Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios
reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e
unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes,
assiste-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em
1914, com a única excepção da Etiópia e da Libéria, a África inteira vê-se submetida à
dominação de potências europeias e dividida em colónias de dimensões diversas, mas
de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e,
muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas. Nessa época, aliás, a África não
é assaltada apenas na sua soberania e na sua independência, mas também em seus
valores culturais. (Boahen, 2010:3).
Já para M’BOKOLO (2004:285), recorre que ao período anterior de 1880, a África não
estava fechada ao mundo exterior para qual foi obrigada a exportar milhões de homens
que levaram consigo saberes, modos de vida, crenças ideias que haviam de sobreviver
nos países de acolhimento, embora marginal a presença estrangeira europeia e árabe, era
mais ou menos antiga, em alguns lugares espalhavam influencias economias, politica e
religiosa por vezes culturais não lhe tirou a soberania, isto é, a independência. Contudo
com o desaparecimento brutal dessa independência por acção e proveito do europeu,
constituiu o descontentamento abrupto do africano para se rebelar.
Como afirma ABBAS, (1931:9). Contudo um povo diante de súbita mudança. Uma
nação inteira, sem estar preparada para isso, viu-se obrigada a se adaptar ou, se não,
Diante deste novo desafio da África em geral podemos notar que com a chegada dos
europeus o panorama continental e que substituiu do antigo sistema e que trouxe novos
elementos e antigos destruídos por consequente as instituições (politicas, sociais,
económicas e religiosas,) também foram abaladas e se desintegradas. Os efeitos de
todos esses fenómenos sobre a África, seus povos. Para tal o povo não viu o decair do
seu poder de ânimo leve dai que surge a tentativa de resgatar a soberania que estava em
perigo.
O estudo deste período tem sido cada vez controverso, devido das proveniência das
fontes sobretudo quando o escritor é pro europeístas, afirmando em algumas vezes a
glorificar habilmente a epopeia de conquista por rebaixar o africanos, apresentando-os
com traços negativos, mas posteriormente passaram a reinterpretar os mesmos episódios
em termos pejorativos as múltiplas iniciáticas que emanavam as sociedades africanas e
em geral as resistências opostas, à intrusão militar ou administrativa estrangeira.
(M`bokolo, 2004).
Procurei exemplo concreto de designação europeísta :como, mais do que isso, formatou-
se uma equivocada ideia geral de que as sociedades do continente sucumbiram
passivamente à ocupação europeia, por serem incapazes de opor resistência efectiva às
acções colonialistas. Somando-se a isso, a “conquista ou partilha da África” confirmaria
de forma pragmática, pela mesma óptica eurocêntrica, as teorias que justificavam e
legitimavam a acção colonizadora de alguns países europeus (HERNANDEZ,
1999:142).
Cumpre insistir nesta questão da estratégia, pois ela foi grosseiram entre desfigurada até
o presente, de forma que já se classificaram alguns soberanos africanos como
“colaboradores”, qualificando sua actividade como “colaboração” .Somos contrários ao
emprego do termo “colaboração”, pois, além de inexacto, e pejorativo e eurocêntrico.
Conforme já vimos, a soberania era o problema fundamental em jogo entre os anos de
1880 e 1900 para os dirigentes africanos e, quanto a isso, este bem claro que nenhum
deles se prestava a fazer acordos. Os dirigentes africanos qualificados erroneamente
como colaboradores eram aqueles que estimavam que a melhor maneira de preservar
sua soberania ou mesmo de recuperar a soberania acaso perdida em proveito de alguma
potência africana, antes da chegada dos europeus, não consistia em colaborar, mas antes
em se aliaraos invasores europeus. (Bohan 2010 36).
Para M`BOKOLO (2004:456), assim como afirma RAGER (1972) confere resistência
no sentido plural, dado a tantas formas que assumiu, portanto essas apresentam um certo
número de pontos comuns:
A natureza das actividades dos europeus variava segundo essas etapas, suscitando
paralelamente nos africanos várias iniciativas e reacções. Convém salientar que estas
ocorreram largamente em função de certas condições locais, como:
O confronto;
A aliança ou a aceitação;
A submissão.
Segundo BOAHEN, (2010) Para estender o seu domínio sobre algumas regiões os
europeus em geral tenham escolhido quase exclusivamente a conquista militar. No
tocante às reacções dos africanos que não colaborassem, ou seja os que não
negligenciavam nenhuma das possibilidades que se lhes ofereciam:
Quando um povo perde sua soberania, ficando submetido a outra cultura, perde
pelomenos um pouco de sua autoconfiança e dignidade; perde o direito de se
autogovernar,a liberdade de escolher o que mudar em sua própria cultura ou o que
adoptarou rejeitar da outra cultura. (AJAYI, 1968:196-7. Cit. por Bohan, 2010:55).
Durante os séculos que precederam esse período, a África mantinha ainda em suas
trocas comerciais certo controle da vida económica, política e social, embora com
desvantagens no comércio com os europeus. Até mesmo esse pequeno controlo dos
negócios internos se perdeu sob o colonialismo [...] O poder de agir com toda a
independência é a garantia de uma participação activa e consciente na história.
Ser colonizado é ser excluído da história [...] De um dia para outro, os Estados
políticos africanos perderam o poder, a independência e a razão de ser .
(RODNEY, 1972: 245-6.Cit porBohan, 2010:55)
Não vamos desfrear das resistências descartando o papel da religião nas resistências
africana, trata-se aqui de região tradicional, ou para que diz que não é do livro. De
acordo com a compilação de Bohan, relata que vários historiadores tentaram explicar e
Suas conclusões pouco têm em comum com os “fanáticos feiticeiros-curandeiros” dos
relatórios coloniais ou coma “magia do desespero, contudo ”Descobriram que as
doutrinas e os símbolos religiosos, regra geral, apoiavam-se directamente nas questões
Assim, um líder profético frequentemente orienta seu ensinamento para a moral das
sociedades africanas, encabeçando por vezes movimentos de oposição ao autoritarismo
interno, outras vezes “protestando” mais contra os factos da natureza humana.
Procurando via a alternativa na defesa da soberania. Com ensinamentosque visavam
expulsar os brancos.
Como diz o termo popular era resistência popular, que de caracter de tomada de
sentimento de pertença social ou nacional, e que estabelecia uma continuidade entre a
Africa pré-colonial em que os estados tinham que afrontar ideias e partilhas étnicas.
Esta forma de resistência foi a primeira a ser usada pelos africanos. Caracterizava-se
pela recusa do sistema, passividade, fuga para outras áreas de menor actuação e sem
acesso do colono, recusa do pagamento de imposto, recusa como carregador, ou de
produzir culturas obrigatória, simulação de doença, dissimulação, erros voluntários
durante recenseamentos fiscais sobre dados reais nome ou idade, automutilação,
enfraquecimento simulado ou voluntario, sabotagem de culturas, entre outos. (M
´bokolo, 2004:457-8)
A religião como tenho vindo a referir que foi um dos grandes aglutinadores e
identidades, pois esta identificava a causa comum, nesse trabalho não apenas discute-se
as religiões tradicionais como também as importadas. Pois a religião possuía uma
ideologia forte para lutar e também era um instrumento forte e ideal para um mal-estar
profundo de angustia e duradouro, isto pela presença dos europeus.
3.9.1 O Islão
O islão representou uma força de oposição real à ordem colonial, a ordem de obediência
muçulmana era bem clara ou ate claramente expressa. No período da colonização esta
religião cada vez mais viu-se expandindo com vista a mobilizar a sociedade a
3.9.2 O cristianismo
Com esse parágrafo podemos deduzir que a mesma arma usada pelo europeu para
enfraquecer a consciência moral do africano foi a mesma usada contra eles, levando o
abandono das práticas culturais alienígenas, revalorização da cultura local,
desobediência a imposição. O desenvolvimento dessa consciência africana surge os
messianismos negro como resposta aos ensinamentos ocidentais, para repor a ordem
social e construção de um novo sistema de referência.
O Egipto eminentemente Africano, cuja fronteira penetrava cada vez mais fundo do
continente, mas aos olhos dos britânicos, não passava de um meio essencial na rota da
India, a jóia do seu império.
Alem de ser apenas canal que permitia Ligar Europa com o oriente médio em geral, com
o canal de Suez, a Inglaterra vi isso em duplo interesse: um interesse comercial de
primeiro plano, pois 82% do comercio que passava do canal do Suez era Britânico, um
interesse politico da primeira via, visto que o canal é a principal via para a India, Ceilão,
os estreito e a Birmânia britânica e também para a China, também alem dessas regiões
É nesse contexto que a Grã-Bretanha compra ao quediva a quota 45%, que este detinha
no canal de Suez. No entanto em contrapartida das fortes relações entre o Quediva e a
Grã-Bretanha, geraria cada vez mais a pressão da sociedade egípcia assim como da
comunidade europeia que via a implantação da autoridade britânica bem próxima de se
concretizar. (M’bokolo, 2004:305).
Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada porseus próprios
reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos,comunidades e unidades
políticas de porte e natureza variados.No entanto, nos trinta anos seguintes, assiste-se a
uma transmutação extraordinária,para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com a
única excepçãoda Etiópia e da Libéria, a África inteira vê-se submetida à dominação
depotências europeias e dividida em colónias de dimensões diversas, mas de modogeral,
muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitasvezes, com
pouca ou nenhuma relação com elas. Nessa época, aliás, a África nãoé assaltada apenas
na sua soberania e na sua independência, mas também emseus valores culturais.
(BOAHEN, 2010:3).
Contudo um povo diante de súbitamudança. Uma nação inteira, sem estar preparada
para isso, vê-se obrigada a seadaptar ou, se não, sucumbir. Tal situação conduz
necessariamente a um desequilíbriomoral e material, cuja esterilidade não está longe da
desintegração completa (ABBAS, 1931:9).
Diante deste novo desafio da africa em geral podemos notar que com a chegada dos
europeus na africa muda o panorama regional não somente na região nordeste da africa
De acordo com IBRAHIM citado por BOHAN (2010), enfatizam que em nenhuma
parte da África as resistências dos africanos à partilhae à ocupação europeia foram tão
determinadas e contínuas quanto nos modernosEstados do Egipto, do Sudão e da
Somália.As reacções começaram em 1881 como levante militar no Egipto e
continuaram em algumas partes da região até osanos de 1920. Jamais, na história da
África, um povo lutou tão aguerridamentepara defender sua liberdade, soberania, e
sobretudo religião e cultura. Veremosneste capítulo quais foram essas iniciativas e
reacções, a começar pelo Egipto, emseguida o Sudão e por fim a Somália.
2. RESISTÊNCIA NO EGIPTO
Apesar dos Egípcios possuírem um grau de preparação diferente dos outros países
africanos, a sua revolução como muitas em Africa tinham dificuldades em avançar.
De acordo com citado por BOHAN (2010:79-80), faz analise das causas do fracasso da
revolução em seguintes aspectos:
De acordo com BOHAN (2010), O fracasso da revolução urbanista, ou seja, o que não
conseguiu libertar o país dainfluência europeia e da dominação dos turcos, tem
explicação claraalém das causas acima mencionadas, o próprio Urabi cometeu vários
erros no decorrer da revolução entre eles:
Não quis depor o quediva desde oinício da revolução, pois receava que a medida
provocasse a intervenção estrangeirae mergulhasse o país no caos, o que deu
tempo ao quediva para conspirar contra a revolução;
Urabi cometeu outro erro fatal: apesar dos avisos de algunsde seus conselheiros
militares, recusou-se a bloquear o canal, na esperança quese mostraria vazia de
que a França não permitisse que a Inglaterra o utilizasse para invadir Egipto.
Em última análise, porém, a derrota da revolução urabistadeveu-se como referi
anteriormente à superioridade militar britânica.
COMPILADO POR JAUADO MOHAMADE SOARES CONTACTO:
842959598 2017
15
HISTORIA DE AFRICA III
A derrota militar da revolução urabista quebrou o moral do país, criandouma atmosfera
de desespero e desilusão, durante o primeiro decénio da ocupação(1882-1892). Ainda
existia o espirito nacionalista dos intelectuais que resistiram a dominação estrangeira
Não houve resistência real dentro do próprio país, e as únicas vozesnacionalistas que se
ergueram durante esse período foram as de personalidadesno exílio.(BOHAN 2010:80).
O movimento nacionalista egípcio começou a sair dessa fase de torpor em1893, quando
algumas personalidades egípcias começaram a se opor à ocupaçãobritânica através de
revistas publicadas. Das primeiras entre elas, merece citação o novo e ambicioso
quedivaAbbas Hilmi (Abbas II, 1892-1914), que encorajou o desenvolvimento de
ummovimento nacionalista exigindo a imediata evacuação do país pelos ingleses.
Aajuda financeira à imprensa, que permitiu que o movimento se articulasse, foi
departicular importância. (Bohan,2010:80),
De acordo com o mesmo autor, salienta que durante os três primeiros anos do seu
reinado, o próprioAbbas se pôs à frente do movimento, desafiando abertamente a
autoridade delorde Cromer, agente britânico e cônsul-geral, e obrigou o primeiro-
ministropró-britânico a demitir-se em 15 de Janeiro de 1893. Na impossibilidade
decontinuar agindo de forma tão aberta, devido à pressão dos britânicos,
Abbasencontrou, no entanto, adeptos desejosos de conduzir a luta contra a ocupaçãodo
país. Tratava-se de um grupo de jovens intelectuais familiarizados com asideias da
Revolução Francesa e as teorias sociais e políticas modernas.
Para o historiador Mwanzi (2010; 187) salienta que na sua variedade étnica e nível de
organização, o Maji Maji era um movimento ao mesmo tempo diferente e mais
complexo do que as reacções anteriores e as formas de resistência opostas a dominação
colonial. Estas ultimas de modo geral ficaram restritas as fronteiras étnicas. Por
comparação com o passado, o Maji Maji foi um movimento revolucionário que operou
transformações fundamentais a escala da organização tradicional. O mais grave desafio
ao colonialismo na África oriental, nesse período, o levante dos Maji Maji, veio do
Tanganica, com o emprego da religião e da magia como meios de revolta. O profeta
Kinjikitile-Ngwele era reconhecido como o mensageiro de Deus que iria salvar o povo
da opressão colonial afirmava ser controlado por um espírito de uma cobra chamada
Hongo e que teria o dom de imunizar os guerreiros com o maji (água mágica), que
transformaria as balas alemãs em água. Enquanto isso, anunciava que os ancestrais
O movimento, que durou de Julho de 1905 a Agosto de 1907, alastrou-se por uma área
de quase 26 mil quilómetros quadrados, no sul do Tanganica, O levante Maji Maji foi o
primeiro movimento de grande escala da África oriental. Nas palavras de John Iliffe, foi
“a derradeira tentativa das antigas sociedades do Tanganica de destruir a ordem colonial
pela forca”. Tratava-se efectivamente de um movimento camponês de massa contra a
exploração colonial (MWANZI: 2010; 188).
Enquanto o historiador Lamy (2010;), diz que levante terminou com um massacre,
promovido pelos alemães, de cerca de cento e vinte mil africanos. Fato que ficou para
sempre gravado na memória colectiva do povo. Menos de dez anos depois, em 1914, a
África Oriental Alemã tornou-se o maior palco africano da Primeira Guerra Mundial.
Para Ki-zerbo (2009; 248) diz que a partir de 1950, uma grande efervescia agitou a tribo
Kikuyu, a mais evoluída cujo território for a o mais submetido a crescente presença dos
colonos. Constituíram-se grupos clandestinos que utilizavam recursos como o
juramento e o sacrifício para unirem todos os membros numa solidariedade que muitas
6.1. Causas
A situação no Quénia era sensivelmente diferente de muitas outras colónias africanas,
na medida em que, como colónia de povoamento tinha no seu solo um grande número
de brancos, dos quais detinham as melhores terras e o poder. Neste contesto, os
africanos tinham sido reduzido ao estado de proletariado, tanto na zona rural onde eram
a sua maioria trabalhadores sazonais ou squatters, como na zona urbana, onde uma
classe operária começara a emergir. Neste contesto, o protesto social, nomeadamente,
entre os Kikuyus, tinham já um longo passado quando começou a transformar-se em
reivindicação nacional independentistas.
Ora a partir de 1950, uma grande efervescia agitou a tribo Kikuyu, a mais evoluída cujo
território for a o mais submetido a crescente presença dos colonos.
Na análise de M’bokolo (2007, 540) salienta que a principal razão do fim desta rebelião
(movimento nacionalista) foi motivado pela fortificação militar alemã porque este
movimento foi considerado como uma derrota militar; o clima de insegurança em que
2.Administração colonial
Segundo M’BOKOLO (2007:393) diz que o período entre as duas grandes guerras
constituiu a verdadeira fase da implantação dos sistemas de administração nas colónias.
A medida que iam progredindo a conquista e a pacificação, as potências coloniais
haviam tomado a disposição necessária de organizar o possível de manter os territórios
sob o domínio. Nem sempre deixaram tempo necessária a um sólido conhecimento das
sociedades Africanas e a reflexão sobre a melhor forma de administração. Terminada as
guerras os quadros da administração colonial e os políticos sentiam a necessidade sobre
os melhores modos de administração das colónias.
3.Fundamentos
A Bélgica, França e Portugal foram os grandes defensores desta política. Para eles,
estavam a fazer uma política de assimilação e argumentavam que nas suas sociedades
coloniais, a sua política permitia que o africano considerado indígena, não civilizado
mediante um processo de assimilação, poderia tornar-se civilizado ou cidadão (que
devia ter o direito a educação, saúde, emprego e viver a modelo europeu).
Eles já não são regidos pelo direito consuetudinário mas do direito metropolitano. Por
esta razão, segundo esta teoria o africano não tinha o desejo de ter a representação no
governo colonial. Para o caso de Portugal, esta política era vista como forma de
alargamento do seu império a custa de territórios africanos (Portugal além mar).
Para MAZRUI (1993:96) “Este modelo político foi usado pela Grã-Bretanha, nesta
política indirecta enquanto os europeus tem o seu desenvolvimento, seus hábitos e
costume. Os africanos também deveriam viver na base da sua transição. Ou seja devia
haver uma transição de africanos e outra de europeu para europeu”.
A frança e a alemanha é vista como mentores que fizeram sentir a administração mista
em algumas colonias.
Para BOAHEN (2010:339) “Não há colonização sem política indígena; não há política
indígena sem comando territorial; e não há comando territorial sem chefes indígenas
que atuem como correias de transmissão entre a autoridade colonial e a população.
Embora nenhum observador ou crítico tenha jamais questionado a atividade dos chefes
Segundo MAZURI (2010:75) diz que “Nenhuma lei, nenhum decreto, mesmo que
especialmente tomados para o grupo de colônias conside, não são aplicáveis antes de
terem sido promulgados pelo governador-geral por decreto. ” Ele possuía não somente a
autoridade sobre a administração mas também dispunha de uma força armada. Ele
nomeava e revogava a seu bel-prazer. Tratava -se verdadeiramente de um pró-cônsul.
Ainda BOAHEN (2010:73) afirma que na direção de cada colônia encontrava -se um
tenente -governador colocado sob as ordens do governador -geral. Ele contava em seu
entorno com um conselho administrativo similar ao Conselho de Governo.
A sua preocupação não era atender às necessidades dos autóctones mas, em oposição,
tratava-se de zelar pelos interesses das câmaras de comércio e das grandes empresas,
COMPILADO POR JAUADO MOHAMADE SOARES CONTACTO:
842959598 2017
25
HISTORIA DE AFRICA III
capazes de impor métodos pouco ortodoxos aos governadores e administradores. Uma
administração que não levasse em conta os interesses da população, quase
inexoravelmente, desembocaria na opressão política.
O sistema de prtugual era semelhante ao sistema francês, contando com uma hierarquia
administrativa comportando desde o governador-geral até os chefes de circunscrição,
todos submetidos às leis e diretrizes decididas pelo governo de Lisboa e dotados de
poderes similares àqueles dos seus colegas franceses. Autocrata e antidemocrata na
metrópole, o “fascismo” português reforçava os métodos dirigistas em vigor nas
colônias. BOAHEN (2010:93)
Mesmo antes da era fascista, Portugal geralmente praticava na África uma política de
segregação, sobretudo após 1910. Esta política relegava o autóctone ao fundo da
estrutura social. Os “indígenas” − tal como nas possessões francesas − tinham poucos
direitos e estavam submetidos ao trabalho obrigatório cujo caráter representava, por
pouco que não, a continuação da escravatura.
A Bélgica tornou-se colonial quase contra a sua vontade. Mas quando se tornou
colonial. Nesse processo o homem chave é o rei Leopardo II que resolveu para apoderar
de uma fatia da África, uma espécie de cupidez febril e sentir trançado por alguns traços
a lápis no mapa para incluir Catanga em plena conferência Berlim. Este furar de
anexação ira opô-lo de resto aos franceses na região de ubangui e do Bakar El-chazar.
KI-ZERBO (2002:140).
O sistema era considerado de grande eficácia pelos seus adeptos que supunham-se
igualmente que permitiam uma grande a proximidade entre a administração colonial e
seus administradores. As críticas iniciam sobre os factos de o sistema ser
excessivamente ser paternalista, que consistia em deixar pouco lugar a originalidade
africana, e na prática, provocar muitas vezes a desagregação das estruturas existentes.
(idem).
Segundo KI-ZERBO (2002:131), o lago Alemão era um território que equilibrava o seu
orçamento e onde o colonizador leva o cuidado de criar quadros técnicos. Depois da
primeira guerra mundial, o Togo foi dividida em duas parte sob mandato britânico a
leste, sob mandato francês a oeste pois um grande problema de reversão e não tardou, a
pois a segunda guerra mundial.
Segundo M’BOKOLO (2007:395) diz que; tinha como objectivo integrar os povos
colonizados no povo colonizador numa espécie de consumação de princípio directo. O
sistema político administrativa jurídico, económica devia ser de acordo pela
organização da metrópole integrando nela. A prazo e mediante certas reservas, os
colonizados podiam muito simplesmente tornar-se cidadão de pleno directo no seio do
pais colonizador e adquirir o mesmo estatuto e os mesmos direitos que qualquer outro
cidadão onde eram os indígenas já iguais ao da metropolitanos.
No século XX essas perguntas já não era pertinente com efeito verificara-se que os
políticos de assimilação era de difícil aplicação, prática, pois os povos africanos tinham
demonstrados uma grande capacidade de resistência cultural, a ponto de numerosos
Europeus os considerar inassimiláveis.
Segundo BOAHEN (2010), a Primeira Guerra Mundial foi antes de tudo um conflito
entre potências europeias, no qual a África viu-se directa e indirectamente envolvida
pelo fato de, no momento da abertura das hostilidades, encontrar-se, em quase toda a
extensão, sob a dominação dos beligerantes.
O resultado desse êxodo foi o declínio, quando não a completa paralisação de inúmeros
serviços essenciais anteriormente a cargo dos europeus. Em certos casos, como no
Senegal, africanos foram especialmente treinados para ocupar as funções vagas.
Embora, por estarem controlados, os preços das exportações nem sempre reflectissem o
aumento da demanda e embora a expansão da necessidade de mão-de-obra nem sempre
se traduzisse, também, em aumento de salários, o preço dos produtos importados, não
obstante, quando se encontravam, não deixou de subir durante todo o curso da guerra.
Na visão de BOAHEN (2010), a guerra teve, para a África, consequências sociais muito
variáveis, segundo o grau de participação de cada território, particularmente segundo a
intensidade do recrutamento ou das operações militares de que foram palco.
Na visão de BOAHEN (2010:344-346), se, por um lado, a guerra assinalou o fim das
tentativas por parte dos africanos para recuperar a soberania da era pré-colonial, por
outro, também assistiu à intensificação das reivindicações, como consequência da
participação dos africanos na administração das novas entidades políticas a eles
impostas pelos europeus.
3. NACIONALISMO AFRICANO
3.1 Conceito
Para efectivar esta contestação foram três as fases das manifestações nacionalistas
africanas, a saber: a imitação da cultura europeia, a redescoberta dos valores
tradicionais a procura de uma síntese; isto quer dizer que a África colonizada usou
inicialmente os próprios meios do colonizador (a sua própria língua, a sua técnica, a
sua religião, as suas ideias), para acabar com o sistema de opressão colonial. É por isso
que o nacionalismo em África se realiza com mais visibilidade nas cidades, onde não só
estão os intelectuais, como também a presença colonial é mais constante e próxima.
(ANDRADE1997NK),
Nesse sentido os nacionalistas já exprimiam sua revolta na língua colonial e sou mais
tarde encontraram no socialismo e nas armas a força de luta contra a exploração, miséria
e o desemprego.
Não há sombra para dúvidas que o estudo sobre o (proto) nacionalismo africano
empreendido por Mário Pinto de Andrade, foi desenvolvido a partir de uma rigorosa
metodologia e interpretações sociológicas.
Com a participação dos africanos nas guerras, levou a um despertar de que os brancos
atormentavam-se, sentiam cede, suavam e também trabalhavam com as mãos, os
brancos confundidos na africa e a superioridade colonial, revelavam-se assim como
verdadeiros lobos de um para outro, ou seja de branco contra branco. (KI-ZERBO,
2002:158),
Para BOHAN,(2010). Assim como o desprezo germânico de Hitler nos anos 30 que
englobava brancos, germânicos e negros, descobriam-se esses subitamente o seu próprio
valor e atingiam ao mesmo tempo a estrutura e ao estatuto de cavaleiro de uma causa
que ultrapassava as linhas de demarcação dos limites dos homens, a linha da dignidade
humana.
Como vimos, depois das guerras sempre hou reformulação das politicas colonias,
forram estas politicas que favoreceram o ambiente de contestação, na primeira guerra
mundial vimos o papel da Sociedade Das Nações e a na segunda o papel da
A situação colonial representavapara todos um quadro novo, onde havia que forjar
identidades novas que os sustentassemna luta contra as atrocidades da dominação
estrangeira. As fronteirascoloniais que, na maioria das vezes, englobavam diversas
nações culturais sob umaadministração imperial comum foram aceitas tais como eram.
Ao contrário do que se passara na europa, o Estado havia sido criadoantes que as nações
culturais que lhe emprestassem significado de comunidadepolítica tivessem cimentado
sua unidade. É o que se infere da observação deJames Coleman:
Assim a pequena elite culturalAfricana que era rejeitada pela elite colonial, relegada a
segundo plano, sofrendo preconceitos e sendo sempre rebaixada em comparação a
pessoas com o mesmo grau de instrução. O colonialismo não permitia a interacção,
Dentre isto, uma das preocupações do aspecto político do nacionalismo africano era o
renascimento da cultura que foi abafada pelo colonizador, uma busca pelas raízes que
foram arrancadas violentamente. O colonialismo se justificavapela desigualdade
fundada na descriminação racial, sendo assim as reivindicações de igualdade vinda dos
colonizados era também um pedido do fim do colonialismo.A medida que surgiam mais
africanos instruídos, mais mão-de-obra especializadas, em muitas colónias estas mãos
de obra se sindicalizaram reforçando a politica anticolonialista.
Para BOHAEN, (2010). No período entre guerras, a Sociedade das Nações considerava
o desenvolvimento das populações colonizadas o principal objectivo do sistema
colonial. Isto foi uma introdução de responsabilidade as nações colonizadores, que
impulsionaram muitosnacionalistas, e receberam logo apoio e encorajamento por
movimentos ideológicos internacionais comunistas, leninistas, anti-imperialistas e
influencias negras americanas e caribenhas. Contra estas forças se fizeram doutrinas
políticas autoritárias, retrogradas do ponto de vista racial as mesmas utilizadas nos
regimes fascistas e nazistas.
de modo que sua experiência do colonialismo não tinha a mesma duração,nem a mesma
natureza. A forma e a intensidade da acção dos nacionalistas nas colónias dependiam de
vários factores: qualidade dos dirigentes,grau de difusão e de intensidade das influências
europeias no domínio das ideiase das instituições, número e importância dos colonos
(brancos) e, finalmente,ideologias e práticas coloniais.
3.1.Contextualização
Segundo GOGGIOLA, a crise de 1929 foi uma grande depressão mundial que mudou as
coordenadas sócias políticas do mundo. Também chamada crash 1929 que apôs termino
a longo período de desenvolvimento económico que se iniciou em meados do século
XIX e alçou nos EUA a posição de protagonista industrial do mundo.
Para GAZIER, A crise de 1929 este verso de lá Fontaine, como a peste de fato a grande
depressão de 1930 foi um flagelo cego e generalizada, raros são os países ou grupos
3.2.Antecedentes
3.3.Causas
Superprodução
Excedentes.
Prejuízos;
Demissões (contenção de despesas)
Nova retracção de mercado interno;
Ciclo repete-se anualmente, reduzindo lucros e acções das empresas;
Segundo MAZRUI ALI, Entre duas guerras mundiais, o acontecimento marcante para
evolução da economia africana foram a grande depressão de 1929-1930. Surpreendendo
as economias interdependentes do mundo capitalista, a depressão atingiu
necessariamente também as economias colónias africanas, lançando uma luz cruel sobre
a sua extensão e natureza.
4.1.Factor económico
Em 1929 a bolsa de Nova York sofreu sua quebra, afectando todo o mundo ocidental
causando uma crise geral na economia. Os países da África que tinham sua economia
directamente ligada às potências ocidentais também sofrerão as mazelas da quebra da
bolsa. Com a crise, as metrópoles europeias tomaram medidas para amenizar os efeitos
da quebra da bolsa.
Algumas dessas medidas afitaram directamente os países africanos. Primeiro vai haver
um maior intervencionismo, os estados europeus irão tomar as rédeas da economia e
irão substituir o investimento privado pelo público. (GAZIER),
COMPILADO POR JAUADO MOHAMADE SOARES CONTACTO:
842959598 2017
45
HISTORIA DE AFRICA III
Foi suspenso qualquer projecto de industrialização das colónias, já que elas poderiam
concorrer com as metrópoles, grandes obras foram paralisadas e os impostos de
importação e exportação de produtos terão um aumento considerável, deixando tanto os
membros das camadas mais baixas quanto a elite comercial insatisfeitos.
Algumas revoltas contra essas medidas ocorreram e com algum êxito, obrigando as
metrópoles a retomar, pelo menos, as obras paralisadas. A crise da década de 1930
gerou uma grande queda nos preços das matérias-primas, principal fonte de renda dos
países africanos.
Os produtos agrícolas, que já estavam com seu preço em queda desde 1919, perderam
mais da metade do valor no mercado mundial. Para não perder seus lucros as
companhias de comercio passaram a comprar os produtos dos africanos a um valor
ainda mais abaixo que o normal, tentando assim amenizar a crise. A consequência foi
ainda mais prejudicial para os africanos, que viram diversas indústrias agrícolas falirem
e a fuga da população rural para as áreas urbanas.
Uma das soluções encontrada pelos agricultores foi aumentar o número de produção,
sem causar a baixa do preço dos produtos, assim venderiam mais barato, porém em
maior volume.
Os motivos são os mesmos da crise agrícola: queda nos preços, aumento dos impostos,
desemprego, falência, êxodo, etc. Quando chegou a colonização na África, foi imposta
aos nativos a entrada no sistema colonial. Como os cargos administrativos estavam
monopolizados pelos europeus e reservados a alguns “letrados” (elites), sobrou para as
outras camadas da população ou entrar na produção agrícola ou se tornar trabalhadores
assalariados.
Devido a “pobreza rural” muitos trabalhadores irão optar para a segunda opção,
trabalhando nas grandes plantações, nas minas, nas obras, etc. Nota-se que a
colonização mudou a forma de vida dos povos africanos de uma maneira brusca. Em
alguns países onde predominava a cultura de subsistência, haverá quase que o completo
abandono desta, sendo substituída pela cultura de exportação. As “hortas” restantes para
suprir a população local não eram o suficiente e foi necessário importar estes alimentos,
gerando uma relação de dependência dessas populações com o mercado mundial. Em
contra partida alguns países tiveram uma grande expansão agrícola como camarões e
Nigéria.
Aquelas cidades que tinham como maior fonte de renda o comércio transa ariano ou o
tráfico de escravos entraram em grande crise. Cidades portuárias e que cresceram com o
comércio se expandiram, e houve cidades que haviam nascido apenas como um sector
administrativo e pela mineração, mas que também cresceram muito por conta do
comércio. Outro factor que ajudou na expansão das cidades foi a migração das
populações do meio rural e urbano, em busca de emprego e condições melhores, mas na
época da crise o desemprego já estava muito grande e estes emigrantes acabaram sendo
marginalizados.
De acordo com MUZRUI (2010: 82), após breve interrupção, a actividade política
readquire os seus direitos: a guerra encoraja os nacionalismos que passam a Acção
desde 1943 e contestam, em 1945 e 1946, o retorno ao estatuto de colónia ou
protectorado. Os nacionalismos, em plena actividade nos idos de 1936 e 1937, são
freados em suas reivindicações em 1939. Eles põem em proveito a nova situação criada
pela guerra, com vistas a manifestarem - se novamente, já desde a retomada da sua
actividade politica e antes mesmo do fim do conflito.
MUZRUI et all (2010: 82) concluem que a Segunda Guerra Mundial consistiu,
portanto, um acontecimento decisivo, o catalisador de uma radical transformação. A
África que emergiu do conflito era bem diferente da miragem de tranquilidades que lá
viram seus colonizadores. Deste ponto de vista, a década de 1935 -1945 corresponde
não ao apogeu do colonialismo mas ao começo da sua decadência.
(Idem), sistema colonial se tornara tão intolerável a ponto de permitir o combate, lado a
lado com o colonizador, em prol da liberdade. A efervescência ganhara toda a África
tropical; os sobressaltos, greves, manifestações e revoltas revelariam o carácter dos
A Segunda Guerra Mundial reforçou, a percepção pelas elites das injustiças do sistema
colonial, especial mente quanto a sua participação no sistema, antes bloqueada e em
seguida facilitada por estes acontecimentos.
4. O Renascimento do Nacionalismo
A luta pelo reino politico − ou pela soberania politica − na África colonial se desdobrou
em quatro etapas, por vezes entrecruzadas nos fatos mas, nitidamente passíveis de
analise. Antes da Segunda Guerra Mundial, produziu - se primeiramente uma fase de
agitação das elites em favor de uma maior autonomia. A ela seguiu - se um período
caracterizado pela participação das massas na luta contra o nazismo e o fascismo.
A Grã - Bretanha saiu empobrecida e esgotada da guerra durante a qual ela perdera,
inclusive, a vontade de conservar o domínio sobre um império demasiado vasto.
Somente pouco mais de dois anos após o fim do conflito mundial, ela foi obrigado a
separar - se da “mais brilhante jóia da Coroa britânica”, o império das Índias. A guerra
também contribuiu para reforçar o papel planetário dos Estados Unidos e da União
Soviética cujas sombras se projectavam doravante muito alem do universo da Europa
imperial.
ABBĀS, F. 1931. In BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África -vol. VII: África
Sob a Dominação Colonial. 2ª ed, Brasília: Unesco, 2010.
ARIEFF, Alexis; WEISS, Martin; JONES, Vivian. The Global Economics Crisis:
impact on Sub-Saharan Africa and Global Policy Responses. Congressional Research
Service, August, 2009.
BOAHEN AlbertAdu: História geral da África, VII: África sob dominação colonial,
1880-1935. UNESCO, 2.ed. Brasília, 2010.
BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África: África Sob a Dominação Colonial. 2ª
Ed, Brasília: Unesco, 2010.Vol. VII
BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África-vol. VII: África Sob a Dominação
Colonial. 2ª Ed, Brasília: Unesco, 2010.
MAZRUI A. Ali e WONDJI, Christophe. História geral da África, VIII: África desde
1935, 6ª ed, Brasília, Unesco, 2010.
MAZURIL ALI A, wondji, christophe.historia geral de África, VIII; África desde 1935,
editora UNESCO, 6 edição. Brasil.2010
MʹBOKOLO, Elikia. África Negra: História e Civilizações século XIX até actualidade,
2ª edição, Lisboa: Edições: colibri, 2004.