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Escola Estadual Dr. Alexandre Vaz Tavares.

Diretor: Ivan Serrão.

Professora: Luciana Nicoletti.

Disciplina: História/ 3º ano- Ensino Médio.

ALUNA: ISABELLA DA SILVA MENEZES Nº17 TURMA: 331

II Atividade Avaliativa/ 2º bimestre

I- Leia atentamente do Poema de Carlos Drumont de Andrade:

Eu, Etiqueta

Em minha calça está grudado um nome


que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

(Carlos Drumont de Andrade)


Análise do poema

1- O primeiro passo fazer a leitura e repetir a leitura, por pelo menos três vezes: uma para você
ter contato com o texto, depois buscar o entendimento da ideia contida no poema e, em terceiro
lugar, buscar a compreensão.
2- Destaque do texto as palavras que você desconhece o significado. Pesquise-os e registre em seu
trabalho/caderno.
R: Reincidência- significa voltar a incidir, ou seja, praticar um novo crime.
Açambarcando- tomar com exclusividade; chamar a si (algo), privando os outros de
desfrutarem da mesma vantagem; monopolizar.

3- O que você sabe sobre o autor? Busque informações sobre a biografia dele e registre o que
R: Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro.
Seu estilo poético é permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo
diante da vida e de humor.

Leia as estrofes:

Em minha calça está grudado um nome


que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.

a) Qual a ideia central desta passagem do poema? Qual a relação que podemos estabelecer com o
último assunto por nós estudado (o Imperialismo)?
R: Essa passagem idealiza diretamente nas pessoas que são transformadas em grandes
propagandas ambulantes, retirando sua identidade pessoal e suas próprias vontades. Tal
análise reflete simbolicamente com o imperialismo, uma vez que há a tentativa de reprodução
de outro modelo, normalmente estrangeiro, sem considerar a realidade local ou nacional, tal
como esse movimento de domínio (imperialismo) impôs no século XIX.
b) Por que o poeta sugere, pede que o retifiquem? Como sabemos, a ação de retificar se encontra
relacionada a corrigir, rever algo. Será mesmo que é preciso que nos retifiquemos? Caso sim,
em que lugar estaria escondido nosso verdadeiro “eu”?
R: O poema parece traduzir um cenário em que não há reconhecimento do indivíduo como
sujeito; retrata o modo pelo qual somos hoje dominados. O poeta introduz que é necessário
retificar seu nome em razão do fato de não se reconhecer enquanto “eu”; o poeta afirma que
ele realmente é a coisa quando chega à conclusão de que se tornou um refém de tal
dominação. O verdadeiro “eu” está anterior a essa influência imposta na sociedade, quando
somos o que somos por vontade própria e não fomos moldados por tal dominação.
c) Ao se utilizar da expressão “meu nome novo é coisa”, será possível que, enquanto submetidos à
classe “opressora”, digamos assim, somos realmente levados à condição de pessoas coisificadas?
R: Conclui-se que sim, uma vez que os indivíduos acabam perdendo sua personalidade (seu
próprio ser), para se tornarem algo que a sociedade, o capitalismo e o consumismo impõem. De
modo geral, acabamos cedendo nossa personalidade em troca de aceitação “para ser parte de algo,
para ser alguém, você precisa usar, comprar e consumir“, nos tornamos ‘coisas’.
d) 7- No último verso, no qual o poeta afirma que ele realmente é a coisa, ele chega à conclusão
de que se tornou um efetivo refém de tal dominação. E você?
R: Quando vivemos em um mundo de consumo, aparências, influências, etc, optar por ser
você mesmo pode até gerar medo de uma exclusão. Então, inegavelmente, sim.

A Belle Époque: Arte, Ciência e ideologia

Em tempos de aceleração das mudanças tecnológicas, muitas pessoas acabam


alimentando a crença (ilusória) de que a tecnologia solucionará todos os problemas da
humani9dade e a conduzirá a um mundo de paz e prosperidade.

Um desses períodos foi o da virada do século XIX para o século XX: a chamada Belle
Époque (do francês, “Bela Época”), vivenciada tanto na Europa quanto fora dela, como no
Brasil. No mundo que se constituía, as cidades cresciam de maneira incessante, fornecendo
condições para a formação das chamadas massas urbanas, principalmente na Europa de finais
do século XIX.

A difusão das mudanças promovidas na Belle Époque foi facilitada pelo grande
desenvolvimento dos meios de comunicação. A ampliação das publicações literárias, dos
jornais e do público leitor, a diminuição do tempo de deslocamento entre as cidades em
virtude da expansão da rede ferroviária e os avanços técnicos, colaboram para o clima de
entusiasmo e de otimismo quanto à capacidade humana para criar e superar obstáculos.
II- Responda:
a) De que maneira o Imperialismo está relacionada com a Belle Époque?
R: A Belle Époque foi uma era de progresso civilizacional e grandes avanços
científicos e tecnológicos. Em razão desse grande progresso tecno-cientifico que
estava ocorrendo, as nações imperialistas lançaram uma corrida civilizadora pelo
mundo, uma vez que eles estavam regidos pelo pensamento de superioridade
comparados àqueles que não tinham tais avanços.
b) Por que o Imperialismo também é chamado de Neocolonialismo? Quais os objetivos
da Expansão Imperialista?
R: Isso se deve porque possuía o mesmo objetivo da fase colonialista: a exploração
de novos territórios; novo ciclo de colonização. Essa expansão tinha como objetivo
buscar novos mercados para os produtos industrializados, bem como recursos
naturais que favorecessem o desenvolvimento de novas tecnologias.
c) Na página 10 e 11 do livro, fizemos uma atividade com charges, referentes ao
Imperialismo, mas faltou executar o último comando da página 11. Chegou a hora de
fazê-lo! Exercite sua criatividade e coerência ao que se pede.
R: A culpabilização do aquecimento global em ações individuais. Usaria como
referência a reportagem “Aquecimento global: como sua geladeira está esquentando
o planeta” do G1. A culpabilização dos consumidores, convocados a “mudar de
comportamento”. Sim, a geladeira está esquentando o planeta, mas não é nada que
se compare as empresas gigantescas que desmatam desde matas inteiras e até
jogam toneladas de lixo no mar anualmente.

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