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Eletroeletronica Veicular
Eletroeletronica Veicular
Eletroeletrônica Veicular
Federação das Indústrias do Estado do Paraná - FIEP
Ovaldir Nardin
Superintendente Corporativo do Sistema FIEP
CENTRE D’ÉLABORATION
DES MOYENS D’ENSEIGNEMENT
DU QUEBEC
apoio:
Eletroeletrônica Veicular
Adaptação técnica:
Joacir Gomes
© 2006. SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ
Os direitos de reprodução, de adaptação ou de tradução deste guia são reservados ao SENAI -Departamento
Regional do Paraná, inclusive a reprodução por procedimento mecânico ou eletrônico.
SENAI/DR
CAEPE - Coordenadoria de Alianças Estratégicas e Projetos Especiais
Material elaborado por meio da parceria com a empresa CEMEQ com a finalidade de ensino a distância.
CEMEQ
Centre d’Élaboration des Moyens d’Enseignement du Québec
CDU 629.064
Este material foi elaborado por uma equipe, cujos nomes encontam-se relacionados na
folha de créditos.
Direitos reservados:
CEMEQ - Centre d’Élaboration des Moyens SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
d’Enseignement du Québec Departamento Regional do Paraná
2955, boulevard de l’Université, 7e étage Avenida Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico
Sherbrooke (Québec) J1K2Y3 CEP 80530-902 - Curitiba/PR
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Apresentação
O mundo do automóvel explora a eletricidade de diversas formas, tanto para garantir o funcionamento
do motor quanto para o conforto dos ocupantes. Diferentes aparelhos e máquinas transformam a
eletricidade em energia mecânica (motor dos limpadores de pára-brisa), luminosa (faróis), calorífica
(desembaçador do pára-brisa traseiro) e eletromagnética (motor de arranque, bobina da ignição).
A eletricidade pertence a um mundo abstrato, porém muito cativante. O domínio dos circuitos elétricos e ele-
trônicos é um pré-requisito essencial para vários outros módulos que você deverá estudar durante sua formação
técnica. Neste módulo você irá adquirir conhecimentos de base, sendo capaz de reparar circuitos elétricos.
Este módulo consiste em nove aulas subdivididas em vinte e seis lições. Cada lição corresponde ao estudo de
um dia, conforme sugestão de estudo no Guia do Aluno. Nas duas primeiras aulas você aprenderá noções
relativas à natureza e às propriedades da eletricidade. Enfim, aprenderá a distinguir as unidades de medida
específicas da eletricidade.
Da terceira à quarta aula você aprenderá o funcionamento e o modo de utilização de aparelhos de me-
dição analógicos e digitais. Na quinta aula você começará a elaborar e a interpretar esquemas elétricos.
Em seguida, conectará vários tipos de circuitos elétricos, diagnosticando os seus estados. E nas aulas seis
e sete serão apresentados vários elementos elétricos e eletrônicos presentes na maioria dos circuitos.
Os automóveis modernos normalmente possuem sistemas de iluminação mais eficazes e mais sofisticados
do que os automóveis de décadas anteriores; essa diferença ocorre devido à substituição de componentes
tradicionais por outros mais complexos. Esses novos elementos exigem uma atualização constante. Em
alguns casos, os circuitos incorporam módulos elétricos encarregados de assumir automaticamente novas
funções. As constantes inovações no setor não permitem usar o antigo critério de que todos os circuitos são
parecidos e basta conhecê-los para reparar facilmente todos os outros.
A reparação dos circuitos de iluminação modernos exige conhecimentos teóricos do funcionamento dos
elementos básicos assim como a capacidade de acompanhar, no manual de reparação, os procedimentos
específicos publicados pelos fabricantes.
Assim sendo, a última aula desse guia apresenta os principais elementos que constituem os circuitos de iluminação.
Você aprenderá a conhecer a classificação e o funcionamento das lâmpadas. Sem esses conhecimentos, é difícil
compreender algumas recomendações dadas pelos fabricantes.
Este Guia de Estudos será seu condutor no decorrer do curso. Todo o conteúdo teórico de
Eletroeletrônica veicular encontra-se neste material, que está dividido em nove aulas e subdivido
em vinte e seis lições. Aqui você encontrará ícones, textos, indicações de animações e sugestões
de estudo, todos esses elementos têm o objetivo de ajudá-lo no seu estudo a distância.
Lembre-se: nos períodos à distância você precisa se organizar nos estudos. Não deixe para
amanhã o que pode estudar hoje, é importante disciplinar seu tempo para concluir cada etapa
e ter um melhor aproveitamento no aprendizado.
No decorrer do seu estudo por esse Guia você encontrará dois ícones. São eles:
Esse ícone apresenta uma sugestão de estudo e orientações para as próximas etapas do seu
estudo à distância;
Esse ícone indica que no CD-ROM há uma animação para ser consultada, e poderá ser
encontrada pela denominação ao lado do ícone.
Neste Guia de Estudos você encontrará palavras que estarão em itálico e sublinhadas, por exemplo
átomo. Estas palavras possuem uma definição no glossário que se encontra ao final deste guia.
Sugerimos que você tenha um tempo de estudo diário de duas horas, esse tempo pode ser em
pequenos intervalos de meia-hora, uma hora ou, se preferir, contínuo. A administração fica a
critério do aluno. O estudo de duas horas corresponde à leitura de uma lição do material im-
presso, consulta das animações e realização dos exercícios de fixação do CD-ROM.
Em cada aula prática você entregará um questionário preenchido, que corresponde ao conteúdo visto
no período à distância, esses exercícios encontram-se em folhas destacáveis depois das páginas 126, 190
e 234. Para cada lição foram selecionadas em torno de cinco questões. Esse questionário fará parte da
sua avaliação. Não deixe para fazê-lo no último dia, organize-se e faça um pouco por dia.
Para facilitar seu estudo e verificação das atividades que irá desenvolver disponibilizamos um check-list
a seguir para verificar cada atividade concluída.
Bom Estudo!!!
CHECK-LIST DAS ATIVIDADES
Aulas Dia
Leituras
das lições Animações
Exercícios
de fixação
1º Lição 1 Animação 1 Lição 1
1 2º Lição 2 Animação 2 Lição 2
3º Lição 3 Animação 3 Lição 3
Animação 4
4º Lição 4 Lição 4
Animação 5
2 Animação 6
5º Lição 5 Lição 5
Animação 7
6º Lição 6 Animação 8 Lição 6
Animação 9
3 7º Lição 7
Animação 10
Lição 7
8º Lição 8 Lição 8
9º Lição 9 Animação 11 Lição 9
4 10º Lição 10 Animação 12 Lição 10
11º Lição 11 Animação 13 Lição 11
12º Lição 12 Lição 12
5 13º Lição 13
Animação 14
Lição 13
Animação 15
Questionário de entrega
Lição 01..............................................................................................18
Definição de eletricidade ..................................................................18
Estrutura atômica da matéria................................................................18
Condutores e isolantes...........................................................................21
Lição 02..............................................................................................23
Deslocamento dos elétrons em um condutor..............................23
Sentido de circulação da eletricidade....................................................25
Lição 03..............................................................................................28
Modos de produção de eletricidade...............................................28
Fricção (eletricidade estática).................................................................28
Pressão (piezo eletricidade)...................................................................29
Calor (termoeletricidade).......................................................................30
Luz (foto eletricidade)............................................................................30
Magnetismo..............................................................................................31
Reação química........................................................................................32
Tipos de corrente (nível eletrônico)...............................................33
Corrente de elétrons contínua (c.C.)....................................................33
Corrente de elétrons alternada (c.A.)...................................................33
Lição 04..............................................................................................38
Circuito elétrico simples....................................................................38
Intensidade . ............................................................................................39
Amperímetro ..........................................................................................39
Tensão.......................................................................................................41
Voltímetro................................................................................................42
Lição 05..............................................................................................44
Resistência . .............................................................................................44
Ohmímetro..............................................................................................45
Lei de Ohm..............................................................................................46
Potência....................................................................................................49
Watts e HP...............................................................................................50
Lição 06..............................................................................................52
Princípio de funcionamento dos aparelhos analógicos . ..................52
Precisão dos aparelhos de medição analógicos...................................55
Lição 07..............................................................................................57
Amperímetro analógico......................................................................57
Construção...............................................................................................57
Ligação do amperímetro........................................................................59
Voltímetro analógico..............................................................................60
Construção...............................................................................................60
Ligação de um voltímetro......................................................................61
Ohmímetro analógico.........................................................................62
Construção...............................................................................................63
Funcionamento.......................................................................................63
Ligação do ohmímetro...........................................................................65
Amperímetro de indução...................................................................65
Multímetro analógico..........................................................................67
Modo de utilização dos multímetros....................................................68
Obter medições elétricas........................................................................69
Lição 08..............................................................................................71
Aparelhos de medidas digitais.........................................................71
Multímetro digital................................................................................72
Conversor analógico-digital..............................................................74
Funcionamento.......................................................................................74
Seleção das funções e das escalas.........................................................75
Impedâncias dos aparelhos digitais......................................................77
Lição 09..............................................................................................80
Circuito em série..................................................................................80
Resistência................................................................................................80
Intensidade...............................................................................................81
Tensão.......................................................................................................82
Polaridade das quedas de tensão...........................................................84
Potência....................................................................................................84
Lição 10..............................................................................................87
Circuito em paralelo............................................................................87
Tensão.......................................................................................................87
Intensidade...............................................................................................88
Resistência................................................................................................89
Polaridade das quedas de tensão em um circuito paralelo................93
Potência....................................................................................................94
Consequência de uma ruptura em um circuito em paralelo.............95
Lição 11..............................................................................................97
Circuito misto........................................................................................97
Circuitos com resistências em série ligadas em paralelo...................99
Lição 13 ..........................................................................................112
Elaboração e interpretação de projetos elétricos (continuação)....112
Dispositivos de proteção . .............................................................. 112
Fusíveis.................................................................................................. 112
Fio fusível.............................................................................................. 113
Disjuntores............................................................................................ 114
Dispositivos de comando................................................................ 117
Interruptores......................................................................................... 117
Outros símbolos................................................................................... 120
Glossário....................................................................................... 235
Créditos........................................................................................... 245
NATUREZA E PROPRIEDADES DA ELETRICIDADE
Essa aula apresenta a teoria da eletricidade. Ela contém conhecimentos essenciais tanto para a com-
preensão do fenômeno que é a eletricidade quanto para as suas numerosas aplicações. A eletricidade
possui um destaque cada vez maior nos automóveis modernos, tornando-se quase tão importante
quanto o combustível. Se pudermos utilizar diversos carburantes para alimentar o motor, a eletricidade
continua a ser a única fonte de energia capaz de acender os faróis ou acionar o motor de arranque.
Sem eletricidade o automóvel torna-se uma massa metálica servindo apenas para descer ladeiras.
Hoje em dia, atuar em mecânica automotiva sem competência em eletricidade tornou-se praticamente impos-
sível. Nessa aula você estudará três lições que compreendem a natureza e as propriedades da eletricidade, a
reação química na base do funcionamento da bateria de acumuladores e as unidades de medida utilizadas.
Bons estudos!
AULA 01
17
lição 01
Para compreender o fenômeno que é a eletricidade, é necessário retornar à base, ou seja, na estrutura
da matéria propriamente dita. Nessa primeira lição será apresentada a estrutura atômica dos elementos
e a sua importância tanto para a condutibilidade, quanto para a natureza da eletricidade.
DEFINIÇÃO DE ELETRICIDADE
Habitualmente definimos a eletricidade como uma transferência de elétrons de um átomo para outro no interior de
um condutor. A eletricidade não é, portanto, uma “coisa” nova a ser criada, ela existe em toda parte em seu estado
latente. Para compreendermos bem essa definição, precisamos primeiro conhecer o significado das palavras “elé-
tron”, “átomo” e “condutor”. A descrição da estrutura atômica dos elementos nos dá essas explicações.
Toda matéria presente na natureza se compõem de moléculas, essas são constituídas de átomos. O áto-
mo, (figura 01) é a menor partícula de um elemento conservando todas as suas propriedades. O átomo
se compõe essencialmente de nêutrons, de prótons e de elétrons. Em eletricidade, duas dessas partículas
elementares possuem uma destacada importância: os prótons e os elétrons.
núcleo: prótons e
Eletrônica Embarcada
camada de neutrôns
valência
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No centro do átomo encontramos o núcleo, composto de certo número de partículas: os prótons e os
nêutrons. Os prótons possuem carga elétrica positiva (+), eles formam, portanto, com os nêutrons, o nú-
cleo do átomo. Os nêutrons, situados entre os prótons, são eletricamente neutros, eles garantem a coesão
do núcleo. Os elétrons gravitam em diferentes órbitas elípticas dispostas em torno do núcleo. Os elétrons
possuem carga elétrica negativa (-). O termo “polaridade” serve também para identificar as cargas.
Os elétrons que gravitam em órbitas interiores são chamados elétrons ligados. O termo “ligado” significa
neste caso que o núcleo exerce uma forte atração sobre esses elétrons. Os elétrons que gravitam na
órbita exterior, conhecida como camada de valência, são chamados de elétrons de valência. A expressão
“elétrons livres” serve também para identificar esses elétrons, pois eles podem facilmente deixar sua
órbita e passar de um átomo para outro. Os elétrons da órbita de valência são os únicos envolvidos
nas reações químicas e nas correntes elétricas.
Todos os elementos conhecidos que compõem o universo são classificados segundo o número
de prótons e elétrons que os constituem. Esses elementos são agrupados e classificados em
uma tabela chamada tabela periódica dos elementos, utilizada principalmente em física e química. A
figura 02 apresenta a tabela periódica dos elementos. Os elementos estão ordenados segundo
seu número atômico, que corresponde ao número de elétrons e prótons.
19
Para a familiarização com a tabela periódica dos elementos, identifique o cobre, cujo símbolo
é Cu. O número 29, inscrito à esquerda do símbolo indica que um átomo de cobre possui 29
elétrons. Um átomo neutro, ou seja, sem adição nem retirada de elétrons dispõe sempre de um
número igual de elétrons e prótons. Podemos então concluir que o átomo do cobre possui 29
prótons. A transferência de elétrons, seja a adição ou retirada de elétrons de valência de um
átomo para outro é o próprio fundamento da eletricidade.
A desestabilização de um átomo devido à adição de um elétron na órbita exterior força esse áto-
mo a expulsar um elétron (figura 03). A título de exemplo, a adição de um elétron em um átomo
de cobre aumenta o número de elétrons de 29 para 30. Como o número de prótons continua
estável em 29, esse átomo fica desequilibrado, visto que ele possui uma carga negativa causada
pelo excesso de elétrons (-) em relação aos prótons (+). Esse átomo carregado negativamente
designa-se pela expressão íon negativo. Se tirarmos um elétron (-) de um átomo neutro esse
átomo passa a ser um íon positivo, uma vez que ele possui mais prótons (+) que elétrons (-).
condutor
de cobre
20
CONDUTORES E ISOLANTES
A condutibilidade elétrica de uma matéria, ou seja, seu poder de transportar eletricidade varia
em função de sua natureza. Sabe-se que a distinção entre um elemento condutor e um isolante
provém essencialmente de sua aptidão em liberar seus elétrons de valência. Habitualmente é
o número de elétrons de valência que determina a capacidade de um átomo de liberar fácil ou
dificilmente seus elétrons (figura 04) Quanto menos elétrons a órbita de valência possui, menor
é a energia necessária para arrancá-los da órbita. Por exemplo, o cobre que possui apenas um
elétron em sua órbita de valência, é melhor condutor que o carbono que possui quatro.
Ou seja, o nível de energia necessário para arrancar um elétron de valência de um átomo de cobre é
inferior ao necessário para arrancar um elétron de um átomo de carbono. É, portanto, possível afirmar
que um condutor possui um número reduzido de elétrons de valência e o isolante possui um número
elevado. Habitualmente a distinção entre um condutor e um isolante se estabelece como segue:
Os elementos mais utilizados como condutores nos automóveis são o cobre (Cu) na maioria dos fios
elétricos, o ferro (Fe) no chassi e na carroceria, o alumínio (Al) em alguns fios e peças do motor. O
ouro é um excelente condutor, mas seu custo elevado limita sua utilização a circuitos particularmente
sensíveis. Os contatos dos circuitos de comando de air-bag são habitualmente revestidos de ouro.
21
A utilização de elementos semicondutores nos automóveis aumenta rapidamente. Eles entram em boa parte
na fabricação de componentes para computadores e módulos eletrônicos. Cristais puros, como o silício,
germânio ou selênio, recebem tratamento químico para desenvolver as propriedades dos semicondutores.
Os isolantes são elementos cujo núcleo do átomo exerce uma atração tão forte nos elétrons que é teoricamente
impossível arrancá-lo. Sem circulação de elétrons não há eletricidade. Os isolantes confinam a eletricidade em
espaços determinados. Por exemplo, a capa que reveste todos os condutores de um automóvel é fabricada de
material isolante. Os isolantes mais utilizados em tecnologia de veículos são os plásticos (tampa do distribuidor), a
borracha, (revestimentos de cabos de velas) e a porcelana (isolante das velas de ignição ou de pré-aquecimento).
Condutores e isolantes
pontos-chave
Chegamos ao final do estudo da nossa primeira lição, se desejar, consulte o seu CD-ROM para
assistir a animação: Condutores e isolantes. No seu CD você também encontrará exercícios
de fixação dessa primeira lição, faça-os e confira o resultado no final. A realização desses
exercícios o ajudará a compreender essa primeira lição. Qualquer dúvida que surgir entre em
Eletrônica Embarcada
22
lição 02
Agora que você conhece bem a estrutura dos elementos e a maneira de transportar a eletricidade, resta
descobrir o método para forçar um elétron de valência a mudar de átomo. Sabe-se que os elétrons possuem
carga negativa (-); portanto, o esforço deve ser feito nesse nível atômico. Em eletricidade constatou-se que
cargas opostas se atraem e cargas idênticas se repelem. Portanto, há atração quando cargas contrárias são
colocadas em presença uma da outra e, repulsão quando elas são idênticas. A atração e a repulsão
das cargas (figura 05) são noções essenciais para a compreensão do fenômeno que é a eletricidade.
O deslocamento dos elétrons de valência não se dá em uma única direção. Na verdade eles se deslocam ao acaso
de um átomo a outro, produzindo um movimento geral da extremidade negativa para a extremidade positiva
do condutor (figura 06). A expressão “corrente elétrica” também designa o deslocamento de elétrons em um
condutor, seguidamente ela é utilizada como sinônimo de “eletricidade”. Também se emprega a designação
“transportador de corrente” para identificar um elétron que passa de um átomo a outro.
elétrons ligados
elétrons livres
23
O deslocamento dos elétrons continua sem interrupção enquanto a carga, positiva e negativa, estão presentes
nas extremidades do fio. O número reduzido de elétrons em uma extremidade cria uma atração, pois os átomos
transformados em íons + estão tentando encontrar os elétrons livres. O excesso de elétrons na outra extremi-
dade produz uma força de repulsão, pois esses átomos – agora íons – tentam expulsar os elétrons excedentes.
A figura 07 mostra que o elétron expulso é instantaneamente substituído pela introdução de um novo, vindo
da carga negativa. É graças a esse fenômeno que os fios elétricos não se desgastam jamais.
fio de cobre
carga carga
positiva movimentos dos elétrons negativa
O elétron de valência introduzido no condutor não atinge diretamente a outra extremidade. Considere que a sua
velocidade corresponde aproximadamente a de uma pessoa andando normalmente. Em contrapartida, a reação
é instantânea. Isso se explica pelo fato do deslocamento dos elétrons no interior de um condutor produzir uma
reação em cadeia, ou seja, logo que um elétron se introduz em uma extremidade de um condutor, um outro é
expulso na outra extremidade, simultaneamente. A figura 08 facilita a compreensão desse fenômeno. No bilhar,
quando se bate na primeira de uma série de bolas alinhadas a última reage quase que instantaneamente.
Em eletricidade a reação se dá a velocidade da luz, ou seja, 300.000 km/s. Por isso não surpreende que alguns
Eletrônica Embarcada
componentes eletrônicos funcionem realizando mais de dezenas de milhares de operações por segundo. Por
exemplo, um motor de oito cilindros girando a 2.000 rpm exige a produção de 132 faíscas por segundo para
funcionar normalmente.
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O tempo para produzir cada uma dessas faíscas é de apenas 7 ms. Consequentemente, mesmo se o
elétron levar certo tempo para percorrer um circuito, o efeito da eletricidade é praticamente instantâneo,
pouco importando o comprimento do fio.
Já se sabe que os elétrons (-) são repelidos por uma carga negativa (-) e atraídos por uma carga positiva (+).
Portanto, eles se afastam da carga negativa para se aproximarem da positiva. Essa direção de deslocamento
dos elétrons, do pólo negativo para o positivo se chama sentido real, também chamado sentido eletrônico. En-
tretanto, no setor automotivo todos os fabricantes utilizam o sentido chamado “convencional”. Esse sentido,
estabelecido a partir de antigas pesquisas, convenciona o deslocamento da eletricidade do pólo positivo para o
negativo. Ao longo desse guia, salvo em caso de indicação contrária, utilizaremos o sentido convencional.
Natureza da eletricidade
A experiência seguinte está entre aquelas que levaram os cientistas da época a deduzir que a eletricidade
circulava do borne positivo para o borne negativo. O material necessário para a experiência se resume
aos seguintes elementos: uma bateria de acumuladores, duas chapas de cobre (Cu) e um recipiente de
vidro cheio de uma solução de água e de sal de cozinha (NaCl). As duas placas são imersas na solução,
uma delas ligada ao borne negativo da bateria e a outra ao positivo.
A figura 09 mostra a formação de depósitos sobre a placa de cobre ligada ao borne negativo e uma
degradação da placa positiva. Os pesquisadores da época concluíram que a corrente circulava do borne
positivo para o negativo.
fonte elétrica
solução salina
sentido
convecional
É importante mencionar que uma reação química desequilibra eletricamente uma bateria de acu-
muladores completamente carregada. Consequentemente o borne positivo apresenta um acumulo
de íons + (mais prótons que elétrons), e o borne negativo um acumulo de íons negativos. Faltando,
portanto, apenas uma ponte, formada pela solução de água e sal, para iniciar a circulação das partículas
carregadas. Portanto, uma bateria descarregada é estável ou equilibrada.
A figura 10 mostra que os átomos de cobre que compõem a placa da esquerda devem ceder um
elétron para se transformar em íons +. O elétron livre se dirige para o borne positivo, que é
repelido pelo borne negativo e atraído pelo positivo da bateria.
átomo
tornando-se
íon neutro
Simultaneamente, ao ceder um elétron, o átomo passa a ser um íon + de cobre (Cu+), deixa a
placa da esquerda ligada ao borne positivo para ir buscar um elétron na placa da direita ligada
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ao borne negativo da bateria. Ao tocar a placa da direita o íon + de cobre (Cu+) apanha um
elétron do borne negativo da bateria e volta a ser um átomo neutro de cobre.
Os elétrons movimentam-se do borne negativo para o borne positivo da bateria. Esses elétrons saem da bateria,
pois são atraídos pelos íons + da placa de cobre onde falta um elétron. Os íons + vindos da placa da esquerda
tiveram de ceder um de seus elétrons que foi atraído pela carga positiva do borne positivo da bateria.
pontos-chave
A expressão “Órbita de valência” designa a órbita exterior do átomo;
Os elementos que possuem menos de quatro elétrons de valência são condutores. Elemen tos
que possuem quatro elétrons de valência são semicondutores; os elementos que possuem seis
ou mais elétrons de valência são isolantes;
O átomo é eletricamente neutro (ele possui o mesmo número de prótons e de elé-
trons);
A adição ou retirada de um elétron da órbita de valência desequilibra as cargas de um
átomo;
Os elétrons de certos elementos se desligam facilmente de seu átomo;
A condução iônica é a circulação de partículas carregadas (íons).
Nessa lição aprendemos o método para forçar um elétron de valência a mudar de átomo
em um condutor, também conhecemos o sentido da circulação da eletricidade. Agora
veja no CD-ROM a animação Natureza da eletricidade. Aproveite para testar seus co-
nhecimentos realizando os exercícios de fixação, confira os resultados no final.
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27
lição 03
Nas duas primeiras lições você aprendeu que a eletricidade existe em forma latente no interior de todos os
elementos e que basta encontrar uma maneira de deslocar os elétrons para torná-la dinâmica. Conhecemos
diversas maneiras de produzir eletricidade; algumas são mais utilizadas que outras e os fabricantes as adaptam
de acordo com as necessidades específicas. Os principais modos de produção de eletricidade são:
A eletricidade produzida por fricção é habitualmente designada pela expressão “eletricidade estática”. O atrito
arranca os elétrons de um corpo para transferi-los para outro, o que causa um desequilíbrio. A figura 11 mostra
que os elétrons arrancados do tapete são absorvidos pelo sapato, criando um desequilíbrio negativo. A eletricidade
permanece estática até o momento do reequilíbrio, que acontece quando a pessoa toca um objeto metálico.
28
A eletricidade estática não tem nenhuma aplicação útil no setor dos veículos, ela se revela como mais
um inconveniente a eliminar. Os fabricantes tentam eliminá-la para evitar que ela entrave o funciona-
mento de diversos elementos elétricos ou eletrônicos, ou mesmo os destrua. Em certas condições, a
tensão produzida pela eletricidade estática pode atingir 30.000 V. A título de exemplo, escorregar em um
banco coberto de tecido em um ambiente seco produz uma tensão dessa ordem. Essa razão justifica
a prevenção contra a eletricidade estática (figura 12). Devemos eliminar a eletricidade estática antes de
manipular os elementos eletrônicos de um veículo. Os fabricantes recomendam a utilização de brace-
letes antiestáticos durante a manipulação de elementos eletrônicos sensíveis.
A piezo eletricidade é um fenômeno elétrico produzido por certos cristais. Esses cristais, como o quartzo, a
turmalina ou o sal de Rochelle, possuem a propriedade de liberar elétrons quando submetidos a uma pressão.
cristal
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Calor (termoeletricidade)
A termoeletricidade é a energia elétrica produzida pela conversão direta de energia térmica (calor).
Um condutor elétrico emite elétrons quando levado a temperatura elevada. O nome “Termiônico”
identifica especificamente esse fenômeno. O termopar também produz pequenas quantidades
de eletricidade. Um termopar (figura 14) é constituído de dois fios de metais diferentes, cujas
extremidades são fortemente enroladas. A ação do calor na junção, cria um deslocamento de
elétrons. Conectando os dois fios a um galvanômetro (amperímetro muito preciso), é possível
observar a presença da eletricidade. Foi um sábio alemão, Thomas Seebeck que descobriu o
efeito termoelétrico em 1821.
galvanômetro
30
A montagem formada por duas placas de material translúcido leva habitualmente o nome de célula
fotoelétrica. Foi o físico alemão, Heinrich Hertz, que descobriu o fenômeno fotoelétrico em 1887.
mistura de selênio
ferro
material galvanômetro
translúcido
Magnetismo
A indução eletromagnética é o meio mais usual de produzir eletricidade. Ela permite a transmissão, sem con-
tato, de energia elétrica ou magnética, por meio de um condutor sob tensão ou de um imã. Os alternadores de
todos os veículos produzem eletricidade segundo esse princípio. Como mostra a figura 16 os elétrons circulam
no interior de um condutor, quando esse se desloca em um campo magnético. A direção do deslocamento do
condutor influi diretamente no movimento dos elétrons. A direção dos elétrons se inverte quando a ação do
condutor no campo magnético passa de um lado para outro cortando o campo. Um galvanômetro conectado
nas extremidades do condutor indicaria a presença de energia elétrica. A produção de eletricidade por magne-
tismo exige uma fonte de energia mecânica. A energia mecânica é utilizada para deslocar um campo magnético
em torno de um condutor fixo, ou o inverso, um condutor em um campo magnético fixo.
campo
magnético
circuito
fechado
Figura 16 Produção de eletricidade por magnetismo – condutor móvel em um campo magnético fixo (Ford)
31
Inversamente a situação anterior, a circulação de corrente elétrica em um condutor cria um campo
magnético em volta dele. Para amplificar a intensidade do magnetismo é necessário enrola o condutor
em espirais. O campo magnético de cada espiral se soma ao dos outros. Consequentemente, o aumento
da intensidade da corrente no interior do condutor amplia o campo magnético em torno do condutor,
e em toda a bobina. Como o magnetismo de um imã natural, o eletromagnetismo tem a propriedade
de atrair os metais ferrosos. Esse fenômeno é à base do funcionamento de uma grande gama de aces-
sórios elétricos, principalmente de aparelhos analógicos de medição e de relés.
Reação química
Uma bateria de acumuladores ou uma pilha seca não armazenam eletricidade. Produzem eletricidade
sob demanda através de reação química (figura 17). O que a bateria acumula é a energia potencial das
placas, constituídas de materiais diferentes e de um eletrólito.
As baterias de acumuladores utilizadas nos automóveis são compostas de um certo número de placas
positivas e negativas imersas em uma solução de água e de acido sulfúrico (eletrólito). Mais adiante
veremos qual reação química que acontece no interior de uma bateria de acumuladores.
Foi um italiano, Alessandro Volta, que desenvolveu a chamada pilha de Volta, em torno de 1800. Sua
descoberta, o efeito voltaico, é a conseqüência da transformação de energia química em eletricidade.
borne borne
placa negativa
placa positiva
Eletrônica Embarcada
32
TIPOS DE CORRENTE (NÍVEL ELETRÔNICO)
A corrente contínua resulta de um deslocamento de elétrons que se efetua sempre na mesma direção
e com a mesma tensão no interior do condutor. A bateria de acumuladores de um veículo, uma pilha
e uma célula fotoelétrica produzem corrente contínua (figura 18).
corrente contínua
Figura 18 Gráfico representando a corrente contínua produzida por uma bateria de acumuladores (Ford)
33
A eletricidade gerada por alternadores pertence a essa categoria de corrente. Os elétrons do condutor são
submetidos alternadamente ao campo magnético de uma polaridade e depois ao campo magnético de pola-
ridade contrária. As residências da América do Norte, por exemplo, são alimentadas por corrente alternada
de uma freqüência de 60 ciclos/segundo (60 Hz).
1 ciclo
Corrente alternada
Pontos-chave
A fricção, a pressão, o calor, a luz, a ação química ou o magnetismo podem arrancar elétrons
dos átomos;
Cargas da mesma natureza se repelem enquanto cargas de naturezas diferentes se atraem;
Os elementos condutores mais empregados são: o cobre, o ferro e o alumínio;
A presença de carga positiva em uma extremidade de um condutor, e a presença de carga
negativa na outra extremidade provocam o deslocamento de elétrons ao longo de todo o fio.
Eletrônica Embarcada
34
Com essa terceira lição concluímos o estudo da nossa primeira aula de Eletroeletrônica
Veicular, veja no seu CD-ROM a animação sobre Corrente alternada e faça os exercícios
de aprendizagem sobre essa lição.
Se você ainda não viu o seu CD-ROM, aproveite agora para olhar as animações dessa
primeira aula (Condutores e Isolantes, Natureza da eletricidade e Corrente alternada)
e, se desejar, faça os exercícios, eles o ajudarão na aprendizagem e serão o seu auxílio
para preencher o questionário que deverá ser entregue na primeira aula prática.
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35
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Eletrônica Embarcada
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36
LEI DE OHM
Como para todas as outras formas de energia, a utilização prática exige a existência de unidade de
medida. Sem unidades de medida é impossível saber se um aparelho é concebido para funcionar na
tensão da fonte ou se o seu consumo corresponde às especificações. A título de exemplo, é impen-
sável a compra de pilhas para um CD PLAYER portátil sem conhecer a sua tensão.
A compreensão dessas noções se da mais facilmente se pudermos constatar suas interações concretamente.
A interação somente é possível se a eletricidade puder circular em um circuito simples. Nessa aula estuda-
remos em duas lições as unidades de medida, começando pela apresentação de um circuito simples.
AULA 02
37
lição 04
A circulação da eletricidade somente se produz em um percurso formado pela reunião dos seguintes
elementos: uma fonte de eletricidade, um dispositivo de proteção, um interruptor, uma resistência e um
condutor. Na figura 20 podemos ver que um dos circuitos não possui condutor aparente para completar
o percurso. Na automotiva, os componentes metálicos do chassi ou da carroceria são seguidamente
utilizados como condutores. Essa prática simplifica os circuitos.
Como mostra a figura 20 a polaridade é diferente em cada extremidade dos componentes do circuito. A extremidade
do componente mais próxima do borne positivo (+) da fonte é positiva, e a mais próxima do borne negativo (-)
da fonte é negativa. Todos os elementos do circuito serão apresentados detalhadamente na aula cinco.
A eletricidade é apenas um deslocamento de certo número de elétrons, devido a uma diferença entre as
cargas nas extremidades de um fio. Para facilitar a compreensão do fenômeno da eletricidade, podemos
estabelecer uma analogia com um sistema hidráulico. Em um circuito hidráulico falamos de vazão em
l\min, de pressão em kPa, e de resistência ao escoamento do fluido. Esses três parâmetros existem também
em eletricidade. Evidentemente eles se reportam ao movimento de elétrons e não ao de gotas de fluido. A
palavra “intensidade” corresponde à vazão e não se mede em litros/minuto e sim em elétrons/segundo.
massa
38
INTENSIDADE
fio de cobre
1 ampère
A intensidade será sempre expressa em ampères ao longo desse guia. Embora não seja acon-
selhado, o termo “amperagem” também serve para designar a intensidade da corrente em um
circuito. A letra I é o símbolo utilizado para representar a intensidade expressa em ampères.
Um físico e matemático francês chamado André-Marie Ampère, que viveu de 1775 a 1838, deu
seu nome a essa unidade de medida.
Amperímetro
A intensidade da corrente em um condutor se mede com a ajuda de um aparelho chamado amperímetro. Por
analogia a um sistema hidráulico, podemos comparar o papel de um amperímetro ao de um hidrômetro. Aula 02- Lei de Ohm
39
A figura 22 mostra que um hidrômetro se monta de maneira a permitir que a totalidade do fluido
passe pelo instrumento. A ligação de um hidrômetro exige, portanto, uma ruptura preliminar no
circuito para a inserção do aparelho.
hidrômero
Considerando que a intensidade corresponde à totalidade dos elétrons circulando em um condutor, o am-
perímetro se monta obrigatoriamente de maneira a forçar todos os elétrons a passar por ele. (figura 23). No
vocabulário da eletricidade esse tipo de ligação é chamada ligação em série. A lógica mostra que, montado
dessa maneira, o amperímetro deve oferecer, em principio, uma resistência nula a passagem da corrente. De
outra maneira, o aumento da resistência prejudicaria os resultados ao reduzir o fluxo de elétrons.
proteção interruptor
fonte
resistência
condutor
Intensidade elétrica
40
Tensão
Sabemos que os elétrons estão presentes em todas as matérias e que basta dispor de um meio de deslocá-los
para produzir eletricidade. Esse meio é a criação de uma diferença entre as cargas aplicadas às extremidades
de um circuito. A diferença entre as cargas, também chamadas: tensão, força eletromotriz ou diferença de
potencial, se exprime sempre em volts (V). O termo “voltagem”, se bem que desaconselhado, serve também
para designar a tensão elétrica. A tensão corresponde à energia potencial, ou seja, a capacidade de fornecer um
trabalho. A título de exemplo: a água acumulada nos reservatórios representados na figura 24 possui o potencial
para movimentar uma turbina, mesmo os registros encontrando-se fechados.
turbina
Uma bateria de acumuladores pode ter um potencial de 12 V entre seus dois bornes, sem que nenhum apare-
lho esteja conectado. Como a água acumulada no reservatório possui o potencial para movimentar a turbina
mesmo se o registro estiver fechado. A bateria possui o potencial para acionar o motor de arranque quando
houver fechamento do contato. Portanto, é possível haver uma tensão sem intensidade enquanto o inverso é
impossível. Consequentemente existe uma tensão elétrica entre dois pontos, cada vez que uma carga positiva se
aplica em um desses pontos, uma carga negativa é aplicada ao outro. Quanto maior for o número de elétrons
no pólo negativo e menor no pólo positivo, maior é a tensão.
A unidade de medida usada para expressar o valor da força eletromotriz (V) é o volt, cujo símbolo é V.
A palavra volt vem do sobrenome de um eminente físico italiano, Alessandro Volta (de quem já falamos
Aula 02- Lei de Ohm
anteriormente). Ele viveu de 1745 a 1827 e foi um dos pioneiros da pesquisa em eletricidade.
41
Voltímetro
O aparelho concebido para medir a tensão é o voltímetro. O resultado mostrado por um voltímetro corresponde
sempre a uma diferença de potencial. Ou seja, se ele indicar 12 V, significa que uma agulha percebe uma tensão de
12 V e a outra uma tensão de 0 V, ou qualquer outra diferença de 12 V, como uma tensão de 24 V em uma agulha
e 12 V na outra. A figura 25 representa a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito hidráulico.
turbina
Como em um circuito hidráulico, a medida de diferença de potencial não exige a contagem de todos os
elétrons. É suficiente que as pontas de prova do voltímetro meçam a tensão em dois pontos do circuito
para que o aparelho mostre a diferença. No vocabulário da eletricidade esse tipo de ligação é chamado
de: em paralelo (figura 26). Contrariamente ao amperímetro, a resistência interna do voltímetro deve ser
bastante elevada para evitar desvios de corrente pelo aparelho, o que prejudicaria o valor da leitura.
proteção interruptor
fonte
condutor
Eletrônica Embarcada
Tensão elétrica
42
Pontos-chave
Como sugestão de estudo veja as animações no CD-ROM referente a lição 04: Inten-
sidade elétrica e Tensão Elétrica e aproveite para realizar os exercícios de fixação.
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Aula 02- Lei de Ohm
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43
lição 05
RESISTÊNCIA
Até agora o valor da oposição ao deslocamento dos elétrons em um condutor era avaliado em termos de baixa
resistência ou elevada resistência, sem estabelecer com precisão o valor dessa resistência. A resistência se defi-
ne como a propriedade da matéria de se opor ao deslocamento dos elétrons. Novamente a analogia com um
circuito hidráulico facilita a compreensão da resistência elétrica. Imagine, por exemplo, a resistência oferecida
pelo rotor da turbina representada na figura 27. A oposição oferecida pelas pás da turbina à passagem da água
se transforma em trabalho útil. Essa resistência útil se compara àquela oferecida pelo motor do ventilador de
um aquecedor. A resistência contribui diretamente para dosar o volume de água que atravessa a turbina e a
intensidade da corrente no motor elétrico. O volume de água será reduzido proporcionalmente à resistência
oferecida à rotação da turbina. Como em eletricidade, o escoamento da água sem resistência não resulta em
nenhum trabalho útil.
depósito
resistência útil resistência parasita
Além da resistência útil existe a resistência indesejada, também chamada resistência parasita. Como seu nome indica,
essa resistência é um inconveniente a ser eliminado para garantir o bom funcionamento do circuito. Ela se compara
aos depósitos que se acumulam em um ponto do tubo de alimentação da turbina mostrada na figura 27, devido
à corrosão. O volume de água que chega a turbina seria insuficiente para que ela pudesse atingir o rendimento
Eletrônica Embarcada
máximo esperado. Em um circuito elétrico, as conexões ocasionam seguidamente uma resistência indesejada.
A unidade de medida da resistência é o Ohm, e seu símbolo é a letra grega Omega (Ω). Definimos o Ohm como
sendo a resistência que permite a passagem de uma corrente de um ampère sob uma tensão de um volt.
44
George Ohm, um físico alemão que viveu no fim do século XVIII ao começo do século XIX (1787-1854) deu
seu nome à unidade de medida da resistência (ohm).
a natureza da matéria. Por exemplo, o cobre (Cu) é melhor condutor que o silício (Si);
a quantidade de matéria. Quanto mais grosso é o fio mais ele pode liberar elétrons;
a temperatura da matéria. Quanto mais calor liberar a matéria menos ela é condutora. Por exemplo, o
filamento de um farol deixa passar mais corrente no acendimento que no funcionamento continuo.
Ohmímetro
O aparelho utilizado para medir a resistência é o ohmímetro. Contrariamente aos dois aparelhos precedentes,
o ohmímetro somente se liga a um circuito não alimentado. Seu princípio de funcionamento é simples. O
aparelho possui sua própria fonte de eletricidade e força, a sua circulação é realizada entre dois pontos ligados
às pontas de prova. A intensidade medida é convertida em um valor expresso em ohms. Evidentemente a
precisão dos resultados depende da estabilidade da fonte de corrente. Por essa razão alguns ohmímetros pos-
suem um botão de regulagem a zero, permitindo compensar as variações de tensão da fonte. O ohmímetro
se conecta nas extremidades do condutor do qual se deseja conhecer a resistência interna (figura 28)
proteção
interruptor aberto
fonte
condutor
Aula 02- Lei de Ohm
Resistência elétrica
45
LEI DE OHM
Após a apresentação distinta das unidades de medida que são o ampère, o volt e o ohm, você notará
sem dúvida que existe uma relação estreita entre cada um dos parâmetros que elas representam. Assim
que uma corrente elétrica circula em um circuito, a mudança de um parâmetro influencia diretamente no
valor dos outros dois; os três parâmetros são, portanto, interdependentes. Foi o físico alemão, Georges
Ohm que descobriu essa relação em 1828 (figura 29), ele a exprimiu da seguinte maneira:
resistência (R)
intensidade (I)
tensão (V)
tensão (V)
intensidade (I)
resistência (R)
I = V
R
A partir dessa fórmula é sempre possível calcular um fator quando se conhece os outros dois. Basta
Eletrônica Embarcada
V
V=IxReR=
I
46
A figura 30 mostra um método mnemotécnico para determinar o valor de um dos parâmetros quando co-
nhecemos os outros dois. Para descobrir a fórmula do elemento que falta da lei de Ohm, basta colocar
o indicador sobre a unidade desejada.
V = Volts (V)
I = Ampères (A)
R = Ohms
R= V V=IxR I= V
I R
Figura 30 Representação mnemotécnica da lei de ohm (Ford)
O inverso também é verdade: em uma baixa tensão pode ter correntes elevadas quando a resistência
do circuito é baixa. O motor de arranque de um veículo é um exemplo dessa situação. Em certas
situações ele exige uma corrente superior a 400 A para uma tensão de 12 V. Sua resistência, portanto
é R = V/I, seja 12 V/400 A = 0.032 Ω.
Seguindo esse raciocínio é fácil deduzir que uma resistência infinitamente baixa, logo muito próxima
de 0 Ω, provocará a circulação de uma corrente elétrica infinitamente grande. Imagine uma resistência
de 0,001 Ω submetida a uma tensão de 12 V. A corrente nessa resistência será de: I = V/R, seja, 12
V/0,001 Ω = 12.000 A. Porém, essa progressão tem limites. Por essa razão se fala de curto-circuito
quando a resistência é muito baixa (tornando-se insignificante) e a corrente fora de controle.
Os exemplos precedentes demonstram bem a importância de conhecer a lei de Ohm. Sem esses
conhecimentos, os resultados dados pelos diversos instrumentos não têm nenhuma utilidade.
Aula 02- Lei de Ohm
47
Reportando-se à lei de Ohm podemos determinar que o problema venha de uma resistência muito
elevada devido à presença de uma resistência parasita alojada entre a fonte e o farol (figura 31).
proteção
interruptor
fechado
fonte
farol
condutor
Mesmo a lei de Ohm sendo simples, seu conhecimento é um pré-requisito essencial para a com-
preensão dos circuitos eletrônicos, do mais elementar ao mais complexo. Ela permite a previsão
das reações de um dos parâmetros quando os outros dois variam (figura 32) e a elaboração de
diagnósticos corretos.
48
POTÊNCIA
P=VxI
O nome “watt” vem do físico inglês James Watt (1736 - 1819). Um kilowatt (kW) corresponde a 1000
watts, ou seja, um 1 kW. O kilowatt serve principalmente de unidade de medida da potência desenvol-
vida por um motor de consumo moderado.
49
Watts e HP
No Sistema Internacional de unidades (SI), se exprime a potência dos motores a combustão em watts
(W). Alguns fabricantes de veículos americanos utilizam ainda o horse-power (HP) como unidade de me-
dida de potência de seus motores. As especificações de um motor mencionam, por exemplo, que sua
potência é de 100 HP. A conversão de uma unidade à outra se efetua facilmente, pois um horse-power
(HP) corresponde a 746 watts.
1HP = 746 W
1 kW (1000 W) = 1.34 HP
Lei de ohm
Pontos-chave
Muito bem, concluímos o estudo da nossa segunda aula e fechamos a nossa primeira semana de
estudo. Seria interessante você assistir no seu CD-ROM as animações da lição 05: Resistência
Elétrica e Lei de Ohm e já aproveite para realizar os exercícios.Nessa aula tivemos quatro
animações que são: Intensidade Elétrica, Tensão Elétrica, Resistência Elétrica e Lei de Ohm.
Caso você não tenha visto nenhuma animação reserve um tempo agora para você vê-las.
Qualquer dúvida entre em contato com a monitoria.
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Eletrônica Embarcada
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50
APARELHOS DE MEDIÇÃO E PARÂMETROS ELÉTRICOS
Na aula anterior, você adquiriu conhecimentos gerais sobre eletricidade e unidades de medida utiliza-
das. Aprendeu também a função de cada aparelho de medição e descobriu os motivos que justificam
suas formas de ligações. Essa aula está dividida em três lições e compreende um aprofundamento nas
noções de medição estudando o funcionamento e a manipulação dos aparelhos analógicos e digitais de
medição. O estudo de utilização desses instrumentos se efetuará nos circuitos funcionais.
Nessa aula, você aprenderá o funcionamento e a ligação dos aparelhos de medição analógicos
e conseguirá realizar a interpretação dos resultados.
AULA 03
51
lição 06
analógico
digital
Ainda que em desuso, a utilização dos aparelhos analógicos de medição vem a ser a base de
aprendizado da eletricidade. As medidas obtidas, assim como as técnicas de ligação são idênti-
cas à quelas dos aparelhos digitais. Além disso, o funcionamento interno desses instrumentos
facilita a compreensão dos motivos que justificam as diferentes ligações.
O funcionamento de todos os aparelhos de medição analógicos com corrente contínua diz respeito sobre
a reação entre campos magnéticos. Como você já sabe, a figura 35 da página 53 mostra que pólos iguais
Eletrônica Embarcada
52
O movimento controlado da agulha resulta essencialmente da reação entre um campo magnético constante
e imóvel como também um outro, móvel e variável.
ímã permanente
ímã e eixo permanente campo magnético
contante e permanente
Figura 35 Movimentos causados pela reação entre campos magnéticos (General Motors)
Na realidade, no interior dos aparelhos, há um imã em forma de ferradura que cria o campo magnético
constante e imóvel (figura 36). O campo magnético variável e móvel vem da circulação da corrente no
interior de uma bobina. A bobina móvel, chamada quadro, é constituída de várias voltas de um fio muito
fino ao redor de um tambor. Fios flexíveis ligam a bobina móvel ao circuito interno dos aparelhos. A
importância da corrente na bobina se dá pelo fato de que ela determina diretamente a intensidade do
campo magnético e, por conseqüência, a posição da agulha no mostrador graduado. A título de exem-
plo, se o campo magnético produzido por uma corrente de 0,001A faz a agulha deslocar até o máximo
da escala, teoricamente, uma corrente de 0,0005A colocará a agulha no centro da escala. Na prática, a
corrente necessária para o deslocamento da bobina é habitualmente inferior a 50μA (1 microampère
(μA) que é igual a 1 ampère (A)/ 1000000).
escala graduada
A intensidade de corrente requerida para fazer a agulha deslocar até o limite superior da escala é um critério
importante de avaliação dos instrumentos analógicos. Essa informação encontra-se na ficha descritiva
53
dos aparelhos. Ela é apresentada, por exemplo, na seguinte forma: 18 μA agulha no limite da escala. Um
outro elemento que caracteriza os aparelhos analógicos é a impedância. Expressa em Ohm por Volts (Ω/
V), a impedância dos aparelhos analógicos corresponde ao valor da corrente desviada pelo aparelho para
assegurar seu próprio funcionamento. Exemplificando: um instrumento de uma impedância de 50000
Ω/V (I = V/R → 1/50000 = 0,000 02 A) consome menos corrente que um instrumento de 25000 Ω/V
(I = V/R → 1/25000 = 0,000 04 A). Um instrumento com baixa impedância necessita, então, de uma
corrente relativamente elevada do circuito testado para deslocar sua agulha, comparativamente com um
instrumento com forte impedância.
O conjunto composto de um imã permanente de um quadro móvel e de uma mola em espiral possui o
nome de movimento de Arsonval (figura 37). A posição da agulha e a precisão dos resultados dependem
inteiramente da reação entre os campos magnéticos e a oposição oferecida pela mola. Aparelhos de
qualidade possuem massas de equilíbrio e o quadro gira sobre bases antifricção, quase sempre chamadas
“pedras rubis” idêntico ao movimento dos relógios.
escala graduada
agulha
impulso esquerdo impulso direito da
da agulha agulha
imã permanente
parafuso de regulagem
do ponto zero da gulha
mola
bobina móvel de
núcleo equilíbrio
massos
Além de se opor ao campo magnético, à mola traz a agulha contra seu batente quando desconectada das
Eletrônica Embarcada
pontas de prova de teste. Com o uso, a tensão da mola pode mudar, os aparelhos possuem normalmente um
parafuso de regulagem no zero da agulha. Como mostra a figura 37, o parafuso de regulagem age diretamente
em uma extremidade da mola, sua rotação permite situar a agulha no zero quando o aparelho está inativo.
54
A direção da corrente na bobina deve respeitar a polaridade prevista, pois a inversão do campo
magnético muda a direção do quadro. A agulha se apóia com força contra seu batente, o que pode
enganar o aparelho. A fim de evitar tais erros, os fabricantes identificam as pontas de prova de teste
com cores convencionais: preto para a ponta de prova negativa, branco ou vermelho para a ponta
de prova positiva. Esse tipo de aparelho é feito somente para medir correntes contínuas (c.c.). Uma
corrente alternada faz desviar a agulha para o alto da escala durante um semiciclo, e para baixo da
escala durante o semiciclo seguinte, a agulha vibra sem indicar valores significativos.
Além dos erros de interpretação, outros fatores devidos tanto à qualidade como a manipulação, influenciam
em vários graus a precisão dos resultados. A variação da resistência da bobina do movimento é um exemplo
de fator que aumenta a imprecisão das indicações dos aparelhos. Indicamos normalmente a precisão de
um aparelho em porcentagem do valor máximo da leitura. Um aparelho de qualidade, habitualmente tem
uma taxa de erro na ordem de 2 a 3% para uma medida obtida no terço da escala, essa taxa passa de 5 a
10% em um aparelho de qualidade inferior. Em certos casos, tal margem de erro é intolerável.
Como exemplo, eis os resultados obtidos de um aparelho 0-10 A possuindo uma precisão de 3 % no
deslocamento máximo da agulha, também chamado de plena escala de 10 A ± 0,3 A, sendo 9,7 A
ou 10,3 A. Quando o resultado for 1 A, o valor exato pode ser de 1,3 A ou 0,7 A, o que representa
um erro de 30%, pois a precisão das leituras efetuadas na zona inferior da escala é baixa.
Outros fatores influenciam na precisão dos aparelhos. Eles são normalizados e seu tamanho permite
julgar a qualidade dos mesmos. Esses fatores são os seguintes:
a posição do aparelho durante sua manipulação, apresenta o risco de influenciar a deflexão (desvio)
da agulha. Para atender as especificações, certos aparelhos devem ser posicionados verticalmente, e
outros horizontalmente.
55
O estudo do principio de funcionamento dos aparelhos analógicos de medição demonstrou que a agulha
reage com a mudança de intensidade da corrente. Todavia, após modificações simples no circuito interno do
aparelho, o movimento de Arsonval serve para medir a intensidade (corrente) em ampères, tensão em volts ou
a resistência em Ohms.
PONTOS-CHAVE
Hoje, na lição 06, estudamos o funcionamento elementar dos aparelhos de medição analógicos.
Para ajudar no seu aprendizado consulte no seu CD-ROM a animação Princípio de funcionamento
dos aparelhos analógicos de medição e faça os exercícios relacionados a essa lição.
Eletrônica Embarcada
56
lição 07
AMPERÍMETRO ANALÓGICO
O amperímetro serve para medir a intensidade total da corrente do circuito ao qual ele está ligado.
A unidade de medida de base é o Ampère. Para facilitar a leitura de valores altos ou baixos, certos
aparelhos possuem escalas graduadas em múltiplos e em submúltiplos desta unidade (figura 38).
Unidade A Ampère
x 1000 kA Kiloampère
÷ 1000 mA Miliampère
÷ 1000 000 μA Microampère
Construção
shunt
fio conectado a uma fio conectado a uma
ponta de verificação ponta de verificação
Um amperímetro de qualidade com várias escalas pode medir até miliampères (mA). A figura 2.9
mostra o esquema de ligação interna de um amperímetro com seis escalas. Você pode ver que
um seletor de escala permite dirigir a corrente em direção a um shunt cujo valor é determinado
em função da escala de leitura escolhida. Quanto maior a escala do amperímetro, mais fraca será
a resistência do shunt. Lembre-se que a corrente na bobina do quadro deve continuar a mesma,
independente da escala. A figura 40 mostra que para valores inferiores a 1mA, a totalidade da
corrente passa pela bobina móvel, pois ela suporta essa intensidade.
ponta de
prova (+)
seletor de escala
resistências de
derivação shunts
ponta de
prova (-)
58
Ligação do amperímetro
Como a totalidade da corrente do circuito deve passar pelo aparelho, o amperímetro se conecta
sempre em série. A conexão do amperímetro em série implica no desligamento de no mínimo
um fio do circuito. A ruptura produzida pelo desligamento cria dois pontos nos quais se ligam
as pontas de prova de teste. Um amperímetro ligado em paralelo seria instantaneamente des-
truído, além de provavelmente queimar uma parte do circuito. A figura 41 mostra a maneira de
ligar um amperímetro no circuito a ser analisado.
Lembre-se que um amperímetro possui uma resistência interna muito fraca e que
em hipótese alguma devemos ligá-lo ao pólo positivo de um lado e a massa de outro,
pois isso equivale a um CURTO CIRCUITO.
59
VOLTÍMETRO ANALÓGICO
O voltímetro serve para medir a diferença de potencial, ou diferença de tensão, entre dois pontos
de um circuito. O valor indicado pela agulha não é uma quantidade, mas sim a diferença entre dois
potenciais. Como mostra a figura 42, com objetivo de facilitar a leitura de tensões baixas ou altas, certos
voltímetros possuem escalas graduadas em submúltiplos e múltiplos de unidade.
Unidade V Volt
x 1000 kV Kilovolt
x 1000 000 MV Megavolt
÷ 1000 mV Millivolt
÷ 1000 000 μV Microvolt
Construção
seletor de
escala
60
Como no amperímetro, quando a corrente na bobina atinge valores específicos, próprios de cada apare-
lho, a agulha apóia-se contra o batente superior. Ora, a interpretação precisa de um aparelho analógico
exige que os valores medidos correspondam aos valores deslocados perceptíveis da agulha. Para eliminar
a necessidade de recorrer a três voltímetros (0-5V, 0-10V, 0-15V) e medir com precisão tensões entre 0-
15V, esses aparelhos possuem várias escalas.
Pela lei de Ohm, a intensidade aumenta proporcionalmente à tensão. Conseqüentemente, se o valor máximo
da escala for de 5V e que a tensão passa com 10V, a agulha apoiará contra seu batente. Devemos então achar
um jeito de reduzir esta corrente para medir tensões em uma escala estendida com um nível de precisão
válido. Como mostra à figura 45 da página 62, a solução consiste em inserir resistências cujo valor limite a
intensidade a uma amplitude controlada da agulha. O seletor de escalas direciona a corrente para um resistor
que permita uma deflexão suficiente da agulha para facilitar a interpretação do resultado.
Ligação de um Voltímetro
O voltímetro liga-se diretamente ao circuito, sem precisar desligar um condutor. No ramo de eletricidade,
esse tipo de ligação é chamado de ligação em paralelo. O voltímetro sempre indica a diferença de potencial
61
entre sua ponta de prova positiva (+) e sua ponta de prova negativa (-). A figura 46 mostra que a medida
de 12 V mostrada pelo voltímetro nº.1 corresponde à diferença entre a tensão da fonte, 12 V, e a tensão
da massa, 0 V. O voltímetro nº.2 indica 6V, pois a tensão no terminal de entrada da primeira lâmpada é
de 12 V, enquanto que a tensão no terminal de saída é de 6 V, então 12 V – 6 V = 6 V.
O voltímetro mede o que é perdido, portanto medimos a queda de tensão em um circuito. Lembre-se que os
elétrons não desaparecem do condutor, apenas a força que os desloca se esgota ou diminui. A tensão é, então, a
única coisa que se perde em um circuito. Fazendo analogia com a hidráulica, após o preenchimento de uma cal-
deira de água, a pressão que empurrou o líquido do reservatório para a caldeira é perdida, mas não o líquido.
voltímetro nº2
6V
voltímetro nº1
12V
OHMÍMETRO ANALÓGICO
O Ohmímetro serve para medir com precisão a resistência de um elemento qualquer. Como
mostra a figura 46, com objetivo de facilitar a leitura de valores importantes, certos aparelhos
possuem escalas graduadas em múltiplos da unidade.
Unidade Ω Ohm
x 1000 kΩ Kilohm
Eletrônica Embarcada
62
Construção
ohms ohms
resistência
interruptor de a variável interruptor de a
zero fechado zero aberto
Funcionamento
63
A resistência dos componentes elétricos e eletrônicos varia de uma fração de ohm a vários
milhões de ohms (megaohm). Com objetivo de obter medições precisas, a maioria dos ohmímetros
modernos possuem várias escalas de verificação, dos valores mais elevados até os mais baixos. A mudança
efetua-se por um seletor de escalas. Como mostra a figura 48, cada uma das posições do seletor conecta,
em paralelo , uma resistência de valor diferente daquela a ser medida. Quando o valor da resistência a ser
medida é elevado, o da resistência interna é baixo. Desta maneira, a intensidade da corrente na bobina do
movimento permanece entre os limites previstos para esta medição.
setor de escala
ponta de prova positiva
(branca ou vermelha)
resistência a medir
pontas de prova
Eletrônica Embarcada
(regulado a zero)
fio de vela
64
Ligação do Ohmímetro
AMPERÍMETRO DE INDUÇÃO
O funcionamento desse tipo de amperímetro (figura 50) se dá pela indução magnética. Você sabe que
o deslocamento de um condutor em um campo magnético gera uma corrente nesse condutor. O fe-
nômeno inverso também existe, a circulação de corrente em um condutor cria um campo magnético
ao redor do mesmo. O tamanho do campo magnético é diretamente ligado à intensidade da corrente
no condutor. Os amperímetros de indução possuem uma pinça amperimétrica, também chamada de
pinça de indução, que envolve o fio do circuito a ser controlado. O sinal obtido pela pinça é tratado
pelo circuito interno do aparelho e transmitido por um visor analógico (figura 51 da página 66). Se a
pinça é submetida a choques, o elemento sensível, ou seja, o circuito eletrônico miniaturizado, corre
grande risco de se deteriorar. Essa pinça possui normalmente uma referência que serve para orientar
segundo o sentido convencional da corrente. Para maior precisão, devemos nos assegurar que a pinça
envolva somente o fio do qual desejamos conhecer a intensidade.
pinça amperimétrica
(pinça de indução)
cabos de alimentação
Além da pinça amperimétrica, esses amperímetros possuem dois fios encarregados de alimentar o circuito do
aparelho. Esses aparelhos normalmente possuem um botão de regulagem a zero, que serve para posicionar
corretamente a agulha considerando o afastamento entre as fontes de alimentação. A regulagem deve ser feita
65
toda vez que o cabo de alimentação for desconectado. Como mostra a figura 51, as graduações do visor são
feitas nas duas direções. Essa disposição oferece, principalmente, a vantagem de mostrar suces-
pinça amperimétrica
A figura 52 mostra um amperímetro de indução simplificado, basta posicionar sua barra de apoio em um
fio que possua corrente para que ele indique a intensidade. O campo magnético ao redor do condutor
age diretamente na agulha. Este se desloca nos dois sentidos, o que simplifica a utilização do aparelho
eliminando a necessidade de prever a polaridade.
barra de apoio
Eletrônica Embarcada
66
Mesmo que a precisão deste aparelho seja limitada, ele continua sendo muito útil para diagnosticar
rapidamente problemas nos sistemas de partida ou de bateria. A precisão é bastante reduzida se
ele estiver próximo de um conjunto que gere magnetismo, como um alternador.
MULTÍMETRO ANALÓGICO
O multímetro é, então, um instrumento com funções múltiplas que serve para medir tensões,
intensidades e resistências. Um único movimento mostra o valor dos três parâmetros através
da mudança de escala (figura 54 da página 68). As resistências em série para medir as tensões,
os shunts para a medição de intensidade e a pilha para medição da resistência, são colocados em
67
funcionamento por um seletor de funcionamento rotativo ou terminais de encaixe situados na
face do instrumento.
escala em ohms
escala em ohms
A grande possibilidade de escolha da escala oferecida por um multímetro permite situar a agulha
indicadora na parte superior do visor, obtendo uma maior precisão. A título de exemplo, a tensão
de uma bateria de veículo de 12V pode ser lida em qualquer escala entre 15 e 150V. A escala a ser
utilizada neste caso é a de 25V, pois ela fornecerá um resultado a meia escala aproximadamente.
Do mesmo modo que para medir uma tensão de 120V, escolheremos a escala de 150V.
Certos multímetros inferiores não possuem o seletor de escalas. A seleção da escala efetua-se
pela escolha de bornes de encaixe (tipo tomada) correspondente aos valores a serem medidos.
Normalmente, um borne comum (COM) serve para conexão da ponta de provas negativa (-), os
outros são identificados pelas funções e pelas escalas correspondentes. Essa particularidade não
muda em nada o funcionamento e a manipulação do multímetro.
A manipulação dos multímetros exige uma grande atenção. A escolha da função errada (amperímetro
– voltímetro – ohmímetro) ou de uma escala errada pode alterar os resultados, e até mesmo danificar
Eletrônica Embarcada
o aparelho. O sinal de entrada negativo (ponta de prova preta) é normalmente ligado a uma tomada de
encaixe comum (COM). O sinal de entrada positivo provém de uma tomada com as abreviações V-Ω-mA
ou o sinal +. O fio ligado à ponta de prova positiva (+) é normalmente de cor vermelha ou branca.
68
Em vários casos, a medição de intensidades ou tensões elevadas efetua-se entre o borne comum (COM)
e os encaixes reservados especificamente para esses fins. Esses encaixes são necessários, pois o seletor
de escalas não tem a capacidade para suportar correntes dessa ordem. A escolha da escala efetua-se
começando pela mais elevada, uma vez o valor mostrado, devemos selecionar a escala inferior até que
a agulha se movimente para a parte superior da escala, sem exceder o seu final de curso.
Aplicado aos sistemas elétricos, o verbo “diagnosticar” designa um método sistemático de localização
das prováveis causas. A identificação da origem de um problema elétrico exige a inspeção de tensões,
de intensidades e de resistências. Dependendo dos resultados obtidos, normalmente é possível deduzir
que, logicamente, o problema situa-se em tal lugar e que é devido a uma ou tal causa.
Pontos-Chave
69
Nessa lição vimos uma apresentação geral dos aparelhos de medição analógico, no CD-ROM têm
duas animações referentes à lição 07: Funcionamento do amperímetro por indução e Funcionamentos
dos aparelhos analógicos, elas irão ajudá-lo a entender as particularidades de cada aparelho. E
aproveite para testar seus conhecimentos fazendo os exercícios propostos para essa lição.
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Eletrônica Embarcada
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70
lição 08
Como os aparelhos analógicos, os aparelhos digitais medem tensões, intensidades, e resistências. Nesta lição,
você conhecerá e aprenderá a manipular os aparelhos digitais.
O voltímetro foi o primeiro aparelho de medida com indicação digital lançado no mercado. Seu funciona-
mento se baseia em circuitos eletrônicos, o que na verdade é uma invenção relativamente recente.
O principio básico do voltímetro digital consiste na comparação entre a tensão medida e a tensão de referência
própria do instrumento. O resultado é tratado pelo circuito interno do aparelho e indicado por um mostrador
digital. A utilização dos circuitos eletrônicos, necessários nesse processo, permite conceber aparelhos em
que a precisão corresponde a 99,5% do valor indicado. O aumento do número de mostradores, e também
a complexidade interna dos instrumentos, permitem obter uma precisão e uma definição mais elevada.
Os fabricantes não recorrem todos a mesma técnica, porém a mais utilizada é a do conversor analógico-digital
com uma ou duas rampas. Veremos mais adiante a contribuição do conversor com mostradores digitais. A
figura 55 mostra o esquema do princípio de um voltímetro digital típico com tensão contínua. É o modelo
seletor de
escala
conversor analógico-
numérico
amplificador
71
MULTÍMETRO DIGITAL
Obtenha um multímetro digital antes de começar a leitura das páginas a seguir. Você poderá seguir
mais facilmente a descrição e identificar diretamente os elementos mencionados no texto.
Apesar de um grande número de fabricantes possuírem uma grande gama de aparelhos, os multímetros
digitais possuem muitos elementos em comum. Os principais são os mostradores, o conversor analó-
gico-digital e o circuito interno. A sigla DVOM (digital voltmeter-ohmmeter-milliammeter) ou DMM
(digital multimeter) serve várias vezes para designar o multímetro digital.
fixação gráfica
Existem vários tipos de mostradores. Os mais normais são com diodos eletroluminescentes (LED) e
com cristais líquidos (LCD). Existe também um sistema de mostrador florescente a vácuo. Cada sistema
de mostrador oferece vantagens e desvantagens. A título de exemplo, os cristais líquidos consomem
pouca energia, mas a leitura é difícil de ser feita quando a intensidade luminosa é reduzida.
72
Um mostrador 3 ½ possui três dígitos podendo obter todos os valores de 0 a 9, o “meio” tem somente dois
estados, 1 ou invisível. O limite de um mostrador 3 ½ é de 1999, enquanto que um mostrador 4 ½ é de 19
999 (figura 57). Como conseqüência, quanto mais dígitos tiver um mostrador, maior será sua resolução.
A resolução de um aparelho designa o menor valor que o aparelho pode indicar, e por conse-
qüência, medir. O limite de um mostrador 3 ½ é de 0, 001, enquanto que o de um mostrador 4
½ é de 0,0001. O conhecimento da resolução permite, então, determinar se o mostrador pode,
por exemplo, marcar uma medida tão baixa quanto 1 μV. A título de exemplo, uma régua gra-
A altura dos números é um outro critério de diferenciação. Ela é de 2,5mm em aparelhos com-
pactos e pode atingir até 25mm em certos modelos.
73
CONVERSOR ANALÓGICO-DIGITAL
Funcionamento
O multímetro digital é essencialmente um voltímetro com mostrador digital dotado de um seletor rota-
tivo de escala e de função. O seletor dirige os dados provenientes das pontas de prova de teste para os
elementos a seguir: resistências para as tensões, shunts para as intensidades e, um circuito para medição
da resistência. O sinal na saída de cada um desses circuitos chega ao amplificador (figura 58).
atenuador do amperímetro
c.a-c.c
circuito ohmímetro
conversor analógico-digital
O amplificador eleva o sinal obtido pelas pontas de prova de teste antes de enviá-lo para o conversor
analógico-digital. A amplificação é necessária, pois a resistência de entrada dos aparelhos digitais é
muito elevada, normalmente superior a 10MΩ.
O sinal amplificado atinge o conversor. Esse transforma os sinais alternativos em sinais contínuos. Sua
presença é necessária, pois vários dispositivos de circuitos nos automóveis geram corrente alternada
cujo valor é impossível de indicar. O conversor constitui normalmente o ponto fraco dos aparelhos
digitais, sua margem de erro pode exceder 0,5%.
Eletrônica Embarcada
O sinal tratado, amplificado e convertido é encaminhado pelo circuito interno do aparelho para o con-
versor analógico-digital. Esse é formado de um comparador e circuitos de contagem; ele transforma
os sinais dos circuitos de entrada em sinais compatíveis com o display digital.
74
Existem dois tipos de conversores analógico-digitais: com uma ou duas rampas. O conversor com uma rampa,
mais inferior, é menos estável do que o com duas rampas. A maioria dos aparelhos digitais possui um conversor
com duas rampas.
Todos os multímetros possuem um seletor de função manual que permite escolher a medição de
uma tensão, intensidade ou resistência. Normalmente, para facilitar a distinção entre as funções,
cada uma delas é representada por uma cor própria. A título de exemplo, as graduações das
escalas de tensão podem ser de cor branca, e as da resistência azul. Além disso, com objetivo
de evitar erros de conexão, o mesmo código de cor aplica-se aos bornes de conexão dos fios
das pontas de teste. Fora as três funções básicas, a maioria dos multímetros digitais possuem
funções como: a verificação de diodos, verificação de transistores, medição da freqüência, da
capacidade dos capacitores, inspeção do nível lógico (TTL) ou da continuidade de um circuito.
Certos multímetros digitais são fabricados mais especificamente para o setor de reparação de
automóveis. Eles possuem funções como a inspeção do regime do motor ou a indicação do
Se a escolha das funções efetua-se manualmente para todos os multímetros digitais, a seleção de escala
pode ser manual ou automática. Você sabe que a palavra “escala” designa a extensão entre o valor
mais baixo e o valor mais elevado que pode ser indicado por uma posição do seletor. Somente o limite
superior da escala figura nas graduações dos seletores dos multímetros digitais.
A seleção automática tem a vantagem de sempre explorar a escala oferecendo uma grande pre-
cisão. Como mostra a figura 59 da página 72, a mudança de escala automática também reduz o
número de posições do seletor. Esse modo de seleção exige uma atenção particular no momento
75
da interpretação de resultados. A posição do ponto e o máximo da escala, mostrada em pequenos
caracteres, se tornam seguidamente às únicas referências que permitem interpretar o valor obtido.
Figura 59 Multímetro digital com mudança de escala manual e automático (OTC e Fluke)
Certos multímetros com mudança de escala automática emitem um bip no momento da troca de escala.
Também existem multímetros que oferecem a possibilidade de anular a troca automática de escala. Essa
característica é útil quando importantes variações causam continuas mudanças de escalas.
Quanto ao seletor manual, ele possui uma posição para cada escala de cada uma das funções. Por isso,
a função voltímetro pode sozinha possuir, por exemplo, cinco posições: 200mV, 2, 20, 200, 1000V.
As escolhas da função e da escala sempre vão juntas na hora da conexão dos fios das pontas de teste
aos bornes adequados. Os multímetros digitais normalmente possuem três ou quatro bornes. O bor-
ne identificado pela abreviação COM (comum) sempre recebe o fio da ponta de teste negativa (-). A
Eletrônica Embarcada
medição de uma elevada intensidade, às vezes até 20A, possui uma ligação especifica. Utilizamos um
pino distinto a fim de evitar a passagem de uma grande corrente pelo seletor, que deveria, nesse caso,
ser mais robusto. Os outros dois bornes servem para medir a tensão, a intensidade em miliamperes e a
resistência, ou a tensão e a resistência. Normalmente, os bornes que servem para medir a intensidade
(mA e A) são protegidos contra superaquecimento por fusíveis no interior do aparelho.
76
A ligação das pontas de teste efetua-se respeitando a polaridade; a seleção da polaridade das correntes
contínuas deve ser feita manualmente nos aparelhos mais inferiores. Os multímetros de médios e altos
preços possuem um dispositivo automático que indica a polaridade do sinal medido. Certos multímetros
indicam os sinais + e -, outros indicam somente os valores negativos.
A maioria dos multímetros digitais oferece a função “continuidade”. Quando essa função é escolhida, o aparelho
emite um sinal sonoro, quando a resistência do circuito verificado é inferior a um certo valor, normalmente
entre 30 e 40Ω. O sinal sonoro permite efetuar verificações sem ter que ficar olhando o display.
A figura 61 mostra um multímetro com mudança automática de escala, assim como os símbolos
adotados pela maioria dos fabricantes, identificando as diversas funções. Essa figura também mostra
as inúmeras outras possibilidades oferecidas por esse multímetro digital, essas serão apresentadas e
exploradas gradualmente ao decorrer deste guia.
seletor de função
77
Pontos-Chave
Finalizamos o estudo da aula 03. Para melhor aproveitamento do seu aprendizado faça os exercícios
no CD-ROM. Se você não viu as animações dessa aula e não fez os exercícios sugeridos, dedique
um tempo para fazê-lo, pois será importante para a construção do seu conhecimento.
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Eletrônica Embarcada
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78
Tipos de circuitos elétricos
Os conhecimentos obtidos nas aulas anteriores facilitarão a compreensão dos circuitos em série, em
paralelo e misto. Aprendemos a ligar circuitos simples, formados de uma única resistência. Para serem
funcionais, os circuitos elétricos dispõem seguidamente de duas resistências ou mais, ligadas de diversas
maneiras.
Nessa aula, divida em três lições, vamos analisar a reação da eletricidade em diversos tipos de ligações.
Aprendendo também a calcular e a medir os diversos parâmetros de circuitos ligados em série (lição 09),
em paralelo (lição 10) e misto (lição 11).
AULA 04
79
lição 09
CIRCUITO EM SÉRIE
Como seu nome indica os elementos de um circuito em série são montados uns após os outros, estando
à extremidade de um ligado à extremidade do seguinte. Consequentemente, esse tipo de circuito oferece
apenas uma passagem para a eletricidade.
O modo de ligação influência nos valores da resistência, da intensidade, da tensão e da potência. Veja
como se comportam esses parâmetros em um circuito em série.
Resistência
A resistência total, (Rt) de um circuito em série é sempre igual à soma de todas as resistências e se
exprime pela seguinte fórmula:
Rt = R1 + R2 + R3... + Rn
Rt = 2 Ω + 3 Ω + 5 Ω = 10 Ω
fonte
R2= 3 Ω
Eletroeletrônica Veicular
condutor
R3= 5 Ω
80
Esse resultado é facilmente previsível, pois consideramos a resistência do condutor como sendo nula.
O circuito toma a forma do circuito da figura 63. O resultado é o mesmo como se as três resistências
estivessem com suas extremidades soldadas, umas às outras.
fonte
condutor
Intensidade
A leitura do diagrama de um circuito em série mostra que ele só tem uma passagem para a circulação
da corrente, os elétrons devem obrigatoriamente atravessar todos os elementos do circuito para voltar
à fonte. Sabendo que a quantidade de elétrons deslocados corresponde a intensidade, podemos deduzir
que a intensidade total (It) de um circuito em série é idêntica aquela de cada um de seus elementos e
se exprime pela seguinte fórmula:
It = I1 = I2 =I3 …= In
A aplicação da lei de Ohm no circuito da figura 64, página 80, da o seguinte resultado:
81
A intensidade da corrente de cada uma das resistências também é, portanto, 1 A. Consequentemente
o cálculo da intensidade de um dos elementos do circuito exige o conhecimento da resistência total.
A ordem de ligação das resistências não tem nenhuma influência na intensidade. Por exemplo, a inten-
sidade no circuito da figura 64 continua sendo 1 A, mesmo se R1 = 5Ω e R3 = 2 Ω.
I1= 1 A
R2= 3 Ω
10 V
I2= 1 A
R3= 5 Ω
condutor
It = Vt/Rt I3= 1 A
It = 10 V/10 Ω = 1 A
It = I1 = I2 = I3
I1 = 1 A
I2 = 1 A
I3 = 1 A
Tensão
A lei de Ohm dita que a circulação da corrente em uma resistência ocasiona uma queda de tensão (V)
igual a I x R. A tensão nos bornes de cada um dos elementos do circuito em série, ou seja, a queda
de tensão em cada um desses elementos é diretamente proporcional ao valor da resistência (R) pois a
intensidade (I) é sempre a mesma (figura 65 da página 83). A tensão (V) em cada um dos elementos
de um circuito em série se exprime assim:
82
A soma das quedas de tensão em cada um dos elementos é igual à tensão da fonte:
Vt = Rt x I t
Vt = V1 + V2 + V3... + Vn
I1= 1 A
V1 = 2 V R2= 3 Ω
I2= 1 A
V2 = 3 V
R3= 5 Ω
I3= 1 A
Vt = It x Rt V3 = 5 V
Vt = 1 A x 10 Ω = 10 V
V1 = I1 x R1 → 1 A x 2 Ω = 2 V
V2 = I2 x R2 → 1 A x 3 Ω = 3 V
V3 = I3 x R3 → 1 A x 5 Ω = 5 V
83
Polaridade das quedas de tensão
Sabemos que a circulação de corrente somente acontece em função de diferença de potencial entre
as extremidades de um elemento. Em um circuito em série isso implica em polaridade inversa entre
a entrada e a saída dos elementos. Ou seja, a extremidade mais próxima do borne positivo da fonte é
positiva e a mais próxima da negativa é negativa. Essa noção de polaridade é particularmente importante
no momento da ligação de um voltímetro ou de um amperímetro em um circuito em série. A figura 66
mostra que a polaridade do amperímetro corresponde àquela de uma resistência no circuito.
I1= 1 A
V1 = 2 V R2= 3 Ω
10 V I2= 1 A
V2 = 3 V
R3= 5 Ω
condutor
I3= 1 A
V3 = 5 V
Potência
Pn = Vn x In
84
A soma das potências dissipadas em cada um dos elementos é igual à potência total do circuito:
Pt = P1 + P2 + P3... + Pn
I1= 1 A
V1 = 2 V R2= 3 Ω
10 V P1 = 2 W
I2= 1 A
V2 = 3 V
R3= 5 Ω
condutor P2 = 3W
I3= 1 A
V3 = 5 V
P3 = 5 W
Como a corrente circula sucessivamente em cada um dos elementos do circuito, a ruptura de qualquer elemento
interrompe toda a circulação de eletricidade (figura 68). A título de exemplo: quando uma lâmpada de jogo de luzes
de árvore de natal ligada em série queima, todas as outras se apagam, mesmo estando em perfeito estado.
R3= 5 Ω
condutor
ruptura de circuito
85
Pontos-chave
Nessa lição aprendemos sobre o circuito em série, veja no CD-ROM a animação Lei de
Ohm no circuito em série, e na sequência realize os exercícios dessa aula.
Eletroeletrônica Veicular
86
lição 10
CIRCUITO EM PARALELO
Os elementos de um circuito em paralelo são montados uns independentes dos outros. Uma extremi-
dade do elemento é ligada ao borne positivo (+) do circuito, e outra ao negativo (-) (figura 69). Cada
elemento do circuito constitui um ramal autônomo, totalmente independente dos outros.
O tipo de ligação influencia os valores da tensão, da intensidade, da resistência e da potência. Eis como
se comportam esses parâmetros em um circuito paralelo:
proteção interruptor
fonte
R1 R2 R3
condutor
R1
R2
R3
fonte
condutor
A tensão aplicada a cada um dos ramais do circuito em paralelo é idêntica à da fonte (Vt), não impor-
tando o número e o valor das resistências. A tensão em cada um dos ramais de um circuito em paralelo
se exprime, portanto, pela seguinte fórmula:
Vt = V1 = V2 = V3... = Vn
87
A figura 70 mostra uma maneira diferente de ligar três resistências em paralelo. Essa disposição cria
três circuitos independentes. A substituição do condutor único do circuito anterior por três condutores
não modifica em nada o valor da tensão e da intensidade em cada um dos ramais.
proteção interruptor
fonte R1 R2 R3
Intensidade
Como o circuito em paralelo oferece uma passagem independente para a corrente de cada um dos
ramais, a corrente que circula por eles depende diretamente do valor da resistência. Cada ramal do cir-
cuito se comporta como se fosse um circuito simples. A intensidade em cada um dos ramais se calcula,
portanto, pela lei de Ohm (I = V/R), sendo:
V1 V2 I3 V3
I1
= = I2
= = = ... = Vn
R1 R2 R3 Rn
Se a intensidade da cada um dos ramais é independente à dos outros, a intensidade total é igual à soma das inten-
sidades de todos os ramais. A intensidade total de um circuito em paralelo se exprime pela seguinte fórmula:
It = I1 + I2 + I 3... + I n
Eletroeletrônica Veicular
88
A lei de Ohm diz que I = V/R, consequentemente a intensidade total do circuito que aparece na figura 71,
é igual a 12V/2Ω + 12V/4Ω + 12V/6Ω = 11A.
Portanto, a intensidade do segmento do circuito situada entre a extremidade positiva da fonte e o en-
troncamento R1 é de 11A; A intensidade total do circuito circula nessa porção. 6A passam por R1, o
que deixa 5A circulando no segmento situado entre R1 e R2. Desses 5A três passam por R2, o condutor
entre R2 e R3 transporta, portanto, 2A. O reagrupamento se efetua na saída das resistências e a quan-
tidade de elétrons correspondente a 11A e retorna à fonte. É importante ter sempre em mente que os
elétrons não se perdem, em um circuito elétrico somente a tensão se dissipa.
proteção interruptor
5A 2A
It = 11 A
R1 = 2 Ω R2 = 4 Ω R3 = 6 Ω
V1 = 12 A
I1 = 6 A I2 = 3 A I3 = 2 A
It = 11 A condutor 5A 2A
Resistência
A resistência total de um circuito paralelo é sempre inferior a mais baixa de todas as resistências desse
circuito. Mesmo que essa afirmativa possa parecer estranha, numa primeira abordagem, ela é verdadeira.
Novamente a analogia com a hidráulica facilita a compreensão. Antes de começar a explicar é bom
lembrar que a resistência se opõe a circulação, quanto maior ela for menor será a circulação.
89
A figura 72 representa essa situação. Se fizermos três furos de diâmetros diferentes no fundo de um
balde cheio de água, é lógico pensar que os quatro furos juntos deixam passar mais água que o maior
dos furos sozinho. Da mesma maneira é lógico dizer que circularão mais elétrons através do conjunto
de resistências que pela resistência mais fraca e sozinha.
Continuando o raciocínio, a resistência total ao escoamento é sempre menor que a resistência oferecida
pelo maior dos orifícios. Ou seja, quanto menor o orifício, mais difícil o escoamento. Logo, a resistência
ao escoamento aumenta com a diminuição do diâmetro do orifício.
O apelo à noção de condutância é, provavelmente, o meio mais simples para explicar o cálculo da
resistência total de um circuito em paralelo com mais de duas resistências. A condutância é o inverso
da resistência e se exprime em ohms, ou seja, o inverso de “ohms”. Você sabe que a resistência é a
oposição à circulação de elétrons, a condutância é o inverso, ou seja, equivale a 1 sobre a resistência.
Consequentemente uma resistência de 4 Ω corresponde a uma condutância de ¼ ohm,. A fórmula
para o cálculo da resistência interna se enuncia como segue:
Eletroeletrônica Veicular
Rt 1
=
1 1 1 ... 1
+ + +
R1 R2 R3 Rn
90
A título de exemplo, eis o cálculo da resistência total do circuito paralelo da figura 73 formado pelas
seguintes resistências:
R1 = 2 Ω, R2 = 4 Ω e R3 = 6 Ω
R 1 = 1
1 1 1
+ +
2 4 6
R1 = 1 1 12
= = = 1,0909 Ω
6+3+2 11 11
12 12
proteção interruptor
5A 2A
I1= 11 A
R1= 2 Ω R2= 4 Ω R3= 6 Ω
V1= 12 A
I1= 6 A I2= 3 A I3= 2 A
I1= 11 A condutor 5A 2A
Rt = Vt 12 V =1,0909 Ω
=
It 11 A
Lembrem que a resistência total em um circuito em paralelo é sempre inferior à mais fraca das resistên-
Aula 04 - Tipos de Circuitos Elétricos
cias do circuito.
91
Para o cálculo da resistência da figura 73 é desnecessário o uso de calculadora quando conhecemos
Vt e It, bastando aplicar a lei de Ohm: Rt = Vt / It. Em alguns outros casos também é possível simpli-
ficar o cálculo adotando fórmulas simples. É o caso dos circuitos paralelos formados de apenas duas
resistências ou de resistências de mesmo valor (figura 74).
R1 x R2
Rt= R + R
1 2
(4 x 6) Ω 24 Ω
Rt = = = 2,4 Ω
4 Ω + 6 Ω 10 Ω
b) Circuitos com resistências idênticas
valor de um resistências
Rt =
número de resistências
6Ω
Rt = =2 Ω
3
A primeira fórmula serve também se o circuito possui mais de duas resistências, basta tratar as resistên-
cias de duas em duas. A título de exemplo: a aplicação dessa fórmula no circuito da figura 73 da página
91, em primeira instância, um valor de 1,33 como resistência equivalente para R1 e R2.
Eletroeletrônica Veicular
(2 x 4) Ω
Req (1-2) = = 1,33 Ω
2Ω+4Ω
92
A combinação dessa resistência equivalente Req(1-2) com R3 dá como resistência total do circuito:
O conhecimento dessas duas fórmulas não desobriga do uso da fórmula geral. Fora a duração dos
cálculos, os resultados são os mesmos.
Figura 75 Polaridade das quedas de tensão em um circuito em paralelo Aula 04 - Tipos de Circuitos Elétricos
93
Potência
A soma das potências dissipada em cada um dos ramais é igual à potência total do circuito (figura 76):
Pt = Vt x It
proteção interruptor
5A 2A
It = 11 A
R1 = 2 Ω R2 = 4 Ω R3 = 6 Ω
V1 = 12 A
I1 = 6 A I2 = 3 A I3 = 2 A
It = 11 A
condutor 5A 2A
Pt = Vt x It
Pt = 12 V x 11 A = 132 W
P1 = V1 x I1 → 12 V x 6 A = 72 W
P2 = V2 x I2 → 12 V x 3 A = 36 W
P3 = V3 x I3 → 12 V x 2 A = 24 W
94
Conseqüência de uma ruptura em um circuito em paralelo
proteção interruptor
It= 8 A
R1= 2 Ω R2= R3= 6
Vt= 12 V
I1= 6 A I2= 0 A T3= 2 A
I1= 8 A condutor
Circuito em paralelo
Pontos-chave
95
Você acabou de estudar os circuitos em paralelo. C omo sugestão de estudo acompanhe
no seu CD-ROM a animação Circuito em paralelo e já aproveite para fazer os exercícios
da lição 10. Vamos lá !
Eletroeletrônica Veicular
96
lição 11
CIRCUITO MISTO
R1 = 4 Ω
I1 ?
I2 ?
I3 ?
R2 =3 Ω R3 = 6 Ω
V1 ?
V2 ?
V3 ?
As reações da corrente elétrica através de cada tipo de ligação permanecem idênticas às descritas
anteriormente. O que muda é o método para encontrar os parâmetros desconhecidos. As fórmulas
utilizadas também são as mesmas. O segredo do sucesso para a resolução desse tipo de problema reside
no respeito de um procedimento preciso.
97
Para facilitar a compreensão desse método de cálculo, aplicamos essas etapas no circuito da figura 78
da página 97. A primeira etapa consiste em encontrar a resistência equivalente de R2 e R3. Para evitar
confusão, essa resistência será identificada por Réq(2-3).
R 2 x R 3 (3 x 6) Ω
= = 2Ω
R2+R3 3Ω+6Ω
A segunda etapa consiste em traçar o circuito temporário que aparece na figura 79. Quando o circuito
misto dispõe de mais de um grupo de resistências em paralelo, basta substituir cada um desses grupos
por suas resistências equivalentes. O procedimento não é mais complicado, apenas mais longo.
R1 = 4 Ω
I1 ?
I2 ?
I3 ?
12 V R2 =3 Ω Réq(2-3)
R3 = 6 Ω V1 ?
=2Ω
V2 ?
V3 ?
A terceira etapa tem por objetivo identificar a tensão aplicada nos bornes da resistência equivalente. Você sabe
que em um circuito em série, It = I1 = I2. No circuito em estudo, It = Vt /Rt → 12 V/(4 Ω + 2 Ω) = 2 A. Con-
hecendo a intensidade, agora é possível encontrar a queda de tensão em cada uma das resistências:
Eletroeletrônica Veicular
V1 = I1 x R1 → 2 A x 4 Ω = 8 V
98
De posse dessas informações, basta replicá-las no circuito inicial para encontrar os dados que faltam (figura 80).
R1 = 4 Ω
I1 = 2A
I2 = 4V/3 Ω = 1,33 A
R2 =3 Ω R3 = 6 Ω I3 = 4V/6 Ω = 0,66A
12V 4V 4V
V1 = 8V
V2 = 4V
V3 = 4V
A tensão nos bornes da resistência equivalente Réq(2-3), 4 V, se aplica igualmente a R2 e R3, pois a
tensão é uniforme em um circuito paralelo. Conhecendo a tensão e a resistência, é possível encontrar a
intensidade em R2 e R3. I2 = V2/R2 → 4 V/3 Ω = 1,33 A. O mesmo procedimento se aplica à R3. Esse
procedimento geral serve para calcular os parâmetros dos circuitos mistos simples ao mais complexo.
O sucesso consiste na ordem e no respeito das etapas.
Vemos freqüentemente circuitos formados de resistências em série ligadas em paralelo. Num primeiro
olhar é fácil confundir esse tipo de ligação com um circuito misto e começar inutilmente um compli-
cado procedimento de resolução. A primeira etapa a realizar, de longe a mais importante, consiste em
estabelecer claramente o tipo de circuito. O circuito mostrado na figura 81, parecido com um circuito
misto, é na realidade dois circuitos independentes: um circuito em série formado de duas resistências
e um circuito simples. A resolução se efetua como se fosse dois circuitos independentes.
12V R1 = 4 Ω R3 = 6 Ω
R2 =3 Ω
Circuito misto 99
Pontos-chave
Nós terminamos de estudar a nossa quarta aula; veja no CD-ROM a animação Circuitos
Mistos e aproveite para realizar os exercícios de fixação.
Depois do estudo da próxima aula estaremos realizando a primeira aula prática. Como
está o preenchimento do questionário para ser entregue na aula prática? que tal revisar o
conteúdo estudado até o momento, completando o questionário que se encontra no final
da aula 05? Qualquer dúvida entre em contato com a monitoria.
Eletroeletrônica Veicular
100
Elaboração dos circuitos elétricos
Na área de reparação de veículos, o primeiro objetivo dos diagramas elétricos é facilitar a elaboração de
diagnósticos corretos. Assim sendo, estudaremos sumariamente a função dos elementos desenhados.
As explicações específicas dessa aula serão completadas no curso de Gerenciamento Eletrônico do
Motor. Essa aula está dividida em duas lições.
AULA 05
101
lição 12
O desenho de um projeto elétrico (diagrama elétrico) não é uma tarefa cotidiana. Apelamos a
eles na hora de instalar aparelhos opcionais ou no momento de traçar isoladamente o circuito
de um elemento, a partir do projeto geral. No entanto, a elaboração de projetos constitui um
meio eficaz de aprender a interpretar diagramas, sendo a interpretação de diagramas uma tarefa
cotidiana.
Eletroeletrônica Veicular
102
Um projeto elétrico (diagrama elétrico) claro e facilmente legível, não somente pela pessoa que
o elaborou, mas também pelos outros, deve respeitar as normas ditadas pela indústria automo-
tiva. Essas normas dizem respeito ao desenho, a disposição dos condutores e a representação
simbólica dos elementos.
fusível
bateria
lâmpada
malha
malha
lâmpada
malha
103
Os traços, sempre retilíneos, representam os condutores elétricos e se posicionam horizontal ou ver-
ticalmente. No entanto, como mostra a figura 84, a utilização de traçados angulados é autorizada nas
junções. Traçados curvos devem ser banidos, salvo no caso de símbolos específicos.
Eletroeletrônica Veicular
104
Representação simbólica dos elementos
Condutor
Sabe-se que os condutores transportam corrente elétrica da fonte até o acessório e que o retorno
se efetua habitualmente pela massa. A maior parte dos condutores elétricos dos automóveis é
constituída de um grande número de pequenos fios de cobre enrolados conjuntamente. Esse tipo
de condutor, chamado condutor torcido, tem a vantagem de ser muito flexível. A flexibilidade
dos condutores evita rupturas oriundas das vibrações.
63
isolante de cor unica
R
981
isolante com listras
R/W
42
isolante com pontos
R/W D
383
105
Em um projeto cada circuito é identificado por um número e cada condutor por uma cor. A título de
exemplo, o primeiro fio da figura 86 pertence ao circuito 63 e sua cor é vermelha (R = red). O número
precede ou sucede o código de cor, de acordo com o fabricante. Diferentemente dos fios listras ou
pontilhados, nenhuma designação especial é dada aos fios ranhurados. Quando duas abreviações seguem,
a primeira designa à cor de base do isolante e a segunda, a cor das listras (R/W: isolante vermelho [red]
e listras brancas [white]). Listras ou pontos (R/W D: isolante vermelho [red] e pontos [dots] brancos
[white]. As abreviações dos códigos das cores e os números dos circuitos são dados em todos os bons
diagramas elétricos.
Eletroeletrônica Veicular
106
Os condutores devem possuir um calibre ou uma secção correspondente à intensidade da corrente que
eles transportam. As secções dos condutores são regulamentadas por duas normas: American Wire
Gage (AWG) e métrica. No caso da norma AWG (figura 87), em automóvel, as secções são do calibre
0 ao calibre 20. Quanto menor o número do calibre, mais grossa é a secção do fio.
Quanto à classificação métrica, o número se reporta diretamente à secção nominal do condutor expressa
em milímetros quadrados (mm2) (figura 88).
Secção Calibre
nominale mm2 AWG
0,22 24
108
Bateria de acumuladores
Um dos elementos mais importantes do circuito elétrico de um veículo é, sem dúvida, a bateria de
acumuladores. Nós a encontramos em todos os veículos e, conseqüentemente em vários projetos elé-
tricos. Sem ela não há reserva de energia elétrica. A figura 90 mostra as representações esquemática e
real da bateria.
bateria de 12 V
conectores das
placas com os
bornes
separadores
109
Ligação à massa
Um circuito elétrico termina sempre por um retorno à fonte. Os fabricantes utilizam seguidamente o
chassi ou a carroceria como condutor de retorno (figura 91). Esses elementos metálicos, portanto con-
dutores de eletricidade são habitualmente chamados massa. Essa técnica simplifica os chicotes e economiza fios.
bateria
motor
massa
Pontos-chave
Os Diagramas de circuitos elétricos são concebidos para facilitar a elaboração de
diagnósticos;
110
Nessa primeira lição da aula 05 estudamos os símbolos e disposições básicas de um dia-
grama elétrico, para ajudar a compreensão do seu aprendizado resolva os exercícios de
fixação no CD-ROM da lição 12.
111
lição 13
Os circuitos elétricos sempre possuem ao menos um dispositivo encarregado de protegê-lo contra as sobre-
cargas. Os principais dispositivos de proteção são os fusíveis, os fios fusíveis e os disjuntores.
Fusíveis
Os fusíveis se apresentam normalmente em três formas: tubular, pino, ou cartucho. Nos três casos o el-
emento fusível é constituído por uma lâmina de liga de chumbo que tem a propriedade de fundir-se em
uma temperatura relativamente baixa. A inserção da lâmina em um tubo de vidro ou de caixa plástica
elimina qualquer risco de incêndio na eventualidade de uma sobrecarga provocar a fusão da lâmina. Os
fabricantes empregam três formatos de fusível do tipo pino hoje em dia: mini, normal e maxi. Os fusíveis
são concebidos para resistir a diferentes intensidades, um código de cor normalizado facilita a rápida
identificação. A figura 92 mostra os principais modelos de fusíveis empregados nos automóveis.
fusível 35 violeta
7,5 tanino
Eletroeletrônica Veicular
10 marrom
15 vermelho
azul
20 amarelo
25 incolor
30 verde
3 tanino
mini fusível 5 marrom
10 vermelho
15 azul
20 amarelo
25 incolor
30 verde
elementos
do fusível
Fio fusível
Para resistir a temperaturas extremas sem se inflamar, o isolante dos fios fusíveis possui características
especificas. Os materiais utilizados são normalmente o hypalon ou o silicone. A distinção entre esses
dois materiais se efetua observando o isolante. O isolante de hypalon é de cor única ou sólida. O iso-
lante de silicone é normalmente branco e envolto por cobertura de cor diferente. Um fio isolado com
silicone pode substituir um de hypalon, o contrário é impossível. Para garantir a proteção esperada, o
comprimento de um fio fusível nunca excede 228 mm (9 po).
113
De acordo com o fabricante, a junção do fio fusível ao fio que ele protege se faz de maneira permanente
por meio de uma conexão. A figura 94 mostra dois meios empregados pelos fabricantes para identificar
o calibre dos fios fusíveis. No primeiro, o número é inscrito em um bloco moldado, solidário ao fio,
no segundo é utilizado um código de cores. A representação gráfica do fio fusível é, habitualmente, a
mesma de um fio convencional, salvo que a menção “fio fusível” (fuse-link) acompanha o traçado.
A resistência à combustão do isolante do fio fusível dificulta a detecção visual de sua queima. Essa
detecção se faz exercendo-se uma tração no fio que se torna elástico após a queima.
Disjuntores
Os disjuntores são utilizados para proteger circuitos expostos a sobrecargas momentâneas. Tem a capa-
cidade de recolocar o circuito em tensão sem substituir nenhuma peça, após um desligamento, o que
distingue os disjuntores dos outros tipos de dispositivos de proteção. O rearmamento do circuito se
efetua manual ou automaticamente, de acordo com o disjuntor.
Eletroeletrônica Veicular
114
Disjuntor térmico
O elemento sensível do disjuntor térmico é uma lâmina constituída pela superposição de dois metais
de coeficiente de dilatação diferentes (estrutura bimetálica) (figura 95). A elevação da temperatura, em
função da corrente excessiva, provoca um alongamento mais intenso no metal de maior dilatação. A ação
entre os dois metais deforma a lâmina e ocasiona a abertura dos contatos. A circulação de eletricidade
para, a lâmina resfria os contatos, fecha novamente e o ciclo recomeça até nova sobrecarga de corrente.
contatos
abertos
limites
direção da corrente
desarma automáticamente
A título de exemplo, imagine um disjuntor calibrado em função dos faróis originais. A substituição desses
faróis por outros mais potentes demanda uma intensidade superior, o que sobrecarrega o disjuntor. A
sobrecarga aquece o disjuntor, abrindo o circuito após certo tempo. Após um período de resfriamento
o disjuntor restabelece o contato e os faróis se acendem novamente. Os disjuntores de rearmamento
automático protegem, sobretudo, os circuitos que necessitam um rápido restabelecimento de corrente,
como os circuitos dos faróis e dos limpadores de pára-brisa. Os disjuntores de rearmamento manual
servem para proteger os aparelhos submetidos a intensas flutuações de corrente. A figura 96 mostra o
115
Há alguns anos os fabricantes recorrem a disjuntores de coeficiente de temperatura positivo (PTC)
(figura 97). Esse tipo de disjuntor possui a propriedade de aumentar rapidamente sua resistência interna
quando uma corrente excessiva o atravessa. A resistência elevada limita a corrente e protege o circuito.
Disjuntores desse tipo protegem, principalmente, os motores de limpadores elétricos de pára-brisa.
Eletroeletrônica Veicular
116
Dispositivos de comando
Interruptores
Todos os circuitos elétricos são comandados por meio de interruptores. A diversidade de circuitos exige a
existência de diferentes interruptores, que se distinguem, sobretudo, por sua capacidade, seu número de pólos
e seu número de direções. O interruptor simples, unipolar e unidirecional serve somente para fechar e abrir um
circuito. Quando o interruptor está fechado a corrente elétrica passa. Ele oferece, portanto, apenas duas posições:
ligado ou desligado. Esse tipo de interruptor não responde às exigências de circuitos mais complexos.
UPUD UPBD
(SPST) (SPDT)
saída
chegada saída chegada
saída
Interruptor Interruptor
unipolar unipolar duas
uma direção direções (bidire-
cional)
Os projetistas utilizam, então, os demais interruptores representados na figura 98. O traço pontilhado unindo
os dois contatos móveis indica a presença de uma ligação mecânica, o deslocamento de um é obrigatoriamente
acompanhado pelo movimento do outro.
117
Interruptores momentâneos
Os interruptores momentâneos agem somente enquanto uma pressão contínua se exerce sobre seus botões
de comando. Esses interruptores (figura 99) se dividem em duas categorias: normalmente abertos (N.O.)
e normalmente fechados (N.C.). Os da primeira categoria só conduzem a corrente quando uma pressão
é exercida sobre o botão. O interruptor de esguicho elétrico do pára-brisa pertence a essa categoria. Os
da segunda categoria funcionam de maneira inversa. Os diagramas em inglês utilizam as abreviações N.O.
para normally open (normalmente aberto) e N.C. para normally closed (normalmente fechado).
interruptor momentâ-
neo normalmente interruptor momentâ-
aberto neo normalmente
fechado
118
Interruptores multipolares de posições múltiplas
119
Outros símbolos
Além dos elementos essenciais apresentados até agora, os diagramas elétricos contém vários outros
componentes representados por símbolos, (figura 101). O conhecimento desses símbolos facilita o
desenho e a consulta de projetos elétricos.
Eletroeletrônica Veicular
120
Figura 102 Símbolos mais comuns (continuação)
Os manuais de reparos editados pelos fabricantes contêm conselhos e explicações que permitem ex-
plorar ao máximo as informações contidas nos projetos. Ao consultar esses manuais você notará que
essas convenções nem sempre são aplicadas integralmente. Alguns símbolos não são normalizados.
Cada um dos fabricantes pode utilizar uma representação própria.
Lembre-se que a maior parte dos manuais de reparos normalmente traz informações necessárias a in-
terpretação dos projetos no início da seção que trata da eletricidade (eletrical). Além disso, os diagramas
de cada um dos circuitos são acompanhados de texto explicativo sobre seu funcionamento, de uma
tabela de localização e de uma ilustração de cada um dos elementos.
121
A coluna da direita da figura 103 dá o número da página (201) e a posição da ilustração (5-C) na página.
A consulta à essa ilustração permite a rápida localização do conector C200 no automóvel. Os conectores
e as emendas são elementos importantes no momento da procura da causa de uma pane de um circuito.
Figura 103 Lista parcial da localização dos componentes (component location) (General Motors)
C304
te C400 C401
freon
d rro
ca
S212 C200
S301
G300
Eletroeletrônica Veicular
freo o
d arr
nte
RH REAR
c
LH REAR
SPEAKER SPEAKER
S309
Figura 104 Localização dos elementos de um projeto elétrico (diagrama elétrico) (General Motors)
122
A figura 105 mostra alguns exemplos de informações dadas no inicio da seção “eletricidade” de um
manual da Ford. As informações incluem principalmente as abreviações das cores que identificam os
condutores de um circuito e as advertências de praxe.
remover
T/O
remover
T/O
Figura 105 Exemplo de informação contida no início da secção “eletrecidade” de um manual de oficina
Ford Canadá (Ford)
123
Eletroeletrônica Veicular
Figura 106 Exemplo de informação contida no início da secção “eletrecidade” de um manual de oficina
Ford Canadá (Ford) - sequência
124
Pontos-chave
O símbolo de um fio fusível é o mesmo que o de um fio ordinário, salvo pela menção
“fio fusível” (fuse-link) sobre o traço;
125
Eletroeletrônica Veicular
126
Elementos elétricos e eletrônicos
Essa aula está dividida em três lições, que permitirão a aquisição de conhecimentos úteis tanto na
compreensão de diagramas elétricos quanto na verificação do funcionamento geral dos componentes
eletrônicos. Os componentes eletrônicos frequentemente utilizados nos veículos são os capacitores, as
resistências variáveis e fixas, os relés e os semicondutores. Os semicondutores mais freqüentes são os
diodos, o diodo eletroluminescente (em inglês LED), o diodo Zener, o transistor e o tiristor.
AULA 06
127
lição 14
Os capacitores também conhecidos como condensadores, as resistências e o relé estão presentes na maior
parte dos circuitos elétricos e eletrônicos. Esses componentes eram essenciais e fáceis de identificar nos
antigos circuitos de ignição a contato (platinado). Hoje em dia sua presença nos circuitos eletrônicos é
mais discreta, mas não menos indispensável. Nessa aula você aprenderá o funcionamento e a verificação
dos capacitores, das resistências e dos relés.
CAPACITORES
Função
Construção
O capacitor sempre é constituído de duas placas condutoras de eletricidade, também chamadas eletro-
dos, separadas por um material isolante chamado dielétrico. A natureza do dielétrico é particularmente
importante, pois ela influencia diretamente na quantidade de energia que um capacitor pode estocar,
além de servir para a identificação. Por isso encontramos capacitores de papel, de mica, de ar, de plástico,
de filme de óxido, etc.
As placas do capacitor de papel (figura 107) são constituídas de folhas de metal flexível, normalmente
estanho, e de um papel dielétrico inserido entre as placas. Esses três elementos são enrolados e lacrados
em um envelope protetor para oferecer uma grande capacidade com um pequeno volume.
Eletroeletrônica Veicular
128
Os fios ligados nas placas permitem a conexão do capacitor em um circuito elétrico. Sendo o valor
dielétrico do papel relativamente baixo, esse é seguidamente substituído por uma película plástica.
papel
dielétrico
Os capacitores eletrolíticos oferecem uma grande capacidade de estocagem em uma caixa relativamente
pequena. Esses capacitores são polarizados e devem ser ligados corretamente para dar os resultados
esperados; essa característica proíbe seu uso em circuitos de corrente alternada. A ligação desse tipo
de capacitor em polaridade invertida provoca uma forte elevação da temperatura, o que pode fazê-lo
explodir. Os tipos de capacitores eletrolíticos mais utilizados são feitos à base de alumínio e de tântalo.
Os de núcleo úmido de tântalo são mais caros, mas oferecem uma capacidade de estocagem superior
e maior resistência às correntes de fuga.
129
A matéria básica dos capacitores cerâmicos é uma massa cozida em alta temperatura, habitualmente
bióxido de titânio ou diferentes tipos de silicatos. As duas placas são obtidas através do depósito de
uma fina camada de prata sobre as duas faces do disco de cerâmica (figura 108). Esses elementos pos-
suem grande resistência elétrica.
a extremidade positiva
deve estar ligada a
eletrolítico parte positiva do
cerâmico circuito
Funcionamento
Os capacitores oferecem uma grande superfície sobre a qual os elétrons podem se acumular. Ligado
em um circuito de corrente contínua o capacitor se carrega; a circulação para logo que a tensão interna
iguala-se a da fonte. O capacitor se comporta como um circuito aberto. Quando um capacitor carregado
é ligado em uma resistência o deslocamento dos elétrons da placa negativa para a positiva produz uma
circulação de corrente. A tensão nos bornes do capacitor cai gradualmente à medida que o equilíbrio
entre os elétrons das placas se restabelece. A velocidade de descarga do capacitor depende do valor da
resistência que estará proporcionando uma carga sobre o circuito.
Ligado em um circuito de corrente alternada o capacitor se carrega quando a tensão é de ciclo positiva,
e descarrega quando está em ciclo negativa. O ciclo de carga e descarga se repete enquanto a tensão
Eletroeletrônica Veicular
alternar. O capacitor estabiliza a tensão pois, ao se carregar, ele absorve os picos de tensão e ao descar-
regar ele completa as quedas de tensão. Seu papel se compara ao de uma mola que absorve energia na
compressão e relaxa na expansão. Na ignição convencional o capacitor armazena o excesso de corrente
na abertura dos contatos do interruptor. Desta forma, a corrente se acumula no capacitor ao invés de
fazer um arco elétrico entre os contatos da ignição.
130
Unidade de medida da capacitância
1 FARAD =
0 eletron
A tensão nominal dos capacitores, normalmente indicada na cápsula que o envolve, indica a diferença de
tensão máxima suportada pelas placas sem que um arco elétrico se produza entre elas e fure o dielétrico.
Funcionamento de um condensador
131
Pontos-chave
Para fixar esses conhecimentos sobre capacitor (condensador) veja no seu CD-ROM a
animação correspondente à lição 14: Funcionamento de um condensador e aproveite
para fazer seus exercícios de fixação.
Eletroeletrônica Veicular
132
lição 15
RESISTORES
O nome “resistência” na área de eletrônica designa, de fato, uma família de resistores. Os principais são:
os resistores fixos;
os resistores variáveis.
Resistores fixos
Função
Os resistores fixos servem para provocar queda de tensão ou reduzir a corrente a um valor determinado.
Tipos
Os dois tipos de resistores fixos mais utilizados são os resistores de carbono e os resistores bobinados.
133
A potência dissipada por um resistor de carbono constitui um dado importante. Um resistor de potência
muito pequena não suportará o calor gerado pela corrente no circuito, o que provocará sua queima. Um
resistor bem dimensionado dissipa o calor sem sofrer modificações que alterem suas características. Como
mostra a figura 110 as dimensões dos resistores de carbono refletem diretamente sua potência.
Figura 110 Dimensões reais de resistores de carbono de acordo com a potência (General Motors)
Alguns tipos de resistores, como os de alta potência, têm as especificações do valor da resistência e precisão
escritas diretamente em seus encapsulamentos. No entanto, é mais comum encontrar estas especificações
em forma de códigos de cores (figura 111). Este código aparece impresso em forma de anéis que envolvem
os encapsulamentos cilíndricos dos resistores de carbono. A cor e a posição de cada um dos anéis são a
chave do sistema de codificação.
1º algarismo significativo
2º algarismo significativo
múltiplo
tolerância
Eletroeletrônica Veicular
134
A tabela da figura 112 indica o significado de cada um dos anéis.
Observando a figura 113 você notará que a maneira de determinar a posição do primeiro anel do sistema de
codificação é a seguinte: o primeiro anel é sempre aquele situado mais perto da extremidade da resistência. A cor
do primeiro anel indica o primeiro número do valor da resistência; por exemplo, um anel vermelho vale 2.
mais proximo
da extremidade
A cor do segundo dá o número do valor da resistência, por exemplo, um anel amarelo vale 4.
O papel do terceiro anel é diferente. Seu valor indica o número de zeros a adicionar nos dois números
precedentes. Também é importante notar que se a cor do terceiro anel é ouro ou prata nas resistências
inferiores a 10 Ω. A cor ouro significa que o número formado pelos dois primeiros anéis deve ser
dividido por dez; esse número deve ser dividido por cem se o anel for prateado.
135
Para facilitar a compreensão desse sistema, estabeleçamos o valor da resistência que aparece na figura 113
com a ajuda da tabela da figura 112.
Consequentemente:
o primeiro algarismo é um 2;
o segundo algarismo é um 4;
adicionamos três zeros.
O quarto anel indica uma tolerância de precisão de ± 10%. Se inspecionássemos essa resistência, a leitura
deveria, portanto, se situar entre 21 600Ω e 26 400Ω, ou seja, 24 000Ω ±10%. Esse dado permite saber
quanto o valor real da resistência pode se afastar do valor nominal indicado pelos anéis. Um resistor é
inutilizável quando excede os valores especificados.
Resistores bobinados
Os resistores bobinados são constituídos de certo número de espirais de fio de uma liga que ofereça
uma resistência estável, enrolados sobre um material isolante. A porcelana é o isolante mais utilizado
no setor dos veículos. Encontramos também resistores bobinados de fio nu (figura 114); é o caso,
principalmente, dos resistores que comandam a rotação do motor do ventilador interno de alguns
veículos. Esse tipo de resistor é utilizado para potências que possam atingir várias centenas de watts.
Como as dimensões desses resistores são maiores que os de carbono, o valor ôhmico e a tolerância
habitualmente são impressos diretamente na parte externa do componente.
Eletroeletrônica Veicular
136
Resistores variáveis
o reostato;
o potenciômetro;
a termistor;
célula foto resistiva.
Reostato
Papel e funcionamento
O reostato é um dispositivo onde dois bornes são ligados em série com o elemento que ele comanda.
Formado por um resistor de carbono ou bobinado e um cursor móvel, o reostato permite regular a
intensidade da corrente no circuito. Um dos bornes é ligado ao cursor e o outro na extremidade da
bobina. O deslocamento do cursor sobre o comprimento total da bobina modifica o valor da resistência
entre os dois bornes. Um reostato jamais se liga sozinho, pois sua resistência interna é nula quando
o cursor se encontra em uma das extremidades, o que corresponde a um curto-circuito. A figura 115
mostra um reostato e seu símbolo.
reostato
símbolo
137
De acordo com a necessidade, um reostato pode ser circular ou retilíneo, e pode ser comandado por
um botão ou puxador.
Existem no mercado reostatos cujas variações de resistência são lineares e não lineares. A variação é
chamada linear quando a resistência aumenta em função do deslocamento do cursor móvel.
fusível
reostato
grupo de lâmpadas
computador
de
iluminação
circuito impresso
bateria fio de massa
do grupo de
parte do circuito lâmpadas
impresso do grupo
de lâmpadas
Um problema freqüente ligado à utilização dos reostatos é a deterioração de uma secção da resistência.
Isso traz como efeito o corte momentâneo da corrente quando o cursor passa por essa zona. Essa de-
gradação acontece principalmente quando o reostato permanece muito tempo imóvel na mesma posição.
Potenciômetro
reostato. Como mostra a figura 117, a tensão da fonte se aplica nas extremidades da resistência. O cursor
serve de borne de saída e a tensão pode variar daquela da fonte à zero. A fonte jamais é curto-circuitada,
independente da posição do cursor, pois a resistência máxima sempre está nas extremidades.
138
As especificações importantes de um potenciômetro são: o valor da resistência em ohms e a potência
em watts que ele pode dissipar.
cursor
ligação
O potenciômetro serve principalmente para fornecer sinais às centrais eletrônicas que comandam a
injeção eletrônica. É o dispositivo ideal para indicar a posição de um órgão em movimento rotativo
ou retilíneo. Encontramos frequentemente como sensor de posição da borboleta do acelerador dos
motores a gasolina, e do pedal de aceleração, inclusive nos motores a diesel.
139
Termostato (termistência)
O termostato é um resistor especializado cujo valor da resistência varia em função de sua temperatura.
O termostato é um semicondutor fabricado pela prensagem e aglomeração de diversos materiais como
o carbono, o níquel oxidado, o cobalto e o manganês. Os termostatos se dividem em duas categorias:
de coeficiente de temperatura negativo (NTC) e de coeficiente de temperatura positivo (PTC). No setor
automobilístico o mais empregado é o termostato de coeficiente negativo (NTC), ele conduz melhor
em temperaturas elevadas que em baixas temperaturas. Um termostato NTC serve principalmente
como sensor de temperatura do liquido de arrefecimento ou do ar. A título de exemplo, quando a
temperatura de um termostato de coeficiente negativo é de – 40º C, seu valor de resistência é de
200 000 Ω; mas, se sua temperatura aumenta a 100º C, seu valor de resistência será de 160 Ω.
A figura 118 mostra o símbolo de um termostato.
A mudança de valor de um termostato não é linear. Isso significa que uma mudança de temperatura
de 1 grau não provoca necessariamente modificação constante do valor ôhmico de acordo com a faixa
de temperatura em que ele estiver atuando.
Como foi mencionado no capítulo anterior, um termostato de coeficiente de temperatura positiva serve
cada vez mais como dispositivo de proteção, alias é designado de “disjuntor PTC”, por exemplo, os
sensores de partida a frio dos veículos a álcool.
Célula fotocondutora
Eletroeletrônica Veicular
A célula fotocondutora é um elemento cujo valor de resistência diminui sob o efeito da luz. As células
fotocondutoras são construídas de materiais semicondutores como o silício e o germânio. É importante
não confundir as células fotocondutoras com as fotocélulas, essas últimas convertem energia luminosa
em energia elétrica.
140
Para garantir sua proteção, a célula é recoberta por uma tela de vidro e sua circunferência exterior
seguidamente é de vidro. A figura 119 mostra tal célula. É possível medir o efeito da luz no elemento
fotossensível ligando um multímetro aos bornes da célula.
As células fotocondutoras servem principalmente para comandar o relé eletrônico que comanda os faróis
de acendimento automático ou os retrovisores auto-reguláveis (dia-noite). São encontrados também
como sensores de compensação de insolação nos sistemas automáticos de climatização, etc.
elemento photosensível
símbolo
141
Pontos-chave
142
Nessa lição aprendemos sobre os resistores fixos e variáveis, no seu CD-ROM você vai
encontrar uma animação sobre o Funcionamento de um reostato e de um potenciô-
metro, vamos vê-la e solucionar os exercícios propostos.
143
lição 16
RELÉS
mola de contato
retorno móvel
contato
fixo
bobina
Um relé universal típico dispõe normalmente de quatro bornes, dois para o circuito de comando e dois
para o de alimentação. De acordo com a necessidade os fabricantes propõem diversas configurações
diferentes, seja relés de três, de cinco ou mais bornes. O relé mostrado na figura 121 possui três bornes,
pois uma das extremidades do enrolamento é ligada à massa diretamente pela caixa.
salto de
recordação contato
móvel
vem da corrente para
da fonte acessório
Eletroeletrônica Veicular
contatos
abertos
enrolamento
símbolo
mola
No fechamento do interruptor do circuito de comando (figura 122), uma corrente fração circula no
enrolamento elétrico do eletroímã, criando um campo magnético. O campo magnético atrai o contato
móvel contra o contato fixo, fechando o circuito de alimentação. Uma corrente de alta intensidade vinda
da fonte chega ao acessório, passando pelos contatos fechados do relé. O contato móvel permanece
apoiado contra o contato fixo enquanto a corrente circula pelo enrolamento.
interruptor do circuito
de comando aberto salto de
recordação contato
contatos abertos venda força móvel para
corrente acessório
interruptor do contato
circuito de comando fixo
fechado
enrolamento
145
O funcionamento descrito corresponde ao de um relé do tipo normalmente aberto, ou seja, sem in-
tervenção os contatos são abertos. Existem também relés do tipo normalmente fechado (figura 123).
Seu funcionamento é idêntico ao do normalmente aberto, com a diferença de que o efeito do campo
eletromagnético provoca a abertura do circuito (no caso do tipo normalmente fechado) ou a abertura
de um circuito seguida do fechamento de outro (no caso do tipo combinado).
ul Sem circu-
ci c
r lação
aberto (off)
Circulação
fechado
Além das categorias descritas, existem muitos relés especializados concebidos para usos precisos. Esses
relés podem ter dois jogos de contatos ou oferecer a possibilidade de ligação ao circuito em posição
normalmente aberta ou fechada.
Eletroeletrônica Veicular
146
A correta identificação dos bornes é um pré-requisito obrigatório em todos os exames de relés. Os
manuais de reparação habitualmente fornecem a disposição dos bornes e um esquema do circuito
interno dos relés (figura 124). Como os veículos modernos possuem vários relés conectados em um
mesmo sistema, as caixas são seguidamente de cor diferentes para facilitar a identificação. A identifi-
cação dos bornes mais usada é:
preto
direção N.A.
azul
Unipolar
ou
verde
Bipolar N.A.
cinza
147
Você sabe que a introdução de um campo magnético em um condutor produz eletricidade. O efeito é
amplificado se o campo magnético tem um enrolamento constituído de vários espirais de fio. A indução
eleva a tensão e a corrente ao desenergizar uma bobina o que pode prejudicar o funcionamento de
certos circuitos eletrônicos. Visando eliminar esse inconveniente, os fabricantes ligam um diodo ou uma
resistência de valor elevado em paralelo com o enrolamento do relé. A corrente produzida pela auto-
indução se dissipa no circuito interno do relé sem provocar efeitos indesejados. A figura 125 mostra o
símbolo de um relé contendo um diodo.
N.A. N.F.
Funcionamento de um relé
148
Pontos-chave
Chegamos ao final da aula 06, caso você não tenha visto nenhuma animação dessa aula seria
interessante dedicar um tempo para você ver essas animações (lição 14: Funcionamento
de um condensador, lição 15: Funcionamento de um reostato e de um potenciômetro
e lição 16: Funcionamento de um relé) e recordar os seus conhecimentos fazendo os
exercícios propostos. Vamos lá!
149
Eletroeletrônica Veicular
150
DIODOS
Os diodos e os transistores são componentes elétricos que possuem muitos pontos em comum,
principalmente a matéria-prima básica de suas fabricações. Para compreender o funcionamento dos
componentes pertencentes à família dos semicondutores, principalmente os diodos e os transistores,
é preciso conhecer primeiro a natureza das substâncias que entram em suas fabricações. Nessa aula e
na aula oito você estudará os principais componentes do grupo dos semicondutores. Começaremos
pelos diodos.
AULA 02
AULA 07
151
lição
lição17
17
SEMICONDUTORES
Uma ligação covalente é definida como sendo a ligação química de dois átomos através da comunhão
de seus elétrons. Consequentemente, os elétrons da órbita de valência que pertencem a quatro átomos
periféricos se combinam com os elétrons da órbita de valência do átomo central. Após esse compar-
tilhamento de átomos, como mostra à figura 127, a órbita de valência de cada átomo dispõe de oito
elétrons; a órbita é saturada, pois esse número representa o máximo. Essa combinação produz um
cristal de mais de quatro elétrons em sua órbita de valência, portanto, um isolante.
Para que os elementos possam transportar eletricidade, precisam sofrer um tratamento que permitirá
Eletroeletrônica Veicular
que eles liberem seus elétrons. Esse tratamento químico chamado dopagem consiste na adição de
uma quantidade mínima de impurezas, normalmente menos de uma parte por dez milhões, o que
dá propriedades elétricas particulares ao cristal. Após esse tratamento o cristal apresenta excesso ou
insuficiência de elétrons. A substância que possui excesso de elétrons (-) é dita do tipo N, e a que tem
déficit de elétrons é chamada tipo P. Um átomo que ganhou ou perdeu elétrons leva o nome de íon.
(já tratamos esse assunto na lição 1 da aula 1).
152
Uma substância tipo N se obtém combinando o silício com uma quantidade mínima de elemento dis-
pondo de cinco elétrons em sua órbita de valência, habitualmente fósforo ou antimônio. A combinação
do fósforo e do silício produz uma ligação covalente, mas, um elétron permanece livre, uma vez que o
silício aceita somente quatro (figura 128). Esse elétron é chamado livre ou transportador de corrente;
ele pode se deslocar facilmente no interior da matéria.
elétron livre
Figura 128 Formação de uma substância do tipo N pela combinação de silício e fósforo (Delco-Remy)
Uma substância tipo P provém da combinação de silício com uma quantidade ínfima de um elemento
que tenha três elétrons de valência, normalmente boro ou índio (figura 129). A combinação boro e
silício produzem uma ligação covalente, mas o elétron que falta cria um vazio, pois o boro só oferece
três elementos em partilha e o silício aceita quatro. Esse vazio é chamado lacunas e essa substância é
dita positiva em razão das lacunas, que é de polaridade negativa.
Figura 129 Formação de uma substância tipo P pela combinação de silício e boro (Delco-Remy)
Aula 07 - Diodos
153
Condução em um semicondutor do tipo N
Para compreender o funcionamento dos semicondutores é preciso admitir que uma lacuna seja portadora
de corrente positiva e o elétron é portador de corrente negativa. Quando um semicondutor do tipo N é
ligado a uma fonte de alimentação, como mostra à figura 130, a condução depende exclusivamente do
deslocamento dos elétrons livres, ou seja, os que vêem da dopagem. Esse movimento é comparável ao
que se produz em um condutor, como um fio de cobre. O pólo negativo da fonte empurra os elétrons
livres, e o positivo os atrai.
Circulação de elétrons
só os elétrons livres
são representados
Semi-condutor do tipo N
Como mostra a figura 131, uma condução também se estabelece quando se liga uma bateria em um
semicondutor do tipo P. Trata-se de um deslocamento de lacunas carregados positivamente.
elétrons
lacunas
Eletroeletrônica Veicular
semi-condutor do tipo P
154
O deslocamento de lacunas se visualiza facilmente observando o esquema simplificado de um semicon-
dutor do tipo P. Você já sabe que em eletricidade as cargas iguais se repelem e as contrárias se atraem.
Em um semicondutor do tipo P os elétrons são, portanto, atraídos pelo pólo positivo da bateria e
repelidos pelo negativo (figura 132).
155
pontos-chave
Um elemento semicondutor possui quatro elétrons em sua órbita de valência;
Ligação covalente é a ligação química de dois átomos pelo compartilhamento de elétrons;
A dopagem é um tratamento químico que dá propriedades elétricas particulares ao cristal;
Após a dopagem o cristal apresenta um excesso ou insuficiência de elétrons;
Uma substancia tendo excesso de elétrons (-) é dita do tipo N, aquela em déficit de
elétrons é dita do tipo P;
Um átomo que ganhou ou perdeu um ou mais elétrons leva o nome de íon.
Essa primeira lição da aula 07 é uma introdução as aulas 07 e 08, consulte o seu CD-ROM e
solucione os exercícios propostos, eles o ajudarão no aprendizado.
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Eletroeletrônica Veicular
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156
lição
lição18
17
DIODOS
Definição
Um diodo é um componente eletrônico que permite a passagem da corrente em uma única direção.
Fabricação
Polarização direta
O diodo está em polarização direta quando aplicamos a polaridade negativa ao eletrodo do bloco N
(catodo) e a polaridade positiva ao bloco P (anodo). Ligado assim, como mostra a figura 133, os trans-
portadores de carga, ou seja, os elétrons excedentes e as lacunas são atraídos pelo potencial de sinal
oposto e atravessam a junção.
157
O potencial exterior deve igualar ou exceder a resistência oferecida pela barreira de potencial para que as
cargas atravessem livremente a junção e tornem o diodo condutor. A resistência oferecida pela junção de
um diodo de germânio provoca queda de tensão de aproximadamente 0,3 V; a de um diodo de silício é
de aproximadamente 0,7 V. No sentido de passagem, ou seja, em polarização direta, a resistência é bem
baixa, sendo, portanto essencial limitar a corrente ligando uma resistência em série com o diodo.
Os elétrons do bloco negativo se deslocam para o bloco P. Eles atravessam o bloco N, passam pela
junção e preenchem as lacunas do bloco P. O diodo conduz os elétrons até que as cargas negativas
que atravessam a junção correspondam às cargas positivas. Como mencionado antes, em polarização
direta uma pequena tensão é suficiente para tornar um diodo condutor. Essa tensão é chamada tensão
de base, seu valor corresponde à tensão de difusão na junção, mas circulando em sentido inverso. O
diodo conduz logo que a tensão em seus bornes exceda a tensão de base.
Polarização inversa
O diodo é dito em polarização inversa quando o bloco P esta ligado ao potencial negativo e o N ao
positivo. Nessas condições o elétron positivo atrai os elétrons livres do bloco N e os afasta da junção;
o eletrodo negativo atrai as lacunas do bloco P e os afasta da junção. A tensão máxima a qual um diodo
pode ser submetido em polarização inversa sem ser destruído se chama Peak Inverse Voltag (PIV). Seu
valor varia de acordo com cada diodo.
Como mostra a figura 134 a zona situada perto da junção é desprovida de transportadores e, conse-
quentemente, nenhuma corrente atravessa o diodo. No entanto, é possível que uma corrente ínfima,
chamada corrente de fuga, circule em um diodo ligado em polarização inversa.
P N
Eletroeletrônica Veicular
Figura 134 Posição dos transportadores de corrente em um diodo de polarização inversa (Delco-Remy)
158
Ruptura do diodo
Se a tensão inversa excede certo valor, há risco de destruição do diodo. A tensão excessiva pode arrancar
os elétrons unidos pelas ligações covalentes, o que torna o diodo condutor em sentido inverso ao nor-
mal. Se a corrente inversa não for limitada à condução em sentido inverso provoca superaquecimento
e pode destruir diodo. Ele deixa de desempenhar seu papel de válvula unidirecional. A tensão que
provoca a condução em sentido inverso se chama tensão de ruptura ou queima (break down voltage).
Cada tipo de diodo tem sua própria tensão de ruptura, isso pode variar de alguns a vários milhares de
volts. A grandeza da dopagem do semicondutor e a elevação de temperatura são fatores que reduzem
ou aumentam a tensão de ruptura.
Símbolo
Como mostra à figura 135, a representação simbólica de um diodo é formada por um triângulo e um
traço perpendicular. A ponta do triângulo apoiada no traço indica polarização direta, também chamada
sentido de passagem do diodo.
ânodo cátodo
ânodo cátodo
polarização direta
159
Espécies de diodos
tubular
de cristal
de caixa metálica
tubular
cristal
caixa metálica
Diodos tubulares
corpo de cor preta, envoltos por uma faixa cinza em uma extremidade. A extremidade envolvida pela
faixa é o cátodo, ou seja, o eletrodo negativo do diodo, a outra é o ânodo.
160
Diodos de cristal e de caixa metálica
O diodo de cristal, de forma elíptica, também possui uma faixa identificando o cátodo. É utilizado
principalmente em circuitos eletrônicos. O diodo de caixa metálica é normalmente utilizado em circuitos
de intensidade elevada. A caixa metálica serve, ao mesmo tempo, de proteção para a junção P-N e de
arrefecedor, dissipando o calor gerado pelo diodo. Nos diodos de caixa metálica não há identificação
visual que permita distinguir o ânodo do cátodo. Um diodo desse tipo é dito positivo quando a caixa é
ligada ao cátodo e, negativo quando ligada ao ânodo. Ou seja, é a direção da junção P-N na caixa que
determina o sentido de passagem do diodo. A distinção se efetua com um multímetro na função “teste
de diodo”. A figura 137 mostra uma vista em corte de um diodo de caixa metálica.
caule
vidro
dissecador (elimina a
umidade)
molibdênio (reduz o
constrangimento sobre
botão junção PN a junção)
Verificação de diodos
A verificação do diodo (figura 138 da página 162) permite detectar as seguintes anomalias: curto-circuito;
circuitos abertos e fugas anormais. Os multímetros digitais indicam diretamente a tensão necessária
para vencer a barreira de potencial em polarização direta e inversa. Dependendo do material, germânio
ou silício, um diodo em bom estado no sentido direto (condução) provoca uma queda de tensão entre
0,3 e 0,7V, no sentido não passante a condução é nula. (Nesse momento o multímetro mostra o valor
da tensão da pilha do aparelho).
Aula 07 - Diodos
161
Se o diodo estiver em curto o multímetro mostra uma queda de tensão perto de 0 V nas duas direções.
Quando o mostrador apresenta “I” (infinito) o diodo está aberto. A verificação de curto-circuito ou
de fuga anormal se efetua no sentido de não condução.
Pontos-Chave
O diodo permite a passagem de corrente em uma única direção;
A zona situada no encontro de duas partes de um diodo se chama junção P-N;
O diodo é polarizado diretamente quando o bloco N (catodo) está ligado ao pólo
negativo e o bloco P (anodo) ao pólo positivo;
O potencial exterior deve exceder a barreira de potencial para que as cargas atravessem
a junção;
Uma tensão excessiva pode arrancar elétrons reunidos por ligações covalentes e tornar
o diodo do condutor em direção oposta ao sentido normal;
A tensão de ruptura ou de queima provoca a condução de um diodo em sentido inverso;
As principais espécies de diodos são: tubulares, de cristal e caixa metálica;
A verificação dos diodos permite a detecção das seguintes anomalias: curto-circuito,
circuito aberto e fugas anormais.
Eletroeletrônica Veicular
Na lição 18 há duas animações no seu CD-ROM, são elas: Fabricação dos diodos e Pola-
rização direta e inversa de um diodo. Vamos relembrar o conteúdo estudado nessa lição
consultando as animações e realizando exercícios propostos.
162
lição
lição19
17
Ano após ano a utilização dos diodos aumenta no setor automotivo. No início eles serviam praticamente
apenas para converter a corrente gerada pelo alternador. Hoje eles servem principalmente para:
Figura 139 Conversor formado por seis diodos montados em ponte (General Motors)
Retificação
A conversão da tensão alternada produzida por um alternador trifásico se efetua habitualmente com
a ajuda de seis diodos de caixa metálica. Os diodos são montados em um suporte metálico munido de
aletas, elas agem como um radiador e dissipam o calor produzido pelos diodos (figura 137).
Você sabe que a corrente alternada resulta de um vai e vem constante de um campo magnético de
polaridade norte-sul seguido de um campo magnético de polaridade sul-norte. O alternador produz
corrente alternada que precisa ser convertida para recarregar a bateria e alimentar os acessórios.
Aula 07 - Diodos
163
Para facilitar a compreensão do papel dos diodos em um retificador observe a figura 140, ela representa
o enrolamento de um estator monofásico em cujo interior circula a corrente alternada.
a corrente
circula de B
para A
corrente alternada
corrente contínua
a corrente
circula de B
para A
corrente
tempo
tempo
Figura 140 Representação esquemática de um retificador formado por quatro diodos em ponte (General Motors)
A montagem de quatro diodos em ponte permite a conversão da alternância negativa (B-A) e, conse-
quentemente, permite produzir uma corrente continua. O termo ‘contínua’ nesse caso significa que a
corrente circula sempre no mesmo sentido no circuito externo, ou seja, do pólo positivo ao negativo.
A auto-indução em uma bobina, como de um relé ou de uma embreagem magnética, gera correntes
Eletroeletrônica Veicular
breves. Essas correntes são suficientemente grandes para prejudicar o bom funcionamento e até des-
truir os circuitos que possuam componentes eletrônicos. Um diodo ligado em derivação a uma bobina
bloqueia a corrente quando o circuito é normalmente alimentado e permite a passagem da corrente
extra de ruptura na abertura do interruptor. A corrente extra retorna ao começo do enrolamento e se
estabiliza ao invés de circular no circuito de comando eletrônico ou no interruptor.
164
A utilização de computadores e módulos eletrônicos aumenta a importância da tarefa dos diodos. Os
diodos ligados dessa maneira também são chamados de diodos de ponte (figura 141).
diodo bouelage
botão de
comando
Quando o interruptor é
aberto, o diodo permite a
passagem de uma corren-
te extra que dissipa-se na
bobina de bobina
diodo embreagem
Figura 141 Diodo de ponte ligado em paralelo com o enrolamento da embreagem do compressor do ar
condicionado (General Motors)
Isolamento
165
DIODOS ZENER
Funcionamento
O diodo Zener deixa passar a corrente em seu sentido bloqueado quando a tensão atinge um valor
chamado ponto Zener. No sentido de passagem o comportamento do diodo Zener é idêntico ao do
diodo convencional. No sentido bloqueado o diodo Zener possui a particularidade de manter mais ou
menos constante a intensidade em seus bornes, sem importar a intensidade da corrente que o atravesse.
Graças a essa característica o diodo Zener se aplica, sobretudo, na regularização de tensão (figura142).
A título de exemplo, um diodo Zener bloqueia a corrente enquanto a tensão em polarização inversa
permanece inferior a 5,5 V. Logo que esse valor é atingido o diodo passa subitamente a condutor, se a
tensão cai a valor inferior a de base ele se bloqueia imediatamente.
diodo Zener
Fabricação
Eletroeletrônica Veicular
O diodo Zener é formado por elementos comparáveis ao do diodo convencional. A única diferença é
devida a uma maior dopagem. A forte concentração de transportadores de corrente, sejam os elétrons
ou as lacunas suplementares situados perto da junção, permitem a circulação de corrente sem danos.
166
Símbolo
A representação simbólica do diodo Zener varia de acordo com a origem da documentação. O símbolo
que aparece na figura 143 é o mais utilizado. Os outros símbolos utilizados para representar o diodo
Zener contêm normalmente um traço quebrado parecendo um Z.
Pontos-chave
Os diodos servem principalmente para a conversão de corrente alternada, o amorte-
cimento de alta tensão e isolamento;
Um diodo Zener deixa passar a corrente no sentido de não condução quando a tensão
atinge um valor chamado ponto Zener.
Nessa lição aprendemos sobre a utilização dos diodos no setor automotivo e sobre o Diodo
Zener, na próxima lição continuaremos a estudar alguns diodos específicos e o seu funciona-
mento. No seu CD-ROM está disponível para consulta a animação Utilização dos diodos
em um veículo, veja-a e aproveite para solucionar os exercícios propostos.
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Aula 07 - Diodos
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167
lição
lição20
17
DIODOS ELETROLUMINESCENTES
Funcionamento
O diodo eletroluminescente, LED (light emitting diodes), é um elemento que emite luminosidade quando
funciona em polarização direta. Em polarização inversa, esse diodo funciona como um diodo conven-
cional. A barreira de potencial de um diodo eletroluminescente se situa entre 1,5 e 2,2 V, o que é mais
elevado que a barreira de potencial de um diodo convencional, que varia entre 0,3 e 0,7 V. Em pola-
rização direta os transportadores de corrente passam a junção e se recombinam no bloco oposto. Ao
passar a junção, as cargas móveis acumulam energia cujo valor corresponde à resistência oferecida pela
barreira de potencial. Passada a barreira, a energia é liberada sob forma de calor ou radiação luminosa.
A quantidade de energia liberada determina o comprimento da onda, ou seja, a cor da luminosidade
emitida.
Por exemplo, uma barreira de potencial que exige uma tensão de 1,6 a 2 V emite uma luz vermelha, uma
barreira de 2,2 a 2,5 V emite luz verde. Para obter valores de potencial que correspondam a essas medidas
se utiliza materiais como o gálio ou o índio e antimônio. Quanto ao silício, ele emite uma luminosidade
cujo comprimento de onda corresponde ao infravermelho, portanto invisível ao olho humano.
O funcionamento de um LED exige uma corrente bem baixa; ele começa a acender a partir de 1 mA e
a intensidade aumenta até mais ou menos 40 mA. Acima desse limite o diodo pode queimar. Portanto,
sempre é preciso ligar um resistor em série com o diodo para limitar a intensidade e eliminar o perigo
de ruptura do diodo. Os circuitos geralmente são concebidos para limitar a intensidade no LED entre
20 e 30 mA. A resistência à tensão inversa de um diodo eletroluminescente é inferior àquela resistida
por um diodo convencional, que se situa geralmente entre 3 e 30 V.
Fabricação
A junção P-N é apenas um elemento do conjunto. O diodo possui também dois bornes, o ânodo e o
cátodo, e uma lente em resina epóxi encarregada de difundir a luz (figura 144).
Eletroeletrônica Veicular
168
Na base da lente está sinalizada a posição do cátodo.
fio
ânodo
cátodo
Símbolo
169
Mostradores de sete segmentos com LED
Como mostra a figura 146, sete diodos eletroluminescentes, da forma de um segmento, situados na
mesma caixa podem criar mostradores capazes de representar qualquer número ou letra.
Para limitar o número de bornes, os mostradores são ofertados em duas configurações: de ânodo co-
mum e de cátodo comum. No primeiro caso, como mostra a figura 146, um resistor ligado em série
com cada um dos elementos limita a intensidade a valores seguros.
FOTODIODOS
Fabricação
Eletroeletrônica Veicular
Os elementos ativos que entram na fabricação do fotodiodo são idênticos aos utilizados nos LEDs.
170
Um invólucro metálico coberto por uma lente translúcida protege a junção P-N permitindo a luz in-
cidente (luz direta) de atingi-lo (figura 147)
luz
lente
envelope
metálico
Funcionamento
Uma tensão inversa é aplicada ao fotodiodo. Na ausência de luz incidente (escuridão) o fotodiodo
bloqueia a circulação da corrente. Quando a luz incidente de comprimento de onda apropriado atinge
a junção P-N, os elétrons da ligação covalente deixam o cátodo e são atraídos pelo ânodo positivo, a
corrente passa no circuito externo. Esses elétrons aumentam a corrente inversa proporcionalmente à
quantidade de luz que atinge a superfície do cátodo (figura 148).
Amperímetro
luz
photo-
diodo
corrente
Aula 07 - Diodos
quantidade de luz
171
Símbolo
É importante não confundir o fotodiodo (que é um elemento passivo, pois reage a uma corrente externa) e a cé-
lula fotoelétrica que é um elemento ativo e produz uma tensão elétrica quando atingida pela luz (figura 150).
O elemento sensível geralmente é o sulfato de cádmio (CdS); ele possui a propriedade de emitir elétrons
quando atingido pela luz.
luz vidro
elemento sensível (CDS)
espelhos
Eletroeletrônica Veicular
172
Pontos-chave
O diodo eletroluminescente também é chamado DEL ou LED (light emitting diode);
Em polarização direta o diodo eletroluminescente emite luminosidade, em polarização
invertida o diodo eletroluminescente funciona como um diodo convencional;
O fotodiodo é um componente passivo que reage a uma corrente exterior.
Chegamos ao final da aula 07, consulte o seu CD-ROM e faça os exercícios propostos para a lição 20.
Se você preferir rever as animações dessa aula para relembrar o conteúdo estudado são as
seguintes: Fabricação dos diodos, Polarização direta e inversa de um diodo e Utilização
dos diodos em um veículo.
Lembre-se depois do seu estudo da aula 08 teremos a nossa segunda aula prática, aproveite para resol-
ver os exercícios referentes às aulas 06 a 07 do seu questionário que será entregue na aula prática.
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Aula 07 - Diodos
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173
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Eletroeletrônica Veicular
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TRANSISTORES
Existem vários tipos de transistores que podem ser divididos em duas grandes categorias: bipolares e unipolares.
Nessa aula estudaremos as peculiaridades dos transistores e sua funcionalidade em duas lições.
AULA 08
175
lição
lição21
17
TRANSISTORES BIPOLARES
Fabricação
Os transistores bipolares são constituídos de três blocos semicondutores de polaridade diferente: PNP ou
NPN. Os elementos que constituem os blocos P e N são idênticos aos descritos na apresentação dos
diodos. O adjetivo “bipolar” provém do fato de os transportadores de carga serem, como nos diodos,
de duas polaridades (elétrons {-} e lacunas {+}). A figura 238 mostra a representação esquemática de
transistores PNP e NPN.
Sabemos que um diodo é uma junção de um bloco P e de um bloco N. Como mostra à figura 151 a
adição de um bloco P produz uma segunda junção N-P, e a reunião desses três blocos formam um
transistor PNP. A adição de um bloco N a uma junção P-N produz um transistor tipo NPN. Cada um
dos blocos possui uma conexão e tem um nome específico: o emissor (V), a secção central chamada
base (B) e o coletor (C).
emissor coletor
base
emissor coletor
base
176
Funcionamento
Como mostra a figura152 um transistor possui duas junções. A situada no encontro do emissor e da
base, que comanda o funcionamento do transistor, tem o nome de junção de comando. Para comandar
a circulação de corrente do coletor para o emissor, a junção P-N (base-emissor), em um transistor NPN,
deve estar em polarização direta, ou seja, o emissor ligado ao pólo negativo (-) e a base ao positivo (+).
Sem essa condição a junção N-P (coletor-base) se comporta como um circuito aberto.
aberto fechado
Para obter o que chamamos de efeito transistor, a distância entre as junções deve ser ínfima, mais ou
menos 10 µm para transistores de silício. A proximidade das junções faz com que os transportadores
de corrente injetados na junção emissor-base se difundam no coletor pela base. Logo que os transpor-
tadores de corrente estão ao alcance do campo elétrico da segunda junção (base-coletor) são atraídos
para a zona do coletor e circulam como corrente do coletor. A vazão de elétrons na base continua a
mesma, provocando o desvio dos outros elétrons do emissor para o coletor. A corrente de base deve,
portanto, circular no sentido da ponta da flecha, e o coletor ser positivo em relação ao emissor para
que um transistor NPN conduza (figura 153).
fechado fechado
177
Enquanto a polaridade na base continuar (positiva), a circulação da corrente continua entre o emissor
e o coletor. Logo que o circuito de base se abre, como mostra a figura 154, ou a polaridade muda, a
circulação entre o emissor e o coletor cessa imediatamente.
Aberto Fechado
O princípio de funcionamento dos transistores PNP é idêntico ao dos NPN. A diferença provém do
fato que emissor emite lacunas e as polaridades são inversas (figura 155).
4,8 A
A A 0,2 A A A
circuito de A A
base aberto
circuito de
base fechado 5,0 A
Figura 155 Transistor PNP com circuito de base aberto e fechado (GM)
Em um transistor normal, de 98 a 99% dos transportadores de corrente emitidos pelo emissor atraves-
Eletroeletrônica Veicular
sam a junção B-C tornando-se a chamada corrente do coletor. A corrente de base, ou seja, 1 ou 2 %
restantes permitem comandar a corrente do coletor 99 vezes maior. Enquanto a situação não mudar,
a circulação da corrente E-C é mantida. Pequenas variações da corrente de base provocam grandes
mudanças na corrente emissor-coletor.
178
Consequentemente, se a corrente de base for nula a do emissor também será nula. Nas aplicações de
amplificação a relação entre a corrente do coletor e a de base é chamada ganho do transistor. Nas fi-
chas técnicas o ganho é expresso pelos símbolos hFE (hybrid forward emitting) em corrente continua
e hfe em corrente alternada. A figura 156 mostra uma analogia entre a corrente de base e o grau de
abertura de uma torneira. A vazão do liquido na torneira, e a corrente do coletor no transistor, depen-
dem diretamente da posição da torneira ou da importância da corrente de base. Uma pequena variação
na corrente de base causa uma mudança diretamente proporcional na corrente do coletor, podemos
definir esse fenômeno como linear.
débito
inicial
fechada
parcialmente
Aberta débito
intermediário
débito total
aberta (saturação)
Figura 156 Comparação entre a posição de uma torneira e a corrente de base (GM)
Saturação
Aula 08 - Transistores
A saturação é um dado importante para um transistor. Um transistor está saturado quando o número
de transportadores de corrente sejam os elétrons nos transistores NPN ou as lacunas para os PNP,
que chegam à junção base-coletor, excedem o que o coletor pode aceitar. Essa condição gera uma
resistência danosa ao circuito.
179
Símbolo
Um círculo dividido por três traços representa simbolicamente os transistores (figura 157). O traço
terminado por uma ponta de flecha designa sempre o emissor. A ponta indica o sentido convencional
da corrente na junção emissor-base. A base é representada pela linha horizontal ligada no borne central.
O coletor é representado por um traço oblíquo.
P N P
emissor + coletor +
base -
N P N
emissor - coletor -
base +
180
Ligação
Considerando as características diferentes da base, a ligação dos transistores PNP e NPN em um cir-
cuito é diferente. Como mostra a figura 158 os transistores do tipo NPN são geralmente ligados após
o acessório analisado pela direção à massa; essa disposição é largamente utilizada no setor de veículos.
Em razão de sua natureza, o transistor PNP se situa habitualmente antes do acessório.
Verificação
As avarias nos transistores acontecem geralmente em uma das duas junções. A verificação de um
transistor se efetua rapidamente com a ajuda de um multímetro digital na função “teste de diodos”.
A inspeção das junções permite determinar se um transistor está em curto-circuito, em circuito
aberto ou atingido por uma corrente de fuga anormal. Esse procedimento corresponde, grosso
modo, a inspeção de dois diodos. A verificação começa pela ligação do aparelho como mostra o
Aula 08 - Transistores
ensaio 1 da figura 159 da página 182. Anota-se o resultado, depois se inverte a posição das pontas
de verificação. O alongamento desse tipo de transistor serve de terceira conexão (coletor). Se as
duas leituras se situarem entre 1 e 2 V, o transistor está em curto.
181
Em seguida liga-se o aparelho como no ensaio 2 (emissor-base) e invertem-se as pontas de verificação.
Se as duas leituras são iguais a zero o transistor está em curto, se as duas leituras forem em torno de 3,
o transistor está aberto. Mesmo procedimento para o ensaio 3. A inspeção de uma ruptura nas junções
de um transistor se efetua aplicando uma polarização direta nas junções, o exame dos curtos-circuitos
e das fugas é realizado por polarização invertida.
coletor
1 2
multímetro multímetro
fuga junção
E-C E-B
C-E B-E
3
multímetro
junção
B-C
C-B
1 2 3
Quando utilizamos um ohmímetro analógico para efetuar a verificação, esse deverá indicar uma pequena
resistência em polarização direta e uma resistência infinita (∞) em polarização invertida nas junções
E-B e B-C. A leitura deverá ser infinita (∞) na junção E-C nos dois sentidos.
Um transistor pode ser utilizado com amplificador quando uma forte corrente de coletor é criada fa-
zendo circular apenas uma pequena corrente na base de um transistor. A corrente de coletor assim
obtida pode ser de 10 a 1000 vezes superior a corrente de base. Essa característica serve bastante no
setor automotivo. Exemplo: a corrente mínima gerada comanda a base (Ib) de um transistor e provoca
a passagem de grande corrente no coletor (Ic). A corrente do coletor provém da bateria através do
transmissor e de um circuito auxiliar. A amplificação assim obtida se chama ganho e se exprime pela
Eletroeletrônica Veicular
182
Função do interruptor
O transistor também serve de interruptor. De fato, essa função se compara mais a de um relé. Como
num relé, uma corrente mínima na base (Ib) permite a circulação de uma grande corrente de coletor
(Ic); logo que a corrente de base é cortada ou a polarização invertida, a circulação da corrente do co-
letor cessa. Como o transistor não é tocado pela energia, oferece a vantagem de funcionar em grandes
velocidades comparadas aos contatos mecânicos de um relé.
Pontos-Chave
Os transistores são empregados como interruptores ou amplificadores de sinais elétricos;
Os transistores se dividem em duas categorias: bipolares e unipolares;
Os transistores bipolares são constituídos de três blocos semicondutores de polaridade
diferentes: PNP ou NPN;
A junção no encontro do emissor e da base leva o nome de junção de comando;
O ganho do transistor é a relação entre a corrente do coletor e a da base;
Um transistor está saturado quando o número de transportadores de corrente que
atingem a junção B-C, excede o que esse coletor pode aceitar.
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Aula 08 - Transistores
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183
lição
lição22
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TRANSISTORES UNIPOLARES
O adjetivo “unipolar” resulta do fato de os transistores com efeito de campo (TEC) só funcionarem
com transportadores de carga de um único tipo: elétrons ou lacunas. Os transistores unipolares com
efeito de campo são agrupados em duas categorias:
Os transistores unipolares servem geralmente para a amplificação. O nome dos bornes é porta (G),
fonte (S) e dreno (D).
fabricação
Os transistores unipolares com efeito de campo são constituídos de um bastão de semicondutor N ou P, envol-
vido por um semicondutor de polaridade oposta. Os elétrons source (S) e dreno (D) são soldados nas
extremidades do bastão e a porta (G) é ligada na cintura (meio). A porta também pode ser chamada de
gatilho. Nesse tipo de transistor, seja o canal do tipo N ou P, a corrente sempre circula da fonte para
o dreno. Por essa razão os termos ânodo e cátodo não são mais utilizados.
Como mostra à figura 160 da página 185, a exceção da disposição dos traços que aqui são paralelos,
a representação simbólica do TEC na junção lembra a dos transistores bipolares; a direção da flecha
corresponde à condutividade do canal.
funcionamento
Eletroeletrônica Veicular
Os transportadores de carga penetram no canal pela fonte (S) e saem pelo dreno (D). A grade coman-
da o campo elétrico no canal. A condutividade do canal aumenta ou diminui de acordo com a tensão
aplicada. Exemplo: uma tensão de porta positiva induz cargas negativas em um canal N, o que aumenta
184
a corrente fonte-dreno. O comando de corrente se produz sem perda de potência, o transistor com
efeito de campo (figura 161) na junção é, portanto, um componente unipolar comandado unicamente
pela tensão.
pulso elétrico
porta
processador
Essa característica marca uma importante diferença entre o transistor com efeito de campo e o transistor
bipolar, pois a fonte não é obrigada a fornecer corrente para comandar o TEC.
dreno dreno
gatilho gatilho
source source
dreno dreno
DSC
gatilho
gatilho
source source
Transistor com efeito de Transistor com efeito de
campo a canal N campo a canal P
Aula 08 - Transistores
Figura 161 Representação esquemática e simbólica dos transistores com efeito de campo (GM)
185
Transistores com efeito de campo na camada isolante
(MOSFET)
Fabricação
As letras MOS descrevem bem a construção desses transistores, uma vez que elas correspondem à
distribuição das camadas: metal (alumínio) – óxido (óxido de silício) – semicondutor (silício). A repre-
sentação simbólica da grade, um traço paralelo ao dreno-fonte, lembra o símbolo de um capacitor.
O capacitor desempenha um papel importante no comando desse tipo de transistor. A figura 162
mostra as representações esquemática e simbólica de transistores MOSFET.
N P N
silício
D D
S
G G
P N P S
S
FUNCIONAMENTO
No caso de um transistor PNP, se o eletrodo da grade não sofrer nenhuma tensão, não há circulação
de corrente entre a fonte e o dreno. As junções P-N bloqueiam a passagem. A aplicação de uma tensão
negativa na porta (G) empurra os elétrons da região N situada sob o eletrodo no interior do cristal.
As lacunas, transportadores de carga minoritários no silício do tipo N, são atraídos para a superfície.
Uma estreita camada condutora do tipo P se forma sob a superfície: um canal P. A corrente pode agora
Eletroeletrônica Veicular
circular entre as duas regiões P, fonte e dreno; essa corrente é composta unicamente de lacunas. Como
a tensão da grade age por meio de uma camada isolante de óxidos, não há circulação de corrente no
circuito de comando. O comando se efetua, portanto, sem perda de potência. O transistor MOS é,
então, um condutor unipolar comandado pela tensão.
186
Os transistores MOS oferecem as seguintes vantagens:
rapidez de funcionamento;
baixas perdas de potência;
baixa sensibilidade às variações de temperatura;
resistência elevada aos parasitas.
Como a porta dos transistores com efeito de campo é comandada unicamente por magnetismo, esse tipo
de transistor é particularmente sensível às descargas devido à eletricidade estática. Em função disso
os fabricantes colocam advertências indicando a presença desses componentes (figura 163) na maioria
dos módulos eletrônicos que comandam circuitos nos veículos modernos.
Figura 163 Pictograma sinalizando a presença de componentes sensíveis à eletricidade estática (GM)
TIRISTORES
Definição
Fabricação
O tiristor se compõe de quatro camadas de semicondutor PNPN posicionadas uma após a outra. Três
Aula 08 - Transistores
dessas camadas são munidas de bornes de ligação: o ânodo (+), o cátodo (-) e o gatilho. O gatilho cor-
responde ao eletrodo de comando. Dependendo da disposição das camadas, os tiristores têm gatilho
P ou gatilho N.
187
Categoria
SCR
A condução de um tiristor SCR começa quando as seguintes condições são atendidas: o ânodo é positivo
em relação ao cátodo e o gatilho recebe um sinal chamado corrente de partida. Ligado como interrup-
tor, o tiristor é colocado em circuito logo que a corrente do gatilho atinge o valor chamado corrente
de partida, então ele conduz entre o ânodo e o cátodo e pode deixar passar uma grande corrente de
carga. A figura 164 mostra as representações esquemáticas e simbólicas de um SCR.
Triac
Eletroeletrônica Veicular
O triac é um tiristor bidirecional de três bornes, pode ser ligado sem importar o sentido da corrente do
gatilho. Como a corrente pode circular nos dois sentidos no interior de um triac, as conexões não são
identificadas por ânodo ou cátodo, mas simplesmente por “borne n° 1” e “borne n° 2”. O gatilho pode
começar a condução do triac tanto em tensões positivas quanto negativas.
188
O gatilho do triac também só serve para começar a condução A interrupção somente acontece quando
a corrente principal é cortada. A figura 165 mostra a representação simbólica de um triac.
Pontos-chave
• Os transistores com efeito de campo se dividem em duas categorias: com efeito de
campo na junção e com efeito de campo na camada isolante;
• Os tiristores são componentes eletrônicos de quatro camadas de semicondutor pos-
suindo propriedades de um interruptor;
• Um tiristor SCR liga quando o ânodo é positivo em relação ao cátodo e o gatilho recebe
um sinal de partida;
• O triac é um tiristor bidirecional que pode ser ligado não importando o sentido da
corrente do gatilho.
Parabéns! Finalizamos a oitava aula e nossa próxima atividade será a segunda aula prática. Apro-
veite para consultar o seu CD-ROM e ver a animação referente à lição 22: Funcionamento
dos MOSFET e fazer os exercícios propostos.
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Eletroeletrônica Veicular
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LÂMPADAS E FARÓIS
AULA 09
191
lição
lição23
17
As lâmpadas são fontes luminosas do sistema de iluminação. Para sanar diferentes necessidades, os
fabricantes de automóveis usam várias lâmpadas que possuem diferentes características. Essa lição
apresenta as lâmpadas e os faróis usados nos veículos.
LÂMPADAS INCANDESCENTES
Construção e funcionamento
Apesar da diversidade das lâmpadas existentes atualmente no mercado, elas possuem em comum os
seguintes elementos: filamento, bulbo, base e terminais de conexão (figura 166).
bulbo filamento
base
guia
pólo
lâmpadas devem ter pelo menos dois terminais conectados a cada uma das extremidades do filamento
(figura 167-A). Normalmente, uma das extremidades do filamento ligado à parede da base, tem o papel
de terminal. Algumas lâmpadas têm dois filamentos de intensidade luminosa diferente, elas têm três
terminais, um comum conectado à base, um no início de cada filamento (figura 167 - C).
192
Outras lâmpadas, com um filamento, possuem dois terminais isolados situados na extremidade da
base. Esta montagem permite controlar a lâmpada pela parte positiva ou pela parte negativa do circuito
(figura 167 - B).
2 terminais
1 filamento 2 terminais
2 filamentos 3 terminais
Além de ligar eletricamente a lâmpada ao circuito, a base serve para fixá-la em um receptáculo. Para
evitar confusão entre as lâmpadas, os fabricantes adotam bases com formas e diâmetros diferentes. Os
principais meios adotados para fixar a base no receptáculo são: a montagem tipo baioneta através de
guias (empurre e gire), a montagem com rosca, para empurrar e a tubular (Fesoon type) (figura 168).
193
A posição assimétrica dos terminais guias da base com baioneta dois pólos (figura 169) das lâmpadas
com dois filamentos de intensidade luminosa diferente, força a conexão de um determinado filamento
a um circuito específico. Como exemplo, esta medida assegura a conexão do filamento mais potente ao
circuito dos piscas e o mais fraco ao circuito de meia luz. Uma substância resistente à alta temperatura
fixa a base feita com liga de cobre ao bulbo.
Tradicionalmente, as bases eram metálicas. Entretanto, há alguns anos, vários fabricantes de lâmpadas
usam bases plásticas (Plastic Wedge) ou tudo em vidro (Wedge). O uso do plástico evita a corrosão no
receptáculo e reduz a temperatura da base. As lâmpadas em vidro, sem base, têm dois fios que emer-
gem do bulbo e prolongam as extremidades do filamento. Dobrados contra o bulbo, são os terminais.
Além de reduzir o espaço ocupado, esta disposição facilita a montagem já que basta uma pressão para
inserir no receptáculo.
Quando as lâmpadas estão montadas em um circuito impresso, elas são inseridas em um adaptador espe-
cífico (figura 170). O adaptador é inserido por rotação na placa rígida do circuito impresso. As lâmpadas
de vidro são frequentemente usadas em locais pouco ventilados, pois resistem a temperaturas que podem
chegar a 230º C. Nessa temperatura, a substância da base e a soldagem dos terminais derretem.
Eletroeletrônica Veicular
194
Além da forma da base e da quantidade de filamentos, as lâmpadas são classificadas segundo a potência
em watts, a intensidade em ampères (para uma determinada tensão nominal) e o fluxo luminoso. A po-
tência em watts e a intensidade em ampères são semelhantes às unidades apresentadas durante o estudo
dos princípios de eletricidade. A unidade de medida para o fluxo luminoso é a “candela” (Candlepower)
ou o “lúmen”. Como a candela servia para a iluminação antes da invenção da lâmpada incandescente, a
medição era realizada segundo essa referência. A unidade corresponde aproximadamente à iluminação
de uma candela observada na horizontal em uma determinada distância. Para converter as candelas em
lumens, basta multiplicar por 12,57. Assim, 12,57 lúmens equivalem a uma candela. A tensão (em volt)
é um dado importante para as lâmpadas incandescente: como exemplo, uma queda de 2 volts reduz a
iluminação em 2 elevado a 3,4 lúmens.
Para facilitar a conversão, os fabricantes identificam as lâmpadas segundo características idênticas por
um número específico homologado pelo American National Standards Institute (ANSI). Essas carac-
terísticas incluem a forma do bulbo, as dimensões e as posições do filamento em relação à base. Como
exemplo, uma lâmpada no. 1157 (figura172) possui dois filamentos (um de 32 candelas e o segundo de
três candelas), uma base com dois pólos (D.C. Index) e o diâmetro do bulbo é de 1 polegada. O diâ-
metro e a forma do bulbo são expressos por um código formado por uma letra e um número. A letra
significa a forma e o número corresponde à quantidade aproximada de 1/8 polegadas. Como exemplo,
o código S-8 designa um bulbo de forma esférica e um diâmetro de 8x1/8 po = 1 polegada.
TUBO NÉON
Alguns fabricantes usam tubo néon com fonte luminosa para a meia luz dianteira, traseira e para a luz de
freio dos automóveis. A superioridade do tubo néon na luz de freio é que ela pode iluminar mais rápido
(aproximadamente 198 milésimos de segundo) que uma lâmpada incandescente. Para uma velocidade de
97 km/h, esses 198 milésimos de segundo dão ao motorista que vem atrás a possibilidade de diminuir a
distância de parada em 5,25 metros em média, o que reduz os riscos de colisão traseira. Outras vantagens
ligadas ao uso do tubo néon são: uma vida útil maior, um consumo menor de eletricidade e um menor
espaço ocupado, pois a difusão de iluminação é realizada sem necessidade de recorrer a um refletor pro-
fundo. O tubo de néon convencional deve, entretanto, ser modificado para funcionar com uma corrente
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
contínua. A intensidade luminosa do tubo permanece constante para tensões que variam de 9 a 16 volts.
195
Dependendo das necessidades dos designers, o tubo néon pode apresentar diferentes formas para se
adaptar à lanterna. Dependendo da necessidade de sua posição de montagem, eles podem apresentar
iluminação vermelha ou laranja (foi utilizado em alguns modelos VOLVO).
Eletroeletrônica Veicular
Figura 171 Especificações de lâmpadas incandescentes usados nos carros (General Eletric)
196
DIODO EMISSOR DE LUZ OU ELETROLUMINESCENTE (LED)
O diodo emissor de luz (LED) é usado para luz de advertência tanto no painel de instrumentos como
nos diversos interruptores. Vários fabricantes os usam como fonte luminosa para a terceira luz de freio
na tampa do porta-malas ou no aerofólio. O diodo eletroluminescente está alojado em um espaço re-
duzido e resiste melhor que o filamento da lâmpada incandescente ao choque durante o fechamento
da tampa. Além disso, o tempo entre o momento em que o pedal de freio é ativado e sua iluminação
é menor do que o de uma lâmpada incandescente.
FIBRA ÓTICA
Às vezes, os fabricantes usam fibra ótica para iluminar locais de difícil acesso a partir de uma única fonte
luminosa. A fibra ótica não produz luz, ela serve somente para transportá-la. A localização da fonte
luminosa é normalmente prevista para facilitar a troca da lâmpada.
Então, é importante consultar o manual do fabricante para evitar retirar inutilmente elementos localiza-
dos próximo ao local iluminado enquanto a fonte pode estar situada mais longe. A flexibilidade da fibra
ótica permite inseri-la em locais inacessíveis às lâmpadas clássicas e criar efeitos luminosos interessantes.
Uma fibra ótica plástica é formada por um núcleo em polimetacrilato de metila, de forma cilíndrica com
alto índice de refração e uma capa ótica de índice menor. A transmissão dos raios luminosos na fibra
é feita segundo o princípio da reflexão total, ou seja, o raio se reflete do núcleo à capa. A reparação de
uma fibra ótica cortada é feita com um material especial e não por uma emenda clássica.
LÂMPADAS HALÓGENAS
As lâmpadas halógenas têm os mesmos elementos que as lâmpadas incandescentes mencionadas até agora.
A diferença está na pressão interna maior e do gás inerte contido no bulbo que é criptônio misturado a
um halogênio (iodo, bromo ou flúor). A pressão do gás dentro do bulbo é três a quatro vezes superior
à pressão atmosférica, o que pode provocar a explosão do bulbo e a projeção de estilhaços de vidro se
ele aquecer demais ou sofrer uma pancada.
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
Você sabe que os fabricantes devem limitar a temperatura do filamento, pois a vaporização do tungs-
tênio escurece o interior do bulbo e reduz a vida útil do filamento. Graças à presença do halogênio, a
ação do calor exalado pelo filamento, provoca, dentro do bulbo, um ciclo halogênio, o que regenera o
filamento. As fases desse ciclo são:
197
a alta temperatura vaporiza parcialmente o filamento, e os átomos de tungstênio se dirigem à pare
de do bulbo onde a temperatura é de 400 a 600º C;
nessas temperaturas, a combinação dos átomos do halogênio com o tungstênio produz iodeto de
tungstênio;
as moléculas de iodeto de tungstênio circulam por convecção dentro do bulbo até o momento
em que encontram o filamento;
em contato com o filamento, devido à alta temperatura (superior a 2.000º C), as moléculas de iodeto
de tungstênio se fracionam e os átomos de tungstênio se acumulam no filamento. Os átomos de
halogênio se misturam novamente aos átomos de tungstênio e o ciclo recomeça.
O ciclo halogênio permite a circulação de uma corrente maior no filamento da lâmpada sem reduzir sua
vida útil; o ciclo atinge então uma temperatura superior, o que aumenta o fluxo luminoso. A eficiência
luminosa das lâmpadas halógenas é de 22 a 26 lúmen/watt enquanto a das lâmpadas incandescentes é
de 10 a 18 lúmen/watt. Além disso, a vida útil das lâmpadas halógenas excede a das lâmpadas não haló-
genas e o bulbo permanece claro, pois o tungstênio vaporizado se acumula novamente no filamento.
Para que os bulbos suportem as temperaturas elevadas sem amolecer são produzidos em quartz ou em
vicors. Esses dois elementos são mais permeáveis a luz que o vidro, e conseqüentemente mais sensíveis
à sujeira, o que exige precauções durante a manipulação deste tipo de bulbo. Eles são submetidos a
temperaturas muito elevadas, assim a dilatação da parte suja será diferente da dilatação da parte limpa,
o que pode provocar rompimento do bulbo.
Se por distração a lâmpada for tocada com a mão desprotegida, é preciso limpa-la com álcool isopropílico. A
transferência de calor do filamento, ao gás, ao bulbo em seguida ao ambiente basta para manter sua temperatura
em níveis aceitáveis. Em condições normais, a circulação do ar assegura o resfriamento adequado.
Para evitar ferimentos ou diminuição da vida util das lâmpadas halógenas, algumas precauções especí-
ficas devem ser tomadas durante a manipulação.
Eletroeletrônica Veicular
198
Regras para a manipulação das lâmpadas halógenas:
lâmpada halógena
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LÂMPADA COM DESCARGA DE GÁS XÊNON
Dia após dia, os carros de luxo são equipados com um sistema de iluminação com lâmpada com descarga
de xênon (HID – high density discharge), reconhecida pela luz azulada emitida. A energia luminosa vem
de uma lâmpada cujo filamento é substituído por dois eletrodos separados por uma distância de 4 mm
aproximadamente. O bulbo é enchido com mercúrio, xênon e sais metálicos. A fonte de energia lumi-
nosa é o arco voltaico que é estabelecido entre os dois eletrodos. A tensão necessária para ativar o arco
elétrico deve ser muito superior a 12 volts. Esta tensão é produzida por um módulo com um oscilador
que converte a corrente contínua em corrente alternada, em seguida, um transformador aumenta essa
tensão que é regularizada por um circuito eletrônico.
A faísca exige uma tensão de aproximadamente 300 volts. Com o arco elétrico ativado, a tensão é re-
duzida. O arco elétrico ioniza o xênon (que produz aproximadamente 20% da energia luminosa total) e
a elevação da temperatura vaporiza o mercúrio e os sais metálicos que se tornam gasosos e condutores
de eletricidade. Quando o módulo percebe essa condição, ele aumenta a tensão e a luminosidade au-
menta. A tensão pode então chegar a 20 kV quando a lâmpada atinge sua temperatura normal. Além
de ser até três vezes mais fortes, a vida útil da lâmpada com descarga de gás é até cinco vezes superior
a de uma lâmpada halógena.
O fato de que esse tipo de lâmpada gere uma intensidade luminosa superior às outras lâmpadas com
menos calor influencia a concepção do refletor e da caixa. O refletor pode estar situado mais perto da
lâmpada e ter dimensões reduzidas.
A potência do feixe luminoso aumenta os riscos de ofuscamento, o que obriga os fabricantes a prever
um sistema que compense automaticamente as mudanças de carga e altura da carroceria do veículo
devido à quantidade de ocupantes ou carga mais pesada no porta-malas.
Pontos-Chave
Os elementos essenciais de uma lâmpada incandescente são: o filamento, o bulbo, a
base e os terminais de conexão;
Eletroeletrônica Veicular
200
As lâmpadas em vidro resistem a temperaturas que podem chegar a 230º C;
As lâmpadas incandescentes são muito sensíveis à queda de tensão;
Hoje, os carros são equipados com lâmpadas halógenas que podem ser trocadas facilmente;
É muito importante trocar uma lâmpada por outra similar.
Você completou o estudo da primeira lição da nossa última aula a distância, consulte o seu CD-ROM
e solucione as questões de fixação, qualquer dúvida aproveite a monitoria para esclarecê-las.
Lembre-se: Ao finalizar essa aula teremos a nossa última aula prática, portanto, organize-se:
paralelo ao estudo das lições dessa aula responda ao questionário que você precisa entregar na
prática. Vamos lá! Bons estudos!
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Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
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201
lição
lição24
17
FARÓIS
Dirigir a noite com segurança exige um sistema de iluminação potente, para iluminar o chão, e
bem orientado para reduzir o risco de ofuscar a quem vem em sentido contrário. Para responder
a essa necessidade, todos os carros devem obrigatoriamente possuir um sistema de iluminação
com luzes alta e baixa. A potência e a orientação dos faróis é objeto de uma lei regida pelos
órgãos regulamentadores de trânsito.
Desde a invenção do automóvel vários dispositivos foram adotados. Nessa lição você aprenderá a
conhecer os faróis selados e os blocos óticos.
Antes da modificação da regulamentação de 1983, a iluminação obrigatoriamente era feita com faróis
selados (Sealed Beam). Esta regulamentação fixou as dimensões (figura 175) e a quantidade de faróis
que um fabricante deve instalar nos veículos novos. A popularidade dos faróis selados diminuiu gra-
dativamente e hoje esta em desuso.
165 mm 200 mm
140 mm 150 mm
142 mm
100 mm
92 mm
64 mm
Normalmente, um farol selado (figura 176 da página 203) é feito por uma caixa de vidro hermético dentro da
qual há um ou dois filamentos de tungstênio. A caixa montada a vácuo ou a gás inerte, combina os papéis de
lente e de refletor. De fato, na presença de oxigênio, o filamento aquecido se deterioraria em alguns instantes, pois
sua temperatura pode ultrapassar 2000º C. Quando o filamento de um farol selado queima, deve-se trocar toda
a unidade. A troca do filamento por uma lâmpada halógena melhora a potência luminosa do farol selado.
202
Todavia, apesar da lâmpada halógena permanecer funcionando após a quebra da lente do farol, recomen-
da-se trocá-la, pois com o tempo o refletor e a lâmpada acabam se deteriorando devido a estilhaços.
lente
lente
saliência
bulbo cheio
de iodo
filamentos
refletor refletor
saliência
Figura 176 Farol selado convencional e farol halogênio visto em corte (MEQ)
A conexão dos faróis selados no circuito é feita por terminais machos cuja forma e a disposição são
regulamentadas (figura 177). Como o conjunto é fabricado com vidro, um conector serve para ligar a
massa, e os outros, os filamentos aos circuitos.
Refletores
A superfície interna de forma parabólica é coberta com uma fina camada de prata ou de alumínio
polido que reflete a luz. A forma parabólica dos refletores concentra os raios luminosos e os projeta pa-
ralelamente no eixo do farol (figura 178 da página 204). Muitos faróis selados têm luz alta e luz baixa;
a orientação diferente dos feixes provém da posição do filamento no centro do refletor parabólico.
Podemos encontrar, os dois filamentos colocados um em cima do outro (9004) ou paralelos (9007).
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
A luz alta é colocada no centro, e todos os raios são projetados paralelamente ao eixo do farol. A luz
baixa é colocada acima da linha de centro, levemente descentralizada para a esquerda.
203
Essa posição do filamento de luz baixa dirige quase rodos os raios para baixo em direção ao chão com
um leve desvio para a direita.
Lente
Você já deve ter observado o aspecto particular apresentado por uma lente de farol selado. A superfície
interna da lente tem prismas ou estrias. Os prismas desviam uniformemente os raios refletidos, e as
estrias desviam progressivamente os raios em duas direções. A forma e a disposição destas figuras são
frutos de longos trabalhos de pesquisa. O conjunto dos desenhos específicos gravados na lente orienta
os raios refletidos para o lado e para baixo para reduzir o ofuscamento, sem perda de luminosidade.
Uma técnica semelhante é usada no desenho das lentes que cobrem a meia luz . A lente de todos os
faróis selados possui obrigatoriamente três saliências, elas servem de referência para a montagem de
aparelhos de regulagem dos faróis. A tendência atual é no sentido de uma redução geral do peso favo-
recida pelo uso de materiais plásticos para a lente e para o refletor.
Blocos óticos
Progressivamente, a partir de 1983, fabricantes trocaram os faróis selados por conjuntos chamados
blocos óticos. Eles são concebidos especificamente para se adaptar a um modelo específico de automóvel.
A forma se adapta à carroceria, o que permite melhorar a aerodinâmica dos carros. A fonte luminosa
dos blocos óticos é uma lâmpada halógena com um ou dois filamentos.
Eletroeletrônica Veicular
204
A base dessas lâmpadas possui uma guia flangeada que permite situar o filamento em um ponto es-
pecífico do refletor (figura 179).
Bulbo Casquilho
Refletor
Casquilho Lâmpada
Anel trava
Conector
Conector
Guia flange
Refletor Trava de
conector
Figura 179 Dois meios para fixar uma lâmpada halógena no refletor (Ford)
A lente de alguns blocos óticos é completamente transparente, isso é possível porque os refletores são
concebidos para um veículo específico e usam refletores assimétricos. A lente dos blocos óticos possui
marcas de referencia como para alinhar os faróis; uma medida horizontal e uma medida vertical, por
exemplo, 21H-29V, que servem como referência para a regulagem dos adaptadores da reguladora de
faróis (regloscópio).Os blocos óticos sem saliência possuem níveis para regular diretamente a orientação
correta dos faróis.
Pontos-Chave
• Todos os carros devem obrigatoriamente possuir um sistema de iluminação com luzes
alta e baixa;
• Um farol selado, normalmente, é feito por uma caixa de vidro hermético dentro da
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
205
Aprendemos nessa lição o funcionamento dos faróis: selados, refletores, lentes e blocos óticos.
Veja no seu CD-ROM a animação Funcionamento das lâmpadas e faróis, essa animação é uma
recapitulação da lição 23 e 24, depois aproveite para fazer os exercícios de fixação do CD e os
que se encontram no final dessa aula.
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Eletroeletrônica Veicular
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206
lição
lição25
17
O bom funcionamento dos faróis é essencial para a segurança dos motoristas, pois permite a eles benefi-
ciarem-se de boa visibilidade na estrada durante a direção noturna. A luz de presença permite ao motorista
perceber a existência de um outro veículo.
Para que as conexões dos cabos do circuito elétrico sejam facilmente identificadas, são utilizadas normas
para designação de bornes, como, por exemplo, a norma européia DIN 72552. Na tabela da figura 180 estão
representados os códigos utilizados para a designação dos bornes do sistema de iluminação automotiva.
207
Componentes e funcionamento do circuito
Em determinada época, o circuito de faróis de todos os veículos tinham os mesmos elementos conec-
tados de maneira idêntica. Porém, na última década ocorreram tantas mudanças que a descrição de um
circuito norte-americano ou asiático não pode ser usada como modelo para todo mercado mundial.
No âmbito desse guia, vamos nos limitar à explicação de casos padrões; é então essencial consultar o
manual do fabricante para descobrir as particularidades próprias ao veículo a ser reparado. É importante
saber que a compreensão dos princípios que regem os casos padrões facilitará a sua interpretação do
esquema dos circuitos mais específicos.
Como mencionado, o circuito de faróis é objeto de uma regulamentação específica e todos os automó-
veis devem obrigatoriamente possuir luz baixa e luz alta. A luz está baixa quando o feixe está abaixado
na estrada e desviado para a direita do veículo (figura 181).
luz baixa
luz alta
A direção do feixe evita ofuscar os motoristas em sentido oposto e garante uma boa visão da beira da
Eletroeletrônica Veicular
estrada e das placas. A luz está alta quando o feixe está projetado mais longe na estrada e no eixo do
veículo (figura 181). Os elementos essenciais desse circuito são os faróis e as lâmpadas (apresentadas
no capítulo anterior), o interruptor de iluminação, o comutador de luz baixa, os relés, os dispositivos
de proteção e os módulos eletrônicos.
208
O interruptor de iluminação
interruptor
de iluminação
209
Em vários modelos de veículos recentes, toda a corrente que circula nos filamentos dos faróis não atravessa
mais o interruptor de iluminação; ele serve para comutar - um relé. O comando do motorista de acender os
faróis - controla uma corrente fraca de comando de um relé (figura 183).
interruptor de
iluminação
comutador de
luz baixa
módulo dos
faróis diurnos
210
Então, é importante estudar cada esquema do circuito de faróis para conhecer as especificidades de cada um
dos modelos ou das marcas de veículos.
O circuito de faróis está protegido por um disjuntor situado, às vezes, no interruptor de iluminação (fi-
gura 183 da página 198)) ou por fusíveis (figura 184). O disjuntor permite ao circuito de faróis funcionar
intermitentemente em caso de sobrecarga, o que deixa ao motorista iluminação suficiente para estacionar
o seu carro. Quando a proteção é assegurada por fusíveis, os fabricantes colocam um por farol ou por
luz. Esta precaução reduz os riscos de queima simultânea.
disjuntor do interruptor de
circuito dos central de
distribuição iluminação
faróis 20 A
comutador de
luz baixa
combinação de
instrumentos sinal de
luz alta
bloco bloco
óptico óptico
esquerdo direito
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
Figura 184 Comutador de luz baixa com lampejador de luz alta (General Motors)
211
Comutador de luz baixa
O comutador de luz baixa dos automóveis atuais tem uma função complementar: o lampejador de luz
alta (Flash-to-pass), que tem como objetivo chamar a atenção de outros motoristas. Além de selecionar
a iluminação dos faróis, uma leve tração na alavanca do comutador ativa o lampejador de luz alta, ou
acende simultaneamente a luz alta e baixa. Esta função é alimentada pelo circuito dos faróis (figura 184
da página 211) ou por um circuito independente.
Hoje, o sistema de iluminação dianteira tem duas ou três lâmpadas halógenas. Esta configuração
substitui os dois ou quatro faróis selados dos modelos mais antigos. As lâmpadas ou faróis selados
são sempre conectados em paralelo, tanto para a luz baixa como para luz alta. Freqüentemente, com
o objetivo de aumentar a confiabilidade, um fio liga à massa cada um dos faróis (figura 184 da página
211). O fio de massa comum permite aos faróis funcionar mesmo se uma anomalia afetar um das duas
conexões à massa.
A troca dos faróis selados por lâmpadas halógenas mais potentes, assim como o uso de uma manípulo
multifuncional, levam os fabricantes a recorrerem aos relés (figura 185 da página 213). A intensidade da
corrente no contato do interruptor multifuncional está limitada à que circula na bobina do relé. Além
disso, a presença de um relé reduz a quantidade de conexões entre a fonte e os faróis, o que diminui
as quedas de tensão e, consequentemente, aumentam a intensidade luminosa.
Luz de presença
Eletroeletrônica Veicular
As seguintes luzes são obrigatórias para todos os carros: luz de presença dianteira ou ½ luz (Front park
light), luz de presença traseira (Tail light), e luz da placa (License plate). Alguns veículos contam com
uma iluminação lateral frequentemente integradas à luz de presença dianteira e traseira, que avisa da
presença do veículo à circulação transversal. Todas as luzes de presença são comandadas pelo interruptor
dos faróis, acendem na primeira posição e permanecem funcionando na segunda posição. Um fusível
independente ou um disjuntor, sempre sob tensão, protege o circuito da 1/2 luz.
212
central de
distribuição elétrica
interruptor
de iluminação
interruptor
multifuncional
relés relés
de luz baixa de luz alta
213
A fonte luminosa da luz de presença é uma lâmpada com dois filamentos (figura 186), o segundo fila-
mento de potência mais elevada serve para a luz de freio ou para os pisca-piscas. Dependendo do tipo
de circuito, o interruptor alimenta diretamente as lâmpadas ou somente o fechamento do relé. Esta
técnica serve para os circuitos de iluminação comandados pelo negativo.
lâmpada lâmpada
dianteira dianteira
esquerda direita
farol
pisca-pisca
pisca-pisca
interrupção
214
LUZ DE RÉ
As luzes de ré, de cor branca, acendem automaticamente quando a marcha ré é engatada para iluminar
a zona traseira do veículo. Essas lâmpadas são protegidas por um fusível sob tensão somente quando
o circuito da chave de contato está fechado (ON) figura 187. O interruptor unipolar unidirecional das
lâmpadas de ré está montado na transmissão automática, normalmente perto do seletor, ou em uma
caixa de câmbio manual.
interruptor de
arranque em ponto
morto
lâmpada de ré esquerda
lâmpada de ré direita
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
215
O interruptor das lâmpadas de ré dos veículos com transmissão automática está frequentemente conju-
gado ao de segurança; esse previne o arranque do motor em outro ponto que não seja o ponto morto
(figura 188). O interruptor das lâmpadas de ré às vezes desregula-se fazendo com que as lâmpadas
também acendam-se em movimento para frente. Para as caixas de câmbio manuais, o interruptor está
parafusado diretamente na caixa.
interruptor de arranque
em ponto morto
Figura 188 Interruptor de arranque no ponto morto combinado com o interruptor da luz de ré (Ford)
Muitos fabricantes usam um só interruptor que aciona diretamente a corrente das luzes de ré , outros
usam um relé. Na presença de um relé, o interruptor só controla a baixa corrente da bobina (figura 189).
Em alguns fabricantes, desde a adoção de transmissões automáticas com gerenciamento eletrônico, o
acionamento do relé das luzes de ré é comandado pela central eletrônica da carroceria.
Eletroeletrônica Veicular
216
sempre sob tensão sempre sob tensão
interruptor de quadro de
ignição fusíveis
interruptor das
luzes de freio
ILUMINAÇÃO INTERNA
Iluminação do habitáculo
A iluminação do habitáculo é garantida por uma lâmpada no teto e, dependendo do veículo, por uma
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
quantidade mais ou menos elevada de lâmpadas de cortesia (recepção) montadas nas portas, sob o
painel de instrumentos ou em outro lugar. Normalmente uma extremidade do filamento das lâmpadas
desse circuito permanece sob tensão. Os interruptores da porta e da luz do teto são ligados em paralelo
e conectam a outra extremidade à massa.
217
Vários modelos top de linha possuem um temporizador encarregado de manter a iluminação durante um
determinado tempo após o fechamento de uma porta. Nos outros casos, notadamente para os carros com
trava à distância, o comando de iluminação é realizado por gerenciamento eletrônico (figura 190).
porta-fusível
luz de teto
interruptor de iluminação
O circuito de iluminação dos indicadores e dos comandos do painel de instrumentos é composto por
várias lâmpadas comandadas por um interruptor de iluminação, ou é independente e montado no
painel de instrumentos.
218
Cada vez mais, os fabricantes substituem o reostato por um módulo eletrônico que produz menos
calor oferecendo uma regulagem precisa (figura 191). Um fusível ou um disjuntor sempre sob tensão
protege esse circuito.
Durante muito tempo, esse tipo de circuito controlado pelo negativo, foi reservado aos carros asiáticos.
Agora encontra-se também nos fabricantes americanos e europeus. A grande diferença reside no fato
de que, diferente dos circuitos anteriores, o comando multifuncional faróis-luz baixa liga o circuito à
massa do veículo. A alimentação (+) dos faróis desses carros é feita por um relé funcionando a partir
do comando dos faróis. Esse comando multifuncional acende os faróis e a ½ luz, comuta as luzes altas,
baixas, ou o lampejador de luz alta. Para compreender melhor o funcionamento desse sistema, observe
a figura 192 da página 208 que ilustra o esquema de iluminação do veículo da marca Toyota.
219
os dois fusíveis estão sob tensão assim como o ponto comum de cada um dos faróis.
a corrente circula no filamento de cada uma das lâmpadas luz alta e atinge a massa através dos
contatos 9 e 12 do interruptor de luz baixa.
os faróis acendem na posição “luz alta”.
para a retransmissão
das lampadas a dia
farol esquerdo
farol direito
interruptor de ilu-
fusíveis minação (light sw)
e comutador de luz
baixa (dim sw)
bateria de acu-
muladores
retransmissão
dos faróis
Eletroeletrônica Veicular
fio fusível
A passagem da luz alta para a baixa depende do comutador de luz baixa (Dim SW); ele liga o circuito
à massa para acionar o circuito da luz alta (High) pelos terminais 12 e 9 ou, para acionar o circuito da
luz baixa (Low), pelos terminais 3 e 9.
No lampejador de luz alta (Flash), os faróis se acendem quando o motorista puxa a alavanca em sua
direção, o que provoca o fechamento do relé que alimenta os faróis e simultaneamente acende a luz
alta ligando os terminais 12 e 9 à massa.
Pontos-Chave
O interruptor de iluminação é um interruptor do tipo multipolar e multiposição;
O circuito dos faróis está protegido por um disjuntor ou por fusíveis;
O comutador de luz baixa é um interruptor de tipo unipolar bidirecional;
O comutador de luz baixa está situado na extremidade ou no centro da coluna de direção;
As lâmpadas ou faróis selados são sempre conectados em paralelo;
O uso de um relé limita a intensidade da corrente nos contatos do interruptor multi-
funcional ao da bobina.
Estamos finalizando a penúltima lição desse guia de estudos, verifique se você compreendeu
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
todas as lições até o momento, caso contrário anote as suas dúvidas e entre em contato com
a monitoria, não hesite estaremos disponíveis para atendê-lo.
Aproveite para fazer os exercícios de fixação no CD-ROM para ajudá-lo no seu estudo.
221
lição
lição26
17
CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO
Todos os carros possuem obrigatoriamente três circuitos de sinalização: direção, advertência e parada.
Esses circuitos servem para avisar aos outros usuários da estrada as intenções e as manobras do motorista
do veículo. Essa seção explicará o funcionamento deles e permitirá o exame e o estudo detalhado.
Pisca-pisca e pisca-alerta
O bom funcionamento do pisca-pisca e do pisca-alerta é essencial para uma direção segura. O depar-
tamento de trânsito rege a quantidade, a cor, a disposição e a cadência do pisca. Os circuitos de pis-
ca-pisca e do pisca-alerta têm vários elementos comuns. Alimentam as mesmas lâmpadas; entretanto,
cada um tem seu próprio interruptor e, dependendo dos circuitos, uma central de pisca comum ou
uma por circuito.
As centrais de pisca são dispositivos que transformam a corrente contínua da bateria em corrente
descontínua, intermitente. Normalmente, funcionam segundo três princípios: termostático, magnético
ou eletrônico.
No dispositivo termostático, é a deformação de uma haste bimetálica pelo calor que comanda a abertura
ou o fechamento de um contato. O calor gerado depende diretamente da intensidade da corrente que
circula nas lâmpadas do circuito.
No dispositivo magnético, um relé é o elemento principal desta central; a ação do condensador anula
os campos magnéticos da bobina e provoca a abertura dos contatos.
Enfim, os dispositivos eletrônicos, que funcionam sem nenhuma peça móvel, contam com a interação
de dois transistores para fechar e abrir o circuito. Além disso, são insensíveis aos grandes variações de
Eletroeletrônica Veicular
temperatura e de tensão.
222
Os diferentes tipos de centrais de pisca se classificam em duas categorias: com carga específica e com
carga variável (figura 193).
As centrais de pisca com carga específica são concebidas para alimentar uma quantidade definida de
lâmpadas com potência específica, como é o caso para os pisca-piscas. Freqüentemente, uma inscrição
na caixa menciona, por exemplo, duas lâmpadas de 32 W e uma lâmpada de 3 W.
É preciso trocar uma lâmpada queimada por outra de potência idêntica à original. Por exemplo, trocar
uma lâmpada no. 1157 por uma lâmpada no. 1034 podem modificar a freqüência de pisca-pisca.
As centrais de pisca com carga variável não são influenciadas pela quantidade, nem pela potência das
lâmpadas conectadas no circuito. Esse tipo de carga é usado quando uma única central alimenta os
pisca-piscas e o pisca-alerta. A conexão de um reboque em um veículo exige que ele esteja equipado
em uma central com carga variável.
O interruptor dos pisca-piscas, tipo gaveta, está sempre na extremidade da coluna de direção e, contém
frequentemente, o do pisca-alerta. Todavia, alguns fabricantes usam um interruptor totalmente inde-
pendente para o circuito do pisca-alerta. A cada dia, mais carros possuem interruptores multifuncio-
nais, o interruptor da coluna de direção do pisca acumula então diferentes tarefas. O interruptor dos
pisca-piscas possui um dispositivo mecânico encarregado de parar automaticamente os pisca-piscas
após uma curva.
223
O contato entre um came do interruptor e um came solidário do volante aciona o mecanismo e traz
a alavanca de volta à sua posição neutra (figura 194). Esse dispositivo só funciona após um grande
deslocamento do volante. Para resolver isso, um fabricante americano integra um circuito eletrônico
que anula automaticamente os pisca-piscas após um quilometro de funcionamento sem interrupção.
Todos os interruptores possuem uma posição “mudança de pista”; eles funcionam sem serem acionados
mesmo se uma leve pressão é exercida na chave.
interruptor do pisca-alerta
alavanca de comando do
interruptor do pisca-pisca
comando do limpador
Em posição neutra (figura 195 da página 225), o circuito entre a central de pisca e as lâmpadas dian-
teiras e traseiras está aberto. A função “normal” da central de pisca está sob tensão quando a chave de
ignição está ligada ou em partida.
A seção da central ligada ao sinal do pisca-alerta permanece sob tensão. Em posição neutra, somente
o circuito situado entre a entrada de freios e as duas lâmpadas traseiras está fechado.
Eletroeletrônica Veicular
224
sob tensão em mar-
sempre sob cha, teste de lâmpadas sempre sob sempre sob
tensão e arranque tensão tensão
quadro de
fusíveis
combinação
de instru-
mentos
lâmpada lâmpada
de gabarito de gabarito
esquerdo direito
225
Sinal de aviso de uma curva à esquerda
No deslocamento da chave de seta para sinalizar uma curva à esquerda, o deslizamento de contatos no inter-
ruptor estabelece um circuito entre o terminal ligado à central de pisca e as lâmpadas dianteira esquerda, traseira
esquerda e a lâmpada de advertência do combinado de instrumentos (figura 196). Três terminais externos estão
ligados pelo circuito interno do interruptor. As lâmpadas do lado esquerdo piscam enquanto o interruptor
permanece nessa posição.
interruptor
unidade de lâmpada
de pisca- de freio
pisca
interruptor
das lâmpadas
aflição de direção e lâmpada de
aflição freio sobre-
levado
combinação de
instrumentos
lâmpadas de
posição /direção/
lâmpa- lâmpa- freio traseiro
da de da de direito
gabarito gabarito
esquerda direita
lâmpadas de
posição /direção/
Eletroeletrônica Veicular
lâmpada
de placa
Figura 196 Percurso da corrente durante o aviso de uma curva a esquerda (Mitchell International) mesma
figura que a da 196
226
A figura 197 não mostra o funcionamento das luzes laterais dianteiras. Para tal conexão, elas piscam simulta-
neamente com os pisca-piscas dianteiro quando a luz de presença está apagada, e acendem alternadamente se
a luz de presença esta acessa. Essas reações são o resultado da conexão em série de dois filamentos, um fraco
que é o lateral e um mais potente que é o do pisca-pisca. Você sabe que em um circuito em série, a queda de
tensão mais importante acontece na resistência maior (no presente caso, o elemento das luzes laterais).
unidade de interruptor de
pisca-pisca lâmpada de freio
aflição interruptor de
direção e aflição
lâmpada de freio
sobrelevado
curva a curva a
direita esquerda
combina-
ção de ins-
trumentos
lâmpada lâmpada
de gabarito de gabarito
esquerdo direito
lâmpadas de
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
posição /direção/
freio direito
Figura 197 Percurso da corrente durante o aviso de uma curva a direita (Mitchell International)
227
Nessas condições, o filamento dos pisca-piscas e da ½ luz não acende; serve somente de condutor
para a conexão à massa das luzes laterais. Quando a ½ luz está acessa e o pisca-pisca funcionando, o
filamento dos das luzes laterais encontram-se com uma polaridade idêntica às duas extremidades e se
apagam quando o pisca-pisca acende alternadamente.
Curva à direita
O funcionamento para a curva à direita é o mesmo, exceto que o deslocamento dos contatos no inter-
ruptor conecta a central de pisca com as luzes do lado direito (figura 198). Novamente, três terminais
estão ligados pelo circuito interno do interruptor; um deles é comum ao aviso para a esquerda e para
a direita. Logicamente, esse terminal corresponde à alimentação que vem da central de pisca.
Luz de freio
As luzes de freio têm um papel muito importante no que diz respeito à segurança de direção. São co-
mandados por um interruptor fixado na pedaleira, na extremidade do pedal de freio ou diretamente
no tubo do cilindro-mestre (figura 198). A regulagem desse interruptor é particularmente importante
pois deve comandar o acendimento das luzes de freio assim que o pedal de freio é encostado. O menor
espaço de tempo no acendimento das luzes de freio reduz o tempo de reação do motorista que está
atrás e aumenta os riscos de colisão. Esse interruptor unipolar está sempre sob tensão, também serve
para transmitir um sinal ao regulador de velocidade (cruise control) ou ao sistema ABS.
pedal durante a
frenagem
228
Quando as luzes de freio e o pisca-pisca dividem o mesmo filamento (figura 199), a saída do interruptor das
luzes de freio está conectada na entrada especifica do interruptor dos pisca-piscas. Quando a chave está na
posição central, o circuito interno liga novamente três terminais; os da entrada e das lâmpadas traseiras.
interruptor de
lâmpada de
freio
unidade de
pisca-pisca
aflição interruptor de
direção e aflição
curva a esquerda
lâmpada de freio
sobrelevado
curva a direita
combinação de
instrumentos
lâmpada lâmpada
de gabarito de gabarito
esquerdo direito
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
Figura 199 Circuito das luzes de freio, interruptor dos pisca-piscas está em posição neutra (Mitchell
International) mesma figura que a 196
229
Combinada às duas etapas anteriores, por uma lógica simples, é possível identificar seis terminais do
interruptor dos pisca-piscas. A terceira luz de freio montada no vidro traseiro, também acende na fre-
nagem. Para evitar que pisque quando houver aviso de uma curva, a alimentação provém diretamente
do interruptor das luzes de freio.
Se as luzes de freio e do pisca-pisca são acionadas simultaneamente durante uma curva, somente a
luz de freio do lado oposto à curva e da terceira luz se acendem. O interruptor do pisca-pisca abre o
circuito de uma luz de freio e o conecta aos pisca-piscas (figura 200).
interruptor de
lâmpada de freio
unidade de pis-
ca-pisca
curva a esquerda
aflição interruptor
de direção e lâmpada de
curva a aflição freio sobrele-
direita vado
combinação
de
instrumentos
lâmpada lâmpada
de gabarito de gabarito
esquerdo direito
lâmpadas lâmpadas
Eletroeletrônica Veicular
Figura 200 Circuito das luzes de freio durante uma curva a direita (Mitchell International)
230
Luzes de freio independentes dos pisca-piscas
Na grande maioria dos veículos, o circuito das luzes de freio é completamente independente dos pis-
ca-piscas. Uma lâmpada traseira específica serve somente para o pisca-pisca e as luzes de freio estão
combinadas com as luzes de presença. Reconhecem-se os veículos dessa categoria pela presença de
uma lente de cor âmbar. O controle dos pisca-piscas é feito então por um interruptor simples unipolar
bidirecional.
Funcionamento do pisca-alerta
Comandado por um botão específico, esta função faz piscar simultaneamente as lâmpadas dianteiras e
traseiras do veículo. Com o circuito do interruptor do pisca-alerta (Hazard), o circuito dos pisca-piscas
se abrem, em seguida um circuito é estabelecido entre a central de pisca e as lâmpadas dianteiras e tra-
seiras (figura 201). Uma lâmpada de advertência distinta ou então a dos pisca-piscas avisa ao motorista
o acionamento do pisca-alerta.
interruptor das
luz de freio luzes de freio
sobrelevada central de
pisca
aflição
interruptor dos pisca-piscas
e do pisca-alerta
curva a curva a
direita esquerda
Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
231
Faróis de curva (veículos importados)
Os faróis de curva encontrados em veículos importados de cor branca são colocados de cada lado
na extremidade dianteira do pára-lama. Esses faróis são concebidos para iluminar a zona lateral do
veículo durante as curvas. Seu acionamento é comandado automaticamente por uma função adicional
do interruptor dos pisca-piscas (figura 202). Em alguns casos, os faróis de curva só se acendem se os
faróis dianteiros já estão acesos.
sob tensão
em marcha
lâmpadas quadro de
do pisca fusível
central de pisca
lâmpada
de curva a lâmpada de
esquerda curva a direita
232
Pontos-Chave
Os pisca-piscas estão sob tensão quando o contato (Ignition Switch) estiver fechado;
O pisca-alerta é alimentado por um fusível sempre sob tensão;
A central de pisca e o interruptor dos pisca-piscas estão fora do circuito durante o
funcionamento dos pisca-alerta;
A alimentação das luzes de freio passa pelo interruptor dos pisca-piscas;
Durante o funcionamento dos pisca-piscas, o interruptor das luzes de freio alimenta
somente as luzes do lado oposto.
Parabéns! Você conclui seu estudo a distância finalizando o estudo teórico de Eletroeletrônica vei-
cular, nosso próximo encontro será a última aula prática. Verifique se você concluiu os exercícios
para serem entregues na aula prática. Se desejar consulte o seu CD-ROM e reveja a animação dessa
aula: Funcionamento das lâmpadas e faróis para revisar o conteúdo dessa aula.
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Aula 09 - Lâmpadas e Fárois
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Eletroeletrônica Veicular
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GLOSSÁRIO
A
AMPÈRE: Unidade utilizada para medir a intensidade da corrente elétrica. Um ampere é igual a
6,28 bilhões de elétrons passando por um determinado ponto do condutor em um segundo.
AMPLIFICADOR:Um amplificador pode ser considerado como qualquer dispositivo que utiliza
uma pequena quantidade de energia para controlar uma quantidade maior. Um transistor pode
ser utilizado como amplificador, ou seja, através de uma pequena corrente circulando na base do
transistor é possibilitada a passagem de uma grande corrente pelo bloco coletor.
B
BATERIA DE ACUMULADORES: É um conjunto de placas elétricas imersas em um
Glossário
eletrólito (H2SO4), utilizado para alimentar os circuitos elétricos dos automóveis, que tem a
235
capacidade de armazenar energia elétrica através de uma reação química entre os elementos internos
do conjunto.
BLOCO ÓTICO: Conjunto de componentes que formam, em parte, o farol dos veículos. Este
conjunto pode ser montado de acordo com o projeto do fabricante.
C
CALIBRE: Diâmetro dos condutores.
CIRCUITO:O circuito elétrico pode ser definido como o percurso completo por onde os
elétrons podem se escoar de um terminal de uma fonte de tensão, passando através de condutores e
componentes, até chegar no terminal oposto da mesma fonte.
236
CONDUTOR: É um elemento químico que possui menos de quatro elétrons de valência e,
consequentemente, transporta mais facilmente a eletricidade.
CURTO-CIRCUITO: Ligação, na qual dois pontos de um circuito elétrico são ligados através de
uma pequena resistência, ou seja, a corrente não percorre os outros componentes do circuito.
D
DÍNAMO: É um aparelho que converte energia mecânica em elétrica, através de indução
eletromagnética.
DIODO: É um componente eletrônico que permite a passagem da corrente elétrica em apenas uma
direção.
E
ELETRICIDADE: É a transferência de elétrons de um átomo para o outro através de um
condutor. A eletricidade também é chamada de corrente elétrica, e manifesta a sua ação por
Glossário
237
ELETRICIDADE ESTÁTICA: Eletricidade que se desenvolve num corpo, formada por
cargas estacionárias.
ELETRÓLITO: Eletrólito é toda a substância que dissociada ou ionizada origina íons positivos (
cations ) e íons negativos ( ânions ), pela adição de um solvente ou aquecimento. Desta forma torna-
se um condutor de eletricidade.
ELÉTRON (S): Partícula de carga negativa que gravita em órbitas elípticas em torno do núcleo
do átomo.
ELÉTRONS LIGADOS: São os elétrons que gravitam em órbitas mais interiores, ou seja, mais
próximas ao núcleo do átomo, sendo fortemente atraídos por ele.
ESQUEMA ELÉTRICO:
É a representação detalhada de um diagrama de circuito. Através da representação clara dos percursos
individuais da corrente, ele explica a operação de um circuito elétrico. Também pode ser chamado de
diagrama elétrico.
F
FIBRA ÓTICA: Fibra óptica é um filamento, de vidro ou de materiais poliméricos, com
capacidade de transmitir luz. Estes filamentos têm diâmetros variáveis, dependendo da aplicação,
indo desde diâmetros ínfimos, da ordem de micra (mais finos que um fio de cabelo) até vários
milímetros. A transmissão da luz pela fibra segue um mesmo princípio, independentemente do
material usado ou da aplicação: é lançado um feixe de luz em uma extremidade da fibra, e pelas
características ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra através de consecutivas reflexões.
Eletroeletrônica Veicular
238
FOTODIODO: Também chamado de foto-emissor é um semicondutor com propriedade de
liberar elétrons quando atingidos pela luz.
G
GANHO: O Ganho ou hfe (hybrid forward emitting) é uma característica apresentada por um
dispositivo amplificador ou atenuador, que consiste em modificar a amplitude de um sinal aplicado
à sua entrada. Ex.: Uma corrente mínima gerada atravessa a base de um transistor e provoca a
passagem de uma grande corrente do coletor. O ganho também pode ser expresso pela fórmula hfe
= Ib/Ic.
H
HORSE POWER (HP): É uma unidade de potência, pouco utilizada no meio científico devido
à existência de uma unidade específica para isso no Sistema Internacional de Unidades — o Watt.
Porém, a sua utilização persiste, nomeadamente no meio da indústrial automotiva para classificar a
potência máxima dos motores de combustão interna. Em termos de equivalência, um HP equivale a
746 W .
I
IMPEDÂNCIA: Nos aparelhos analógicos a impedância corresponde a corrente que o aparelho
empresta do circuito no ensaio. Já nos aparelhos digitais, ela corresponde diretamente à resistência
medida entre as duas agulhas de teste.
239
INTERRUPTOR: Dispositivo adequado para abrir ou fechar um circuito elétrico.
ÍON: Um íon é uma espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo que perdeu
ou ganhou elétrons. Íons carregados negativamente são conhecidos como ânions, (que são atraídos
para ânodos), enquanto íons carregados positivamente são conhecidos como cátions (que são
atraídos por cátodos).
ISOLANTE: Material que é um não-condutor de energia elétrica. Possui mais de quatro elétrons
de valência, o que dificulta a circulação destes elétrons pelo condutor.
L
LÂMPADA COM DESCARGA DE XÊNON: A lâmpada de gás xênom ou lâmpada de
arco voltaico é um sistema de iluminação alimentado por uma potente bateria com eletrodos nas
extremidades. Em um contato mecânico inicial, e após o fechamento do arco, mantendo uma distância
uniforme, a passagem de corrente elétrica gera um arco voltaico com alta luminosidade, pois a
temperatura do polo positivo chega à 3.700 Célsius, e no polo negativo em torno de 2.500 Célsius.
LEI DE OHM: A Lei de Ohm, assim designada em homenagem ao seu formulador Georg Simon
Eletroeletrônica Veicular
Ohm, indica que a diferença de potencial (V) entre dois pontos de um condutor é proporcional à
corrente eléctrica (I) que o percorre: V = R x I
240
M
MASSA: Elemento metálico que em circuitos elétricos funciona como condutor de retorno à
fonte. Também podem ser chamado de malha, ou terra.
MNEMOTÉCNICA: Técnica de memorização que utiliza processos auxiliares, como, por
exemplo, associação, combinações, arranjos e imagens.
N
NÉON: Elemento gasoso (número 10 da classificação periódica), pertencente ao grupo dos
gases nobres, muito raro na atmosfera e que é utilizado em lâmpadas fluorescentes, sinalização e
anúncios luminosos.
NÊUTRON (S): Partícula eletricamente neutra, que existe em todos os núcleos de átomos,
exceto no de hidrogênio.
O
OHM: Unidade prática de resistência elétrica que equivale à resistência que existe entre dois pontos
de um condutor quando uma diferença de potencial de um volt, aplicada entre esses dois pontos,
produz no condutor uma corrente de 1 ampere.
P
PIEZO ELETRICIDADE: É um fenômeno elétrico produzido por certos cristais que possuem
Glossário
241
a propriedade de liberar elétrons quando submetidos por uma pressão.
PRÓTON (S): Partícula elementar carregada de eletricidade positiva situada no núcleo de todos os
átomos.
R
REFLETORES: Conjunto de peças de um aparelho próprio para refletir a luz. No sistema de
iluminação dos automóveis os refletores possuem forma parabólica e sua superfície é recoberta com
uma fina camada de prata ou alumínio.
242
então usando um ohmímetro.
S
SATURAÇÃO: No caso dos transistores, a saturação é um estado que ocorre quando o número
de transportadores de corrente (elétrons ou lacunas), que chega à junção Base-Coletor, excede o que
o coletor pode aceitar. Esta condição gera uma resistência danosa ao circuito.
T
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS: É a disposição sistemática dos elementos
em função de suas propriedades. A tabela periódica relaciona os elementos em linhas (períodos) e
colunas (grupos ou famílias).
TENSÃO: Tensão elétrica ou voltagem é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos.
243
que é usado para ligá-lo. Um tiristor é funcionalmente diferente de um diodo porque mesmo quando
o dispositivo está diretamente polarizado ele não irá conduzir enquanto não ocorrer um pulso no
gatilho. Os tiristores são ligados por um sinal pulsado.
V
VOLT: O símbolo do volt é V. Um volt é igual à diferença de potencial existente entre duas seções
transversais de um condutor percorrido por uma corrente elétrica variável de 1 Ampère, quando a
potência dissipada entre as duas seções é igual a um watt.
W
WATTS: Unidade de potência elétrica, igual à potência de uma corrente de um ampere sob a
diferença de potencial de um volt.
Eletroeletrônica Veicular
244
CRÉDITOS
SENAI - Departamento Regional do Paraná
Joacir Gomes
Adaptação Técnica
Joacir Gomes
Thiago Luiz Batschauer
Tradução das Legendas
Editoração
Sandra Schulz Caron
Coordenação e Revisão de Design Gráfico
Designer Instrucional
Ana Camila Marcante
Projeto Gráfico
Ana Camila Marcante
Carolina Mayumi Gabira Perez
Gislaine Fister
Iracema Bostelmann
Sérgio Luiz Singeski Filho
Ilustrações
Ana Camila Marcante
Carolina Mayumi Gabira Perez
Gislaine Fister
Diagramação
Iracema Bostelmann
Revisão da Diagramação