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Aula 00

CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO


ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR HEBER CARVALHO
AULA 00
Olá caros alunos,

É c o m grande satisfação que l a n ç a m o s este curso de Economia


do Trabalho formatado especialmente para atender às necessidades
daqueles que se preparam para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho.

Para q u e m não me conhece, m e u n o m e é Heber C a r v a l h o , sou


bacharel e m Ciências Militares, f o r m a d o pela A M A N ( A c a d e m i a Militar das
A g u l h a s Negras). A p ó s pouco mais de 08 anos no Exército, fui a p r o v a d o
no concurso para Auditor Fiscal do Município de São Paulo (AFTM-SP, 4°.
Lugar), cargo que exerço nos dias de hoje atuando na fiscalização de
instituições financeiras. Paralelamente, ministro aulas de Economia e
matérias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira,
Micro/Macro, etc) em cursos preparatórios de S ã o Paulo e aqui no Ponto
dos C o n c u r s o s .

Falemos um pouco do c o n t e ú d o e da metodologia do nosso


curso, começando pelo primeiro. Dentro da disciplina Economia do
1
Trabalho, não há qualquer livro que aborde todo o conteúdo exigido na
prova e que seja voltado para concursos, o que obriga o candidato a se
d e s d o b r a r pesquisando materiais, cursos, apostilas, e que nem s e m p r e
são confiáveis. Meu objetivo é a p r e s e n t a r não só todo o conteúdo do
edital, m a s t a m b é m d e t e r m i n a d o s assuntos da Micro e da M a c r o e c o n o m i a
que são pré-requisitos necessários para o aprendizado da Economia do
Trabalho.

Então não estranhe o fato de, em d e t e r m i n a d a s aulas, v o c ê estar


lendo algo que não consta e x p l i c i t a m e n t e no edital. Fique calmo, eu não
sou louco! Aquilo que estarei explicando será necessário dentro do
estudo da Economia do Trabalho. Por e x e m p l o , não adianta e s t u d a r m o s a
d e m a n d a por m ã o - d e - o b r a s e m , antes, t e r m o s boas noções de c o m o as
firmas f u n c i o n a m e c o m o elas c o n t r a t a m m ã o - d e - o b r a . Isto porque q u e m
demanda mão-de-obra são as firmas. Assim, somos "convidados" a

1
Existe apenas uma publicação traduzida para o Português, chamada "A Moderna Economia do
Trabalho", de Ehrenberg e Smith. No entanto, este livro apresenta toda a teoria toda para o
mercado de trabalho norte-americano, o que faz com que algumas de suas partes e conceitos não
possam ser utilizadas como referência para a nossa prova. Neste sentido, é necessário buscar
algumas definições em outras fontes, como as notas do IBGE, DIEESE e OIT.

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estudar um pouco de teoria da firma ( t a m b é m c h a m a d a de teoria da
produção), objeto de estudo da Microeconomia. Ao estudarmos o
d e s e m p r e g o , s e r e m o s i n e v i t a v e l m e n t e conduzidos a estudar um pouco de
inflação, política fiscal, monetária, todos estes são objetos de estudo da
Macroeconomia.
S e g u e m abaixo os assuntos exigidos em Economia do T r a b a l h o :

Economia do Trabalho: 1. Conceitos básicos e Definições. População e força de


trabalho. População economicamente ativa e sua composição: empregados,
subempregos e desempregados. Rotatividade da Mão-de-obra. Indicadores do
mercado de trabalho. Mercado de trabalho formal e informal. 2. O mercado de
trabalho. Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não
competitivos, as decisões de emprego das empresas, custos não salariais,
elasticidades da demanda. Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção
renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, elasticidades da oferta. O equilíbrio
no mercado de trabalho. 3. Os diferenciais de salário. Diferenciação
compensatória. Capital Humano: educação e treinamento. Discriminação no
mercado de trabalho. Segmentação no mercado de trabalho. 4. Desemprego. A
taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário
eficiência e modelos de procura de emprego. 5. Instituições e mercado de
trabalho. A intervenção governamental: política salarial e políticas de emprego.
Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e
modelo de preferência salarial. Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. 6.
O mercado de trabalho no Brasil.

Já t i v e m o s 04 concursos para AFT em que esta disciplina foi exigida


(em 1998, 2 0 0 3 , 2 0 0 6 e 2 0 1 0 ) , totalizando 30 questões. Nas provas
aplicadas em 1998 e 2 0 0 3 , a E S A F (banca o r g a n i z a d o r a do concurso de
AFT) utilizou b a s i c a m e n t e a teoria e c o n ô m i c a tradicional para f o r m u l a r as
questões. Muitas delas p o d i a m ser encontradas em livros a c a d ê m i c o s de
Micro e/ou Macroeconomia. Em 2 0 0 6 , no entanto, a banca pegou pesado
e utilizou c o n h e c i m e n t o s e c o n ô m i c o s mais a v a n ç a d o s , alguns deles só
existem em livros específicos de Economia do Trabalho (Labour
Economics). Em 2 0 1 0 , a E S A F fez u m a prova atípica, e cobrou assuntos
m e r a m e n t e teóricos 2 , utilizando bibliografias e fontes pouco c o n h e c i d a s 3
pelos concurseiros.

2
História do mercado de trabalho (nos anos 50, 90, etc), teoria do Subemprego, retirado do site da
OIT (Organização Internacional do Trabalho), por exemplo.
3
Apenas para exemplificar, foi cobrada uma questão sobre salário mínimo extraída do livro de
Márcio Pochmann, economista filiado ao PT. Por sorte, a questão não era difícil, e sabendo a teoria
tradicional, era possível acertá-la, mesmo não conhecendo a bibliografia citada pela questão.

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Nosso objetivo neste curso é prepará-lo para qualquer tipo de
cobrança. A s s i m , a p r e s e n t a r e m o s o conteúdo s e m negligenciar n e n h u m a
área. A abordagem será profunda nos tópicos tradicionalmente
e c o n ô m i c o s (envolvendo c o n h e c i m e n t o s da micro e da m a c r o e c o n o m i a ) e
t a m b é m nos tópicos e s s e n c i a l m e n t e teóricos (mercado de trabalho no
Brasil, s u b e m p r e g o , trabalho formal e informal, etc).
Baseado nesta premissa, apresento a nossa p r o g r a m a ç ã o de aulas
e a sequência em que a b o r d a r e m o s os conteúdos previstos no edital:

AULA 00 Noções sobre demanda e oferta no mercado de bens e


(Demonstrativa) visão geral da demanda e oferta de trabalho.
AULA 01
Demanda por trabalho (Parte I).
(17/06)
Demanda por trabalho (Parte II). O modelo competitivo e
AULA 02
modelos não competitivos, as decisões de emprego das
(27/06)
empresas, custos não salariais, elasticidades da demanda.
AULA 03
Oferta de trabalho (Parte I). Teoria do consumidor
(07/07)
Oferta de trabalho (Parte II). A decisão de trabalhar e a
AULA 04 opção renda x lazer, a curva de oferta de trabalho,
(18/07) elasticidades da oferta. O equilíbrio no mercado de
trabalho.
Os diferenciais de salário. Diferenciação compensatória.
AULA 05 Capital humano: educação e treinamento. Discriminação no
(28/07) mercado de trabalho. Segmentação no mercado de
trabalho.
Conceitos básicos e definições (do mercado de trabalho).
População e força de trabalho. População economicamente
AULA 06
ativa e sua composição: empregados, subempregados e
(08/08)
desempregados. Rotatividade da mão-de-obra. Indicadores
do mercado de trabalho. Mercado formal e informal.
Introdução: modelo clássico, keynesiano, modelo de oferta
AULA 07 e demanda agregada. Desemprego. A taxa natural de
(18/08) desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário
eficiência e modelos de procura de emprego.
Instituições e mercado de trabalho. A intervenção
governamental: política salarial e políticas de emprego.
AULA 08 Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o
(29/08) papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial.
Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. O mercado de
trabalho no Brasil
AULA 09 Simulado com aproximadamente 40 questões de múltipla
(09/09) escolha completas, inéditas e comentadas.
Nota: teremos aulas de 10 em 10 dias.

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C a d a aula conterá a p r o x i m a d a m e n t e 45 a 50 páginas. A l g u m a s ,
eventualmente, poderão conter um pouco mais de 50 páginas.
Inicialmente será abordada, em cada encontro, a teoria e, ao final da
aula, serão colocados exercícios c o m e n t a d o s sobre o t e m a explicado,
dando especial atenção àqueles da ESAF. T e r e m o s contabilizado, ao
final do curso, 160 q u e s t õ e s c o m e n t a d a s . É claro que, dentro disto,
estarão c o m e n t a d a s todas as questões cobradas nos concursos passados
de AFT.

Ressalto que estes t e m a s de Economia do Trabalho são muito


pouco cobrados em outros concursos. A s s i m , grande parte destas 160
questões será elaborada por m i m (mais de 100 questões sou eu q u e m
elaboro). É lógico que, na elaboração destas questões, eu procuro fazer
c o m que o aluno seja obrigado a se lembrar dos conceitos aprendidos,
b e m c o m o a raciocinar sobre a matéria. T a m b é m procuro " i m i t a r " a ESAF,
trazendo o seu estilo peculiar de questões. V o c ê s p o d e m conferir c o m o
isso funciona ao final desta aula d e m o . T a m b é m julgo importante dizer
que p r a t i c a m e n t e tudo o que existe de questões relacionadas à E c o n o m i a
do Trabalho e que já foi cobrado nos últimos 10 anos estará sendo
abordado em nosso curso, não importa a banca ou o concurso. M e s m o
a s s i m , acredite, há poucas questões sobre isso, e é j u s t a m e n t e por isso
que v o c ê verá muitas questões inéditas, elaboradas por m i m .

Nosso c u r s o NÃO exigirá c o n h e c i m e n t o s prévios e partirá do


p r e s s u p o s t o de que o aluno nunca e s t u d o u Economia na vida.
Creio que este c a m i n h o seja o melhor, pois possibilita o aprendizado
daqueles que não t e m qualquer noção inicial da m a t é r i a e, ao m e s m o
tempo, possibilita aos que já têm algum conhecimento revisar os
conteúdos.

Por fim, antes de iniciar a aula, gostaria de ressaltar que tive o


privilégio de ministrar esta disciplina para o último concurso de AFT e
posso dizer s e m s o m b r a de dúvida que, dentre os vários cursos que
ministrei aqui no Ponto, o curso de Economia do Trabalho foi aquele que
me t r o u x e m a i o r motivação e alegria, em parte devido à matéria, que é
muito interessante, e t a m b é m devido à interação c o m a t u r m a . Em

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avaliação realizada à época j u n t o aos alunos matriculados, t i v e m o s a
felicidade de obter mais de 9 8 % de aprovação.

Bem, isto posto, vamos então iniciar nossa jornada. Todos


p r o n t o s ? ! Então, aos e s t u d o s !

GENERALIDADES

A primeira parte desta aula não consta e x p l i c i t a m e n t e no edital,


m a s , será essencial para o e n t e n d i m e n t o de outros assuntos. Serão
a p r e s e n t a d o s , nesta parte, os conceitos da d e m a n d a e oferta no m e r c a d o
de b e n s . E s t e s conceitos são os pilares da E c o n o m i a , a s s i m c o m o s o m a r e
subtrair são os pilares da Matemática.

O nosso objetivo, ao estudar estes conceitos q u e não c o n s t a m no


edital, é tornar muito mais simples e factível o e n t e n d i m e n t o da d e m a n d a
e oferta de trabalho, que estão na s e g u n d a parte da aula. Isto porque o
m e r c a d o de trabalho, t a m b é m c h a m a d o de m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a ,
d e p e n d e t o t a l m e n t e do m e r c a d o de bens/produtos. A s s i m , entender a
d e m a n d a e oferta de trabalho passa por e n t e n d e r a d e m a n d a e oferta de
bens, já que aquelas d e p e n d e m destas.

Desta forma, ensinar a d e m a n d a e oferta de trabalho, s e m antes


ensinar a d e m a n d a e oferta de bens, seria c o m o tentar ensinar a l g u é m
que não sabe a n d a r de bicicleta a a n d a r de moto. A t é seria possível, m a s
a p r e n d e r a a n d a r de bicicleta, antes de a n d a r de moto, pode ser muito
mais inteligente, rápido e evitar v á r i o s t o m b o s desnecessários.

A n t e s de c o m e ç a r m o s , a p e n a s gostaria de lembrar-lhes que v o u


partir do p r e s s u p o s t o que n i n g u é m nunca e s t u d o u Economia e
n e m t e m f o r m a ç ã o na área de exatas.

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DEMANDA (PROCURA)

A d e m a n d a ou procura de um b e m é s i m p l e s m e n t e a quantidade
deste bem que os consumidores/compradores desejam adquirir a
d e t e r m i n a d o preço, em d e t e r m i n a d o período de t e m p o .

Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de


demanda de um bem. Ela informa, graficamente, a quantidade que os
c o n s u m i d o r e s d e s e j a m c o m p r a r à m e d i d a que m u d a o preço unitário. A
primeira pergunta que v e m à cabeça é a seguinte: C o m o seria esta
curva?

Para descobrir o "jeito" ou formato da curva, d e v e m o s s a b e r qual a


relação que existe entre as v a r i á v e i s que c o n s t a m no gráfico em que ela
está. No gráfico da curva de d e m a n d a , temos a quantidade de bens
demandados no eixo X (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e t e m o s o
preço do bem no eixo Y (eixo vertical ou eixo das ordenadas), c o n f o r m e
v e m o s na figura 01. Então, t e m o s que descobrir qual a relação existente
entre o preço do b e m e a quantidade d e m a n d a d a .

Imaginemos um bem qualquer. Vamos adotar, como exemplo,


aproveitando a Páscoa que aconteceu há poucas s e m a n a s 4 , o Ovo de
Páscoa. O que aconteceria c o m a quantidade d e m a n d a d a de Ovos de
Páscoa caso seu preço estivesse bastante baixo? O que aconteceria c o m a
quantidade d e m a n d a d a de Ovos de Páscoa caso seu preço estivesse alto?
As respostas são bastante óbvias: t e r í a m o s alta e baixa quantidade
demandada, respectivamente.

A conclusão a que chegamos é a seguinte: a quantidade


d e m a n d a d a ou procurada de um b e m varia inversamente em relação ao
seu preço. Em outras palavras, quanto mais caro está o bem, m e n o s ele é
d e m a n d a d o . Quanto mais barato está o bem, mais ele é d e m a n d a d o . Esta
é a milenar lei da demanda, e qualquer um de nós quando vai ao m e r c a d o
fazer c o m p r a s aplica esta lei, ainda que implicitamente.

4
Esta aula demonstrativa está sendo enviada em 18/05/2011.

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Pois bem, voltando à curva de d e m a n d a , c o m o ela seria? Q u a n d o as
duas v a r i á v e i s do gráfico a t u a m em sentido inverso, isto é, u m a a u m e n t a
e a outra diminui e/ou vice-versa, como é o caso dos preços e
quantidades d e m a n d a d a s , a curva do gráfico terá inclinação para baixo.
I m a g i n e a seguinte função de d e m a n d a (QD = quantidade d e m a n d a d a e P
= preço) de O v o s de páscoa e seu respectivo g r á f i c o :
QD = 14 - 2P
Preço

Curva de demanda:
Qd= 14 - 2P
Figura 01

Quantidade
2 10
de produtos

V e j a que no ponto A o preço é 6 e a quantidade d e m a n d a d a é 2


bens ( À m e d i d a que
r e d u z i m o s o preço de 6 para 2, a quantidade d e m a n d a d a a u m e n t o u de 2
para 10 Ou seja,
enquanto o preço cai, a quantidade d e m a n d a d a sobe. T e m o s u m a relação
inversa e quando isto acontece, a curva t e m sua inclinação para baixo.

Existem v á r i a s outras m a n e i r a s de e x p r e s s a r que a curva t e m sua


inclinação para baixo e que existe u m a relação inversa entre a v a r i á v e l do
eixo Y e a v a r i á v e l do eixo X. V o c ê t e m que estar familiarizado c o m todas
estas n o m e n c l a t u r a s . A s s i m , p o d e m o s dizer que a curva de d e m a n d a t e m
inclinação para baixo, decrescente, descendente ou negativa.

Do ponto de vista algébrico, s a b e m o s que a curva de d e m a n d a será


decrescente pelo sinal negativo do número/coeficiente que multiplica
a l g u m a das v a r i á v e i s . A s s i m , na equação da d e m a n d a a p r e s e n t a d a , Q D =
14 - 2P, o sinal negativo que multiplica a v a r i á v e l P (Preço) garante a
relação inversa entre QD e P, indicando que quando uma variável
a u m e n t a , a outra diminui e v i c e - v e r s a , orientando, a s s i m , a inclinação
d e c r e s c e n t e da curva de d e m a n d a .

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Exceção à lei da demanda: existe um único tipo de bem que não


obedece à lei da d e m a n d a : é o b e m de Giffen. Para este bem,
a u m e n t o s de preço g e r a m a u m e n t o s de quantidade d e m a n d a d a e
reduções de preço geram redução de quantidade demandada.
Então veja que as variáveis preço e quantidade demandada
c a m i n h a m no m e s m o sentido, indicando que a curva de d e m a n d a
do b e m de Giffen terá inclinação positiva, direta, a s c e n d e n t e ou
crescente. O paradoxo de Giffen é u m a situação muito difícil de ser
verificada na prática. C o m o e x e m p l o deste tipo de bem, t e m o s os
bens de baixo valor, m a s que p o s s u e m elevada importância no
c o n s u m o do indivíduo. Por e x e m p l o , s u p o n h a u m a situação em que
t e m o s u m a família pobre diante da ocorrência de um a u m e n t o no
preço do pão. C o m o a renda da família é bastante baixa, o a u m e n t o
do preço do pão fará c o m que sobre m e n o s renda para o c o n s u m o
de outros bens, de f o r m a que a família optará por a u m e n t a r o
c o n s u m o de pães. Neste caso, ocorre o paradoxo de Giffen e o pão
será um bem de Giffen, pois o aumento de preços provocou
a u m e n t o das quantidades d e m a n d a d a s .

Então v i m o s neste tópico que a quantidade d e m a n d a d a de um b e m


d e p e n d e de seu preço e que essa relação é inversa, ocasionando u m a
curva de d e m a n d a n e g a t i v a m e n t e inclinada, decrescente, d e s c e n d e n t e ou
com inclinação para baixo. V i m o s t a m b é m que o raciocínio deve ser
inverso se o b e m for de Giffen.

F A T O R E S QUE A F E T A M A D E M A N D A

A d e m a n d a de um b e m d e p e n d e de u m a série de outros fatores que


v ã o a l é m s i m p l e s m e n t e do preço deste bem:
Preço: já visto no item de introdução à D e m a n d a .
Renda do c o n s u m i d o r : na maioria das v e z e s , o a u m e n t o de
renda provoca o a u m e n t o da d e m a n d a .
Preços de outros b e n s : se o c o n s u m i d o r deseja adquirir arroz,
ele t a m b é m verificará o preço do feijão, já que o c o n s u m o destes
bens é associado. O m e s m o ocorre c o m o preço do D V D e do
aparelho de DVD. Q u a n d o o c o n s u m o de um b e m é associado ao

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consumo de outro bem, dizemos que estes bens são
complementares. De f o r m a oposta, quando o consumo de um
b e m substitui ou exclui o c o n s u m o de outro bem, d i z e m o s que
estes bens são substitutos ou sucedâneos. É o que acontece,
neste último caso, c o m a m a n t e i g a e a m a r g a r i n a , refrigerante e
suco, carne bovina e carne de frango, etc.
Outros fatores: aqui e n t r a m os gostos dos c o n s u m i d o r e s que
p o d e m v a r i a r devido a inúmeros fatores. E x e m p l o s : a d e m a n d a
de protetores solar a u m e n t a no verão, a d e m a n d a de carvão
para churrasco é m a i o r no Sul do Brasil, a d e m a n d a por c a m i s a s
da seleção brasileira a u m e n t a em época de copa do m u n d o , a
não realização de concursos públicos diminui a demanda de
cursos, etc.

A demanda de um bem, portanto, depende não só dos v á r i o s


fatores listados acima, mas, sobretudo, da ação conjunta deles. Para que
os economistas consigam analisar a influência de uma variável na
demanda, utiliza-se a suposição de que todas as outras variáveis
permanecem constantes. No jargão econômico é utilizado o termo
coeteris paribus, que quer dizer: todo o restante permanecendo
constante.

Por e x e m p l o , ao afirmamos que o aumento da renda, coeteris


paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos afirmando que
d e v e m o s considerar i s o l a d a m e n t e o a u m e n t o de renda na d e m a n d a .

ALTERANDO A DEMANDA

V a m o s analisar agora c o m o os fatores do item anterior a f e t a m a


curva d e d e m a n d a :

a) PREÇOS: quando os preços dos produtos s o b e m , a quantidade


demandada cai, e vice-versa. A principal conclusão a que
c h e g a m o s é que m u d a n ç a de preços o c a s i o n a m d e s l o c a m e n t o s
NA curva de d e m a n d a , AO L O N G O DA C U R V A .

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Figura 02

Quantidades

Na figura 02, acima, v i m o s que o a u m e n t o de preços (de P1 para


P2) provocou u m a redução na quantidade d e m a n d a d a (de Q1
para Q2). Para que isto ocorresse a curva de d e m a n d a não
precisou sair do lugar, pois nos d e s l o c a m o s na curva, s o b r e a
curva ou, ainda, ao longo da curva de d e m a n d a .

b) R E N D A DO CONSUMIDOR: para os bens ditos normais,


aumentos de renda dos consumidores, coeteris paribus,
p r o v o c a m a u m e n t o da d e m a n d a (veja que e s t a m o s falando em
aumento da demanda e NÃO aumento da quantidade
d e m a n d a d a ) . Veja, graficamente, o que acontece c o m a curva de
d e m a n d a de um b e m normal após um a u m e n t o de renda dos
consumidores:

Após o aumento de
Fig. 03 renda, D1 se desloca
para D2

P
D,

Q1

A p ó s o a u m e n t o de renda, T O D A a curva de d e m a n d a se desloca


para a direita, indicando maiores quantidades d e m a n d a d a s ao
m e s m o nível de preços. Caso t e n h a m o s um b e m inferior, que,
por definição, é o b e m cuja d e m a n d a diminui quando o nível de
renda do c o n s u m i d o r a u m e n t a , o raciocínio é diferente. Neste

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caso, a u m e n t o s de renda farão c o m que a curva de d e m a n d a se
desloque para a esquerda, indicando m e n o r d e m a n d a . Como
exemplo, temos a carne de segunda. A p ó s um a u m e n t o de
renda, o c o n s u m i d o r tende a diminuir o c o n s u m o da carne de
s e g u n d a e a a u m e n t a r o c o n s u m o de carne de primeira (melhor
qualidade). Veja, graficamente, o efeito de um aumento de
renda para um b e m inferior:

Após o aumento de
Fig.04 renda, D1 se desloca
para D2

P
DI
DI

QI

c) P R E Ç O S DE O U T R O S BENS:
1) Bens substitutos: os preços de outros bens relacionados
p o d e m influenciar a d e m a n d a de um b e m X. Q u a n d o o c o n s u m o
de um b e m relacionado exclui o c o n s u m o de outro bem, d i z e m o s
que estes bens são substitutos. É o que acontece, por e x e m p l o ,
c o m a carne bovina e a carne suína. O que acontecerá c o m a
d e m a n d a de carne suína se o preço da carne bovina se elevar? A
lei da demanda diz que a quantidade d e m a n d a d a de carne
bovina irá diminuir. Como as carnes bovina e suína são
substitutas, os c o n s u m i d o r e s irão substituir o c o n s u m o de carne
bovina por carne suína, por conseguinte, a d e m a n d a por carne
suína a u m e n t a r á em virtude do a u m e n t o de preços da carne
bovina. Veja, graficamente, o resultado sobre a curva de
d e m a n d a de carne suína após o a u m e n t o do preço de um b e m
substituto:
Após o aumento
Fg. 05 de preço de um
bem substituto

P
D,

QI

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Caso haja diminuição do preço de um b e m substituto ocorrerá
justamente o raciocínio inverso. Tomemos como exemplo
novamente o exemplo das carnes bovina e suína. O que
acontecerá c o m a d e m a n d a de carne suína se o preço da carne
bovina for reduzido? A lei da d e m a n d a nos diz que a quantidade
demandada de carne bovina aumentará. Como os bens são
substitutos, a maior demanda de carne bovina implicará
o b r i g a t o r i a m e n t e u m a m e n o r d e m a n d a de carne suína. O b s e r v e ,
graficamente, o resultado provocado sobre a curva de d e m a n d a
de carne suína após a diminuição de preços da carne bovina:

Após redução de
preço de um bem
Fg. 06 substituto, D1 se
desloca para D2

P
DI DI

QI

Então, t e m o s as seguintes conclusões considerando os bens X e


Y sendo substitutos:

2) Bens c o m p l e m e n t a r e s : quando o consumo de um bem é


associado ao c o n s u m o de outro bem, d i z e m o s que estes são
c o m p l e m e n t a r e s . É o que ocorre c o m o arroz e o feijão, terno e
gravata, pão e manteiga, etc. O que acontecerá c o m a d e m a n d a
de feijão se o preço do arroz diminuir? A lei da d e m a n d a nos diz
que, com a diminuição do preço do arroz, a quantidade
d e m a n d a d a de arroz deve a u m e n t a r . C o m o o c o n s u m o dos bens
é c o m p l e m e n t a r , o m a i o r c o n s u m o de arroz deve a u m e n t a r a
d e m a n d a de feijão, já que as pessoas g e r a l m e n t e c o m e m arroz
com feijão. Veja, graficamente, o efeito sobre a curva de

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d e m a n d a de um b e m após a diminuição de preço de outro b e m
que seja c o m p l e m e n t a r àquele:
Após a redução de
Fg. 07 preço de um bem
complementar

Qi

Caso ocorra um a u m e n t o de preço de um b e m c o m p l e m e n t a r , o


raciocínio é j u s t a m e n t e o inverso. O que acontecerá com o
consumo de feijão se o preço do arroz a u m e n t a r ? A lei da
d e m a n d a nos diz que a quantidade d e m a n d a d a de arroz deve
diminuir. Esta diminuição do c o n s u m o de arroz vai provocar a
diminuição do c o n s u m o de feijão, tendo em vista os bens s e r e m
c o m p l e m e n t a r e s . V e j a graficamente, o efeito sobre a curva de
d e m a n d a de um bem após o a u m e n t o do preço de um b e m que
seja c o m p l e m e n t a r àquele:

Fg. 08

Para concluir, t e m o s as seguintes relações para os bens X e Y,


complementares:

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d) O U T R O S FATORES: aqui p o d e m o s ter infinitas v a r i á v e i s que
influenciam a curva de demanda de um bem. Entre elas,
p o d e m o s destacar o clima ( d e m a n d a de óculos de sol a u m e n t a
no v e r ã o e diminui no inverno), a época (no Natal, a d e m a n d a da
grande maioria dos bens a u m e n t a ) , a publicidade e propaganda
(ter uma grande modelo como garota-propaganda pode
impulsionar a d e m a n d a de d e t e r m i n a d a m a r c a de roupas), o
tamanho do mercado (se há um aumento do número de
c o n s u m i d o r e s devido a um m o v i m e n t o migratório, por e x e m p l o ,
a d e m a n d a pela maioria dos bens será maior), etc. Aqui neste
item, a e x e m p l o do que aconteceu nos itens b) e c), e s t a m o s
falando do d e s l o c a m e n t o da curva de d e m a n d a c o m o um todo,
de f o r m a que ela se desloca para a direita ou para a esquerda.
A p e n a s para exemplificar, imagine a curva de d e m a n d a do b e m
cerveja. O que aconteceria c o m esta curva de d e m a n d a caso
fosse anunciada u m a descoberta científica de que a cerveja
previne câncer, ataques do coração e impotência? (seria incrível,
não?!) A d e m a n d a por cerveja a u m e n t a r i a e T O D A a curva de
d e m a n d a de cerveja se deslocaria para a direita, no sentido de
a u m e n t o do c o n s u m o :

Após o anúncio
Fg. 08 da descoberta

QI

Importante: M u d a n ç a s no preço de um b e m X p r o v o c a m
deslocamentos NA, AO LONGO, SOBRE a curva de
demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto
q u a l q u e r m u d a n ç a e m q u a i s q u e r outros fatores que não
s e j a m o preço do b e m provoca d e s l o c a m e n t o DA curva de
d e m a n d a (a curva inteira sai do lugar).

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OFERTA

A oferta de um b e m é s i m p l e s m e n t e a quantidade deste b e m que os


produtores/vendedores desejam vender a determinado preço, em
d e t e r m i n a d o período de t e m p o .

Dentro desta idéia, surge o conceito f u n d a m e n t a l de curva de oferta


de um bem. Ela informa, graficamente, a q u a n t i d a d e que os v e n d e d o r e s
d e s e j a m v e n d e r à m e d i d a que m u d a o preço unitário.

Nós v i m o s , no estudo da curva de d e m a n d a , que quanto m a i o r for o


preço, m e n o r e s serão as quantidades d e m a n d a d a s pelos c o n s u m i d o r e s .
No entanto, do ponto de vista da oferta, d e v e m o s m u d a r a f o r m a de
raciocínio, isto porque q u e m dita a oferta são os produtores e não mais os
consumidores.

Do ponto de vista dos produtores, quanto m a i o r for o preço de um


b e m m e l h o r será. Maiores preços indicam maiores lucros e maiores serão
os incentivos para a u m e n t a r a produção. Desta forma, há u m a relação
diretamente proporcional entre os preços e as quantidades ofertadas.
A s s i m , o gráfico da curva de oferta terá inclinação para cima, ascendente,
crescente ou positiva.

I m a g i n e a seguinte função de oferta (QO = quantidade ofertada e P


= preço) e seu respectivo gráfico:
QO = 1 + 2P

Curva de oferta:
QO = 1 + 2P
Figura 09

Quantidade
de produtos

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V e j a que no ponto A o preço é 2 e a quantidade ofertada é 5 (QO = 1 +
À m e d i d a que a u m e n t a m o s o preço de 2 para
6, a quantidade ofertada a u m e n t o u de 5 para 13
+ 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preço sobe, a q u a n t i d a d e ofertada
sobe. T e m o s u m a relação direta e quando isto acontece, a curva t e m sua
inclinação para cima, crescente ou ascendente.

Do ponto de vista algébrico, s a b e m o s que a curva de oferta será


a s c e n d e n t e pelo sinal positivo do número/coeficiente que multiplica as
duas variáveis. A s s i m , na equação de oferta a p r e s e n t a d a , Q O = 1 + 2P, o
sinal positivo que a c o m p a n h a as v a r i á v e i s QO e P garante a relação direta
entre QO e P, indicando que, quando u m a v a r i á v e l a u m e n t a , a outra
t a m b é m a u m e n t a e v i c e - v e r s a , orientando, assim, a inclinação crescente
da curva de oferta.

F A T O R E S QUE A F E T A M A O F E R T A

S i m i l a r m e n t e à d e m a n d a , a oferta é influenciada por vários fatores


a l é m do preço:

Preço do bem: já visto.


Custos de produção: quanto maiores os custos de produção,
m e n o r o estímulo para ofertar o b e m ao m e s m o nível de preços.
Quanto m e n o r e s os custos de produção, maior será o estímulo
para ofertar o bem. Como exemplo de custos de produção,
p o d e m o s a p r e s e n t a r os tributos, salários dos e m p r e g a d o s , taxas
de j u r o s , preço das m a t é r i a s - p r i m a s , etc.
Tecnologia: o a u m e n t o de tecnologia estimula o a u m e n t o da
oferta, tendo em vista que o d e s e n v o l v i m e n t o da tecnologia,
g e r a l m e n t e , implica reduções do custo de produção e a u m e n t o
da produtividade.
Preços de outros bens: se os preços de outros bens (que u s a m
o m e s m o m é t o d o de produção) s u b i r e m enquanto o preço do
bem X não se altera, obviamente, os produtores procurarão
ofertar aquele b e m que possui o m a i o r preço e lhe trará maiores
lucros.

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Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma
infinidade de fatores que p o d e m alterar a oferta. A p e n a s para
citar um e x e m p l o , u m a superoferta de qualquer produto agrícola
pode ter sido c a u s a d a por u m a excelente safra, devido a boas
condições climáticas no c a m p o .

Da m e s m a m a n e i r a do que ocorre na curva de d e m a n d a , alterações


de preços p r o v o c a m d e s l o c a m e n t o s ao longo da curva de oferta (ela
continua no mesmo lugar). Alterações nos custos de produção,
tecnologia, preços de outros bens e outros fatores provocam
d e s l o c a m e n t o s de toda a curva de oferta.

O método de raciocínio é idêntico ao da curva de d e m a n d a . Q u a n d o


t i v e r m o s a l g u m a alteração no sentido de a u m e n t a r a oferta, ela c o m o um
todo será deslocada para a direita, c o m exceção de alteração nos preços
em que o d e s l o c a m e n t o será ao longo da curva. E x e m p l o : v e j a m o s na
figura 10 o que acontece c o m a curva de oferta caso o g o v e r n a decida
fazer um corte de tributos sobre a produção:

Após o corte
de tributos
Fg. 10

Qi

Observe que fatores que aumentem a oferta provocam


d e s l o c a m e n t o s para a direita, a s s i m como ocorre na curva de d e m a n d a . A
diferença básica é que na curva de oferta, a l é m de ser deslocada para a
direita, a curva t a m b é m é deslocada para baixo. Isto acontece porque a
curva de oferta t e m inclinação para c i m a ou ascendente, já a curva de
d e m a n d a t e m inclinação para baixo ou descendente.

M e m o r i z e a p e n a s que a u m e n t o s de oferta ou de d e m a n d a f a z e m
c o m que estas curvas se d e s l o q u e m para a direita, c a m i n h a n d o , no eixo
das abscissas do gráfico, para maiores quantidades demandadas ou
ofertadas.

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Se a curva irá para cima ou para baixo, isto dependerá da


inclinação da curva. C o m o a curva de d e m a n d a é d e s c e n d e n t e , seu
d e s l o c a m e n t o será para a direita e para cima. C o m o a curva de oferta é
ascendente, seu d e s l o c a m e n t o será para a direita e para baixo. Caso haja
reduções de oferta ou d e m a n d a , o raciocínio é inverso.

EQUILÍBRIO

A g o r a que e s t u d a m o s a d e m a n d a e oferta de bens, p o d e m o s definir


o preço e quantidade de equilíbrio de m e r c a d o . É importante destacar que
qualquer resultado do m e r c a d o de bens, seja no preço ou q u a n t i d a d e de
equilíbrio, é fruto da interação entre as forças de d e m a n d a e oferta.
Parafraseando o e c o n o m i s t a Alfred Marshall, um dos autores das leis da
d e m a n d a derivada que serão vistas na aula 04: "é necessário tanto a
demanda como a oferta para determinar resultados econômicos, da
m e s m a f o r m a c o m o são necessárias as duas lâminas de u m a tesoura para
cortar um tecido."

Pois bem, dadas duas curvas, u m a de d e m a n d a e outra de oferta, o


preço e a quantidade de equilíbrio será e x a t a m e n t e o ponto onde a
d e m a n d a iguala a oferta:

No caso acima, o ponto E é o ponto exato em que, a d e t e r m i n a d o


nível de preços, PE (Preço de equilíbrio), as quantidades ofertadas são
iguais às quantidades d e m a n d a d a s . Isto quer dizer que o m e r c a d o está
em equilíbrio, não há excesso de d e m a n d a n e m de oferta.

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V e j a agora o que acontece caso seja praticado um preço maior ou


m e n o r que o preço de equilíbrio:

No gráfico da esquerda, t e m o s um preço Po abaixo do equilíbrio.


Neste caso, a quantidade ofertada QO é menor que a quantidade
demandada QD. A diferença entre a quantidade d e m a n d a d a QD e a
quantidade ofertada QO representa a escassez no m e r c a d o deste bem.
Para restabelecer o equilíbrio, o preço deve ser elevado para que a
quantidade ofertada a u m e n t e e a q u a n t i d a d e d e m a n d a d a diminua.

No gráfico da direita, t e m o s um preço Pi acima do equilíbrio. Neste


caso, a quantidade ofertada QO é maior que a quantidade d e m a n d a d a QD.
A diferença entre a quantidade ofertada QO e a quantidade d e m a n d a d a QD
representa o excesso no mercado deste bem. Para restabelecer o
equilíbrio, o preço d e v e ser reduzido para que a quantidade ofertada
d i m i n u a e a quantidade d e m a n d a d a a u m e n t e .

ALTERANDO O EQUILÍBRIO

A g o r a que s a b e m o s os diversos fatores que a l t e r a m a d e m a n d a e a


oferta, b e m c o m o que o preço e quantidade de equilíbrio são atingidos
quando a oferta iguala a d e m a n d a , v a m o s utilizar os c o n h e c i m e n t o s
adquiridos para saber quais os reflexos sobre o preço e quantidade de
equilíbrio após o s u r g i m e n t o de fatores que a l t e r a m a d e m a n d a ou a
oferta de bens. Veremos apenas alguns exemplos para clarear o
raciocínio.

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Desde já, gostaria de dizer que não é a c o n s e l h á v e l decorar nada do que


será dito, m a s a p e n a s a p r e n d e r o método de raciocínio e a f o r m a c o m
que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para esquerda.
A p r e n d e r esta sistemática é a nossa meta, pois ela será útil quando
e s t u d a r m o s a d e m a n d a e oferta de m ã o - d e - o b r a , nosso foco principal.

Exemplo 1: Qual o efeito sobre preço e q u a n t i d a d e de equilíbrio de um


b e m X, transacionado em um m e r c a d o competitivo (os tipos de m e r c a d o s
serão vistos na p r ó x i m a aula), após o a u m e n t o do preço de um b e m Y,
substituto de X? Novo
Figura 13 equilíbrio

Preço
Equilíbrio
inicial

P P

Quantidade
Q EE1 QEI Q ,E2
de produtos

A p ó s o a u m e n t o de preço de Y, pela lei da d e m a n d a , a q u a n t i d a d e


d e m a n d a d a de Y diminui. C o m o X e Y são substitutos, os c o n s u m i d o r e s
substituirão o c o n s u m o de Y pelo c o n s u m o de X, isto é, a d e m a n d a de X
a u m e n t a , provocando o d e s l o c a m e n t o de toda a curva de d e m a n d a de X
para a direita (de Di para D 2 ). C o m o resultado deste d e s l o c a m e n t o ,
temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde t e m o s novo preço de
equilíbrio P E 2 e nova quantidade de equilíbrio Q E 2 . Conclusão: o a u m e n t o
de preço de um b e m substituto provoca a u m e n t o de preços e quantidades
t r a n s a c i o n a d a s do b e m X.

Exemplo 2: Qual o efeito sobre preço e q u a n t i d a d e de equilíbrio de um


b e m X, transacionado em um m e r c a d o competitivo, após o a u m e n t o do
preço de um b e m Y, c o m p l e m e n t a r de X?

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A p ó s o a u m e n t o de preço de Y, pela lei da d e m a n d a , a q u a n t i d a d e


demandada de Y diminui. Como X e Y são complementares, os
consumidores, ao diminuir o consumo de Y, também diminuem o
consumo de X, isto é, a demanda de X diminui, provocando o
d e s l o c a m e n t o de toda a curva de d e m a n d a de X para a e s q u e r d a (de D1
para D2). C o m o resultado deste d e s l o c a m e n t o , t e m o s um novo ponto de
equilíbrio E2, onde t e m o s novo preço de equilíbrio PE2 e nova quantidade
de equilíbrio QE2. Conclusão: o aumento de preço de um bem
c o m p l e m e n t a r provoca redução de preços e quantidades t r a n s a c i o n a d a s
do b e m X.

Exemplo 3: Qual o efeito sobre preço e quantidade t r a n s a c i o n a d a do


b e m X, transacionado n u m m e r c a d o competitivo, após um a u m e n t o de
tributação sobre a produção? Novo
equilíbrio

Preço
P

P P

Quantidade
Q
Aumentos de tributação sobre d a p r p d o d u ç ã o aumentam os custos de
produção e, como estamos falando em produção, este aumento de

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tributos influencia a oferta e não a d e m a n d a , mais precisamente, reduzirá
a oferta. Esta diminuição da oferta provoca d e s l o c a m e n t o de toda a curva
de oferta para a esquerda. O b s e r v e que, pelo fato da curva de oferta ser
p o s i t i v a m e n t e inclinada, ela será deslocada para a e s q u e r d a e para c i m a
(de O1 para O2). C o m o resultado deste d e s l o c a m e n t o , t e m o s um novo
ponto de equilíbrio E2, onde t e m o s novo preço e quantidade de equilíbrio,
P E 2 e Q E 2 , r e s p e c t i v a m e n t e . Conclusão: o a u m e n t o de tributação sobre a
produção provoca aumento de preços e redução de quantidades
transacionadas. ( tome cuidado! Se o a u m e n t o de tributação for sobre a
renda das pessoas, esta tributação vai alterar a d e m a n d a e não a oferta).

Exemplo 4: Qual o efeito sobre preço e quantidade t r a n s a c i o n a d a do


b e m X, transacionado n u m m e r c a d o competitivo, após o d e s e n v o l v i m e n t o
de u m a nova tecnologia de produção?

Preço Figura 16 Novo


equilíbrio
OI

P P

Quantidade
QEi de produtos

Desenvolvimento de tecnologia afeta a produção, desta forma,


influenciará a oferta, mais precisamente, haverá a u m e n t o de oferta e a
curva será deslocada para a direita. Isto acontece pois a tecnologia
diminui os custos e a u m e n t a a produtividade, elevando, assim, a oferta.
Em virtude de a curva ser ascendente, ela, a l é m de se deslocar para a
direita, será deslocada também para baixo (de O1 para O2). Como
resultado, t e r e m o s novo preço e q u a n t i d a d e de equilíbrio, PE2 e QE2,
respectivamente. Conclusão: o desenvolvimento de nova tecnologia
provocará redução nos preços e aumento das quantidades
transacionadas.

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Exemplo 5: Quais as consequências de um c o n g e l a m e n t o de preços,
abaixo do equilíbrio, por parte do g o v e r n o ?

Figura 17
Preço
O

Escassez
P P

Quantidade QEI Q,DEM


Q Ei de produtos
Q
OF

A n t e s de tudo, d e v e m o s atentar para o fato que foi falado tão s o m e n t e


sobre alteração de preços. Desta forma, não haverá d e s l o c a m e n t o de
n e n h u m a das duas curvas. Haverá, apenas, d e s l o c a m e n t o ao longo das
curvas, c o n f o r m e indicado pelas setas no gráfico. A s s i m , quando o preço
cai de PE1 para PE2, e s t a r e m o s , no lado da oferta, no ponto O2, c o m as
quantidades ofertadas QOF. No lado da d e m a n d a , e s t a r e m o s no ponto D2
c o m as quantidades d e m a n d a d a s QDEM. O b s e r v e que, pelo fato de o preço
estar abaixo do equilíbrio, as quantidades demandadas superam as
quantidades ofertadas, havendo, portanto, escassez de bens (vocês se
l e m b r a m dos c o n g e l a m e n t o s de preços na década de 80 e das filas nos
açougues, s u p e r m e r c a d o s , padarias, etc?).

C o m estes 05 e x e m p l o s , p u d e m o s o b s e r v a r o efeito isolado de um


a u m e n t o ou redução da d e m a n d a , a u m e n t o ou redução da oferta, e
simples alteração de preço. No entanto, preste b e m atenção, estes efeitos
não d e v e m ser decorados. Eles f o r a m colocados a p e n a s para efeito de
ilustração do m é t o d o de raciocínio, e é esta sistemática do raciocínio que
v o c ê deve adquirir e, de f o r m a n e n h u m a , a simples m e m o r i z a ç ã o dos
efeitos.

Ao se d e p a r a r c o m um problema em que v o c ê tenha que descobrir,


a partir de um a c o n t e c i m e n t o , os efeitos sobre o preço e quantidade de
equilíbrio de d e t e r m i n a d o bem, siga os passos abaixo:

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1 - primeiro, verifique se este a c o n t e c i m e n t o é u m a simples alteração de


preço. Se for, haverá d e s l o c a m e n t o ao longo da curvas, provocando
escassez se o preço for abaixo do equilíbrio, ou excesso se o preço for
acima do equilíbrio.

2 - depois, verifique se o a c o n t e c i m e n t o afeta a d e m a n d a ou a oferta.


Mudanças na renda do c o n s u m i d o r e nos preços de bens que t e n h a m o
consumo relacionado p r o v o c a m d e s l o c a m e n t o s da curva de d e m a n d a .
Mudanças nos custos de produção (salários, tributos, taxa de j u r o s ,
preços de m a t é r i a s - p r i m a s ) , tecnologia e nos preços de bens que t e n h a m
a produção relacionada p r o v o c a m d e s l o c a m e n t o s da curva de oferta.

3 - verifique para onde vai d e t e r m i n a d a curva, se para a direita ou


esquerda. Aumentos, sejam na d e m a n d a ou oferta, irão deslocar as
curvas para a direita, no sentido de aumento de quantidades
transacionadas, que estão representados no eixo horizontal, das
abscissas. Reduções, sejam na demanda ou oferta, irão deslocar as
curvas para a esquerda.

4 - após deslocar as curvas, verifique, por si só, as c o n s e q ü ê n c i a s sobre


o novo preço e quantidade t r a n s a c i o n a d a do bem.

Esteja habituado a esta seqüência e f o r m a de raciocínio, pois elas


serão úteis quando a n a l i s a r m o s não só a d e m a n d a e oferta no m e r c a d o
de trabalho, m a s t a m b é m o modelo de oferta e d e m a n d a a g r e g a d a que
será necessário quando e s t u d a r m o s o d e s e m p r e g o .

Nota foram passadas a p e n a s as noções mais básicas da oferta e


d e m a n d a de bens, de f o r m a a t r a n s m i t i r s o m e n t e as informações que
s e j a m , pelo m e n o s agora, mais necessárias e úteis para a E c o n o m i a do
Trabalho

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9 9 9 9 99
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V I S A O G E R A L DA D E M A N D A E O F E R T A DE T R A B A L H O

A g o r a que já p o s s u í m o s as noções básicas da d e m a n d a e oferta no


m e r c a d o de bens, p o d e m o s falar a respeito do m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a ,
ou c o m o t a m b é m é conhecido: o m e r c a d o de trabalho.

O mercado de mão-de-obra funciona de maneira bastante


s e m e l h a n t e ao m e r c a d o de bens, isto porque a m ã o - d e - o b r a é um bem.
S e n d o um bem, ela t e m preço, t e m c o m p r a d o r e s e t e m v e n d e d o r e s .
Estes c o m p r a d o r e s e v e n d e d o r e s , em conjunto, f o r m a m o m e r c a d o da
m ã o - d e - o b r a ou m e r c a d o de trabalho. O preço do b e m m ã o - d e - o b r a é o
salário, os compradores da mão-de-obra são as empresas e os
v e n d e d o r e s são os trabalhadores. Ou, ainda, p o d e m o s falar que q u e m
d e m a n d a m ã o - d e - o b r a são as firmas e q u e m oferta m ã o - d e - o b r a são os
trabalhadores.

No d i a g r a m a básico do m e r c a d o de bens, t í n h a m o s no eixo das


abscissas a q u a n t i d a d e t r a n s a c i o n a d a de bens e no eixo das o r d e n a d a s o
preço da m e r c a d o r i a , a l é m das curvas de d e m a n d a e oferta do bem.

No diagrama do mercado de trabalho, teremos no eixo das


abscissas a quantidade de trabalhadores L (do inglês Labor). No eixo das
o r d e n a d a s , t e r e m o s o preço da m ã o - d e - o b r a , a taxa salarial W (do inglês
Wage), c o n f o r m e a figura 18:

W, Oferta de
mão-de-obra

Figura 18 WF
Demanda de
mão-de-obra

LE
L (Quantidade de
trabalhadores)

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Por ora, basta saber que a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a ,
a s s i m c o m o a curva de d e m a n d a de bens, possui inclinação para baixo ou
decrescente. Isto é, quanto maiores f o r e m as t a x a s salariais pagas aos
trabalhadores, menos trabalhadores as empresas irão demandar.
T a m b é m s i m i l a r m e n t e ao m e r c a d o de bens, a curva de oferta de m ã o - d e -
obra possui inclinação para c i m a ou ascendente. A taxa salarial e o nível
de emprego (nível de emprego=quantidade de trabalhadores) de
equilíbrio são atingidos quando as duas curvas se e n c o n t r a m , ou seja,
quando a d e m a n d a iguala a oferta e v i c e - v e r s a .

A f o r m a c o m que as curvas de d e m a n d a e oferta de m ã o - d e - o b r a se


d e s l o c a m t a m b é m segue a m e s m a regra da d e m a n d a e oferta de bens,
com a diferença que, ao invés de preço e quantidade de bens
transacionada, t e m o s desta v e z salário e quantidade de trabalhadores
(nível de e m p r e g o ) .

Se houver alteração no salário, o d e s l o c a m e n t o será ao longo das


curvas. Se a alteração não disser respeito ao salário, as curvas serão
deslocadas c o m o um todo, para a direita, se indicar a u m e n t o de e m p r e g o ,
ou para a esquerda, se indicar redução de e m p r e g o .

Isto acontece porque u m a curva de d e m a n d a ou oferta de m ã o - d e -


obra mostra, graficamente, a mão-de-obra demandada/ofertada como
função dos salários (o salário está em um dos eixos e o n ú m e r o de
trabalhadores demandados/ofertados está no outro). Quando há
m u d a n ç a s salariais e outras forças m a n t ê m - s e constantes, m o v e - s e ao
longo da curva, na curva. Quando u m a outra força diferente do salário
muda, toda a curva de demanda/oferta deve se deslocar, pois, ao
contrário dos salários, esta força não aparece d i r e t a m e n t e no gráfico.

I N T R O D U Ç Ã O À D E M A N D A DE M Ã O - D E - O B R A

C o m o v i m o s acima, q u e m d e m a n d a m ã o - d e - o b r a são a s e m p r e s a s ,
de tal m a n e i r a que e s t u d a r a d e m a n d a por m ã o - d e - o b r a requer c o n h e c e r
um pouco da teoria de produção, ou c o m o as firmas p r o d u z e m .

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Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o
seu c o n s u m o , as firmas utilizam vários recursos ou insumos. Elas utilizam
m a t é r i a - p r i m a , m ã o - d e - o b r a , m á q u i n a s , f e r r a m e n t a s , tecnologia, etc. O
conjunto destes recursos que as empresas utilizam na produção é
c h a m a d o de fatores de produção. Dentro do nosso estudo de Economia
do Trabalho, t r a b a l h a r e m o s c o m a p e n a s três destes fatores de produção:

Nota m e n c i o n a r e m o s bastantes v e z e s os fatores de produção ao longo


do curso, principalmente os fatores de produção mão-de-obra e capital.

Capital, em Economia, t e m o conceito um pouco diferente do que


e s t a m o s a c o s t u m a d o s em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando
ouvimos a palavra capital, quase que imediatamente fazemos a
associação a dinheiro. No entanto, e c o n o m i c a m e n t e , Capital quer dizer,
a l é m de dinheiro, o conjunto de bens de que as e m p r e s a s d i s p õ e m para
produzir. A s s i m , o estoque de capital de u m a fábrica de a u t o m ó v e i s será
o conjunto das instalações, máquinas, ferramentas, computadores,
material de escritório, enfim, tudo o que é utilizado na produção. O
estoque de capital de um curso para concursos públicos c o m p r e e n d e as
salas de aula, as carteiras, m e s a s , q u a d r o - n e g r o , projetor multimídia,
s i s t e m a de s o m , etc. Quanto mais estoque de capital (ou bens de capital)
tiver a e c o n o m i a , m a i o r será a sua produção. O capital é representado
pela letra (K).

Mão-de-obra é o próprio trabalho.

Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela


representa a f o r m a c o m o a sociedade vai utilizar os recursos existentes
(capital e m ã o - d e - o b r a ) na produção de bens e serviços. D e p e n d e n d o da
tecnologia, sociedades c o m pouca m ã o - d e - o b r a e capital podem, de fato,
ser mais produtivas e gerar mais b e m - e s t a r à sua população que outras
c o m mais m ã o - d e - o b r a e capital disponíveis.

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Então p o d e m o s concluir que a produção total e a f o r m a c o m que as
empresas combinam capital e mão-de-obra, dada uma tecnologia
constante, d e p e n d e m de dois fatores:

- do preço da m ã o - d e - o b r a ;
- do preço do capital.

No entanto, a l é m dos preços da m ã o - d e - o b r a e capital, a produção


das firmas d e p e n d e t a m b é m da d e m a n d a de produtos. Isto porque as
firmas não c o n t r a t a m m ã o - d e - o b r a s i m p l e s m e n t e por caridade ou prazer
em ajudar os trabalhadores, m a s s i m porque a c r e d i t a m que a m ã o - d e -
obra contratada poderá contribuir na produção de a l g u m produto para
venda.

A s s i m , e s t a t u í m o s que a produção das firmas e, por conseguinte, a


d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a v ã o d e p e n d e r destas variáveis:

preço da m ã o - d e - o b r a ;
preço do capital;
d e m a n d a de produtos;
Produto m a r g i n a l da m ã o - d e - o b r a ;
Tecnologia de produção.

V e r e m o s s e p a r a d a m e n t e c o m o estes influem na d e m a n d a de m ã o -
de-obra. C o m e ç a r e m o s pelo preço da m ã o - d e - o b r a : o salário.

Preço da Mão-De-Obra (Salários)

Já p u d e m o s o b s e r v a r no d i a g r a m a básico do m e r c a d o de trabalho,
figura 18, que a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a é n e g a t i v a m e n t e
inclinada, ou seja, maiores taxas salariais implicam m e n o r e s níveis de
trabalhadores d e m a n d a d o s . Mas por que isto ocorre?

E m b o r a a resposta seja intuitiva, fácil, d e v e m o s e s t u d a r os dois


efeitos responsáveis por essa relação inversa entre as taxas salariais e a

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quantidade de trabalhadores demandados. Estes dois efeitos são
chamados de efeito escala e efeito substituição.

V a m o s imaginar qual é a relação existente entre os custos da firma


e os salários. A relação é bastante clara: a u m e n t o s de salário p r o v o c a m
a u m e n t o de custos. Estes custos, ou g r a n d e parte deles, são repassados
aos c o n s u m i d o r e s na f o r m a de preços mais elevados. C o n f o r m e v i m o s no
estudo da d e m a n d a de bens, preços mais elevados p r o v o c a m m e n o r e s
quantidades d e m a n d a d a s (é a lei da d e m a n d a , lembra?). Por sua vez,
m e n o r e s quantidades d e m a n d a d a s irão obrigar as firmas a reduzir seu
nível de produção. Níveis de produção mais baixos, naturalmente,
implicam m e n o r q u a n t i d a d e d e m a n d a d a de t r a b a l h a d o r e s ou, em outras
palavras, níveis de e m p r e g o mais baixos.

Esse declínio no e m p r e g o provocado por u m a redução na produção


é c h a m a d o de efeito escala ou efeito de produção. Então, c o m o v i m o s
no parágrafo acima, o a u m e n t o de salários provoca redução na produção
que, via efeito escala, diminui o nível de e m p r e g o . No entanto, p o d e m o s
ter t a m b é m um efeito escala no sentido de a u m e n t o da produção e,
c o n s e q ü e n t e m e n t e , dos níveis de e m p r e g o .

Nota ^ o efeito escala é a alteração do nível de e m p r e g o provocado por


u m a alteração na produção. O efeito escala NÃO é a alteração de salários.
A alteração de salários provoca apenas alteração na produção, e é esta
que vai provocar o efeito escala.

O que acontecerá, baseado no efeito escala, c o m os níveis de


e m p r e g o caso os salários s e j a m reduzidos?

Reduções de salários p r o v o c a m redução de custos que, em parte,


são repassados aos c o n s u m i d o r e s na f o r m a de preços mais baixos. Estes
preços reduzidos ocasionarão m a i o r de d e m a n d a de bens. Esta m a i o r
d e m a n d a de bens implicará m a i o r produção por parte das firmas, o que
fará c o m que mais t r a b a l h a d o r e s s e j a m contratados. Desta forma, em
caso de redução de salários, o efeito escala nos diz que haverá a u m e n t o
de e m p r e g o .

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Outra importante consequência de um a u m e n t o ou redução dos
salários diz respeito ao uso do outro fator de produção disponível para
produzir: o capital. Caso os salários aumentem, as empresas terão
incentivos em adotar u m a tecnologia de produção que dependa mais do
capital ao invés da m ã o - d e - o b r a .

A lógica é bastante simples: as e m p r e s a s t ê m disponível a m ã o - d e -


obra e o capital para produzir. Se um deles se tornar mais caro em
relação ao outro, as firmas procurarão alterar o modo de produção, de
f o r m a que seja utilizado o fator de produção mais barato.

A s s i m , se os salários a u m e n t a r e m , o nível de e m p r e g o cairá pois as


e m p r e s a s tenderão a substituir m ã o - d e - o b r a por capital ( m á q u i n a s ) . A
isto c h a m a m o s de efeito substituição. Em outras palavras, as e m p r e s a s
t e r i a m incentivos a adotar um modo de produção de "capital intensivo"
(maior uso do capital).

Se os salários d i m i n u í r e m e o fator de produção m ã o - d e - o b r a ficar


mais barato que o fator de produção capital, o nível de e m p r e g o tende a
a u m e n t a r , pois as firmas procurarão substituir o capital, que está mais
caro, pela m ã o - d e - o b r a , que está mais barata. Neste caso, o efeito
substituição a u m e n t a r á o nível de e m p r e g o .

C o m o conclusão sobre a relação preço da m ã o - d e - o b r a (salários) e


d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , p u d e m o s o b s e r v a r que a u m e n t o s de salário,
seja pelo efeito escala ou substituição, provocarão m e n o r d e m a n d a de
mão-de-obra e, conseqüentemente, menores níveis de emprego.
Reduções de salário provocarão o efeito inverso: a u m e n t o de e m p r e g o .

Preço do Capital

A sistemática de raciocínio da influência do preço do capital na


d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a (nível de e m p r e g o ) é a mesma usada na
análise do preço da m ã o - d e - o b r a .

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Qual a influência sobre o nível de e m p r e g o caso o preço do capital
se reduza, de f o r m a que fique mais barato usar o capital a usar m ã o - d e -
obra?

V a m o s analisar esta queda de preço do capital baseada nos efeitos


escala e substituição, começando pelo efeito escala. Para tanto,
necessitamos saber o reflexo da queda do preço do capital sobre a
produção.

Quando os preços do capital declinam, os custos de produção


s e g u e m o m e s m o c a m i n h o e t e n d e m a declinar. A queda de custos é
repassada aos preços dos produtos, que ficam mais baratos. Produtos
mais baratos implicam maiores demanda e produção por parte das
e m p r e s a s . Esse a u m e n t o de produção t e n d e a elevar o nível de e m p r e g o
desejado. A s s i m , o efeito escala, após u m a queda nos preços de capital,
tende a a u m e n t a r a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a a cada nível de salário,
e m p u r r a n d o toda a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a para a direita.

Nota v e j a que, c o m o a alteração foi no preço do capital e não nos


salários, haverá o d e s l o c a m e n t o de toda a curva de d e m a n d a de m ã o - d e -
obra, e não ao longo da curva, c o m o ocorre quando a l t e r a m o s os salários.

V e j a m o s agora o que nos diz o efeito substituição analisando o caso


da queda dos preços do capital.

A p ó s u m a queda dos preços do capital, as e m p r e s a s t ê m incentivos


em substituir m ã o - d e - o b r a por capital, já que este se tornou mais barato
em relação àquela. Desta forma, o efeito substituição faz c o m que o nível
de e m p r e g o decline a cada nível salarial, deslocando a curva de d e m a n d a
de m ã o - d e - o b r a para a esquerda.

U m a queda nos preços do capital, então, gera dois efeitos opostos


sobre a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . O efeito escala tende a a u m e n t a r a
d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , já o efeito substituição tende a declinar a
d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . O efeito resultante é imprevisível e não é
possível s a b e r m o s através s i m p l e s m e n t e do uso da teoria e c o n ô m i c a .

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Nota ^ u m a elevação nos preços do capital provocará o m e s m o efeito de
a m b i g u i d a d e sobre a resposta da d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . Neste caso,
o efeito escala deslocará a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a para a
esquerda, já o efeito substituição e m p u r r a r á a curva de d e m a n d a para a
direita.

Veja, abaixo na figura 19, os possíveis d e s l o c a m e n t o s na d e m a n d a


de m ã o - d e - o b r a devido à queda no preço do capital:

Efeito escala
Fgura i9
domina

Quantidade de trabalhadores Quantidade de trabalhadores

C o m o conclusão, acerca do efeito da queda dos preços do capital


sobre a demanda de mão-de-obra, inferimos que não é possível
d e t e r m i n a r o efeito resultante sobre o nível de e m p r e g o . Isto porque os
efeitos escala e substituição a t u a m em sentidos opostos, um e m p u r r a a
curva de d e m a n d a para a direita e o outro e m p u r r a para a esquerda,
respectivamente.

D e m a n d a de Produtos

Finalizando sobre os três fatores que a f e t a m a d e m a n d a de m ã o -


de-obra, a b o r d a r e m o s agora a d e m a n d a de produtos.

A d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a é u m a demanda derivada. Em outras


palavras, a decisão da e m p r e s a de contratar t r a b a l h a d o r e s deriva, antes
de tudo, de sua decisão de produzir ou ofertar um produto no m e r c a d o de
bens.

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A s s i m , u m a fábrica de a u t o m ó v e i s contratará mais trabalhadores
s o m e n t e se ela desejar ofertar mais carros para a v e n d a . Caso as v e n d a s
de automóveis ao público sofram uma redução, a fábrica,
c o n s e q ü e n t e m e n t e , d e m a n d a r á m e n o s trabalhadores.

Assim, o raciocínio é bastante simples: a maior demanda de


d e t e r m i n a d o produto provocará um a u m e n t o de produção por parte das
e m p r e s a s . Este a u m e n t o de produção provocará maior d e m a n d a de m ã o -
de-obra no setor deste produto, é o nosso já conhecido efeito escala.

Nota ^ enquanto os preços relativos do capital e da mão-de-obra


p e r m a n e c e r e m inalterados, não há que se falar sobre efeito substituição.

Produto marginal da m ã o - d e - o b r a

Na p r ó x i m a aula, f a l a r e m o s mais a fundo sobre este conceito. Por


enquanto, de modo grosseiro, saiba apenas que ele indica a produtividade
da m ã o - d e - o b r a . Se esta produtividade é alta, haverá m a i o r d e m a n d a por
m ã o - d e - o b r a , o que deslocará a curva de d e m a n d a por m ã o - d e - o b r a para
a direita e para cima. Se esta produtividade é baixa, haverá m e n o r
d e m a n d a por m ã o - d e - o b r a , o que deslocará a curva de d e m a n d a por
m ã o - d e - o b r a para a e s q u e r d a e para baixo.

Tecnologia de p r o d u ç ã o

A tecnologia de produção t a m b é m altera a d e m a n d a por trabalho.


Suponha que seja desenvolvida uma nova máquina que substitua o
trabalho de d e z e n a s de trabalhadores. N a t u r a l m e n t e , neste m e r c a d o de
trabalho, a d e m a n d a destes t r a b a l h a d o r e s (que serão substituídos pela
m á q u i n a ) será reduzida, deslocando a curva de d e m a n d a de trabalho para
a e s q u e r d a e para baixo. Em contrapartida, a d e m a n d a dos t r a b a l h a d o r e s
que produzem esta máquina será aumentada (serão necessários
trabalhadores para fabricar esta nova m á q u i n a que foi desenvolvida).
A s s i m , no m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a que possui os t r a b a l h a d o r e s que
p r o d u z e m esta m á q u i n a , haverá d e s l o c a m e n t o da curva de d e m a n d a por
m ã o - d e - o b r a para a direita e para cima, a u m e n t a n d o a d e m a n d a .

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Por outro lado, o desenvolvimento de determinada tecnologia
t a m b é m faz c o m que a produtividade m a r g i n a l do t r a b a l h a d o r (PmgL)
seja a u m e n t a d a , de f o r m a que a d e m a n d a por trabalho t a m b é m a u m e n t a
(a tecnologia a u m e n t a a produtividade do trabalhador). Mas, e agora, a
tecnologia diminui ou a u m e n t a a d e m a n d a por trabalho? Não há u m a
regra geral. A s s i m , c o m o conclusão teórica, a f i r m a m o s a p e n a s que a
tecnologia de produção desloca a curva de d e m a n d a de trabalho, m a s só
p o d e m o s afirmar se este d e s l o c a m e n t o será para a direita (aumenta
demanda) ou esquerda (reduz d e m a n d a ) analisando caso a caso em
detalhes.

I N T R O D U Ç Ã O À O F E R T A DE M Ã O - D E - O B R A

A curva de oferta de m ã o - d e - o b r a possui a m e s m a inclinação da


curva de oferta de um bem. Ou seja, ela é p o s i t i v a m e n t e inclinada (ver
figura 18). Isto quer dizer que, em um d e t e r m i n a d o m e r c a d o , quanto
maiores f o r e m as taxas salariais pagas, m a i o r será a oferta de m ã o - d e -
obra.

A oferta de m ã o - d e - o b r a irá depender, basicamente, pelo m e n o s


por agora em nossos estudos, destes fatores:

salários pagos;
salários de outras profissões;
outros fatores (risco da profissão, estabilidade, possibilidade de
p r o m o ç õ e s e r e m o ç õ e s , imigração e e m i g r a ç ã o , etc).

Mudanças nos salários pagos provocam m u d a n ç a s ao longo da


curva de oferta, enquanto m u d a n ç a s nos salários de outras profissões e
outros fatores p r o v o c a m o d e s l o c a m e n t o de toda a curva de oferta.

Por e x e m p l o , v a m o s imaginar o m e r c a d o de auditores fiscais. O que


acontecerá c o m a oferta de trabalhadores neste m e r c a d o , caso o salário
pago aos auditores a u m e n t e ? Haverá maior oferta de auditores fiscais ao
m e r c a d o , de f o r m a que nos d e s l o c a r e m o s ao longo da curva de oferta,
c a m i n h a n d o para a direita e para cima, na curva, sobre a curva.

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Por outro lado, o que acontecerá c o m a oferta de auditores, caso o


salário dos analistas do Judiciário a u m e n t e m para níveis superiores ao
salário dos auditores? Haverá m e n o r oferta de auditores no m e r c a d o , pois
u m a g r a n d e quantidade de pessoas preferirá ser analista do Judiciário a
ser auditor fiscal. Isto posto, t e m o s que a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a
de auditores será deslocada para a esquerda.

Fgura 20
Nova oferta de
auditores fiscais
após o aumento de
Aumento de salários
salário dos
pagos aos auditores Salár
analistas
fiscais Curva de (W) O2
oferta

Quantidade de trabalhadores Quantidade de trabalhadores

No diagrama do mercado de trabalho de auditores fiscais


representado acima, no gráfico da esquerda, o b s e r v a m o s o efeito de
m u d a n ç a s salariais no cargo. C o m o o salário W faz parte do d i a g r a m a , o
d e s l o c a m e n t o ocorre ao longo da curva de oferta.

Já quando a u m e n t a m o s o salário dos analistas, a tendência é que


os trabalhadores d e c i d a m ofertar a sua m ã o - d e - o b r a para esta carreira
que r e m u n e r a melhor. C o m o o salário dos analistas não faz parte do
nosso d i a g r a m a e, ao m e s m o t e m p o , t e m o s que representar no gráfico a
diminuição da oferta de m ã o - d e - o b r a no m e r c a d o de auditores fiscais,
toda a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a dos auditores fiscais é e m p u r r a d a
para a esquerda.

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E Q U I L Í B R I O NO M E R C A D O DE T R A B A L H O

Da m e s m a m a n e i r a que ocorre no m e r c a d o de bens, o equilíbrio no


m e r c a d o de trabalho ocorre quando a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a é igual à
oferta de m ã o - d e - o b r a . Em outras palavras, o equilíbrio é atingido quando
as duas curvas se e n c o n t r a m :

Fgura 2i

No ponto E, em que a d e m a n d a iguala a oferta, nós t e m o s o salário


de equilíbrio do m e r c a d o , t a m b é m c h a m a d o de salário de c o m p e n s a ç ã o
do mercado. A este salário, WE, os e m p r e g a d o r e s p o d e m preencher o
n ú m e r o de v a g a s necessário para sua produção, e todos os trabalhadores
que d e s e j a m e m p r e g o s nesse m e r c a d o p o d e m encontrá-los. Dito de outra
maneira, não há e x c e d e n t e nem escassez.

PERTURBANDO O EQUILÍBRIO

Quando há algum acontecimento que perturbe o equilíbrio do


m e r c a d o de trabalho, d e v e m o s usar o m e s m o m é t o d o de raciocínio que
u s a m o s para deslocar as curva de d e m a n d a e oferta de bens.

Primeiro d e v e m o s identificar se o a c o n t e c i m e n t o é m e r a alteração


de salários no m e r c a d o de trabalho em discussão. Caso positivo, os
d e s l o c a m e n t o s serão ao longo das curvas de d e m a n d a e oferta de m ã o -
de-obra. Neste caso, o m e r c a d o sairá do equilíbrio, havendo escassez ou
excesso de m ã o - d e - o b r a (veja o e x e m p l o 01, a seguir).

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Caso contrário, d e v e m o s deslocar ou a curva de d e m a n d a de m ã o -
de-obra ou a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a . A u m e n t o na d e m a n d a de
m ã o - d e - o b r a deslocará a curva para a direita. A u m e n t o da oferta de m ã o -
de-obra deslocará a curva t a m b é m para a direita. Reduções em a m b o s os
casos d e s l o c a m as curvas para a esquerda.

Exemplo 1: Quais as c o n s e q u ê n c i a s da adoção de um salário fixo, abaixo


do equilíbrio, para d e t e r m i n a d o m e r c a d o de trabalho?
Figura 22
Salário
(W) O

Escassez

L Quantidade de L OF L L
trabalhadores

C o m o a alteração é a p e n a s no salário, não haverá d e s l o c a m e n t o de


n e n h u m a das duas curvas. Haverá, apenas, d e s l o c a m e n t o ao longo das
curvas, c o n f o r m e indicado pelas setas no gráfico à direita. A s s i m , quando
o salário cai de WE1 para WE2, e s t a r e m o s , no lado da oferta, no ponto O2,
c o m as quantidades de trabalhadores ofertados LOF. No lado da d e m a n d a ,
estaremos no ponto D2, com as quantidades de trabalhadores
d e m a n d a d o s LDEM. O b s e r v e que, pelo fato de o salário estar abaixo do
equilíbrio, as quantidades demandadas de trabalhadores superam as
quantidades ofertadas, havendo, portanto, escassez de mão-de-obra
(caso fosse estabelecido um salário a c i m a do equilíbrio, haveria excesso
de m ã o - d e - o b r a ) .

Exemplo 2: Qual o efeito sobre o m e r c a d o de secretárias após um


aumento da burocracia imposta pelo governo, através de inúmeras
n o r m a s a s e r e m c u m p r i d a s pelas e m p r e s a s ?

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Figura 23 Novo
equilíbrio

O aumento da burocracia certamente aumentará a demanda de


secretárias. Desta forma, toda a curva de d e m a n d a de secretárias será
deslocada para a direita. C o m o resultado deste d e s l o c a m e n t o , t e m o s um
novo ponto de equilíbrio E2, onde t e m o s um novo salário de equilíbrio WE2
e nova quantidade de trabalhadores de equilíbrio LE2. Conclusão: o
a u m e n t o da burocracia a u m e n t a r á o salário de m e r c a d o e o nível de
e m p r e g o no m e r c a d o de secretárias.

Exemplo 3: Entre 1 3 4 8 - 1 3 5 1 , a Inglaterra foi atingida por um g r a v e


surto da doença conhecida c o m o Peste Negra que, segundo estimativas,
m a t o u entre 1 7 % a 4 0 % da população inglesa naquele curto período de
t e m p o . Qual foi o impacto de tal a c o n t e c i m e n t o sobre o m e r c a d o de m ã o -
d e - o b r a da época?
Figura 24
Novo
equilíbrio

L Quantidade de
L
trabalhadores

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A doença e seu alto índice de mortalidade c e r t a m e n t e d i m i n u í r a m a oferta
de trabalhadores. Houve um d e s l o c a m e n t o para a e s q u e r d a de toda a
curva de oferta. C o m o resultado deste d e s l o c a m e n t o , t e m o s um novo
ponto de equilíbrio E2, onde t e m o s novo salário e nível de e m p r e g o , WE2 e
LE2, r e s p e c t i v a m e n t e . Conclusão: a diminuição da oferta de m ã o - d e - o b r a
provoca maiores salários e m e n o r nível de e m p r e g o .

B e m pessoal, por hoje é só!

S e g u e ao final desta aula uma lista de exercícios, em sua maioria


elaborados por m i m , e que conta com alguns e x e m p l o s e situações
retirados do livro " M o d e r n a E c o n o m i a do T r a b a l h o " e que servirão para
fixar o e n t e n d i m e n t o do assunto. Os exercícios f o r a m elaborados por m i m
tendo em vista este assunto só ser objeto de cobrança neste concurso e
não haver um banco adequado e suficiente de questões disponíveis.
T a m b é m procurei colocar o assunto " d e m a n d a e oferta de b e n s " a p e n a s
inserido nas questões sobre o assunto " d e m a n d a e oferta de trabalho",
pois este último é o foco principal da disciplina.

Lembro v o c ê ainda de que o nosso estudo de d e m a n d a e oferta de m ã o -


de-obra foi apenas u m a visão geral, u m a introdução ao assunto. Ele será
visto em maiores detalhes nas p r ó x i m a s aulas, de acordo c o m o nível de
cobrança exigido nos últimos concursos para AFT.

Próxima aula, apresentarei mais alguns conceitos básicos do Mercado de


Trabalho (salários reais x nominais, g a n h o s do trabalhador, tipos de
m e r c a d o ) , um pouco de teoria da firma e a primeira parte do estudo da
d e m a n d a por m ã o - d e - o b r a .

A b r a ç o s e bons estudos!

Heber Carvalho
hebercarvalho@Pontodosconcursos.com.br

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QUESTÕES COMENTADAS
Nota: as questões que não a p r e s e n t a m indicação da banca/cargo/ano
f o r a m elaboradas por m i m . Ao final da aula, há a reprodução da lista de
exercícios s e m os c o m e n t á r i o s , caso v o c ê queira fazer as questões s e m
ter o incômodo de ficar " t a p a n d o " as respostas e os c o m e n t á r i o s .

01 - (FGV - I C M S / R J - 2010) - No m e r c a d o de trabalho, a curva de


d e m a n d a por trabalho entre e m p r e s a s competitivas é tal que:
(A) coincide c o m a curva de v a l o r do produto marginal do trabalho.
(B) é insensível às m u d a n ç a s no preço do produto v e n d i d o .
(C) é sensível às m u d a n ç a s tecnológicas que a f e t a m sua produção.
(D) coincide c o m a curva de produto m a r g i n a l do trabalho.
(E) coincide c o m os pontos da curva de d e m a n d a pelo produto.

COMENTÁRIOS:
C o n f o r m e explicado na aula, a d e m a n d a de trabalho é influenciada por:

(i) Preço da mão-de-obra (salários)


(ii) Preço do capital
(iii) Demanda de produtos
(iv) Tecnologia de produção
(v) Produto marginal da mão-de-obra

A letra A está correta, e a letra D está incorreta. Estas assertivas serão


explicadas s o m e n t e na p r ó x i m a aula, portanto, aguarde.

A letra C está correta, c o n f o r m e a lista de itens que influenciam a


d e m a n d a por trabalho.

A letra E está incorreta, pois a curva de d e m a n d a por trabalho não se


confunde c o m a curva de d e m a n d a de bens (ou produtos). São d e m a n d a s
diferentes. As duas são n e g a t i v a m e n t e inclinadas, m a s isso não significa
que as curvas s e j a m coincidentes.

A letra B está incorreta, pois a d e m a n d a por trabalho é sensível às


mudanças no preço do produto vendido. Isto acontece porque as
m u d a n ç a s no preço do produto vendido a l t e r a m a d e m a n d a do produto,

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logo, haverá alteração da d e m a n d a da m ã o - d e - o b r a que produz este
produto. Por isto, d i z e m o s que a d e m a n d a por trabalho é u m a d e m a n d a
derivada.

G A B A R I T O : A n u l a d a (A e C estão corretas)

02 - (CESPE - ANAL. EXEC. em METR. E QUAL.-CIÊNCIAS


ECONÔMICAS - INMETRO - 2007 - A d a p t a d a ) - A u m e n t o s da
d e m a n d a de trabalho e l e v a m o nível de e m p r e g o .

COMENTÁRIOS:
A u m e n t o s da d e m a n d a de trabalho d e s l o c a m a curva de d e m a n d a de
trabalho para a direita e para cima, o que a u m e n t a os salários e o nível
de e m p r e g o (é a m e s m a situação representada na figura 23).

GABARITO: CERTO

03 - (CESPE - E C O N O M I S T A - MPU - 2010) - I m i g r a ç ã o , m u d a n ç a


nas preferências do trabalhador e mudanças tecnológicas
d e s l o c a m a curva de oferta de mão de obra.

COMENTÁRIOS:
A imigração e a m u d a n ç a nas preferências do t r a b a l h a d o r d e s l o c a m a
curva de OFERTA de m ã o - d e - o b r a . Até aqui, está correta a assertiva. No
entanto, as m u d a n ç a s tecnológicas d e s l o c a m a curva de D E M A N D A de
m ã o - d e - o b r a . Portanto, está errada a assertiva, pelo fato de e n u m e r a r as
m u d a n ç a s tecnológicas c o m o fator que desloca a oferta de m ã o - d e - o b r a .

GABARITO: ERRADO

4 - Nos princípios da d é c a d a de 1970, o Egito sofreu um drástico


e s v a z i a m e n t o de t r a b a l h a d o r e s da c o n s t r u ç ã o civil, que b u s c a v a m
salários mais e l e v a d o s na Arábia Saudita. Na m e s m a época, a
d e m a n d a por s e u s serviços se elevou no Egito. Os efeitos s o b r e os
salários e nível de e m p r e g o para o m e r c a d o d e s t e s t r a b a l h a d o r e s
no Egito, na época, f o r a m , r e s p e c t i v a m e n t e :
a) salários reduzidos e m e n o r nível de e m p r e g o

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b) salários reduzidos e maior nível de e m p r e g o
c) salários maiores e m a i o r nível de e m p r e g o
d) salários maiores e m e n o r nível de e m p r e g o
e) salários maiores e quanto ao nível de emprego, não é possível
d e t e r m i n a r se houve m u d a n ç a para m a i o r ou menor.

COMENTÁRIOS:
O êxodo de trabalhadores para fora do Edito desloca a curva de oferta de
trabalhadores para a esquerda. Ao m e s m o t e m p o , a m a i o r d e m a n d a por
estes t r a b a l h a d o r e s desloca a curva de d e m a n d a para a direita. C o m o
resultado, o b s e r v a m o s maiores salários e a p r o x i m a d a m e n t e o m e s m o
nível de emprego, sendo que não é possível determinar se houve
alteração para m a i o r ou m e n o r em relação a este último.

GABARITO: E

5 - Analise o impacto no m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a p r o v o c a d o pelo


a u m e n t o no risco de d e t e r m i n a d a o c u p a ç ã o .
a) o a u m e n t o do risco na ocupação influi na d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a ,
provocando maiores salários e m e n o r nível de e m p r e g o .
b) o a u m e n t o do risco na ocupação provoca d e s l o c a m e n t o ao longo da
curva de oferta, provocando escassez de m ã o - d e - o b r a .
c) o a u m e n t o do risco na ocupação diminui a oferta, e m p u r r a n d o toda a
curva para a esquerda, a u m e n t a n d o os salários dos trabalhadores deste
mercado.

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d) o a u m e n t o do risco desloca a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a para a
direita, provocando m e n o r e s salários e maior nível de e m p r e g o , já que
poucas pessoas são propensas ao risco.
e) o a u m e n t o do risco provoca d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de
d e m a n d a , provocando excesso de m ã o - d e - o b r a .

COMENTÁRIOS:
São fatores que influem na oferta de m ã o - d e - o b r a :
- salários d e s l o c a m e n t o ao longo da curva;
- salários de outras ocupações d e s l o c a m e n t o da curva;
- outros fatores (risco, estabilidade, plano de saúde, ambiente de
trabalho) d e s l o c a m e n t o da curva.

O a u m e n t o do risco na ocupação c e r t a m e n t e diminui a oferta de


m ã o - d e - o b r a , provocando um d e s l o c a m e n t o da curva para a esquerda.
No novo equilíbrio, t e r e m o s salário m a i o r e nível de e m p r e g o menor.

GABARITO: C

6 - Quais as c o n s e q u ê n c i a s para o m e r c a d o de t r a b a l h a d o r e s da
indústria automobilística a p ó s uma redução de impostos s o b r e a
produção e que tenha como reflexo imediato o aumento do
consumo de automóveis?
a) redução de salários tendo em vista haver maior oferta de
trabalhadores para o setor automobilístico.
b) a u m e n t o de salários e do nível de e m p r e g o .

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c) s o m e n t e a u m e n t o de salários, devido à maior d e m a n d a por m ã o - d e -
obra provocada pela m a i o r d e m a n d a de produtos.
d) somente aumento no nível de emprego, tendo em vista as
contratações que serão realizadas pela indústria de carros.
e) não haverá alteração de salários nem do nível de e m p r e g o .

COMENTÁRIOS:
São fatores que influem na d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a :
- preço da m ã o - d e - o b r a (salários) d e s l o c a m e n t o ao longo da curva;
- preço do capital d e s l o c a m e n t o da curva;
- d e m a n d a de produtos d e s l o c a m e n t o da curva.
- produto m a r g i n a l da m ã o - d e - o b r a d e s l o c a m e n t o da curva.
- tecnologia de produção d e s l o c a m e n t o da curva.

O a u m e n t o na d e m a n d a de produtos implicará maior produção por


parte das firmas. Maior produção implica mais contratações, ou seja,
m a i o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . T e m o s , portanto, um efeito escala. Esta
m a i o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a deslocará a curva de d e m a n d a para a
direita, onde t e r e m o s maiores salários e nível de e m p r e g o .

Fgura 27

GABARITO: B

7 - O que aconteceria aos níveis de salários e e m p r e g o s dos


e n g e n h e i r o s se os gastos do g o v e r n o em p r o g r a m a s de pesquisa e
desenvolvimento caíssem?

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a) nada, pois a grande maioria dos engenheiros está prestando concursos
públicos.
b) nada, pois o governo não interfere no m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a de
engenheiros.
c) a oferta c e r t a m e n t e cairia.
d) a m e n o r d e m a n d a de engenheiros diminuiria o nível de salários e m ã o -
de-obra empregada.
e) nada, pois os engenheiros estão, na v e r d a d e , trabalhando para bancos
e não em pesquisa e d e s e n v o l v i m e n t o .

COMENTÁRIOS:
A q u e l e s que são engenheiros c e r t a m e n t e p o d e m ter ficado na dúvida
entre as alternativas A e E, mas, pela teoria e c o n ô m i c a , elas estão
erradas.
O governo representa um grande d e m a n d a n t e na área de pesquisa e
desenvolvimento. Desta forma, se o governo diminui a d e m a n d a por
pesquisa, isto terá um reflexo no m e r c a d o de e n g e n h e i r o s c o m o um todo,
havendo m e n o r d e m a n d a d e m ã o - d e - o b r a .
A m e n o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a deslocará a curva de d e m a n d a para a
esquerda, projetando salário de equilíbrio e níveis de e m p r e g o m e n o r e s .

Nota ^ A partir de agora não desenharei mais os gráficos nos


c o m e n t á r i o s , pois acredito que v o c ê já tenha aprendido a sistemática dos
d e s l o c a m e n t o s " d a " e "ao longo d a s " curvas.

GABARITO: D

8 - S u p o n h a um m e r c a d o de trabalho em equilíbrio. A p o n t e a
alternativa que, com certeza, fará com que este salário de
equilíbrio caia.
a) redução da oferta de m ã o - d e - o b r a .
b) a u m e n t o da d e m a n d a em conjunto c o m o a u m e n t o da oferta de m ã o -
de-obra.
c) e x p a n s ã o da d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a .
d) retração da oferta em conjunto c o m a retração da d e m a n d a de m ã o -
de-obra.

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e) e x p a n s ã o da oferta em conjunto c o m a retração da d e m a n d a de m ã o -
de-obra.

COMENTÁRIOS:
V a m o s à análise por alternativa:
a) a redução da oferta de m ã o - d e - o b r a vai deslocar a curva para a
esquerda, provocando a u m e n t o de salários. Incorreta.

b) o a u m e n t o da d e m a n d a desloca a curva de d e m a n d a para a direita. O


a u m e n t o da oferta de m ã o - d e - o b r a desloca a curva de oferta para a
direita. T e m o s um a u m e n t o substancial do nível de e m p r e g o , m a s nada
p o d e m o s concluir acerca dos salários. Incorreta.

c) a e x p a n s ã o da d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a desloca a curva de d e m a n d a
para a direita, provocando maiores salários. Incorreta.

d) a retração da oferta e da d e m a n d a d e s l o c a m as duas curvas para a


esquerda, c o m o resultado, t e m o s u m a diminuição substancial do nível de
e m p r e g o , m a s nada p o d e m o s concluir acerca dos salários. Incorreta.

e) a e x p a n s ã o da oferta desloca a curva para a direita, já a retração da


demanda de mão-de-obra desloca a curva para a esquerda. Ambos
d e s l o c a m e n t o s c a u s a m diminuição de salários. Correta.

GABARITO: E

9 - I m a g i n e os bens X, Y e Z, a s s i m c o m o os m e r c a d o s de m ã o - d e -
obra envolvida nas s u a s respectivas produções. S a b e n d o que Z é
bem de Giffen, X e Y são substitutos, analise e marque a
alternativa que c o n t é m os reflexos nos m e r c a d o s de m ã o - d e - o b r a
empregada na p r o d u ç ã o de X, Y e Z, r e s p e c t i v a m e n t e , a p ó s o
a u m e n t o dos preços de Y e Z.
a) X: a u m e n t o de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e dos salários.
b) X: a u m e n t o de salários, Y: escassez de m ã o - d e - o b r a , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e dos salários.

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c) X: redução de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: diminuição do
e m p r e g o e dos salários.
d) X: a u m e n t o do e m p r e g o , Y: diminuição do e m p r e g o , Z: diminuição do
e m p r e g o e dos salários.
e) X: a u m e n t o de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e diminuição dos salários.

COMENTÁRIOS:
Os a c o n t e c i m e n t o s a s e r e m analisados são dois: o a u m e n t o no preço de Y
e o a u m e n t o no preço de Z. V e j a m o s cada u m , s e p a r a d a m e n t e :

^ A u m e n t o do preço de Y: o a u m e n t o do preço reduz as quantidades


d e m a n d a d a s do produto Y (lei da d e m a n d a ) . C o m a m e n o r d e m a n d a de
produtos, haverá m e n o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a no m e r c a d o de Y.
Desta forma, a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a deste setor será
deslocada para a esquerda, ocasionando salários e níveis de emprego
mais baixos no mercado de mão-de-obra de Y.
A c o n t e c e , t a m b é m , que X e Y são bens substitutos. O a u m e n t o no preço
de Y faz os c o n s u m i d o r e s substituírem o c o n s u m o de Y por X. A s s i m ,
haverá maior demanda do produto X e, conseqüentemente, maior
d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a no m e r c a d o de X. Por conseguinte, a curva de
demanda de m ã o - d e - o b r a deste setor será deslocada para a direita,
ocasionando salários e níveis de emprego mais altos no mercado de mão-
de-obra de X.

^ A u m e n t o do preço de Z: Z é b e m de Giffen, isto é, o a u m e n t o do preço


de Z a u m e n t a r á as quantidades d e m a n d a d a s deste produto (lembre que o
b e m de Giffen é u m a exceção à lei da d e m a n d a ) . Maiores q u a n t i d a d e s
demandadas de Z provocam maior demanda de mão-de-obra neste
m e r c a d o , logo a curva de d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a será deslocada para
a direita, ocasionando salários e níveis de emprego mais altos no mercado
de mão-de-obra de Z.

A única alternativa que reúne reflexos corretos ocorridos em seus


respectivos m e r c a d o s de m ã o - d e - o b r a é a alternativa A.

GABARITO: A

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10 - S u p o n h a que o g o v e r n o requeira que todos os m e c â n i c o s de


a u t o m ó v e i s p a s s e m por e x a m e s de c o m p e t ê n c i a antes de oferecer
s e u s serviços ao público. O que e s s a exigência de licenciamento
fará aos níveis de salários ou e m p r e g o dos m e c â n i c o s ?
a) a exigência influirá na d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , provocando maiores
salários e m e n o r nível de e m p r e g o .
b) a exigência provocará d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de oferta,
provocando escassez de m ã o - d e - o b r a .
c) a exigência diminuirá a oferta de m ã o - d e - o b r a , e m p u r r a n d o toda a
curva para a esquerda, a u m e n t a n d o os salários dos trabalhadores deste
mercado.
d) a exigência deslocará a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a para a direita,
provocando m e n o r e s salários e maior nível de e m p r e g o , já que poucas
pessoas são propensas ao risco.
e) a exigência provocará d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de d e m a n d a ,
provocando excesso de m ã o - d e - o b r a .

COMENTÁRIOS:
A exigência diminuirá a oferta de mão-de-obra, provocando um
d e s l o c a m e n t o da curva para a esquerda. No novo equilíbrio, t e r e m o s
m e n o r nível de e m p r e g o e salários maiores para aqueles m e c â n i c o s que
p o s s u e m a licença e p e r m a n e c e r a m no m e r c a d o .

GABARITO: C

11 - Suponha que seja aprovada uma NR (Norma


Regulamentadora) que determinasse a colocação de um
d i s p e n d i o s o dispositivo de s e g u r a n ç a em todos os c o r t a d o r e s de
g r a m a elétricos. Tal dispositivo, s e g u n d o relatórios, não a u m e n t a
a eficiência d a s m á q u i n a s n e m a s e g u r a n ç a dos c o r t a d o r e s de
g r a m a . Qual a implicação deste r e g u l a m e n t o para o m e r c a d o de
mão-de-obra dos cortadores de grama?
a) haverá m e n o r d e m a n d a de trabalhadores.
b) os custos serão absorvidos pelos empresários e não haverá
interferência no m e r c a d o de trabalho.

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c) a oferta de m ã o - d e - o b r a vai a u m e n t a r , pois ser cortador de g r a m a
t o r n o u - s e mais atrativo.
d) não é possível s a b e r o efeito sobre a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , pois os
efeitos escala e substituição a t u a m em sentidos opostos.
e) haverá m a i o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , já que os efeitos escala e
substituição a t u a m no sentido de maiores contratações no setor.

COMENTÁRIOS:
R e l e m b r e m o s os fatores que a l t e r a m a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a :
- preço da m ã o - d e - o b r a
- preço do capital
- d e m a n d a de produtos
- produto m a r g i n a l da m ã o - d e - o b r a
- tecnologia de produção
Isto posto, nós t e m o s que esta NR, b a s i c a m e n t e , a u m e n t a o preço do
capital. O m a i o r custo do capital implicará dois efeitos já sabidos: o efeito
escala e o efeito substituição.

Efeito escala: o m a i o r custo do capital a u m e n t a r á o custo de produção,


que será repassado aos c o n s u m i d o r e s na f o r m a de preços mais elevados.
C o m os preços mais altos, os c o n s u m i d o r e s t e n d e m a reduzir o c o n s u m o .
Redução no c o n s u m o significa m e n o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . T e m o s ,
então, que o m a i o r custo do capital a u m e n t a r á o custo de produção e
causará um efeito escala que tende a d e p r i m i r o e m p r e g o .

Efeito substituição: as empresas, dada uma tecnologia disponível,


p o s s u e m capital e m ã o - d e - o b r a para realizar a sua produção. A p ó s o
a u m e n t o do custo do capital, é natural que as firmas p r o c u r e m substituir
o uso do capital, agora mais caro, pelo uso da m ã o - d e - o b r a . Desta forma,
o a u m e n t o do custo do capital estimula u m a maior d e m a n d a de m ã o - d e -
obra, c o m a finalidade de substituir o capital.

C o m o conclusão, o b s e r v a m o s que, dada u m a elevação nos preços do


capital, o efeito escala provoca m e n o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a . Já o
efeito substituição provoca m a i o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , não sendo
possível, pelos dados a p r e s e n t a d o s , definir q u e m vai se sobrepor.
GABARITO: D

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LISTA DAS Q U E S T Õ E S A P R E S E N T A D A S

01 - (FGV - I C M S / R J - 2010) - No m e r c a d o de trabalho, a curva de


d e m a n d a por trabalho entre e m p r e s a s competitivas é tal que:
(A) coincide c o m a curva de v a l o r do produto marginal do trabalho.
(B) é insensível às m u d a n ç a s no preço do produto v e n d i d o .
(C) é sensível às m u d a n ç a s tecnológicas que a f e t a m sua produção.
(D) coincide c o m a curva de produto m a r g i n a l do trabalho.
(E) coincide c o m os pontos da curva de d e m a n d a pelo produto.

02 - ( C E S P E - A N A L . EXEC. em METR. E Q U A L . - C I Ê N C I A S
E C O N Ô M I C A S - I N M E T R O - 2007 - A d a p t a d a ) - A u m e n t o s da
d e m a n d a de trabalho e l e v a m o nível de e m p r e g o .

03 - (CESPE - E C O N O M I S T A - MPU - 2010) - I m i g r a ç ã o , m u d a n ç a


nas preferências do t r a b a l h a d o r e m u d a n ç a s tecnológicas
d e s l o c a m a curva de oferta de mão de obra.

4 - Nos princípios da d é c a d a de 1970, o Egito sofreu um drástico


e s v a z i a m e n t o de t r a b a l h a d o r e s da c o n s t r u ç ã o civil, que b u s c a v a m
salários mais e l e v a d o s na Arábia Saudita. Na m e s m a época, a
d e m a n d a por s e u s serviços se elevou no Egito. Os efeitos s o b r e os
salários e nível de e m p r e g o para o m e r c a d o d e s t e s t r a b a l h a d o r e s
no Egito, na época, f o r a m , r e s p e c t i v a m e n t e :
a) salários reduzidos e m e n o r nível de e m p r e g o
b) salários reduzidos e maior nível de e m p r e g o
c) salários maiores e m a i o r nível de e m p r e g o
d) salários maiores e m e n o r nível de e m p r e g o
e) salários maiores e quanto ao nível de e m p r e g o , não é possível
d e t e r m i n a r se houve m u d a n ç a para m a i o r ou menor.

5 - Analise o impacto no m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a p r o v o c a d o pelo


a u m e n t o no risco de d e t e r m i n a d a o c u p a ç ã o .
a) o a u m e n t o do risco na ocupação influi na d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a ,
provocando maiores salários e m e n o r nível de e m p r e g o .
b) o a u m e n t o do risco na ocupação provoca d e s l o c a m e n t o ao longo da
curva de oferta, provocando escassez de m ã o - d e - o b r a .
c) o a u m e n t o do risco na ocupação diminui a oferta, e m p u r r a n d o toda a
curva para a esquerda, a u m e n t a n d o os salários dos trabalhadores deste
mercado.
d) o a u m e n t o do risco desloca a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a para a
direita, provocando m e n o r e s salários e maior nível de e m p r e g o , já que
poucas pessoas são propensas ao risco.
e) o a u m e n t o do risco provoca d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de
d e m a n d a , provocando excesso de m ã o - d e - o b r a .

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6 - Quais as c o n s e q u ê n c i a s para o m e r c a d o de t r a b a l h a d o r e s da
indústria automobilística a p ó s uma redução de impostos s o b r e a
p r o d u ç ã o e que tenha c o m o reflexo imediato o a u m e n t o do
consumo de automóveis?
a) redução de salários tendo em vista haver m a i o r oferta de
trabalhadores para o setor automobilístico.
b) a u m e n t o de salários e do nível de e m p r e g o .
c) s o m e n t e a u m e n t o de salários, devido à maior d e m a n d a por m ã o - d e -
obra provocada pela m a i o r d e m a n d a de produtos.
d) s o m e n t e a u m e n t o no nível de e m p r e g o , tendo em vista as
contratações que serão realizadas pela indústria de carros.
e) não haverá alteração de salários nem do nível de e m p r e g o .

7 - O que aconteceria aos níveis de salários e e m p r e g o s dos


e n g e n h e i r o s se os gastos do g o v e r n o em p r o g r a m a s de pesquisa e
desenvolvimento caíssem?
a) nada, pois a grande maioria dos engenheiros está prestando concursos
públicos.
b) nada, pois o governo não interfere no m e r c a d o de m ã o - d e - o b r a de
engenheiros.
c) a oferta c e r t a m e n t e cairia.
d) a m e n o r d e m a n d a de engenheiros diminuiria o nível de salários e m ã o -
de-obra empregada.
e) nada, pois os engenheiros estão, na v e r d a d e , trabalhando para bancos
e não em pesquisa e d e s e n v o l v i m e n t o .

8 - S u p o n h a um m e r c a d o de trabalho em equilíbrio. A p o n t e a
alternativa que, c o m certeza, fará c o m que este salário de
equilíbrio caia.
a) redução da oferta de m ã o - d e - o b r a .
b) a u m e n t o da d e m a n d a em conjunto c o m o a u m e n t o da oferta de m ã o -
de-obra.
c) e x p a n s ã o da d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a .
d) retração da oferta em conjunto c o m a retração da d e m a n d a de m ã o -
de-obra.
e) e x p a n s ã o da oferta em conjunto c o m a retração da d e m a n d a de m ã o -
de-obra.

9 - I m a g i n e os bens X, Y e Z, a s s i m c o m o os m e r c a d o s de m ã o - d e -
obra envolvida nas s u a s respectivas produções. S a b e n d o que Z é
b e m de Giffen, X e Y são substitutos, analise e m a r q u e a
alternativa que c o n t é m os reflexos nos m e r c a d o s de m ã o - d e - o b r a
e m p r e g a d a na p r o d u ç ã o de X, Y e Z, r e s p e c t i v a m e n t e , a p ó s o
a u m e n t o dos preços de Y e Z.
a) X: a u m e n t o de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e dos salários.

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b) X: a u m e n t o de salários, Y: escassez de m ã o - d e - o b r a , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e dos salários.
c) X: redução de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: diminuição do
e m p r e g o e dos salários.
d) X: a u m e n t o do e m p r e g o , Y: diminuição do e m p r e g o , Z: diminuição do
e m p r e g o e dos salários.
e) X: a u m e n t o de salários, Y: diminuição do e m p r e g o , Z: a u m e n t o do
e m p r e g o e diminuição dos salários.

10 - S u p o n h a que o g o v e r n o requeira que todos os m e c â n i c o s de


a u t o m ó v e i s p a s s e m por e x a m e s de c o m p e t ê n c i a antes de oferecer
s e u s serviços ao público. O que e s s a exigência de licenciamento
fará aos níveis de salários ou e m p r e g o dos m e c â n i c o s ?
a) a exigência influirá na d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , provocando maiores
salários e m e n o r nível de e m p r e g o .
b) a exigência provocará d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de oferta,
provocando escassez de m ã o - d e - o b r a .
c) a exigência diminuirá a oferta de m ã o - d e - o b r a , e m p u r r a n d o toda a
curva para a esquerda, a u m e n t a n d o os salários dos trabalhadores deste
mercado.
d) a exigência deslocará a curva de oferta de m ã o - d e - o b r a para a direita,
provocando m e n o r e s salários e maior nível de e m p r e g o , já que poucas
pessoas são propensas ao risco.
e) a exigência provocará d e s l o c a m e n t o ao longo da curva de d e m a n d a ,
provocando excesso de m ã o - d e - o b r a .

11 - Suponha que seja aprovada uma NR (Norma


Regulamentadora) que determinasse a colocação de um
d i s p e n d i o s o dispositivo de s e g u r a n ç a em todos os c o r t a d o r e s de
g r a m a elétricos. Tal dispositivo, s e g u n d o relatórios, não a u m e n t a
a eficiência d a s m á q u i n a s n e m a s e g u r a n ç a dos c o r t a d o r e s de
g r a m a . Qual a implicação deste r e g u l a m e n t o para o m e r c a d o de
mão-de-obra dos cortadores de grama?
a) haverá m e n o r d e m a n d a de trabalhadores.
b) os custos serão absorvidos pelos e m p r e s á r i o s e não haverá
interferência no m e r c a d o de trabalho.
c) a oferta de m ã o - d e - o b r a vai a u m e n t a r , pois ser cortador de g r a m a
t o r n o u - s e mais atrativo.
d) não é possível s a b e r o efeito sobre a d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , pois os
efeitos escala e substituição a t u a m em sentidos opostos.
e) haverá m a i o r d e m a n d a de m ã o - d e - o b r a , já que os efeitos escala e
substituição a t u a m no sentido de maiores contratações no setor.

GABARITO
1An. 2C 3E 4E 5C 6B 7D 8E 9A 10C 11D

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