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A PREDOMINÂNCIA DO PODER DO ESTADO SOBRE O POVO, A IMPORTÂN-

CIA DA POLÍTICA NA SOCIEDADE COMO FATOR DE ORGANIZAÇÃO.

Wismar Oliveira(Puc.Go)
Wismar07oliveira@gmail.com
Prof:Dra. Edna Faria(Puc.Go)
Edfar2005@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo desenvolver e apresentar algumas perspectivas na


relação do “Estado com o povo” e suas atribuições políticas, que se encontram em
decadência no mundo, e o cidadão como sujeito político diante de sua história. Com
base no romance; “O ano da morte de Ricardo Reis”, de José Saramago,
abordaremos o personagem central que chega a Lisboa no ano de 1936,em uma
sociedade que na época vivia sob governo fascista de Salazar, as relações sociais e o
comportamento como cidadão e a problemática do homem enquanto ser social e
político. Para isso são usados os pressupostos teóricos nas obras de Hannah
Arendt(2007) e Max Weber(1967-1968).A analise proposta relaciona as classes
sociais no contexto político e atuação das diferentes classes em seus própositos em
relação as condições de vida, convívio social, apartir do poder do Estado. O cidadão
se estabele apartir da atitude política, pois o homem é um ser social, e constrói sua
vida, apartir de relações sociais.

PALAVRAS CHAVE: cidadão, governo, povo, sociedade, política,classes


sociais

Introdução :

Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas perspectivas na relação do


Estado com o povo, suas atribuições e as dificuldades das políticas públicas e da
atuação dos governantes com referência a população. Sobre o contexto, do livro de
Saramago, o personagem Ricardo Reis é um monarquista, médico, classe média
burguesa que não exerce nenhuma atuação política, vive de rendas no hotel
Bragança. Quando ele chega a Lisboa vindo do Rio de Janeiro o momento político de
Portugal é conturbado, sob o governo fascista de Salazar, vive dificuldade econômica
e o país sofre repressão, penalizando principalmente as classes subalternas. O método
usado foi o estudo das relações entre as classes sociais e governos, a atuação política
do governo e dos cidadãos, na construção da história de vida das sociedades, com
base no estudos dos autores pesquisados. A população e extratificada em diferentes
classes e cada uma tem suas particularidades, e diferentes atuação com relação aos
poderes dominantes.

O personagem principal do excepcional José Saramago em “ O ano da morte de


Ricardo Reis” é o próprio Ricardo Reis, ele médico, de classe média, chega a Lisboa
já esquecido de como era a cidade. Ele tem uma apatia frente a cidade, as
transformações sociais ocorridas, e não se preocupa com as classes subalternas, sua
vida é despreocupada e ociosa, como um burguês que se limita a desfrutar de sua
renda. Sem precisar de trabalho para sobreviver, Ricardo Reis torna-se um visitante
contínuo das praças de Lisboa e perambula pelas ruas, apresentando se ao leitor
como se turista fosse. Ricardo Reis se preocupa em ler os jornais para ver o contexto
em que vive a política de Portugal, mas pela gravidade das noticias, demonstra apatia
e desinteresse pelas condições políticas do país. Vivendo no conforto de suas posses,
se envolve com a camareira do hotel, uma mulher de classe subalterna que lhe serve
favores sexuais, ela de uma classe menos previlegiada convive com a situação, que
para ela é aceitável, e para ele cômoda. São personagens arraigados cada um a sua
condição, e com uma atuação social diferente. O personagem Ricardo Reis veio do
Rio de Janeiro onde viveu dezesseis anos, depois que chegou a Portugal apenas
criticava a situação política do país, e as condições de estrutura da cidade, no entanto
em nada colaborava para dar melhores condições a realidade de Lisboa, não
trabalhava e vivia apenas no ócio. José Saramago, desenvolve o personagem
heterônimo de Fernando Pessoa, num contexto político conturbado no mundo, com
ditaduras, fascismo e tensões entre os paises. Inclusive Portugal que vivia a ditadura
de Salazar.

Fundamentação téorica

A política exercida pelo Estado.

Todos os agrupamentos políticos, e toda espécie de governo que existiu na história


passada, tem a premissa que o estado estabelece uma relação de dominação do
homem sobre o homem, fundada no instrumento da história legitíma(no caso a
violência como fator legal). O estado so pode existir, portanto, sob condição de que
os homens dominados se submetam a autoridade continuamente reivindicada pelos
dominadores. Mas em que condições eles se submetem e por quê ? Em que
justificação possivel se estabelece essa dominação, e com qual objetivo. Existe a
autoridade que se funda no carisma, no poder de liderança, nas qualidades de um
grande lider, esse pode ser um héroi ou homem capaz de governar. A política é um
instrumento pelo qual o homem organiza suas relações e convivio, visando o bem
estar das diferentes sociedades, ela determina as condições da produtividade, do bens
e serviço, das relações de direito e posse, organiza a sociedade, as propriedades as
relações sociais e a atuação do governo das cidades, estados e nações,e a soberania
destes. “O estado-maior administrativo, que apresenta externamente a organização de
dominação política, tal como qualquer outra organização, não se inclina a obedecer o
detentor do poder em razão apenas das concepções de legitimidades esdrúxulas. A
obediência funda-se, antes, em duas espécies de motivos, que se relaciona a
interesses pessoais: retribuição pessoal e prestígio social. De uma parte a
homenagem dos vassalos, e os vencimentos dos atuais servidores públicos e de outra
parte a honra dos cavaleiros, os previlégios das ordens e a dignidade do servidor
constituem a recompensa esperada. E o temor de perder as vantagens e o que liga o
estado-maior administrativo aos detentores do poder”.Max Weber(Ciência e
Política.59,60). A vida do personagem principal é ociosa, Ricardo Reis se informa
pelos jornais dos últimos acontecimentos porém pouco lhes importa, não há de sua
parte uma preocupação social e tudo trata com uma certa indiferença.

Ricardo Reis é um dos heterônimos mais famoso de Fernando Pessoa, nessa obra de
José Saramago ele volta a Lisboa, depois de um longa estadia no Rio de Janeiro,
retorna a cidade que pouco mudou do que conhecera. Lisboa é ligada a imagem de
um limbo onde se aguarda a morte. Lugar de passagem, onde viverá suas últimas
experiências. De fato Ricardo Reis sente se um deus que relega suas criaturas ao
sabor das próprias miudezas, pairando absoluto e cego acima de todos os seres
humanos, em afastamento da vida ordinária. O hotel Bragança escolhido por Ricardo
Reis, auxilia na criação da atmosfera lúgubre, pois parece soterrado sobre os
despojos da decadência monárquica que arrasara todo país, acentuada pela iminência
dos regimes fascistas que se instalam na europa. O estado teria que estabelecer o bem
estar social, e a distribuição de renda, realizando o serviço público, mas este atravês
de seus representantes dissipam a renda e impigem ao povo uma realidade de flagelo.
Os deveres daqueles que governam é proporcionar segurança ao povo, cuidar das leis
e assegurar soberania ao estado.

“Segundo o pensamento grego a capacidade humana de organização política não


apenas difere mas é diretamente oposta a associação natural cujo centro é constituído
pela casa (Oikia) e pela família. O surgimento da cidade-estado significa que o
homem recebera além de sua vida privada, uma especie de segunda vida o seu bios
politikos. Agora cada cidadão pertence a duas ordens de existência; e há uma grande
diferença em sua vida entre aquilo que lhe é próprio(idion) e o que é comum
(koinon).Na experiência da polis que, com alguma razão, tem sido considerada o
mais loquaz do corpos políticos, e mais ainda na filosofia política que dela surgiu, a
ação e o discurso separaram-se e tornaram-se cada vez mais independentes. A enfâse
passou da ação para o discurso, e para o discurso como meio de persuasão, não como
forma especificamente humana de responder, replicar e responder o que acontece, e o
que é feito. “O ser político, o viver numa polís significa que tudo era decidido
perante palavras e persuasão, e não atravês da força ou da violência. Para os gregos
forçar alguém atravês da violência, ordenar ao invès de persuadir, eram modos pré-
políticos de lidar com as pessoas, tipícos da vida fora da polís, característicos do lar
e da vida em família, na qual o chefe da casa imperava com poderes incontestes e
despóticos, ou da vida dos impérios bárbaros.Hannan Arendt(33).

Considerações finais:

Concluimos que a política é estabelecida, para que as decisões sobre os destino do


povo seja discutidas por pessoas capacitadas e por uma assembleia constituída nem
sempre de forma democrática. Dependendo da forma de governo que pode ser a
monarquia, o parlamentarísmo, a república ou também a ditadura imposta. Max
Weber ( Ciência Política) fala que “a política é um instrumento pelo qual o homem
organiza suas relações e convivio, visando o bem estar da sociedade”.No entanto as
populações dos diferentes territórios, em sua grande maioria se encontram em um
governo decadente e opressor, que não cumprem com suas atribuições e deveres. É
necessário atuação política por parte também dos cidadãos.

REFERÊNCIAS

WEBBER, Max.Ciência e Política: Duas vocações.5ºEdição. Rio de Janeiro.Editora


Cultrix.2004

HANNAH, Arendt. A condição humana.As esferas pública e privada.10ºEdição.Rio


de Janeiro.Editora Forense Universitária.2007.

Politica

Aprender para praticar melhor.PAULO FREIRE Pag.49

É importante para a atividade da leitura “ a biblioteca popular, como centro cultural e


não como um depósito silencioso de livros, é vista como fator fundamental para o
aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação
com o contexto.” PAULO FREIRE Pag.33

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