Você está na página 1de 4

Caso para estudo: Consórcio Modular da Volkswagen Resende

1)    Qual o risco da VW tornar-se com o tempo uma empresa vazia de


competências na fabricação de caminhões e tornar-se dispensável na
rede de suprimentos?

A partir do momento que a VW terceiriza sua manufatura  - montagem


completa de conjuntos como eixos, suspensão e molas, rodas e pneus, caixa
de câmbio e motores,  cabines e todas as partes de seus caminhões -,
decidindo manter internamente apenas as atividades de coordenação
(compras, planejamento, programação e controle de produção e materiais),
desenvolvimento, certificação dos veículos, qualidade e pós-venda, ela acaba
não desenvolvendo competências centrais, com a tendência de não se manter
no mercado.

Como dito por um dos funcionários em entrevista, já se percebia uma


necessidade de realinhamento nas configurações produtivas já que, ao
estarem ligados diretamente na produção dos caminhões, os funcionários
terceirizados adquirem mais conhecimento que a VW nesse tipo de produção.

Outro ponto importante de destacar é que os fornecedores poderiam migrar


para outra rede, facilitando a comunicação e o relacionamento com
concorrentes da Volkswagen.

Portanto, a falta de conhecimento e desenvolvimento de competências centrais


pode levar a empresa a deixar de ser reconhecida no mercado, tornando-se
dispensável na rede de suprimentos.

2)    Se a ideia do consórcio modular é tão boa e representou sucesso


comercial para a VW no mercado de caminhões, pelo menos nos dez anos
iniciais, por que não foi seguida nas plantas subsequentes da VW,
inauguradas no Brasil?

A VolksWagen observou que, ao terceirizar toda a sua produção, não teria a


garantia de ser destaque no mercado, o que facilitava perder sua identidade.
Então, terceirizou boa parte das funções produtivas nas fábricas,
posteriormente inauguradas, sem, entretanto, deixar a produção de motores e
transmissão com estes fornecedores. A empresa atentou-se para a
necessidade de “proteger” suas competências e voltou a produzir os motores e
as transmissões.

Outro fato importante é que, a partir do momento que VW terceirizava o


essencial, era um risco que dificultaria qualquer implantação tecnológica rápida
que viesse a surgir no mercado, tendo também como risco dos próprios
fornecedores o domínio e controle da linha de produção. 

Esses fatores tornaram-se um impasse para as possíveis inaugurações das


plantas subsequentes no Brasil. O desejo da VW era aumentar tanto a
produtividade quanto à qualidade.

3)    Se uma empresa modulista causa uma parada de linha no consórcio


modular, com correspondente prejuízo para todos, ela não é
responsabilizada e por contrato não pode ser acionada judicialmente
pelas outras por perdas incorridas. Quais os prós e contras dessa forma
de conduzir os relacionamentos entre os parceiros do consórcio?

Em um relacionamento entre parceiros do consórcio podemos elencar como


prós: redução de custos de produção; diminuição do tempo de produção;
aumento da produtividade; aumento da qualidade do produto;
compartilhamento de tecnologia; o impacto de um mix de culturas no mesmo
ambiente e na forma de trabalhar; e direitos e deveres de cada parceiro
previstos em contratos.

Já como contras, temos: divisão de riscos e lucros; o impacto de um mix de


culturas no mesmo ambiente e na forma de trabalhar; fluxo de informações
disponível para todos os parceiros, tendo de contar com a confiança destes;
maior tempo gasto na discussão e concordância de realizar novos projetos ou
alterar um modo de produção.

4)    Você acha possível criar uma situação similar a customização em


massa para a produção de caminhões em Resende? Descreva
brevemente como isso poderia ser feito.
Sim.

A customização em massa para a produção de caminhões em Resende dar-se-


ia da seguinte forma:

1. A VW realizaria a previsão de vendas de seus caminhões;

2. Haveria a postergação da montagem dos caminhões até que um pedido


fosse feito;

3. As submontagens dos componentes dos caminhões seriam feitas após a


análise da previsão de vendas;

4. As variedades dos caminhões como acessórios e potência do motor seriam


instaladas a partir do pedido do cliente;

6. Envio dos caminhões às concessionárias.

A customização em massa para a produção de caminhões em Resende


garantiria a redução de tempo entre o pedido realizado e o caminhão entregue
à concessionária e a satisfação do cliente.

5)    Como os parceiros da rede de suprimentos da VW Resende


colaboram com a inovação dos projetos de novos produtos da empresa?

A VW Resende coordena as tecnologias que seus fornecedores possuem e os


processos que eles realizam para a montagem dos caminhões. Ela utiliza o
processo de integração para fornecimento do tipo “caixa-preta”, onde seus
fornecedores possuem o poder de projetar os caminhões desde que sigam as
instruções e especificações funcionais de desempenho dadas pela VW.

Os parceiros da rede de suprimentos da VW Resende colaboram com a


inovação dos projetos de novos produtos da empresa na medida em que
possuem competências em tecnologias para o desenvolvimento desses novos
produtos, compartilham informações com a empresa que podem agregar valor
ao projeto e desenvolvimento dos futuros produtos, trabalham em conjunto com
a área de desenvolvimento da empresa e compartilham de ideias e
planejamentos futuros na área tecnológica.

Você também pode gostar