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Faculdade de Ciências

Departamento de Ciências Biológicas

Curso De Licenciatura em Biologia e Saúde

Cadeira: Fisiologia vegetal

Tema: Relatório nr°04 -Efeito do Etileno sobre o desenvolvimento de plântulas de


feijão(Phaseolus vulgaris.L)

Discentes: Docentes:

Halar, César Alberto Prof. Dr. Orlando Quilambo

Muendane, Cláudio Belmiro Prof. Dra. Célia Martins

Msc. Íris Victorino

Msc. Sónia Ventura

Monitores:

Eleonora Nvumba

Amaral Zitha

Maputo, 11 de Novembro de 2021


Indice

1. Introdução............................................................................................................................................3
2. Objectivos............................................................................................................................................5
3. Material...............................................................................................................................................6
4. Metodologia.........................................................................................................................................7
5. Resultados...........................................................................................................................................8
6. Discussão...........................................................................................................................................11
7. Conclusão..........................................................................................................................................13
8. Limitações.........................................................................................................................................14
9. Referências Bibliográficas.................................................................................................................15

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1. Introdução

A cultura do feijão constitui, actualmente, objecto de intensa actividade de pesquisa, dirigida


para a obtenção de informações que possibilitem a melhor caracterização físio-ecológica das
diferentes variedades, visando à elevação dos níveis de produção nas várias regiões de plantio
(Dos Santos et al., 2017).

Uma das fases mais importantes da cultura do feijão em condições de campo é, precisamente, a
germinação das sementes. O processo de germinação só se inicia em condições de humidade
satisfatórias, e a limitação da disponibilidade de água no solo durante esse período
frequentemente determina o insucesso da implantação da cultura, com grandes prejuízos para a
produtividade (Amaral et al., S/D).

O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é cultivado durante todo o ano, numa grande
diversidade de ecossistemas, o que faz com que inúmeros factores tornem-se limitantes para a
sua produção. Entre estes factores, um dos principais são as doenças as quais, além de
diminuírem a produtividade da cultura, depreciam a qualidade do produto (Virella.2015).

A germinação é um fenómeno biológico que pode ser considerado pelos botânicos como a
retomada do crescimento do embrião, com o subsequente rompimento do tegumento pela
radícula. Entretanto, para os tecnólogos de sementes, a germinação é definida como a
emergência e o desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando a sua
capacidade para dar origem a uma plântula normal, sob condições ambientais favoráveis. O teste
de germinação é um dos parâmetros mais importantes para dar suporte na instalação de uma
cultura (Araújo et al.,2016).

O teste de germinação é um dos parâmetros da qualidade fisiológica de semente, sendo o método


mais utilizado para determinar a qualidade de um lote, além de possibilitar a avaliação da
viabilidade sob condições favoráveis para fins de semeadura (Dos Santos et al., 2017).

Para que haja germinação é fundamental que ocorra entrada de água na semente, logo ela tem
importância máxima nesse processo. A germinação não ocorre sem um teor de humidade
mínimo. Quando a simples absorção da água já estimula o processo de germinação, as sementes

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são chamadas de recalcitrantes. Elas germinam logo, pois têm maior teor de água (Picolotto et
al., 2012).

Muitas sementes só germinam após receber certas quantidades de luz e essa quantidade pode
variar bastante de planta para planta. Essas sementes são chamadas de aquiescentes (Viera,
2008).

O etileno é um hidrocarboneto insaturado que se apresenta na forma gasosa nas condições


fisiológicas, sendo um produto natural do metabolismo vegetal. É considerado um hormônio
vegetal pós está relacionada a vários processos fisiológicos, como o amadurecimento de frutos,
formação de raízes advertências, abcisão, etc. (Picolotto et al., 2012).

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2. Objectivos
2.1 Objectivo geral
 Avaliar o comportamento de plântulas de feijão sob efeito de fitohormona etileno;

2.2 Objectivos específicos


 Caracterizar o efeito da fitohormona etileno sob o desenvolvimento de plântulas de
feijão;
 Descrever os efeitos causados pela presença ou ausência da luz sob plântulas de feijão.

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3. Material
 Doze (12) sementes pré-hidratadas (24h de antecedência) de feijão (Phaseolus vulgaris);
 Solo;
 Duas (2) bananas em maturação;
 Quatro (4) garrafas pet de 2L;
 Película aderente;
 Quatro (4) copos descartáveis de 250g;
 Elásticos;
 Tesoura;
 Pinça;
 Proveta;
 Faca;
 Etiqueta de papel;
 Fita-cola;
 Água destilada.

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4. Metodologia
Quatro (4) garrafas pet de 2L foram previamente cortadas na extremidade superior logo
abaixo da região de estreitamento;
De seguida, os quatro (4) copos descartáveis foram preenchidos por solo ate a metade e
humedecidos com 40ml de água cada, ate ficarem devidamente humedecidos. Distribuiu-
se três (3) sementes de feijão previamente embebidas em cada copo, totalizando 12
sementes;
Dois dos copos foram colocados separadamente, em duas garrafas pet previamente
cortadas e cobertas por papel aderente este tendo sido fixado por um elástico. Foram
etiquetadas com as seguintes designações: “controlo/luz” e “controlo/escuro”
respectivamente;
Os restantes dois (2) copos foram colocados nas restantes duas (2) garrafas pet e foram
colocadas no espaço entre as garrafas pet abertas uma (1) banana em maturação cada e
foram encerradas com plástico aderente e elástico. Foram etiquetadas com as seguintes
designações; “b-etileno/luz” e “b-etileno/escuro” respectivamente;
Os tratamentos com designações “controlo/luz” foram deixados sobre a bancada com
acesso a luz e, os com a designação remanescente foram colocados num armário fechado;
Observou-se durante 4 dias os tratamentos e foram devidamente anotados o
comportamento das plântulas.

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5. Resultados
Primeiro dia após a montagem:
 “b-etileno/luz”:com sinais germinativos,nomeadamente,o descamamento e aumento do
tamanho das sementes;
 “controlo/luz”: nenhuma alteracao;
 “b-etileno/escuro”: ligeiro aumento Do tamanho das sementes, pouco descamamento
(muito menor em relação ao tratamento “b-etileno/luz”);
 “Controlo/escuro” nenhuma alteração.

Segundo dia após a montagem:


 O tratamento “b-etileno/luz” apresentou brotamento da raiz principal de apenas uma
semente, embaciamento da película aderente e gotículas que aderiram a superfície da
película;
 O tratamento “controlo/luz” não apresentou nenhuma alteração;
 O tratamento “b-etileno/escuro” apresentou brotamento das raízes primárias de duas
sementes e embaciamento da película aderente;
 O tratamento “controlo/escuro” apresentou brotamento das raízes primárias de duas
sementes (menor alteração em relação ao “b-etileno/escuro”).

Terceiro dia após a montagem:


 O tratamento “b-etileno/luz” apresentou remoção quase que total do tegumento e
brotamento evidente da raiz primária de duas das sementes, emergência parcial das
sementes em relação ao solo;
 O tratamento “controlo/luz” apresentou vestígios germinativos e de brotamento
desprezíveis;
 O tratamento “b-etileno/escuro” apresentou brotamento das raízes primárias e
secundarias de todas as três (3) sementes presentes, emergência parcial das sementes
em relação ao solo;
 O tratamento “controlo/escuro” apresentou brotamento das raízes primárias de duas
sementes e emergência quase que total das mesmas em relação ao solo.

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No dia Sexto após a montagem do experimento:
 O tratamento “controlo/luz” apresentou melhor desenvolvimento das plântulas, tendo um
maior comprimento e folhas e caules verdes;

 O tratamento “b-etileno/luz” apresentou plântulas com um comprimento menor em


relação ao “controlo/luz” com poucas folhas verdes e pequenas ainda em brotamento;

 O tratamento “controlo/escuro” apresentou plântulas com um alto comprimento, pouco


desenrolamento foliar , folhas amareladas e caules brancos;

 O tratamento “b-etileno/escuro” apresentou brotamento das raízes primárias e


secundarias de todas as três (3) sementes presentes, emergência total das sementes em
relação ao solo;

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Tabela 1: tabela de dados obtidos em diferentes tratamentos na germinação de sementes.

Escuro Luz
Tratamento Sementes % de Sementes % de sementes
Geminadas sementes Geminadas germinadas
germinadas

Etileno 2 67% 3 100%


Controle 2 67% 3 100%

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6. Discussão

As sementes em diferentes tratamentos tiveram comportamentos diferentes quanto a germinação.


Segundo Mondo et al., (2010) para cada espécie, existem condições mais adequadas para a
germinação das sementes, sendo as características fisiológicas dessas espécies realmente
diferentes, principalmente quanto ao efeito presença ou ausência de luz sobre a germinação. A
germinação das sementes é regulada pela interação de seu estado fisiológico e das condições de
ambiente, sendo que cada espécie vegetal exige um conjunto de requisitos específicos quanto à
disponibilidade de água, temperatura, luz e profundidade de semeadura, para a ocorrência do
processo de germinação (Mondo et al., 2010).

A luz é um estímulo importante na germinação de sementes, pois activa o metabolismo


embrionária e hormônios de crescimento ocasionando assim o crescimento e desenvolvimento,
enquanto a radiação luminosa em intensidade reduzida ou escuridão pode causar estiolamento e
redução do crescimento. Tanto a intensidade, o comprimento de onda quanto o fotoperíodo são
variáveis que exercerem efeito sobre a germinação de sementes que possuem dormência
(Copeland e McDonald, 2001 citado Mondo et al., 2010). Assim esperava-se maior crescimento
nas plantas tratadas na luz, tal facto verificou-se no grupo de controle, onde as sementes tratadas
na luz germinaram e cresceram mais, enquanto que as tratadas na sombra de facto cresceram
menos.

A banana é um fruto climatérico, isto é o amadurecimento é acompanhado por um distinto


aumento na atividade respiratória, devido ao aumento da concentração de etileno (Bron e
Jacomino, 2007). Assim conclui-se que o gás etileno difundiu-se para o meio experimental
ocasionando a germinação e crescimento das plântulas tanto na luz como na sombra, visto que
em baixas concentrações o etileno pode estimular a germinação e o crescimento de gemas
(Vieria et al, 2010). O etileno tem algum efeito no ‘amolecimento’ (enfraquecimento) do
endosperma das sementes, permitindo assim sua germinação (Nascimento, 200 citado por Pereira
et al, 2007)

Na luz o crescimento foi diminuto comparativamente a sombra, este resultado é contrastado com
os resultado de Amaral et al (2019) onde se verificou que as sementes expostas no escuro com
etileno não se observou quase nenhum crescimento da plântula, tendo estado no mesmo nível da

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terra do vaso. Porém sabe-se que a escuridão é um factor estimulante da síntese de etileno, que
promove a formação do gancho plumular e sua maturação no escuro resultam do crescimento
assimétrico de plântulas induzido (Taiz et al., 2017).

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7. Conclusão

Após a realização da experiência observou-se nos tratamentos de etileno a inibição de


desenvolvimento das plântulas das sementes de feijão enquanto nas sementes de controlo
verificou-se o desenvolvimento das plântulas.
Os resultados da experiência mostram que as sementes expostas a luz com o tratamento de
etileno germinaram melhor em relação as sementes tratadas no escuro. Com as sementes
tratadas no escuro, verificou-se maior dificuldade no desenvolvimento das plantas.

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8. Limitações
 No decorrer da experiencia por um erro de interpretação do guião, umas das bananas foi
cortada em rodelas e foi introduzida na garrafa pet que recebeu o tratamento “b-
controlo/escuro”.Porém, com este mecanismo do corte da banana, esta facilmente
apodreceria comprometendo assim quantidade de etileno liberada;
 Para evitar a réplica deste erro no segundo tratamento, na segunda garrafa pet a banana
foi introduzida inteira e com a casca;
 Não tendo sido possível observar as montagens no 4° e 5° dia pelo facto do laboratório
encontrar-se fechado e não acessível por tratar-se de final de semana, apenas foi a
possível a observação durante 4 dias que foram os 1°, 2°, 3°, e 6° dia respectivamente,
contrariando a norma que rege o guião em uso nesta experiencia que determina a
observação durante 7 dias ininterruptos.

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9. Referências Bibliográficas

Amaral, T.A.J., B.C.T. Soares., M.G. Lorencini., B.P.G. Oliveira., B.V. Vicentini., S.N.L.Dos
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Mestrado em produção vegetal. Centro de Ciências Agrarias.

Araújo, C.R., L.D.A. Da Silva. M.A Dos Santos. (2016). Germinação De Sementes de Feijão
Gurgutuba em Diferentes Substratos. Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências
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Dos Santos,M.M.C.F.A. Júnior., F.A. Chagas., A.L.D. Souza., R.T. Sacai., S.W Rocha.
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temperatura na germinação de sementes de quatro espécies de plantas daninhas do
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Picolotto, L., E.C.G.K. Vignolo e M. A. Goncalves (2012). Influência dos substratos, tamanho
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Taiz, L., E. Zeiger, I. M. Moller, A. Murphy (2017). Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6a


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Parão Controle deCurtobacteriumflaccumfacienspv. Flaccumfaciens.Dissertação de Mestrado
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Fitopatologia. Programa de pós Graduação em Fitopatologia. Brasil.

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