Você está na página 1de 18

Centro Universitário Claretiano

Curso de Graduação em Educação Física

Atividade portfólio Fisiologia Humana

Fernando D`Ávila – RA 8058480

Vitória - ES
2019
Fisiologia Celular

1) As organelas estão no interior das células e são delimitadas por


membranas formadas, principalmente, por lipídeos, proteínas e,
dependendo do tipo, desempenham diferentes funções. Explique qual a
principal função dos: retículo endoplasmático liso e rugoso, complexo de
Golgi, lisossomos e mitocôndria.

O Retículo Endoplasmático é um complexo de vesículas e canais


interligados. Sua função é armazenar e transportar substâncias. Estão
presentes em todas as células eucariontes. Existem dois tipos de retículo: o
rugoso e o liso. O Retículo Endoplasmático Rugoso pode ser granular ou
ergastoplasma, apresentando ribossomos anexados à suas paredes. É
responsável por fazer a síntese de substâncias que serão de uso externo à
célula. Ex: anticorpos, insulina. O Retículo Endoplasmático Liso possui
superfície tubular lisa. Sua função é realizar síntese de lipídios como o
colesterol, testosterona e estrógeno. Nas células musculares, efetuam o
armazenamento de cálcio que atua na contração e relaxamento.

O Complexo de Golgi é um conjunto de sáculos achatados empilhados.


É responsável por armazenar, empacotar e eliminar substâncias. É composto
pó várias camadas de vesículas finas e achatadas e funciona em associação
com o retículo endoplasmático. As substâncias são transportadas do retículo
endoplasmático para o complexo de Golgi, onde serão processadas para
formar lisossomos, vesículas secretórias e outros componentes
citoplasmáticos.

Os lisossomos, após serem formadas no complexo de Golgi, são


dispersos no citoplasma em forma de vesículas, contendo enzimas hidrolíticas
responsáveis pela quebra de células danificadas, partículas de alimentos
ingeridos pela célula e estruturas indesejadas como bactérias.

Na Mitocôndria ocorre a biossíntese aeróbia de ATP. A mitocôndria é


formada por uma membrana interna e outra externa. A membrana interna
forma cristais em que se encontram enzimas oxidativas. A parte interna da
mitocôndria é preenchida por uma matriz que contém enzimas dissolvidas que
tem a função de extrair energia dos nutrientes. A molécula de ATP é conduzida
para fora da mitocôndria para ser usada como fonte de energia.
2) São quatro tipos de transporte que ocorrem na membrana
celular. Cite quais são explique cada um e dê exemplos de substâncias
que são transportadas em cada tipo de transporte.

I) Difusão simples

A difusão simples é um processo passivo no qual as moléculas


movimentam-se continuamente através dos poros da membrana celular por
meio de sua própria energia cinética. Não há gasto de energia, não necessita
de moléculas transportadoras. Ex. água, gases, íons e moléculas pequenas.

II) Difusão facilitada

Nesse transporte, há necessidade de uma proteína carregadora, porém


o processo ainda é passivo. A molécula acopla-se a essa proteína percorrendo
de um lado a outro, onde a força motriz é o gradiente de concentração do
soluto. Ex: glicose, aminoácidos.

III) Osmose

Na osmose, ocorre o transporte da água através de uma membrana


semipermeável. A água atravessa de um meio menos concentrado de
partículas para o mais concentrado. Esse transporte ainda é considerado
passivo, pois sua força motriz é o gradiente de concentração da água. Ex:
água.

IV) Transporte ativo.

O transporte ativo tem a função de fazer o transporte de substâncias


contra um gradiente de concentração. Como esse processo gasta-se energia, é
considerado ativo. Necessita-se de um transportador específico. EX: : íons
cálcio, sódio e potássio, ferro, hidrogênio, cloreto, alguns açúcares,
aminoácidos, entre outros.

3) O potencial de ação é uma alteração na voltagem da membrana


celular diante de um estímulo. É através dos potenciais de ação que os
sinais nervosos são transmitidos por toda a membrana da fibra. Para a
condução do impulso nervoso, esse potencial de ação deve percorrer
toda a fibra nervosa. Quais as fases do potencial de ação? Explique cada
uma.
Despolarização - Quando a célula está com o potencial de membrana
de -70 milivolts (potencial de repouso), antes do início do potencial de ação,
diz-se que a membrana está polarizada. Com a chegada de um estímulo, que
pode ser químico, mecânico, térmico, entre outros, a membrana celular torna-
se permeável aos íons sódio, que entram imediatamente a favor do gradiente
eletroquímico. Assim, devido à entrada de sódio na célula, que são íons
carregados positivamente, a polaridade é neutralizada, chegando a zero, ou
ocorre uma inversão de cargas, tornando a célula positivamente carregada –
Essa polaridade é rápida e, imediatamente, os canais de sódio são fechados.

Repolarização - Depois de a permeabilidade da membrana aos íons


sódio ter aumentado, os canais de sódio começam a fechar e os de potássio a
se abrir, e a membrana fica mais permeável ao potássio. Desse modo,
podemos imaginar que, após a despolarização, existe um excesso de cargas
positivas e, portanto, com a difusão dos íons Os canais de sódio e potássio são
denominados voltagem dependente, com comportas de ativação e inativação,
pois se abrem e fecham de acordo com a voltagem da membrana. São,
portanto agentes necessários para a produção da despolarização e
repolarização da membrana. Além disso, os íons cálcio atuam de maneira
conjunta aos íons sódio na formação do potencial de ação. Por meio da bom-
ba de cálcio, esses íons são transportados do interior para o exterior da célula
ou para organelas como o retículo endoplasmático. Assim, a saída desses íons
contribui para a formação da negatividade no interior celular, responsável pelo
potencial de repouso, o qual varia entre - 60mV a - 90mV.

Hiperpolarização: chamada também como hiperpolarização tardia e


ocorre devido à atividade elevada da bomba de sódio e potássio. Como a
célula está com excesso de sódio em seu meio interno, a bomba passa a
trabalhar de forma extremamente eficiente para restabelecer o equilíbrio,
enviando íons sódio para fora e íons potássio para dentro da célula, causando
uma hiperpolarização que dura pouco tempo, até que a bomba de sódio e
potássio volte ao seu ritmo normal. Essa fase é caracterizada pelo aumento da
atividade da bomba de sódio e potássio.
4) Mais de 40 substâncias neurotransmissoras já foram
descobertas. Quais as mais conhecidas? Para responder, divida em:
neurotransmissores periféricos e neurotransmissores centrais.

Os mais conhecidos Neurotransmissores Periféricos são: Acetilcolina,


Adrenalina e Noradrenalina.

Os Neurotransmissores Centrais mais conhecidos são: GABA (ácido


gama-aminobutírico), Glutamato, Glicina, Serotonina, Substância P.,
Encefalinas e Hormônios peptídicos (entre outros).

Sistema Nervoso

1) O Sistema Nervoso Central (SNC) é capaz de realizar inúmeras


atividades complexas. Qual é a sua função básica? E quais as suas
funções superiores?

Sua função básica é receber informações sobre as variações externas e


internas e produzir respostas por meio dos músculos e glândulas. Dessa forma,
ele contribui, juntamente com o sistema endócrino, para a homeostase
(equilíbrio) do organismo.

O sistema nervoso humano possui as chamadas funções superiores, em


que se incluem: memória, que corresponde à capacidade de armazenar
informações e, depois, resgatá-las; aprendizado; intelecto; pensamento;
personalidade.

2) A organização do Sistema Nervoso (SN) pode ser classificada,


morfológico e funcional, em três vias. Quais são estas vias? Explique
cada uma.

1) vias aferentes: trazem as informações ao sistema nervoso central


(SNC);

2) vias eferentes: são as vias que levam a resposta que foi elaborada
pelo sistema nervoso central (SN) ao órgão efetuador da resposta, que pode
ser um músculo ou uma glândula;

3) vias de associação: além de analisar as informações, armazenam-


nas sob a forma de memória para elaborar os padrões de respostas ou as
respostas espontâneas. Nas vias de associação, quanto maior for o número de
neurônios, maior será o refinamento e, dessa forma, a precisão da resposta.
3) A manutenção do equilíbrio corporal é de responsabilidade do
cerebelo e é devido a ele que ações complexas podem ser executadas.
Quais são estas ações? Por que isso ocorre?

As ações como andar de bicicleta ou tocar violão estão relacionadas ao


controle do cerebelo. Isso ocorre devido às diferentes informações sensoriais
(como posição articular e grau de estiramento muscular), auditivas e visuais
que chegam ao cérebro. A elaboração de respostas simplificadas para certos
estímulos é a função da medula espinhal. Essas respostas são chamadas de
atos reflexos e é devido a eles que podemos reagir rapidamente em situações
de perigo ou emergência.

4) Uma diferença entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é a


secreção de hormônios pelas fibras pós-ganglionares. Os neurônios pós-
ganglionares do sistema nervoso parassimpático secretam qual
substância? E, por isso, como é chamado? E qual substância o Sistema
Nervoso Simpático secreta? E por isso, como é chamado?

Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático


secretam acetilcolina e, por isso, são chamados de colinérgicos. Os do
sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina e são
chamados de neurônios adrenérgicos

5) A parte responsável pela análise dos estímulos internos e


externos ao organismo é o Sistema Nervoso Sensorial. Essas
informações são utilizadas para atender quais funções?

Essas informações são utilizadas para atender quatro funções: 1)


percepção e interpretação; 2) controle do movimento; 3) regulação de funções
de órgãos internos; 4) manutenção de consciência.

O sistema nervoso sensorial (SNS) exerce a sua função detectando


aspectos do ambiente por meio de órgãos sensoriais específicos que serão
processadas por vias neurais próprias. Esse controle ocorre por meio de um
eixo somatossensorial do nosso sistema nervoso. Para que haja a elaboração
das respostas, sejam elas motoras ou não, os estímulos ambientais estão
divididos em modalidades de sensações distintas, como, por exemplo, a visão,
a audição, entre outros, e suas submodalidades, como intensidade, duração e
localização. Isso permite uma diversidade de informações sensoriais para
ajudar na resposta do sistema nervo (SN). Além disso, o sistema nervoso
sensorial (SNS) pode promover experiências sensoriais de maneira consciente
ou inconsciente.
6) O que é fadiga sináptica? Por que ela é importante?

As sinapses, muitas vezes, fadigam-se, o que não acontece com as


fibras nervosas. Algumas sinapses fadigam-se mais rapidamente do que
outras, e, se isso não ocorresse, um indivíduo nunca poderia deter um
pensamento, uma atividade muscular rítmica ou qualquer outra atividade
rítmica prolongada do sistema nervoso (SN). Dessa forma, a fadiga da sinapse
é o meio pelo qual o sistema nervoso (SN) permite que uma reação nervosa
desapareça para dar lugar a outras.

A fadiga é uma característica importante da função sináptica, pois, por


meio dela, o excesso de excitabilidade do cérebro durante uma convulsão
epitética pode ser finalmente superado para que cesse, por exemplo.

Esse mecanismo funciona, principalmente, pela exaustão total ou parcial


dos estoques de substâncias transmissoras nos terminais pré-sinápticos.
Outros mecanismos que levam à fadiga são:

• progressiva inativação de muitos dos receptores de membrana pós-


sinápticos;

• lento desenvolvimento de anormalidades na concentração de íons


dentro da célula neuronal pós-sináptica. Os fatores que afetam as transmissões
sinápticas, como anestésicos e a acidose metabólica, deprimem a transmissão
sináptica; já a cafeína e a alcalose metabólica facilitam a transmissão sináptica.

7) O que é placa motora e unidade motora?

A região especializada do sarcolema da fibra muscular, localizada na


junção neuromuscular, é conhecida como placa motora A junção
neuromuscular, é a sinapse entre a fibra nervosa e a fibra muscular. A placa
motora é a porção especializada do sarcolema de uma fibra muscular
localizada ao redor da extremidade de um terminal axônico. Cada neurônio
motor, juntamente com todas as fibras motoras que ele inerva, é chamado de
unidade motora. O neurônio motor estimula a contração da fibra muscular por
meio da liberação de acetilcolina na junção motora. Os músculos estriados
esqueléticos são responsáveis por produzir os movimentos voluntários. Esses
movimentos são desencadeados por estímulos nervosos gerados pelo cérebro.
O estímulo nervoso que atinge a placa motora é o fator produtor de sua
excitação e contração.
8) As fibras musculares são classificadas de acordo com sua
velocidade de contração e resistência à fadiga. Existem três tipos de
fibras que são predominantes na composição dos músculos. Quais são?
Explique cada um.

• fibras oxidativas de contração lenta;

• fibras glicolíticas oxidativas de contração rápida;

• fibras glicolíticas de contração rápida.

As fibras oxidativas, ou fibras do tipo I, são caracterizadas pelo alto


conteúdo mitocondrial (onde estão as enzimas oxidativas) e baseiam seu
metabolismo energético preferencialmente na via aeróbia-oxidativa. Possuem
mais mioglobina e capilares do que qualquer outro tipo de fibra, que,
juntamente com o alto conteúdo mitocondrial, fazem com que essas fibras
tenham grande capacidade de metabolismo aeróbio e alta resistência à fadiga.
Em termos de velocidade contrátil, elas possuem uma velocidade contrátil
máxima (Vmáx) menor do que os outros tipos de fibras. Além disso, parecem
produzir menor tensão do que as fibras rápidas (tensão é a produção de força
dividida pelo tamanho da fibra).

As fibras glicolíticas, também chamadas de fibras do tipo IIX, possuem


baixo conteúdo mitocondrial. No entanto, são fibras ricas em enzimas
glicolíticas e, por isso, baseiam seu suprimento energético principalmente na
quebra de glicogênio e glicólise, o que lhes fornece uma grande capacidade
anaeróbia. São chamadas de fibras de contração rápida e são menos
resistentes à fadiga. Em contrapartida, apresentam a maior Vmáx de todos os
tipos de fibras.

As fibras oxidativas-glicolíticas de contração rápida são uma mistura das


duas anteriores, possuindo características tanto de uma como de outra e,
também, são conhecidas por fibras do tipo IIA ou fibras intermediárias. Essas
fibras são extremamente adaptáveis. As fibras rápidas são capazes de
desenvolver uma tensão de duas a três vezes mais rápido do que as fibras
lentas, por dois motivos: • porque degradam o ATP mais rapidamente,
podendo, assim, contrair-se mais vezes em um mesmo período de tempo; •
porque conseguem retirar o Ca2+ do citosol mais rapidamente, reduzindo,
assim, o tempo para o relaxamento. Isso gera aumento da tensão da fibra
muscular mais rapidamente. Esses motivos especializaram essas fibras para
realizarem movimentos rápidos, tal como realizar um tiro de 100m de forma
eficiente.

Já as fibras de contração lenta são usadas para movimentos


sustentados, como, por exemplo, em uma maratona. Essas fibras são
utilizadas constantemente, por exemplo, na manutenção da postura corporal,
enquanto as fibras rápidas são usadas ocasionalmente. Como podemos notar,
as fibras rápidas fadigam mais rápido do que as fibras lentas, já que as rápidas
dependem, preferencialmente, do metabolismo da glicólise anaeróbia para
produzir ATP. Porém, a produção de ATP por essa via tem como metabólito
final o ácido lático, que causa fadiga e dor, aquela sensação de “estar
queimando” após uma atividade intensa. Já as fibras de contração lenta
utilizam o metabolismo da fosforilação oxidativa para produzir ATP e são mais
resistentes à fadiga, porém não suportam uma atividade muito pesada ou
intensa. Essas fibras possuem mais mitocôndrias, que realizam a fosforilação
oxidativa, e, também, mais vasos sanguíneos, imersos em seu tecido
conjuntivo, para poder trazer mais oxigênio às fibras musculares.

Essa alta quantidade de vasos sanguíneos fornece à fibra uma de suas


principais características, que é a sua cor. Nesse tipo de fibras, encontramos
grande quantidade de mioglobina (correspondente da hemoglobina na célula
muscular), o que lhe confere a cor vermelha mais escura; por isso, também são
chamadas de fibras vermelhas. A mioglobina possui alta afinidade pelo
oxigênio e tem o papel de difundir o oxigênio do fluido intersticial para o interior
da fibra. Outra característica que difere esses dois tipos de fibras é seu
diâmetro. As fibras lentas possuem um diâmetro menor. Isso reduz a distância
que o oxigênio deve percorrer até alcançar a mitocôndria

Em contrapartida, as fibras de contração rápida são também


denominadas de fibras brancas pela baixa densidade mitocondrial que
possuem, além de possuírem diâmetro maior e baixa vascularização.

9) O que é tônus muscular?

O músculo esquelético possui a propriedade de transmitir, na maior


parte do tempo, impulsos nervosos contínuos a todos os músculos,
especialmente às unidades motoras menores, mantendo nelas uma leve
tensão, evitando que se tornem flácidos e, também, permitindo que o músculo
reaja a um estímulo forte muito mais rápido do que faria se não existisse essa
leve tensão. Essa propriedade do músculo é denominada tônus muscular. O
tônus do músculo varia de acordo com o estado fisiológico do indivíduo:
ansiedade, medo ou outras situações estressantes aumentam o número de
estímulos tônicos provenientes do sistema nervoso central (SNC), o que
aumenta o tônus muscular. Em contrapartida, enquanto dormimos, esses
estímulos são quase nulos, o que permite um relaxamento muscular
10) Quais os tipos de contração muscular? Explique cada uma.

Existem dois tipos de contração:

• contração isométrica;

• contração dinâmica (isotônica)

Na contração isométrica (iso = mesmo; métrico = comprimento), o


músculo gera força sem que ocorra encurtamento muscular. Nessa condição, a
tensão muscular aumenta, mas não ocorre movimento. Os músculos posturais
do corpo, que atuam para manter a posição estática durante longos períodos
na posição em pé ou sentada, estão em contração isométrica.

Em contrapartida, a contração dinâmica, chamada de contração


isotônica envolve a maioria dos tipos de exercício ou de atividades esportivas e
resulta no movimento de partes do corpo. Durante essa ação do músculo,
podem ocorrer dois tipos de movimento, o excêntrico ou o concêntrico. No
movimento excêntrico, o músculo é ativado, produz força, porém é alongado,
enquanto, no movimento concêntrico, o músculo se encurta.

11) O músculo esquelético possui vários tipos de receptores


sensoriais, como os quimiorreceptores, os fusos musculares e os órgãos
tendinosos de Golgi. Explique como cada um funciona.

Os quimiorreceptores são terminações nervosas livres especializadas


em enviar ao sistema nervo central (SNC) informações sobre alterações de pH
no músculo, concentrações de potássio extracelular e alterações das
concentrações de O2 e CO2. Eles são importantes na regulação
cardiopulmonar no exercício

O fuso muscular funciona como um detector de comprimento e é


encontrado na maioria dos músculos locomotores humanos. Os músculos que
requerem controle motor mais fino possuem maior densidade de fusos. Em
contraste, os músculos que realizam movimentos grosseiros, como o
quadríceps, possuem relativamente poucos fusos. O fuso muscular é composto
por várias células musculares finas (denominadas fibras intrafusais). Essas
fibras são circundadas por uma bainha de tecido conjuntivo. Como as fibras
musculares esqueléticas normais (denominadas fibras extrafusais), os fusos
musculares inserem-se no tecido conjuntivo no interior do músculo. Devido a
isso, correm paralelamente com as fibras musculares. Os fusos musculares
possuem dois tipos de terminação nervosa sensorial: as primárias e as
secundárias. As terminações primárias respondem às alterações dinâmicas do
comprimento muscular, enquanto a terminação secundária é a terminação
sensorial e não responde às alterações rápidas do comprimento muscular, mas
fornece informações contínuas ao sistema nervoso central (SNC) sobre o
comprimento estático do músculo. Além de receberem a inervação dos
neurônios sensoriais, os fusos musculares são inervados por neurônios
motores gama, que estimulam a contração simultânea das fibras intrafusais
com as fibras extrafusais. Essa estimulação dos neurônios motores gama
resulta no encurtamento da região central das fibras intrafusais, o que promove
tensão no fuso. As fibras intrafusais precisam se contrair para manter sua
função de detector de comprimento, que auxilia na regulação do movimento e
na manutenção da postura.

Os órgãos tendinosos de Golgi têm função de monitorar


continuamente a tensão produzida pela contração muscular. Eles estão
localizados no tendão e posicionados em série com as fibras extrafusais.
Essencialmente, os órgãos tendinosos de Golgi servem como um dispositivo de
segurança que ajuda a impedir a força excessiva durante a contração
muscular. Quando ativados, enviam informações à medula espinhal através
dos neurônios sensoriais que excitam os neurônios inibitórios.

Fisiologia Cardíaca

1) O que é infarto do miocárdio? O que pode acontecer no infarto


leve e grave?

Quando o fluxo sanguíneo coronário é interrompido por mais de alguns


minutos, ocorre uma lesão permanente no coração. Esse tipo de lesão leva à
morte de células musculares cardíacas e é comumente denominado infarto do
miocárdio. O número de células cardíacas que morrem devido à hipóxia
determina a gravidade do infarto do miocárdio. Isto é, um infarto leve do
miocárdio pode lesar apenas uma pequena porção do coração, enquanto um
infarto grave do miocárdio pode destruir um grande número de células
cardíacas. Um infarto do miocárdio grave diminui enormemente a
capacidade de bombeamento do coração e, portanto, quanto menor for a lesão
cardíaca durante um infarto do miocárdio, melhor. Evidências recentes indicam
que o treinamento físico pode prover proteção cardíaca contra a lesão durante
um infarto do miocárdio.
2) Explique como ocorre o potencial de ação do músculo cardíaco.
Pelo menos duas diferenças importantes entre as fibras musculares
esqueléticas e as cardíacas provocam o potencial de ação mais
prolongado e a presença do platô. Quais são estas diferenças?

O potencial de membrana em repouso do músculo cardíaco normal é de


aproximadamente -85 a -95 milivolts (mV) e de cerca de -90 a -100 mV nas
fibras de condução especializadas, as fibras de Purkinje. O potencial de ação é
de 105 mV, o que quer dizer que o potencial de membrana se eleva de seu
valor normalmente muito negativo para um valor ligeiramente positivo, de +20
mV. A membrana permanece despolarizada por cerca de 0,2s no músculo
atrial, e 0,3s no músculo ventricular, formando o platô. No final do platô, ocorre
a repolarização abrupta. A presença desse platô no potencial de ação faz a
contração muscular durar de 3 a 15 vezes mais no músculo cardíaco do que no
músculo esquelético. Pelo menos duas diferenças importantes entre as
fibras musculares esqueléticas e as cardíacas provocam o potencial de
ação mais prolongado e a presença do platô, que são: além da abertura de um
grande número de canais rápidos de sódio, assim como ocorre na fibra
muscular esquelética; na fibra muscular cardíaca, o potencial de ação é
provocado também pela abertura de canais lentos de cálcio, que mantêm o
longo período de despolarização, determinado o platô da fibra muscular
cardíaca. A outra importante diferença é que o fluxo de íons potássio, durante o
platô, diminui acentuadamente, impedindo o retorno precoce da voltagem do
potencial de ação para o seu valor de repouso. Assim como todos os tecidos
excitáveis, o músculo cardíaco possui um período refratário, intervalo de tempo
durante o qual um impulso cardíaco normal não pode re-excitar uma área já
excitada. Além do período refratário normal do ventrículo, existe, no músculo
cardíaco, um período refratário relativo adicional, durante o qual o músculo é
mais difícil de excitar que o normal, mas, ainda assim, pode ser excitado. Esse
período de tempo em que o músculo não pode ser re-excitado é muitíssimo
importante para o coração; por isso, garante que ele relaxe primeiro para
depois poder se contrair novamente, garantindo, assim, que o coração exerça
sua função, que é a de uma bomba.

3) Explique sobre o mecanismo de Frank-Starling.

O coração possui uma propriedade intrínseca de se adaptar aos


diferentes volumes de sangue que fluem para o seu interior. Essa capacidade é
denominada de mecanismo de Frank-Starling do coração, que diz que, quando
ocorre aumento do volume diastólico final, dentro dos limites fisiológicos do
coração, o coração irá se contrair com mais força, o que resulta em maior
volume sistólico (volume ejetado pelo coração).
4) Além do sistema especializado para a geração e condução rápida
de impulsos rítmicos no coração, muitas fibras cardíacas têm a
capacidade de auto excitação, um processo que pode causar descarga
automática rítmica e contração. Esse é o caso de quais fibras? Em
condições normais, qual a função do nodo sinoatrial?

Esse é o caso das fibras do nodo sinoatrial (SA). Em condições normais,


o nodo sinoatrial (SA) controla a frequência dos batimentos de todo o coração
porque sua frequência de descargas rítmicas é maior do que a de qualquer
outra parte do coração.

5) O eletrocardiograma normal é composto por uma onda P, um


"complexo QRS" e uma onda T. Explique como é formada cada uma
destas ondas.

A onda P é provocada pela despolarização dos átrios, sendo seguida


pela contração atrial. Podemos observar que a contração dos átrios gera ligeira
elevação na curva da pressão atrial imediatamente após a onda P.

A onda T ventricular. Ela representa a fase de repolarização dos


ventrículos, momento em que as fibras musculares dos ventrículos começam a
relaxar. Portanto, a onda T ocorre pouco antes do fim da contração ventricular

O complexo QRS resulta da despolarização ventricular. Assim, tanto a


onda P quanto os componentes do complexo QRS são ondas de
despolarização. a onda QRS ocorre no início da contração dos ventrículos

6) Explique o que é volume diastólico final, volume sistólico final e


débito cardíaco.

Durante a diástole, o volume de cada ventrículo aumenta, normalmente,


até o valor de 110 a 120 ml. Esse volume é conhecido como volume diastólico
final, que corresponde ao volume total de sangue contido em cada ventrículo
no final da diástole imediatamente antes da sístole. Em seguida, durante a
sístole, o volume de sangue ejetado de cada ventrículo para a circulação,
aproximadamente 70 ml, é denominado volume sistólico. O volume de sangue
que permanece em cada ventrículo ao final da sístole, cerca de 40 a 50 ml, é
denominado de volume sistólico final. A porcentagem do volume diastólico
final que é ejetado em um batimento cardíaco (aproximadamente 60%) é
denominada de fração de ejeção. O débito cardíaco (DC) é a quantidade de
sangue que o ventrículo esquerdo bombeia para a aorta a cada minuto. O
débito cardíaco varia em torno de 5 a 6 litros no indivíduo adulto normal, sendo
igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Considerando
que o sistema circulatório é um sistema fechado, o débito cardíaco do lado
esquerdo do coração não pode ser diferente do lado direito.
7) Explique o que é e como ocorre a primeira e a segunda bulha
cardíaca.

Esses sons, denominados de bulhas cardíacas, são produzidos após o


fechamento das válvulas cardíacas e são causados pela vibração das válvulas
que constituem as valvas cardíacas imediatamente após seu fechamento. A
primeira bulha que escutamos ocorre após o fechamento das valvas AV
tricúspide e mitral. A vibração é de tom baixo e mantém-se por período
relativamente longo. A segunda bulha ocorre após o fechamento das valvas
pulmonar e aórtica e produz um estalido relativamente rápido, pois essas
válvulas se fecham com extrema rapidez e as regiões circunvizinhas vibram
apenas por curto período. Ocasionalmente, é possível escutar o som fraco da
terceira bulha que ocorre no terço médio da diástole, supostamente causado
pelo sangue fluindo em turbilhão dos átrios para os ventrículos que já estão
quase cheios.

8) Como ocorre o controle nervoso do coração? Para responder


esta pergunta, explique sobre os componentes simpático e
parassimpático.

Os nervos simpáticos promovem o aumento da frequência cardíaca do


coração, e o estímulo parassimpático (vagal) promove a diminuição dos
batimentos. Os nervos parassimpáticos (os vagos) distribuem-se
principalmente para os nodos sinusal e A-V, em menor escala para o músculo
dos dois átrios e menos ainda para o músculo ventricular. Os nervos
simpáticos, em contrapartida, distribuem-se a todas as partes do coração,
especialmente o músculo ventricular, assim como para todas as outras áreas.
A estimulação dos nervos parassimpáticos para o coração (os vagos) faz com
que o hormônio acetilcolina seja liberado nas terminações vagais, promovendo
dois efeitos principais sobre o coração:

• primeiro, ele diminui a frequência do ritmo do nodo sinusal;

• segundo, ele diminui a excitabilidade das fibras juncionais A-V,


tornando mais lenta, assim, a transmissão do impulso cardíaco para os
ventrículos.

A estimulação vagal muito forte pode fazer cessar a contração rítmica do


nodo sinusal ou bloquear por completo a transmissão do impulso cardíaco pela
junção A-V. Em qualquer dos casos, não são mais transmitidos impulsos
rítmicos para os ventrículos, que param de bater por 4 a 10 segundos. Depois
disso, algum ponto das fibras de Purkinje desenvolve um ritmo próprio e produz
contrações ventriculares com frequência de 15 a 40 batimentos por minuto.
Esse fenômeno é denominado escape ventricular. A estimulação simpática
libera o hormônio norepinefrina em suas terminações nervosas e produz
basicamente efeitos opostos dos ocasionados pela estimulação vagal.
Inicialmente, ela aumenta a frequência de descarga do nodo sinusal; depois,
aumenta a velocidade da condução e, também, o nível de excitabilidade em
todas as partes do coração; por fim, ela aumenta muito a força de contração de
toda a musculatura cardíaca, tanto a atrial como a ventricular. A estimulação
simpática máxima pode quase triplicar a frequência dos batimentos cardíacos e
até duplicar a força de contração do coração. A regulação neurológica da
circulação funciona como um complemento do controle local do fluxo
sanguíneo. O sistema nervoso autônomo simpático é fundamental na
regulação da pressão arterial, enquanto o parassimpático, representado pelo
nervo vago, diminui a frequência cardíaca, sendo esta a única função do
parassimpático no controle da circulação. O sistema simpático aumenta a
resistência das pequenas artérias e arteríolas, causando vasoconstrição
periférica e aumento de volume e pressão nas grandes artérias e no coração. A
frequência cardíaca e a força de bombeamento aumentam devido ao estímulo
simpático. A vasoconstrição causada pelo simpático é leve em estruturas como
o músculo esquelético e o cérebro, embora seja pronunciada no intestino, nos
rins, na pele e no baço. É o centro vasomotor, localizado no cérebro, que envia
fibras parassimpáticas ao coração por meio do nervo vago e fibras simpáticas
ao restante dos vasos sanguíneos. A norepinefrina que o sistema simpático
libera em suas terminações nervosas é proveniente das glândulas suprarrenais
por ação do próprio sistema simpático. Uma das principais vantagens do
controle nervoso da circulação é a capacidade de aumentar rapidamente a
pressão arterial em casos de necessidade, utilizando todas as suas funções
relacionadas ao controle da circulação.

9) Qual a relação entre o fluxo sanguíneo, a pressão e a


resistência?

O fluxo sanguíneo através do sistema vascular é proporcional à


diferença de pressão, mas é inversamente proporcional à resistência. Assim,
quando a resistência ou a pressão diminui, temos um aumento do fluxo
sanguíneo. Em contrapartida, um aumento na pressão e/ou redução no fluxo
promove aumento no fluxo san- guíneo. A relação entre o fluxo sanguíneo, a
pressão e a resistência é dada pela equação: Fluxo sanguíneo = Pressão
/Resistência
10) O que é pressão arterial sistólica e diastólica? Quais valores
são encontrados no repouso? O que é hipertensão?

Os movimentos de diástole cardíaca proporcionam o aumento de volume


do coração enquanto este se enche de sangue. Considera-se a pressão arterial
sistólica (PAS) normal no valor de 120 mmHg e a diastólica (PAD) no valor de
80 mmHg. Se a PAS atingir um valor igual ou superior a 140 mmHg e a PAD
igual ou superior a 90 mmHg, caracteriza-se hipertensão arterial. A pressão
arterial representa o débito cardíaco (DC) multiplicado pela resistência vascular
periférica (RVP): PA = DC x RVP.

11) A pressão arterial de pulso ou diferencial é a diferença de


pressão entre pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica
(PAD) (120-80 = 40 mm Hg). O que ocorre quando ela chega até zero?

Se ela estiver próxima de zero, a circulação sanguínea está prejudicada,


e, se ela for zero, a circulação para.

12) O duplo produto (DP) é definido como o produto da frequência


cardíaca pela pressão arterial sistólica (FC X PAS). Como ele pode ser
utilizado?

sendo considerado o melhor preditor indireto do esforço cardiovascular.


Do ponto de vista da intervenção, o DP é ainda considerado o melhor índice
não invasivo para avaliação do trabalho miocárdico, tanto em repouso quanto
durante o esforço. Dessa forma, é desejável usar esse parâmetro como
referência no momento de prescrever uma atividade física com segurança, pois
ele permite verificar o efeito da atividade física no sistema cardiovascular: DP =
FC x PAS. O duplo produto (DP) tende a aumentar durante as atividades
físicas, indicando aumento na frequência cardíaca (FC), no volume sistólico, no
débito cardíaco e, em alguns casos, na resistência sistêmica. Por isso,
depende tanto da intensidade quanto da duração do exercício.

13) A pressão arterial sistólica (PAS) normal é de aproximadamente


120 mmHg e a diastólica (PAD) é próxima de 80 mmHg. Quais os
procedimentos para aferir a pressão arterial?

A medida da pressão arterial (PA) deve ser realizada na posição


sentada, de acordo com o procedimento descrito a seguir:
a) Localizar a artéria braquial, localizada na parte interna do cotovelo,
por palpação.

b) Posicionar o manguito em torno do braço de 2cm a 3cm acima da


fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial.

c) Manter o braço do paciente na altura do coração.

d) Colocar o estetoscópio nos ouvidos e posicionar a campânula do


estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital,
evitando compressão excessiva.

e) Inflar rapidamente o manguito, aproximadamente 180 mm, para a


condição de repouso ou 200 mm Hg durante ou imediatamente após o
exercício;

f) Abrir lentamente a válvula para redução da pressão no manguito (1 a 2


mm Hg por segundo).

g) Ao auscultar o primeiro ruído de Korotkoff (primeiro som audível),


verificar o valor da pressão; é a Pressão Arterial Sistólica.

h) Continuar reduzindo a pressão no manguito. Observar as mudanças


no timbre dos ruídos de Korotkoff.

i) No último ruído de Korotkoff audível, verificar o valor da pressão; é a


Pressão Arterial Diastólica.

j) Desinflar totalmente o manguito e retirá-lo do braço.

k) Esperar de 1 a 2 minutos, caso seja necessário realizar novas


medidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TORTORA, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora,


Bryan Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016

BERNE R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


1990.

DUARTE, Fernanda Oliveira Fisiologia humana geral e aplicada / Fernanda


Oliveira Duarte, Uliana Sbeguen Stotzer – Batatais, SP : Claretiano, 2013.

Você também pode gostar