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Consequências Do Desmame E Da Introdução Alimentar Precoce Em

Lactentes

ARTIGO DE REVISÃO

[1] [2]
MACHADO, Dâmaris Varanda , SINES, Gabriely Dias , BIZERRA, Andréa Silivestre Brasil
[3]
Villagelim

MACHADO, Dâmaris Varanda. SINES, Gabriely Dias. BIZERRA, Andréa Silivestre Brasil
Villagelim. Consequências Do Desmame E Da Introdução Alimentar Precoce Em Lactentes.
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 04, Vol. 10, pp.
140-167. Abril de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/nutricao/introducao-alimentar

Contents

RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODOS
3. RESULTADOS
4. DISCUSSÃO
4.1 DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS
4.2 ANEMIAS CARENCIAIS
4.3 INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
4.4 ALERGIAS ALIMENTARES
4.5 COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RESUMO

Objetivos: Apontar as principais consequências da introdução alimentar precoce frente às


evidências cientificas. Métodos: Para a produção da presente revisão descritiva e integrativa,
foram utilizadas informações encontradas nos bancos de dados PUBMED, SciELO, Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS), SCOPUS e Google Acadêmico com os seguintes descritores:
Alimentação complementar, Alimentação precoce, Introdução alimentar, Alergias

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alimentares, Obesidade, primeira infância, desnutrição infantil, Intolerâncias Alimentares;


esses descritores foram empregados em diferentes combinações. Resultados: A revisão
bibliográfica em tese, conduziu ao levantamento de 5 consequências do desmame e da
introdução alimentar precoce em lactentes, são elas: Distúrbios Nutricionais (Obesidade e
Desnutrição), Anemias Carenciais (Ferro e Vitamina A), Intolerâncias Alimentares (Glúten e
Lactose), Alergias Alimentares e Complicações Respiratórias. Discussão: A OMS e o Ministério
da Saúde preconizam o Aleitamento Materno exclusivo até o sexto mês de vida, não sendo
recomendada a oferta de sucos, chás e/ou água, No entanto, apesar das preconizações
recomendadas pelo MS e das evidências científicas que enfatizam a importância do AM
exclusivo, inquéritos nacionais revelam que tal prática ainda se encontra insatisfatória, pois
dados coletados através da II Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno, mostraram que
aproximadamente 41% das crianças menores de seis meses de idade recebem o LM como
única fonte alimentar. Conclusão: A alimentação complementar realizada no tempo
adequado é fundamental para o desenvolvimento do lactente, e que a introdução precoce
aumenta o risco do desenvolvimento de inúmeras doenças. Ademais, intervenções de
equipes multiprofissionais são de suma importância para que o atual quadro melhore.

Palavras-chave: Introdução precoce x desmame, Consequências, Lactentes.

1. INTRODUÇÃO

O aleitamento materno (AM) é considerado essencial para o desenvolvimento infantil. Isto se


dá devido a sua composição nutricional, que além de garantir de forma completa todos os
nutrientes necessários para a fisiologia do metabolismo dos lactentes, os protegem de
futuras doenças, alergias e até mesmo a morte (VENDRUSCOLO et al., 2012).

Inicialmente, o leite materno é secretado do primeiro ao sétimo dia, é denominado de


Colostro, este, é rico em proteínas, Vitamina A leucócitos e anticorpos. Com ação laxativa, tal
leite favorece a excreção de mecônio, diminuindo então a incidência de icterícia. Passados os
sete dias iniciais ocorrem um tipo de transição referente à composição desse leite. A partir
de então, calorias, proteínas, lipídios e lactose compõem grande parte do leite materno, que
em conjunto com outros componentes essenciais e imunomoduladores, conferem ao
lactente, um importante fator de proteção contra as principais infecções decorrentes na

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infância, além de garantir um adequado aporte calórico e proteico para seu crescimento
(BARBOSA; SANTOS; SILVA, 2013).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) (2013) preconizam o


aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, não sendo recomendada a oferta de
sucos, chás e nem mesmo a água, posto que, o LM tem a quantidade de água necessária que
garante todo o suporte hídrico que o lactente necessita até os completos seis meses de vida
(VENDRUSCOLO et al., 2012). Contudo, após o sexto mês, apenas o leite materno pode não
ser suficiente para atender as necessidades nutricionais e energéticas das crianças, se
fazendo necessária a presença de outros alimentos a fim de complementar as necessidades
nutricionais exigidas (BRUNKEN et al., 2006).

A partir de então, o MS enfatiza no Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), que se faz necessária a complementação nutricional a partir
da introdução alimentar de forma lenta e gradual, dado que, a criança já apresenta
maturidade fisiológica e neurológica para receber outros tipos de alimentos. Entretanto, é
importante respeitar este período de transição alimentar, iniciando com alimentos em forma
de papinhas (alimentos amassados e não liquidificados) e evoluindo a consistência
gradativamente até normalizar a consistência dos alimentos, fazendo assim, parte da
alimentação familiar, que ocorre geralmente após completar 12 meses de vida. Contudo,
mesmo recebendo alimentação complementar, o leite materno deve continuar sendo
ofertado até os dois anos de idade ou mais, uma vez que, seus benefícios são inigualáveis a
outros alimentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), (SALDIVA et al., 2011).

No entanto, apesar das preconizações recomendadas pelo MS e das inúmeras evidências


científicas que enfatizam a extrema importância do aleitamento materno exclusivo nos seis
primeiros meses de vida, inquéritos nacionais revelam que tal prática ainda se encontra
insatisfatória, posto que, os lactentes que recebem somente leite materno nos seis primeiros
meses não ultrapassam 50% em sua totalidade (SALDIVA et al., 2011).

Dados coletados através da II Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno (2009) (MINISTÉRIO


DA SAÚDE, 2009) mostram que aproximadamente somente 41% das crianças menores de
seis meses de idade recebem o leite materno como única fonte alimentar, o que torna estes
dados epidemiológicos preocupantes, pois o início da introdução alimentar de forma precoce,

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ou seja, antes dos completos seis meses de vida, está diretamente relacionado ao aumento
da incidência de infecções associadas ao trato gastrointestinal. Isto ocorre devido a
diminuição da oferta do leite materno e, consequentemente, dos fatores de proteção nele
contidos bem como a oferta de água e alimentos contaminados (DANTAS et al, 2017).

Existe inúmeros fatores que contribuem para a introdução alimentar precoce, tais como:
baixos níveis socioeconômicos, mães jovens e inexperientes, obrigações financeiras que
levam as mães a trabalharem fora de casa e dessarte induzem ao uso de mamadeiras e
chupetas que também contribuem para o desmame precoce (DANTAS et al, 2017).

Introduzir alimentos de forma antecipada está diretamente relacionado a morbimortalidade


infantil, uma vez que, o leite materno passa a não ser exclusivo, sendo geralmente
substituído por alimentos de baixo teor nutritivo como chás ou grande teor calórico como
alimentos com alto teor de carboidratos (SALDIVA et al., 2011). Isto pode trazer como
consequência inúmeros distúrbios como baixo peso ou obesidade, que ocorre devido à
saciedade que estes alimentos promovem diminuindo a ingestão do leite materno
(SHINCAGLIA et al., 2015).

Culturalmente, as mães acreditam que incluir leite de vaca para complementar o leite
materno seja benéfico ao bebê, porém, sabe-se que tal oferta pode acarretar processos
alérgicos, além disso, a exposição precipitada às proteínas diferente do leite humano está
diretamente ligada ao aumento de incidência de diabetes tipo 1 e doenças respiratórias. A
baixa ingestão do leite humano induz a diminuição da absorção do ferro presente no mesmo,
o que pode ocasionar anemia. (VENDRUSCOLO et al., 2012), (SHINCAGLIA et al., 2015).

Outros prejuízos causados pela introdução alimentar precoce à saúde da criança podem ser
citados, como aumento dos episódios de diarreia, risco de desnutrição e internação por
doenças infecciosas e respiratórias, menor absorção de nutrientes presentes no leite humano
entre outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)

Face ao exposto, o objetivo deste artigo foi apontar as principais consequências da


introdução alimentar precoce frente às evidências cientificas, bem como ressaltar a
importância dos profissionais da área da saúde na intervenção mais apropriada frente às
decorrências que aqui serão expostas.

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2. MÉTODOS

Para a produção da presente revisão descritiva e integrativa, foram utilizadas informações


encontradas nos bancos de dados PUBMED, SciELO, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS),
SCOPUS e Google Acadêmico com os seguintes descritores: Alimentação complementar,
Alimentação precoce, Introdução alimentar, Alergias alimentares, Obesidade, primeira
infância, desnutrição infantil, Intolerâncias alimentares; esses descritores foram empregados
em diferentes combinações.

Em relação aos critérios de inclusão, foram considerados trabalhos publicados que


possuíssem dados certificando a existência de consequências do desmame precoce bem
como do adiantamento da introdução alimentar em lactentes, possuindo, portanto,
informações seguras contribuindo assim, com o tema proposto. Como critérios de exclusão,
foram desconsiderados artigos que não estão disponibilizados na íntegra e de fontes
desconfiáveis.

3. RESULTADOS

A revisão bibliográfica em tese, conduziu ao levantamento de 5 consequências do desmame


e da introdução alimentar precoce em lactentes, são elas: Distúrbios Nutricionais (Obesidade
e Desnutrição), Anemias Carenciais (Ferro e Vitamina A), Intolerâncias Alimentares (Glúten e
Lactose), Alergias Alimentares e Complicações Respiratórias.

Foram identificados 60 trabalhos científicos. Após análise dos mesmos, 26 estudos se


encaixaram nos critérios de inclusão. Tais estudos estão relatados na tabela 1.

Tabela 1: Descrição dos estudos e as consequências encontradas.

Consequências
Autor Local de estudo Ano Objetivo
encontradas

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Sensibilizar e dar subsídio aos profissionais


da Atenção Básica para a promoção,
MINISTÉRIO DA
Brasil 2015 proteção e apoio à prática do aleitamento
SAÚDE
materno e à prática da alimentação
complementar saudável.
Analisar a relação entre obesidade em
GIUGLIANO R.; escolares e atividade física e horas de
Brasil 2004
CARNEIRO E. sono da criança, escolaridade e obesidade
dos pais.
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a
relação entre a alimentação complementar
STADLER F. et al Paraná-Brasil 2016
e a prevalência de sobrepeso/obesidade Distúrbios
em duas escolas de IMBITUVA-PR. Nutricionais
Realizar uma pesquisa sobre a influência (Obesidade)
FREITAS A.;
Rio de Janeiro- dos hábitos alimentares na obesidade
COELHO S.; 2009
Brasil infantil, bem com o risco que esta pode
RIBEIRO R.
causar na vida adulta.
Comparar a frequência de consumo de
LEAL R. M.; SILVA
Brasil 2015 alimentos supérfluos entre lactentes com
G. A. P
excesso de peso e eutróficos.
Detectar quais alimentos supérfluos foram
HEITOR S. F. D.;
Minas Gerais- mais utilizados entre os quatro e seis
RODRIGUES L. R.; 2011
Brasil meses e entre e os seis e 12 meses de
SANTIAGO L. B
idade das crianças.
Discutir sobre os principais fatores
influenciam, positiva ou negativamente, a
OLIVEIRA M. F.; AVI amamentação e a introdução da
Brasil 2017
C. M. alimentação complementar e apontar os
principais nutrientes envolvidos com a
saúde da criança. Distúrbios
Nutricionais
Promover saúde, crescimento e
MINISTÉRIO DA (Desnutrição)
Brasil 2019 desenvolvimento para que as crianças
SAÚDE
alcancem todo o seu potencial.
Avaliar conseqüências da desnutrição em
SAWAYA A. L. Brasil 2006 longo prazo e efeitos da recuperação
nutricional.
Anemias
Verificar a prevalência de anemia em
REIS M. C. G. ET AL. São Paulo-Brasil 2010 Carenciais
crianças de 3 a 12 meses de vida.
(Ferro)

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Apresentar uma revisão sobre as


evidências que embasam as Anemias
MONTE C. M. G.;
Brasil 2004 recomendações atuais da alimentação Carenciais
GIUGLIANI E. R. J.
complementar de crianças em aleitamento (Vitamina A)
materno.
Analisar a prevenção primária da doença
CHMIELEWSKA et
Brasil 2015 celíaca associados a fatores ambientais
al.
com enfoque na nutrição inicial.
HARDWICK C. Reino Unido 1939 Relatar o Prognóstico na doença celíaca.
Explorar se a amamentação e o modo de
IVARSSON A. et al. EUA 2002 introdução de glúten na dieta influenciam
o risco de doença celíaca na infância.
Intolerâncias
O objetivo deste estudo foi investigar a Alimentares
associação entre a duração do aleitamento (Glúten)
PETERS U. et al. Suíça 2001 materno e a idade na primeira introdução
de glúten na dieta infantil e a incidência e
idade no início da doença celíaca.
Buscar evidencias epidemiológicas que
PEREIRA F. et al Brasil 2006 relacionam doença celíaca com o
aleitamento materno.
Estudar 311 lactentes menores de 1 ano
de idade, em aleitamento materno misto
MOREIRA C. et al.
Brasil 1997 ou artificial, hospitalizados por diarréia Intolerâncias
aguda, com objetivo de determinar a Alimentares
prevalência de intolerância a lactose. (Lactose)
Como alcançar um melhor diagnóstico de
SILVA L. R. Bahia-Brasil 2001
diarréia na criança.

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Investigar na literatura científica as


JOSÉ D. et al. Curitiba-Brasil 2016 relações entre a hipersensibilidade
alimentar com o desmame precoce.
Elaborar um documento prático capaz de
auxiliar na compreensão dos mecanismos
envolvidos na alergia alimentar, assim
SOLÉ D. et al. Brasil 2018
como dos possíveis fatores de risco
associados à sua apresentação, bem como
sobre a sua apresentação clínica. Alergias
Analisar a relação do desmame precoce Alimentares
CALZA G. F. Brasília-Brasil 2012 com a prevalência das alergias e
intolerâncias alimentares.
Descrever os hábitos alimentares de
crianças amamentadas e não-
VIEIRA, G; SILVA, L; amamentadas através da análise dos
Bahia-Brasil 2004
VIEIRA, T. alimentos consumidos pelas crianças
menores de 1 ano de idade na cidade de
Feira de Santana, BA, no ano de 2001.
Identificar fatores associados à interrupção
precoce (antes dos 4 meses) do
BRUNKEN G. S. et
Cuiabá-Brasil 2006 aleitamento materno exclusivo e à
al.
introdução tardia (após os 8 meses) de
alimentos complementares.
Analisar o impacto de amamentação
exclusiva e a introdução de leite de vaca
STRASSBURGER SZ Rio Grande do
2010 no primeiro ano de vida no diagnóstico de
et al. Sul-Brasil
asma, sibilância e atopia em crianças
Complicações
entre 3 e 4 anos de vida.
Respiratórias
Analisar os dados disponíveis sobre a
eficácia de intervenções nutricionais
ROTH D. E. et al Genebra-Suíça 2008 específicas para reduzir a incidência,
morbidade e infecções respiratórias
agudas na infância.
Examinar a relação entre a duração do
aleitamento materno e a morbidade
ODDY et. al. Perth-Austrália 2003
decorrente de doença respiratória e
infecção no primeiro ano de vida.
Fonte: MACHADO, Dâmaris Varanda; SINES, Gabriely Dias, 2018.

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4. DISCUSSÃO

4.1 DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS

O AM é apontado como o primeiro hábito saudável do bebê, em contrapartida sua ausência e


a introdução precoce de alimentos contribuem com distúrbios nutricionais tais como
obesidade e desnutrição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

A OMS criou uma ferramenta para avaliar as práticas, programas nacionais e políticas, em
auxílio à alimentação de lactentes e crianças na primeira infância. Posto que, visa proteger,
promover e apoiar práticas de alimentação saudável para atingir as metas e objetivos da
Estratégia Global (LUTTER, 2012).

Em um estudo feito no ano de 2012, foi apontado que no ano Brasil, a duração média do AM
aumentou de 2,5% para 38,6%, que coincidiu com as novas políticas e programas
implementados (LUTTER, 2012).

Obesidade

Em uma pesquisa realizada no ano de 2014, constatou que a obesidade infantil é um dos
maiores problemas de saúde enfrentada nos últimos anos, visto que essas crianças se
tornaram adultos com sobrepeso e obesidade com grande risco de desenvolver
comorbidades tais como diabetes, dislipidemias, doença cardiovascular, hipertensão e outros
problemas de saúde (ABESO, 2014).

De acordo com a OMS, no ano de 2017, cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos
eram obesas ou apresentaram sobrepeso, com essas informações, novas diretrizes foram
lançadas, que incluem aconselhamento e dieta, avaliação dos hábitos alimentares, além das
usuais medições de peso e altura foram aplicados para enfrentar esta epidemia global
(NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2017).

Os fatores para o desencadeamento da obesidade infantil podem ser o desmame precoce, a


introdução inadequada e/ou precoce de alimentos, distúrbios do comportamento alimentar e

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da relação familiar, sendo de suma importância corrigir este erro, para não se tornarem
adultos obesos (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004).

A alimentação complementar é fundamental, pois visa complementar a energia e


micronutrientes necessários para o crescimento ideal da criança contribuindo para sua saúde
na vida adulta, no entanto a introdução precoce de alimentos repercute de forma negativa
no estado nutricional, isto posto, ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Estudos atuais comprovam o aumento do IMC em crianças, indicando a relevância das


estratégias de promoção de saúde, sendo de suma importância adotar um estilo de vida mais
saudável, com hábitos alimentares adequados e equilibrados e a prática de atividade física
regular ainda na infância e na adolescência (STADLER et al., 2015).

O AM é uma das estratégias de promoção à saúde, medida preventiva importantíssima,


consequentemente, evitando sobrepeso e a obesidade durante a infância, postergando o
surgimento de doenças crônicas degenerativas na fase adulta (STADLER et al., 2015).

Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde 2016, a ingestão de alimentos ultra


processados ocorre nos primeiros anos de vida, 40,5% das crianças menores de cinco anos
consome refrigerante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2013, 60,8% das
crianças menores que cinco anos comem biscoitos ou bolachas recheadas. Segundo a
Pesquisa de Orçamentos Familiares POF feita em 2008-2009, uma a cada três crianças
brasileiras apresenta excesso de peso (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, 2017).

Foi verificado que predominantemente na zona urbana as mães interrompem o AM


precocemente com substituição de alimentos com excessos de carboidratos, postergando o
excesso de peso (FREITAS; COELHO; RIBEIRO, 2009).

Em um estudo realizado na cidade de São Paulo com crianças de 2 a 6 anos em colégios


particulares, verificou-se que a renda per capita é um fator socioeconômico importante no
efeito ao estudo nutricional, visto que, contribuem para o excesso de peso e obesidade
(SIMON; SOUZA; SOUZA, 2009).

Em outro estudo realizado com crianças de 10 – 18 meses de idade, no Estado de

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Pernambuco onde foram coletados os dados das crianças com as mães, a respeito do
consumo dos alimentos pelos lactentes. A pesquisa foi dividida em dois grupos, eutróficos
(42) e com excesso de peso (56), no grupo com excesso de peso foi constatado que o
consumo de alimentos supérfluo foi maior, estimando que estes alimentos proporcionem
excesso de peso (LEAL; SILVA, 2015).

Dentre os alimentos postos à pesquisa, destacaram-se alimentos como salgadinhos/pipoca,


leite fermentado, biscoito recheado, macarrão instantâneo e chocolate/achocolatado (LEAL;
SILVA, 2015).

A introdução precoce de alimentos de baixo valor nutricional, com oferta de carboidratos


simples e lipídeos tanto em quantidade quanto em qualidade, induz a predisposição ao
desencadeamento de obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias entre outras doenças
crônicas (HEITOR; RODRIGUES; SANTIAGO, 2011).

O termo imprinting metabólico compreende que as primeiras experiências nutricionais do


indivíduo feitas de forma inapropriada e introduzidas precocemente poderiam influenciar na
sua disposição a determinadas doenças na idade adulta (HEITOR; RODRIGUES; SANTIAGO,
2011).

Desnutrição

A introdução precoce de alimentos em regiões que apresentam condições precárias de


higiene pode acarretar problemas na saúde da criança como: diarreia, infecções
gastrointestinais e desnutrição (OLIVEIRA; AVI, 2017).

A introdução alimentar complementar apresenta um grande risco para a criança, pois nesta
fase, pode ocorrer contaminação devido à manipulação e/ou preparo inadequados,
possibilitando a incidência de diarreias e desnutrição. Cabe destacar que a orientação
adequada a essas mães durante essa fase, é de responsabilidade dos profissionais de saúde.
A higienização dos alimentos é indispensável para a prevenção e diminuição da ocorrência
das doenças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Vale ressaltar que as infecções recorrentes se trata de um contexto muito simples, que em
uma criança normal não teria nenhuma sequela, porém, em crianças desnutridas podem

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afetar não só o ganho de peso, como também a estatura (SAWAYA, 2006).

De acordo com MS quando outros alimentos são ofertados à criança além do leite materno,
antes dos 6 meses, especialmente através de mamadeira, incluindo água e chás, é possível
que adoeça mais e fique desnutrida. A pega errada dificulta o esvaziamento total da mama,
impossibilitando o que o bebê mame o leite do final da mamada, que é rico em gordura e que
dá maior saciedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

A oferta inadequada de nutrientes é crucial nos primeiros anos de vida, pois, faz com que
haja uma diminuição no aproveitamento desses nutrientes devido à imaturidade biológica e
fisiológica como: reflexo de protrusão da língua, pouca produção de amilase salivar e
pancreática, limitada função renal e mucosa intestinal permeável a proteínas heterólogas
(OLIVEIRA; AVI, 2017).

A desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças no mundo, segundo um


relatório da OMS em 2006. Está relacionada a inúmeras doenças e atualmente é apontada
como a doença que mais mata crianças abaixo de cinco anos. A baixa estatura é mais
frequente nas áreas de piores condições socioeconômicas, visto que a falta de aleitamento
materno até seis meses exclusivos, introdução de alimentos complementares em quantidade
e qualidade inadequadas, absorção de nutrientes prejudicada por infecções e parasitoses
intestinais (SAWAYA, 2006).

4.2 ANEMIAS CARENCIAIS

O AM e a introdução alimentar adequada nos primeiros anos de vida, é essencial para o


crescimento e desenvolvimento da criança, sendo assim, práticas alimentares indevidas
podem comprometer o estado nutricional das crianças (SILVA et al., 2015).

Ferro

A anemia é determinada pela OMS quando a quantidade do nível de hemoglobina (Hb)


circulante está abaixo dos valores considerados normais para a idade, o sexo, o estado
fisiológico e a altitude (MACHIAFAVEL; SILVA, 2014).

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A classificação de deficiência de ferro em crianças entre 6 a 59 meses de idade, como uma


Hb abaixo de 11 g/dL, entre 5 e 11 anos como uma Hb abaixo de 11,5 g/dL e entre 12 e 14
anos como uma Hb abaixo de 12 g/Dl (PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS,
2014).

Conforme o Fundo das Nações Unidas para a Criança e Adolescente, 90% de todos os tipos
de anemia no mundo são devido à falta de ferro. Na América do Sul e na América Central, a
anemia por deficiência de ferro tem se determinado como grave problema de saúde pública,
atingido cerca de 50% das gestantes e crianças (REIS et al., 2010).

O ferro é um mineral importantíssimo na alimentação da criança. Sua deficiência está


relacionada com a anemia ferropriva, retardo no desenvolvimento neuropsicomotor e perda
das defesas do organismo e da capacidade intelectual e motora. Importante ressaltar, que
alguns danos da anemia por deficiência de ferro pode ser irreversíveis, sendo necessário ser
identificado o mais precocemente (DUPIN, 2012).

O problema agrava-se na primeira infância, em consequência de erros alimentares,


especialmente no período de desmame, que frequentemente, o leite materno é substituído
por alimentos pobres em ferro. Por exemplo, o leite de vaca que apesar de apresentar o
mesmo teor de ferro que o leite materno, sua biodisponibilidade é baixa (REIS et al., 2010).

Os sinais clínicos de anemia geralmente passam despercebidos, como palidez, apatia,


anorexia, irritabilidade, cansaço, redução da capacidade de atenção e déficits psicomotores
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2007).

A anemia pode ser diagnosticada principalmente através de exames laboratoriais, com a


dosagem de hemoglobina sérica. Os indicadores de deficiência de ferro normalmente são
difíceis de interpretar em crianças, pois apresentam modificações fisiológicas em diversos
períodos do crescimento e desenvolvimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2007).

Organizações internacionais e nacionais se empenharam na elaboração de guias e políticas


para a prevenção e diminuição da anemia por deficiência de ferro na população infantil,
inserindo Programas de Suplementação de Ferro e Fortificação de Alimentos (CEMBRANEL;
CORSO; GONZÁLEZ-CHICA, 2016).

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Tendo em vista que as necessidades de ferro durante a gestação e no decorrer dos primeiros
anos de vida são altíssimos, sendo assim, recomenda-se a implementação de medidas
complementares à alimentação saudável, com o objetivo de conceder ferro adicional de
forma preventiva. Priorizando a suplementação de ferro medicamentosa e doses profiláticas
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Vitamina A

A alimentação complementar apropriada deve atingir as necessidades de macro e


micronutrientes como ferro, zinco, cálcio, vitamina A e vitamina C em quantidades
adequadas (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

De acordo com o MS, a deficiência de vitamina A (DVA) é apontada como uma das mais
relevantes deficiências nutricionais dos países em desenvolvimento, sendo o principal motivo
de cegueira evitável (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Uma alimentação onde o aporte de vitamina A é adequado na mãe, entende-se que, quando
for feito a oferta de alimentos complementares ricos nessa vitamina ao bebê, facilmente irá
atingir a quantidade ideal, principalmente se a mãe estiver amamentando (MONTE;
GIUGLIANI, 2004).

A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal


(provitamina A) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Os principais alimentos fonte de vitamina A
são fígado, ovo, produtos lácteos, folhas verdes escuras e vegetais e frutas de cor alaranjada
(cenoura, abóbora, pimentão vermelho ou amarelo, manga, maracujá, mamão) (MONTE;
GIUGLIANI, 2004).

Em um estudo feito em pré-escolares no ano de 2009, onde foi avaliado o consumo diário de
alimentos fontes de vitamina A, foram o leite integral, ovo, cenoura e a couve (STADLER et
al., 2015).

O corpo humano não produz vitamina A, desse modo, é necessário à ingestão de alimentos
fontes. O corpo armazena vitamina A no fígado, assegurando um estoque, que será gasto à
medida que for solicitado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

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Se não ingerirmos alimentos fontes, e esta reserva estiver reduzida impedindo sua utilização,
acarretará deficiência de vitamina A. Podendo se apresentar como deficiência subclínica ou
como deficiência clínica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A DVA subclínica é definida quando as concentrações dessa vitamina estão baixas e


contribuem para a ocorrência de agravos à saúde, como diarreia e morbidades respiratórias,
sendo reversível (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A DVA clínica (xeroftalmia) é definida por problemas no sistema visual, atingindo três
estruturas oculares: retina, conjuntiva e córnea, tendo, como consequência, a diminuição da
sensibilidade à luz até cegueira parcial ou total. A primeira manifestação funcional é a
cegueira noturna, ocasionando a diminuição da capacidade de enxergar em locais com baixa
luminosidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A vitamina A é um nutriente essencial, realçado por sua função na integridade cutânea,


proteção de estruturas e funções oculares, sistema imunológico e redução da
morbimortalidade por doenças infecciosas, como diarreia, sarampo e malária (SILVA et al.,
2015).

A OMS salienta que a alimentação materna é fator importantíssimo para a concentração da


vitamina A no leite materno, portanto, recomenda que as mulheres no pós-parto devam
receber nutrição adequada dessa vitamina (2011) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

O MS em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, criou, desde 2005, o


Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A. Que constitui na suplementação
profilática medicamentosa para crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto,
por não alcançar pela alimentação, a quantidade diária essencial para prevenir a deficiência
dessa vitamina no organismo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

4.3 INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

As intolerâncias alimentares são caracterizadas por diversas complicações que acometem o


organismo quando são ingeridos alimentos ou aditivos alimentares. Estas complicações
podem ser não tóxicas e tóxicas, dependendo ou não da susceptibilidade individual

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Lactentes

respectivamente (COROZOLLA; RODRIGUES, 2016).

As reações tóxicas são aquelas que não dependem da sensibilidade individual e surgem a
partir da ingestão de algumas substâncias, entre elas estão as toxinas bacterianas (alimentos
contaminados), alimentos com propriedades farmacológicas (cafeína do café e tiramina dos
queijos maturados), e as doenças metabólicas. Já as reações não tóxicas dependem de uma
vulnerabilidade individual e podendo ser classificadas em: imunomediadas (alergia
alimentar) e não-imunomediadas (intolerância alimentar) (COROZOLLA; RODRIGUES, 2016).

Glúten (doença celíaca)

Existem inúmeros mecanismos pelos quais o leite materno está diretamente associado à
prevenção da Doença Celíaca (DC). Haja vista que, o LM contém inúmeros aspectos
envolvidos na imunidade passiva, como lactoferrinas, lisozima ou anticorpos IgA. Na
permeabilidade intestinal do lactente, o LM também atua beneficamente, pois, a
permeabilidade mostrou ser menor em crianças com aleitamento materno exclusivo
(CHMIELEWSKA et al., 2015).

Atualmente, há vários estudos que enfatizam as nocivas consequências da introdução


prematura de alimentos ricos em glúten, bem como os efeitos protetores da amamentação
materna. Em um pioneiro estudo publicado por Hardwick (1939) evidenciou que de 70
crianças acompanhadas por ele durante 15 anos, 36% vieram a falecer por consequências da
DC antes mesmo de completar a idade adulta, entretanto, é válido lembrar que na época, a
sintomatologia da doença ainda não era associada à ingestão de glúten, porém, este autor
em seu estudo, compreendeu que as crianças que foram alimentadas com LM não
apresentaram de forma precoce as manifestações da DC. Fato este que reforça ainda mais
que mesmo sendo um estudo considerado antigo, é precedente aos mais novos estudos
como o artigo de Ivarsson e colaboradores (2002) que confirma a interligação do desmame
precoce e a introdução precoce do glúten com a sintomatologia prematura da DC.

Para evidenciar ainda mais esta questão, resultados de um estudo publicado por PETERS et
al. na Alemanha, mostram que os lactentes amamentados com LM por mais de 2 meses
tinham uma redução de 63% no risco de manifestar a DC comparando com as crianças
amamentadas no peito em menos que 2 meses. Para mais, os autores observaram também

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Lactentes

que a sintomatologia da doença foi manifestada mais tardiamente em crianças que foram
amamentadas por mais tempo e não introduziram o glúten precocemente na alimentação
(PETERS et al., 2001).

Inúmeros são os estudos que demonstram a suma importância do LM em relação a menor


incidência de DC, principalmente pelo seu efeito imunomodulador, sendo assim, é correto
afirmar que a presença do LM no momento da introdução de alimentos fontes de glúten
diminui significantemente uma futura intolerância ao glúten e posterior DC (PEREIRA et al.,
2006).

Lactose (intolerância secundária)

A atividade da enzima Lactase em humanos é identificada no primeiro trimestre de gestação,


porém, com valores ainda muito baixos, aumentando somente a partir das 26ª semanas
tendo seu valor ótimo no final do 3º trimestre gestacional (FEBERBAUM; FALCÃO, 2003).

A lactase é uma proteína com atividade enzimática que por sua vez é produzida pelas células
da mucosa do intestino delgado e está localizada na membrana de borda em escova. Sua
localização faz com que tal enzima se torne vulnerável a qualquer lesão que atinja a mucosa
intestinal, fazendo com que sua expressão seja diminuída levando então a intolerância a
lactose secundária (FEBERBAUM; FALCÃO, 2003), (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Intolerância secundária à lactose é caracterizada por uma condição fisiopatológica


pressuposta que levam a danos na mucosa intestinal e consequente perda das enzimas
lactases uma vez que as mesmas estão localizadas na membrana de borda em escova, ou
seja, nas extremidades das vilosidades do intestino delgado (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Tais lesões podem ser provocadas por infecções agudas, parasitoses, doença celíaca,
desnutrição energético-proteica, fazendo com quem a lactase seja eliminada ou
temporariamente pare de ser produzida (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Entre outras causas que faz com quem as enzimas lactases sejam prejudicadas, está a
presença da diarreia, que por sua vez é caracterizada por fezes liquidas bem como um
aumento de seu número e volume. Nas crianças, no que diz respeito às suas individualidades
fisiopatológicas, o quadro diarreico causa distúrbios na homeostase hidroeletrolítica gástrica

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Lactentes

e entérica, ou seja, diminui a absorção e consequente aumento da secreção entérica de água


e eletrólitos, o que acarreta a incidência de diarreias e consequentes perdas fecais
significantes da enzima lactase (ARAÚJO et al., 2007).

A Intolerância a Lactose (IL) é uma afecção da mucosa intestinal que impossibilita a digestão
da lactose devido à baixa atividade enzimática da lactase ou da sua produção (PEREIRA;
FURLAN, 2004).

Na composição do LM, contém agentes que conferem ação imunológica. O fator bífido (fator
de crescimento probiótico) encontrado no LM, é capaz de promover a colonização pelas
bifidobactérias (Lactobacilos) no trato gastrintestinal do lactente, estas por sua vez,
produzem ácido lático que impedem a proliferação e competem respectivamente com os
microrganismos patogênicos as enterobactérias, que são reveladas como umas das
principais causadoras de diarreia infantil (ARAÚJO et al., 2008).

Com o desmame precoce e a introdução alimentar de forma prematura, a oferta de


alimentos como leite de vaca integral, proteína animal, frutas e hortaliças sem a correta
higienização, a ação protetora que o LM oferece é diminuída, expondo a criança um risco
maior de diarreia, tendo em vista os agentes patogênicos que podem estar presentes nos
alimentos mal higienizados, a grande quantidade de gordura e proteínas presentes nos
alimentos erroneamente ofertados associados a fisiologia gastrintestinal prematura do
lactente que não é capaz ainda de suportar tais alimentos (XIMENES et al., 2010).

Em um pioneiro estudo publicado por MOREIRA e colaboradores (1997), onde foram


estudados 311 lactentes menores de um ano de idade, com aleitamento misto ou artificial e
hospitalizados com diarreia aguda, foi observado que, dos 311 lactentes em estudo, 162
apresentaram intolerância a lactose totalizando 52,1%.

Diante do exposto, torna-se fácil a associação entre a intolerância secundária a lactose e o


desmame e/ou introdução alimentar precoce, uma vez que, com a diminuição da oferta de
LM e um acréscimo de alimentos de forma prematura, torna o organismo da criança
vulnerável a inúmeros agentes patogênicos, aumentando as chances de intercorrências de
diarreias e consequente diminuição das lactases (SILVA, 2018).

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Lactentes

4.4 ALERGIAS ALIMENTARES

Atualmente, as alergias alimentares (AA) são consideradas um problema de saúde pública, e


são definidas como uma doença causada a uma resposta imunológica falha, e tal resposta
ocorre após contato e/ou ingestão de certo (s) alimento (s) (SOLÉ et al., 2018).

O LM, em sua totalidade, oferece ao lactente fatores com ação imunológica como a IgA
secretora que atua na prevenção das AA, que por sua vez tem função de bloquear antígenos
alimentares e do ambiente, assim como inúmeros fatores que conferem o amadurecimento
da barreira intestinal (SOLÉ et al., 2018). Sua substituição por outros alimentos de maneira
prematura pode favorecer o surgimento de problemas de saúde e manifestações de doenças,
visto que, os lactentes em seus primeiros meses de vida possuem o sistema imunológico e
gastrointestinal imaturos, o que os tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de reações
de hipersensibilidade podendo assim, acarretar em alergias alimentares (JOSÉ et al., 2016),
além de os tornarem mais susceptíveis a absorção de macromoléculas devido a
permeabilidade intestinal que não está totalmente desenvolvida (FERREIRA et al., 2007).

O risco de reações relacionadas às AA é grande e envolve inúmeras manifestações clínicas,


dentre elas podem-se citar as manifestações cutâneas onde se destacam urticária,
angioedema e dermatite atópica, as gastrointestinais destacando diarreias, vômitos e refluxo
gastroesofágico (RGE) em lactentes e as manifestações respiratórias que envolvem
principalmente broncoespasmo agudo, asma e rinite alérgica (SOLÉ et al., 2018),
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

Nos primeiros anos de vida, muitos lactentes manifestam sintomas de refluxo


gastroesofágico de maneira fisiológica, ou seja, sem danos expressivos a saúde, entretanto,
há situações em que a sintomatologia de RGE ocorre de modo mais relevante caracterizando
a doença do RGE por alergia alimentar, agravando o quadro clínico do lactente. Há estudos
que enfatizam a ocorrência de alergia às proteínas do leite de vaca em quase 50% dos casos
graves de RGE em lactentes (SOLÉ et al., 2018).

Medidas preventivas contra AA é voltada para os recém-nascidos, uma vez que são
considerados uma população de alto risco para AA devido a imaturidade do sistema
imunológico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

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Lactentes

Os alérgenos alimentares comumente responsáveis por cerca de 90% de todas as reações


alérgicas são as proteínas do leite de vaca, amendoim, ovo, trigo, peixe, soja, frutos do mar,
e nozes (PEREIRA; MOURA; CONSTANT, 2008).

No entanto, evidencias cientificas mostram que o leite de vaca é responsável por 20% das
ocorrências de AA. A ingestão de fórmulas de leite de vaca por lactentes, pode induzir a
disbiose intestinal, fator de risco importante para o surgimento de AA (VIEIRA et al., 2004),
(SOLÉ et al., 2018).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar (2018), o uso de fórmulas de soja ou
proteínas hidrolisadas na redução do risco de alergia às proteínas do leite de vaca não
determinou redução do risco e não é adequada a sua utilização em lactentes menores de 6
meses. Já o uso de fórmulas hidrolisadas em crianças sem a viabilidade de aleitamento
natural, com o intuito de reduzir a incidência de alergia às proteínas do leite de vaca e de
outras doenças alérgicas obteve-se resultados incoerentes (SOLÉ et al., 2018).

Em um estudo publicado por Calza (2012), com 120 pais de 280 crianças menos de 5 anos,
onde objetivou-se analisar a relação do desmame precoce com a prevalência das alergias
alimentares, foram encontradas evidencias que comprovam a relação entre o aleitamento
materno em tempo inferior ao que preconiza a OMS e uma maior predisposição a alergias.

Vieira e colaboradores (2004) publicaram um estudo feito com 2,323 mães de 2,319 crianças
menores de 1 ano de idade, com o intuito de avaliar os hábitos alimentares de crianças
amamentadas e não-amamentadas. Verificou-se que, as crianças com idade inferior a 4
meses e não amamentadas tem chances 8,2 e 6,7 maiores de terem a introdução alimentar
de forma prematura, e tal fato influencia diretamente ao desmame precoce. Ainda neste
estudo, foi possível observar que as crianças amamentadas, quando comparadas com as
não-amamentadas, apresentaram menores chances de desenvolvimento de alergias
alimentares.

4.5 COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

O desmame precoce bem como a introdução alimentar precoce, podem acarretar inúmeras
complicações, entre elas, as complicações respiratórias como rinite, asma e pneumonia. Isto

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ocorre devido a consequente diminuição de fatores de proteção que o LM possui e confere ao


lactente se oferecido pelo tempo preconizado pela OMS (BRUNKEN et al., 2006).

Elementos como: imunoglobulinas, IgA, IgM, IgD, IgE, IgG (predominando a IgA), lisozima,
lactoferrina, peptídeos bioativos, oligossacarídeos e lipídios, componentes celulares como:
fagócitos polimorfonucleares, linfócitos, macrófagos, nucleotídeos, plasmócitos e células
epiteliais, que se encontram imunologicamente ativos, são diretamente responsáveis pelo
fortalecimento e maturidade imunológica do organismo do lactente, e tais elementos
conferem ação antiinfecciosa, antimicrobiana e antiaderente para numerosos
microrganismos responsáveis por causar múltiplas doenças no trato respiratório (PASSANHA
et al., 2010).

Dentre as doenças do trato respiratório está a asma. Esta por sua vez é considerada uma
doença crônica que surge comumente nos primeiros dez anos de vida, sendo ela,
responsável pelos frequentes sintomas respiratórios nessa fase (STRASSBURGER et al.,
2010).

A manifestação sintomatológica da asma isoladamente por alergias alimentares não é


comum, entretanto, a AA especialmente à proteína do leite de vaca ou ao ovo em lactentes,
é considerada um fator para o posterior desenvolvimento de asma, e sua prevalência em
pacientes que manifestam alergia ao leite de vaca tem sido consideravelmente elevada
(SOLÉ et al., 2018).

Para consolidar esta afirmação, um estudo publicado por Strassburger e colaboradores


(2010), onde objetivou-se analisar o impacto de amamentação exclusiva e a introdução de
leite de vaca no primeiro ano de vida no diagnóstico de asma, sibilância e atopia em crianças
entre 3 e 4 anos de vida, foram encontrados os seguintes resultados: Das 397 crianças em
estudo, somente 1/3 receberam o LM exclusivamente além dos 4 meses de vida, para mais,
foi observado também que 40% das crianças já estavam sendo alimentadas com leite de
vaca.

Outra complicação comumente desenvolvida, a rinite é caracterizada como uma inflamação


da mucosa de revestimento nasal, e os sintomas podem ser diversos, entre eles estão a
congestão nasal, espirros, coriza hialina e prurido (GALVÃO; CASTRO, 2005).

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Lactentes

No Brasil, a prevalência da manifestação desta complicação respiratória está em torno de


33% em escolares de 6 a 7 anos e de 34% em adolescentes de 13 a 14 anos, segundo estudo
publicado por Esteves onde o mesmo objetivou-se analisar a prevalência da rinite alérgica
em escolares de 13 a 14 anos de Curitiba (ESTEVES, 1998).

A ausência do LM nos primeiros 6 meses de vida está diretamente associada à maior


prevalência e probabilidade de manifestar Insuficiência Aguda das Vias Respiratórias
Inferiores (IAVRI), bem como à maior morbimortalidade por esta patologia. Fato este
justificado pela ausência da transferência de compostos da imunidade inata da mãe para o
bebê, presentes no LM que promovem uma melhor resposta dos anticorpos aos principais
agentes causadores da pneumonia (ROTH et al., 2008).

Oddy e colaboradores (2003) realizaram um estudo que comparou o tempo de amamentação


com a morbidade por doenças respiratórias e observaram um aumento de 2 ou mais visitas
médicas e internações hospitalares no grupo com AM exclusivo por período inferior a 6
meses, devido a doenças como asma e bronquiolíte.

Diante de tantas evidências científicas que comprovam a suma importância do AM exclusivo


por no mínimo 4 meses, e sua contribuição na diminuição da incidência de quadros
infecciosos como pneumonia e infecções de vias aéreas superiores nos primeiros 2 anos de
vida (ODDY et al., 2003). É de extrema relevância a oferta exclusiva de LM bem como a
introdução alimentar no momento correto, pois condutas contrárias podem levar ao
surgimento e/ou agravar o quadro clínico das doenças respiratórias. Em razão de que, a
ingestão excessiva de alimentos como leite de vaca e seus derivados podem intensificar os
sintomas da asma e outras complicações respiratórias, uma vez que estes alimentos
estimulam a produção de muco pelo trato respiratório através do estímulo que as
substâncias presentes no leite de vaca provocam nas glândulas respiratórias (THIARA;
GOLDMAN, 2012), (BARTLEY; MCGLASHAN, 2010).

5. CONCLUSÃO

A alimentação complementar realizada no tempo adequado é fundamental para o


crescimento e desenvolvimento da criança, visto que a amamentação exclusiva nos

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Lactentes

primeiros seis meses de vida estabelece uma prática indispensável para a sua saúde, pois o
leite materno apresenta nutrientes necessários para essa fase da vida, a partir do sexto mês,
apenas o leite materno não é o suficiente para suprir as necessidades nutricionais, sendo
necessária a alimentação complementar.

Já a introdução antes dos seis meses pode levar a um comprometimento do desenvolvimento


a curto e a longo prazo, deixando a criança mais vulnerável a infecções, a diarreias,
desnutrição, aumentando o risco de alergias alimentares e respiratórias, podendo acarretar
doenças crônicas na idade adulta, além disso, a introdução alimentar precoce faz com que a
criança passe a mamar menos e consequentemente diminuindo a produção de leite pela
mãe.

É de competência da equipe de saúde instruir de forma correta as mães, seguindo os


programas do governo sobre a alimentação complementar e aleitamento materno, sendo
necessário o aperfeiçoamento constante destes profissionais acerca dos conhecimentos
atuais sobre alimentação adequada infantil, visando o crescimento apropriado da criança.

Vale ressaltar também a importância do profissional apto e capacitado a orientar e


prescrever sobre uma alimentação adequada e ideal de acordo com as necessidades de cada
pessoa, visando uma boa formação de hábitos alimentares, que é o nutricionista.

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[1]
Graduada em Nutrição.

[2]
Graduada em Nutrição.

[3]
Orientadora.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Abril, 2021.

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