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1 Pós-Graduação em Neurociências, Universidade Anhembi Morumbi, Address for correspondence Daniel Damiani, MD, Universidade
São Paulo, SP, Brazil Anhembi Morumbi, São Paulo, SP, Brazil
(e-mail: dani.neurocirurgia@gmail.com).
Arq Bras Neurocir
Fig. 1 Estruturas responsáveis pelo conteúdo de consciência e nível de consciência. O conteúdo de consciência necessita do funcionamento do
córtex cerebral, incapaz de originar o nível de consciência. Este último depende de estruturas subcorticais como o hipotálamo e tálamo, bem
como do tronco encefálico. Abreviações: 5HT, 5-hidroxitriptamina (serotonina); HIST, histamina (originada do núcleo túberomamilar); NA,
noradrenalina; OX, orexina (presente no núcleo periventricular do hipotálamo).
Tronco Encefálico. As estruturas relacionadas à manu- tais como orexina, encefalina e substância P, possui grande
tenção do nível de consciência incluem: núcleos da rafe, locus influência no processo de vigília. Durante a epidemia de
ceruleus, formação reticular, pars compacta da substância influenza em 1918, Von Economo descreveu que lesões no
negra, área tegmentar ventral e tegmento mesopontino, que hipotálamo posterior e anterior cursavam, respectivamente,
inclui o núcleo tegmentar pedunculopontino e o núcleo com hipersonia (incluindo sonolência e coma) e insônia.
tegmentar laterodorsal. Os dendritos destes neurônios for- Recentemente, foi descrito um sistema de projeção hipotá-
mam verdadeiras redes integrativas entre os fluxos sinápti- lamo-cortical responsável pela manutenção do nível de
cos aferentes e eferentes. As descargas dessincronizadas ao consciência. A histamina e o neuropeptídeo orexina possuem
córtex cerebral, alternando baixas e altas amplitudes, são grande relevância nesse mecanismo ativador da vigília. A
responsáveis pela manutenção do nível de consciência com histamina atua sobre seu receptor H1, ativando a proteína
possibilidade de expressarmos conteúdo de consciência. Gq/11 causando despolarização com influxo de sódio e
Fisiologicamente, no momento em que as estruturas do cálcio; sobre seu receptor H2, receptor β-adrenérgico e
tronco encefálico, hipotálamo e tálamo sincronizam as des- 5HT2, ambos, ativando a proteína Gs (acoplados a adenilato
cargas elétricas ao córtex, com ondas lentas e de grande ciclase) aumentando a expressão do fator de transcrição
amplitude, há rebaixamento do nível de consciência.11,12 O CREB; e sobre seu receptor H3 (autorreceptor acoplado a
sistema colinérgico descarrega sobre todo o córtex cerebral proteína Gq e a canais de cálcio de alta voltagem), responsá-
tanto durante a vigília como durante o sono REM (rapid eye vel pelo feedback negativo à produção e liberação da própria
moviment). Estes neurônios estimulam diretamente o córtex histamina (►Fig. 1). Os neurônios orexinérgicos possuem
cerebral e inibem o núcleo reticular do tálamo (responsável como neurotransmissor excitatório o glutamato e, inibitório
pela indução do sono de ondas lentas), dessincronizando as a dinorfina.11–14
ondas corticais. A atividade colinérgica, por sua vez, promove Algumas lesões direcionadas ao sistema nervoso central
a ativação cortical por excitar neurônios glutamatérgicos, podem comprometer as estruturas responsáveis pela manu-
noradrenérgicos, serotoninérgicos e histaminérgicos presen- tenção do nível de consciência, a se destacar: traumatismo
tes nas estruturas do SRAA. Os neurônios GABAérgicos cranioencefálico (TCE), hemorragia intracraniana (HIC), he-
também se projetam em conjunto com os colinérgicos por morragia subaracnóidea (HSA), acidente vascular encefálico
toda a irradiação talâmica, promovendo desinibição ascen- isquêmico (AVEi) e lesão hipóxico-isquêmica global. Nas HIC,
dente e ativação neuronal. Lesões nas áreas tegmentar frequentemente o nível de consciência é preservado no início
ventral e da substância negra cursam com acinesia sem do quadro clínico; no entanto, com a expansão do hematoma,
comprometimento da ativação cortical.11 há comprometimento do nível de consciência. Se a origem da
Hipotálamo Posterior. Esta região heterogênea, com- HIC acometer o espaço infratentorial, por questões anatômi-
posta por neurônios histaminérgicos, dopaminérgicos, glu- cas, o risco de comprometimento da consciência será maior.
tamatérgicos e GABAérgicos, associados a neuropeptídeos No espaço supratentorial, os sangramentos que acometem os
núcleos mediais do tálamo cursam frequentemente com Manejo clínico na sala de emergência. A proposta da
rebaixamento do nível de consciência. Lesões lobares que criação de um algoritmo para manejo do paciente neuroló-
desviem a linha média comprometerão o nível de consciência gico crítico na sala de emergência, segue o modelo dos
por compressão de núcleos talâmicos, tronco encefálico e/ou tradicionais algoritmos da American Heart Association, com-
estruturas de projeção talâmica. Nas HSA, traumáticas ou pondo o ATLS e ACLS. Trata-se de uma sequência de medidas
espontâneas, há um abrupto aumento da pressão intracra- emergenciais para o rápido diagnóstico e pronta terapêutica,
niana com redução da pressão de perfusão cerebral, reflexa- minimizando as lesões neurológicas secundárias. Os primei-
mente, cursando com aumento do fluxo de sangue cerebral ros 60 minutos são fundamentais para o paciente neuroló-
(swelling), isquemia transitória e edema citotóxico. A HSA gico, e raras são as vezes em que há disponível um
pode causar lesões indiretas ao hipotálamo. Devido a lesões neurologista e/ou neurocirurgião no setor de emergência
indiretas do hipotálamo (aumento da pressão intracraniana nesse período de tempo. Neste contexto, a Neurocritical Care
e/ou lesões vasculares), os níveis de orexina (hipocretina) Society elabora algoritmos de atendimento ao paciente
estarão reduzidos, justificando o rebaixamento do nível de neurológico crítico.17
consciência. Não é incomum que os sobreviventes das HSA O exame neurológico é o primeiro passo para a avaliação
apresentem alterações no ciclo vigília-sono, incluindo fadiga do paciente com rebaixamento do nível de consciência na
excessiva diurna. No AVEi não é comum que haja rebaixa- sala de emergência. A escala de coma de Glasgow foi descrita
mento do nível de consciência, exceto nos casos de envolvi- em 1974 e, desde então, é largamente utilizada nessas
mento de estruturas correlacionadas. O rebaixamento do situações.18 Em 2005, no entanto, a escala denominada
nível de consciência será decorrente do edema cerebral com FOUR (Full Outline of UnResponsiveness) foi publicada no
desvio da linha média, por fatores já mencionados anterior- intuito de melhor avaliar aqueles pacientes entubados, in-
mente. A apresentação de infarto maligno de artéria cerebral cluindo ainda uma avaliação dos reflexos do tronco encefá-
média cursa, classicamente, com grande edema cerebral, lico, desconsiderados pela escala de Glasgow (►Fig. 2). O
sendo comumente indicada a craniectomia descompressiva, exame das funções motoras e oculares nos informam sobre o
reduzindo sua mortalidade em até 50%.1 Por fim, a isquemia prognóstico neurológico; o exame ocular parece ter um
cerebral global é decorrente de hipofluxo cerebral, muitas melhor valor preditivo comparado ao motor. A ausência de
vezes verificado nas paradas cardiorrespiratórias prolonga- reflexos pupilares após parada cardiorrespiratória, por
das. Após 2 minutos de hipofluxo sanguíneo cerebral, haverá exemplo, representa um prognóstico muito ruim. Os reflexos
lesão neuronal. Algumas estruturas são mais sensíveis à oculovestibulares e oculocefálicos também possuem seus
hipóxia: hipocampo (regiões CA1 e CA4); células piramidais valores prognósticos. O valor do eletroencefalograma (EEG)
das camadas 3, 5 e 6; complexo amigdaloide; verme cere- também foi estudado e associado ao prognóstico da lesão
belar; núcleo caudado e núcleos do tronco encefálico. O neurológica: a presença de descargas epileptiformes perió-
núcleo reticular, os núcleos intralaminares do tálamo e dicas e/ou generalizadas, padrões de supressão generalizada,
núcleo geniculado medial são particularmente sensíveis à ausência de atividade ou mesmo apenas a presença de ondas
isquemia. Após o retorno da circulação espontânea, haverá a alfa e teta em coma, representam piores prognósticos. Os
lesão de reperfusão. Diversos componentes do metabolismo potenciais evocados somatossensoriais (PESS) com identifi-
anaeróbico poderão lesar o neurônio, incluindo: radicais cação da resposta N20 cortical após estimulação do nervo
livres, glutamato extracelular com excitotoxicidade pelo mediano foram estudados: a ausência da resposta N20
influxo de cálcio, alterações da morfologia glial e ativação representa maior mortalidade enquanto uma resposta len-
astrocitária pelo aumento de interleucinas pró-inflamatórias tificada N20 está associada ao estado vegetativo persistente e
e fator de necrose tecidual α.4,15,16 morte encefálica. Trata-se, portanto, de um bom preditor de
Causas reversíveis de rebaixamento do nível de con- prognóstico do coma; no entanto, existem algumas desvan-
sciência. Há inúmeras causas possíveis de rebaixamento do tagens, dentre as quais, destacam-se: necessidade de pro-
nível de consciência, sendo algumas delas, passíveis de fissionais especializados para a realização e interpretação do
reversão imediata, necessitando de intervenção de emergên- exame; interferências elétricas; necessidade de excluir le-
cia. Como já mencionado, os três grandes mecanismos sões subcorticais, medulares e/ou periféricas que possam
responsáveis pelo acometimento do nível de consciência interferir na resposta cortical. Biomarcadores de lesões neu-
são: lesões cerebrais estruturais, disfunções neuronais difu- ronogliais já estão disponíveis, incluindo a presença de
sas (resultado de diversas condições metabólicas que possam enolase neurônio-específica e a proteína S100B. Nas lesões
comprometer a função neuronal) e, mais raramente, as axonais difusas, a elevação desses marcadores em 72 horas
causas psiquiátricas. Exceto por estas últimas, os demais são preditores de pior prognóstico.
acometimentos envolverão de alguma forma o sistema reti-
cular ativador ascendente e suas conexões, estruturas die-
ncefálicas (hipotálamo e/ou tálamo) e/ou córtex cerebral Algoritmo Proposto para Abordagem do Paciente em
(►Tabela 1). Após imediata estabilização clínica, que será Coma: Emergency Neurological Life Support
descrita adiante, o emergencista ou intensivista deverá pen- Na prática de emergência, o paciente classificado como
sar nas causas reversíveis de coma, atuando ativamente, comatoso é aquele que se apresenta com os olhos fechados,
mesmo que inicialmente de forma empírica, para reduzir o com reflexos presentes e com resposta reduzida ou ausente
dano neurológico. aos estímulos externos (►Fig. 3). O nível de responsividade
Tabela 1 Algumas lesões cerebrais causadas por efeito de massa e classificadas como estruturais versus lesões neuronais difusas
Abreviações: CAD, cetoacidose diabética; EHH, estado hiperglicêmico hiperosmolar; PFC, plasma fresco congelado; PTH, paratormônio; PTU,
propiltiouracil; SNE, sonda nasoenteral.
bem como seu padrão de resposta é avaliado pelo examina- (principalmente sódio e cálcio), gasometria arterial, urina e
dor e classificado pela escala de coma de Glasgow e escala culturas.1 Uma vez identificada a necessidade de entubação
FOUR.20 Estímulos verbais e táteis-dolorosos são realizados orotraqueal (EOT), a mesma deverá ser realizada com ade-
no intuito de provocar a resposta do paciente. A tentativa de quada escolha da analgesia, sedação e paralisia neuromus-
abrir as pálpebras do paciente é um teste simples e eficaz; o cular (quando indicada). Há quatro indicações clássicas para
teste da queda do braço sobre a face é frequentemente EOT nas lesões neurológicas: (1) insuficiência respiratória
utilizado. O protocolo preconizado para esses pacientes verificada com oximetria (cautela nas limitações do método),
incluem as etapas iniciais de ressuscitação do ACLS e ATLS gasometria arterial e/ou cianose; (2) incapacidade de garan-
– estabilidade cervical, viabilidade das vias aéreas –, e os tir uma via aérea segura (ausência de reflexos protetores); (3)
parâmetros que avaliem a frequência respiratória, saturação lesão clínica grave que irá comprometer a função cardiopul-
de oxigênio, frequência cardíaca e pressão arterial associado monar; (4) falência de métodos não invasivos com uso de
a obtenção de um ou dois acessos venosos calibrosos e cateteres, máscaras e ventilação não invasiva (VNI). O ideal é
imediata coleta de sangue para análise da bioquímica, glice- que seja realizado um exame neurológico rápido e objetivo,
mia, toxicologia (incluindo álcool), coagulograma, eletrólitos anterior à administração de sedativos, hipnóticos e/ou
Fig. 3 Exame físico do paciente comatoso na sala de emergência. Modificado de Han JH, 2013.
paralisantes neuromusculares. Deve-se avaliar o nível de no entanto, raramente utilizado devido à hipotensão arterial
consciência e conteúdo de consciência, a função dos pares coexistente. Quanto aos hipnóticos preconizados por pouco
de nervos cranianos, atividade motora das extremidades, interferirem na PIC: etomidato (0,2-0,4 mg/kg intravenoso),
tônus e reflexos osteotendinosos profundos, atividade con- promovendo sedação e efeito relaxante neuromuscular sem
vulsiva, estabilidade cervical e nível sensitivo na suspeita de prejuízo hemodinâmico (considerado o hipnótico de escolha no
traumatismo raquimedular. A sequência rápida de entu- aumento da PIC); propofol (0,5-3,0 mg/kg intravenoso) com
bação é o método de escolha para aqueles pacientes com ressalvas ao seu efeito potente vasodilatador; tiopental (3 mg/kg
suspeita de hipertensão intracraniana, reduzindo o risco de intravenoso), considerado um agente cerebroprotetor pela sua
aumentá-la reflexamente (sistema nervoso autônomo sim- capacidade de reduzir a taxa metabólica cerebral basal e reduzir
pático) durante a laringoscopia. A presença do coma não é a fração de extração de oxigênio pelo tecido cerebral, reduzindo
indicação para a não utilização de hipnóticos e analgésicos. a PIC (no entanto, possui efeito inotrópico negativo e venodi-
Mesmo em coma, o paciente pode apresentar reflexos à latador com grande potencial hipotensor). A quetamina
laringoscopia que elevem a pressão intracraniana associados (0,5-2,0 mg/kg intravenoso) também é uma boa opção para o
a maior resposta neuroendócrina e imunológica. A pressão aumento da PIC com pouca interferência no padrão hemodinâ-
arterial média (PAM) e a pressão intracraniana (PIC) deverão mico. A succinilcolina (1,0-1,5 mg/kg intravenoso) é um agente
ser criteriosamente controladas para a manutenção da pres- bloqueador neuromuscular despolarizante de escolha nos
são de perfusão cerebral (PPC) em torno de 60-70 pacientes com elevação da PIC. Mesmo que haja relatos de
mmHg.21,22 discretos aumentos da PIC, sua meia vida muito curta parece
Em nosso meio, dispomos de três medicações pré-entubação não trazer prejuízos à célula nervosa. No entanto, estudos
consideradas preventivas ao aumento da pressão intracraniana: mostram que pacientes com lesões cerebrais, raquimedulares,
lidocaína (1,5 mg/kg intravenoso, utilizada 1 minuto antes da atrofias importantes e imobilidade prolongada, estão mais
EOT); fentanil (2-3 mcg/kg intravenoso, utilizado 30 segundos a sujeitos à hipercalemia induzida pela succinilcolina. Nesses
1 minuto pré-EOT), mas evitá-lo na presença de hipotensão pacientes com maior risco, a utilização de bloqueadores neu-
arterial; esmolol (1-2 mg/kg intravenoso, 3 minutos antes da romusculares não despolarizantes como rocurônio (0,5-0,6 mg/
EOT), atuando como um β-bloqueador de curta duração com kg intravenoso) e vecurônio (0,2 mg/kg intravenoso) parece ser
controle da frequência cardíaca e pressão arterial durante a EOT, uma boa alternativa.23–27
Imediatamente após a verificação da glicemia capilar à etapas: (1) nível de consciência (escala de coma de Glasgow
beira do leito, caso o valor da dextro seja inferior a 70 mg/dL, e escala FOUR); (2) reflexos de tronco encefálico (manobras
a infusão de 40 mL de glicose hipertônica a 50% deverá ser oculocefálicas e oculovestibulares, teste dos pares cranianos
realizada por via intravenosa. Caso haja suspeita de intoxi- com avaliação pupilar); (3) avaliação motora (espontânea,
cação por álcool ou história de seu uso, desnutrição ou reflexa ou induzida por estímulo doloroso); (4) avaliação
histórico de cirurgia bariátrica, o emergencista deverá ad- do padrão respiratório possui importância na topografia
ministrar 100 mg de tiamina por via intravenosa. A suspeita lesional (padrão em Cheyne-Stokes sugere lesões supraten-
de intoxicação por opioide deverá ser feita no rebaixamento toriais; hiperventilação neurogênica sugere lesões mesen-
do nível de consciência com pupilas mióticas bilateralmente, cefálicas; padrão apnêustico, lesões à ponte; respiração
estando indicada a administração empírica de 0,4-2,0 mg de atáxica, lesões ao bulbo).
naloxona intravenosa (dose máxima de 4 mg). Não está Uma breve história clínica poderá ser obtida com acom-
indicado o “kit coma”, incluindo naloxona, atropina, fluma- panhantes familares, conhecidos ou ainda com a equipe do
zenil e tiamina, sem que antes se avalie adequadamente o atendimento pré-hospitalar. Algumas características da
paciente em busca de sinais clínicos que justifiquem sua história sugerem fortemente a etiologia do coma: acometi-
utilização. A realização de eletrocardiograma (ECG), na mento súbito (sugere etiologia vascular, convulsiva ou over-
chegada do paciente, pode fornecer indicações sobre a causa dose de drogas); história de cânceres (sugere metástases);
da inconsciência: alterações eletrolíticas, isquemias, arrit- diáteses hemorrágicas (sugerem HIC, hematoma subdural,
mias e cardiopatias estruturais podem ser diagnosticadas já HSA); estados de hipercoagulabilidade (sugerem trombose
nesse primeiro ECG. Ao exame neurológico, os achados de de seio dural); convulsões assistidas e piora gradual até o
assimetria sugerem fortemente lesões focais, enquanto a coma (sugerem tumores ou doenças inflamatórias).1
simetria sugere lesões por causas metabólicas. A avaliação Nesse momento, a neuroimagem é parte fundamental da
neurológica do paciente em coma deverá seguir quatro avaliação: as lesões estruturais são potencialmente tratadas
Fig. 4 Algoritmo preconizado para o atendimento inicial ao paciente com rebaixamento do nível de consciência.
Abreviações: Ângio-TC, angiografia por tomografia computadorizada; EEG, eletroencefalograma; RM, ressonância magnética. Fonte: adaptado
de Edlow et al. e Huff et al.1,2 Fonte: Adaptado de Han et al. 19
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