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Comunicação Clínica

Lidando com emoções fortes


Alex F. de Oliveira
Psiquiatra,Ms em Filosofia
Plano da atividade
1. Deep listening;
2. Respostas empáticas;
3. Habilidades específicas para lidar com
tristeza, raiva e medo;
Objetivos de aprendizado
1. Reconhecer a natureza e origem de fortes emoções na
consulta;
2. Reconhecer o efeito terapêutico de dar respostas
empáticas às emoções;
3. Reconhecer limites pessoais;
4. Reconhecer limites da ação profissional e as
necessidades de encaminhamento;
Diagnóstico situacional
Exercício 1:
1. Relate experiências prévias pessoais (suas ou de
conhecidos) ou profissionais em que o médico
abordou equivocadamente as emoções;
2. Relate experiências prévias pessoais ou
profissionais em que o médico abordou
adequadamente as emoções;
Aprofundando o contato com o
sofrimento
• Duas palavras sobre o sofrimento:
– Não é possível acessar o sofrimento do outro sem questionar
e ouvir. Não existe medida objetiva do sofrimento;
– O sofrimento tende a gerar reação em quem observa;
• Como habitualmente reagimos ao sofrimento? (Epstein e
Back, Jama, 2016)
– Tentando fugir;
– Tentando consertar: controle dos sintomas;
– Testemunhando: presença quanto ao que não pode ser
consertado;
– Se engajando: facilitação de forças transformadoras;
Aprofundando o contato com o
sofrimento:
• Proposta de contato com o sofrimento: entrevista
apreciativa e escuta profunda (deep listening)
– Instruções ao falante:
• Pense num momento difícil da sua vida em que você
reagiu dando o seu melhor;
• Descreva o evento com algum detalhe, incluindo os
atributos pessoais e fatores contextuais que lhe
favoreceram;
• Reflita sobre como esses atributos poderiam ser
aplicados em situações futuras.
Deep listening: Instruções ao ouvinte:
Foque na experiência do ... e esteja consciente de
parceiro: suas respostas:
• Ponha sua intenção em: • Ponha sua intenção em:
– Gaste mais tempo – Note o que atrai sua
ouvindo; atenção na história;
– Seja curioso sobre a – Observe - sem agir -
experiência; quando você tiver vontade
– Pergunte para entender de comentar, interpretar,
mais profundamente dar conselho ou falar de si;
• Não faça: • Não faça:
– Interrupções ou fale de você – Interpretações;
(mesmo que seja – Dê conselhos;
desconfortável esperar o – Fale de si mesmo;
parceiro terminar)
Princípios e conceitos
Passo 1: Reconhecimento empático
1. O que é empatia: video;
2. Ver a emoção do outro como expressão do
sofrimento dele, não como a fonte do seu
desconforto;
3. Reação natural: ignorar, congelar ou fazer aquilo
passar (“figh – flight – freeze”);
4. Decisão de entrar em contato com a dor: empatia
+ compaixão;
Princípios e conceitos
Passo 1: Reconhecimento empático
• Operacionalização:
– Atenção às pistas não verbais;
– Autoconsciência das próprias reações pelo profissional
Princípios e conceitos
Passo 2: Resposta empática
1. Intervenção terapêutica: aumente controle e
capacidade de ação efetiva;
2. Distância emocional ótima: meio termo;
3. Não é “corrigir” para uma emoção mais desejável;
4. Decisão de permanecer em contato com a dor:
empatia + compaixão;
Princípios e conceitos
Passo 2: Resposta empática
• Operacionalização:
- Parceria
- Name - (E)mpatia
- Understand - Apreciação
- Respect - Reflection
- Suport - Legitimação
- Suporte
Princípios e conceitos
Passo 2: Resposta empática
• Operacionalização:
– Seu comportamento não verbal tem que ser condizente;
– Tem que explicitar com frases seu reconhecimento das
emoções do paciente.
– É normal sentir que está fazendo “sem jeito” a princípio
Exercício 3: Como responder a isso?

At Eternity's Gate,
Van Gogh, 1890
Habilidades específicas: tristeza, raiva, medo
Passo 3: Habilidades adicionais para responder
• Frente à ameaça ou perda:
– Tristeza
– Medo Fight – Flight – Freeze
– Raiva
• Seres racionais ou reacionais???
– Neurônios espelho;
– Autoconsciência: pontos cegos e gatilhos emocionais
Habilidades específicas: tristeza, raiva, medo
Passo 3: Habilidades adicionais para responder
• Tristeza:
– Forneça escolha de falar (aumenta controle sobre a
emoção);
– Rastreie depressão e ideação suicida;
• Raiva:
– Reconheça a fonte e tende entender;
– No limite de segurança: habilidade na agressividade;
• Medo:
– Não dê falsa seguranças, nem tire esperanças;
– Limite: dando más notícias e o paciente terminal;
Referências Bibliográficas
1. DocCom - Módulo 13: Respondendo a fortes emoções –
Tristeza, raiva e medo:
https://view.doccom.org/db/readDocComDemo.aspx?m=13

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