manga longa. O terno é obrigatório e deve estar sempre limpo, conservado e bem
passado, se não estiver vestindo, carregue-o dobrado sobre o braço esquerdo. O cabelo deve estar
sempre limpo, bem cortado e arrumado, lembre-se de que a aviação segue padrões da
aeronáutica.
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Evite: barba por fazer, gravatas com manchas, uniforme rasgado, desfiado ou desbotado, sapatos
mal engraxados.
- Horários:
- Celulares:
Durante as aulas, coloque o celular no silencioso e deixe as ligações para
serem recebidas pela caixa postal. Mesmo quando colocado no modo
vibratório, o telefone pode fazer barulho, portanto, cheque se ele está
totalmente silencioso. Se for um assunto urgente, desculpe-se com seus
colegas e saia da sala. Ninguém precisa ouvir você falando ou vê-lo
escrevendo torpedos.
- Redes Socias:
Se não puder dizer algo que acrescente, melhor não dizer.
Cuidado com o que você escreve ou comenta em redes sociais.
Muitas empresas as utilizam como forma de avaliação do
perfil do candidato.
- Primeiras Impressões:
Comunique-se com todo o corpo: Quando alguém entra na
sala sorria, cumprimente e olhe nos olhos. Quando tiver que
apertar a mão de alguém, tenha um aperto de mão firme
sem esmagar os dedos da outra pessoa. Quando requisitado,
faça uma apresentação de 30 segundos sobre quem você é e
o que você faz. Sempre ouça a outra pessoa atentamente –
não interrompa e não monopolize a conversa.
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- Piadas:
Humor é um tema complicado no ambiente de trabalho. Nunca faça
comentários sobre religião, gênero, raça ou preferência sexual. Não envie piadas
por e-mail ou WhatsApp para conhecidos do trabalho. Você pode pensar que elas
são hilárias, mas nem todo mundo pode achar o mesmo.
- Confidencialidade:
Se um colega te conta algo pessoal, guarde segredo. Se ele quiser que outras pessoas saibam, ele
mesmo contará. Não faça fofocas sobre ex-funcionários ou colegas da empresa. As pessoas
pensarão que você fará o mesmo com elas.
- Ouvir:
Ouvir significa mais do que esperar sua vez de
falar. Concentre-se nas palavras da outra pessoa
e não se distraia, para não perder algum ponto
importante. Resista ao impulso de falar quando
alguém faz uma pausa, porque ela pode estar
apenas procurando uma palavra. Espere um
momento, e então fale. Mostre atenção com a
linguagem corporal: Sorria, concorde ou
discorde, conforme o caso. Da mesma forma, quando falar ao telefone, use interjeições que
confirmem que você compreende o que é dito.
- Negatividade:
Negatividade é como um vírus – ela se expande e se espalha. Por outro lado, negar um problema
óbvio também não é produtivo – é melhor identificar o que está errado e colaborar para uma
solução.
- Politica Corporativa:
Cuidado com colegas muito ambiciosos, que podem fazer tudo para crescer na carreira, mesmo
que isso envolva dizer coisas deselegantes e mentiras sobre colegas. Mantenha um
relacionamento cordial e profissional com seus chefes e colegas. Seja amigável e aberto, mas não
dívida detalhes íntimos sobre sua vida pessoal – um pouco de distância psicológica é saudável.
- Em Reuniões:
Sempre peça permissão antes de colocar a ligação em viva voz. Não é apenas etiqueta: não o fazer
pode ter consequências legais. Se há muitas pessoas na sala ou se as pessoas não se conhecem,
apresente-se antes de falar. Fale claramente e devagar. Faça uma pausa para se certificar de que
o outro terminou a sua fala. Aparelhos de viva voz podem cortar a voz às vezes.
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A função de um Comissário de Voo é receber bem os passageiros e lhes dar todo o conforto
necessário durante o voo. O Comissário é também um técnico em segurança, ou seja, responsável
pelo cumprimento das normas e procedimentos de segurança no avião. Para isso ele recebe
treinamento de sobrevivência na selva e no mar, primeiros socorros, etc., além de familiarização
com os equipamentos de emergência disponíveis dentro de cada tipo de aeronave.
É claro que o papel de anfitrião a bordo é de suma importância e aí um outro aspecto é relevante
nessa carreira: o preparo psicológico.
É comum o passageiro não estar à vontade a bordo e isso pode acarretar alterações de
comportamento. Cabe ao Comissário saber identificá-las e tomar as atitudes convenientes para
mantê-lo relaxado. Não é uma tarefa fácil já que são centenas de pessoas diferentes, com receios
e reações imprevisíveis. Por tanto é importante demonstrar equilíbrio, autoridade e simpatia ao
mesmo tempo, sem deixar a elegância de lado.
A sua fisionomia num momento mais crítico servirá de referência para acalmar os passageiros.
Devemos considerar o Serviço de Bordo de grande importância, por estar diretamente, ligado ao
dia-a-dia do Comissário. Este é o trabalho que exercerá durante a maior parte do tempo e o
colocará em contato direto com o passageiro, durante a viagem.
APRESENTAÇÃO PESSOAL
• Ter boa aparência, manter a autoestima sempre elevada, saber que precisa não só cuidar de seu
visual, como ter maneiras condizentes com as diferentes circunstâncias, quer no convívio social
como profissional.
• Cuidados com a higiene pessoal (corporal e bucal).
• Cuidados com a pele.
• Manter a relação peso / altura.
• Hábitos saudáveis.
• Estar com a fisionomia agradável
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• Roupas limpas.
• Sapatos engraxados.
COMUNICAÇÃO
• Ter boa comunicação verbal (evitar gírias, palavrões, manter o volume de voz num nível
agradável).
• Utilizar expressões tais como: Bom Dia, Boa Noite, Com Licença, Bom Apetite, Desculpe,
Obrigada, Posso Ajudá-lo, deverão fazer parte do seu dia-a-dia.
• Usar sempre a forma de tratamento “Senhor” e “Senhora” para com pax, mesmo que estes
pareçam muito jovens.
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UNIFORME
PROCEDIMENTOS DE ROTINA
A Aeronave é o local onde passamos a maior parte do nosso tempo, devemos fazer dela um
ambiente agradável.
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GALLEYS
LAVATÓRIOS
• Dirija-se ao pax como se ele fosse a única pessoa presente naquele instante.
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polêmica. Assim como tipos de alimentos, vestuário, trejeitos locais, sotaques, etc.
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PESSOAS FAMOSAS
COMPROMETIMENTO
Acima de tudo é estar atento aos seus afazeres. É perceber o quanto você se doa para determinada
situação. Se inserir em um projeto de corpo, mente e coração! É estar pronto para superar as
adversidades. E além de enxergar problemas, vislumbrar soluções. É criar, pensar e trabalhar! É
não abandonar a equipe, é vestir a camisa, é saber perceber o significado de sua presença, e não
se sentir mais um na multidão.... Comprometimento é fazer diferença, enquanto tantos continuam
fazendo tudo igual! É mostrar que você pode ajudar a equipe com atitudes e servindo de exemplo,
referência de profissionalismo, comprometido com a regras e os procedimentos pondo tudo em
prática no seu dia-a-dia. É brilhar pelo exemplo, atitudes e não pelas palavras.
RESPONSABILIDADE
Devemos ser entendedores e sermos conscientes de que a responsabilidade não é algo que
podemos ter como simples ou fácil; devemos analisar cada um de nossos atos e pretender cumprir
nossas tarefas e deveres a cada dia. A responsabilidade também é a obrigação de cumprir nossas
promessas, sejam elas quais forem. Uma vez que se promete alguma coisa, nossa responsabilidade
é fazer cumprir o que prometemos. Ser responsável é aderir às normas e procedimentos e pô-las
em prática diariamente. É cumprir todas as cláusulas do contrato de trabalho com maestria.
DEDICAÇÃO
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RESTAURANTES
HOTEIS
Usar roupas descentes e discretas, no restaurante, áreas comuns e piscina. Bons modos à mesa.
(Café da manhã, almoço e jantar). Agir educadamente e respeitosamente com empregados do
hotel assim como com os hóspedes. Estamos a serviço, mesmo no pernoite estamos
representando a empresa em que trabalhamos.
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POSTURA
Já o gesto serve para dar ênfase ao que está sendo dito. Quando a pessoa o usa de forma excessiva,
ela está colocando ruído na sua comunicação e dispersando a atenção das pessoas. “Na vida
profissional, se sabe que as pessoas que são mais discretas no comportamento, têm mais sucesso,
pois conseguem conduzir o foco da atenção para o que de fato elas querem, deixando de chamar
a atenção sobre si, para chamar a atenção sobre o que de fato interessa.
Pessoas que inflamam muito, falam muito alto e chamam muita atenção, em geral causam
distúrbio no ambiente de trabalho e acabam não sendo chamadas pra coisas que são importantes.
Tudo que é feito em excesso pode prejudicar o ambiente de trabalho”.
“As pessoas que não dominam a etiqueta profissional, na maioria das vezes, nem se dão conta das
gafes que cometem, denunciando sua falta de traquejo e refinamento, prejudicando sua carreira
e arranhando a imagem da empresa onde trabalham”.
“O mundo de hoje é das pessoas que fazem acontecer, daquelas que se comprometem, se engajam
em causas justas, dos que têm vontade de aprender e de serem cada vez melhores”.
POSTURA DIÁRIA
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GESTOS
POSTURA E ETIQUETA
• Na aviação seja minimalista sempre, menos é mais, quem brilha são os comissários e não
seus acessórios, maquiagens ou perfumes;
• Etiqueta atual, uso com descrição de redes sociais, sem exposição da escola ou marcação
dos instrutores, a não ser que sejam autorizados;
• Etiqueta em bares, comissários de bordo não usam uniformes em locais como bares e afins;
• Etiqueta à mesa, use o convencional, inclusive para JUNK FOOD; Etiqueta Hotéis e
pernoites;
• Hotel, a tripulação segue hierarquia para chave do hotel;
• Trajes no hotel, não estamos a passeio, estamos a trabalho, a vulgaridade não existe na
aviação;
• Trajes discretos para passeio com a escola, optem pelo convencional, informe-se com a
coordenação;
• Mesmo em passeios, unhas esmaltadas nas cores orientadas;
• Cabelos escovados e alinhados.
2. Quando estivermos parados em pé, nunca flexionar um joelho para tentar descansar.
Quando estamos em pé os dois joelhos estarão esticados;
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3. Quando sentados nunca deitar o corpo na cadeira. Devemos levar o cóccix até o final do
assento e colocar toda a coluna no encosto da cadeira e relaxar os ombros.
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BLOCO I
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PREVENÇÃO E
COMBATE
AO FOGO
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Um dos maiores marcos da história da humanidade foi, sem dúvida, o domínio do fogo pelo
homem. A partir daí ele pode se aquecer, cozinhar seus alimentos e também fundir o metal para
fabricar utensílios e máquinas, tornando assim possível o desenvolvimento.
Todavia, este mesmo fogo que constrói, pode destruir, inclusive vidas humanas. Ainda
hoje, quando o fogo ameaça, a reação do homem moderno é idêntica à do homem
primitivo, ou seja, fugir. Porém, o homem primitivo fugia por desconhecer a natureza do
fogo. Já o homem moderno, conhece as origens do fogo, sabe que se trata de um fenômeno
químico e conhece também todas as maneiras de controla-lo e combatê-lo
1. FOGO
1.1 Definição
Fogo ou Combustão é o processo de transformação química quando materiais combustíveis e
inflamáveis, combinados com o comburente (geralmente o oxigênio), são ativados por uma fonte
calorífica e iniciam uma reação em cadeia, produzindo energia na forma de luz e calor.
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Ponto de ignição: É a temperatura mínima em que os gases desprendidos por um corpo entram
em combustão sem auxílio de uma fonte externa de calor. Somente a presença do comburente é
o suficiente para iniciar a combustão.
Combustão Ativa: é aquela em que o fogo, além de produzir calor, produz chama, isto é, luz. A
razão deste fenômeno deve-se ao fato de que tal reação se processa em ambiente rico em
oxigênio.
Combustão Lenta: É aquela em que o fogo só produz calor, não apresentando chamas e,
geralmente, a reação se processa em ambiente pobre em oxigênio.
Combustão Explosiva: É uma combustão rápida e que atinge altas temperaturas. Essa reação se
caracteriza por violenta dilatação de gases que, consequentemente, exercem também violente
pressão às paredes que os confinam.
Combustão Espontânea: Combustão proveniente de matérias que tendem a fermentar quando
armazenados, e dessa fermentação, resulta calor que, se elevado gradativamente, faz o
combustível atingir seu ponto de ignição.
Neste último processo de propagação do fogo, a transmissão de calor pode ocorrer por:
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• Condução: É a transmissão que se faz de molécula para molécula, pelo simples contato
dos corpos.
• Convecção: É a transmissão que se faz por meio de deslocamento de massa de ar
aquecida, a qual se desloca do local em chamas levando energia calorífica suficiente para
que outros materiais combustíveis atinjam seus pontos de combustão.
• Irradiação ou Radiação: É quando a transmissão de energia calorífica se dá por meio de
ondas através do espaço.
• Causas Humanas: Devido à ação direta do homem, por omissão, imprudência, negligência.
Descuido, imperícia ou ainda por irresponsabilidade (causas culposas), também pela ação
direta do homem que, por motivos psicológicos ou materiais, pode provocar
voluntariamente um incêndio (causas dolosas ou criminosas).
• Causas Naturais: Provocadas por fenômenos naturais, que se sobrepõem às providências
de prevenção adotadas pelo homem (ex. terremoto, descargas elétricas).
• Causas Acidentais: Decorrem de falhas ocasionais quando, embora o homem tenha se
prevenido, por fatores alheios à sua vontade, incêndios e explosões acabam por ocorrer
(ex. choque de veículo contra uma aeronave em abastecimento).
• Energia Eletrostática: Principalmente em aviação, cuidados especiais devem ser adotados
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Tal energia forma-se por atrito e dificilmente poderá ser neutralizada, o que só será possível
através de perfeita aterragem do aparelho a ela sujeito, isto é, pela condução da corrente elétrica
para dissipação na Terra. O atrito de uma aeronave com o ar, faz com que grande quantidade de
energia estática seja acumulada, produzindo cargas que, se estiverem “isoladas” (sem
aterramento) poderão saltar em forma de centelha para um ponto aterrado.
Em função disso, aviões quando em operações de solo, como abastecimento, deverão antes de
mais nada, e obrigatoriamente, serem aterrados.
Resfriamento: Um dos métodos mais eficientes de extinção de incêndio. É a técnica utilizada para
baixar a temperatura do combustível até o ponto em que não existam mais condições de
desprendimento de gases ou vapores quentes. A água é um dos mais eficientes agentes para
resfriamento.
Abafamento: Consiste em evitar que o oxigênio contido no ar se misture com os gases emanados
do combustível.
Isolamento: Diminuição ou interrupção do campo de propagação do fogo. É quando se retira o
combustível, retirando o material que poderia ser atingido pelo fogo.
Extinção Química: Consiste na interrupção da reação em cadeia através de substâncias cujas
moléculas se desassociam pela ação do calor e se unem com a mistura inflamável, formando outra
mistura não inflamável.
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Abaixo de cada ponto está determinado o grau de temperatura (180°F – 200°F – 230°F – 245°F).
Caso o ambiente tenha sofrido um aquecimento por qualquer motivo, os respectivos pontos do
placar vão escurecer, indicando o valor da temperatura atingida, é desta forma que podemos saber
se o extintor foi acionado ou não. A apresentação gráfica do placar pode variar conforme o
fabricante.
Outra opção de extintor para debaixo da lixeira dos toaletes é o de Halon 1301. Diferentemente do de
Freon, exte extintor é de cor vermelha e possui um manômetro, onde o comissário pode verificar se o
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Todos os lavatórios das aeronaves dispõem de detectores de fumaça (smoke detectors), equipado
com alarme visual, sonoro e teste de sistema. Em algumas aeronaves os detectores de fumaça, o
alarme visual, sonoro e o teste do sistema estão em uma única peça localizada no interior de cada
lavatório. Em outras, os detectores de fumaça encontram-se no interior de cada lavatório, porém
os painéis com alarme visual, sonoro e teste do sistema estão localizados na parede externa dos
referidos lavatórios.
3. Extintores De Incêndio
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É um gás mais pesado que o ar e, à temperatura e pressão normais, é considerado inerte, sem
cheiro, sem cor e não condutor de corrente elétrica. Quando comprimido a cerca de 60 atm (850
PSI), se liquefaz, permitindo assim ser armazenado em cilindros.
Não é um gás venenoso, mas conforme a quantidade contida no ambiente, pode se tornar
sufocante. Sempre age por abafamento.
Tem capacidade de 6 a 8 kg. E é carregado com Dióxido de Carbono ou Gás Carbônico.
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É adequado para a Classe C, pois não é condutor de eletricidade. Entretanto, tem efeito corrosivo
nos equipamentos elétricos em longo prazo. Quando usado em áreas confinadas pode provocar
dificuldades de respiração e visualização do ambiente.
Ao ser empregado em fogo Classe A, recomenda-se, após o seu uso, fazer rescaldo dos resíduos,
devido ao agente extintor agir somente na superfície.
São produtos que têm na sua composição carbono mais o flúor, cloro, bromo ou iodo. O nome
Halon provém da expressão inglesa “Halogenated Hydrocarbon”.
Os Halons são gases ou líquidos que vaporizam rapidamente em contato com o fogo, devido a este
fato, após o uso, deixam poucos resíduos corrosivos ou abrasivos. São maus condutores de
corrente elétrica e possuem alta densidade no seu estado líquido, o que permite seu
armazenamento em depósitos compactos. Quanto à forma como se apresentam podem ser
líquidos vaporizantes ou gases liquefeitos, ambos expelidos por propelente gasoso. Atuam por
abafamento ou eliminação da reação em cadeia.
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Embora os vapores dos agentes halogenados tenham baixa toxidade, os produtos de sua
decomposição podem ser perigosos, por esse motivo não se deve permitir a permanência de
pessoal em local confinado após a descarga do extintor, sem que estejam devidamente defendidos
por proteção respiratória.
Cheque pré-voo: Localização, fixação, lacre, validade, pino de segurança e manômetro (indicando
a faixa verde).
EXTINTOR A B C D
/CLASSE SÓLIDO LÍQUIDO ELÉTRICO PIROFÓRICO
Sim Sim
Sim Sim
Abafamento para Abafamento
HALON Abafamento Abafamento
fogo de Extinção
superfície química
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Quando ocorre fogo a bordo, muitos procedimentos devem ser adotados para uma ação rápida e
eficiente. São os procedimentos imediatos e simultâneos e os procedimentos subsequentes.
Caso um princípio de fogo se inicie a bordo, os comissários deverão agir em equipe para a
realização de todos os procedimentos:
• O comissário que identifica o fogo, o combate; atuando com os agentes extintores mais
apropriados;
• Avalia a área onde está ocorrendo o fogo (aberta ou confinada);
• Caso o fogo envolva áreas energizadas, cortar imediatamente a energia do local;
• Outro comissário deverá munir-se de uma C.A.F., luva de kevlar e outro extintor;
rendendo assim o comissário que iniciou o combate;
• Manter a cabine de comando informada durante todo o processo;
• Após o pouso, iniciar a evacuação somente se necessário.
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A bordo existem duas técnicas que podem ser utilizadas dependendo do local em que o fogo
eclodir.
• Combater diretamente o fogo dirigindo o jato do agente extintor para a base da chama,
em forma de varredura.
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Sempre que o fogo for confinado, deve ser mantido confinado. É o princípio da auto extinção pelo
esgotamento do oxigênio existente na área confinada.
Equipamentos que possuem baterias de lítio de uso pessoal (celular, tablet, computadores)
são considerados artigos perigosos permitidos como bagagem de mão. É de conhecimento geral
que as baterias de lítio podem sofrer um superaquecimento e entrar em combustão.
Caso um passageiro chame e informe que seu equipamento eletrônico está superaquecido
e/ou com cheiro de queimado, mas não há fogo ou fumaça, deve-se pedir que o desligue
imediatamente, e não o conecte a saídas de energia ou saídas USB da aeronave; pedindo que o
passageiro monitore e informe caso o problema persista.
Porém, quando o equipamento eletrônico entra em combustão, os procedimentos
adotados pelos comissários serão:
• Afastar os passageiros do local;
• Munir-se de um extintor de Halon e combater imediatamente o fogo;
• Considerar o uso de C.A.F. e luvas de kevlar;
• Caso o equipamento esteja ligado à energia, cortar o suprimento da mesma;
• Utilizar água ou qualquer líquido não alcoólico para resfriar as baterias;
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• Não se deve utilizar gelo, pois o mesmo pode demorar a derreter e consequentemente
demorar para resfriar as baterias, além de correr o risco de eles pipocarem, machucando
quem estiver próximo;
• Aguarde aproximadamente 15min para ver se o fogo não irá ressurgir;
• Mergulhar o equipamento inteiro dentro de um compartimento com água e isole no
toalete traseiro;
• Mantenha o comandante informado durante todo o procedimento.
8. Procedimentos Preventivos
A melhor e mais eficiente maneira de se evitar o fogo a bordo é a prevenção. De modo simples e
através de pequenas atitudes pode-se evitar uma tragédia. Garantir a segurança a bordo de todos
aqueles que utilizam o transporte aéreo, é de responsabilidade dos tripulantes.
Procedimentos:
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EMERGÊNCIAS
A BORDO
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EMERGÊNCIAS A BORDO
A partir do momento que o passageiro entra no avião, sua segurança passa a ser de
responsabilidade do comissário de voo. É necessário em uma situação anormal, agir com
eficiência. Ser eficiente é ter rapidez, critério, bom senso, conhecimento e decisão. O comissário
deverá estar alerta em todos os momentos do voo, nunca subestimando qualquer probabilidade
de emergência, mesmo quando a aeronave estiver no solo.
1. EMERGÊNCIA
Conceitua-se emergência como toda situação anormal que coloca em risco a segurança da
aeronave e seus ocupantes.
Por sua vez, entende-se por segurança “a arte de reduzir ao mínimo as possibilidades de risco de
acidente”, pois esta será a função principal do comissário de voo, cuidar da segurança dos
passageiros e demais membros da tripulação a bordo da aeronave.
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atualmente, com diversas versões. A versão mais atual da família 737 é o Boeing 737 MAX, que
pode carregar mais passageiros e conta com motores mais eficientes.
A quantidade de saídas de emergência vai depender do modelo do 737, para fins pedagógicos,
utilizaremos um padrão de 8 saídas nesta aeronave.
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Sempre que houver um adulto segurando um passageiro colo, o cinto deverá ser ajustado somente
no adulto. A criança deverá estar segura pelos braços do adulto.
Em pousos normais, o acender do aviso luminoso de Atar Cinto é, geralmente, o sinal para os
comissários iniciarem a preparação da cabine para o pouso. Os passageiros deverão retornar aos
seus respectivos lugares e afivelarem seus cintos de segurança. Quando o aviso luminoso de “atar
cintos” se acende na cabine de passageiros, simultaneamente nos lavatórios também acendem
um aviso luminoso de Retorne ao Assento (Return to Seat).
Se ao pousar, houver um impacto maior com a pista, ou ao tentar decolar, ocorrer um aborto de
decolagem com impacto, os passageiros poderão sofrer fraturas na coluna vertebral caso estejam
com suas poltronas reclinadas.
Para evitar tal possibilidade, as normas de segurança internacionais requerem que todas as
poltronas estejam na posição verti cal durante decolagens e pousos, evitando assim o “efeito
chicote”.
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Este cinto deve ser utilizado em todos os passageiros que não possuem controle do tronco, como
por exemplo tetraplegia e paralisia cerebral. Ainda assim, cabe ao comissário avaliar a condição
do passageiro. Deve-se orientar ao acompanhante de como abrir o cinto para casos de
emergência.
O cinto é constituído de duas partes que se juntarão ao cinto fixo da poltrona. O cinto da poltrona
passará por dentro da argola da do cinto toraco-abdominal com formato de “V”. A outra parte do
cinto ficará presa ao encosto do assento e será responsável por segurar o tronco do passageiro,
como se vê na figura abaixo:
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Ao entrar no avião, o comissário poderá ir exercitando sua atenção para o aspecto da segurança,
analisando o estado estrutural das janelas da cabine de passageiros, enquanto caminha para
ocupar seu lugar na aeronave.
O Chefe de Cabine deverá efetuar o briefing junto a sua tripulação, exatamente para direcionar as
tarefas de cada um numa possível situação de emergência como também para designar as
posições dos comissários para a estação de emergência de acordo com o mapa de posicionamento
da aeronave (1L / 2L e 1R / 2R).
Faz parte das atribuições do comissário, o cheque pré-voo de todos os equipamentos de
emergência, com relação à existência a bordo, localização, validade e condições gerais, antes do
início do voo (conforme explicado nos capítulos anteriores). Este check é obrigatório, não devendo
em hipótese nenhuma ser deixado para depois. Os equipamentos de emergência estão localizados
em locais visíveis e de fácil acesso e, sempre próximos às estações de comissários e saídas da
aeronave.
Durante o embarque de passageiros e acomodação dos mesmos no avião, o comissário deverá
estar atento para os seguintes aspectos:
• Não permita o embarque de volumes ou bagagens cujo tamanho exceda a sua acomodação
sob as poltronas ou nos compartimentos superiores (bins).
• Não podemos permitir bagagem solta na cabine, nos corredores ou entre as poltronas, pois
igualmente atrapalharão muito, caso uma evacuação rápida se faça necessária.
• Não permitir a colocação de bagagem junto aos painéis de renovação de ar e sobre
equipamentos de emergência.
• Não permita o embarque de pessoas fumando.
• Crianças, deficientes visuais, pessoas com mobilidade reduzida, grávidas, obesos,
estrangeiros não poderão sentar-se nas fileiras de poltronas das janelas de emergência.
• O número de máscaras de oxigênio é sempre de uma a mais para cada conjunto de
poltronas. Estar atento para que não tomem lugar nos assentos, pessoas em quantidade
maior que o número de máscaras existentes.
• Verificar se as saídas de emergência estão totalmente desobstruídas.
O comissário deverá estar consciente que as operações de pouso e decolagens são sem dúvida
situações que oferecem maior risco, e onde normalmente, ocorre grande parte dos acidentes;
assim sendo, sempre que sentarem em suas estações para uma decolagem ou pouso deverão fazê-
lo com postura adequada, e cientes da sua importância e responsabilidade.
Nesta ocasião, é também oportuno repassar mentalmente todos os procedimentos de
emergência, referentes à operação das portas, escape slides (escorregadeiras), de evacuação,
permanecendo atentos e prontos para entrar em ação.
É importante também memorizar onde estão sentados os tripulantes extras, da mesma empresa
ou não, assim como estar atento para a existência a bordo de militares, médicos ou desportistas,
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pois estas pessoas, devido ao seu preparo ou condicionamento físico, poderão ser de bastante
utilidade para nos auxiliar, numa situação de emergência.
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O chefe de equipe e o comandante deverão ser comunicados de que a cabine, assim como a área
de responsabilidade de cada comissário, está preparada para o pouso ou decolagem.
Ao ser dado o aviso pela cabine de comando: “Tripulação Decolagem Autorizada”, dirija-se à sua
posição específica e coloque o cinto de segurança.
Enquanto o aviso de “Afivelar Cintos” estiver aceso permaneça em sua posição. Se o aviso
permanecer aceso por tempo prolongado o Chefe de Equipe deve verificar junto ao cockpit,
através do interfone, qual a situação existente. Evite entrar em contato com o cockpit nos
próximos 10 minutos após a decolagem.
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Guarde o material de galley em seus respectivos lugares, assegurando-se de que estejam fechados
e travados.
• Quando qualquer carrinho não puder ser travado, avise imediatamente ao cockpit.
• Evite entrar em contato com o cockpit nos 10 minutos antes do pouso.
Quando o aviso de “Afivelar Cintos” for aceso e vier da cabine de comando a informação de
“tripulação preparar para o pouso”, o chefe de equipe ou o comissário por ele designado deverá
fazer a alocução, informando aos passageiros para retornarem o encosto da poltrona para posição
vertical, afivelar o cinto de segurança e reiterar a proibição de fumar.
Os demais comissários deverão verificar a cabine de passageiros para ter certeza que os cintos
foram afivelados e ajustados; encosto da poltrona na vertical e mesas fechadas e travadas;
bagagens de mão devidamente acomodadas, crianças de colo não devem estar atados no mesmo
cinto de passageiro do adulto.
• Desconecte a escorregaderia.
• Solte a fita vermelha do visor.
• Abra a porta.
• Posicione-se para desembarque dos passageiros.
Quando houver troca de tripulação o Chefe de Equipe informa ao que for assumir sobre:
irregularidades detectadas na cabine de passageiros, passageiros com deficiência, menores e
orientação de segurança.
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Para pouso e decolagens, após o comissário sentar e colocar o cinto de segurança, é importante
manter a atenção e a consciência situacional em alta, pois esses são os momentos mais críticos do
voo.
4. Comunicação a Bordo
A comunicação contribui de maneira decisiva para se atuar de forma adequada em uma situação
de emergência. A comunicação com a cabine de comando deve ser constante, bem como, sempre
que possível, manter os passageiros bem informados. É função do chefe de equipe obter junto à
cabine de comando informações sobre o andamento do voo. Sempre que houver necessidade de
informar a equipe sobre alguma ocorrência ou anormalidade, o chefe de equipe comunicará
diretamente a todos os comissários.
O atendimento à cabine de comando poderá ser feito através do interfone ou pessoalmente. Este
atendimento deve ser imediato, permanecendo-se na cabine de comando o mínimo de tempo
necessário.
A seguir será apresentado como funciona o sistema de comunicação sonora e visual do Boeing
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Luz Rosa + 01 hi/low (dim-dom): Chamada pelo interfone da cabine de comando para comissários.
O reset é feito no painel de comissários.
Luz Rosa + 02 hi/low (dim-dom): Chamada pelo interfone de uma estação de comissários para
outra. O reset é feito no painel de comissários.
Luz Azul + 1 toque: Chamada pela PSU (passageiro-comissários). O reset é feito na própria PSU.
Luz Âmbar + 1 toque: Chamada pela LSU (passageiro-comissário). O reset é feito na própria LSU.
Luz Rosa piscando + 03 hi/low (dim-dom): Chamada da cabine de comando para comissários em
emergência.
5. Luzes de Emergência
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8. Equipamentos de Emergência
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Frequências:
• 121,5 MHz - VHF (Civil)
• 243,0 MHz – UHF (Militar)
• 406 MHz - Digital (Civil)
Alcance:
• Horizontal - 250 milhas náuticas (aproximadamente 460 km)
• Vertical - 40.000 pés (aproximadamente 13.000 metros)
Duração da Transmissão:
• Aproximadamente 48 horas
8.3. Machadinha
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8.4. Megafone
Nos megafones alimentados a pilha comum, caso, ao pressionar o gatilho ou botão, não haja sinal
de microfonia, verificar a colocação das pilhas.
Cheque Pré-Voo: Localização, presença, fixação e clareza.
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A finalidade deste sistema é atender ocupantes e passageiros que se encontrem com insuficiência
respiratória e possibilitar que os tripulantes executem os procedimentos pós despressurização,
caso a aeronave não possa descer até um patamar de segurança.
Existem dois tipos de cilindros. Um deles possui duas saídas, neste modelo, o tripulante deverá
acoplar a máscara na saída desejada e abrir a válvula on/off.
• Saída Vermelha: (ou indicando HI), com fluxo de 4 litros por minuto.
• Saída Verde: (ou indicando LO), com fluxo de 2 litros por minuto.
O segundo modelo possui somente uma saída para se acoplar a máscara. Neste
caso a própria válvula on-off regulará a quantidade do fluxo de oxigênio. Ao
gira-la uma vez o fluxo de 2 litros por minuto terá início e ao dar mais um giro,
o fluxo de 4 litros por minuto será iniciado.
Cheque pré-voo: Localização, presença, fixação, manômetro e mascará com
pino compatível.
O Kit do médico é de uso exclusivo do médico, caso haja algum a bordo. Este kit contém
equipamento médico-cirúrgico (bisturi, tesoura, medicamentos, etc.), seringas e injeções para
serem aplicadas nos casos de sintomas mais graves. Este kit somente poderá ser entregue
mediante apresentação, por parte do passageiro, do seu C.R.M.
No interior dos Kits há uma relação de medicamentos com a respectiva indicação de uso, há
também, uma folha de relatório para lançamento dos medicamentos utilizados. Caso haja
necessidade de utilizar-se o Kit do Médico, o chefe de equipe deverá fazer um relatório que inclua
o nome, endereço e condições do passageiro atendido, bem como nome, endereço, identidade
civil, número do CRM e diagnóstico do profissional que o atendeu.
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Entre as vantagens estão a de prover condições de se permanecer numa cabine com fumaça,
reduzir o pânico, reduzir o risco de desmaios, levando à obstrução dos corredores da cabine,
proteção para os olhos e sistema respiratório. Existem vários modelos de C.A.F., composto por
cores e materiais diferentes, porém a sua aplicabilidade e finalidade são as mesmas. Em sua
maioria a duração do capuz anti-fumaça é de 15 minutos.
O tempo necessário para abrir a maleta, retirar o capuz e vesti-lo é de aproximadamente 10
segundos. A principal diferença entre os modelos é que, alguns se aciona antes de vestir e outros
se aciona depois de vestir.
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Cheque Pré-Voo: Localização, lavre da maleta plástica, indicador de integridade (Cor Verde - O.K.
/ Cor rosa – Substituir)
Obs: Ocorrendo uma despressurização, o indicador poderá ficar na cor rosa, entretanto, apesar
desta indicação, o capuz ainda permanecerá em condições de ser utilizado durante o voo se for
necessário. Após o pouso, deve-se solicitar à manutenção sua substituição.
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9. Equipamentos de Flutuação
De acordo com normas da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI ou ICAO) que tratam
de equipamentos de flutuação, todas as aeronaves que efetuarem voos transoceânicos (além de
370 km do litoral), deverão dispor de equipamentos individuais e coletivos de flutuação.
Aeronaves que efetuarem Voos costeiros (rotas de até 370 km do litoral) deverão,
obrigatoriamente, portar equipamentos individuais de flutuação.
• Os equipamentos individuais de flutuação homologados são coletes salva-vidas e assentos
flutuantes.
• Os equipamentos coletivos de flutuação são escorregadeiras-bote e botes (barcos).
• As aeronaves que efetuam voos costeiros dispõem de coletes salva-vidas para tripulantes
e assentos flutuantes para passageiros.
• As aeronaves que efetuam voos transoceânicos dispõem de coletes salva-vidas para
tripulantes e passageiros, além dos equipamentos coletivos de flutuação (escorregadeiras-
bote ou botes).
Possui duas câmaras de flutuação, que serão infladas, cada uma, por uma cápsula
de ar comprimido. Em caso de falha no sistema de inflação, os coletes podem ser
inflados por sopro, através de um tubo acoplado a cada câmara. Os coletes
possuem, ainda, uma tira ajustável. Na altura do ombro, entre as câmaras, há uma
luz localizadora (ou sinalizadora) que é alimentada por uma bateria ativada à base
de água. O tempo de duração da luz do colete é de oito horas, aproximadamente. Cada câmara
inflada suporta, em média, um peso inercial de 60 kg. É recomendável que as duas câmaras sejam
infladas. Os coletes salva-vidas também podem ser utilizados para flutuação de suprimento extra
de água, mantas e alimentos, desde que haja tempo disponível para prepará-los.
• Instruir os passageiros para vestirem os coletes sem se
levantarem de seus lugares.
• Orientar para não inflá-los no interior da aeronave,
mas na área das soleiras das portas, ao abandonar a
aeronave, ou sobre a asa.
• Os sobreviventes deverão manter os coletes vestidos
e inflados até o momento do resgate.
Para vesti-lo, abra o invólucro que o contém, passe o colete por sobre a cabeça e passando a tira
em volta da cintura, prenda a fivela na parte central e ajuste (desta forma os coletes ficarão
ajustados no ombro e na cintura). Em crianças a tira deve ser passada também entre as pernas.
Infle-o puxando o comando de inflação de cor vermelha, ou soprando-se o tubo de borracha
existente entre as câmaras, de ambos os lados.
Cheque pré-voo: Localização, presença, quantidade, validade e integridade.
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Uma vez removidos de seus alojamentos, os botes deverão ser levados para as saídas prioritárias
(um dado específico de cada aeronave), que estejam acima do nível da água. No entanto, só
deverão ser levados para cima da asa ou jogados para fora da aeronave após terem sido fixados
por intermédio da corda de amarração.
Ao ser amarrado à fuselagem e jogado para fora, o pino do cilindro se soltará e inflará o bote
automaticamente.
9.4. Escorregadeiras-botes
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Estão equipadas com estações de embarque (com alças e degraus), toldo, montantes estruturais,
faca flutuante, luzes localizadoras, bomba manual de inflação, corda com anel de salvamento,
âncora, tira de amarração e pacote (kit) de sobrevivência no mar.
Na saia da escorregadeira-barco há uma dobra fechada por fita “velcro” ou botões de pressão. Sob
esta dobra encontra-se um cabo (cabo desconector) ligado a uma alça de lona, na qual está escrita
a palavra HANDLE.
Antes de comandar a abordagem, deve-se constatar a completa
inflação da escorregadeira-bote, isto é, o cessar do ruído da
entrada de ar pelos aspiradores (Venturi).
Preferencialmente, deve-se promover a transferência direta dos
passageiros da aeronave para a escorregadeira-bote (embarque
direto). Vaso não seja possível, deve-se instruir os passageiros
que pulem na água e nadem até o bote (embarque indireto).
Mesmo depois de desconectada, a escorregadeira-bote ficará
ligada à aeronave por intermédio da tira de amarração, que tem, assim como nos botes,
aproximadamente seis metros de comprimento.
Ao se proceder a uma abordagem, deve-se, dentro do possível, manter a escorregadeira-bote bem
próxima à aeronave, utilizando a tira de amarração.
Para separar definitivamente a escorregadeira-bote da aeronave, corta-
se a tira de amarração junto à embarcação, utilizando-se a faca flutuante,
localizada na própria escorregadeira, próximo ao final da tira (câmara
superior).
Conceitua-se “saídas de emergência” como aquelas pelas quais se evacua os ocupantes de uma
aeronave com o máximo de rapidez e segurança. As saídas de emergência, assim homologadas,
devem estar providas de equipamentos auxiliares de evacuação. Convencionalmente, são portas,
janelas de emergência e saídas auxiliares.
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Em caso de sinistro, qualquer ruptura da fuselagem que permita a passagem de uma pessoa deve
ser devidamente avaliada antes de ser utilizada como saída, neste caso chamamos tal passagem
de “área de abandono/escape”.
10.1. Portas
É importante salientar que tal tira é apenas um aviso visual de que a porta está aberta e desprovida
de escada/finger, por este motivo, sempre que a porta estiver nesta situação, um comissário
deverá permanecer junto dela.
As janelas da cabine de passageiros somente devem ser utilizadas numa situação de emergência.
Para abrir internamente a janela do B-737, deve-se segurar o punho inferior e puxar a alavanca
superior da janela, a janela abrirá automaticamente para fora e para cima, permanecendo presa à
fuselagem.
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Para a abertura externa, basta pressionar um retângulo de cor contrastante existente na parte
superior da janela.
Mar agitado com ondas muito fortes poderá jogar as pessoas na água. É importante saber a área
exata onde se encontram as argolas sobre a asa, pois na eventualidade de estarem submersas,
será necessário localizá-las pelo tato.
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11. Escorregaderias
Nas aeronaves comerciais destinadas ao transporte de passageiros, todas as saídas que estejam a
mais de 2 metros de altura (estando a aeronave com todos os trens de pouso arriados), deverão
estar providas de equipamentos auxiliares de evacuação que auxiliem seus ocupantes a chegarem
ao solo.
Nas saídas ao nível do piso homologadas como saídas de emergência (portas) o equipamento
exigido é a escorregadeira. As escorregadeiras encontram-se adequadamente dobradas,
apresentam o aspecto de um pacote e podem ser classificadas como não infláveis (simples) ou
infláveis (divididas em infláveis semiautomáticas e automáticas)
Sua função é prover um meio rápido e seguro para a evacuação da aeronave em caso de
emergência. Alguns modelos também poderão ser utilizados como bote no caso de amerrissagem.
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Consistem de uma lona reforçada com alças laterais e quatro tiras de nylon com prendedores em
cada uma das extremidades destinadas à armação da mesma. Duas pessoas descem pela própria
escorregadeira como corda (preferencialmente um comissário e um passageiro) e depois
estendem para que os demais passageiros possam deslizar. Nas aeronaves B-737, este tipo de
escorregadeira não está presente.
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Cabe ressaltar também que o Código Penal – Decreto Lei 2848/40 estipula que:
Art. 261 – Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar ato tendente a
impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
§1º - Se do ato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou
destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
Prática do crime com fim de lucro
§2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter
vantagem econômica, para si ou para outrem.
Modalidade culposa
§3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Este tipo de comportamento se difere daquele observado como interferência ilícita, que será
tratado no próximo tópico.
Sempre que se detectar a presença de qualquer passageiro potencialmente inconveniente, o
comissário deve comunicar ao comandante. E com relação a atitude tomadas pela tripulação
comercial, há três níveis a considerar:
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• Procure determinar o número de sequestradores, pois alguns deles, pode não ter se
manifestado, assim como conhecer a quantidade de armas. Todo esforço deve ser feito
para transmitir estas informações e quaisquer detalhes que identifiquem as pessoas e o
instrumento de ameaça às autoridades.
• Avise a cabine de comando (se o sequestro tiver se iniciado pela cabine de passageiros),
via interfone, pronunciando o Código 7.500 quando for atendido (quando aplicável).
Algumas pessoas possuem autorização para levar arma a bordo, devido a prerrogativa por cargo,
geralmente são: policiais levando prisioneiro, militares a serviço, etc.
Porém algumas regras devem ser seguidas, esses passageiros devem se identificar no check-in, ele
será encaminhado à sala da Policia Federal do aeroporto, onde deverá desmuniciar a arma,
receberá uma autorização e poderá seguir para o voo. A arma e a munição irão junto com o
passageiro, porém, separadamente.
Havendo mais de um ocupante da aeronave com autorização para portar armas, os mesmos
deverão ser acomodados em locais diferentes da aeronave. E deve-se informar a cada um da
presença e da localização dos demais.
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12.7. Turbulência
• Máquinas fotográficas;
• Marca-passos;
• Relógios eletrônicos;
• Aparelhos auditivos;
• Equipamentos médicos eletrônicos.
• Filmadoras;
• Câmeras;
• Gravadores de fita cassete;
• Calculadoras e agendas eletrônicas;
• Barbeadores elétricos;
• Notebooks.
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Caso algum passageiro utilize algum equipamento eletrônico que não seja permitido para aquela
fase do voo, deve-se informar ao passageiro sobre sua proibição e risco ao voo, e solicitar que o
equipamento seja desligado. Caso o passageiro não atento a solicitação, informe a cabine de
comando.
13.1. Despressurização
O mais sério risco que os ocupantes de uma aeronave em grandes altitudes enfrenta é o de uma
despressurização da cabine, provocada por uma pane do sistema, ruptura de uma janela ou porta.
Em caso de vazamento de pressão, avisar imediatamente a cabine de comando.
Havendo constatação de perigo, os passageiros sentados na área de 12 metros quadrados
(aproximadamente 4 fileiras) do ponto de vazamento deverão, imediatamente, ser retirados do
local. Não havendo poltronas livres onde se possa coloca-los, deverão ser acomodados um em
cada fileira de poltronas, preferencialmente nas que estiverem à frente do ponto de vazamento,
colocando-se dois passageiros em um mesmo cinto. Se o cinto for muito curto e não se puder
colocar dois passageiros em um só, deverão ser utilizados os cintos das poltronas anteriormente
ocupadas, que deverão, igualmente, ser removidos e fixados aos engates das poltronas que serão
ocupadas.
Quando ocorre uma despressurização, a providência a ser tomada pelos tripulantes técnicos é
iniciar a descida da aeronave e utilizar, com a máxima urgência, o Sistema Fixo de Oxigênio de
Emergência.
O procedimento de descida da aeronave será de um ângulo acentuado até atingir uma altitude de
segurança onde todos poderão respirar sem o auxílio do sistema fixo de oxigênio (10.000 ft). Os
comissários serão os primeiros a sofrer os efeitos da altitude, por estarem desenvolvendo uma
atividade física, quando é maior o
consumo de oxigênio. Em altitudes
mais elevadas, o TUL (Tempo Útil de
Lucidez) é muito curto. O TUL pode ser
definido como o tempo em que
alguém pode fazer alguma coisa por si
mesmo, tal ajustar corretamente a
máscara de oxigênio.
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Logo que a aeronave atingir a altitude em que se possa respirar sem o auxílio do sistema fixo de
oxigênio, caso alguém ainda necessite de oxigênio suplementar, pode-se utilizar os cilindros
portáteis com oxigênio terapêutico.
Após o comandante informar via P.A. “Tripulação uso das máscaras dispensado”, os comissários
deverão:
• Munir-se de um cilindro portátil de oxigênio;
• Checar Galleys, toaletes e cabine de comando;
• Chegar à cabine de passageiro, realizando primeiros socorros nos passageiros que
necessitem;
• Recomenda-se colocar as máscaras de oxigênio para dentro dos compartimentos
superiores, desta forma deixamos a cabine visualmente menos poluída, diminuindo o
pânico, além de ser mais fácil de verificar quais fileiras já foram verificadas.
Quando houver uma despressurização e o comandante, por algum motivo, não puder descer até
o patamar de segurança (10.000ft), ele descerá o mais baixo possível e informará via P.A.: “Atenção
tripulação, aeronave nivelada a XXXX pés, por XXX minutos”.
Neste momento os comissários deverão realizar o Walk Around Procedure, que compreende na
abertura dos compartimentos de máscaras dos passageiros que por ventura não tenham aberto.
Desta forma deverão:
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A IATA elaborou um manual (Dangerous Goods Regulations) onde pode-se encontrar os artigos
proibidos como bagagem de mão e despachadas; artigos proibidos como bagagem despachada;
artigos proibidos como bagagem de mão. A lista é extremamente extensa, apresentaremos a
seguir alguns itens e artigos perigosos mais comuns:
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• Garrafas pequenas de oxigênio gasoso para uso médico (somente quando autorizado pelo
operador aéreo);
• Munições para prática esportiva, como bagagem despachada;
• Cadeiras de rodas com baterias não derramáveis, baterias desconectadas e bornes isolados
para evitar curto circuito e fixa à cadeira (somente com autorização do operador aéreo);
• Cadeiras de rodas com baterias derramáveis, desde que a cadeira possa ser transportada
na posição vertical e fixada de maneira que não tombe. (Somente com autorização do
operador aéreo).
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O Chefe de equipe, por sua vez, deverá transmitir aos supervisores, ou diretamente a todos os
comissários, as instruções necessárias.
• Natureza da emergência;
• Tempo disponível para a preparação da cabine;
• Local do pouso;
• Zona da aeronave provavelmente mais atingida, havendo impacto;
• Quem informará a situação aos passageiros;
• Sinal convencional para assumir a posição de impacto.
Após serem informados da situação, os comissários deverão posicionar-se ao longo da cabine, pois
no momento em que a situação de emergência for comunicada aos passageiros, os comissários
terão condições de, estando assim posicionado, controlar possíveis manifestações de pânico, bem
como instruir passageiros.
A princípio, a comunicação de um pouso de emergência é feita pelo Comandante. Caso transfira
este encargo ao chefe de equipe, este utilizará o anúncio específico, que deverá ser lido com voz
clara e calmamente.
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Antes de se iniciar o anúncio aos passageiros, toda a iluminação da cabine deve ser ligada na
intensidade Bright.
Modelo de anúncio de emergência:
“Senhoras e Senhores, sua atenção por favor. Quem lhes fala é o comissário ________ em nome
do comandante ______. Em razão de problemas técnicos, seremos forçados a realizar um pouso
de emergência em ______ dentro de aproximadamente ______ minutos. Solicitamos toda sua
colaboração no atendimento das solicitações que serão feitas por esta tripulação. Os tripulantes
estão treinados e preparados para enfrentarem este tipo de situação, assim como este avião é
dotado de todos os recursos de segurança necessários. Coloquem agora sua bagagem de mão nos
corredores do avião, daqui a alguns instantes daremos mais instruções. Obrigado.”
Neste momento os comissários devem recolher as bagagens e acomoda-las nos toaletes traseiros,
preferencialmente os que não possuírem as portas voltadas para o corredor da aeronave. Somente
após este procedimento, reinicie o anuncio.
“Senhores passageiros, sua atenção por favor. Será necessário contar com a ajuda de um número
maior de pessoas, por isto pedimos que, caso esteja a bordo um tripulante extra, que se apresente
para nos auxiliar junto às saídas de emergência. Faremos também algumas mudanças de lugares
entre os senhores, visando uma melhor atuação da tripulação.”
Neste momento, todos os comissários deverão atuar no sentido de selecionar, mudar de assento
e orientar os passageiros escolhidos, damos os nomes dos passageiros que nos ajudarão próximos
às saídas de ABD (Able Body Person). Reacomoda-se também gestantes, pessoas com deficiência,
etc. Após este procedimento, reinicia-se o anuncio:
Quando o comandante der o comando de Impacto, todos os comissários devem dar a Voz de
Comando em alto e bom som: “Abaixem-se, Abaixem-se, Abaixem-se”, para que os passageiros
assumam a posição, bem como os tripulantes.
Após o impacto com o solo, os comissários devem repetir o comando anterior até a parada total
da aeronave.
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O objetivo da posição de impacto é reduzir o efeito do impacto secundário do corpo com o interior
da aeronave. De acordo com estudos efetuados, a posição de impacto adequada a cada ocupante
da aeronave depende de diversos fatores, tais como as condições de colisão (direção, velocidade,
violência do impacto, etc.), a configuração do interior, o desenho e resistência das poltronas, bem
como as características físicas dos ocupantes da mesma. Obviamente, com tantos fatores
envolvidos, é impossível se eleger uma única posição de impacto que abranja todos os casos.
Entretanto, é possível, isto sim, apontar alguns princípios que permitam selecionar a posição mais
adequada a cada caso, com base em fatores pré-determinados.
O impacto secundário pode ser reduzido ao se posicionar o corpo (ou parte dele) o mais próximo
possível do anteparo com o qual ele deverá ter contato após o impacto. O chamado efeito chicote,
(movimento provocado sobre o corpo por uma desaceleração) pode ser reduzido, desde que os
ocupantes tenham seus corpos posicionados na direção em que, provavelmente, serão impelidos
(por inércia) após o impacto.
O cinto de segurança deve ser posicionado nos ossos da bacia (retenção ventral), só devendo ser
ajustado após o ocupante ter encostado totalmente o tronco no encosto da sua poltrona, quanto
mais justo estiver o cinto de segurança, maior será a resistência à desaceleração.
Os pés do ocupante devem estar apoiados firmemente no assoalho, um pouco à frente do assento
da poltrona. As pernas não devem ser posicionadas sob o assento da poltrona à frente, pois
poderiam ser quebradas durante o impacto, devido ao efeito alavanca que se formaria ao
chocarem-se contra a referida poltrona.
16.1. Crianças
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
A fivela do cinto de segurança geralmente está colocada de forma que fique ao lado de uma criança
pequena (quando ajustado), reduzindo o risco de ferimentos.
O cinto deve ser colocado no baixo ventre da criança, logo acima das pernas. Se não puder ser
ajustado de forma que fique sem folga, travesseiros e mantas deverão ser colocados por trás da
criança para que criem volume, ajustando, assim, o cinto de segurança.
As crianças que estiverem no colo de adultos devem ser seguras deitadas de maneira
que se sustente tanto a cabeça quanto o tronco. O adulto deverá se inclinar para
frente, sobre o cinto, de forma que a criança fique no espaço criado entre seu tronco,
suas pernas e o encosto da poltrona à frente.
16.2. Gestantes
Mantas deverão ser utilizadas para elevar o assento da poltrona ocupada por uma
gestante. Esta deverá ser instruída a colocar o cinto de segurança bem baixo (baixo
ventre) para que sua força seja exercida sobre a pelve (isto é possível devido à
elevação do assento).
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
17. Evacuação
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
Após impacto e consequentemente parada da aeronave, deve-se avaliar toda situação para
determinar que tipos de evacuação ocorrerá.
Algumas situações, devido a sua gravidade, justificam a saída imediata da aeronave, desta forma,
considera-se que uma evacuação é evidente.
Não havendo nenhuma das situações acima, os comissários devem aguardar que a ordem de
evacuação venha de alguém hierarquicamente acima deles, sendo assim, consideramos uma
Evacuação por Hierarquia.
Neste caso, após a parada total da aeronave, a necessidade de evacuação será analisada seguindo
a seguinte ordem:
• Comandante;
• Copiloto (na falta do comandante);
• Outro membro da tripulação técnica (na falta do comandante e copiloto);
• Chefe de Equipe (na falta de todos os membros da tripulação técnica);
• Demais comissários.
O comando que será dado via P.A. informando aos comissários que a evacuação está autorizada
será: “Evacuar, Evacuar, Evacuar”.
Somente após ter verificado essas duas características é que uma evacuação pode ser iniciada.
O sucesso de uma evacuação está diretamente ligado ao nível de preparo da tripulação, por este
motivo, é importante:
• Orientar a evacuação com rapidez e ritmo.
• Utilizar o maior número possível de saídas.
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
Durante esse procedimento, deve utilizar a voz de comando “Senta, Senta, Senta”. Devido ao
medo, a tendência dos passageiros é de se levantar assim que a aeronave parar, caso isso
aconteça, o comissário perderá o controle da evacuação, colocando em risco a vida de todos.
Assim que os motores forem cortados iniciamos a evacuação por todas as saídas que não
apresentem risco. Levando em consideração os procedimentos de evacuação evidente ou por
hierarquia.
Quando a saída estiver aberta e o slide estiver inflado, os comissários deverão utilizar a voz de
comando: “Soltem os Cintos, corram para mim”.
Assim que os passageiros chegarem à porta, deve-se utilizar a voz de comando: “Saltem e
escorreguem”.
Após a saída de todos os passageiros, caso as condições permitam, os comissários devem fazer o
cheque de abandono da aeronave, para verificar se não ficou nenhum passageiro e para auxiliar
passageiros com necessidades especiais, deve-se também fazer o cheque da cabine de comando,
para verificar se os pilotos necessitam de ajuda.
Caso o pouso tenha sido realizado fora da área aeroportuária, antes de sair do avião, os
comissários devem levar todos os equipamentos de emergência de sua área de atuação.
As vozes de comando são todas as ordens dadas pelos comissários aos passageiros durante um
pouso de emergência. Elas são fundamentais para que a evacuação seja bem-sucedida.
Os comandos dirigidos aos passageiros devem ser claros, objetivos, positivos e em voz alta; sempre
acompanhada por gestos (mímica). Desta forma, conseguimos que as pessoas não pensem em
outra coisa, a não ser em obedecer às ordens dadas, atuando no subconsciente e induzindo-os a
sua execução.
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
Se o escape-slide ou slide-raft não inflar, nem no sistema manual, bloqueie a porta (fazendo o
bloqueio físico da mesma), e redirecione os passageiros para outras saídas operativas próximas
(em aeronaves de grande porte). Como última opção, os slides podem ser usados como slides
simples (desinflados). Para tal, um comissário e um passageiro descem pelo mesmo como se fosse
uma corda, e permanecerem segurando o slide de forma que os outros passageiros possam
escorregar.
Havendo fogo, ou obstrução, a porta não deverá ser aberta e os passageiros deverão ser
redirecionados.
Caso a porta esteja emperrada, peça alguém para ajuda-lo, se mesmo assim não conseguir abrir,
redirecione os passageiros. Somente neste caso o comissário poderá abandonar sua porta e
auxiliar o comissário de outra saída caso seja necessário, pois ninguém que tentar abrir aquela
saída conseguirá. Em todos os outros casos, os comissários devem permanecer sempre junto à
porta até o final da evacuação.
Nestes casos os comissários deverão utilizar a voz de comando: “Usem aquela saída”.
• Má atitude do avião;
• Decisão de evacuação tardia;
• Fumaça e gases tóxicos;
• Má visibilidade no interior ou exterior da cabine;
• Grande número de acidentados;
• Más condições atmosféricas;
• Grande número de saídas inoperantes;
• Não observância das regras de evacuação;
• Falta de atenção durante pousos e decolagens;
• Obstrução de qualquer espécie;
• Pânico generalizado;
• Aglomeração de pessoas junto às saídas;
• Não afastamento dos passageiros para uma zona de segurança.
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SOBREVIVÊNCIA
NA SELVA
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SOBREVIVÊNCIA NA SELVA
Durante uma sobrevivência, o que definirá o sucesso de todo o processo não será necessariamente
a sua força, mas sim, sua inteligência e determinação.
Na formação de comissários de voo, quando se estudo sobrevivência, não se deve basear somente
em estatísticas, mas sim, pensar em uma eventual situação na qual terá que saber agir com
segurança considerando que muitas vidas dependerão de suas atitudes e que você poderá ser a
chave de todo o salvamento.
Uma vez em solo, após um pouso forçado na selva, diversas ações deverão ser executadas imediata
e simultaneamente, sendo que um tripulante deverá assumir o comando e distribuir tarefas.
Procure proceder inicialmente da seguinte maneira:
• Afastar-se da aeronave, a uma distância de 100 metros, somente retornando após os
motores terem esfriado e o combustível evaporado;
• Acionar o rádio farol de emergência (Rescue 99);
• Verifique entre os acidentados, o número e a natureza dos ferimentos, prestando
primeiros socorros por gravidade: hemorragia, traumatismo craniano e fratura exposta...;
• Abra o Kit sobrevivência na selva, separe e proteja os sinalizadores;
• Providencie proteção contra o vento e a chuva, principalmente para os feridos, armando
um abrigo provisório com a lona e a corda do kit sobrevivência;
• Distribua funções a todos os sobreviventes que estejam física e psicologicamente capazes;
• Descanse física e psicologicamente até que esteja recuperado do choque do desastre;
• Tenha calma e não se apresse, planeje suas próximas ações.
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• Não tenha medo na selva, nela você poderá viver várias semanas, se souber evitar pânico;
• De modo geral, os índios são acolhedores, desde que não tente ludibria-los ou molestá-los;
• Nas primeiras 24 horas deverá ser obedecido o racionamento de comida e água, porque já
estaremos alimentados para este período, em contrapartida, não sabemos por quanto
tempo aguardaremos a chegada do grupo de busca e salvamento;
• Só abandone o local do acidente se orientado pela equipe de resgate, se tiver certeza que
se encontra a uma curta distância (a pé) de socorro ou após ter esperado durante vários
dias e estiver convencido da pouca probabilidade de socorro.
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• Corda;
• Lona;
• Bloco de papel e lápis.
O cheque pré-voo desse equipamento será: Localização, presença, lacre e validade dos itens.
3. Sinalização
O primeiro sinalizador a ser usado é o Rescue 99 que deverá ser acionado nas ações imediatas e
simultâneas.
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• Apito;
• Espelho;
• Pó marcador de água;
• Foguete pirotécnico.
Independente dos sinalizadores acima, que somente serão utilizados em momentos específicos,
deve-se sinalizar todo o local do acampamento da melhor forma possível:
• Coloque objetos brilhantes, ou de coloração viva, sobre a asa do avião e ao redor do
mesmo. Chapas de carenagem postas do lado sem pintura para cima, são bons refletores
e, por isso, serão mais facilmente visíveis do ar. Objetos cujas cores contrastem com o
verde das árvores, ajudam muito a sua localização;
• Distribua pequenas fogueiras em um raio de 50 a 100 metros do avião, de maneira que
possam ser rapidamente ativadas quando algum sinal de socorro vier a ser avistado
durante o dia ou a noite;
• De noite utilize a fogueira com fumaça branca, para isso, coloque folhas verdes, musgos ou
pequenas quantidades de água.
• De dia utilize fogueira preta, utilize óleo dos motores, materiais sintéticos ou pedaços de
borracha.
3.1. Lanterna
É um sinalizador noturno e suas baterias possuem uma duração
aproximada de 8 a 12 horas ininterruptas, desde o momento que é
retirada de seu suporte na aeronave. Caso a evacuação tenha sido
durante o dia, uma forma de economizar bateria é desrosquear a parte
que dá contato com a bateria.
3.2. Apito
Sinalizador útil tanto para períodos noturnos quanto diurnos, para atrair a atenção
de outras pessoas na praia, localizar a posição de algum bote que tenha se
afastado, etc.
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Devem ser sempre conservados secos. Possui dois lados, um para utilização diurna e um para
sinalização noturna. Possui um alcance de aproximadamente 50km.
O lado diurno possui uma tampa lisa e ao ser acionado produz uma fumaça
alaranjada. O lado noturno possui uma tampa com relevo, normalmente na letra
N, e produz uma chama de cor brilhante.
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Alguns sinais serão utilizados na sinalização terra-ar somente pelas equipes de resgate:
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A sinalização pode ser feita ainda através do corpo com os seguintes sinais:
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de qualquer modo dificultar o salvamento. Se o seu salvamento for por helicóptero, observe como
será o procedimento de içá- lo.
Caso em terreno acidentado onde não seja possível o pouso (ou aproximação) do helicóptero, siga
para um local menos acidentado, onde o mesmo possa fazer o voo pairado e apanhá-lo com o
guincho.
Coloque a alça do cabo da mesma maneira que você coloca um casaco. Cuidado para não ficar
dependurado, de costas para o helicóptero. Se você estiver ferido e incapacitado de colocar a alça,
um tripulante da aeronave SAR descerá para ajudá-lo.
Caso a aeronave consiga pouso, se aproxime dela sempre abaixado para frente, e em uma área de
visão dos pilotos. Caso suba poeira densa, devido a rotação do motor, sente e espere ajuda da
equipe de resgate. Nunca leve objetos sobre a cabeça.
Sempre que possuir sinalizador de fumaça, use-o, a fim de indicar ao piloto a direção e intensidade
do vento.
4. Ações Subsequentes
Para facilitar a sequência a ser seguida pelos sobreviventes, foi adotado a sigla AFA+A, que significa
Abrigo, Fogo, Água e Alimento, nesta ordem.
5. Abrigo
Em qualquer área poderá ser improvisado um abrigo com partes da aeronave, equipamentos de
emergência ou com materiais naturais que poderão ser encontrados no local.
Porém, ao se decidir construir um abrigo para longas durações deve-se ter o cuidado de não
escolher terrenos com inclinação muito pronunciada ou em área onde houver perigo de
avalanches, inundações, quedas de rochas ou em local demasiadamente exposto aos ventos.
Não se deve construir abrigos debaixo de grandes árvores, árvores com galhos secos e árvores com
grandes frutos, como coqueiro.
Escolha para o acampamento um local em ponto elevado, plano, o mais afastado possível de
charcos e pântanos, pelo menos 100 metros.
Caso seja necessário, cave uma canaleta rasa em volta do abrigo para evitar que ele seja invadido
pela água da chuva.
Nunca durma diretamente sobre o chão, o contato com a terra fria ou insetos poderá ser bastante
nocivo.
Dos abrigos provisórios, destacam-se dois, o Rabo de Jacu e o Abrigo em A.
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6. Fogo
Após a construção de abrigo, o fogo deverá ser sua próxima atividade, tendo em vista que ele será
necessário para purificar a água que encontrarmos e cozinhar os alimentos. Vale lembrar que se
houver uma quantidade grade de sobreviventes aptos, enquanto um grupo se concentra na
construção de abrigo, um outro já poderá iniciar uma fogueira.
Além disso, o fogo será necessário para se aquecer, se manter enxuto e sinalizar. Não faça
fogueiras muito grandes, pois ela deverá permanecer acessa dia e noite, desta forma, as pequenas
exigirão menos combustível e serão mais fáceis de controlar. Uma pessoa deverá ser designada
para cuidar desta tarefa.
Faça um estoque razoável de lenha para abastecer o fogo, principalmente a noite onde seria
extremamente arriscado sair andando pela selva atrás de combustível.
Lentes: A chama poderá ser obtida fazendo-se incidir os raios solares sobre a isca,
através das lentes de binóculos, máquinas fotográficas, lentes de aumento ou lentes
de óculos.
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Pilhas: Com um pedaço de lã de aço ou fio elétrico fino, ligado aos polos de uma
bateria (ou duas pilhas comum), incendeiam-se facilmente.
7. Água
A água é uma das necessidades mais importantes. Procure por água logo que possível, vive-se até
semanas sem alimento, mas sem água vive-se muito pouco.
O corpo humano necessita normalmente de 2 litros de água por dia para sua eficiência. Um
sobrevivente na selva necessita de 500ml por dia. A maioria da água encontrada na selva deverá
ser purificada entes de consumida, utilizando as seguintes técnicas:
• Pela fervura, durante pelo menos 1 minuto;
• Pelo adicionamento de 8 gotas de tintura de iodo em um litro de água e esperando 30
minutos antes de beber;
• Juntando a água ao purificador existente nos equipamentos de primeiros socorros ou
de sobrevivência (seguindo as instruções da bula).
• Urina e água do mar não servem para beber, pois possuem alto teor de sal.
• Na selva são diversos os locais onde podemos encontrar água, dentre eles destacam-
se:
• Procure nascentes em terrenos rochosos;
• Cave em solo arenoso, as margens de correntes ou lagos lamacentos, em uma distância
da margem de 30cm a 2 metros. Cave até 1 metro e meio de profundidade e espere o
lodo baixar, essa água. Essa água deverá ser coada e purificada antes de consumida.
• Água da chuva captada diretamente em recipientes limpos poderão ser bebidas sem
purificação;
• Trilhas de animais normalmente vão dar em uma fonte de água, mas tenham cuidado
para que os mesmos não se sintam ameaçados. Essa água deverá ser purificada antes
de consumida;
• O sobrevivente poderá fazer pequenas crateras no chão e forrá-las com lona para
captação de água das chuvas;
• Dentro de vegetais como: cipó de casca grossa, bambu, cocos, gravatás e cactos.
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O bambu acumula água da chuva em seu interior. Para coletar a água deve-
se fazer um furo na base dos nós. Essa água somente poderá ser consumida
após purificada.
7.4. Gravatá
verdes, ao entrar em contato com a lona, se condense e escorra para dentro da vasilha. Para se
retirar o sal da água do mar, segue-se o mesmo procedimento, porém, deve-se forrar o fundo do
buraco com outra lona, e encher de água salgada, de forma que a mesma não entre dentro do
recipiente, a água do mar quando evaporar, vai condensar ao entrar em contato com a lona e
escorrer para dentro do recipiente.
8. Alimento
As provisões dos conjuntos de sobrevivência e que por ventura tiverem sido retirados do serviço
de bordo da aeronave, obrigatoriamente deverão ser dividias em 3 partes iguais, deverá se estimar
a quantidade de dias que a equipe de resgate levará para chegar, e consumida da seguinte forma:
• 1º dia – Jejum absoluto;
• 2/3 das provisões para a metade do tempo estimado para a chegada do resgate;
• 1/3 para a segunda metade do tempo estimado para a chegada do resgate.
Enquanto nos alimentamos das provisões advindas da aeronave, deve-se começar a se preocupar
em obter alimento na selva. Nesta situação a principal fonte de alimento será o de origem vegetal,
porém, isso não significa que abandonaremos a hipótese de conseguir alimento de origem animal.
Os sobreviventes devem tentar se alimentar de 2 refeições diárias, sendo que, se possível, uma
delas deve ser quente.
A espécie humana, dependendo do costume, se alimenta de gafanhotos, lagartos, formigas,
cupins, cobras, caracóis, bichos da seda, pulgas, piolhos e até escorpiões.
Se parte do grupo sair em busca de socorro e parte permanecer junto à aeronave, para cada pessoa
que sair em busca de socorro é dado o dobro de alimento que deverá receber aquele que vai
permanecer no acampamento. Deste moto, os que permanecem descansando e os que se
afastarem, deverão estar em idênticas condições físicas no momento do resgate.
Se a ração de água for menor que um cantil por pessoa, por dia, evite ingestão de alimentos
farinhosos, secos ou muito condimentados.
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As palmeiras são consideradas a “Árvore da Providência”. Pois a maioria produz coquinhos que
geralmente estão pendurados sob as folhas, e nenhuma espécie de coquinho é venenoso. Algumas
palmeiras também possuem quantidades apreciáveis de palmito, que pode ser obtido cortando o
tronco, retirando a substância branca interna e lavando-a com várias águas. Além do alimento,
sabe-se que palmeiras somente crescem em regiões com água nas proximidades, desta forma, ao
encontrar uma palmeira, deve-se procurar por fontes de água na região, caso não encontre, cave
próximo à sua raiz, provavelmente se encontrará terra úmida. E por fim, delas também será
aproveitado sua folhagem para a construção de abrigo. Desta forma a Árvore da Providência nos
proporcionará: abrigo, água e alimento.
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do coco pode ser comida de qualquer maneira, inclusive os brotos de coco que brotam das polpas
dos cocos caídos no chão, são comestíveis. Aquecendo-se a polpa pode-se obter óleo de coco que
será um bom preventivo contra queimadura de sol, úlceras e inchações provocadas pela água do
mar, e eficiente para afastar bichos-de-pé e outros insetos.
Os pássaros e pequenos animais são mais difíceis de serem caçados. Destacam-se os pombos, ratos
selvagens e macacos. A melhor maneira de caça-los é por meio de armadilhas.
As carnes não devem ser demasiadamente cozidas. Quando se utilizar uma ave como fonte de
alimento, deve-se retirar as penas logo após o abate, dela se pode aproveitar tudo, inclusive o
coração, fígado e rins, que poderão ser ingeridos crus. Pode-se retirar as penas através do processo
caseiro (água quente), podendo ainda empregar o processo de descamisamento (neste processo,
perde-se a pele da ave).
Caso tenha caçado algum tipo de mamífero, deve-se proceder com a esfola, “tirar o couro”. Feito
isso, abre-se o animal pela linha do peito, tendo o cuidado para não perfurar a bexiga, para não
contaminar a carne. Deixe a carne maturar por um período, o consumo imediato não é
aconselhável pois a mesma estará dura e fibrosa. Nenhuma parte das vísceras deverá ser
aproveitada.
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Nunca se deve ingerir sapos, pois possuem duas glândulas de veneno logo atrás dos olhos. O
veneno do sapo é tão perigoso que o ele mesmo morre se o seu veneno for injetado em seu
sangue. O sapo não ataca, o único perigo que existe é pegarmos e apertarmos sua glândula de
veneno, fazendo com que atinja nossos olhos ou entre em nossa boca. Diferentemente do sapo, a
maioria das rãs são comestíveis. A diferença entre os dois são principalmente:
• O sapo prefere viver em terra firma, já as rãs preferem lagoas;
• O Sapo possui tamanho de 2 a 25 centímetros, já as rãs de 9,8 milímetros à 3 centímetros;
• O sapo tem aparência estranha, pele rugosa e cheia de verrugas, suas pernas são curtas.
As rãs possuem pele lisa e brilhante, suas pernas são longas e correspondem a mais da
metade do seu tamanho.
É importante ter em mente que todas as cobras, com exceção das do mar, servem para comer.
9. Animais Marinhos
A melhor hora para pescar é bem cedo ou no finalzinho da tarde. Na água doce, geralmente o
melhor lugar para pescar é nos locais onde a profundidade é maior, nos poços naturais ao pé de
cachoeiras, no final de corredeiras ou por trás de grandes rochedos. Durante o dia os peixes
costumam procurar abrigo junto aos obstáculos naturais, tais como pedras, plantas aquáticas, etc.
Peixes marinhos deslocam-se em grandes cardumes e costumam aproximar-se da costa, quando
a maré enche. Você poderá, muitas vezes, guiar-se pelas aves aquáticas para localizar um cardume,
pois elas fazem seus voos para reconhecimento do terreno e para descobrir alimentação.
Na maré baixa poderemos encontrar ostras, mariscos e mexilhões presos nos ramos mais baixos
das árvores dos mangues e em pedras. Mariscos e mexilhões que não forem cobertos pela maré
alta, não deverão servir de alimentos, bem como aqueles pertencentes a colônias contendo
membros doentes; bem como não se deve comer aqueles que estiverem presos a objetos
metálicos ou cascos de navios, eles provocam intoxicação violenta, podendo levar a morte.
Caranguejos poderão ser encontrados entre ramos, raízes e andando sobre o lodo dos manguezais.
Geralmente vivem sempre bem próximos a suas tocas e, quando pressentem perigo entram nos
buracos. O pescador que o vê entrar na toca, pode retira-lo dali, com facilidade, enfiando o braço
no buraco e prendendo-o fortemente com a mão. Não há perigo de ser beliscado pelas garras, pois
no interior da toca, ele não dispõe de espaço suficiente para movimenta-las.
Um monte de conchas vazias de ostras, perto de um poço d’água, na rocha, poderá significar a
presença de polvo. À noite os polvos vão para onde a água é mais rasa à procura de lagosta e
crustáceos, podendo ser capturados com facilidade.
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Para capturar ou conservar os peixes, você poderá construir um “cercado” dentro de uma parte
rasa do rio ou lagoa, mantendo-os vivos. É uma reserva que se mantém sempre fresca.
Dos animais marinhos, nunca se deve comer medusas, águas vivas, cobra do mar, caravelas ou
anêmonas. Bem como, nunca se deve ingerir alimentos marinhos deteriorados. O peixe estragado
apresenta guelras viscosas, olhos afundados e a carne, ou pele, excessivamente mole.
Não se deve comer peixes que possuam pele espinhosa ou lisa, dê preferência aos que possuírem
escamas. Não se deve comer peixes fluviais crus, pois poderão ter parasitas.
Para limpar mariscos, ostras, mexilhões e lagostas, basta deixá-los de molho em água pura durante
à noite, pois se limparão por si mesmos.
Ao se caminhar na praia, próximo as margens dos rios, ou fundo barrento, faça deslizar o pé sobre
o fundo antes de firma-lo, deste modo evitará pisar sobre arraias ou outros animais com ferrões
ou espinhos.
10. Cozimento
Pode-se utilizar latas ou outros recipientes que resistam ao calor, cozinhando-se os alimentos de
origem animal por no mínimo 30 a 40 minutos.
Não havendo vasilhas, a carne pode ser assada, enrolando-a em várias camadas de folhas verdes
que são colocadas no meio das cinzas quentes; sobre pedras quentes ou colocadas em buracos
cavados no solo. Depois de 2 horas de cozimento, a carne estará pronta para ser consumida.
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10.1. Assar
11. Armadilhas
Os animais de tamanho médio e grande podem ser capturados por meio de armadilhas ligadas a
troncos que caem quando o animal agarra a isca ou agita o laço. Porém, este tipo de armadilha,
devido ao trabalho que dá em prepará-la, é válida somente nas áreas onde existe caça grande e
em muita quantidade, além do que devemos considerar, diante das dificuldades de conservação,
se é ou não interessante capturar caça de grande porte.
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As armadilhas deverão ser armadas a tarde e recolhidas pela manhã. Quando estiver montando a
armadilha, se possível, fique em uma posição onde o vento sopre da caça para você, e não ao
contrário.
11.2. Atiradeiras
11.3. Alçapão
12. Vestuário
Mantenha consigo o máximo de roupa que conseguir trazer do avião. Manter a roupa limpa e seca
é primordial, ela exercerá melhor sua função protetora.
O ideal é usar calças compridas e camisas de mangas longas, cobrindo a cabeça com uma camiseta
ou similar.
Roupas frouxas tornam o calor mais suportável. Manter o corpo inteiramente coberto tem os
seguintes objetivos:
• Evita picadas de insetos e mosquitos transmissores de doenças;
• Protege a pele contra possíveis infecções causadas por arranhões, espinhos, galhos, etc.;
• Evita queimaduras do sol.
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Cuidados devem ser dados com relação a alguns animais durante uma sobrevivência na selva:
• Formigas – Em seus formigueiros tornam-se muito ferozes. As picadas de algumas espécies
são muito dolorosas, podendo causar sérias irritações na pele. Pode-se combate-las com
gasolina ou fogo.
• Mutucas – São insetos voadores. Suas larvas penetram na pele aproveitando os ferimentos
e causam infecções.
• Sanguessugas – Comuns em florestas pantanosas. Suas mordidas são indolores, mas
podem resultar em grandes ulcerações. Para se livrar delas, deve-se aplicar, sobre as
mesmas, gotas de iodo, pitadas de sal, fósforos acesos ou ainda pontas de cigarro.
• Bichos de pé – São pequenos insetos que penetram na pele e deixam ovos que se
desenvolvem, produzindo inchação local, coceira e inflamações.
• Carrapatos – Nunca se deve achatar um carrapato sobre a pele, pois são portadores de
germes de doenças graves para o homem. Caso necessário, deve-se retirá-los encostando
pontas de cigarros acesos e/ou brasas, a fim de não deixar suas garras na pele. Após a
retirada passar iodo no local.
• Abelhas e marimbondos – as picadas destes insetos geralmente não causam problemas,
mas podem ser perigosas se as picadas forem múltiplas ou conforme sua localização.
Antes de iniciar a jornada, planeje-a cuidadosamente e faça todos os preparativos de modo mais
completo possível. Não se sobrecarregue. Procure levar palitos de fósforo ou isqueiros, velas,
bússolas, mapas, estojo de primeiros socorros, caderno de notas e lápis.
Tudo isso deve ser condicionado em um saco à prova d´água. Deverá levar também um machado
ou faca, água, alimentos, espelhos de sinalização, óculos para Sol (se houver), relógio, fio metálico
ou corda para amarrar abrigo e lona.
Caso todos os sobreviventes decidam abandonar o local, deixe uma notificação na aeronave por
escrito, deixe também um sinal que seja visível do ar, indicando a direção seguida.
Retire da aeronave, se possível, a bússola magnética. Não se esqueça de remover os ímãs de
compensação da bússola (se possível). Procure seguir sempre o caminho mais fácil e mais seguro,
mesmo que seja mais longo. Os deslocamentos devem ser lentos.
Poupe suas forças contornando obstáculos. Não lute contra os cerrados e capoeiras, cortando o
mato com facão, é preferível contorná-los. Quando encontrar elevações, não suba em linha reta,
quando for muito inclinado, procure subir em ziguezague, a fim de poupar energia.
Mantenha um ritmo de marcha. Caminhe durante 3 horas e descanse uma, inicie a marcha pela
manhã. Procure acampar antes do anoitecer, e para cada hora de trabalho no acampamento
descanse 10 minutos. Às 17hr, na selva, já começa a escurecer. Portanto, já a partir das 15hr,
procure encontrar um local para acampar.
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As correntes de água e as picadas abertas pelos animais, são as estradas do sertão. Em caso de
tempestade ou nevoeiro, acampe logo e espere que a visibilidade se torne novamente normal, e
que as condições de tempo se tornem melhores antes de prosseguir viagem.
Assinale todo o caminho percorrido e o rumo seguido. Faça setas nas árvores, e em pequenas
pedras, quebre galhos, amarre pedaços de pano e modifique a paisagem natural. Evite acampar
nas margens de rios e riachos, estabeleça um rodízio de sentinelas de 2 em 2 horas.
Sempre que encontrar águas pantanosas nunca tente cruza-las, contorne-as.
A densidade da vegetação torna a selva “toda igual”, nela não haverá pontos de referência nítidos.
Mesmo aqueles que já possuem alguma experiência não confiam muito em possíveis referências,
porque tudo se modifica, se confunde devido à repetição contínua e monótona da floresta
fechada, os incontáveis obstáculos constantemente causarão desequilíbrios e quedas, tornando
difícil à visada permanência sobre determinado ponto, a necessidade de saber onde pisar ou
colocar as mãos desviara, por certo, a direção do raio visual, e finalmente, a própria densidade da
vegetação só permitirá que se veja até a distância de 15 a 20 metros à frente, quando muito. A
noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo dos olhos. O luar, quando houver, poderá atenuar
um pouco essa escuridão sem, contudo, entusiasmar o deslocamento noturno. O copado fechado
das árvores não permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que seja uma clareira, o que
ainda assim, não significará que possa observá-los de dia ou de noite, pois haverá constantemente
a possibilidade de céu nublado. Por tudo isso, os processos de orientação na selva sofrerão severas
restrições.
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• Tenha muita atenção ao fazer as leituras, pois uma leitura errada por parte dos
sobreviventes trará sérios problemas de localização, até mesmo para conseguir voltar ao
local do acidente.
• E lembre-se sempre: “Uma bússola nunca diz o local onde se está e sim o local para se onde
vai”.
Note que a bissetriz do ângulo deve ser realizada com o menor ângulo formado entre o ponteiro
das horas e o mostrador das 12 horas.
Azimute é a coordenada em graus para onde os sobreviventes desejam ir. Porém durante uma
sobrevivência é normal não saber em que direção seguir para buscar socorro. Neste caso
consideremos que o Azimute é desconhecido. Após um calmo estudo da situação, o grupo
selecionará uma direção da qual se tirará o azimute segundo o qual se navegará. Isso evitará que
se caminhe em círculos, e ao mesmo tempo permitirá, se necessário, retornar ao ponto de partida,
orientando-se pelo contra azimute. Quer seja azimute ou contra azimute, a técnica será a mesma.
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Estipulou-se que uma equipe de navegação na selva em busca de socorro, necessitará de 4 pessoas
(se possível):
• Homem-ponto: Será aquele lançado a frente para servir de ponto de referência, portará
um facão para abrir picada na mata.
• Homem-bússola: Será o portador da bússola e se deslocará à retaguarda do homem-ponto,
deverá manter a bússola amarrada ao corpo para não perde-la, quando não estiver em uso,
deverá ser fechada.
• Homem-passo: Será aquele que se deslocará atrás do homem-bússola com a missão de
contar os passos percorridos e transforma-los em metros.
• Homem-carta: Será o que conduzirá a carta (caso haja) e auxiliará na identificação de
pontos de referência ao mesmo tempo que nela lançará outros que mereçam ser locados.
Sendo assim, lança-se o homem-passo à frente, na direção do azimute até o limite de sua
visibilidade, utilizando comandos para que ele fique na direção certa, como: “Um pouco a direita”,
“Mais à esquerda”. O homem-bússola determinará com precisão o local onde o homem-ponto
deve parar. Em seguida o homem-passo seguirá do ponto de partida até o local do homem-ponto,
contando o número de passos, e à medida que atingir uma quantidade razoável, deverá anotá-los
de modo que a qualquer momento possa converter passos em metros e saber o quando andou. O
homem-carta tomará notas de todos os passos e pontos relevantes no ambiente, bem como
marcar o local onde realizarem desvios.
prática quando se tratar de obstáculos de grandes dimensões, pois o mais difícil na selva será
encontrar aquele ponto nítido. Por isso, quando se sair de um ponto em busca de outro, não
esquecer de deixá-los antes, muito bem marcado para facilitar o retorno em caso de insucesso.
• Compensação com passos e ângulos retos: Marcha-se na direção amarrada pelo azimute de
marcha até o ponto, frente ao obstáculo. De A se vai a B deslocando-se segundo um novo azimute,
de modo que este forme com o de marcha um ângulo reto em A; e neste deslocamento contam-
se os passos dados entre A e B (P passos). De B vai-se a C deslocando segundo o mesmo azimute
de marcha (será o azimute paralelo); também neste deslocamento contam os passos dados entre
B e C (Q passos) para não se perder a noção da distância geral do percurso realizado ou ainda a
realizar. De C vai-se a D deslocando-se segundo o contra-azimute da direção A e B e percorrerão a
mesma distância que se percorreu entre A e B, isto é, os mesmos P passos. Chegando em D reinicia-
se o deslocamento na direção dada pelo azimute de marcha original.
16. Indígenas
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Considera-se como ofidismo o conjunto de acidentes causados por picadas de cobra. São
classificadas basicamente em venenosas e não venenosas que são facilmente reconhecidas.
Ao ser mordido, caso não consiga se capturar a cobra para verificar se é venenosa ou não, pode-
se analisar a marca da mordida na pele. As não venenosas ao morderem, deixam somente as
marcas no formado de semicírculo (3 linhas), enquanto as peçonhentas, além dessas marcas,
deixam também, geralmente, 2 marcas maiores (relativa as presas).
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A classificação das cobras venenosas é feita levando em consideração a ação do veneno e divide-
se em:
17.1. Botrópico
Grupo ao qual pertencem a jararaca, urutu, cotiara,
jararacuçu, caiçara, boca-de-sapo, etc. É o grupo mais
numeroso, composto por mais de 30 variedades,
responsável por mais de 90% das picadas de cobras.
Costumam habitar regiões úmidas, à beira de correntes
de água. Possuem hábitos noturnos, durante o dia
descansam, ocultando-se no chão, moitas, buracos de
tatu, ninhos de cupim, etc.
São lerdas e quando se sentem ameaçadas, armam a posição para o bote, enrodilham-se no terço
caudal e desferindo por vezes vários botes até atingir o alvo. Atingem na idade adulta até 2 metros
de comprimento.
17.2. Crolático
A este grupo pertence a cascavel. Possui chocalho na ponta da
cauda, o que facilita sua identificação. Vive em campos
abertos, regiões secas e pedregosas, sendo os cerrados e
pastos, os locais de sua preferência. São encontradas em todo
o país, mas raramente na Amazônia, Mata Atlântica e regiões
litorâneas. Quando adultas podem atingir 1,60 metros.
São responsáveis por 8% dos acidentes ofídicos no país. Como
todas as serpentes peçonhentas, também tem hábito noturno,
e ao terem seu espaço invadido assumem a posição para o bote.
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17.3. Laquético
A surucucu, maior serpente peçonhenta do continente
americano, que atinge em torno de 4,5 metros, pertence a esse
grupo. Os acidentes com esta cobra no Brasil são muito raros, e
o seu veneno no organismo do acidentado provoca reações
semelhantes ao veneno das jararacas:
• Inchaço no local da picada;
• Diarreia;
• Hemorragia.
Possuem comportamento agressivo, habitam as regiões de florestas virgens, matas densas e
úmidas. Representa cerca de 3% dos acidentes ofídicos do país. Possui escamas arrepiadas no final
do rabo, facilmente reconhecível.
17.4. Elapídico
As corais pertencem a esse grupo, são serpentes pequenas, e
atingem em média 50 centímetros. São de comportamento dócil,
possuindo características completamente diversas. Geralmente
tem anéis no corpo (vermelhos, branco ou amarelo), mas existem
corais verdadeiras que não possuem anéis. Por possuírem presa
fixa, as corais não picam as vítimas, mas sim as mordem. Os
sintomas são:
• Dormência no local atingido que se erradia pelo membro, ocorrendo dificuldade de
articular as palavras;
• Dificuldade de deglutição;
• Paralisia progressiva da respiração;
• Morte em poucas horas ou dias (por asfixia).
Qualquer acidente elapídico deve ser considerado grave. As corais vivem geralmente em buracos
e sombras de árvores. São encontradas em todo território brasileiro e possuem hábitos noturnos.
Os acidentes com corais representam 1% ou menos do total, e os casos não tratados,
invariavelmente culminam com a morte da vítima.
17.5. Prevenção
As cobras venenosas quando surpreendidas, ao invés de se apressarem, interrompem sua marcha,
enrodilham-se e põem-se em atitude de defesa. As cobras não venenosas movimentam-se com
muita agilidade, sendo difícil capturá-las.
Quase todas as cobras são boas nadadoras, entretanto, só acidentalmente nadam, existindo
aquelas que vivem às margens dos rios e lagoas, que podem ser encontradas com frequência
dentro da água. Por esta razão, vale salientar que os acidentes com cobras, também podem
ocorrer na água. Antes de entrar ou tomar banho em rios e lagoas é necessário observar primeiro
o local e o lugar em que pisa.
Os filhotes de cobras venenosas têm veneno desde o nascimento. Muitos acidentes podem ser
evitados quando se conhece o hábito das cobras e se adota cuidados básicos, tais como:
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• Improvisar o uso de botas de cano alto, 80% dos acidentes ocorrem por picadas nos pés e
pernas. O uso de sapatos pode evitar até 50% dos acidentes.
• Não colocar as mãos em tufos de capim, vegetação densa, buracos, folhas secas, etc, usar
um graveto ou pedaço de pau, caso isto seja necessário, usando o mesmo expediente
quando for preciso caminhar pelos campos.
• O uso de luvas, camisas de manga longa, calças compridas também protegem contra as
picadas de cobra.
• Antes de entrar em matas, parar um pouco, deixar a visão acostumar a penumbra do local,
possibilitando assim, enxergar melhor as cobras que podem estar por ali. Entretanto,
cuidado, muitas cobras pelo seu colorido podem passar despercebidas mesmo que você já
tenha adaptado sua visão ao ambiente.
• Não segurar as cobras com as mãos, mesmo que estejam mortas, pois existe veneno em
suas glândulas, e a pessoa ao ferir-se em suas presas pode se envenenar, além do que,
pode-se pensar que a cobra está morta, mas ela ainda pode picar.
• Antes de calçar sapatos, chinelos, botas, examiná-los bem. Os animais peçonhentos podem
refugiar-se dentro deles.
• À noite, evitar andar em vegetação rasteira, ou no mato de maneira geral, pois é a hora
preferida de movimentação de grande número de cobras peçonhentas.
• Não encostar em barranco antes de examiná-lo com cuidado.
• É interessante lembrar que há serpentes, como a cobra papagaio, que vivem penduradas
em árvores, portanto, cuidado ao andar pela mata.
17.6. Tratamento
Em condições normais do dia-a-dia, o melhor tratamento para picada de cobras deverá ser através
de soro antiofídico especifico, caso a cobra não possa ser identificada, ou na falta de soro
específico, deve-se usar o Soro Polivalente.
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Porém, muitas vezes, mesmo adotando os cuidados de prevenção, podem ocorrer acidentes com
cobras. Como medidas de primeiros socorros, até que cheguem os grupos de salvamento e seja
possível dispor de um serviço de saúde e tratamento, a recomendação é a seguinte.
• Não se deve amarrar ou fazer torniquete. O garrote impede a circulação do sangue,
podendo produzir necrose ou gangrena. O sangue deve circular normalmente.
• Não colocar folhas, terra, etc. no local da picada, pois podem provocar infecção.
• Não se deve cortar o local da picada. Alguns venenosos podem provocar hemorragias, e o
corte feito no local com canivetes e outros objetos não desinfetados favorecem as
hemorragias e infecções.
• Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova
por seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno, e, em caso de acidente
com jararacas, caiçacas, etc., os ferimentos se agravam. No caso da picada ser em pernas
ou braços, e importante mantê-los em posição mais elevada.
• O indivíduo picado por cobra deve chamar por socorro, evitando desta forma qualquer
movimentação.
• Poderemos, logo após o ocorrido, utilizando uma agulha limpa e desinfetada, fazer uma
série de pequenos orifícios (2 a 3 milímetros), em número de 10 a 15 no local da picada,
fazendo pressão para que o sangue saia, e com ele, alguma quantidade de veneno. Se
houver possibilidade, a própria vítima deverá sugar o sangue, e cuspi-lo em seguida. O
importante é tomar esta medida logo após ter acontecido à picada, espremendo o local
por mais ou menos 15 (quinze) minutos, isto poderá acarretar a saída de até 30% do
veneno, o que poderá significar a redução de uma quantidade mortal, para uma
quantidade que o organismo possa perfeitamente superar.
É o conjunto de acidentes causados por picadas de aranhas. Este tipo de acidente raramente leva
a óbito, quando chegam a tal ponto, as vítimas são invariavelmente crianças pequenas, idosos ou
pessoas extremamente debilitadas.
As aranhas constituem um grupo numeroso, mas dentre todas podemos destacar 5 que
representam real perigo os seres humanos, devido à ação da peçonha que são capazes de inocular.
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• Retenção de urina;
• Coriza;
• Queda da temperatura corporal;
• Pulso rápido;
• Parada cardíaca e morte (geralmente em crianças)
18.2. Tratamento
Varia de acordo com a natureza do veneno inoculado pela aranha. Caso seja possível deve-se
aplicar o soro anticténico, na dose de 1 a 3 ampolas de 5cm³. Geralmente essa aplicação produz
uma regressão dos sintomas dentro de 2 horas.
Na impossibilidade do soro, durante uma sobrevivência, logo após a picada da aranha, o socorrista
deve manter a vítima em repouso, colocando sobre o local da ferroada compressas frias com água
pura e administrando analgésicos comuns. Caso esteja presente na bolsa de primeiros socorros,
pode-se aplicar anestésico local, principalmente para picadas de armadeiras e aranha marrom.
Podemos aplicar também a polpa de coco.
Segundo estudos, as picadas de aranhas brasileiras não contêm veneno suficientemente potente
para produzir lesões mortais nos seres humanos. Mas, talvez por haver pessoas alérgicas, muito
sensíveis ao veneno ou com a falta de assistência médica poderá haver complicações. O fato é que,
várias crianças e até mesmo adultos faleceram na selva quando picadas por algum destes
aracnídeos, portanto, muito cuidado com relação ao vestuário, calçados e locais onde o
sobrevivente se encontra.
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SOBREVIVÊNCIA
NO MAR
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SOBREVIVÊNCIA NO MAR
Durante o último conflito mundial, numerosos foram os casos de náufragos que permaneceram
vários meses no mar, em pequenas balsas ou botes de borracha e que se salvaram apesar de
inicialmente, não disporem de água ou de comida.
O recorde pertence a um marinheiro chinês, que permaneceu 133 dias no mar, mantendo-se vivo
à custa de água de chuva e de peixe.
De um modo geral, a sobrevivência no mar, dependerá principalmente das rações e dos
equipamentos disponíveis, bem como da iniciativa do próprio náufrago. Desses equipamentos,
destaca-se o da pesca; portanto o peixe constitui a única fonte de comida e de água, de um
náufrago.
Os maiores perigos para os ocupantes de um barco salva-vidas são ansiedade e o medo,
geralmente provocados pelo desconhecimento de como sobreviver em alto mar enquanto não
chegam as equipes de salvamento. A fim de evitar essa situação, os tripulantes do avião têm que
saber o que fazer e como fazê-lo para garantira a sobrevivência de todos. Um outro fator
importantíssimo, aplicável a todos os ocupantes dos barcos, é o desejo de sobreviver, sem o qual
todos os equipamentos e conhecimentos de nada valerão. Centenas de casos provaram que
aqueles que sobreviveram tiveram a firme determinação e o desejo de sobreviver, e nunca
perderam as esperanças ou se deixaram dominar pelo medo.
Um náufrago estará sempre sujeito a quatro grandes perigos: afogamento, frio, pânico e sede.
Como na sobrevivência na selva, no mar, o momento logo após a evacuação, deverá ser seguido
de ações imediatas e simultâneas:
• Após a completa lotação, soltar o bote da corda que prende ao avião, afastando-o das
águas impregnadas de combustível ou destroços do avião;
• Acionar o rádio transmissor de emergência;
• Localizar passageiros e tripulantes, realizando o resgate de homem ao mar;
• O tripulante mais graduado do bote deverá assumir o comando do mesmo;
• Soltar a biruta d’água assim que praticável, a fim de evitar que os barcos sejam levados
para muito longe; pois a procura das Equipes de Resgate começará pelo local do acidente;
• Amarar um bote ao outro, a fim de facilitar a localização e salvamento;
• Inflar com a bomba manual as estações de embarque, tanto superior como inferior;
• Redistribuir a lotação dos botes, caso haja excesso de ocupantes em um deles;
• Prestar os primeiros socorros;
• Armar o toldo que servirá de proteção contra o sol, chuva e vento;
• Abrir o conjunto de sobrevivência no mar, separar e proteger os sinalizadores;
• Proteger bússolas, relógios e fósforos contra a umidade;
• Avaliar a quantidade de água disponível, levando em conta que um náufrago necessita de
meio litro de água por dia. Tendo pouca água, convencer os sobreviventes que não
precisarão de água e alimento nas primeiras 24 horas.
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• Não usar fósforos, isqueiros, etc., enquanto os botes estiverem dentro de área com
combustível;
• Sempre manter o bote o mais seco possível. As pessoas com roupas molhadas deverão
merecer atenção especial, principalmente em climas frios;
• Estabelecer em cada bote um sistema de vigilância, devendo cada ocupante exercer a
função de vigia no máximo por duas horas consecutivas. Não escalar doentes ou feridos
graves para essa tarefa.
• Sempre estar preparado para usar os aparelhos de sinalização assim que surgir um avião
ou navio, a fim de não perder a ocasião de ser localizado, pois é tarefa das mais difíceis
localizar botes em alto mar.
• Não entregar a leigos, o manuseio dos sinalizadores.
• Os ocupantes dos botes deverão manter seus coletes inflados. Crianças deverão ser atadas
a um dos seus pais, com a tira de seus coletes a fim de garantir a sobrevivência caso o barco
vire.
• Um dos ocupantes de cada bote, de preferência o vigia deverá permanecer atado ao bote
por uma corda de, pelo menos 3 (três) metros, a fim de servir como âncora caso o bote
vire.
• Proteja-se dos raios solares por meio de toldos, vestes, óculos e cera protetora de lábios.
Aeronaves que sobrevoam grandes extensões de água, deverão estar equipadas com conjuntos
de sobrevivência no mar, além do conjunto destinado à selva.
O conjunto do mar possuirá dentre outros itens:
• Corda com anel de salvamento.
• Âncora flutuante (biruta d´água).
• 01 Balde de borracha.
• 01 Canivete de múltiplas finalidades.
• 01 Alicate.
• 05 Pacotes de rações.
• Bolsas de água para fins medicinais.
• 05 Pacotes com tabletes de nitrato de prata (purificar água).
• 01 Espelho sinalizador.
• 05 Cartuchos pirotécnicos.
• 01 Bússola.
• 04 Bujões de vazamento.
• 01 Bomba de ar (manual).
• 01 Toldo com suportes laterais e centrais.
• 01 Estojo com material de pesca.
• Esponjas (tirar água do bote).
• Kit de Primeiros Socorros em estojo à prova d´água.
• Manual de sobrevivência no mar.
• Cordas.
• Fósforos a prova d´água.
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É claro que o sucesso de uma sobrevivência no mar dependerá muito dos equipamentos coletivos
de flutuação. Sendo assim, procure:
• Manter os botes corretamente inflados, utilizando as bombas manuais;
• As câmaras devem permanecer bem cheias, mas de modo nenhum devem esticadas como
tambores. Verifique com regularidade o estado de enchimento das câmaras. O ar quente
dilata-se. Deste modo, nos dias quentes, deixe escapar algum ar das câmaras. Ao esfriar o
tempo, bombeie o ar para dentro delas.
• Anzóis, latas vazias, canivetes furam o bote com facilidade, cuidado com os mesmos.
Vazamentos devem ser vedados assim que localizados, utilizando-se os recursos
disponíveis (bujões de vedação).
• Não amarrar linhas de pesca ao bote (muito menos aos ocupantes) pois um peixe de grande
porte poderá ocasionar danos ao bote, ou mesmo aos seus ocupantes. A biruta d´água
deverá ter um pano enrolado em sua corda, com a finalidade de impedir que o atrito dessa
corda danifique o material do bote. Distribua os passageiros de modo que o peso dos
mesmos contrabalance a tendência do bote levantar ao lado do vento.
• Só se deverá navegar o bote, quando houver terra à vista. Se o vento estiver soprando em
direção a terra, deve-se retirar a biruta d´água, soltar o toldo apenas do lado do vento e
segurá-lo o mais alto possível, para enchê-lo de ar, proporcionando assim, um
deslocamento mais rápido.
4. Sinalização
Durante a sobrevivência no mar a conservação dos sinalizadores exige cuidados maiores, pois uma
simples “virada” do bote poderá pôr tudo a perder. Os itens sinalizadores que estarão a nossa
disposição serão os mesmos vistos até aqui, ou seja, rádio transmissor de emergência, cartuchos
pirotécnicos, espelho sinalizador, pó marcador de mar, lanternas, luzes de localização e apito.
Todo esse material encontra-se acondicionado em sacos plásticos a bordo, porém para garantir
proteção mais efetiva devemos envolvê-los ainda em outra embalagem impermeável, mantendo-
os como os demais itens devidamente amarrados ao bote.
Observem que em pouso forçado na selva teremos outros recursos disponíveis para sinalizar,
como troncos de árvores, fogueiras, etc., enquanto no mar, contaremos somente com os recursos
dos conjuntos de sobrevivência dos botes. Vamos relembrar mais uma vez, o modo de uso de cada
um dos sinalizadores:
• Rádio Transmissor de Emergência: Deverá ser acionado após o abandono da aeronave,
devendo antes do acionamento ser amarrado à corda que circunda o bote ou “slide-bote”.
Começará a emitir sinais em cinco segundos, enviando sinais ininterruptamente por 48
(quarenta e oito) horas.
• Espelho Sinalizador: O sobrevivente que ficar responsável pela operação desse item
deverá logo nos primeiros minutos da operação de sobrevivência ir se adaptando ao seu
uso, para poder sinalizar adequadamente quando a oportunidade se apresentar. Correrá o
horizonte a pequenos intervalos com o reflexo do espelho, pois este poderá ser visto
mesmo antes que o sobrevivente tenha a oportunidade de ver ou ouvir a aproximação do
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socorro. Na ausência desse espelho, ou mesmo em conjunto com ele, poderão ser usados
espelhos comuns, tampas de lata, superfícies metálicas sem arestas cortantes, e tudo que
possa refletir com alguma intensidade a luminosidade do sol. É evidentemente um item de
sinalização diurna.
• Pó marcador de água: O corante marcador de água é um saco de pano contendo um
produto químico que reage com a água, alterando seu PH. Produz uma mancha verde (clara
ou escura) que permanece ativa durante aproximadamente 3(três) horas. É um sinalizador
para o uso diurno, sendo que sua eficácia aumenta em dias ensolarados. Mantê-los seco.
Alcance de 10 milhas.
• Foguete pirotécnicos: Serão acionados somente quando tivermos certeza da aproximação
de navio ou avião. Possuem um lado para sinalização diurna e outro para sinalização
noturna, sendo que o lado noturno sempre terá alguma característica que permitirá seu
reconhecimento no escuro total, através do tato. O lado diurno terá a tampa lisa. No mar
devem ser direcionados para fora do bote, num ângulo de 45º acima do horizonte e a favor
do vento. São facilmente danificados pela umidade, exigindo cuidados muito especiais para
sua conservação e por se tratarem de recursos importantes, não podem ser desperdiçados
em hipótese alguma.
• Lanternas: As lanternas para sinalização (a prova d´água, possuem lentes coloridas) devem
logicamente ser usadas com essa finalidade, ou sendo absolutamente necessário utilizá-las
para iluminação, o tempo de uso deverá ser o mais breve possível, pois sua verdadeira
função é bem mais nobre.
• Apito: Servirá para atrair a atenção de embarcações próximas, para a localização dos botes
durante nevoeiro e para atrair a atenção de pessoas quando o bote estiver próximo ao
litoral.
• Lembre-se sempre, com exceção do rádio transmissor de emergência e do espelho
sinalizador, os demais itens deverão ser usados somente quando estivermos vendo, ou
então ouvindo o barulho dos motores de aeronave ou embarcação. O uso dos sinalizadores
só deve ser feito por tripulantes ou outros sobreviventes pré-qualificados, isto é, que
tenham sido previamente orientados para a função.
condições físicas em que estes se encontram. Se não dispuser de água não coma. Se a sua água for
de dois litros ou mais por dia, poderá comer uma maior ou menor parte de sua ração, e ainda
qualquer alimento que conseguir apanhar, seja uma ave ou um peixe. Vamos relembrar que a
quantidade de água necessária ao nosso organismo, é de dois litros por dia, em uma situação de
sobrevivência, no mínimo meio litro.
Observe as nuvens e esteja prevenido para qualquer chuva que possa cair. Com o toldo do bote
colha água de chuva, acondicionando a água nos reservatórios plásticos ou quando puder manter
parte das roupas úmidas, podendo ajudar a diminuir a sede, mas não exagere nessa prática,
principalmente se não possuir cobertura de toldo.
A água da chuva nem sempre satisfaz, nela faltam os minerais necessários ao corpo humano, além
de desagradar um pouco ao paladar. A fim de dar-lhe melhor sabor, misture nessa água um pouco
de água do mar, ou dissolva nela caramelos duros, café ou chá solúvel. Sempre que chover, beba
água quanto puder conter em seu estômago sem que se sinta mal, aliás, a própria postura do
sobrevivente dentro do bote, limita a quantidade de água a ser ingerida.
Vale a pena salientar que o sabor da água obtida por intermédio dos dessalgadores químicos não
é agradável, além do que nem sempre estará na temperatura adequada, o que não significa que
não possamos tomá-la, muito pelo contrário, apenas devemos esperar o mesmo agir por 60
minutos.
Uma das maiores fontes de água e alimento para o náufrago será a obtenção de peixes, que ao
serem cortados em pedaços e mastigados, fornecerão apreciável quantidade de água.
Nunca beba água do mar e se você não dispuser de água, não coma.
6. Obtenção de Alimento
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Dos alimentos encontrados durante uma sobrevivência no mar, nunca se deve comer:
• Medusas, águas vivas, caravelas, cobra do mar, holoturias e peixe mortos ou quase mortos.
• Vísceras ou ovos de qualquer peixe desconhecido.
• Mariscos pertencentes a colônias onde existam moluscos mortos, quase mortos ou
malcheirosos.
• Mariscos ou ostras agarrados a cascos de navios ou qualquer objeto metálico;
• Peixes da família dos baiacus (possuem corpo arredondado com pele dura, cobertos de
placas ósseas ou de espinhos).
• Quase todas as espécies de peixes de alto mar são comestíveis. Quando pescar, procure
não apanhar peixes muito grandes, que tenham espinhos no corpo e os dentes muito
salientes. Antes de trazê-los para dentro do bote, mate-os com uma pancada na cabeça.
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7.1. Tubarões
O tubarão, ao contrário dos peixes com estrutura óssea,
não tem bexiga natatória, que permite o equilíbrio dentro
d´água. Como o peso de seu corpo é maior que o da água,
quando ele para de nadar, afunda. A maioria dos tubarões,
especialmente aqueles que frequentam águas profundas,
precisa mover-se do nascimento à morte, se os tubarões
pararem de nadar, irão ao fundo e morrerão pela pressão.
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Sua carne pode ser comida, porém é forte e cheira a amônia. O tubarão ataca quando tem fome,
mas seu apetite parece ilimitado. Isto pode ser explicado pela anatomia interna, simplesmente
adaptada para encerrar a presa e digeri-la.
Ao contrário da maioria dos vertebrados, ele tem um aparelho digestivo bastante curto. A área de
absorção dos alimentos é ampliada por uma válvula espiral, que permite uma digestão rapidíssima
tornando o tubarão um eterno faminto.
Vivendo tanto em águas rasas como nos mares mais profundos, os tubarões são mais numerosos
em áreas tropicais, subtropicais e temperadas, apesar de várias espécies habitarem as águas frias
do Ártico e do Antártico.
O tubarão tem um olfato apurado capaz de detectar um estímulo olfativo atraente, como o de
sangue, mesmo se ele estiver diluído. Baseado apenas no olfato, um tubarão pode seguir uma
pista por muitos quilômetros. Outro sentido bastante aguçado no tubarão é a audição. O olfato e
a audição compensam a principal deficiência, que é a visual. O tubarão é míope, o cristalino dos
seus olhos é indeformável, de modo que ele só pode ver nitidamente objetos que estejam a
distâncias de 2 a 5 metros.
Ficou provado, através de várias experiências, que o tubarão não ataca deliberadamente o
homem, mas pode ser levado a isto, por certos tipos de vibração. Também não ataca de modo
precipitado, por puro instinto de agressão, sendo ao contrário, muito cauteloso ao se aproximar.
A maioria dos tubarões se afasta quando encontra alguma coisa tão grande como um homem
submerso. É típico o seu comportamento ao cruzar com um mergulhador. Mesmo chegando a ele
excitado pelo estímulo, seus olhos míopes percebem primeiro uma grande sombra indistinta, e
em seguida a imagem real do mergulhador, possivelmente interpretada como a de um animal
grande e incomum, desconhecido e, portanto, potencialmente perigoso. O medo prevalece sobre
a necessidade de alimentar-se, e o tubarão foge.
Já na superfície da água, a situação é diferente. Uma presa fácil de apanhar, é ali que se encontra
uma gaivota agonizante, um peixe mais fraco, o lixo atirado dos navios, etc. Um náufrago na
superfície pode provocar vibrações sonoras capazes de excitar um tubarão, que avista somente as
partes imersas do corpo e, se ele afinal atacar, estará investindo contra a fonte de vibrações, que
em geral é um apêndice móvel, como uma perna ou um braço. As medidas enunciadas a seguir
não significam que o ataque será evitado, mas em muitas ocasiões poderão surtir efeito:
• Roupas escuras parecem oferecer maior proteção que roupas claras.
• Estando no interior da embarcação, evitar deixar mãos e pés dentro da água,
principalmente se estiverem sangrando.
• Não atirar pela borda restos de alimentos.
• Caso um tubarão ataque o bote, tente acertá-lo no focinho com um objeto contundente.
• Nem todos os tubarões fazem parecer a barbatana dorsal acima d´água, e caso você
presencie tal fato, talvez ainda não venha a ser um tubarão.
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8. Métodos de Flutuação
9. Quartos de Vigilância
Distribua os quartos de vigia. Estes não devem exceder de 2 (duas) horas. Todos os sobreviventes
devem participar deste dever, com exceção dos que se acham seriamente feridos ou exaustos.
Mantenha pelo menos um homem em vigilância durante 24 horas do dia. Se possível, faça render
o vigia de 2 em 2 horas.
O vigia, principalmente, deverá observar cuidadosamente até onde sua vista alcança, procurando
reconhecer quaisquer sinais de terra próxima, aeronaves/embarcações ou cardumes.
Os botes (com exceção dos de capacidade para 20 homens) podem ser navegados com todo
sucesso com um desvio de até 10 graus de direção do vento.
Em mar agitado, amarre a popa do primeiro bote à proa do segundo bote e deite ao mar a biruta
d'água, da popa do segundo bote. A corda, entre os botes deverá ter uns 8 metros.
Abordar à terra em uma arrebentação violenta é perigoso. Não se apresse em ganhar a terra.
Procure não desembarcar quando o Sol estiver baixo, sobre o horizonte, ferindo os olhos e
dificultando-lhe ou mesmo impedindo-lhe a visão. Procure desembarcar a sotavento (ao lado
oposto do vento).
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Poderá ainda navegar ao longo da costa à procura de uma praia onde possa desembarcar e onde
a arrebentação seja mais suave.
• Enjoo no mar: Não coma nem beba. Deite-se e mude a posição de sua cabeça. Dispondo
de remédio contra enjoo no mar, tome-o logo.
• Queimaduras de sol: Conserve a cabeça e a pele, em geral, cobertas. Mantenha-se a
sombra.
• Úlceras provocadas pelo contato da água do mar: Não procure abri-las ou espremê-las,
use pomada antisséptica. Não deixe a umidade penetrar nas feridas. Mantenha-as o mais
secas possível.
• Olhos doloridos: O reflexo intenso do céu na água, poderá causar aos olhos, inflamação
ficando doloridos ou até mesmo injetados de sangue. Se os olhos estiverem doloridos,
coloque uma leve atadura. Umedeça um pedaço de gaze ou algodão na água do mar e
coloque sobre os olhos, antes de fixar a atadura.
• Prisão de ventre: A falta de funcionamento dos intestinos constitui fenômeno comum em
náufragos, dada a exiguidade da alimentação. Não comece a tomar laxativos, mesmo que
não haja falta deste elemento.
• Dificuldades de urinar: A cor escura da urina (tipo coca-cola) e a dificuldade de urinar são
também, fenômenos normais em tais circunstâncias. Não se impressione com isto.
• Distúrbios mentais: A sensação de medo é normal em homens que se encontram em
situação de perigo. A percepção de miragens não significa necessariamente que você está
sofrendo de problemas mentais sérios.
• Cuidados com lábios e peles: Use “batom” incolor para os lábios, manteiga de cacau,
qualquer espécie de óleo ou pomada.
12. Intermação
É uma perturbação do organismo, causada por excessivo calor em locais úmidos e não arejado.
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12.2. Procedimento
• Mover a pessoa para lugar fresco e arejado, e retirar-lhe a roupa;
• Mantê-la deitada com a cabeça mais baixa que o resto do corpo;
• Em caso de parada respiratória, iniciar a respiração de socorro boca-a-boca;
• Procurar um médico, se possível.
13. Afogamento
13.2. Procedimento
• Aproximar-se da pessoa pelas costas, segura-la e mantê-la com a cabeça fora d’água.
• Iniciar imediatamente a respiração de socorro boca-a-boca, ainda com a pessoa dentro da
água.
• Quando estiver fora d’água, colocar a pessoa em decúbito dorsal, com a cabeça mais baixa
que o corpo.
• Insistir na respiração boca-a-boca, se necessário.
• Friccionar vigorosamente os braços e as pernas do afogado, estimulando a circulação.
• Remover imediatamente a pessoa para o serviço de salvamento ou para hospital mais
próximo.
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14.2. Procedimento
• Realizar uma inspeção rápida na pessoa socorrida;
• Combater, contornar a causa do estado de choque, se possível;
• Conservar a pessoa deitada;
• Afrouxar-lhe a roupa;
• Retirar da boca, se necessário, secreção, dentadura, goma de mascar, etc.;
• Em caso de parada respiratória, iniciar a respiração de socorro boca-a-boca;
• Em caso de ausência de pulso e dilatação das pupilas, executar a massagem cardíaca
externa;
• Caso haja vômito, virar a cabeça da pessoa de lado;
• Levantar as pernas da pessoa, caso não haja fratura;
• Manter a cabeça da pessoa mais baixa que o corpo, sempre que possível;
• Manter a pessoa agasalhada, utilizando cobertores, mantas ou qualquer outro recurso
disponível;
• Remover imediatamente a pessoa para o hospital mais próximo;
• Nunca dar líquidos a pessoa.
Os fatores subjetivos irão afetar os sobreviventes de forma diferente, vai depender do estado
psicológico de cada um. São eles:
• Pânico: O pânico, normalmente toma conta da pessoa no momento do acidente, ou mais tarde,
já na embarcação. Pode, entretanto, ser controlado e até mesmo dominado, quando se está
preparado para enfrentar situações de emergência, o conhecimento de procedimentos e um
razoável adestramento farão com que se desenvolva o autocontrole.
• Solidão: A solidão é o prelúdio do tédio no bote salva-vidas. A pessoa, inicialmente, acredita que
em pouco tempo será resgatada, e caso isso não aconteça, começará a se deixar abater,
principalmente quando dá conta da sua situação e da vastidão do mar que a cerca. A solidão
necessita ser combatida através de uma ocupação. A pesca, o cuidado com os feridos, a confecção
de um diário, o cuidado com a higiene e com o bote salva-vidas são excelentes exemplos de
combate à solidão. Deve evitar combater a solidão com a conversa, pois esta, pode provocar sede.
• Tédio: Em uma prolongada sobrevivência no mar, o aparecimento de uma certa rotina, aliada à
solidão, faz com que o tédio tenda a se estabelecer. É a fase em que o sobrevivente, revoltado
contra tudo e contra todos, começa a se desinteressar das coisas que poderiam servir de ocupação
e perde a vontade de viver. Quando, em uma sobrevivência, o tédio recair sobre alguém do grupo,
será necessário combatê-lo persistentemente.
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• Frio: A evaporação da umidade da pele, na forma de suor (ou em outras formas) é decorrência
do aquecimento do corpo. A consequência da perda de calor do corpo, resulta em uma redução
da temperatura da pele, quando cai a maioria das pessoas tem suas capacidades mental e física
deterioradas, e entra em estado de choque. Se a temperatura do corpo continuar a cair, a pessoa
morrerá. Durante o período de sobrevivência, no caso de baixa temperatura ambiente, uma das
constantes preocupações deve ser a de manter as roupas e o bote salva-vidas o mais seco possível.
• Congelamento: O congelamento se manifesta principalmente no rosto, orelhas, pés e mãos,
levando à ulceração das partes atingidas, podendo inclusive gangrenar os locais levando à
amputação, e ameaçando seriamente a vida humana. Ao menor sinal de congelamento (cianose
ou dormência) deve-se aquecer gradativamente as partes. Em hipótese alguma deve-se friccionar
ou massagear as partes atingidas.
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SOBREVIVÊNCIA
NO GELO
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SOBREVIVÊNCIA NO GELO
Durante meses o Sol desaparece atrás da linha do horizonte. Mas isso é ainda melhor do que no
inverno, quando ele nunca aparece. Na Antártida, no Ártico, ou qualquer outra região gelada, o
homem sente-se frágil e pequeno. Em momentos, tudo pode se transformar num inferno branco
de ventos furiosos; horas depois, pode-se sentir em pleno paraíso, cercado de animais.
O gelo e o frio foram os principais fatores que fizeram do Ártico e da Antártida as últimas regiões
exploradas pelo homem. A descoberta e a colonização das áreas geladas são, ainda hoje, desafios
a sobrevivência humana. Temperaturas muito baixas, escassez de alimento e, principalmente, a
ação dos ventos fazem com que o homem, caso não conheça algumas noções básicas, tenha uma
sobrevivência muito pequena.
A maior quantidade possível de roupa deve ser mantida. A manutenção da temperatura do corpo
é um dos maiores segredos para o êxito numa sobrevivência no gelo. As extremidades (mãos, pés,
orelhas, cabeça e nariz), mucosas e faces devem ser muito bem protegidas.
Um pouso em regiões geladas pode acontecer sobre uma camada espessa de gelo continental,
suficientemente forte para suportar o peso da aeronave (ICE-SHELF) ou sobre uma camada de gelo
mais fina, que se forma sobre o mar e cuja resistência é limitada (PACK-ICE). Esta camada se quebra
pela ação de ventos e marés, dificultando ainda mais a situação.
2. Ações Subsequentes
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3. Abrigos
Deve-se avaliar a área ao redor da aeronave para determinar o local mais adequado à construção
do abrigo, considerando a disponibilidade de água e alimento.
O interior da aeronave NÃO deverá ser utilizado como abrigo, visto que sua temperatura será,
também, reduzida drasticamente. Entretanto, partes de sua fuselagem e/ou interior (forração,
assentos, etc) poderão ser utilizadas para a confecção de um abrigo.
Deve-se ter um cuidado especial a manusear partes metálicas da aeronave que não estejam
pintadas, porque em contato direto com a peie, poderão causar lesões irreversíveis.
Escorregadeiras e barcos salva-vidas também poderão servir como abrigos, desde que
devidamente fixados sobre o gelo.
É importante se ter certeza de que o abrigo será construído sobre blocos sólidos de gelo, distante
de fendas ou do mar aberto.
Em qualquer abrigo deve-se acender uma vela (ou outra fonte de calor) de forma a manter a
temperatura no abrigo próximo a 0°C e o teto deve ser bem liso para evitar que a neve derretida
fique gotejando. Além disso não esquecer de ventilar o ambiente para não haver acúmulo de
fumaça e gás carbônico.
4. Fogo
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Providenciar também alguma superfície metálica ou pedra para sustentar a fogueira ou fogareiro
para que não afunde no gelo ou neve. Caso seja ouvido barulho de socorro, pode-se molhar algum
tecido no combustível da aeronave e atear fogo para sinalizar.
5. Água
6. Alimento
7. Cuidados no Gelo
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7.2. Congelamento
Os congelamentos a nível epitelial podem ser, basicamente, classificados em três grupos, a saber:
O frio intenso também pode ocasionar o estado de choque e perda da razão, devido ao
estreitamento dos vasos sanguíneos pela hipotermia, ficando o indivíduo em estado letárgico.
Deve o sobrevivente, neste caso, ser tratado à base de banhos de imersão iniciando-se o
tratamento com água fria e, aos poucos, aquecendo-a (tratamento muito difícil de ser executado
sob as condições encontradas na sobrevivência).
Importante: O congelamento nunca deverá ser tratado através de fricção. Desta maneira ao invés
de apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima teria sua situação agravada.
O congelamento inicial da face pode ser tratado colocando-se as mãos quentes sobre a mesma. O
congelamento dos dedos pode ser resolvido colocando-se as mãos sob as axilas ou dentro das
calças.
Caso haja um princípio de congelamento dos pés, o melhor a fazer é colocá-los dentro das
vestimentas de outro sobrevivente, caso não disponha de meios mais apropriados, como os
detritos anteriormente.
Quando se estiver desenvolvendo esforços físicos, deve-se evitar ao máximo a transpiração, pois
quando cessar a atividade, o suor se congelará rapidamente, causando a hipotermia. Por esta
razão deve-se retirar paulatinamente as peças de roupa de modo a não manter a temperatura do
corpo excessivamente alta. Ao se retirar uma peça de roupa deve-se cuidar para que seja bem
protegida a fim de não ficar úmida ou molhada. Encerrando-se a atividade física, as peças devem
ser revestidas gradualmente, de modo a manter-se a temperatura normal do corpo.
Os sobreviventes, durante o tempo em que estiverem no abrigo, devem ficar o mais próximo
possível do outro, para manter o aquecimento corpóreo gerado por ambos.
7.3. Cegueira
Não há uma adaptação natural da visão aos reflexos solares na neve, no gelo e na água. Os raios
infravermelhos provocam fadiga ótica e dor intensa. Devemos proteger os olhos (utilizando óculos
escuros, vendas ou abrigando-se em lugares pouco iluminados) ao primeiro sinal de dor ocular.
Além disso, há o problema de lesões devido às lágrimas.
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7.7. Aludes
Observar estrito silêncio em aéreas de encostas de montanhas, pois a neve
acumulada nos topos pode ser deslocada devido ao deslocamento de ondas
sonoras (eco) provocando assim uma avalanche.
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SOBREVIVÊNCIA
NO DESERTO
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SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO
1. Abrigo
2. Fogo
Nos destroços da aeronave procurar todo tipo de material que possa servir como combustível, tais
como papel, plásticos, combustíveis, tecidos. Não esqueça de verificar também nos porões da
aeronave e nas bagagens de passageiros, algo que possa ser aproveitável.
Observar se em volta há vegetação ou plantas que forneçam algum tipo de resina ou breu vegetal
que auxilie na obtenção de fogo, como também fezes secas de animais. Procurar óculos ou
binóculos e aproveitar suas lentes para convergir os raios de sol para obter fogo. Pilhas de lanterna
também são excelentes fontes de faíscas para iniciar-se uma fogueira, como também os aerossóis.
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3. Água
A necessidade de ingestão de água no deserto é de duas a três vezes maior do que na selva, sendo
essa a maior preocupação do sobrevivente. Nos kits de sobrevivência temos água que deverá ser
usada somente após o racionamento nas primeiras 24 horas.
Ver também se é possível encontrá-la nos destroços da aeronave, nas galleys e tanques de água
da aeronave ou nas bagagens de passageiros ou nos porões do avião e se restou algum líquido ou
alimento.
Ao encontrar plantas deve-se cavar ao redor ou em suas proximidades onde provavelmente surgirá
água. Geralmente, sempre que se encontra água, encontram-se plantas comestíveis.
Pode-se procurar água, também, nas curvas de leitos secos de rios ou em áreas baixas. A areia
úmida, além de indicar a presença de água, apresenta uma vegetação mais abundante. Pode-se e
deve-se, também, construir um destilador solar idêntico ou descrito no Manual de Sobrevivência.
Alguns vegetais, como os cactos, encontrados somente nos desenhos do México ou EUA são
revestidos de camadas impermeáveis que impedem a evaporação da água acumulada.
Entre fendas ou áreas de montanhas é possível encontrar-se alguma umidade; nos oásis, a água
quase sempre é de má qualidade, salobra e poluída por animais, devendo-se purificá-la antes de
bebê-la.
4. Alimento
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5. Cuidados no Deserto
No deserto, deve-se dar uma atenção especial ao vestuário para evitar queimaduras na pele. As
roupas, quando vestidas frouxas, tornarão o calor mais suportável. Deve-se, também, usar um
pano sobre a cabeça (se possível, uma echarpe de tecido leve), formando uma aba sobre os olhos,
como proteção contra queimaduras do sol e poeira.
No deserto, assim como na selva, não se deve abandonar o local do acidente, a menos que se
tenha certeza de conhecer sua localização e que o socorro se encontra a pouca distância.
A não ser os povos nômades dos desertos que atravessam, de geração em geração, estas áridas
regiões, não se deve arriscar um deslocamento sem destino. A altíssima temperatura durante o
dia não permite longas jornadas.
Portanto, para se deslocar no deserto, dever-se ter, além de um bom preparo físico, o
conhecimento da região, pois existem alguns perigos naturais tais como: areias movediças, o forte
calor que desidrata rapidamente os sobreviventes que já estão debilitados, podendo acelerar
assim seu desgaste completo.
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7. Animais Perigosos
Ressalta-se que mais perigoso que animais serão as altas temperaturas de dia e baixas
temperaturas à noite, que os obrigarão a manter o máximo de roupas para a proteção do corpo,
cabeça, além de proteção para os olhos devido ao sol e areia movida pelos ventos.
O desgaste físico e mental pode provocar delírios, miragens, depressão, sendo assim, os
sobreviventes devem procurar manter-se alertas com aqueles que porventura manifestem esses
sintomas, que podem gerar um quadro de difícil controle.
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BLOCO II
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SACI
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL
INTERNACIONAL
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ÍNDICE – SACI
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1. Introdução
A aviação se tornou o principal meio de transporte para quem precisa viajar grandes distâncias.
Desde o seu início, tem sido uma importante ferramenta para o processo de globalização.
Grandes avanços trazem consigo grandes desafios. Na aviação isso não foi diferente. Como esse
meio de transporte liga países e continentes, aspectos relacionados a leis locais, regras de uso do
espaço aéreo, comunicação, formação dos pilotos e demais membros da tripulação e mecânicos,
precisaram ser pacificados de forma a produzir um modelo no qual a maioria dos países deveriam
seguir e sempre se manterem atualizados.
As consequências dos problemas apresentados refletiam de forma muito negativa na segurança
das operações, integridade dos passageiros, profissionais e bens materiais e bem como a
insegurança jurídica causada.
2. Histórico
A necessidade de se equacionar essas dificuldades fez com que vários países começassem a se
reunir, após o fim da Primeira Guerra, quando aumentou o interesse pelo avião. No período 1914
- 1918 o desenvolvimento da aviação sofreu uma intensificação, o que foi ainda mais acelerado
durante e após a Segunda Grande Guerra.
O pensamento das nações voltou-se para a regulamentação do seu emprego nesse campo.
Iniciava-se, portanto, em 1919 o processo de internacionalização, cujo primeiro objetivo era
alcançar uma solução para o problema de caracterização da natureza jurídica do espaço aéreo.
Com relação a essa natureza jurídica do espaço aéreo duas principais correntes se destacavam:
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- Teoria das Zonas de Ar Territorial: Previa a divisão do espaço em zonas. Numa primeira faixa
definida de ar territorial o Estado exerceria total soberania, enquanto nas faixas de ar superiores
de circulação seria totalmente livre.
3. Conferências e Convenções
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OBJETIVOS
Estabelecimento de regras uniformes quanto aos direitos e obrigações dos transportadores aéreos
e dos usuários do Transporte Aéreo Internacional;
A convenção aceitou o princípio de que cada Estado teria soberania total e exclusiva sobre o
espaço aéreo de seu território e previu que nenhum serviço aéreo regular internacional poderia
operar sobre o território de um Estado-Membro sem consentimento prévio. Assim consagrou-se
a Teoria da Soberania Exclusiva e absoluta dos Estados sobre o espaço aéreo sobrejacente ao seu
território cujos conceitos permanecem até a atualidade.
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Nesta Convenção procurou-se obter acordos recíprocos em escala mundial, mas só se conseguiu
obter sucesso no que diz respeito a garantia em escala mundial das duas primeiras liberdades do
ar, ou seja, de Sobrevoo e Escala Técnica. Houve a confrontação de duas correntes antagônicas,
quanto ao problema da concorrência no Transporte Aéreo Internacional. Uma delas queria a livre
concorrência e a outra a divisão de tráfego em cotas, distribuídas aos diversos países, tal
divergência foi tão profunda que não foi alcançado integralmente o objetivo de adoção de código
completo de navegação e transporteaéreo.
Não obstante essa conferência recomendou a celebração de ajustes ou acordos bilaterais na base
de igualdade de tratamento, a fim de proporcionar oportunidades, de participar no
desenvolvimento pacífico do comércio aéreo mediante concessões recíprocas.
Instituiu-se então, através da Convenção de Chicago, uma nova Entidade, com os mesmos
poderes, denominada ORGANIZAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL - OACI
(INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION – ICAO). A Organização de Aviação Civil
Internacional é uma instituição intergovernamental, podendo dela fazer parte todos os Estados-
membros da Organização da Nações Unidas (O.N.U.). A O.A.C.I. é um órgão internacional no qual
se fazem representar os governos de 193 países, inclusive o Brasil. Esse número poderá variar com
ao longo dos anos. Sua sede permanente está localizada na cidade de Montreal – Canadá.
A diferença fundamental entre a OACI e as instituições que a precederam, é que ela foi criada para
funcionar permanentemente mantendo uma vigília diária sobre os problemas relacionados ao
Transporte Aéreo Internacional. Ao término dos trabalhos em Chicago, e a despeito de todas as
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dificuldades e controvérsias existentes, foi assinada, pelos países participantes, uma ata final
contendo doze resoluções e os seguintes apêndices:
O acordo provisório de Aviação Civil Internacional;
A Convenção de Aviação Civil Internacional;
O Acordo de Serviço de Trânsito Aéreo Internacional;
Os projetos de Anexos Técnicos à Convenção de Aviação Civil I n t e r n a c i o n a l .
3.5.2. ANEXOS
Outro apêndice relevante é o que trata dos projetos dos Anexos Técnicos onde ficam definidas as
Normas Técnicas em geral que foram padronizadas para disciplinar o exercício do transporte
aéreo; Com o estudo permanente dos problemas de aviação civil na OACI, outros anexos foram
sendo criados permitindo uma atualização e padronização constante das matérias. Atualmente
existem dezenove Anexos Técnicos à Convenção que são os seguintes:
Toda matéria recomendada pela Convenção de Aviação Civil Internacional deve ser cumprida pelos
Estados signatários. Os Estados que por motivos de discordância de legislação interna ou de
aspectos técnicos não possam cumpri-la, devem apresentar as diferenças que são levadas ao
conhecimento das demais, através de uma listagem que, é sempre atualizada e que fica descrita
no próprio texto final de cada anexo.
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• Conselho da OACI
O Conselho é um órgão permanente da Organização, responsável perante a Assembleia. É
composto por 36 Estados Membros eleitos pela Assembleia para um mandato de três anos. Nas
eleições, é dada uma representação adequada aos Estados de maior importância no transporte
aéreo, que dão a maior contribuição ao fornecimento de instalações para a navegação aérea civil
internacional ecuja designação garantirá que todas as principais regiões áreas do mundo serão
representadas no Conselho.
Ocasionalmente, o Conselho poderá atuar como árbitro entre os Estados Membros em questões
relacionadas à aviação e à implementação das disposições da
Convenção; pode investigar qualquer situação que apresente
obstáculos evitáveis ao desenvolvimento da navegação aérea
internacional e, em geral, pode tomar as medidas necessárias para
manter a segurança e a regularidade do transporte aéreo
internacional.
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3.5.4. ASSEMBLÉIA
A Assembleia, composta por todos os Estados Membros da OACI, reúne-se pelo menos uma vez a
cada três anos e é convocada pelo Conselho em local e hora adequados. Uma reunião
extraordinária da Assembleia poderá ser realizada a qualquer momento, mediante convocação do
Conselho ou a pedido de pelo menos um quinto do número total de Estados Membros.
A Assembleia possui numerosos poderes e deveres, entre eles: eleger os Estados Membros a
serem representados no Conselho; examinar e tomar as medidas apropriadas sobre os relatórios
do Conselho e decidir qualquer assunto que lhe seja comunicado pelo Conselho; e aprovar os
orçamentos da Organização. A Assembleia poderá remeter, a seu critério, ao Conselho, comissões
subsidiárias ou a qualquer outro órgão, qualquer questão em sua esfera de ação. Pode delegar no
Conselho os poderes e a autoridade necessários ou desejáveis para o desempenho das funções da
OACI e revogar e modificar as delegações de autoridade a qualquer momento; e lidar com
qualquer questão dentro da esfera de ação da Organização não designada especificamente para o
Conselho. Em geral, analisa detalhadamente o trabalho da OACI nos
campos de cooperação técnica, administrativa, econômica, jurídica e
técnica. Tem o poder de aprovar emendas à Convenção sobre Aviação
Civil Internacional (Chicago, 1944), sujeitas a ratificação pelos Estados
Membros.
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Comissões Regionais de Aviação Civil: Cujo objetivo é estabelecer a ligação atuante entre a OACI e
os Estados de cada Região considerada; são em número de quatro, foram criadas por iniciativa dos
próprios Estados e mantém com a OACI um relacionamento elevado mesmo sem ter vínculo
hierárquico. Estão localizadas na Europa, África, América do Sul e Oriente Médio.
A OACI tem status de "Agência Especializada" da ONU, e é mantida tão somente pela contribuição
de seus Estados membros. Tem sua sede em Montreal, Canadá. O Brasil tem feito parte do
primeiro Grupo do Conselho desde a criação da OACI, em 1944. Sua eleição pelos demais refere-
se à aviação civil. É extremamente atuante e mantém uma delegação permanente, cujo Delegado
serve de elo entre a OACI e o governo brasileiro.
O Brasil na CLAC
Atualmente, o Brasil é ponto focal de segurança operacional na CLAC e coordena o Grupo
Permanente de Gestão da Comissão. Esse Grupo é formado, além do Brasil, por Argentina, Chile,
Colômbia, Cuba, Guatemala, Nicarágua, Peru e República Dominicana e foi responsável por
elaborar e propor o Planejamento Estratégico da CLAC para o período de 2016-2025. O
Planejamento foi concluído e aprovado pelo Comitê Executivo na 87ª Reunião ocorrida em março
de 2016 e será submetido à aprovação final pela Assembleia em sua 22ª Reunião, a realizar-se em
novembro de 2016. Com esta iniciativa, pretende-se fortalecer a Comissão para lidar com os novos
e emergentes desafios do sistema de aviação civil internacional, respeitando as diferentes visões
existentes entre os Estados da região.
A história da CLAC
A Comissão Latino-Americana de Aviação Civil foi instituída na Segunda Conferência Latino-
Americana de Autoridades Aeronáuticas, realizada em dezembro 1973, na cidade do México. Na
ocasião, 15 Estados latino-americanos assinaram o Estatuto da CLAC e, atualmente, 22 Estados da
América Latina e do Caribe são membros da Comissão. No Brasil, o Estatuto da CLAC foi
incorporado ao ordenamento jurídico nacional por meio do Decreto de promulgação nº 77.076,
de 23 de janeiro de 1976.
A estrutura da CLAC é composta pela Assembleia e pelo Comitê Executivo. A entidade dispõe ainda
de uma Secretaria permanente com sede na cidade de Lima, Peru.
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Em cada reunião ordinária, a Assembleia da CLAC aprova a composição de seu Comitê Executivo
(01 Presidente e 04 Vice-Presidentes), a qual deve levar-se em consideração critérios de
representação geográfica da região.
O Comitê Executivo, por sua vez, é o órgão gestor da CLAC responsável por exercer as funções
executivas da entidade, em particular administrar, coordenar e dirigir o programa de trabalho
aprovado pela Assembleia. No exercício de suas funções, o Comitê Executivo poderá formar
comitês e grupos de trabalho ou de especialistas.
O atual Comitê Executivo, eleito durante a 21ª Sessão da Assembleia da CLAC, realizada em 2014,
na Guatemala, está constituído pelos seguintes Estados-membros:
Comissão Latino-Americana de Aviação Civil – CLAC COMITÊ EXECUTIVO / BIÊNIO 2015 – 2016
Presidência GUATEMALA
1ª Vice-Presidência COLÔMBIA
2ª Vice-Presidência CUBA
3ª Vice-Presidência URUGUAI
4ª Vice-Presidência ARGENTINA
De acordo com o modelo de trabalho da CLAC atualmente em vigor, a Assembleia deve elencar 06
(seis) macrotarefas, as quais são alocadas entre os membros do Comitê Executivo e outro país que
se voluntarie para atuar como ponto focal. Em geral, a escolha das macrotarefas é definida de
forma consensual entre os Estados.
Os atuais pontos focais, responsáveis por liderar a execução das atividades da Comissão, são os
seguintes:
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A indústria internacional de transporte aéreo, atualmente, é mais de 100 vezes maior do que era
em 1945. Poucas indústrias podem igualar o dinamismo desse crescimento, que teria sido muito
menos importante sem os padrões, práticas e procedimentos desenvolvidos pela IATA.
Na sua fundação, a IATA tinha 57 membros de 31 nações, principalmente na Europa e América do
Norte. Hoje, possui 290 membros de 120 nações em todas as partes do globo.
• Para maior facilitação do terceiro item, verifica-se que a sede da IATA será sempre a mesma
que a da OACI; na atualidade em Montreal - Canadá.
4.2.2. ATIVIDADES
A IATA através dos seus diversos setores desenvolve, dentre outras, as seguintes atividades que
merecem citação especial:
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A IATA é estruturada em seu mais alto nível pelo Comitê Executivo, eleito para um mandato de
três anos e integrado por Presidentes de 21 Empresas Aéreas. Há, também, os denominados
Comitês Permanentes, que são:
• Jurídico;
• Financeiro;
• Comercial, ou de Tráfego;
• Operativo, ou Técnico.
É organizada com base voluntária não exclusiva e democrática. As empresas que exploram serviços
aéreos internacionais são consideradas membros ativos, e as empresas de serviços domésticos são
admitidas como membros associados. Ela não se ajusta ao conceito de cartel, uma vez que suas
decisões, notadamente as mais importantes (relacionadas com tarifas), tem que ser aprovadas
pelos governos das empresas interessadas.
Finalmente, conclui-se que a IATA busca defender o interesse econômico de seus associados,
principalmente no que se refere ao disciplinamento tarifário internacional. Como é composta por
empresas voluntariamente associadas, estas se "autofiscalizam", evitando se prejudicarem
mutuamente. As faltosas sofrem as sanções impostas pelas outras. A IATA superou seu
pioneirismo, anterior à Segunda Grande Guerra, e contribui muito para estimular o comércio
aéreo, estudando os problemas a ele relacionados na cooperação com a OACI, tanto do ponto de
vista técnico, como do ponto de vista econômico.
ALTA (Associação da América Latina e do Caribe de Transporte Aéreo) é uma organização privada,
sem fins lucrativos, fundada em 1980 com o objetivo de apoiar o crescimento das linhas aéreas da
região.
Depois de quase 4 décadas e sob o slogan ALTA em movimento, a ALTA, se tornou a associação de
toda a indústria, advogando por uma aviação mais segura, eficiente e amigável com o meio
ambiente. Coordenando esforços colaborativos das companhias membro, a ALTA promove o valor
que gera a indústria para o desenvolvimento social e econômico da região através da criação de
fontes de emprego, desenvolvimento do turismo e fortalecimento do PIB.
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HISTÓRIA
ALTA (Associação Latinoamericana e do Caribe de Transporte Aéreo), anteriormente conhecida
como AITAL (Associação Internacional de Transporte Aéreo Latinoamericano), foi fundada em
Bogotá, Colômbia em abril de 1980 sob a iniciativa de 11 linhas aéreas.
Nesse momento, o principal objetivo era fortalecer a cooperação e comunicação entre essas linhas
aéreas para resolver os problemas do setor.
• Aerolíneas Argentinas
• Aeromexico
• Aeroperú
• AVIANCA
• Equatoriana de Aviação
• Lloyd Aéreo Boliviano
• Mexicana de Aviação
• VARIG e Cruzeiro do Sul
• VIASA
MISSÃO
Coordenar os esforços colaborativos de seus membros para facilitar o desenvolvimento de um
transporte aéreo mais seguro, eficiente e amigável com o meio ambiente na América Latina e no
Caribe para o mútuo benefício da indústria, dos países e das populações servidas pela aviação.
OBJETIVOS
Examinar os principais desafios da indústria aérea e proporcionar
recomendações e ações que alcancem soluções sustentáveis na região.
Colaborar com todos os membros da indústria, governos e demais
associações para alcançar uma aviação mais segura, eficiente e amigável
com o meio ambiente.
Acesse os comitês da ALTA através do QRCODE. Conteúdo em português.
É importante realizar a leitura para maior entendimento sobre a
Associação.
Os acordos (ou tratados) internacionais são entendimentos que dois ou mais estados disciplinam
os serviços aéreos entre seus territórios. Os acordos aéreos firmam algumas regras como número
de frequências, designação de empresas, quadro de rotas, direitos de tráfego, política tarifária e
código compartilhado. Também especificam, obrigações relativas à segurança de voo (safety) e à
segurança contra atos de interferência ilícita (security). Esses acordos terão influência por aspectos
geopolíticos, culturais, econômicos, distância, etc.
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6. Liberdades do Ar
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território do terceiro Estado ocorre depois da escala no território do outro Estado contratante -
ponto além).
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CERNAI por ASOCEA e atribuindo-lhe as competências já citadas. A ASOCEA será tema da disciplina
SAC – Sistema de Aviação Civil.
Antes da criação da ANAC, o CERNAI (atualmente ASOCEA) tinha uma maior responsabilidade,
sendo a principal entidade a fazer o trabalho de Relações Internacionais entre o estado brasileiro
e demais países. Hoje a sua área de atuação fica especificamente voltada as demandas do DECEA.
Com a instituição da ANAC, essa agência criou uma superintendência chamada SRI
(Superintendência de Relações Internacionais).
• Elaborar relatórios e emitir pareceres sobre acordos, tratados, convenções e outros atos
relativos ao transporte aéreo internacional, celebrados ou a serem celebrados com outros
países ou organizações internacionais;
• Realizar estudos, propor normas e promover a implementação das normas e
recomendações internacionais de aviação civil, observados acordos, tratados, convenções
e outros atos relativos ao transporte aéreo internacional de que seja parte a República
Federativa do Brasil, em articulação com as demais Superintendências;
• Participar de negociações para a celebração de acordos e tratados sobre transporte aéreo
internacional, observadas as diretrizes do governo federal;
• Promover, junto aos órgãos competentes, o cumprimento dos atos internacionais sobre
aviação civil ratificados pela República Federativa do Brasil;
• Emitir pareceres acerca das atividades dos operadores estrangeiros que atuam no
transporte aéreo internacional com o Brasil, visando a identificar práticas operacionais,
legislações e procedimentos adotados em outros países, que restrinjam ou conflitem com
regulamentos e acordos internacionais firmados pelo Brasil, solicitando, inclusive, quando
for o caso, esclarecimentos e informações aos agentes e representantes legais dos
operadores que estejam sob análise;
• Identificar a existência de legislação, procedimentos ou práticas prejudiciais aos interesses
nacionais ou de empresas brasileiras, propondo à Diretoria a aplicação de sanções, na
forma prevista na legislação brasileira e nos regulamentos e acordos internacionais;
• Assessorar a Diretoria na coordenação dos assuntos relativos à representação da ANAC
junto aos organismos internacionais, bem como manter contato com o Ministério das
Relações Exteriores e com a Delegação Permanente junto à Organização de Aviação Civil
Internacional - OACI, nos assuntos de sua competência;
• Opinar sobre a designação e a distribuição de frequências para empresas brasileiras
atuarem no transporte aéreo internacional, em articulação com a Superintendência de
Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado;
• Exercer outras atividades que lhe forem atribuídas pela Diretoria.
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SAC
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL
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ÍNDICE – SAC
1. A Aviação Civil Para o Brasil .......................................................... Pag. 191
Entre as décadas de 40 e 60, o Brasil passou a ter empresas aéreas mais robustas, sistemas de
controle de tráfego aéreo, integração e participação ativa em grupos internacionais (e.g. ICAO,
grupos de trabalho, etc), centros de tecnologia e inovação (e.g. EMBRAER) e centros de formação
de pessoal especializado e pesquisa para a indústria aeroespacial (e.g. ITA, CTA [atual DCTA]). Esse
desenvolvimento possibilitou que a aviação do país se tornasse hoje uma das principais referências
no mundo.
2. O Comando da Aeronáutica
O Comando da Aeronáutica foi criado a partir da necessidade de ser unir em um único órgão
governamental a infraestrutura, os meios e a formação de recursos humanos para a aviação. Essa
decisão tomada no início da década de 40, evitou a dispersão da tecnologia aeronáutica nacional,
o que poderia comprometer o futuro da atividade. Em 20 de janeiro de 1941, com o Decreto Lei
n° 2.961 criou-se o Ministério da Aeronáutica com o objetivo de aglutinar as atividades da Aviação
Civil e Militar, utilizando-se a mesma infraestrutura e dispondo maior eficiência, segurança e
economia.
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Art. 1º Fica criada uma Secretaria de Estado com a denominação de Ministério da Aeronáutica.
Art. 2º Ao Ministério da Aeronáutica compete o estudo e despacho de todos os assuntos relativos
à atividade da aviação nacional, dirigindo-a técnica e administrativamente.
Art. 3º O novo Ministro de Estado terá as mesmas honras, prerrogativas e vencimentos dos outros
Ministros.
Art. 4º Ficarão pertencendo ao novo Ministério, constituído inicialmente com os elementos
existentes nas aeronáuticas do Exército e da Marinha e no Departamento de Aeronáutica Civil,
osestabelecimentos, instituiçõese repartições públicas que se proponham à realização de estudos,
serviços ou trabalhos especificados no art. 2º.
Art. 5º As instituições, repartições, órgãos e serviços referentes à
atividade da aviação nacional, atualmente subordinados aos
Ministérios da Guerra, da Marinha e da Viação e Obras Públicas,
passam, a contar da publicação do presente decreto-lei, à jurisdição do
Ministério da Aeronáutica.
Em 12 de Setembro de 1969 pelo Decreto n° 65.144 foi instituído o Sistema de Aviação Civil, do
Ministério da Aeronáutica com a finalidade de organizar as atividades necessárias ao
funcionamento e ao desenvolvimento da Aviação Civil. O Sistema de Aviação Civil constitui uma
gama de atividades e serviços, que compreendem as organizações de controle governamental, a
indústria aeronáutica, empresas de transporte aéreo, o aerodesporto, toda a infraestrutura de
apoio compartilhadas pelas Aviações Civil e Militar e a formação de recursos humanos.
A criação do Sistema de Aviação Civil teve como objetivo proporcionar ao Ministério da
Aeronáutica um meio de organizar as atividades necessárias ao funcionamento e ao
desenvolvimento da aviação civil, fonte e sede de sua reserva mobilizável.
Decreto nº 65.144 de 12 de Setembro de 1969 – Institui o Sistema de Aviação Civil do MAER e dá
outras providências.
OS MINISTROS DA MARINHA DE GUERRA, DO EXÉRCITO E DA AERONÁUTICA MILITAR, usando das
atribuições que lhes confere o Artigo 1º do Ato Institucional nº 12 de 31 de agosto de 1969,
combinado com o Artigo 83, item II, da Constituição,
DECRETAM:
Art. 1º Fica instituído o Sistema de Aviação Civil do Ministério da Aeronáutica com a finalidade de
organizar as atividades necessárias ao funcionamento e ao desenvolvimento da aviação civil, fonte
e sede de sua reserva mobilizável.
§ 1º Os encargos de Órgão Central do Sistema são desempenhados pelo Departamento de Aviação
Civil que para este efeito, tem suas atribuições definidas no presente Decreto.
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Art. 2º A atividade de "Aviação Civil" para os fins deste Decreto, envolve as seguintes tarefas,
realizada em proveito da Aviação Civil Pública e Privada e da operação dos Aeroportos Civis:
• Controle, fiscalização e homologação de aeronaves civis, seus componentes equipamentos
e serviços de manutenção;
• Registro de aeronaves civis,
• Controle e fiscalização do funcionamento das empresas concessionárias e permissionárias
de navegação aérea;
• Orientação, incentivo e apoio para a formação e especialização de pessoal aeroviário e
aeronauta e controle, inicial e periódico, de suas qualificações;
• Orientação, coordenação e controle referente à instalação, à manutenção e à operação de
aeródromos civis, inclusive no que diz respeito aos serviços de apoio necessário à
navegação aérea;
• Coordenação, controle e fiscalização do movimento de aeronaves civis, públicas e privadas,
inclusive quanto a passageiros e cargas;
• Incentivo, apoio, orientação e controle da aviação desportiva e especializada.
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Art. 6º Aos Órgãos ou elementos executivos do Sistema, responsáveis pelo desempenho material
direto da atividade de Aviação Civil, compete:
• Executar a atividade de Aviação Civil segundo as normas elaboradas pelos Órgão Central
do Sistema;
• Elaborar e submeter ao Órgão Central do Sistema os relatórios por esterequeridos a
respeito do desempenho da atividade, dos resultados obtidos, de material empregado e
de outros assuntos pertinentes;
• Submeter à apreciação do Órgão Central sugestões que visem ao aperfeiçoamento do
Sistema; e
• Fornecer ao Departamento de Aviação Civil do Ministério da Aeronáutica os elementos
informativos necessários ao planejamento e á elaboração orçamentária, indispensáveis ao
desempenho da atividade de Aviação Civil.
Art. 7º O presente Decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições
em contrário.
Acesse, através do QRCODE, o decreto 19.902 assinado pelo Governo Provisório da República em 22 de abril de 1931,
criando o Departamento de Aeronáutica Civil.
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DGAC -
DIRETORIA
GERAL
CERNAI VICE-CHEFE
DAC
Os órgãos regionais tinham, por atribuição, executar diretamente ou assegurar a execução das
atividades relacionadas com a aviação civil, dentro de sua área de jurisdição.
Essas atividades eram conduzidas pelo Chefe do SERAC, estabelecendo ligações com os demais
órgãos públicos ou privados, de modo a assegurar a coordenação das atividades voltadas para a
Aviação Civil da área.
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A SAC, diretamente subordinada ao chefe do SERAC, teve por atribuição básica o trato dos
assuntos relacionados com a fiscalização da Aviação Civil no aeroporto onde estava estabelecida.
Esta fiscalização poderia ser realizada em conjunto com os demais órgãos de fiscalização que
atuam nos aeroportos (e.g. receita federal, polícia federal, juizado de menores, saúde dos portos
e INFRAERO) e dentro dos limites de sua competência.
O Instituto de Aviação Civil (IAC), criado em junho de 1986, foi a organização do Ministério da
Aeronáutica diretamente subordinada ao Departamento de Aviação Civil que tinha por finalidade
coordenar as atividades referentes à instrução profissional e os estudos e pesquisas relativos ao
transporte aéreo e à infraestrutura aeroportuária, no âmbito do Sistema de Aviação Civil.
COMAR 1 – BELÉMPA
COMAR 2 – RECIFE PE
COMAR 3 – RIO DE JANEIRO RJ
COMAR 4 – SÃO PAULO SP(atualmente chamado de COMGAP – Comando Geral de Apoio – São
Paulo. Aglutina em uma só estrutura uma série de departamentos como DIRINFRA, DIRMAB,
CELOG, dentre outros)
COMAR 5 – CANOAS RS
COMAR 6 – BRASÍLIA DF
COMAR 7 – MANAUS MA
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Este Decreto, de nº 60.521, de 31 de março de 1967, dispõe em seu Art. 65: “O Comando-Geral de
Pesquisa e Desenvolvimento” é o Grande Comando incumbido de assegurar a consecução dos
objetivos da Política Aérea Nacional, nos setores da ciência e da tecnologia, competindo-lhe em
particular a orientação, incentivo, coordenação, apoio e realização da pesquisa e do
desenvolvimento relacionados com os assuntos aeronáuticos e aeroespaciais, bem como da
indústria empenhada no trato desses assuntos.
O “Comando Geral de Pesquisa e Desenvolvimento” foi então criado pelo Decreto nº 64.199, de
14 de março de 1969, tendo as seguintes alterações de denominação até a atual:
- “Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED)”, denominação alterada e ativado pelo
Decreto nº 65.450, de 17 de outubro de 1969;
- “Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA)”, denominação alterada pelo Decreto nº
5.657, de 30 de dezembro de 2005; e - “Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA)”, denominação alterada pelo Decreto nº 6.834 de 30 de abril de 2009.
O DCTA é o órgão de direção setorial, localizado em São José dos Campos, Estado de São Paulo,
ao qual compete planejar, gerenciar, realizar e controlar as atividades relacionadas com a
ciência, tecnologia e inovação, no âmbito do Comando da Aeronáutica.
A Força Aérea Brasileira, criada em 1941, a partir das Aviações Naval e Militar, começou, pois, o
exercício da Medicina de Aviação, congregando médicos do Exército (34 médicos), da Marinha (10
médicos) e do meio civil (5 médicos), que possuíssem o curso desta especialidade.
Em 02 de dezembro de 1941 foi criado pelo Decreto-lei n° 3872 o Quadro de Saúde da Aeronáutica,
com efetivo de 80 médicos e a constituição da Divisão de Saúde da Diretoria de Pessoal, com o
Cel.-Méd. Godinho dos Santos como chefe, cargo que exerceu até 12 de dezembro de 1944,
quando a Divisão de Saúde da Diretoria de Pessoal, passou à Diretoria de Saúde, de acordo com o
Decreto-lei n° 7147 de 12 de Dezembro de 1944.
Posteriormente, percebeu-se a necessidade não só de Médicos, como também de outros
profissionais de Saúde. Os Decretos-lei n° 8380, de 17 de dezembro de 1945 e n° 5376, de 07 de
dezembro de 1967, criaram, respectivamente, os Quadros de Farmacêuticos e de Dentistas do
Ministério da Aeronáutica.
A Wings recomenda a leitura do RBAC 67, que trata dos requisitos médicos para obtenção do CMA em suas
diversas classes. O acesso poderá ser feito através do QRCODE.
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Esta organização, com foco em análises periciais, mantém sob controle a saúde física e psíquica do
pessoal de voo – civil e militar – de qualquer categoria ou modalidade da aviação, além dos
militares não aeronavegantes, através da contínua atualização no campo da Medicina
Aeroespacial, garantindo total segurança com modernos métodos utilizados.
Atualmente as perícias médicas são realizadas por clínicas e médicos civis credenciados pela
ANAC (e.g. Instituto Dédalo, Instituto Pégasus, CMA Congonhas, Voe, etc).
Em termos práticos, é importante termos conhecimento da sua existência, para reforçar que boa
parte da infraestrutura utilizada hoje pela aviação civil, foi desenvolvida por militares.
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SRPV-SP
Serviço Regional de Proteção ao Voo: a unidade regionalizada do DECEA, responsável pela área de
maior densidade de fluxo de tráfego aéreo do Brasil. Sediado no Aeroporto de Congonhas, o SRPV-
SP é responsável pelo gerenciamento dos terminais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Órgão do Ministério da Aeronáutica que têm por finalidade operar e manter os equipamentos de
proteção ao Voo, detecção das telecomunicações da Força Aérea Brasileira. Foi substituído pelo
DCTEA.
O Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) - órgão regulamentado pelo
Decreto nº 5.196, de 26 de agosto de 2004 - é a unidade regionalizada do DECEA, responsável pela
área de maior densidade de fluxo de tráfego aéreo do Brasil.
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Cabe à SAC:
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VII - coordenar os órgãos e entidades do sistema de aviação civil, em articulação com o Ministério
da Defesa, no que couber; e
Parágrafo único. A Secretaria de Aviação Civil tem como estrutura básica o Gabinete, a Secretaria-Executiva
e até 3 (três) Secretarias.
Agência Nacional de Aviação Civil, criada através da Lei 11.182, de 29/09/2005. É uma das agências
reguladoras federais do país, foi criada para regular e fiscalizar as atividades da aviação civil e a
infraestrutura aeronáutica e aeroportuária no Brasil. Instituída em 2005, começou a atuar em 2006
substituindo o Departamento de Aviação Civil (DAC). É uma autarquia federal de regime especial
e está vinculada ao Ministério da Infraestrutura. As ações da ANAC se enquadram nas atividades
de certificação, fiscalização, normatização e representação institucional.
Além da sede e seu anexo próximo ao aeroporto, localizados em Brasília (DF), a ANAC possui
Representações Regionais no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e São José dos Campos (SP). A
Agência está presente também nos principais aeroportos brasileiros, por meio de 21 Núcleos
Regionais de Aviação Civil (NURAC).
A ANAC atua nos principais aeroportos do país, através dos NURACs, realizando atividades
diferenciadas, como prestação de serviços a aeronautas e proprietários de aeronaves,
agendamento e realização de provas, atualização de seguros e licença de estação. Os inspetores
de aviação civil que atuam nos NURAC também são responsáveis por fiscalizações de rampa
(operacional), de aeronavegabilidade e da prestação dos serviços oferecidos pelas empresas
aéreas.
Competências
A Lei de Criação da ANAC (Lei nº 11.182) estabelece que cabe à Agência regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e da infraestruturaaeronáutica e aeroportuária, observadas as
orientações, políticas e diretrizes do Governo federal. Dentre as principais competências
destacam-se:
• Representar o Brasil junto a organismos internacionais de aviação e negociar acordos e tratados
sobre transporte aéreo internacional.
• Emitir regras sobre segurança em área aeroportuária e a bordo de aeronaves civis.
• Conceder, permitir ou autorizar a exploração de serviços aéreos e de infraestrutura aeroportuária.
• Estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura aeroportuária.
• Administrar o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
• Homologar, registrar e cadastrar os aeródromos.
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10.1. Superintendências
Compete às Superintendências planejar, organizar, executar, controlar, coordenar e avaliar os
processos organizacionais e operacionais da ANAC no âmbito das competências.
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É uma pessoa credenciada pela autoridade de aviação civil que está, como seu representante,
autorizada a realizar as atividades de fiscalização da aviação civil e efetuar vistorias em aeronaves,
serviços aéreos, oficinas, entidades aerodesportivas e instalações aeroportuárias, bem como os
exames de proficiência de aeronautas.
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Este profissional que emitirá autos de infração se, durante vistorias e fiscalizações, encontrarem
não conformidades de acordo com o código brasileiro de aeronáutica (lei 7565/86) e com a
estrutura regulatória da Agência Nacional de Aviação Civil.
É de extrema importância que o comissário de bordo entenda as funções do INSPAC, para que
tanto esse profissional, quanto a empresa aérea não sejam penalizados pelo impedimento do seu
trabalho. Ele poderá embarcar em aeronaves, inspecionar os seus itens de segurança e elementos
que garantam a sua aeronavegabilidade, bem como solicitar documentação da aeronave e dos
seus tripulantes.
11. Conclusão
Vimos nessa disciplina que a aviação civil global, em geral, opera sob bases semelhantes. Isso se faz
necessário para uma uniformidade de regras e procedimentos que viabilizarão um mercado seguro,
integrado e que opere com grande regularidade.
O nosso sistema brasileiro de aviação civil tem peculiaridades devido a condições geopolíticas desde a sua
criação, com a grande presenta das forças armadas militares, mas, atualmente, apresenta-se como um dos
10 maiores mercados mundiais sendo respeitado e reconhecido ao redor do globo. Temos empresas de
transportes aéreos com aeronaves de última geração, novas e que apresentam elevado grau de segurança
operacional e que fazem parte de grandes alianças globais e grupos de empresas. Nossos aeronautas
participam de grandes grupos de trabalho, visando a melhoria das condições de trabalho, sem deixar de
buscar uma melhor eficiência do mercado como um todo. Grandes trabalhos científicos e técnicos têm
assinatura de aeronautas brasileiros. Tais trabalhos têm importância singular para o futuro da aviação civil
e militar.
Por fim, nós futurostripulantes precisamos entender, basicamente, o funcionamento da aviação. Isso
garantirá que nos tornemos profissionais mais capacitados e prontos para entender os nossos deveres para
a manutenção de um sistema seguro e eficiente.
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REGULAMENTAÇÃO
DA AVIAÇÃO CIVIL
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2. O Espaço Aéreo e Seu Uso Para Fins Aeronáuticos ……………………. Pag. 207
2.1. O Espaço Aéreo Brasileiro ……………………………………………………………..….. Pag. 207
2.2. Tráfego Aéreo ……………………………………………………………………………………. Pag. 208
2.3. Entrada e Saída do Espaço Aéreo Brasileiro ……………………………………….. Pag. 209
207
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1. Introdução
• Navegação Aérea;
• Aeronaves;
• Serviços Aéreos;
• Contrato de Transporte Aéreo;
• Responsabilidade Civil do Transporte Aéreo;
• Tripulações;
• Tráfego Aéreo;
• Infraestrutura Aeronáutica;
• Infrações e Providências Administrativas.
a- As aeronaves militares;
b- As aeronaves civis de propriedade ou a serviço do Estado ou por este diretamente utilizado;
c- As aeronaves de outra espécie, quando em alto mar ou região que não pertença a qualquer
outro estado.
Obs.: Salvo na hipótese de estar a serviço do Estado, (item "a") a aeronave privada estará sujeita
às Leis do Estado onde se encontre.
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O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar
territorial, e submetem-se as normas e fiscalização do Ministério da Aeronáutica as atividades da
navegação aérea, tráfego aéreo, infraestrutura aeronáutica, aeronaves, tripulação e os serviços
direta ou indiretamente relacionados ao voo.
É livre o tráfego de aeronave dedicada a serviços aéreos privados, mediante informações prévias
sobre o voo planejado. A entrada e o tráfego, no espaço aéreo brasileiro, de aeronave dedicada a
serviços aéreos públicos, dependem de autorização, ainda que previstos em acordo bilateral.
A utilização do espaço aéreo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita às normas e condições
estabelecidas, assim como às tarifas de uso das comunicações e dos auxílios à navegação aérea
em rota. Por questão de segurança da navegação aérea ou por interesse público, é facultado fixar
zonas em que se proíbe ou restringe o tráfego aéreo, estabelecer rotas de entrada ou saída,
suspender total ou parcialmente o tráfego, assim como o uso de determinada aeronave, ou a
realização de certos serviços aéreos.
A prática de esportes aéreos tais como balonismo, volovelismo, asas voadoras e similares, assim
como os voos de treinamento, far-se-ão em áreas delimitadas pela autoridade aeronáutica.
Ninguém poderá opor-se, em razão de propriedade na superfície, ao sobrevoo de aeronave,
sempre que este se realize de acordo com as normas vigentes.
É proibido efetuar, com qualquer aeronave, voos de acrobata ou evolução que possam constituir
perigo para os ocupantes do aparelho, para o tráfego aéreo, para instalações ou pessoas na
superfície.
O Comandante de aeronave que receber do órgão controlador de voo ordem para pousar deverá
dirigir-se, imediatamente, para o aeródromo que lhe for indicado e nele efetuar o pouso. No caso
de manifesta inobservância da ordem recebida, a autoridade aeronáutica poderá requisitar os
meios necessários para interceptar ou deter a aeronave.
Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no espaço aéreo brasileiro, aterrissar
no território subjacente ou dele decolar, a não ser que tenha:
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Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma aeronave poderá transportar
explosivos, munições, armas de fogo, material bélico, equipamento destinado a levantamento
aerofotogramétrico ou de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou substâncias
consideradas perigosas para a segurança pública, da própria aeronave ou de seus ocupantes.
3. O Sistema Aeroportuário
3.1. Aeródromos
O sistema aeroportuário é constituído pelo conjunto de aeródromos brasileiros, com todas as
pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de estacionamento de aeronave, terminal de carga aérea,
terminal de passageiros e as respectivas facilidades.
Os aeródromos civis podem ser utilizados por aeronaves militares e os aeródromos militares, por
aeronaves civis, obedecidas as prescrições estabelecidas pela autoridade aeronáutica. Os
aeródromos privados só poderão ser utilizados com permissão de seu proprietário, e é vedada a
exploração comercial.
3.2. Aeroportos
São considerados aeroportos os aeródromos públicos dotados de instalações e facilidades para
apoio de operações de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e cargas.
4. Composição da Tripulação
4.1. Tripulação
Tripulação é o conjunto de tripulantes de voo e de cabine que exercem função a bordo de
aeronave. O exercício das profissões de piloto de aeronave, mecânico de voo e comissário de voo,
previstas nesta Lei, são privativos de brasileiros natos ou naturalizados.
As empresas brasileiras, quando estiverem prestando serviço aéreo internacional, poderão utilizar
comissários de voo estrangeiros, desde que o número destes não exceda a 1/3 (um terço) dos
comissários de voo a bordo da mesma aeronave.
Todas as empresas de transporte aéreo público, salvo empresas estrangeiras de transporte aéreo
público não regular na modalidade de táxi aéreo, quando estiverem operando voos domésticos
em território brasileiro, terão obrigatoriamente seu quadro de tripulantes composto por
brasileiros natos ou naturalizados, com contrato de trabalho regido pela legislação brasileira. Na
falta de tripulantes de voo brasileiros, instrutores estrangeiros poderão ser admitidos em caráter
provisório, por período restrito ao da instrução, de acordo com regulamento exarado pela
autoridade de aviação civil brasileira.
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Sempre que o titular de licença apresentar indício comprometedor de sua aptidão técnica ou das
condições físicas estabelecidas na regulamentação específica, poderá ser submetido a novos
exames técnicos ou de capacidade física, ainda que estejam válidos os respectivos certificados.
Qualquer dos certificados de que tratam artigos anteriores poderá ser cassado pela autoridade
aeronáutica se comprovado, em processo administrativo ou em exame de saúde, que o respectivo
titular não possui idoneidade profissional ou não está capacitado para o exercício das funções
especificadas na sua licença.
O comandante exerce autoridade inerente a função desde o momento em que se apresenta para
o voo até o momento em que entrega a aeronave, concluída a viagem e durante este período de
tempo o comandante exerce autoridade sobre pessoas e coisas que se encontrem a bordo da
aeronave e poderá:
• Desembarcar qualquer uma delas, desde que comprometa a boa ordem, a disciplina,
ponha em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo;
• Tomar medidas necessárias à proteção da aeronave, das pessoas e bens transportados;
• Alijar carga ou parte dela, quando indispensável à segurança do voo.
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comandante poderá delegar a outro membro da tripulação, as atribuições que lhe competem,
menos as que se relacionem com a segurança de voo.
5. Aeronaves
6. Serviços Aéreos
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• O embarque do passageiro em voo que ofereça serviço equivalente para o mesmo destino;
• Ou restituirá, de imediato, se o passageiro o preferir, o valor do bilhete.
• Multa;
• Suspensão,
• Cassação;
• Detenção, Interdição ou apreensão da aeronave;
• Intervenção nas empresas concessionárias.
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8.1. Generalidades
A autoridade aeronáutica poderá requisitar o auxílio da força policial para obter a detenção dos
presumidos infratores ou da aeronave que ponha em perigo a segurança pública, pessoas ou
coisas, nos limites do que dispõe este Código.
• A multa será imposta de acordo com a gravidade da infração, podendo ser acrescida da
suspensão de qualquer dos certificados, da autorização ou concessão;
• A suspensão será aplicada por período não superior a 180 (cento e oitenta) dias, podendo
ser prorrogada uma vez pôr igual período;
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TÍTULO I
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° O Direito Aeronáutico é regulado pelos Tratados, Convenções e Atos Internacionais de que
o Brasil seja parte, por este Código e pela legislação complementar.
§ 2° Este Código se aplica a nacionais e estrangeiros, em todo o Território Nacional, assim como,
no exterior, até onde for admitida a sua extraterritorialidade.
§ 3° A legislação complementar é formada pela regulamentação prevista neste Código, pelas leis
especiais, decretos e normas sobre matéria aeronáutica (artigo 12).
CAPÍTULO II
I - as aeronaves militares, bem como as civis de propriedade ou a serviço do Estado, por este
diretamente utilizadas (artigo 107, §§ 1° e 3°);
II - as aeronaves de outra espécie, quando em alto mar ou região que não pertença a qualquer
Estado.
Parágrafo único. Salvo na hipótese de estar a serviço do Estado, na forma indicada no item I deste
artigo, não prevalece a extraterritorialidade em relação à aeronave privada, que se considera
sujeita à lei do Estado onde se encontre.
Art. 4° Os atos que, originados de aeronave, produzirem efeito no Brasil, regem-se por suas leis,
ainda que iniciados no território estrangeiro.
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Art. 5° Os atos que, provenientes da aeronave, tiverem início no Território Nacional, regem-se
pelas leis brasileiras, respeitadas as leis do Estado em que produzirem efeito.
Art. 9° A assistência, o salvamento e o abalroamento regem-se pela lei do lugar em que ocorrerem
(artigos 23, § 2°, 49 a 65).
Parágrafo único. Quando pelo menos uma das aeronaves envolvidas for brasileira, aplica-se a lei
do Brasil à assistência, salvamento e abalroamento ocorridos em região não submetida a qualquer
Estado.
Art. 10. Não terão eficácia no Brasil, em matéria de transporte aéreo, quaisquer disposições de
direito estrangeiro, cláusulas constantes de contrato, bilhete de passagem, conhecimento e outros
documentos que:
TÍTULO II
DO ESPAÇO AÉREO E SEU USO PARA FINS AERONÁUTICOS
CAPÍTULO I
Art. 11. O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu
território e mar territorial.
I - a navegação aérea;
II - o tráfego aéreo;
IV - a aeronave;
V - a tripulação;
Art. 13. Poderá a autoridade aeronáutica deter a aeronave em voo no espaço aéreo (artigo
18) ou em pouso no território brasileiro (artigos 303 a 311), quando, em caso de flagrante
desrespeito às normas de direito aeronáutico (artigos 1° e 12), de tráfego aéreo (artigos 14, 16, §
3°, 17), ou às condições estabelecidas nas respectivas autorizações (artigos 14, §§ 1°, 3° e 4°, 15,
§§ 1° e 2°, 19, parágrafo único, 21, 22), coloque em risco a segurança da navegação aérea ou de
tráfego aéreo, a ordem pública, a paz interna ou externa.
CAPÍTULO II
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DO TRÁFEGO AÉREO
§ 1° Nenhuma aeronave militar ou civil a serviço de Estado estrangeiro e por este diretamente
utilizada (artigo 3°, I) poderá, sem autorização, voar no espaço aéreo brasileiro ou aterrissar no
território subjacente.
§ 2° É livre o tráfego de aeronave dedicada a serviços aéreos privados (artigos 177 a 179),
mediante informações prévias sobre o voo planejado (artigo 14, § 4°).
§ 4° A utilização do espaço aéreo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita às normas e
condições estabelecidas, assim como às tarifas de uso das comunicações e dos auxílios à
navegação aérea em rota (artigo 23).
§ 5° Estão isentas das tarifas previstas no parágrafo anterior as aeronaves pertencentes aos
aeroclubes.
Art. 15. Por questão de segurança da navegação aérea ou por interesse público, é facultado fixar
zonas em que se proíbe ou restringe o tráfego aéreo, estabelecer rotas de entrada ou saída,
suspender total ou parcialmente o tráfego, assim como o uso de determinada aeronave, ou a
realização de certos serviços aéreos.
§ 1° A prática de esportes aéreos tais como balonismo, volovelismo, asas voadoras e similares,
assim como os voos de treinamento, far-se-ão em áreas delimitadas pela autoridade aeronáutica.
§ 2° A utilização de veículos aéreos desportivos para fins econômicos, tais como a publicidade,
submete-se às normas dos serviços aéreos públicos especializados (artigo 201).
§ 2° A falta de garantia autoriza o sequestro da aeronave e a sua retenção até que aquela se
efetive.
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Art. 17. É proibido efetuar, com qualquer aeronave, voos de acrobacia ou evolução que possam
constituir perigo para os ocupantes do aparelho, para o tráfego aéreo, para instalações ou pessoas
na superfície.
Art. 18. O Comandante de aeronave que receber de órgão controlador de voo ordem para pousar
deverá dirigir-se, imediatamente, para o aeródromo que lhe for indicado e nele efetuar o pouso.
§ 4° A autoridade aeronáutica que, excedendo suas atribuições e sem motivos relevantes, expedir
a ordem de que trata o caput deste artigo, responderá pelo excesso cometido, sendo-lhe aplicada
a pena de suspensão por prazo que variará de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias, conversíveis em
multa.
Art. 19. Salvo motivo de força maior, as aeronaves só poderão decolar ou pousar em aeródromo
cujas características comportarem suas operações.
Parágrafo único. Os pousos e decolagens deverão ser executados, de acordo com procedimentos
estabelecidos, visando à segurança do tráfego, das instalações aeroportuárias e vizinhas, bem
como a segurança e bem-estar da população que, de alguma forma, possa ser atingida pelas
operações.
Art. 20. Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no espaço aéreo brasileiro,
aterrissar no território subjacente ou dele decolar, a não ser que tenha:
III - tripulação habilitada, licenciada e portadora dos respectivos certificados, do Diário de Bordo
(artigo 84, parágrafo único) da lista de passageiros, manifesto de carga ou relação de mala postal
que, eventualmente, transportar.
Art. 21. Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma aeronave poderá
transportar explosivos, munições, arma de fogo, material bélico, equipamento destinado a
levantamento aerofotogramétrico ou de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou
substâncias consideradas perigosas para a segurança pública, da própria aeronave ou de seus
ocupantes.
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CAPÍTULO III
Art. 22. Toda aeronave proveniente do exterior fará, respectivamente, o primeiro pouso ou a última
decolagem em aeroporto internacional.
Parágrafo único. A lista de aeroportos internacionais será publicada pela autoridade aeronáutica,
e suas denominações somente poderão ser modificadas mediante lei federal, quando houver
necessidade técnica dessa alteração.
Art. 23. A entrada no espaço aéreo brasileiro ou o pouso, no território subjacente, de aeronave
militar ou civil a serviço de Estado estrangeiro sujeitar-se-á às condições estabelecidas (artigo 14,
§ 1°).
Art. 24. Os aeroportos situados na linha fronteiriça do território brasileiro poderão ser autorizados
a atender ao tráfego regional, entre os países limítrofes, com serviços de infra-estrutura
aeronáutica, comuns ou compartilhados por eles.
Parágrafo único. As aeronaves brasileiras poderão ser autorizadas a utilizar aeroportos situados
em países vizinhos, na linha fronteiriça ao Território Nacional, com serviços de infra-estrutura
aeronáutica comuns ou compartilhados.
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CAPÍTULO II
DO SISTEMA AEROPORTUÁRIO
SEÇÃO I
DOS AERÓDROMOS
Art. 26. O sistema aeroportuário é constituído pelo conjunto de aeródromos brasileiros, com todas
as pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de estacionamento de aeronave, terminal de carga aérea,
terminal de passageiros e as respectivas facilidades.
Parágrafo único. São facilidades: o balizamento diurno e noturno; a iluminação do pátio; serviço
contra incêndio especializado e o serviço de remoção de emergência médica; área de pré-
embarque, climatização, ônibus, ponte de embarque, sistema de esteiras para despacho de
bagagem, carrinhos para passageiros, pontes de desembarque, sistema de ascenso-descenso de
passageiros por escadas rolantes, orientação por circuito fechado de televisão, sistema
semiautomático anunciador de mensagem, sistema de som, sistema informativo de voo,
climatização geral, locais destinados a serviços públicos, locais destinados a apoio comercial,
serviço médico, serviço de salvamento aquático especializado e outras, cuja implantação seja
autorizada ou determinada pela autoridade aeronáutica.
Art. 27. Aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves.
Art. 30. Nenhum aeródromo civil poderá ser utilizado sem estar devidamente cadastrado.
Art. 32. Os aeroportos e heliportos serão classificados por ato administrativo que fixará as
características de cada classe.
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Art. 37. Os aeródromos públicos poderão ser usados por quaisquer aeronaves, sem distinção de
propriedade ou nacionalidade, mediante o ônus da utilização, salvo se, por motivo operacional ou
de segurança, houver restrição de uso por determinados tipos de aeronaves ou serviços aéreos.
Parágrafo único. Os preços de utilização serão fixados em tabelas aprovadas pela autoridade
aeronáutica, tendo em vista as facilidades colocadas à disposição das aeronaves, dos passageiros
ou da carga, e o custo operacional do aeroporto.
TÍTULO IV
DAS AERONAVES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 106. Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e
circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas.
Parágrafo único. A aeronave é bem móvel registrável para o efeito de nacionalidade, matrícula,
aeronavegabilidade (artigos 72, I, 109 e 114), transferência por ato entre vivos (artigos 72, II e 115,
IV), constituição de hipoteca (artigos 72, II e 138), publicidade (artigos 72, III e 117) e
cadastramento geral (artigo 72, V).
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CAPÍTULO II
DA NACIONALIDADE, MATRÍCULA E AERONAVEGABILIDADE
SEÇÃO I
DA NACIONALIDADE E MATRÍCULA
Art. 109. O Registro Aeronáutico Brasileiro, no ato da inscrição, após a vistoria técnica, atribuirá
as marcas de nacionalidade e matrícula, identificadoras da aeronave.
Art. 110. A matrícula de aeronave já matriculada em outro Estado pode ser efetuada pelo novo
adquirente, mediante a comprovação da transferência da propriedade; ou pelo explorador,
mediante o expresso consentimento do titular do domínio.
Parágrafo único. O consentimento do proprietário pode ser manifestado, por meio de mandato
especial, em cláusula do respectivo contrato de utilização de aeronave, ou em documento
separado.
II - o vendedor reserva, para si a propriedade da aeronave até o pagamento total do preço ou até
o cumprimento de determinada condição, mas consente, expressamente, que o comprador faça a
matrícula.
TÍTULO V
DA TRIPULAÇÃO
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO DA TRIPULAÇÃO
Art. 156. São tripulantes as pessoas devidamente habilitadas que exercem função a bordo de
aeronaves.
§ 2° A função não remunerada, a bordo de aeronave de serviço aéreo privado (artigo 177) pode
ser exercida por tripulantes habilitados, independentemente de sua nacionalidade.
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Art. 157. Desde que assegurada a admissão de tripulantes brasileiros em serviços aéreos públicos
de determinado país, deve-se promover acordo bilateral de reciprocidade.
Art. 158. A juízo da autoridade aeronáutica poderão ser admitidos como tripulantes, em caráter
provisório, instrutores estrangeiros, na falta de tripulantes brasileiros.
Parágrafo único. O prazo do contrato de instrutores estrangeiros, de que trata este artigo, não
poderá exceder de 6 (seis) meses.
CAPÍTULO II
DAS LICENÇAS E CERTIFICADOS
Parágrafo único. A licença terá caráter permanente e os certificados vigorarão pelo período
neles estabelecido, podendo ser revalidados.
Art. 161. Será regulada pela legislação brasileira a validade da licença e o certificado de habilitação
técnica de estrangeiros, quando inexistir convenção ou ato internacional vigente no Brasil e no
Estado que os houver expedido.
Parágrafo único. O disposto no caput do presente artigo aplica-se a brasileiro titular de licença ou
certificado obtido em outro país.
Art. 162. Cessada a validade do certificado de habilitação técnica ou de capacidade física, o titular
da licença ficará impedido do exercício da função nela especificada.
Art. 163. Sempre que o titular de licença apresentar indício comprometedor de sua aptidão técnica
ou das condições físicas estabelecidas na regulamentação específica, poderá ser submetido a
novos exames técnicos ou de capacidade física, ainda que válidos estejam os respectivos
certificados.
Parágrafo único. Do resultado dos exames acima especificados caberá recurso dos interessados
à Comissão técnica especializada ou à junta médica.
Art. 164. Qualquer dos certificados de que tratam os artigos anteriores poderá ser cassado pela
autoridade aeronáutica se comprovado, em processo administrativo ou em exame de saúde, que
o respectivo titular não possui idoneidade profissional ou não está capacitado para o exercício das
funções especificadas em sua licença.
Parágrafo único. No caso do presente artigo, aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo
163.
CAPÍTULO III
DO COMANDANTE DE AERONAVE
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação, designado pelo
proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a viagem.
Parágrafo único. O nome do Comandante e dos demais tripulantes constarão do Diário de Bordo.
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II - limites de voo;
IV - fornecimento de alimentos.
Art. 167. O Comandante exerce autoridade inerente à função desde o momento em que se
apresenta para o voo até o momento em que entrega a aeronave, concluída a viagem.
Parágrafo único. No caso de pouso forçado, a autoridade do Comandante persiste até que as
autoridades competentes assumam a responsabilidade pela aeronave, pessoas e coisas
transportadas.
Art. 168 Durante o período de tempo previsto no artigo 167, o Comandante exerce autoridade
sobre as pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave e poderá:
I - desembarcar qualquer delas, desde que comprometa a boa ordem, a disciplina, ponha em
risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo;
III - alijar a carga ou parte dela, quando indispensável à segurança de voo (artigo 16, § 3º).
Parágrafo único. O Comandante e o explorador da aeronave não serão responsáveis por prejuízos
ou consequências decorrentes de adoção das medidas disciplinares previstas neste artigo, sem
excesso de poder.
Art. 169. Poderá o Comandante, sob sua responsabilidade, adiar ou suspender a partida da
aeronave, quando julgar indispensável à segurança do voo.
Art. 170. O Comandante poderá delegar a outro membro da tripulação as atribuições que lhe
competem, menos as que se relacionem com a segurança do voo.
Art. 171. As decisões tomadas pelo Comandante na forma dos artigos 167, 168, 169 e 215,
parágrafo único, inclusive em caso de alijamento (artigo 16, § 3°), serão registradas no Diário de
Bordo e, concluída a viagem, imediatamente comunicadas à autoridade aeronáutica.
Parágrafo único. No caso de estar a carga sujeita a controle aduaneiro, será o alijamento
comunicado à autoridade fazendária mais próxima.
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Art. 172. O Diário de Bordo, além de mencionar as marcas de nacionalidade e matrícula, os nomes
do proprietário e do explorador, deverá indicar para cada voo a data, natureza do voo (privado
aéreo, transporte aéreo regular ou não regular), os nomes dos tripulantes, lugar e hora da saída e
da chegada, incidentes e observações, inclusive sobre infraestrutura de proteção ao voo que forem
de interesse da segurança em geral.
Parágrafo único. O Diário de Bordo referido no caput deste artigo deverá estar assinado pelo piloto
Comandante, que é o responsável pelas anotações, aí também incluídos os totais de tempos de
voo e de jornada.
Art. 173. O Comandante procederá ao assento, no Diário de Bordo, dos nascimentos e óbitos que
ocorrerem durante a viagem, e dele extrairá cópia para os fins de direito.
TÍTULO VI
DOS SERVIÇOS AÉREOS
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Art. 174. Os serviços aéreos compreendem os serviços aéreos privados (artigos 177 a 179) e
os serviços aéreos públicos (artigos 180 a 221).
Art. 175. Os serviços aéreos públicos abrangem os serviços aéreos especializados públicos e os
serviços de transporte aéreo público de passageiro, carga ou mala postal, regular ou não regular,
doméstico ou internacional.
Art. 176. O transporte aéreo de mala postal poderá ser feito, com igualdade de tratamento, por
todas as empresas de transporte aéreo regular, em suas linhas, atendendo às conveniências de
horário, ou mediante fretamento especial.
CAPÍTULO II
SERVIÇOS AÉREOS PRIVADOS
Art. 177. Os serviços aéreos privados são os realizados, sem remuneração, em benefício do
próprio operador (artigo 123, II) compreendendo as atividades aéreas:
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I - de recreio ou desportivas;
§ 2° As aeronaves de que trata este artigo não poderão efetuar serviços aéreos de transporte
público (artigo 267, § 2°).
Art. 179. As pessoas físicas ou jurídicas que, em seu único e exclusivo benefício, se dediquem à
formação ou adestramento de seu pessoal técnico, poderão fazê-lo mediante a anuência da
autoridade aeronáutica.
CAPÍTULO III
SERVIÇOS AÉREOS PÚBLICOS
SEÇÃO I
DA CONCESSÃO OU AUTORIZAÇÃO PARA OS SERVIÇOS AÉREOS PÚBLICOS
Art. 180. A exploração de serviços aéreos públicos dependerá sempre da prévia concessão,
quando se tratar de transporte aéreo regular, ou de autorização no caso de transporte aéreo não
regular ou de serviços especializados.
Art. 181. A concessão somente será dada à pessoa jurídica brasileira que tiver:
I - sede no Brasil;
II - pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital com direito a voto, pertencente a brasileiros,
prevalecendo essa limitação nos eventuais aumentos do capital social;
§ 1° As ações com direito a voto deverão ser nominativas se se tratar de empresa constituída sob
a forma de sociedade anônima, cujos estatutos deverão conter expressa proibição de conversão
das ações preferenciais sem direito a voto em ações com direito a voto.
§ 2° Pode ser admitida a emissão de ações preferenciais até o limite de 2/3 (dois terços) do total
das ações emitidas, não prevalecendo as restrições não previstas neste Código.
§ 3° A transferência a estrangeiro das ações com direito a voto, que estejam incluídas na margem
de 1/5 (um quinto) do capital a que se refere o item II deste artigo, depende de aprovação da
autoridade aeronáutica.
§ 4° Desde que a soma final de ações em poder de estrangeiros não ultrapasse o limite de 1/5
(um quinto) do capital, poderão as pessoas estrangeiras, naturais ou jurídicas, adquirir ações do
aumento de capital.
Art. 183. As concessões ou autorizações serão regulamentadas pelo Poder Executivo e somente
poderão ser cedidas ou transferidas mediante anuência da autoridade competente.
CAPÍTULO V
DO TRANSPORTE AÉREO REGULAR
SEÇÃO I
DO TRANSPORTE AÉREO REGULAR INTERNACIONAL
Art. 203. Os serviços de transporte aéreo público internacional podem ser realizados por
empresas nacionais ou estrangeiras.
Art. 204. O Governo Brasileiro designará as empresas para os serviços de transporte aéreo
internacional.
§ 2° A designação de que trata este artigo far-se-á com o objetivo de assegurar o melhor
rendimento econômico no mercado internacional, estimular o turismo receptivo, contribuir para o
maior intercâmbio político, econômico e cultural.
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Art. 205. Para operar no Brasil, a empresa estrangeira de transporte aéreo deverá:
III - obter autorização para operar os serviços aéreos (artigos 212 e 213).
Parágrafo único. A designação é ato de Governo a Governo, pela via diplomática, enquanto os
pedidos de autorização, a que se referem os itens II e III deste artigo são atos da própria empresa
designada.
Art. 206. O pedido de autorização para funcionamento no País será instruído com os seguintes
documentos:
Art. 208. As empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no País são obrigadas a ter
permanentemente representante no Brasil, com plenos poderes para tratar de quaisquer assuntos
e resolvê-los definitivamente, inclusive para o efeito de ser demandado e receber citações iniciais
pela empresa.
Art. 209. Qualquer alteração que a empresa estrangeira fizer em seu estatuto ou atos constitutivos
dependerá de aprovação do Governo Federal para produzir efeitos no Brasil.
Art. 210. A autorização à empresa estrangeira para funcionar no Brasil, de que trata o artigo 206,
poderá ser cassada:
I - em caso de falência;
II - se os serviços forem suspensos, pela própria empresa, por período excedente a 6 (seis)
meses;
III - nos casos previstos no decreto de autorização ou no respectivo Acordo Bilateral;
IV - nos casos previstos em lei (artigo 298).
Art. 211. A substituição da empresa estrangeira que deixar de funcionar no Brasil ficará na
dependência de comprovação, perante a autoridade aeronáutica, do cumprimento das obrigações
a que estava sujeita no País, salvo se forem assumidas pela nova empresa designada.
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Art. 212. A empresa estrangeira, designada pelo governo de seu país e autorizada a funcionar no
Brasil, deverá obter a autorização para iniciar, em caráter definitivo, os serviços aéreos
internacionais, apresentando à autoridade aeronáutica:
b) as tarifas que pretende aplicar entre pontos de escala no Brasil e as demais escalas de
seu serviço no exterior;
Art. 213. Toda modificação que envolva equipamento, horário, frequência e escalas no Território
Nacional, bem assim a suspensão provisória ou definitiva dos serviços e o restabelecimento de
escalas autorizadas, dependerá de autorização da autoridade aeronáutica, se não for estabelecido
de modo diferente em Acordo Bilateral.
Parágrafo único. As modificações a que se refere este artigo serão submetidas à autoridade
aeronáutica com a necessária antecedência.
Art. 214. As empresas estrangeiras de transporte aéreo que não operem no Brasil não poderão
funcionar no Território Nacional ou nele manter agência, sucursal, filial, gerência, representação
ou escritório, salvo se possuírem autorização para a venda de bilhete de passagem ou de carga,
concedida por autoridade competente.
§ 1° A autorização de que trata este artigo estará sujeita às normas e condições que forem
estabelecidas pelo Ministério da Aeronáutica.
§ 2° Não será outorgada autorização a empresa cujo país de origem não assegure reciprocidade
de tratamento às congêneres brasileiras.
SEÇÃO II
DO TRANSPORTE DOMÉSTICO
Art. 215. Considera-se doméstico e é regido por este Código, todo transporte em que os pontos
de partida, intermediários e de destino estejam situados em Território Nacional.
Parágrafo único. O transporte não perderá esse caráter se, por motivo de força maior, a aeronave
fizer escala em território estrangeiro, estando, porém, em território brasileiro os seus pontos de
partida e destino.
Art. 216. Os serviços aéreos de transporte público doméstico são reservados às pessoas jurídicas
brasileiras.
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CAPÍTULO VI
DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO NÃO REGULAR
Art. 217. Para a prestação de serviços aéreos não regulares de transporte de passageiro, carga
ou mala postal, é necessária autorização de funcionamento do Poder Executivo, a qual será
intransferível, podendo estender-se por período de 5 (cinco) anos, renovável por igual prazo.
TÍTULO VII
DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 222. Pelo contrato de transporte aéreo, obriga-se o empresário a transportar passageiro,
bagagem, carga, encomenda ou mala postal, por meio de aeronave, mediante pagamento.
Parágrafo único. O empresário, como transportador, pode ser pessoa física ou jurídica, proprietário
ou explorador da aeronave.
CAPÍTULO II
DO CONTRATO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIRO
SEÇÃO I
DO BILHETE DE PASSAGEM
Art. 228. O bilhete de passagem terá a validade de 1 (um) ano, a partir da data de sua emissão.
Art. 229. O passageiro tem direito ao reembolso do valor já pago do bilhete se o transportador vier
a cancelar a viagem.
Art. 230. Em caso de atraso da partida por mais de 4 (quatro) horas, o transportador providenciará
o embarque do passageiro, em voo que ofereça serviço equivalente para o mesmo destino, se
houver, ou restituirá, de imediato, se o passageiro o preferir, o valor do bilhete de passagem.
Art. 231. Quando o transporte sofrer interrupção ou atraso em aeroporto de escala por período
superior a 4 (quatro) horas, qualquer que seja o motivo, o passageiro poderá optar pelo endosso
do bilhete de passagem ou pela imediata devolução do preço.
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CAPÍTULO II
DAS PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
Art. 289. Na infração aos preceitos deste Código ou da legislação complementar, a autoridade
aeronáutica poderá tomar as seguintes providências administrativas:
I - multa;
Art. 290. A autoridade aeronáutica poderá requisitar o auxílio policial da força para obter a
detenção dos presumíveis infratores ou da aeronave que ponha em perigo a segurança pública,
pessoas ou coisas, nos limites do que dispõe este Código.
Art. 295. A multa será imposta de acordo com a gravidade da infração, podendo ser acrescida da
suspensão de qualquer dos certificados ou da autorização ou permissão.
Art. 296. A suspensão será aplicada para período não superior a 180 (cento e oitenta) dias,
podendo ser prorrogada uma vez por igual período.
Art. 298. A empresa estrangeira de transporte aéreo que opere no País será sujeita à multa e, na
hipótese de reincidência, à suspensão ou cassação da autorização de funcionamento no caso de
não atender:
CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES
Art. 299. Será aplicada multa de (VETADO) até 1.000 (mil) valores de referência, ou de
suspensão ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação, concessão,
autorização, permissão ou homologação expedidos segundo as regras deste Código, nos
seguintes casos:
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Art. 302. A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações:
d) utilizar ou empregar aeronave sem os documentos exigidos ou sem que estes estejam
em vigor;
i) manter aeronave estrangeira em Território Nacional sem autorização ou sem que esta
haja sido revalidada;
o) realizar voo com peso de decolagem ou número de passageiros acima dos máximos
estabelecidos;
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s) realizar voo por instrumentos com aeronave não homologada para esse tipo de
operação;
u) realizar voo solo para treinamento de navegação sendo aluno ainda não habilitado para
tal;
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p) exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de horas de trabalho ou de voo;
ALFABETO FONÉTICO
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NOÇÕES DE DIREITO
TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO
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1. Direito do Trabalho
2. Empregado
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador sob dependência deste e mediante salário.” (art. 3 da CLT). Na lei, encontram-se os
requisitos para que se caracterize o empregado:
a) Prestação de serviço por pessoa física: apenas a pessoa física pode ser empregado. Ao contrário
do empregador que pode ser pessoa física ou jurídica;
b) Serviços de natureza não eventual: deve trabalhar de forma contínua, habitual;
c) Dependência hierárquica: subordinação ao empregador; e
d) Salário pago pelo empregador: o pagamento como contraprestação do serviço prestado.
a) Pessoal: somente o empregado contratado pode prestar o serviço, não podendo ser substituído;
b) Onerosa: isto é, remunerado;
c) Contínua: isto é, não pode ter caráter esporádico ou eventual; e
d) Subordinada: isto é, sob dependência jurídica do empregador.
O empregado possui deveres quando inicia seu vínculo empregatício com o empregador:
3. Empregador
O empregador possui deveres com o empregado além de pagar o salário, dentre eles:
a) Segurança: garantir a vida, a saúde, a integridade física e moral do empregado e seu bom
desempenho funcional;
b) Não discriminação: não poderá discriminar por sexo, nacionalidade, raça, religião, etc.
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Se o empregador quiser contratar novamente o mesmo trabalhador, cujo contrato por prazo
determinado encerrou-se no limite máximo de 02 (dois) ano, terá de aguardar um intervalo de,
pelo menos, 06 (seis) meses entre este e o novo contrato por prazo determinado.
Relação
Contratual
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a) Acordo entre ambos: as partes, de comum acordo, podem propor o fim do contrato de trabalho.
Foi uma modalidade introduzida recentemente, pela Lei 13.467/2017, que idealizou a “Reforma
Trabalhista”. Essa modalidade surgiu a fim de regulamentar o famoso “acordo de demissão”, em
que o empregador demitia o empregado sem justa causa, pagando todas verbas, para que o
empregado pudesse sacar o FGTS e receber o seguro-desemprego, sob a condição do empregado
devolver a indenização de 40% sobre o FGTS ao empregador. Além de fraude trabalhista, esses
“acordos” são passíveis de punições na esfera criminal, responsabilizando tanto o empregado
quanto o empregador. Aqui o empregado tem direito ao pagamento das seguintes verbas:
• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso;
• Férias proporcionais + adicional de 1/3;
• 13º salário proporcional;
• Indenização de 20% do FGTS e poderá movimentar até 80% do valor depositado na conta;
• Aviso prévio (indenizado ou trabalhado) pela metade.
c) Demissão sem justa causa pelo empregador: demissão sem justa causa se dá quando o
empregador não mais deseja a mão de obra do empregado e o dispensa. Como a rescisão do
contrato de trabalho se dá por vontade do empregador, são devidas como verbas rescisórias:
• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso;
• Férias proporcionais + adicional de 1/3;
• 13º salário proporcional;
• Liberação do FGTS;
• Indenização de 40% sobre FGTS;
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d) Demissão por justa causa pelo empregador: a ocorrência dessa modalidade de rescisão do
contrato de trabalho é válida quando o empregado comete faltas graves. Aqui somente são
devidos ao empregado:
• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso.
Incontinência de conduta ou mau procedimento: São duas justas causas semelhantes, mas
não são sinônimas. Mau procedimento é gênero do qual incontinência é espécie.
A incontinência revela-se pelos excessos ou imoderações, entendendo-se a inconveniência
de hábitos e costumes, pela imoderação de linguagem ou de gestos. Ocorre quando o
empregado comete ofensa ao pudor, pornografia ou obscenidade, desrespeito aos colegas
de trabalho e à empresa.
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Abandono de emprego: a falta injustificada ao serviço por mais de 30 (trinta) dias faz
presumir o abandono de emprego. Existem, no entanto, circunstâncias que fazem
caracterizar o abandono antes dos trinta dias. É o caso do empregado que demonstra
intenção de não mais voltar ao serviço. Por exemplo, o empregado é surpreendido
trabalhando em outra empresa durante o período em que deveria estar prestando serviços
na primeira empresa.
Ofensas físicas: as ofensas físicas constituem falta grave quando tem relação com o vínculo
empregatício, praticadas em serviço ou contra superiores hierárquicos, mesmo fora da
empresa. As agressões contra terceiros, estranhos à relação empregatícia, por razões
alheias à vida empresarial, constituirá justa causa quando se relacionarem ao fato de
ocorrerem em serviço. A legítima defesa exclui a justa causa. Considera-se legítima defesa,
quem, usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
Ato lesivo da honra e boa fama: São considerados lesivos à honra e à boa fama gestos ou
palavras que importem em expor outrem ao desprezo de terceiros ou por qualquer meio
magoá-lo em sua dignidade pessoal. Na aplicação da justa causa devem ser observados os
hábitos de linguagem no local de trabalho, origem territorial do empregado, ambiente
onde a expressão é usada, a forma e o modo em que as palavras foram pronunciadas, grau
de educação do empregado e outros elementos que se fiz
Prática constante de jogos de azar: Jogo de azar é aquele em que o ganho e a perda
dependem exclusiva ou principalmente de sorte. Para que o jogo de azar constitua justa
causa, é imprescindível que o jogador tenha intuito de lucro, de ganhar um bem
economicamente apreciável.
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• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso;
• Férias proporcionais + adicional de 1/3;
• 13º salário proporcional;
• Liberação do FGTS;
• Indenização de 40% sobre FGTS;
• Aviso prévio (indenizado ou trabalhado);
• Documentos para a liberação de seguro-desemprego, se for o caso.
Exigência de serviços superiores as suas forças, e proibidas por lei ou contrário aos bons
costumes ou alheios ao contrato: o empregado não pode ser obrigado a prestar serviços
superiores as suas forças, isto é, não pode exigir sacrifício físico empregado. Não pode o
empregador obrigar o assalariado a prestar serviços contrários aos bons costumes e
proibidos por Lei. Os bons costumes é o normal da coletividade, o qual varia no tempo e
no espaço.
Correr perigo manifesto de mal considerável: o empregado não é obrigado a correr risco
de vida para continuar prestando o serviço, bem como se sujeitar a perigo manifesto de
mal considerável. A Lei fala em perigo manifesto, isto quer dize que ele seja evidente. Não
define o que se deve entender por perigo manifesto: compete ao Juiz verificar, em cada
caso, se ocorreu ou não a falta grave.
Praticar o empregador ou seu proposto contra empregado ou pessoas de sua família ato
lesivo da honra e da boa fama: É uma falta que pode ser praticada pelo empregador ou
por alguém que faie em seu nome, não apenas em relação ao empregado, mas também às
pessoas de sua família.
Redução do trabalho, quando este for peça ou tarefa, de forma a reduzir sensivelmente
a importância do salário: o empregado recebe de acordo com a produção. Não pode o
empregador reduzir sua tarefa de tal forma a afetar seus ganhos mensais.
f) Culpa recíproca: nesse tipo de rescisão, tanto o empregado quanto o empregador cometem
faltas graves, que devem ser reconhecidas pela justiça trabalhista. As verbas rescisórias devidas
são:
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• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso;
• 50% das férias proporcionais + adicional de 1/3;
• 50% do 13º salário proporcional;
• Indenização de 20% sobre o FGTS.
g) Por término do período contratual: caso o contrato de trabalho seja por tempo determinado
ou de experiência, o empregado deverá receber:
• Saldo de salário;
• Férias vencidas + adicional de 1/3, se for o caso;
• Férias proporcionais + adicional de 1/3;
• 13º salário proporcional.
5. Aviso - Prévio
Caso o empregado não dê aviso-prévio ao empregador, este tem o direito de descontar o salário
do prazo respectivo. O aviso-prévio pode ser indenizado ou trabalhado.
Em se tratando de aviso-prévio trabalhado, em caso de rescisão provocada pelo empregador, o
empregado terá direito a: reduzir sua jornada diária de trabalho em 02 (duas) horas, durante o
período do aviso-prévio, ou a faltar no trabalho por 07 (sete) dias corridos (sendo estes no final do
aviso), sem prejuízo do salário. Esta redução se justifica para que o trabalhador possa procurar
novo emprego. Durante este período de aviso-prévio, tudo permanecerá inalterado em direitos,
deveres e obrigações.
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6. Férias
Férias é o período de descanso anual, que deve ser concedido ao empregado após o exercício de
atividades por um ano, ou seja, por um período de 12 meses, período este denominado
"aquisitivo". As férias devem ser concedidas dentro dos 12 meses subsequentes à aquisição do
direito, período este chamado de "concessivo".
Por período aquisitivo é o lapso correspondente a 12 meses nos quais o empregado trabalha para
adquirir férias. Período concessivo é o período de 12 meses subsequentes ao lapso aquisitivo em
que o empregador deverá conceder as férias ao empregado. Sendo assim, o período aquisitivo não
se confunde com período concessivo.
As férias são direito do empregado, mas quem determina quando este vai gozar as férias, é o
empregador.
Poderá o empregado transformar apenas 1/3 de suas férias em dinheiro, o que de forma comum
e popular se chama — vender as férias
O pagamento das férias, do adicional de 1/3 (um terço) constitucional e do abono pecuniário
deverá ser feito até dois dias antes do início do período de férias. Neste momento, o empregado
dará quitação do pagamento, em recibo, no qual deverão constar as datas de início e término do
respectivo período.
Por férias vencidas, devemos entender aquele período completo após os doze meses.
Trabalhadores que faltam ao trabalho sem justificativa podem ter problemas quando forem tirar
suas férias. Isso porque, de acordo com a legislação vigente, eles podem ter descontadas as faltas
de suas férias e ter menos dias para aproveitar o descanso. A cada período aquisitivo de 12 meses,
o trabalhador que faltar uma certa quantidade de dias sem justificativa terá menos dias de férias
na seguinte proporção:
Até 05 30
De 06 a 14 24
De 15 a 23 18
De 24 a 32 12
Acima de 32 Não terá direito a férias
É a sigla de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O FGTS é uma conta destinada ao trabalhador
para ser uma reserva de dinheiro. Praticamente, uma poupança. O fundo visa zelar pelo
trabalhador em situações difíceis, como na demissão sem justa causa.
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O FGTS é um direito garantido pela Constituição Federal que todo o empregador precisa respeitar.
São depósitos realizados pelos empregadores, todo o começo de mês. Eles são responsáveis por
depositar 8% do salário bruto do trabalhador em uma conta especial da Caixa Econômica Federal.
É uma conta aberta em nome do trabalhador, no momento em que o empregador recolhe o
dinheiro, pela primeira vez, para o FGTS. Por isso, há a possibilidade de haver várias contas de FGTS
de uma mesma pessoa. Isso ocorre quando um trabalhador esteve em mais de uma empresa,
registrado.
Poderá, o empregado, “sacar” o FGTS (art. 35, da Lei nº 99.684/1990 – Consolidação das Normas
do FGTS):
8. Faltas
Falta é aquele momento em que o empregado deixa de comparecer ao trabalho para exercer as
suas funções. As faltas consideradas justificadas, estão catalogadas no art. 131 da CLT. Não será
considerada falta ao serviço, a ausência do empregado:
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O artigo 131, da CLT, menciona também, as causas previstas no artigo 473, da CLT, quais sejam:
9. Remuneração e Salário
Devemos entender por REMUNERAÇÃO a totalidade dos valores que o empregado recebe em
decorrência do trabalho. SALÁRIO seria o “ordenado”. O salário, assim como comissões,
gratificações, gorjetas e os adicionais. então integrados à remuneração.
O salário é irredutível, pois é o meio do qual o empregado sustenta a si e também a seus
dependentes, de modo que a lei deve assegurar que o empregado receba integralmente seu
salário.
Os únicos descontos são os permitidos por lei (para o FGTS, INSS, IR). Também o pagamento dos
salários deverá ser em moeda corrente, pois não é possível o pagamento por meio de vales ou
promissórias, a fim de que o empregado possa. imediatamente, usar o dinheiro para atender suas
necessidades.
Os salários são impenhoráveis, uma vez que possuem caráter alimentar. Isso significa que o
empregado utiliza o salário para suprir suas necessidades básicas de alimentação, moradia,
subsistência.
A única exceção à impenhorabilidade de parte do salário, está no pagamento de pensão
alimentícia. Isto porque, a necessidade de subsistência de menor incapaz (filho) prevalece sobre o
do empregado.
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Ele é estabelecido por lei e é reavaliado todos os anos, com base no custo de vida da população.
Sua criação foi realizada com base no valor mínimo que uma pessoa gasta para garantir sua
sobrevivência (necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte).
Assim percebemos que, sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
Obs. Quando a empresa possuísse quadro organizado de carreira homologado pelo Ministério do
Trabalho, não se aplicava a equiparação salarial, pois a promoção poderia ser por antiguidade e
merecimento, alternativamente.
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de serviço é superior a 4 anos. Assim, o empregado B não pode pedir equiparação salarial
com A).
Obs. Na redação atual a empresa que tem quadro organizado de carreira não precisa mais
homologar ele no órgão competente e também pode escolher entre promover o empregado em
virtude do merecimento ou antiguidade.
Lembrando que, no caso de demissão por justa causa, o empregado perderá direito ao
recebimento do 13º salário.
Devemos entender por jornada de trabalho o período em que o empregado executa a prestação
dos serviços contratados.
A legislação trabalhista estabelece, salvo os casos especiais, que a jornada normal de trabalho é
de 8 (oito) horas diárias e de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
Deve haver um intervalo de 11 (onze) horas, entre duas jornadas de trabalho diário, computadas
entre a hora do término de uma jornada e o início da próxima jornada. Este período de tempo é
conhecido como “intervalo interjornada” (entre duas jornadas).
As horas de trabalho superiores aos limites acima serão consideradas extraordinárias (horas-
extras). O empregado poderá trabalhar, no máximo, 02 (duas) horas a mais por dia de trabalho.
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
Horas-extras além deste limite diário é ilegal, salvo, excepcionalmente, ocorrendo necessidade
imperiosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente permitido.
Obs.: Imperiosa necessidade (art. 61 da CLT): seja para fazer face a motivo de força maior, seja
para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar
prejuízo manifesto. Finalmente, a hora-extra é paga com adicional de, pelo menos, 50% da hora
normal.
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De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), é proibido o trabalho de crianças com menos
de 14 (catorze) anos em todo o território brasileiro.
Adolescentes com idade a partir dos 14 anos podem trabalhar, na condição de aprendiz. O projeto
aceita jovens com no máximo 24 (vinte e quatro) anos (com exceção das pessoas portadoras de
deficiências, as quais podem exceder essa idade).
Além disso, para a Constituição Federal, os jovens de 16 (dezesseis) ou 17 (dezessete) anos são
considerados menores trabalhadores. Em outras palavras, eles podem entrar no mercado de
trabalho com a carteira assinada.
Contudo, tanto no caso dos adolescentes (a partir dos 14 anos) como também dos jovens (16 e 17
anos) são necessárias algumas regras para que eles sejam colocados no mercado de trabalho.
De uma maneira geral, é proibido que todos os menores de 18 anos trabalhem em lugares
insalubres ou perigosos. Além disso, trabalhos no período da noite, prejudiciais à sua moralidade,
trabalho em ruas, praças e logradouros, públicos estão proibidos por lei, salvo prévia autorização
do Juiz. Não pode cumprir horas-extras contratuais.
a) Salário mínimo;
b) Irredutibilidade do salário;
c) 13° salário;
d) Repouso remunerado;
e) Férias anuais remuneradas, com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
f) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de cento e vinte dias;
g) Licença prévia proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias;
h) Aposentadoria:
i) Integração na Previdência Social.
15. Adicionais
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Além deste adicional, existe a chamada hora noturna que tem 52 minutos e 30 segundos, de
conformidade com a Lei. Isto quer dizer que, a cada 52 minutos e 30 segundos, é computada 1
(uma) horas de trabalho.
A Lei define o trabalho noturno como o sendo realizado das 22:00 às 05:00 horas. deve ser paga
com um acréscimo de no mínimo 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna, exceto
condições mais benéficas previstas em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.
15.3. Horas-Extras
São permitidas nos seguintes casos:
• Acordo de prorrogação;
• Sistema de compensação;
• Motivo de força maior que as exija;
• Conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto;
• Para recuperação de horas de paralisação por causas acidentais ou de força maior.
Seu valor corresponde a no mínimo 50% (cinqüenta por cento) do normal, de acordo com a
Constituição Federal vigente. (Ex.: Se eu recebo o valor de R$ 10,00 por hora, uma hora-extra
realizada é paga no valor de R$ 15,00 (R$ 10,00 + 50% de R$ 10,00 = R$ 10,00 + R$ 5,00 = R$ 15,00).
15.4. Insalubridade
A Lei cuida deste problema, ao estabelecer as normas mínimas de higiene e segurança do trabalho.
O ideal seria que não houvesse trabalho em local insalubre, entretanto, isto não é possível.
Então, este adicional é devido quando o empregado presta serviços em ambiente considerado
insalubre, integrando a sua remuneração. Seu valor é de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo, seja
o seu grau mínimo, médio ou máximo, respectivamente.
Para os aeronautas, a Lei paga este tipo de adicional, porém o mesmo tem o nome de
Compensação Orgânica.
15.5. Periculosidade
Este adicional é devido a todo trabalhador que exerce sua atividade em ambientes perigosos, ou
seja, aquele que tenha contato permanente com explosivo, energia elétrica, inflamáveis ou
radiações ionizadas.
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Ele também integra a remuneração e seu valor é de 30% (trinta por cento) sobre o normal. A Lei
proíbe o recebimento de dois adicionais, devendo o funcionário receber sempre o maior, que no
caso será o de periculosidade.
Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas, sem prejuízo da remuneração. O direito ao repouso semanal remunerado e nos
feriados está previsto na Constituição Federal. Os empregados que prestaram serviços aos
domingos, terão direito a uma folga compensatória semanal; quanto ao trabalho nos feriados,
dará direito a folga remuneratória, ou pagamento da remuneração em dobro.
17. Gorjetas
Gorjeta é um título em pecúnia que se paga de forma separada ao empregado, por conta do seu
serviço prestado. A gorjeta é aquela que depende da vontade da pessoa que está se utilizando do
serviço. Exemplo: nos restaurantes.
São pagamentos feitos por liberalidade do empregador, como meio de agradecer ou reconhecer
os serviços prestados pelo empregado ou ainda como recompensá-lo pelo tempo de serviço
prestado à empresa onde trabalha. Além disso, a gratificação/bonificação também pode ser
ajustada, nos parâmetros da lei ou por meio de documento coletivo sindical, obrigando ao
empregador que se efetive o pagamento.
Quanto aos valores das gratificações/bonificações, a CLT não estipula um limite específico a ser
pago aos funcionários, nem estabelece como o empregador deve efetuar o pagamento. Sendo
assim, cabe a empresa proceder da forma que achar melhor para a empresa.
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20. Abono
O abono pode ser caracterizado como a quantia paga como adiantamento de vencimentos e
honorários, como uma espécie de bonificação ou ajuda financeira.
As diárias são valores pagos habitualmente ao empregado para cobrir despesas necessárias, tais
como: alimentação, transporte, hotéis, alojamento, para realização de serviços externos.
A ajuda de custo não tem natureza salarial, qualquer que seja o valor pago, por se tratar de verba
indenizatória com a finalidade específica de cobrir despesas do empregado em decorrência, por
exemplo, da utilização de veículo próprio para o trabalho, despesas de mudança, etc.
Somente integram a remuneração quando ultrapassam o valor de 50% (cinqüenta por cento) do
salário pago.
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A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
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Incapacidade para o Voo: para recebimento do auxílio doença, o aeronauta deverá ser declarado
incapaz para o voo, quando tiver qualquer lesão ou perturbação de função que o impossibilite ao
exercício de sua atividade habitual em voo. Esta verificação e a cessação da incapacidade, serão
declaradas pela Diretoria de Saúde da Aeronáutica, após exame médico do segurado por junta
médica, da qual fará parte, obrigatoriamente, um médico da Previdência Social.
a) Doença degenerativa;
b) Inerente a grupo etário;
c) A que não produz incapacidade laborativa; e
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
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a) O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, perda ou redução da sua capacidade para o trabalho ou
produzido lesão que exija atenção médica para sua recuperação.
c) Titulares de firmas individuais, diretores e sócios (de todas as categorias: quotistas, solidários,
de indústria, comandatários, etc.);
h) Empregados domésticos;
j) Atletas profissionais;
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Observações:
23.10. Benefícios
I – Em relação ao segurado:
a) Aposentadoria por invalidez;
b) Aposentadoria por idade;
c) Aposentadoria por tempo de contribuição;
d) Aposentadoria especial (aeronauta, jornalistas, atividades insalubres e perigosas);
e) Auxílio-doença;
f) Salário-família;
g) Salário-maternidade;
h) Auxílio-acidente.
II – Em relação ao dependente:
a) Pensão por morte;
b) Auxílio-reclusão;
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O tempo é de 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, a depender do agente nocivo a que
o trabalhador foi exposto.
Para o aeronauta, será concedida a aposentadoria, contanto que tenha no mínimo, 45 (quarenta
e cinco) anos de idade E tenha completado 25 (vinte e cinco) anos de tempo de serviço. São
requisitos cumulativos.
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REGULAMENTAÇÃO
DA PROFISSÃO DE AERONAUTA
(LEI ANTIGA)
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017 - (Vigência) - exceto os artigos 12, 13, 20, 21, 29 e 30.
Art. 2º Aeronauta é o profissional habilitado pelo Ministério da Aeronáutica, que exerce atividade
a bordo de aeronave civil nacional, mediante contrato de trabalho.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único - Considera-se também aeronauta, para os efeitos desta Lei, quem exerce
atividade a bordo de aeronave estrangeira, em virtude de contrato de trabalho regido pelas leis
brasileiras.
Parágrafo único - As empresas brasileiras que operam em linhas internacionais poderão utilizar
comissários estrangeiros, desde que o número destes não exceda a 1/3 (um terço.) dos comissários
existentes a bordo da aeronave.
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Art. 5º O aeronauta de empresa de transporte aéreo regular que se deslocar, a serviço desta, sem
exercer função a bordo de aeronave tem a designação de tripulante extra.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único O aeronauta de empresa de transporte aéreo não regular ou serviço especializado
tem a designação de tripulante extra somente quando se deslocar em aeronave da empresa, a
serviço desta.
§ 1º A guarda dos valores fica condicionada à existência de local apropriado e seguro na aeronave,
sendo responsabilidade do empregador atestar a segurança do local.
§ 2º A guarda de cargas e malas postais em terra somente será confiada ao comissário quando no
local inexistir serviço próprio para essa finalidade.
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Art. 11º Tripulação simples é a constituída basicamente de uma tripulação mínima acrescida,
quando for o caso, dos tripulantes necessários à realização do voo.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 12º Tripulação composta é a constituída basicamente de uma tripulação simples, acrescida de
um piloto qualificado a nível de piloto em comando, um mecânico de voo, quando o equipamento
assim o exigir, e o mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) do número de comissários.
(Vide pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único - Aos tripulantes acrescidos à tripulação simples serão asseguradas, pelo
empregador, poltronas reclináveis.
Parágrafo único - Aos pilotos e mecânicos de voo acrescidos à tripulação simples serão
asseguradas, pelo empregador, acomodações para o descanso horizontal e, para os comissários,
número de assentos reclináveis igual à metade do seu número com aproximação para o inteiro
superior.
Parágrafo único - Uma tripulação composta poderá ser utilizada em voos domésticos para atender
a atrasos ocasionados por condições meteorológicas desfavoráveis ou por trabalhos de
manutenção.
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Art. 16º Um tipo de tripulação só poderá ser transformado na origem do voo e até o limite de 3
(três) horas, contadas a partir da apresentação da tripulação previamente escalada.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único - A contagem de tempo para limite da jornada será a partir da hora da
apresentação da tripulação original ou do tripulante de reforço, considerando o que ocorrer
primeiro.
Art. 17º A determinação para a prestação de serviço dos aeronautas, respeitados os períodos de
folgas e repousos regulamentares, será feita:
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
a) por intermédio de escala especial ou de convocação, para realização de cursos, exames
relacionados com o adestramento e verificação de proficiência técnica;
b) por intermédio de escala, no mínimo semanal, divulgada com antecedência mínima de 2 (dois)
dias para a primeira semana de cada mês e 7 (sete) dias para as semanas subseqüentes, para os
voos de horário, serviços de reserva, sobreaviso e folga; e
c) mediante convocação, por necessidade de serviço.
Art. 18º A escala deverá observar, como princípio, a utilização do aeronauta em regime de rodízio
e em turnos compatíveis com a higiene e segurança do trabalho.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 19º É de responsabilidade do aeronauta manter em dia seus certificados de habilitação técnica
e de capacidade física estabelecidos na legislação em vigor, cabendo-lhe informar ao serviço de
escala, com antecedência de 30 (trinta) dias, as respectivas datas de vencimento, a fim de que lhe
seja possibilitada a execução dos respectivos exames.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
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§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, a apresentação no aeroporto não deverá
ser inferior a 30 (trinta) minutos da hora prevista para o início do voo.
§ 4º A jornada será considerada encerrada 30 (trinta) minutos após a parada final dos motores.
§ 1º Nos voos de empresa de táxi aéreo, de serviços especializados, de transporte aéreo regional
ou em voos internacionais regionais de empresas de transporte aéreo regular realizados por
tripulação simples, se houver interrupção programada da viagem por mais 4 (quatro) horas
consecutivas, e for proporcionado pelo empregador acomodações adequadas para repouso dos
tripulantes, a jornada terá a duração acrescida da metade do tempo de interrupção, mantendo-se
inalterado os limites prescritos na alínea “a” do art. 29 desta Lei.
(Vide Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 2º Nas operações com helicópteros a jornada poderá ter a duração acrescida de até 1 (uma) hora
para atender exclusivamente a trabalhos de manutenção.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 22º Os limites da jornada de trabalho poderão ser ampliados de 60 (sessenta) minutos, a
critério exclusivo do comandante da aeronave e nos seguintes casos:
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
a) inexistência, em local de escala regular, de acomodações apropriadas para o repouso da
tripulação e dos passageiros;
b) espera demasiadamente longa, em local de espera regular intermediária, ocasionada por
condições meteorológicas desfavoráveis ou por trabalho de manutenção; e
c) por imperiosa necessidade.
§ 1º Qualquer ampliação dos limites das horas de trabalho deverá ser comunicada pelo
comandante ao empregador, 24 (vinte e quatro) horas após a viagem, o qual, no prazo de 15
(quinze) dias, a submeterá à apreciação do Ministério da Aeronáutica.
§ 2º Para as tripulações simples, o trabalho noturno não excederá de 10 (dez) horas.
§ 3º Para as tripulações simples nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos
diurnos e noturnos, a hora de trabalho noturno será computada como de 52 (cinquenta e dois)
minutos e 30 (trinta) segundos.
Art. 23º A duração do trabalho do aeronauta, computados os tempos de voo, de serviço em terra
durante a viagem, de reserva e de 1/3 (um terço) do sobreaviso, assim como o tempo do
deslocamento, como tripulante extra, para assumir voo ou retornar à base após o voo e os tempos
de adestramento em simulador, não excederá a 60 (sessenta) horas semanais e 176 (cento e
setenta e seis) horas mensais.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º O limite semanal estabelecido neste artigo não se aplica ao aeronauta que estiver sob o
regime estabelecido no art. 24 desta Lei.
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Art. 24º Para o aeronauta pertencente a empresa de táxi aéreo ou serviços especializados, o
período máximo de trabalho consecutivo será de 21 (vinte e um) dias, contados do dia de saída do
aeronauta de sua base contratual até o dia do regresso à mesma, observado o disposto do art. 34
desta Lei.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único - O período consecutivo de trabalho, no local de operação, não poderá exceder a
17 (dezessete) dias.
§ 1º O número de sobreavisos que o aeronauta poderá concorrer não deverá exceder a 2 (dois)
semanais ou 8 (oito) mensais.
§ 2º O número de sobreavisos estabelecidos no parágrafo anterior não se aplica aos aeronautas
de empresas de táxi aéreo ou serviço especializado.
Art. 26º Reserva é o período de tempo em que o aeronauta permanece, por determinação do
empregador, em local de trabalho à sua disposição.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º O período de reserva para aeronautas de empresas de transporte aéreo regular não excederá
de 6 (seis) horas.
§ 2º O período de reserva para aeronautas de empresas de táxi aéreo ou de serviços especializados
não excederá de 10 (dez) horas.
§ 3º Prevista a reserva, por prazo superior a 3 (três) horas, o empregador deverá assegurar ao
aeronauta acomodações adequadas para o seu descanso.
Art. 27º Viagem é o trabalho realizado pelo tripulante, contado desde a saída de sua base até o
regresso à mesma.
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
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Art. 28º Denomina-se “hora de voo” ou “tempo de voo” o período compreendido entre o início do
deslocamento, quando se tratar de aeronave de asa fixa, ou entre a “partida” dos motores, quando
se tratar de aeronave de asa rotativa, em ambos os casos para fins de decolagem até o momento
em que respectivamente, se imobiliza ou se efetua o “corte” dos motores, ao término do voo
(calço-a-calço).
(Revogada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 29º Os limites de voo e pousos permitidos para uma jornada serão os seguintes:
(Vide Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
a) 9 (nove) horas e 30 (trinta) minutos de voo e 5 (cinco) pousos, na hipótese de integrante de
tripulação mínima ou simples;
b) 12 (doze) horas de voo e 6 (seis) pousos, na hipótese de integrante de tripulação composta;
c) 15 (quinze) horas de voo e 4 (quatro) pousos, na hipótese de integrante de tripulação de
revezamento; e
d) 8 (oito) horas sem limite de pousos, na hipótese de integrante de tripulação de helicópteros.
§ 1º O número de pousos na hipótese da alínea “a” deste artigo, poderá ser estendido a 6 (seis), a
critério do empregador; neste caso o repouso que precede a jornada deverá ser aumentado de 1
(uma) hora.
§ 2º Em caso de desvio para alternativa, é permitido o acréscimo de mais 1 (um) pouso aos limites
estabelecidos nas alíneas “a”, “b” e “c” deste artigo.
§ 3º As empresas de transporte aéreo regional que operam com aeronaves convencionais e turbo
hélice poderão acrescentar mais 4 (quatro) pousos, aos limites estabelecidos neste artigo.
§ 4º Os limites de pousos estabelecidos nas alíneas “a”, “b” e “c” deste artigo, não serão aplicados
às empresas de táxi aéreo e de serviços especializados.
§ 5º O Ministério da Aeronáutica, tendo em vista as peculiaridades dos diferentes tipos de
operação, poderá reduzir os limites estabelecidos na alínea “d” deste artigo.
Art. 30º Os limites de tempo de voo do tripulante não poderão exceder em cada mês, trimestre
ou ano, respectivamente:
a) em aviões convencionais: 100 - 270 - 1000 horas;
b) em aviões: 100 - 255 - 935 horas;
c) em aviões a jato: 85 - 230 - 850 horas; e
d) em helicópteros: 90 - 260 - 960 horas.
§ 1º Quando o aeronauta tripular diferentes tipos de aeronave será observado o menor limite.
§ 2º Os limites de tempo de voo para aeronautas de empresas de transporte aéreo regular, em
espaço inferior a 30 (trinta) dias, serão proporcionais ao limite mensal mais 10 (dez) horas.
Art. 30º Os limites de tempo de voo do tripulante não poderão exceder em cada mês ou ano,
respectivamente:
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
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§ 1o Quando o aeronauta tripular diferentes tipos de aeronave, será observado o menor limite.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 2o Os limites de tempo de voo para aeronautas de empresas de transporte aéreo regular, em
intervalo inferior a 30 (trinta) dias, serão proporcionais ao limite mensal mais 10 (dez) horas.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 31º As horas realizadas como tripulante extra serão computadas para os limites de jornada,
semanais e mensais de trabalho, não sendo as mesmas consideradas para os limites de horas de
voo previstos no art. 30 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 32º Repouso é o espaço de tempo ininterrupto após uma jornada, em que o tripulante fica
desobrigado da prestação de qualquer serviço.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 33º São assegurados ao tripulante, fora de sua base domiciliar, acomodações para seu
repouso, transporte ou ressarcimento deste, entre o aeroporto e o local de repouso e vice-versa.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º O previsto neste artigo não será aplicado ao aeronauta de empresas de táxi aéreo ou de
serviços especializados quando o custeio do transporte e hospedagem, ou somente esta, for por
elas ressarcido.
§ 2º Quando não houver disponibilidade de transporte ao término da jornada, o período de
repouso será computado a partir da colocação do mesmo à disposição da tripulação.
Art. 34º O repouso terá a duração diretamente relacionada ao tempo da jornada anterior,
observando-se os seguintes limites:
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
a) 12 (doze) horas de repouso, após jornada de até 12 (doze) horas;
b) 16 (dezesseis) horas de repouso, após jornada de mais de 12 (doze) horas e até 15 (quinze)
horas; e
c) 24 (vinte e quatro) horas de repouso, após jornada de mais de 15 (quinze) horas.
Art. 35º Quando ocorrer o cruzamento de três ou mais fusos horários em um dos sentidos da
viagem, o tripulante terá, na sua base domiciliar, o repouso acrescido de 2 (duas) horas por fuso
cruzado.
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Art. 36º Ocorrendo o regresso de viagem de uma tripulação simples entre 23:00 (vinte e três) e
06:00 (seis) horas, tendo havido pelo menos 3 (três) horas de jornada, o tripulante não poderá ser
escalado para trabalho dentro desse espaço de tempo no período noturno subsequente.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 37º Folga é o período de tempo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas consecutivas em que
o aeronauta, em sua base contratual, sem prejuízo de remuneração, está desobrigado de qualquer
atividade relacionada com seu trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º A folga deverá ocorrer, no máximo, após o 6º (sexto) período consecutivo de até 24 (vinte e
quatro) horas à disposição do empregador, contado a partir da sua apresentação, observados os
limites estabelecidos nos arts. 21 e 34 desta Lei.
§ 2º No caso de voos internacionais de longo curso, que não tenham sido previamente
programados, o limite previsto no parágrafo anterior, poderá ser ampliado de 24 (vinte e quatro)
horas, ficando o empregador obrigado a conceder ao tripulante mais 48 (quarenta e oito) horas
de folga além das previstas no art. 34 desta Lei.
§ 3º A folga do tripulante que estiver sob o regime estabelecido no art. 24 desta Lei será igual ao
período despendido no local da operação, menos 2 (dois) dias.
Art. 38º O número de folgas não será inferior a 8 (oito) períodos de 24 (vinte e quatro) horas por
mês.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º Do número de folgas estipulado neste artigo, serão concedidos dois períodos consecutivos de
24 (vinte e quatro) horas devendo pelo menos um destes incluir um sábado ou um domingo.
§ 2º A folga só terá início após a conclusão do repouso da jornada.
Art. 39º Quando o tripulante for designado para curso fora da base, sua folga poderá ser gozada
nesse local, devendo a empresa assegurar, no regresso, uma licença remunerada de 1 (um) dia
para cada 15 (quinze) dias fora da base.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Parágrafo único. A Iicença remunerada não deverá coincidir com sábado, domingo ou feriado, se
a permanência do tripulante fora da base for superior a 30 (trinta) dias.
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Art. 41º A remuneração da hora de voo noturno, assim como as horas de voo como tripulante
extra, será calculada na forma da legislação em vigor, observados os acordos e condições
contratuais. (Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
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Art. 45º Ao aeronauta em serviço fora da base contratual, a empresa deverá assegurar assistência
médica em casos de urgência, bem como remoção por via aérea, de retorno à base ou ao local de
tratamento.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 48º A concessão de férias será participada ao aeronauta, por escrito, com a antecedência
mínima de 30 (trinta) dias, devendo o empregado assinar a respectiva notificação.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 49º A empresa manterá atualizado um quadro de concessão de férias, devendo existir um
rodízio entre os tripulantes do mesmo equipamento quando houver concessão nos meses de
janeiro, fevereiro, julho e dezembro.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 50º Ressalvados os casos de rescisão de contrato, as férias não poderão se converter em
abono pecuniário.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 51º Para efeito de transferência, provisória ou permanente, considera-se base do aeronauta
a localidade onde o mesmo está obrigado a prestar serviços e na qual deverá ter domicílio.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
§ 1º Entende-se como:
a) transferência provisória o deslocamento do aeronauta de sua base, por período mínimo de 30
(trinta) dias e não superior a 120 (cento e vinte) dias, para prestação de serviços temporários, sem
mudança de domicílio, à qual retorna tão logo cesse a incumbência que lhe foi cometida; e
b) transferência permanente, o deslocamento do aeronauta de sua base, por período superior a
120 (cento e vinte) dias, com mudança de domicílio.
§ 2º Após cada transferência provisória o aeronauta deverá permanecer na sua base pelo menos
180 (cento e oitenta) dias.
§ 3º O interstício entre transferências permanentes será de 2 (dois) anos.
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Art. 52º O aeronauta deverá ser notificado pelo empregador com a antecedência mínima de 60
(sessenta) dias na transferência permanente e 15 (quinze) dias na provisória.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 53º Além dos casos previstos nesta Lei, as responsabilidades do aeronauta são definidas no
Código Brasileiro do Ar, nas leis e regulamentos em vigor e no que decorrer do contrato de
trabalho, acordos e convenções internacionais.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
Art. 54º Os tripulantes das aeronaves das categorias administrativa e privada de indústria e
comércio ficam equiparados, para os efeitos desta Lei, aos de aeronaves empregadas em serviços
de táxi aéreo.
(Redação dada pela Lei nº 13.475, de 2017) - (Vigência)
JOÃO FIGUEIREDO
Délio Jardim Mattos
Murillo Macêdo
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REGULAMENTAÇÃO
DA PROFISSÃO DE AERONAUTA
(LEI NOVA)
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Art. 1º Esta Lei regula o exercício das profissões de piloto de aeronave, comissário de voo e
mecânico de voo, denominados aeronautas.
Art. 3º O comissário de voo, no exercício de função específica a bordo de aeronave, de acordo com
as prerrogativas da licença de que é titular, tem a designação de tripulante de cabine.
§ 1º O tripulante extra a serviço será considerado tripulante a serviço no que diz respeito aos
limites da jornada de trabalho, ao repouso e à remuneração.
§ 2º Ao tripulante extra a serviço será disponibilizado assento na cabine de passageiros, salvo em
aeronaves no transporte exclusivo de cargas.
Art. 5º Os tripulantes de voo e de cabine exercem suas funções profissionais nos seguintes
serviços aéreos:
I - Serviço de transporte aéreo público regular e não regular, exceto na modalidade de táxi aéreo;
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I - Os tripulantes empregados nos serviços aéreos definidos nos incisos III e V do caput deste artigo
são equiparados aos tripulantes que exercem suas funções nos serviços de transporte aéreo
público não regular na modalidade de táxi aéreo;
II - Os tripulantes empregados no serviço aéreo definido no inciso V do caput deste artigo, quando
em atividade de fomento ou proteção à agricultura, são equiparados aos tripulantes de voo que
operam os serviços aéreos especializados na modalidade de atividade de fomento ou proteção à
agricultura.
Art. 6º O exercício das profissões de piloto de aeronave, mecânico de voo e comissário de voo,
previstas nesta Lei, é privativo de brasileiros natos ou naturalizados.
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§ 2º O comandante será designado pelo operador da aeronave e será seu preposto durante toda
a viagem.
§ 3º O copiloto é o substituto eventual do comandante nas tripulações simples, não o sendo nos
casos de tripulação composta ou de revezamento.
Art. 9º Tripulação é o conjunto de tripulantes de voo e de cabine que exercem função a bordo de
aeronave.
Art. 10º O tripulante, sem prejuízo das atribuições originalmente designadas, não poderá exercer,
simultaneamente, mais de uma função a bordo de aeronave, mesmo que seja titular de licenças
correspondentes.
Art. 12º O comandante exerce a autoridade inerente à função desde o momento em que se
apresenta para o voo até o momento em que, concluída a viagem, entrega a aeronave.
Art. 13º Uma tripulação pode ser classificada como mínima, simples, composta ou de
revezamento.
Art. 15º Tripulação simples é a constituída de uma tripulação mínima acrescida, quando for o caso,
dos tripulantes necessários à realização do voo.
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Parágrafo único - A tripulação composta somente poderá ser utilizada em voos internacionais,
exceto nas seguintes situações, quando poderá ser utilizada em voos domésticos:
Art. 18º Um tipo de tripulação só poderá ser transformado na origem do voo e até o limite de 3
(três) horas, contadas a partir da apresentação da tripulação previamente escalada.
Parágrafo único - A contagem de tempo para limite da jornada será a partir da hora de
apresentação da tripulação original ou do tripulante de reforço, considerando o que ocorrer
primeiro.
Art. 19º As limitações operacionais estabelecidas nesta Lei poderão ser alteradas pela autoridade
de aviação civil brasileira com base nos preceitos do Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga
Humana.
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Art. 20º A função remunerada dos tripulantes a bordo de aeronave deverá, obrigatoriamente, ser
formalizada por meio de contrato de trabalho firmado diretamente com o operador da aeronave.
Art. 21º O operador da aeronave poderá utilizar-se de tripulantes instrutores que não estejam a
ele vinculados por contrato de trabalho quando em seu quadro de tripulantes não existirem
instrutores habilitados no equipamento em que se pretende operar, desde que por período
restrito ao da instrução e mediante autorização da autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 22º O operador de aeronaves poderá, por meio de contrato de prestação de serviços,
autorizar que seus instrutores ministrem instrução para tripulantes que não estejam a ele
vinculados por contrato de trabalho quando os empregadores dos respectivos tripulantes não
possuírem equipamento ou instrutores próprios para a específica instrução, desde que por
período restrito ao da instrução e mediante autorização da autoridade de aviação civil brasileira.
Parágrafo único. Este artigo só é aplicável aos operadores de aeronaves que realizam os serviços
aéreos referidos nos incisos I e II do caput do art. 5o.
Art. 23º Entende-se por base contratual a matriz ou filial onde o contrato de trabalho do tripulante
estiver registrado.
Art. 24º Resguardados os direitos e as condições previstos nesta Lei, os demais direitos, condições
de trabalho e obrigações do empregado estarão definidos no contrato de trabalho e poderão ser
devidamente regulados em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde que não ultrapassem
os parâmetros estabelecidos na regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 25º Será fornecido pelo empregador transporte gratuito aos tripulantes de voo e de cabine
sempre que se iniciar ou finalizar uma programação de voo em aeroporto situado a mais de 50
(cinquenta) quilômetros de distância do aeroporto definido como base contratual.
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Art. 26º A prestação de serviço do tripulante empregado no serviço aéreo definido no inciso I do
caput do art. 5o, respeitados os períodos de folgas e repousos regulamentares, será determinada
por meio de:
I - escala, no mínimo mensal, divulgada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, determinando
os horários de início e término de voos, serviços de reserva, sobreavisos e folgas, sendo vedada a
consignação de situações de trabalho e horários não definidos;
II - escala ou convocação, para realização de cursos, reuniões, exames relacionados a treinamento
e verificação de proficiência técnica.
Art. 27º A determinação para a prestação de serviço do tripulante empregado nos serviços aéreos
definidos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 5o, respeitados os períodos de folgas e repousos
regulamentares, será feita por meio de:
I - escala, no mínimo semanal, divulgada com antecedência mínima de 2 (dois) dias, determinando
os horários de início e término de voos, serviços de reserva, sobreavisos e folgas, sendo vedada a
consignação de situações de trabalho e horários não definidos;
II - escala ou convocação, para realização de cursos, reuniões, exames relacionados a treinamento
e verificação de proficiência técnica.
Parágrafo único - Outros critérios para a determinação da prestação de serviço dos tripulantes
poderão ser estabelecidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde que não
ultrapassem os parâmetros estabelecidos na regulamentação da autoridade de aviação civil
brasileira.
Art. 28º Na escala de serviço, deverão ser observados regime de rodízio de tripulantes e turnos
compatíveis com a saúde, a higiene e a segurança do trabalho.
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Art. 29º Será assegurado aos tripulantes de voo e de cabine, quando estiverem em voo com
tripulação composta ou de revezamento, descanso a bordo da aeronave, em acomodação
adequada, de acordo com as especificações definidas em norma estabelecida pela autoridade de
aviação civil brasileira.
§ 1º Aos tripulantes de voo e de cabine realizando voos em tripulação composta será assegurado
número de acomodações para descanso a bordo igual ao número de tripulantes somados à
tripulação simples.
§ 2º Aos tripulantes de voo e de cabine realizando voos em tripulação de revezamento
será assegurado número de acomodações para descanso a bordo igual à metade do total de
tripulantes.
Art. 31º Aos tripulantes de voo ou de cabine empregados no serviço aéreo definido no inciso I do
caput do art. 5o serão assegurados os seguintes limites de horas de voo e de pousos em uma
mesma jornada de trabalho:
§ 1º O número de pousos na hipótese do inciso I deste artigo poderá ser aumentado em mais 1
(um), a critério do empregador, acrescendo-se, nesse caso, 2 (duas) horas ao repouso que precede
a jornada.
§ 2º Não obstante o previsto no § 1o deste artigo, em caso de desvio para aeroporto de alternativa,
será permitido o acréscimo de mais 1 (um) pouso aos limites estabelecidos nos incisos I, II e III
deste artigo.
§ 3º Os tripulantes que operam aeronaves convencionais e turbo-hélice poderão ter o limite de
pousos estabelecido no inciso I deste artigo aumentado em mais 2 (dois) pousos.
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Art. 32º Aos tripulantes empregados nos serviços aéreos definidos nos incisos II, III, IV e V do caput
do art. 5o são assegurados os seguintes limites de horas de voo em uma mesma jornada de
trabalho:
§ 1º Aos tripulantes referidos neste artigo não serão assegurados limites de pousos em uma
mesma jornada de trabalho.
§ 2º Os tripulantes empregados nos serviços aéreos definidos no inciso IV do caput do art. 5o,
quando em atividade de fomento ou proteção à agricultura, poderão ter os limites previstos neste
artigo estabelecidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde que não ultrapassem os
parâmetros de segurança de voo determinados na regulamentação da autoridade de aviação civil
brasileira.
Art. 33º Aos tripulantes são assegurados os seguintes limites mensais e anuais de horas de voo:
I - 80 (oitenta) horas de voo por mês e 800 (oitocentas) horas por ano, em aviões a jato;
II - 85 (oitenta e cinco) horas de voo por mês e 850 (oitocentas e cinquenta) horas por ano, em
aviões turbo-hélice;
III - 100 (cem) horas de voo por mês e 960 (novecentas e sessenta) horas por ano, em aviões
convencionais;
IV - 90 (noventa) horas de voo por mês e 930 (novecentas e trinta) horas por ano, em helicópteros.
Art. 34º O trabalho realizado como tripulante extra a serviço será computado para os limites da
jornada de trabalho diária, semanal e mensal, não sendo considerado para o cômputo dos limites
de horas de voo diários, mensais e anuais, previstos nos arts. 31, 32 e 33.
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Art. 36º Aos tripulantes de voo ou de cabine empregados no serviço aéreo definido no inciso I do
caput do art. 5o são assegurados os seguintes limites de jornada de trabalho:
Art. 37º Aos tripulantes de voo ou de cabine empregados nos serviços aéreos definidos nos incisos
II, III, IV e V do caput do art. 5o são assegurados os seguintes limites de jornada de trabalho:
Parágrafo único - Os tripulantes de voo empregados nos serviços aéreos especializados definidos
no inciso IV do caput do art. 5o, quando em atividade de fomento à agricultura, poderão ter os
limites previstos neste artigo estabelecidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde
que não ultrapassem os parâmetros de segurança de voo determinados na regulamentação da
autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 38º Em caso de interrupção de jornada, os tripulantes de voo ou de cabine empregados nos
serviços aéreos definidos nos incisos II, IV e V do caput do art. 5o, quando compondo tripulação
mínima ou simples, poderão ter suas jornadas de trabalho acrescidas de até a metade do tempo
da interrupção, nos seguintes casos:
I - quando houver interrupção da jornada fora da base contratual, superior a 3 (três) horas e
inferior a 6 (seis) horas consecutivas, e for proporcionado pelo empregador local para descanso
separado do público e com controle de temperatura e luminosidade;
II - quando houver interrupção da jornada fora da base contratual, superior a 6 (seis) horas e
inferior a 10 (dez) horas consecutivas, e forem proporcionados pelo empregador quartos
individuais com banheiro privativo, condições adequadas de higiene e segurança, mínimo ruído e
controle de temperatura e luminosidade.
Parágrafo único - A condição prevista neste artigo deverá ser consignada no diário de bordo da
aeronave, com assinatura do comandante.
Art. 39º A hora de trabalho noturno, para efeito de jornada, será computada como de 52
(cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
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I - o trabalho executado em terra entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do
dia seguinte, considerado o horário local;
II - o período de tempo de voo realizado entre as 18 (dezoito) horas de um dia e as 6 (seis) horas
do dia seguinte, considerado o fuso horário oficial da base contratual do tripulante.
Art. 40º Os limites da jornada de trabalho poderão ser ampliados em 60 (sessenta) minutos, a
critério exclusivo do comandante da aeronave, nos seguintes casos:
Parágrafo único. Qualquer ampliação dos limites das horas de trabalho deverá ser comunicada,
em no máximo 24 (vinte e quatro) horas após a viagem, pelo comandante ao empregador, que, no
prazo de 15 (quinze) dias, comunicará a autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 41º A duração do trabalho dos tripulantes de voo ou de cabine não excederá a 44 (quarenta
e quatro) horas semanais e 176 (cento e setenta e seis) horas mensais, computados os tempos de:
§ 1º O limite semanal de trabalho previsto neste artigo poderá ser alterado mediante convenção
ou acordo coletivo de trabalho, desde que não ultrapasse os parâmetros estabelecidos na
regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira, sendo vedada, sob qualquer hipótese, a
extrapolação do limite mensal de 176 (cento e setenta e seis) horas.
§ 2º Os tripulantes de voo ou de cabine empregados nos serviços aéreos definidos nos incisos II,
III, IV e V do caput do art. 5o terão como período máximo de trabalho consecutivo 21 (vinte e um)
dias, contados do dia de saída do tripulante de sua base contratual até o dia do regresso a ela.
§ 3º Para os tripulantes de voo ou de cabine empregados nos serviços aéreos definidos nos incisos
II, III, IV e V do caput do art. 5o, o período consecutivo de trabalho, no local de operação, não
poderá exceder a 17(dezessete)dias.
§ 4º Quando prestarem serviço fora da base contratual por período superior a 6 (seis) dias, os
tripulantes referidos no § 3o deste artigo terão, no retorno, folgas correspondentes a, no mínimo,
o número de dias fora da base contratual menos 2 (dois) dias.
§ 5º Os tripulantes empregados no serviço aéreo definido no inciso I do caput do art. 5o que
também exerçam atividades administrativas terão os limites de sua jornada de trabalho definidos
em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde que não ultrapassem os parâmetros
estabelecidos na regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
§ 6º As disposições do caput e dos §§ 1o, 2o, 3o e 4o deste artigo não se aplicam aos tripulantes
empregados nos serviços aéreos definidos no inciso IV do caput do art. 5o em atividade de
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fomento ou proteção à agricultura, que poderão ter os referidos limites reduzidos ou ampliados
por convenção ou acordo
coletivo de trabalho, desde que não ultrapassem os parâmetros de segurança de voo
determinados na regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 42º Será observado o limite máximo de 2 (duas) madrugadas consecutivas de trabalho, e o de
4 (quatro) madrugadas totais no período de 168 (cento e sessenta e oito) horas consecutivas,
contadas desde a apresentação do tripulante.
§ 1º O tripulante de voo ou de cabine poderá ser escalado para jornada de trabalho na terceira
madrugada consecutiva desde que como tripulante extra, em voo de retorno à base contratual e
encerrando sua jornada de trabalho, vedada, nessa hipótese, a escalação do tripulante para
compor tripulação no período que antecede a terceira madrugada consecutiva na mesma jornada
de trabalho.
§ 2º Sempre que for disponibilizado ao tripulante período mínimo de 48 (quarenta e oito) horas
livre de qualquer atividade, poderá ser iniciada a contagem de novo período de 168 (cento e
sessenta e oito) horas consecutivas referido no caput deste artigo.
§ 3º Os limites previstos neste artigo poderão ser reduzidos ou ampliados mediante convenção ou
acordo coletivo de trabalho, desde que não ultrapassem os parâmetros estabelecidos na
regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
§ 4º Entende-se como madrugada o período transcorrido, total ou parcialmente, entre 0 (zero)
hora e 6 (seis) horas, considerado o fuso horário oficial da base contratual do tripulante.
292
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Art. 44º Reserva é o período em que o tripulante de voo ou de cabine permanece à disposição,
por determinação do empregador, no local de trabalho.
Art. 45º Viagem é o trabalho realizado pelo tripulante de voo ou de cabine, contado desde a saída
de sua base até o seu regresso.
Art. 47º É assegurada ao tripulante, fora de sua base contratual, acomodação adequada para
repouso e transporte entre o aeroporto e o local de repouso, e vice-versa.
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§ 1º O previsto neste artigo não será aplicado ao tripulante empregado nos serviços aéreos
previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 5o quando o custeio do transporte e da
hospedagem for ressarcido pelo empregador.
§ 2º O ressarcimento de que trata o § 1o deste artigo deverá ocorrer no máximo até 30 (trinta)
dias após o pagamento.
§ 3º Entende-se por acomodação adequada para repouso do tripulante quarto individual com
banheiro privativo e condições adequadas de higiene, segurança, ruído, controle de temperatura
e luminosidade.
§ 4º Quando não houver disponibilidade de transporte ao término da jornada, o período de
repouso será computado a partir da colocação de transporte à disposição da tripulação.
Art. 48º O tempo mínimo de repouso terá duração relacionada ao tempo da jornada anterior,
observando-se os seguintes limites:
Parágrafo único: Os limites previstos neste artigo poderão ser alterados por convenção ou acordo
coletivo de trabalho, observados os parâmetros de segurança de voo estabelecidos na
regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 49º Quando ocorrer o cruzamento de 3 (três) ou mais fusos horários em um dos sentidos da
viagem, o tripulante terá, na base contratual, o repouso acrescido de 2 (duas) horas por cada fuso
cruzado.
Art. 51º O tripulante empregado no serviço aéreo previsto no inciso I do caput do art. 5o terá
número mensal de folgas não inferior a 10 (dez), das quais pelo menos 2 (duas) deverão
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compreender um sábado e um domingo consecutivos, devendo a primeira destas ter início até as
12 (doze) horas do sábado, no horário de Brasília.
§ 1º O número mensal de folgas previsto neste artigo poderá ser reduzido até 9 (nove), conforme
critérios estabelecidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
§ 2º Quando o tripulante concorrer parcialmente à escala de serviço do mês, por motivo de férias
ou afastamento, aplicar-se-á a proporcionalidade do número de dias trabalhados ao número de
folgas a serem concedidas, com aproximação para o inteiro superior
Art. 52º O tripulante de voo ou de cabine empregado nos serviços aéreos previstos nos incisos II,
III, IV e V do caput do art. 5o terá número de folgas mensal não inferior a 8 (oito), das quais pelo
menos 2 (duas) deverão compreender um sábado e um domingo consecutivos.
Parágrafo único: O tripulante empregado nos serviços aéreos previstos no inciso IV do caput do
art. 5o, quando em atividade de fomento ou proteção à agricultura, poderá ter os limites previstos
neste artigo modificados por convenção ou acordo coletivo de trabalho, observados os parâmetros
estabelecidos na regulamentação da autoridade de aviação civil brasileira.
Art. 53º A folga só terá início após a conclusão do repouso da jornada, e seus horários de início e
término serão definidos em escala previamente publicada.
Art. 54º Quando o tripulante for designado para curso fora da base contratual, sua folga poderá
ser gozada nesse local, devendo a empresa assegurar, no regresso, uma licença remunerada de 1
(um) dia para cada 15 (quinze) dias fora da base contratual.
Parágrafo único: A licença remunerada não deverá coincidir com sábado, domingo ou feriado se a
permanência do tripulante fora da base for superior a 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. Não integram a remuneração as importâncias pagas pela empresa a título de
ajuda de custo, assim como as diárias de hospedagem, alimentação e transporte.
Art. 56º A remuneração dos tripulantes poderá ser fixa ou ser constituída por parcela fixa e parcela
variável.
Parágrafo único: A parcela variável da remuneração será obrigatoriamente calculada com base nas
horas de voo, salvo no caso:
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Art. 57º O período de tempo em solo entre etapas de voo em uma mesma jornada será
remunerado.
Parágrafo único: Os valores e critérios para remuneração do período de que trata o caput deste
artigo serão estabelecidos no contrato de trabalho e em convenção ou acordo coletivo de
trabalho.
Art. 58º A empresa pagará a remuneração do trabalho não realizado por motivo alheio à vontade
do tripulante, se outra atividade equivalente não lhe for atribuída.
Art. 59º A remuneração da hora de voo noturno e das horas de voo como tripulante extra será
calculada na forma da legislação em vigor, observadas as condições estabelecidas no contrato de
trabalho e em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1º Considera-se voo noturno, para efeitos deste artigo, o voo executado entre as 21 (vinte e
uma) horas, Tempo Universal Coordenado, de um dia e as 9 (nove) horas, Tempo Universal
Coordenado, do dia seguinte.
§ 2º A hora de voo noturno, para efeito de remuneração, e contada a razão de 52 (cinquenta e
dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
Art. 61º Durante a viagem, o tripulante terá direito a alimentação, em terra ou em voo, de acordo
com as instruções técnicas do Ministério do Trabalho e das autoridades competentes.
Art. 62º Para tripulante de helicópteros, a alimentação será servida em terra ou a bordo de
unidades marítimas, com duração de 60 (sessenta) minutos, período este que não será computado
na jornada de trabalho.
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Art. 63º Nos voos realizados no período entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 6 (seis)
horas do dia seguinte, deverá ser servida uma refeição se a duração do voo for igual ou superior
a 3 (três) horas.
Parágrafo único: Não serão considerados como salário, para os efeitos previstos neste artigo, os
vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao tripulante para a realização dos
respectivos serviços.
Art. 68º A empresa manterá quadro atualizado de concessão de férias, devendo existir rodízio
entre os tripulantes do mesmo equipamento quando houver concessão nos meses de janeiro,
fevereiro, julho e dezembro.
Art. 69º Ressalvados os casos de rescisão de contrato, as férias não serão convertidas em abono
pecuniário.
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Art. 70º Ressalvadas condições mais favoráveis, a remuneração das férias e o décimo terceiro
salário do aeronauta serão calculados pela média das parcelas fixas e variáveis da remuneração
no período aquisitivo.
Art. 71º O pagamento da remuneração das férias será realizado até 2 (dois) dias antes de seu
início.
Art. 73º Para efeito de transferência, provisória ou permanente, considera-se base do tripulante
a localidade onde ele está obrigado a prestar serviço.
§ 1º Entende-se como:
§ 2º Após cada transferência provisória, o tripulante deverá permanecer na sua base por, pelo
menos, 180 (cento e oitenta) dias.
§ 3º O interstício entre transferências permanentes será de 2 (dois) anos.
§ 4º Na transferência provisória, serão assegurados aos tripulantes acomodação, alimentação,
transporte a serviço, transporte aéreo de ida e volta e, no regresso, licença remunerada de,
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considerada a duração da transferência, 2 (dois) dias para o primeiro mês mais 1 (um) dia para
cada mês ou fração subsequente, sendo que, no mínimo, 2 (dois) dias não deverão coincidir com
sábado, domingo ou feriado.
§ 5º Na transferência permanente, serão assegurados ao tripulante pelo empregador:
I - ajuda de custo, para fazer face às despesas de instalação na nova base, não inferior a 4 (quatro)
vezes o valor do salário mensal, calculado o salário variável por sua taxa atual, multiplicada pela
média do correspondente trabalho nos últimos 12 (doze) meses;
II - transporte aéreo para si e seus dependentes;
III - translação da respectiva bagagem; e
IV - dispensa de qualquer atividade relacionada com o trabalho pelo período de 8 (oito) dias, a ser
fixado por sua opção, com aviso prévio de 8 (oito) dias ao empregador, dentro dos 60 (sessenta)
dias seguintes à sua chegada à nova base.
Art. 74º O tripulante deverá ser notificado pelo empregador com antecedência mínima de 60
(sessenta) dias na transferência permanente e de 15 (quinze) dias na provisória.
Art. 75º Aos tripulantes de voo empregados nos serviços aéreos definidos no inciso IV do caput do
art. 5o, quando em atividade de fomento ou proteção à agricultura, não se aplicam as seguintes
disposições desta Lei:
Art. 76º Além dos casos previstos nesta Lei, as responsabilidades dos tripulantes são definidas na
Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica), nas leis e nos
regulamentos em vigor e, no que decorrer do contrato de trabalho, em convenções e acordos
coletivos.
Art. 77º Sem prejuízo do disposto no Capítulo III do Título IX da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro
de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica), os infratores das disposições constantes nesta Lei
ficam sujeitos às penalidades previstas no art. 351 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
Parágrafo único: O processo de multas administrativas será regido pelo disposto no Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943.
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Art. 78º Caberá à autoridade de aviação civil brasileira expedir as normas necessárias para a
implantação do Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana de que trata a Seção III do
Capítulo I.
Art. 79º O art. 30 da Lei no 7.183, de 5 de abril de 1984, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 30. Os limites de tempo de voo do tripulante não poderão exceder em cada mês ou ano,
respectivamente:
§ 1º Quando o aeronauta tripular diferentes tipos de aeronave, será observado o menor limite.
§ 2º Os limites de tempo de voo para aeronautas de empresas de transporte aéreo regular, em
intervalo inferior a 30 (trinta) dias, serão proporcionais ao limite mensal mais 10 (dez) horas.” (NR)
Art. 80º Aplicam-se aos tripulantes, desde a entrada em vigor desta Lei até que tenham decorrido
30 (trinta) meses de sua publicação, como regime de transição, os seguintes dispositivos da Lei nº
7.183, de 5 de abril de 1984:
I - após decorridos 90 (noventa) dias da publicação oficial desta Lei, a Lei nº 7.183, de 5 de abril de
1984, com exceção dos dispositivos referidos no art. 80;
II - após decorridos 30 (trinta) meses da publicação oficial desta Lei, os dispositivos da Lei nº7.183,
de 5 de abril de 1984, referidos no art. 80.
Art. 82º Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial, exceto
os arts. 31, 32, 33, 35, 36 e 37, que entram em vigor após decorridos 30 (trinta) meses da
publicação oficial desta Lei.
MICHEL TEMER
Mauricio Quintella
Ronaldo Nogueira de Oliveira
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SEGURANÇA
DE VOO
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SEGURANÇA DE VOO
Após os períodos das duas guerras mundiais o crescimento da aviação possibilitou rotas entre
nações, voos que cruzavam oceanos, aeronaves com capacidade de transportar um número
crescente de passageiros e carga, inclusive, em maiores velocidades. Mas com o desenvolvimento
de qualquer indústria, novos desafios surgiram.
O grande número de acidentes aeronáuticos indicava que a indústria carecia de métodos de
certificação e homologação de equipamentos e procedimentos, as regras do ar e regulamentos
eram incipientes, a infraestrutura era pobre de recursos e facilidades. Observaram também que
deveriam dar atenção aos aspectos socioculturais, mentais e biológicos dos operadores das
aeronaves.
Devido a isso, estados e operadores viram a necessidade de buscar meios sustentáveis de manter
a segurança dos voos, frente as adversidades.
Importantes comissões foram criadas e tinham como responsabilidade buscar a padronização de
procedimentos operacionais, certificação, fabricação, regulamentação de regras do ar,
comunicação, treinamento, inspeção de saúde, etc.
Porém, em novembro 1944, como consequência de estudos iniciados pelos EUA e os seus aliados,
55 estados foram convidados a participarem de uma Conferência Internacional de Aviação Civil a
ser realizada em Chicago. Cinquenta e quatro Estados participaram desta Conferência, na qual uma
Convenção sobre Aviação Civil Internacional foi assinada por 52 deles (Doc. 7300). Nela foi criada
a Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) – International Civil Aviation Organization
(ICAO). Ela é sediada na cidade canadense de Montreal e hoje conta com 193 Estados Contratantes
(Países Signatários que também são signatários da ONU – Organização das Nações Unidas, sediada
em Nova Iorque). A lista de estados membros é sempre atualizada e pode ser obtida no link:
https://www.icao.int/MemberStates/Member%20States.English.pdf.
No Brasil, a criação da OACI foi promulgada em 1946 pelo decreto 21.713.
A segurança da aviação está no centro dos objetivos fundamentais da ICAO. A
organização está constantemente se esforçando, em estreita colaboração com
toda a comunidade de transporte aéreo, para melhorar ainda mais o desempenho
bem-sucedido de segurança da aviação, mantendo um alto nível de capacidade e
eficiência. Isto é conseguido através:
Do desenvolvimento de estratégias globais contidas no Plano Global de Segurança
da Aviação e no Plano Global de Navegação Aérea;
O trabalho mais importante realizado pela Conferência de Chicago foi no campo técnico, uma vez
que se estabeleceu as bases para um conjunto de regras e regulamentos sobre a navegação aérea
como um todo, através de Padrões e Práticas Recomendadas (Standards and Recommended
Practices - SARPS). Isso trouxe segurança para as operações e abriu o caminho para a aplicação de
um sistema comum de navegação aérea no mundo. Sobre os Padrões e Práticas Recomendadas
pela OACI; Padrões se dão a qualquer especificação relativa a características físicas, configuração,
material, desempenho, pessoal ou procedimento, cuja aplicação uniforme seja reconhecida como
necessária à segurança ou regularidade da navegação aérea internacional e a qual os Estados
Contratantes (países signatários) estarão em conformidade; em caso de impossibilidade de
cumprimento, a notificação ao Conselho é obrigatória nos termos do artigo 38 da Convenção. Essa
notificação será dada através de diferenças. Práticas Recomendadas são especificações relativas
as características físicas, configuração, material, desempenho, pessoal ou procedimento, cuja
aplicação uniforme seja reconhecida como desejável por motivos de segurança, regularidade ou
eficiência da navegação aérea internacional e a qual os Estados Contratantes devam esforçar-se
para atuarem em conformidade com a Convenção. 2
Para a disciplina de Segurança de Voo, usaremos, como base, os anexos 13 e 19, Investigação de
acidentes e incidentes com aeronaves e Gerenciamento da segurança operacional,
respectivamente.
O anexo 13 contém Padrões e Práticas recomendadas para a investigação de acidentes e
incidentes com aeronaves. Fala do objetivo de uma investigação (e como ela deve ser realizada),
notificação de ocorrências aeronáuticas (acidentes, incidentes graves e incidentes aeronáuticos),
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(...)
SERIPA
O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA) é organização
do COMAER, subordinada ao CENIPA e tem sua estrutura e área de atuação definidas em
regulamento e regimento interno próprios. São responsáveis pelas atividades de investigação e
prevenção em âmbito regional. Existem 7 SERIPAs e eles são encontrados nos Comandos Regionais
da Aeronáutica (COMAR).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
ICAO. FOUNDATION OF THE INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION. Disponível em
https://www.icao.int/about-icao/pages/foundation-of-icao.aspx. Acessado em 09 jul.2019.
2
SKYBRARY. STANDARDS AND RECOMMENDED PRACTICES. Disponível em: https://www.skybrary.aero/index.php/.
Acessado em 09 jul. 2019.
3
SKYBRARY. ICAO ANNEXES AND DOC SERIES. Disponível em: https://www.skybrary.aero/index.php/ICAO. Acessado
em 09 jul. 2019.
4
ICAO. Annex 13 – Aircraft Accident and Incident Investigation. Páginas 3-1, 4-1, 4-2, 4-3, 5-1, 5-2, 5-3, 5-4, 5-5.
5
ICAO. ICAO STATE SAFETY PROGRAMME (SSP) INTRODUTION. Transparência 5. Disponível em:
https://www.icao.int/NACC/Documents/Meetings/2014/SMSF1/P02.pdf. Acessado em 09 jul. 2019.
6
COMAER. DCA 63-5 – PROGRAMA DE SEGURANÇA OPERACIONAL ESPECÍFICO DO COMANDO DA AERONÁUTICA
(PSOE-COMAER). Página 7. Disponível em: https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4794. Acessado em:
09 jul. 2019.
7
ANAC. A SEGURANÇA DE VOO NO SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL. Disponível em:
http://www2.anac.gov.br/segVoo/historico.asp. Acessado em: 09 jul. 2019.
8
BRASIL. Decreto nº 9.540 de 25 de outubro de 2018. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9540.htm. Acessado em 9 jul. 2019.
Após a criação da ANAC, a DIPAA foi extinta, dando lugar para novas gerência (GGIP – Gerência
Geral de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), superintendência (SSO –
Superintendência de Segurança Operacional) e assessoria (ASIPAER – Assessoria de Articulação
com o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) também extintas.
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Compete a ASSOP, dentre outras funções, dar suporte às decisões do Diretor Presidente da ANAC
e sua diretoria colegiada, conforme definido no PSO-BR e PSOE-ANAC, em assuntos relacionados
a segurança operacional da aviação civil do Brasil, promoção da segurança operacional entre as
unidades da Agência, coordenar os grupos de segurança operacional (BAST – Brazilian Aviation
Safety Teams) e ser elo entre a ANAC (Autoridade de Aviação Civil) com o SIPAER (Sistema de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Seção IX
Da Assessoria de Segurança Operacional - ASSOP
(Resolução 502, 30 Jan. 2019. Publicado no Diário Oficial da União de 6 de fevereiro de 2019, Seção 1,
página 43).
OSVs, ASVs e EC-PREVs são elementos (elos SIPAER) que desempenharão funções específicas de
investigação e prevenção em uma organização civil (ASVs e EC-PREVs) e militares (OSVs e EC-
PREVs).
ASV – Elemento Civil que concluiu com sucesso o curso de investigação de acidentes aeronáuticos
(CIAA) (até o ano de 2017) ou o curso de investigação de incidentes aeronáuticos (CIIA). Um ASV
está apto ao exercício das atividades de investigação de ocorrências de solo e de incidentes
aeronáuticos, no âmbito do SIPAER.
Na aviação de linha aérea e táxi aéreo, por exemplo, os ASV serão os responsáveis pela investigação dos
incidentes ocorridos com aeronaves dessas empresas. É importante saber que o CENIPA não fará
investigações de incidentes aeronáuticos, ficando sob a responsabilidade desta, o proprietário ou
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O ASV de uma organização civil ou empresa civil participará das investigações de acidentes aeronáuticos
e incidentes aeronáuticos graves que são da responsabilidade do CENIPA.
OSV – Elemento militar que concluiu com sucesso o curso de investigação de acidentes
aeronáuticos (CIAA). Um OSV está apto ao exercício das atividades de investigação de todas as
ocorrências aeronáuticas (vide item 2.1 desta apostila), no âmbito SIPAER.
Os OSVs irão compor equipes que investigação da autoridade SIPAER e serão responsáveis pela
investigação, usualmente, de acidentes aeronáuticos e incidentes aeronáuticos graves.
NSCA 3-10 – A formação dos elementos supracitados é normatizada pela NSCA 3-10 (Formação e
capacitação dos recursos humanos do sistema de investigação e prevenção de acidentes
aeronáuticos). É recomendada a leitura desta norma, para melhor fixação do conteúdo. A leitura
não é primordial para a realização das avaliações da escola e da ANAC.
QUIZZ
1- Qual é a função do anexo 13 da OACI?
2- Qual é a função do anexo 19 da OACI?
3- Por que não podemos dizer que um acidente aeronáutico ocorre por uma única causa?
4- No Brasil, quem é a responsável pela promoção da segurança da aviação civil?
5- O que é o PSO-BR e por que existem dois Programas de Segurança Operacional Específico?
6- O que é SIPAER e qual é a sua finalidade?
7- Uma ocorrência aeronáutica ocorre por uma série de aspectos contidos em três fatores
contribuintes básicos. Quais são eles?
8- Por que dizemos que a prevenção requer mobilização geral?
9- Por que dizemos que punições agem contra os interesses da prevenção de acidentes?
10- O que é o CENIPA e quais são as suas competências?
11- O que é o SERIPA? Estão divididos em quantos e em quais regiões?
12- O que é DIPAA? Atualmente a ASSOP da ANAC exerce as funções da DIPAA. Defina-as.
13- O que são Elos SIPAER? Compete ao Elo quais responsabilidades?
14- O que é o OSV e quais são as suas funções?
15- O que é o ASV e quais são as suas funções?
16- O que é o EC-PREV e quais são as suas funções?
17- O que é a CIAA? Ela é composta por quais elementos?
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18- Comente a afirmação: “Todos os acidentes, incidentes graves e incidentes aeronáuticos podem
ser evitados”.
19- Cite o nome do órgão central do SIPAER.
20- O que o decreto 69.565 de 1971 instituiu?
É recomendado a leitura da MCA 3-6 (Manual de Investigação do SIPAER) e NSCA 3-13 (Protocolos
de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas da Aviação Civil Conduzidas pelo Estado Brasileiro)
para melhor fixação do conteúdo a seguir:
Antes de partirmos para a definição de acidente e incidentes, devemos entender sobre o conceito
de Ocorrência Aeronáutica.
Ocorrência Aeronáutica é, segundo a NSCA 3-13 (2017), “qualquer evento envolvendo aeronave
que poderá ser classificado como acidente aeronáutico, incidente aeronáutico grave, incidente
aeronáutico ou ocorrência de solo, permitindo ao SIPAER a adoção dos procedimentos
pertinentes.”
2.1.1 Conceituações
Toda ocorrência aeronáutica relacionada à operação de uma aeronave tripulada, havida entre o
momento em que uma pessoa nela embarca com a intenção de realizar um voo até o momento
em que todas as pessoas tenham dela desembarcado ou; no caso de uma aeronave não tripulada,
toda ocorrência havida entre o momento que a aeronave está pronta para se movimentar, com a
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intenção de voo, até a sua parada total pelo término do voo, e seu sistema de propulsão tenha
sido desligado e, durante os quais, pelo menos uma das situações abaixo ocorra:
a) uma pessoa sofra lesão grave ou venha a falecer como resultado de:
- estar na aeronave;
- ter contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que dela tenham se
desprendido; ou
- ser submetida à exposição direta do sopro de hélice, de rotor ou de escapamento de jato, ou às
suas consequências.
NOTA 1 - Exceção será feita quando as lesões, ou óbito, resultarem de causas naturais, forem
autoinfligidas ou infligidas por terceiros, ou forem causadas a pessoas que embarcaram
clandestinamente e se acomodaram em área que não as destinadas aos passageiros e tripulantes.
NOTA 2 - As lesões decorrentes de um Acidente Aeronáutico que resultem óbito em até 30 dias
após a data da ocorrência são consideradas lesões fatais.
b) a aeronave tenha falha estrutural ou dano que:
- afete a resistência estrutural, o seu desempenho ou as suas características de voo; ou
- normalmente exija a realização de grande reparo ou a substituição do componente afetado.
NOTA 3 - Exceção será feita para falha ou danos quando limitados a um único motor (incluindo
carenagens ou acessórios), para danos limitados às hélices, às pontas de asa, às antenas, aos
probes, aletas, aos pneus, aos freios, às rodas, às carenagens do trem, aos painéis, às portas do
trem de pouso, aos para-brisas, aos amassamentos leves e pequenas perfurações no revestimento
da aeronave, ou danos menores às pás do rotor principal e de cauda, ao trem de pouso, e aqueles
danos resultantes de colisão com granizo ou ave (incluindo perfurações no radome).
NOTA 4 - O Adendo E do Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional apresenta uma
lista de danos que podem ser considerados exemplos de acidentes aeronáuticos. Uma tradução
livre desta lista encontra-se no Anexo B desta Norma.
c) a aeronave seja considerada desaparecida ou esteja em local inacessível.
NOTA 5 - Uma aeronave será considerada desaparecida quando as buscas oficiais forem suspensas
e os destroços não forem encontrados.
Incidente aeronáutico envolvendo circunstâncias que indiquem que houve elevado risco de
acidente relacionado à operação de uma aeronave que, no caso de aeronave tripulada, ocorre
entre o momento em que uma pessoa nela embarca, com a intenção de realizar um voo, até o
momento em que todas as pessoas tenham dela desembarcado; ou, no caso de uma aeronave não
tripulada, ocorre entre o momento em que a aeronave está pronta para se movimentar, com a
intenção de voo, até a sua parada total pelo término do voo, e seu sistema de propulsão tenha sido
desligado.
NOTA 1 - A diferença entre o incidente grave e o acidente está apenas nas consequências.
NOTA 2 - O Adendo C do Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional apresenta uma
lista de situações que podem ser consideradas exemplos de incidentes aeronáuticos graves. Uma
tradução livre desta lista encontra-se no Anexo A desta Norma.
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NOTA - Os tipos de incidentes que são de interesse principal à ICAO para estudos de
prevenção de acidentes estão listados no Adendo C do Anexo 13 à Convenção sobre
Aviação Civil Internacional. Uma tradução livre desta lista encontra-se no Anexo B
desta Norma.
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NOTA 3 - O custo dos reparos, ou perda estimada, tal como disposto pelas
companhias de seguros, pode prover uma indicação do dano sofrido, mas não
deve ser utilizado como único parâmetro para considerar que o dano é suficiente
para classificar a ocorrência como um acidente. Da mesma forma, uma aeronave
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Criando Novos Horizontes MTCMV - Revisão: 02 - Data: 16/12/2019
pode ser considerada economicamente irrecuperável, sem que ela tenha incorrido
em dano suficiente para ser classificado como acidente.
Segundo o COMAER (MCA 3-6 2017), fatores contribuintes são aqueles eventos que por si só, ou
em combinação com outros, resultam em uma ocorrência aeronáutica. Por definição, fator
contribuinte é uma condição, ação, omissão ou a combinação delas, que, se eliminadas, ou
mitigadas, podem reduzir a probabilidade do acontecimento de uma ocorrência aeronáutica, ou
reduzir a severidade das consequências dessa ocorrência.
A determinação dos fatores deve ser baseada em uma análise profunda, imparcial e objetiva de
todas as evidências disponíveis. Qualquer condição, ato ou circunstância que foi um fator causal
do acidente deve ser claramente identificado.
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