Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/290432241
CITATION READS
1 3,152
1 author:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Aspectos clínico-neurológicos e moleculares da infecção natural pelo vírus da cinomose canina: características epidemiológicas em Belo Horizonte e correlação entre a
carga viral e apoptose neural no encéfalo View project
All content following this page was uploaded by Bruno Benetti Junta Torres on 14 January 2016.
Torres BBJ, Martins BC, Martins GC, Melo EG, Volk HA. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação;
2011; 9(31); 1-637.
Resumo
Epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso central, caracterizado por predisposição persistente a
gerar crises epilépticas recorrentes e espontâneas, em decorrência da atividade hiperssincrônica de
neurônios encefálicos. Representa a afecção crônica neurológica mais comum em caninos. Este traba-
lho propõe uma revisão detalhada sobre as crises epilépticas e a epilepsia canina, visando fornecer ao
clínico de pequenos animais subsídios para identificar e classificar essas crises, bem como definir sua
etiologia, facilitando, portanto, a instituição terapêutica adequada.
Abstract
Epilepsy is a disorder of the central nervous system, characterized by a predisposition to generate per-
sistent and recurrent spontaneous seizures, due to the hyper synchronous activity of brain neurons. It
represents the most common chronic neurological disorder in canines. This paper proposes a detailed
review of seizures and epilepsy in dogs, in order to provide benefits to the clinician to identify and
classify the fits as well as define its etiology.
1 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Introdução e Proposição ocorrem crises consecutivas sem que haja um período inter-
Epilepsia é o distúrbio neurológico crônico mais comum ictal, por um tempo superior a cinco minutos, utiliza-se o ter-
em cães e é caracterizado por atividade epiléptica espontâ- mo status epilepticus, ou estado epiléptico (9, 11,14).
nea e recorrente. A prevalência nesta espécie é estimada em O emprego das terminologias pequeno-mal e grande-mal
0,5% a 5,7%(1,2,3).A maioria dos distúrbios epilépticos em é obsoleto e não deve mais ser utilizado, devendo-se empre-
cães ocorre devido à epilepsia idiopática, enquanto em ga- gar os termos crises epilépticas focais (parciais) e crises epi-
tos são frequentemente secundárias a um processo mórbido lépticas generalizadas - primárias ou secundárias (7). Além
subclínico (4,5,6). Apenas poucos casos são diagnosticados disso, o termo “convulsão”, amplamente difundido, não
definitivamente como epilepsia idiopática, uma vez que os deve ser utilizado como sinônimo de crise epiléptica, uma
métodos de imagem avançada ainda não estão amplamente vez que devemos levar em consideração que nem todas as
difundidos na medicina veterinária brasileira (3, 7, 8). crises epilépticas são “convulsivas” (15). No dicionário Au-
Sabe-se que todo encéfalo possui certo limiar para desen- rélio, o termo convulsão é definido como contração violenta
gatilhar crises epilépticas,limiar este que pode ser alterado e involuntária dos músculos ou dos membros. Convulsão é,
por fatores variados (6), o que dará origem aos sinais neuro- portanto, uma terminologia que deve ser utilizada somente
lógicos associados com a área encefálica acometida. Portanto, para descrever uma crise epiléptica generalizada com envol-
o clínico tem que realizar um trabalho investigativo lógico e vimento de componente motor.
metódico para obter com sucesso um diagnóstico no paciente
com crises epilépticas recorrentes. Patofisiologia
Diante deste contexto, este trabalho propõe uma revisão Quando o equilíbrio entre sinapses excitatórias e inibi-
detalhada sobre as crises epilépticas e a epilepsia canina, tórias de certos grupos de neurônios encefálicos é alterado,
visando fornecer ao clínico de pequenos animais subsídios o aumento da excitação ou a diminuição da inibição pode
para identificar e classificar essas crises, bem como definir gerar atividade epileptiforme. O glutamato e o ácido gama-
sua etiologia. amino-butírico (GABA) são os principais neurotransmissores
excitatórios e inibitórios do sistema nervoso central (SNC),
Revisão de Literatura respectivamente (6).
Estes são conceitos muito importantes para serem en-
Terminologia tendidos. Ao ler este texto o seu cérebro terá que processar
A nomenclatura em epilepsia não é apenas forma de deli- muitas sensações e impressões simultaneamente - memórias
mitação nosológica, mas é também instrumento útil à comu- e emoções irão influenciar fortemente seu nível de captação
nicação entre os profissionais da área, que deve ser utilizado das informações.Ao nível neuronal, diferentes áreas do cére-
no senso comum (9,10). bro irão interagir umas com as outras por meio de excitação
A crise epiléptica é definida como a manifestação clínica e inibição. Cada excitação é, geralmente, seguida por uma
de descargas neuronais paroxísticas, excessivas e, especial- inibição do mesmo circuito. No entanto, se neurônios dispa-
mente, sincrônicas de uma população neuronal que, geral- rarem simultaneamente e excessivamente, esta inibição pode
mente, são auto-limitantes (6, 9, 11,12).Já o termo epilepsia falhar e crises epilépticas podem ocorrer. Isto pode afetar so-
deve ser utilizado para descrever um distúrbio cerebral cau- mente uma parte do cérebro ou sua totalidade.
sado por predisposição persistente do cérebro a gerar tais É imprescindível ter em mente que as crises epilépticas
crises epilépticas de forma espontânea e recorrente.O termo são sempre um sinal de disfunção encefálica.Elas podem
predisposição persistente do cérebro é a parte mais importan- estar associadas à doença cerebral primária ou secundária,
te do conceito (10). como doenças metabólicas ou tóxicas que afetam a excitabili-
Assim, pela definição atual da Liga Internacional contra dade cerebral indiretamente (7,16).
Epilepsia (ILAE), a ocorrência de apenas uma crise epiléptica,
desde que exista a probabilidade aumentada de recorrência Classificação das crises epilépticas
da mesma, é suficiente para o diagnóstico de epilepsia. Pela É de suma importância que as crises epilépticas sejam
definição anterior da ILAE, para diagnóstico de epilepsia era classificadas, já que isto pode nos guiar no levantamento
necessário que o indivíduo apresentasse duas ou mais crises diagnóstico de nosso paciente.Para que fosse possível clas-
não causadas por fator imediato definido, ou seja, sem evi- sificar as crises epilépticas em cães, foram feitas adaptações
dências de insultos agudos, como por exemplo, intoxicação baseadas no sistema de classificação de epilepsias da ILAE
(9, 10, 11, 13,14). utilizada em seres humanos (Figura 1) (8,11, 17,18). Essa pa-
O termo inglês “cluster” vem sendo utilizado para des- dronização permite a comparação entre os diferentes traba-
crever crises epilépticas agrupadas, ou seja, quando ocorrem lhos de epilepsia canina além da comparação dos tipos de cri-
duas ou mais crises dentro de um período de 24 horas. Quan- se e síndromes epilépticas encontradas em cães com aquelas
do uma crise epiléptica se mantém ininterrupta, ou quando encontradas em humanos (8).
2 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637. 3
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
sideração a evolução da doença subjacente que poderia gerar dios e têm de recorrer ao proprietário que testemunhou os
crises secundárias (22) (Figura 4), já que métodos de imagem eventos sugestivos de crise epiléptica. Portanto,o levanta-
avançada ainda são limitados em nossa rotina. Tais métodos mento de uma história detalhada é fundamental e a utilização
permitiriam descartar afecções intracranianas possibilitando, de um questionário criterioso é de extrema importância (18).
juntamente com demais exames laboratoriais, classificar a A primeira etapa a ser investigada em qualquer animal com
epilepsia em idiopática. suspeita de ter apresentado um quadro epiléptico é determi-
nar se os episódios são realmente crises epilépticas. Síncope,
narcolepsia/cataplexia, fraqueza neuromuscular e crises ves-
tibulares são eventos episódicos que podem ser facilmente
confundidos com crise epiléptica. Algumas crises epilépticas
ocorrem secundariamente a estímulos muito específicos, por
exemplo,um estímulo auditivo específico tal como o soar de
uma campainha, facilmente observado pelo proprietário. São
as chamados crises epilépticas reflexivas (Quadro1).
Questões específicas poderão incitar o proprietário a ava-
liar se o animal apresenta um nível de consciência alterado
durante o evento. Isto é feito por meio de perguntas do tipo:
Figura 4 - Sistema DAMNIT-V para diagnósticos diferenciais de afecções
“Seu cão é capaz de olhar nos seus olhos durante uma crise
neurológicas epiléptica?” ou “Seu cão é capaz de responder ao seu chama-
do durante uma crise epiléptica?”. Embora subjetivas,essas
Fatores predisponentes informações podem ser preciosas para diferenciar entre crises
Os sinais clínicos da epilepsia idiopática canina se iniciam, epilépticas focais simples, complexas ou generalizadas, prin-
mais comumente, entre as idades de seis meses a cinco anos cipalmente quando associadas à informações de questionário
(23). Se as crises epilépticas começarem fora desta faixa etá- detalhado e observação de filmagens do episódio.
ria, o clínico deve estar alerta para a possibilidade de outras
causas prováveis. Muitas raças apresentam predisposição Características de uma crise epiléptica (Quadro 1)
para a epilepsia (1, 2, 3, 24-35) (Figura 5).Se o animal apresen-
ta uma história familiar de crises epilépticas, isto pode forte-
mente apontar para epilepsia idiopática. Recentemente, raças
associadas a síndromes epilépticas benignas têm sido descri-
tas. Alguns dos cães afetados apresentam crises epilépticas
apenas durante o primeiro ano de vida (principalmente crises
epilépticas parciais), o que tem sido relatado, por exemplo,
na raça Lagotto Romagnolo (34).
4 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Exame físico
Deverá ser dada atenção especial aos sistemas cardiovas-
cular e neuromuscular.Animais com doença cardíaca podem Figura 6 - Identificação extra-craniana de crises epilépticas
Exame neurológico
Embora o exame neurológico seja uma ferramenta vital
em todas as apresentações neurológicas, inclusive para o
paciente epiléptico, devemos considerar que é comum que
estes animais apresentem algum déficit neurológico residu-
al após uma atividade epiléptica, independentemente da
causa da crise epiléptica. Estes déficits tendem a ser sinais
da disfunção cerebral e incluem alterações comportamentais Figura 7 - Identificação das causas intra-cranianas de crises epilépticas
tais como ansiedade, agressividade e confusão; cegueira de
origem central (reflexos pupilares normais ao estímulo lumi- Sinais Clínico-Neurológicos
noso); miose contralateral à lesão (devido à desinibição do Doenças intracranianas (Quadro 2)
núcleo oculomotor); ataxia / paresia e discretos déficits da Lesões estruturais do prosencéfalo podem causar défi-
propriocepção consciente; e déficits da resposta do reflexo de cits neurológicos lateralizados, tais como andar em círculos,
ameaça, mesmo na presença de visão normal (20). Estes si- pressionar a cabeça contra objetos, andar compulsivo e deso-
nais normalmente duram de algumas horas até alguns dias, rientado, redução unilateral dos testes de reações posturais,
mas ocasionalmente podem durar mais de uma semana após déficit assimétrico da resposta do reflexo de ameaça e déficits
clusters (crises epilépticas agrupadas) ou status epilepticus. sensitivos. Lesões supratentoriais podem causar hiperestesia
Normalmente, porém, cães com epilepsia idiopática são neu- cervical cranial. Anisocoria pode ser observada se houver
rologicamente normais nos períodos entre crises epilépticas, pressão intracraniana elevada afetando o nervo oculomotor.
uma vez que os sinais pós-ictais tenham desaparecido (16). A crise epiléptica pode ser o primeiro sinal de uma doença
estrutural encefálica, tal qual uma neoplasia cerebral afetan-
Etiologia do especialmente áreas que não são possíveis de se avaliar
Identificação das causas extracranianas de crises epilép- apenas com o exame neurológico (por exemplo, no lobo olfa-
ticas (Figura 6) tório). É importante lembrar que a marcha em animais pode
estar relativamente normal, mesmo em lesões estruturais gra-
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637. 5
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Quadro 3
Quadro 4
6 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637. 7
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
Distúrbios do movimento: têm sido cada vez mais reco- 11. Engel J JR; International League Against Epilepsy (ILAE). A proposed diagnostic
scheme for people with epileptic seizures and with epilepsy: report of the ILAE
nhecidos em cães, principalmente nas raças Cavalier King Task Force on Classification and Terminology. Epilepsia. 2001;42(6):796-803.
Charles Spaniel (48), Terrier Norueguês (49), Boxer (50), 12. Berendt M, Greda lH, Ersboll AK, Alving J. Premature death, risk factors, and
Bichón Frise (51). O mais conhecido dentre eles é o Scottie- life patterns in dogs with epilepsy. J Vet Intern Med. 2007;21(4):754-9.
cramp, ou câimbras do Terrier Escocês (52), que parece estar 13. Proposal for revised classification of epilepsies and epileptic syndromes. Com-
mission on Classification and Terminology of the International League Against
associado à alteração da serotonina na medula espinhal. Tais Epilepsy. Epilepsia. 1989;30(4):389-99.
câimbras são frequentemente desencadeadas por estresse ou 14. Engel J JR. ILAE classification of epilepsy syndromes. Epilepsy Res. 2006;70
exercício e, os animais podem cair durante um episódio de (Suppl 1):S5-10.
contração muscular. 15. Moreno Gómez I. Reflections on classification of epileptic seizures. Rev Neurol.
2002;34(6):532-6.
Esses distúrbios podem ser diferenciados de atividade
16. Smith PM, Talbot CE, Jeffery ND. Findings on low-field cranial MR images inepi-
epiléptica motora parcial pelo caráter dos episódios, a ausên- leptic dogs that lack interictal neurological deficits. Vet J. 2008;176(3):320-5.
cia de aura precedente identificável (atividade epiléptica sen- 17. Podell M. Seizures in dogs. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 1996;26(4):779-
sorial), ausência de sinais autonômicos e não generalização 809.
ou comprometimento da consciência. 18. Berendt M, Gredal H, Alving J. Characteristics and phenomenology of epileptic
partial seizures in dogs: similarities with human seizure semiology. Epilepsy
Res. 2004;61(1-3):167-73.
Conclusão 19. Schwartz-Porsche, D. Seizures. In: Braund, K.G. (Ed), Clinical Syndromes in
Veterinary Neurology. St. Louis: Mosby,1994. p.234-251.
A identificação e classificação das crises epilépticas nos 20. Shihab N, Bowen J, Volk HA. Behavioral changes in dogs associated with the
development of idiopathic epilepsy. Epilepsy Behav. 2011;21(2):160-7.
cães podem ser uma tarefa difícil,uma vez que o veteriná-
21. Volk HA, Matiasek LA, Luján Feliu-Pascual A, Platt SR, Chandler KE. The efficacy
rio raramente tem a chance de testemunhar o evento em si, and tolerability of levetiracetam in pharmaco resistant epileptic dogs. Vet J.
2008;176(3):310-9.
e, geralmente, tem que confiar nas observações e relatos do
22. Delahunta A, Glass E. Veterinary neuroanatomy and clinical neurology. 3rd ed.
proprietário. O exame de eletroencefalografia confirmaria St. Louis:Saunders, 2009.
um evento epileptiforme, entretanto, ainda não é utilizado 23. Chandler, K, Volk, HA. Seizures: intracranial or extracranial disease? In
rotineiramente em neurologia veterinária. Portanto, torna- PracticePractice2008;30:366-73.
se imprescindível investigar detalhadamente o histórico do 24. Falco MJ, Barker J, Wallace ME. The genetics of epilepsy in the British Al satian.
J Small Anim Pract. 1974;15(11):685-92.
paciente, utilizar um questionário para arguir o proprietá-
rio, bem como incentivá-lo a registrarem vídeos os episódios 25. Srenk P, Jaggy A. Interictal electroencephalographic findings in a family of gol-
den retrievers with idiopathic epilepsy. J Small Anim Pract. 1996;37(7):317-
em si. O conjunto dessas informações,associado com exames 21.
clínico-neurológico e laboratoriais, será útil para determinar 26. Jaggy A, Faissler D, Gaillard C, Srenk P, Graber H. Genetic aspects of idiopathic
epilepsy in Labrador retrievers. J Small Anim Pract. 1998;39(6):275-80.
a existência,classificar o tipo de crise epiléptica e definir sua
27. Hall SJ. Canine idiopathic epilepsy.J Small Anim Pract. 1999;40(4):192.
etiologia.
28. Kathmann I, Jaggy A, Busato A, Bärtschi M, Gaillard C. Clinical and genetic
investigations of idiopathic epilepsy in the Bernese mountain dog. J Small Anim
Referências 29.
Pract. 1999;40(7):319-25.
Famula TR, Ober bauer AM. Segregation analysis of epilepsy in the Belgian
1. Bielfelt SW, Redman HC, Mc clellan RO. Sire- and sex-related differences in Tervueren dog. Vet Rec. 2000;147(8):218-21.
rates of epileptiform seizures in a purebred beagle dog colony. Am J Vet Res.
1971;32(12):2039-48. 30. Patterson EE, Mickelson JR, DA Y, Roberts MC, Mcvey AS, O’brien DP, et al.
Clinical characteristics and inheritance of idiopathic epilepsyin Vizslas. J Vet
2. Berendt M, Greda lH, Pedersen LG, Alban L, Alving J. A cross-sectional study of Intern Med. 2003;17(3):319-25.
epilepsy in Danish Labrador Retrievers: prevalence and selected risk factors. J
Vet Intern Med. 2002;16(3):262-8. 31. Casa lML, Munuve RM, Janis MA, Werner P, Henthorn PS. Epilepsy in Irish Wolf
hounds. J Vet Intern Med. 2006;20(1):131-5.
3. Patterson EE, Armstrong PJ, O’brien DP, Roberts MC, Johnson GS, Mickelson
JR. Clinical description and mode of inheritance of idiopathic epilepsy in English 32. Viitmaa R, Cizinauskas S, Bergamasco LA, Kuusela E, Pascoe P, Teppo AM, et al.
springer spaniels. J Am Vet Med Assoc. 2005; 226(1):54-8. Magnetic resonance imaging findings in Finnish Spitz dogs with focal epilepsy.
J Vet Intern Med. 2006;20(2):305-10.
4. Quesnel AD, Parent JM, Mcdonell W. Clinical management and outcome of
cats with seizure disorders: 30 cases (1991-1993). J Am Vet Med Assoc. 33. Jeserevics J, Viitmaa R, Cizinauskas S, Sainio K, Jokinen TS, Snellman M,
1997;210(1):72-7. et al. Electroencephalography findings in healthy and Finnish Spitz dogs
with epilepsy: visual and background quantitative analysis. J VetIntern Med.
5. Knowles K. Idiopathic epilepsy.Clin Tech Small Anim Pract. 1998;13(3):144- 2007;21(6):1299-306.
51.
34. Jokinen TS, Metsähonkala L, Bergamasco L, Viitmaa R, Syrjä P, Lohi H, et al.
6. Chandler K. Canine epilepsy: what can we learn from human seizure disorders? Benign familial juvenile epilepsy in Lagotto Romagnolo dogs. J Vet Intern Med.
Vet J. 2006; 172(2):207-17. 2007;21(3):464-71.
7. Berendt M, Gram L. Epilepsy and seizure classification in 63 dogs: a reappraisal 35. Licht BG, Lin S, Luo Y, Hyson LL, Licht MH, Harper KM, et al. Clinical characte-
of veterinary epilepsy terminology. J Vet Intern Med. 1999; 13(1):14-20. ristics and mode of inheritance of familial focal seizures in Standard Poodles. J
Am Vet Med Assoc. 2007;15;231(10):1520-8.
8. Licht BG, Licht MH, Harper KM, Lin S, Curtin JJ, Hyson LL, et al. Clinical presen-
tations of naturally occurring canine seizures: similarities to human seizures. 36. Loh H, Young EJ, Fitzmaurice SN, Rusbridge C, Chan EM, Vervoort M, et al.
Epilepsy Behav. 2002;3(5):460-470. Expanded repeat in canine epilepsy. Science. 2005;307(5706):81.
9. Fisher RS, Van Em de Boas W, Blume W, Elger C, Genton P, Lee P, et al. Epi- 37. Lorenz MD, Kornegay JN. Handbook of Veterinary Neurology. 4th ed. Philadel-
leptic seizures and epilepsy: definitions proposed by the International League phia :Saunders, 2004.
Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE).Epilep-
sia. 2005;46(4):470-2. 38. Mellema LM, Koblik PD, Kortz GD, Lecouteur RA, Chechowitz MA, Dickinson PJ.
Reversible magnetic resonance imaging abnormalities in dogs following seizu-
10. Guilhoto LMFF, Muszkat, RS, Yacubian EMT. Consenso terminológico da associa-
8 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637.
Atualização em epilepsia canina - Parte I: Classificação, etiologia e diagnóstico
res.Vet Radiol Ultrasound. 1999;40(6):588-95. 46. Mignot E, Wang C, Rattazzi C, Gaiser C, Lovett M, Guilleminault C, et al. Genetic
linkage of autosomal recessive canine narcolepsy with a muimmunoglobulin he-
39. Stewart WA, Parent JM, Towner RA, Dobson H. The use of magnetic resonance avy-chain switch-like segment. Proc Natl Acad Sci U S A. 1991;88(8):3475-8.
imaging in the diagnosis of neurological disease. Can Vet J. 1992;33(9):585-
90. 47. Schatzberg SJ, Cutter-SchatzbergK, Nydam D, Barrett J, Penn R, Flanders J,
et al. The effect of hypocretin replacement therapy in a3-year-old Weimaraner
40. De Tiège X, Harrison S, Laufs H, Boyd SG, Clark CA, Allen P, et al. Impact of with narcolepsy. J Vet Intern Med. 2004;18(4):586-8.
interictal epileptic activity on normal brain function in epileptic encephalopa-
thy: an electroencephalography-functional magnetic resonance imaging study. 48. Herrtage ME, Palmer AC. Episodic falling in the cavalier King Charles spaniel.
Epilepsy Behav. 2007;11(3):460-5. Vet Rec. 1983;112(19):458-9.
41. Garosi L, Mcconnell JF, Platt SR, Barone G, Baron JC, De Lahunta A, et al. 49. Furber, R. Norwich Terriers. Vet Rec. 1984:1.
Clinical and topographic magnetic resonance characteristics of suspected brain
infarction in 40 dogs. J Vet Intern Med. 2006;20(2):311-21. 50. Ramsey IK, Chandler KE, Franklin RJ. A movement disorder in boxer pups. Vet
Rec. 1999;144(7):179-80.
42. Holliday TA, Williams DC. Interictal paroxy smal discharges in the electroence-
phalograms of epileptic dogs.Clin Tech Small Anim Pract. 1998;13(3):132-43. 51. Penderis J, Franklin RJ. Dyskinesia in an adult bichon frise. J Small Anim Pract.
2001;42(1):24-5.
43. Pellegrino FC, Sica RE. Canine electroencephalographic recording technique:
findings in normal and epileptic dogs. Clin Neurophysiol. 2004;115(2):477- 52. Meyers KM, Schaub RG. The relation ship of serotonin to a motor disorder of
87. Scottish terrier dogs. Life Sci. 1974;14(10):1895-906.
44. Greda lH, Berendt M, Leifsson PS. Progressive myoclonus epilepsy in a beagle. Recebido para publicação em: 10/06/2011.
J Small Anim Pract. 2003;44(11):511-4. Enviado para análise em: 13/06/2011.
Aceito para publicação em: 15/06/2011.
45. Serrano S, Hughes D, Chandler K. Use of ketamine for the management of
refractory status epilepticus in a dog. J Vet Intern Med. 2006;20(1):194-7.
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2011;9(29); 1-637. 9
View publication stats