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A Influência de Inibidores (naturais) na germinação de sementes de tomate (Lycopersicum esculentum L.

) Relatório # 06

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
Departamento de Produção e Protecção Vegetal

Cadeira: Fisiologia Vegetal


Curso: Engenharia Agronómica
Grupo 2 - Subgrupo 5

Relatório # 06
A Influência de Inibidores (naturais) na germinação de sementes de tomate
(Lycopersicum esculentum L.)

Docentes:
Prof. Doutor Orlando Quilambo
dr.ª Célia Martins
dr.ª Íris Victorino
dr. Mauro Machipane Estevão
dr.ª Sónia Ventura

Discentes:
Carvalho, Nelson David
Chaia, Zacarias Saimone
Lipangue, Hélder
Odorico, Délcio
Sengo, Jaime João
Falta nome de outro colega

Maputo, 15 de Abril de 2013

ODORICO, CHAIA, CARVALHO, LIPANGUE, SENGO 0


A Influência de Inibidores (naturais) na germinação de sementes de tomate (Lycopersicum esculentum L.) Relatório # 06

Índice

I. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................2

1.1 OBJECTIVOS....................................................................................................................................4
1.1.1 Objectivo geral................................................................................................................................................4
1.1.2 Objectivos específicos.....................................................................................................................................4

II. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS..........................................................................................4

2.1 Materiais.............................................................................................................................................4

2.2 Procedimentos....................................................................................................................................4

III. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................6

3.1 Resultados...........................................................................................................................................6

3.2 Discussão.............................................................................................................................................8

IV. Conclusões.................................................................................................................................10

V. Referências Bibliográficas...........................................................................................................11

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I. INTRODUÇÃO
Segundo Castro et al. (2005), a germinação de sementes em termos gerais pode ser definida como
uma série de acontecimentos metabólicos e morfogenéticos que promovem a transformação de
um embrião em uma plântula. Nela estão envolvidos processos sequenciados e sincronizados, de tal
maneira que as reacções catabólicas e anabólicas são simultâneas.
De acordo com Castro et al. (2005), a germinação de sementes é influenciada por diversos
factores; tanto externos, como as condições do ambiente onde se encontra e por factores internos ou
fisiológicos que são reacções ao meio em que está inserida. Diversos estudos demonstram que os
reguladores de crescimento vegetal (hormônios vegetais ou fito-hormonas) e principalmente a
temperatura, os gases, a humidade (como sendo a água disponível), a luz e o oxigénio são factores
fundamentais nesse processo fisiológico (Castro et al., 2005).

Dos factores que influenciam o processo germinativo, a água é, sem dúvida, o mais importante.
Quando removida, abaixo do limite suportado pela célula, pode promover o aumento da
concentração dos solutos, a alteração do pH da solução intracelular, a aceleração de reacções
degenerativas, a desnaturação de proteínas e a perda da integridade das membranas (Stefanello et al.,
2006 citando Sun & Leopold, 1997). A redução do potencial hídrico do meio influência a absorção
de água pelas sementes, podendo, inviabilizar a sequência de eventos do processo germinativo
(Stefanello et al., 2006 citando Bansal et al., 1980).
A germinação das sementes pode ser inibida por extremos de temperatura e pela presença e
ausência de luz (Santos & Pereira, 1987). Segundo os mesmos autores, luz e temperatura, não têm
acção independente, podendo a sensibilidade à luz ser modificada pela temperatura.
A luz é um factor imprescindível que controla o crescimento e o desenvolvimento da planta e a
germinação de várias espécies de sementes é dependente deste factor. Porém, a sensibilidade dessas
sementes ao efeito luminoso varia de acordo com a qualidade, a intensidade luminosa e o tempo de
irradiação, bem como com o período e a temperatura durante o processo de embebição. Em resposta
à luz, as espécies podem ser classificadas em fotoblásticas positivas, ou seja, aquelas que necessitam
de luz para germinar; fotoblásticas negativas, que germinam melhor na ausência de luz ou
fotoblásticas neutras que são insensíveis à luz, como por exemplo o tomateiro (Labouriau, 1983).

Taiz & Zeiger (2004) citaram que os hormônios vegetais são sinais químicos que regulam e
coordenam o metabolismo, crescimento e a morfogénese, e são activos em quantidades
extremamente pequenas. O mesmo hormônio pode accionar respostas diferentes em tecidos

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diferentes ou em diferentes fases do desenvolvimento de um mesmo tecido. Segundo os mesmos


autores, os principais grupos de substâncias que funcionam como fito-hormonas são as auxinas (a
mais conhecida é AIA), as citocininas (a mais conhecida é o KIN), o etileno, as giberelinas (a mais
conhecida é a GA3) e o ácido abscísico (ABA). No entanto, outros compostos com papéis
importantes no controlo do desenvolvimento das plantas têm sido descobertos, considerando-se
outros compostos como o ácido salicílico, os brassinosteróides, os jasmonatos, as poliaminas e o
florígeno (Raven, Evert & Eichhorn, 2007).

O ácido indolil acético (ABA) é sintetizado em quase todas células que possuem plastídeos e
transportado pelo xilema quanto pelo floema. O ABA pode afectar a indução e a manutenção da
dormência nas sementes e em gemas de certas espécies (Raven, Evert & Eichhorn, 2007). As auxinas
inibem a germinação das sementes, o brotamento das gemas, o alongamento das raízes e estimulam a
queda de folhas e frutos (TAIZ & ZEIGER, 2004).
O ácido giberélico (GA3) é obtido do fungo Giberella fujikuroi, tem a finalidade da quebra de
dormência e acelerar a germinação de sementes, além de uniformizar a germinação na sementeira. As
giberelinas, entre outros fins, controlam diversos aspectos da germinação de sementes, incluindo a
quebra de dormência e a mobilização das reservas de endosperma (Taiz & Zeiger, 2004).
A cinetina (KIN) é um hormônio vegetal que estimula a divisão celular em plantas. As citocininas
são produzidas principalmente no ápice das raízes. Actuam efectivamente na divisão celular e
diferenciação celular, antagonicamente às auxinas, promovem brotações laterais, favorecendo maior
desenvolvimento dos vegetais, provocam o atraso da senescência foliar, e sua aplicação pode causar
a quebra da dominância apical (Raven, Evert & Eichhorn, 2007).
As giberelinas, as citocininas e as auxinas participam em diversos processos fisiológicos de
desenvolvimento, incluindo a senescência foliar, a germinação de sementes e a quebra de dormência
das gemas (TAIZ & ZEIGER, 2004).

O limão (Citrus limonium) em seu estado natural tem como principio activo o ácido cítrico que
têm sido utilizado para desencadear a germinação de sementes.

As verificações das germinações nas condições de sumo de fruta e hormonas vegetais tanto à luz
como no escuro foram realizadas com as sementes não germinadas de tomate, cuja espécie utilizada
no experimento foi a Lycopersicum esculentum (L.) pertencente à família Solanaceae.

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1.1 OBJECTIVOS

1.1.1 Objectivo geral


 Analisar a influência de inibidores (naturais) na germinação de sementes de tomate
(Lycopersicum esculentum L.)

1.1.2 Objectivos específicos


 Descrever o feito do sumo de limão na germinação de sementes;
 Descrever a acção de fito-hormonas na germinação de sementes;
 Comparar os resultados do tratamento das sementes à luz e no escuro; e
 Explicar a influência da luz na germinação de sementes.

II. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS

1.2 Materiais
Material Biológico: 400 sementes de tomate (Lycopersicum esculentum L.); 1 limão (Citrus
limonium)
Vidrarias: 1 cilindro de medição de 25 ml, 1 copo de vidro de 100 ml, 4 pipetas de 10ml, 20
caixas de Petri grandes (9 cm) com tampas.
Corte: Faca
Soluções:
 100 ml de uma solução de 1 M de NaHCO3, em água;
 10 ml das seguintes hormonas, cada uma em 10 M da solução tampão de fosfato, pH=7;
 10*10-6 M Cinetina (KIN);
 100*10-6 M ABA; e
 500*10-6 M Ácido Giberélico (GA3).
Outros: espremedor de fruta, passador, 14 papéis de filtro e plástico de alumínio.

1.3 Procedimentos
1º Exprimiu-se o sumo de fruta (limão) e passou-se o mesmo pelo passador para remover as
substâncias sólidas.
2º Para evitar que o pH do sumo influenciasse a germinação, o mesmo foi neutralizado com
NaHCO3, até um pH =7.

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3º Preparou-se diluições de 5 ml de sumo de limão com água destilada e obteve-se as seguintes


concentrações: 100%, 50%, 10%, 5%, 1% e 0% (controlo com água destilada) tanto à luz
como no escuro. As concentrações foram feitas com base na formula Vsumo = Vtotal*Csumo
Tabela 1 Quantidades de água e sumo necessários para preparar as diferentes diluições do sumo de fruta (limão) requeridas
Concentração de sumo(%) desejada 100 50 10 5 1 0
Volume de água(ml) a adicionar 0 2,5 4,5 4,75 4,95 5
Volume de sumo(ml) a adicionar 5 2,5 0,5 0,25 0,05 0

4º Marcou-se e adicionou-se a 12 caixas de Petri (6 à luz e 6 no escuro) com papel de filtro as


diferentes concentrações de sumo.
5º Colocou-se em cada caixa de Petri 20 sementes, foram cobertas com as respectivas tampas.
Embrulhou-se 6 caixas (tratamento no escuro) em estanho folha de alumínio e as outras 6
caixas (tratamento à luz) sem estanho folha de alumínio e foram deixadas as sementes
germinar por 3 dias.
6º Colocou-se papel de filtro nas restantes 8 caixas e marcou-se de 1à 8. A fim de evitar a
contaminação, foi usada para cada solução teste uma pipeta separada e adicionou-se as
soluções como se seguem:
Caixa GA3 em ml ABA em ml CK em ml Água em ml
1 2 0 0 4
2 0 2 0 4
3 0 0 2 4
4 0 0 0 6
5 2 0 0 4
6 0 2 0 4
7 0 0 2 4
8 0 0 0 6

7º Foram colocadas 20 sementes em cada caixa, embrulhou-se as caixas 1, 2, 3 e 4 em estanho


folha de alumínio e foram deixadas as 8 caixas a luz a temperatura ambiente, para
germinação.
8º Foram contadas o número de sementes germinadas e registadas para cada tratamento e a
percentagem de germinação das sementes depois de 3 dias de incubação, e voltou-se a fazer o
mesmo procedimento no final de uma semana de incubação.

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III. RESULTADOS E DISCUSSÃO


1.4 Resultados
Mediante as observações realizadas no período de 7 dias, com os intervalos estabelecidos na
metodologia, os resultados foram obtidos segundo a quantidade de sementes que germinou e em
quais condições de sumo de fruta e hormonas vegetais bem como a condição de luminosidade isto se
procedeu.
No primeiro dia após o inicio da sementeira percebeu-se que não houve germinação em quaisquer
placas de cada tratamento. Diante disso, houve um aumento no intervalo de tempo para a próxima
observação, sendo esta ocorrida 03 dias após o inicio da sementeira. Assim sendo, conforme as
concentrações de sumo de limão tanto à luz e no escuro (Tabela 2), verificou-se que as concentrações
mais baixas de sumo de limão (1% e 5%) permitiram que as sementes germinassem e crescessem, no
entanto, a percentagem de sementes germinadas foi menor do que o controlo de H2O destilada (0%).
A concentrações mais elevadas de 10% verificou-se uma perda significativa de germinação (Tabela
2). Maiores concentrações de sumo de limão como a 50% e 100% não germinaram sementes em
tudo (Tabela 2). A quantidade de germinação entre os tratamentos no escuro e à luz não foi
significativamente tão diferente (Tabela 2). Entretanto, no que diz respeito as hormonas observou-se
que a germinação das sementes é dependente do tipo de hormona e da presença ou ausência de luz
(Tabela 3). Observou-se maior quantidade de sementes germinadas na presença da hormona GA3
seguida da KIN, e por fim a ABA sem nenhuma germinação (Tabela 3). Doutro lado, para o controlo
(H2O destilada) o nível de germinação permaneceu relativamente o mesmo nos tratamentos de luz e
escuro (Tabela 3). Pode-se também observar que a quantidade de sementes germinadas é quase
equilibrada entre à luz e no escuro (Tabela 3).
Tabela 2 Efeitos do sumo de fruta (limão) na germinação das sementes 3 dias após a incubação
LUZ ESCURO
Concentração nº de sementes % de sementes nº de sementes % de sementes
do sumo(%) germinadas germinadas germinadas germinadas
0 (controlo H2O) 15 75 13 65
1 5 25 9 45
5 4 20 7 35
10 2 10 5 25
50 0 0 0 0
100 0 0 0 0
Tabela 3 Efeito das hormonas na germinação das sementes na luz e no escuro 3 dias após a incubação
LUZ ESCURO
nº de sementes % de sementes nº de sementes % de sementes
germinadas germinadas germinadas germinadas
Controlo (H2O) 13 65 13 65
GA3 13 65 17 85
ABA 0 0 0 0
KIN 14 70 15 75

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No último dia de observação (7 dias após o inicio da sementeira) foram novamente verificadas as
placas entre os tratamentos com luz e escuro, a fim de verificar se as sementes utilizadas neste
experimento, apresentavam diferença na germinação e no desenvolvimento das plântulas em
comparação com a observação feita 03 dias após o inicio da sementeira. Mediante as observações
feitas depois de 7 dias nos tratamentos à luz e no escuro notou-se um aumento significativo na
germinação e no comprimento da radícula comparada a análise feita 03 dias após o inicio da
sementeira, e assim percebeu-se que as concentrações de sumo de limão 50% e 100% não
demonstraram sinal algum de germinação (Tabela 4). Também verificou-se um aumento da
germinação nas concentrações de 1%, 5% e 10% na ordem decrescente (Tabela 4). Todas as sementes
contidas na placa do controlo de H2O destilada (0%) germinaram (Tabela 4). Pode-se perceber que as
diferentes condições de luminosidade apresentaram uma equilibrada diferença de taxa de germinação
(Tabela 4). Nos dois tratamentos distintos de luminosidade (luz e escuro) após 7 dias, percebeu-se
que todas as hormonas apresentaram sementes germinadas, porém com diferença entre as taxas
germinativas como mostra o a Tabela 5. Diante disso, nota-se que a hormona GA 3 teve superioridade
na germinação das sementes. Salientar também, que das sementes de tomate submetidas a ABA
apenas 2 sementes germinaram na luz e 1 no escuro (Tabela 5). A germinação foi positiva tanto à luz
como no escuro (Tabela 5).

Tabela 4 Efeitos do sumo de fruta (limão) na germinação das sementes 7 dias após a incubação
LUZ ESCURO
Concentração nº de sementes % de sementes nº de sementes % de sementes
do sumo(%) germinadas germinadas germinadas germinadas
0 (controlo) 20 100 20 100
1 10 50 14 70
5 6 30 9 45
10 4 20 8 40
50 0 0 0 0
100 0 0 0 0

Tabela 5 Efeito das hormonas na germinação das sementes na luz e no escuro 7 dias após a incubação
LUZ ESCURO
nº de sementes % de sementes nº de sementes % de sementes
germinadas germinadas germinadas germinadas
Controlo (H2O) 16 80 17 85
GA3 20 100 100 100
ABA 2 10 1 5
KIN 16 80 17 85

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1.5 Discussão
O sumo de limão afecta a germinação de sementes de tomate. Quando as concentrações elevadas
de sumo de limão são adicionadas a sementes de tomate, a germinação de sementes é inibida. As
soluções de concentração 50% e 100% não apresentam qualquer comprimento mensurável radical.
No entanto, algumas das sementes tem capacidade germinativa à 10% de concentração. Por outro
lado, pequenas concentrações de sumo de limão (1% e 5%) não inibem a germinação da semente.
Nas menores concentrações de sumo de limão, as sementes foram capazes de germinar e crescer. No
entanto, a quantidade de germinação foi bastante consistente com o controle (H2O destilada) (como
pode ser visto nas tabelas 2 e 4 acima).
Do gráfico 1 e 2 abaixo, pode-se claramente notar que o aumento da quantidade de sementes
germinadas independentemente da condição de luminosidade é acompanhado da redução da
concentração do sumo, ou seja; a taxa de germinação é tanto maior quanto menor for a concentração
do sumo de fruta. Desta forma, pode-se categoricamente afirmar que a germinação das sementes
varia na inversa da concentração do sumo do fruta.

Gráfico 1 Percentual germinativo das sementes após 3 dias Gráfico 2 Percentual germinativo das sementes após 7 dias
em função da concentração do sumo de fruta. em função da concentração do sumo de fruta.

Para esta experiência não é utilizado sumo sintético. Usa-se sumo puro e fresco de limão, pois este
ainda não passou por transformações e tem na sua constituição um ácido, a que se chama ácido
cítrico que lhe permite melhor simular as condições de inibição de germinação de sementes.
Ao utilizar sumo de limão pode se fazer uma análise do pH do solo com a plantação de sementes
de tomate, isto é, o sumo de limão é ácido e a plantação de sementes de tomate foi melhor em solo
neutro. Isto pode ser visto com o crescimento de sementes de tomate no controle de água destilada,
que tem um pH neutro. Enquanto sementes de tomate que podem crescer em um ambiente
ligeiramente ácido, o crescimento nesse solo não seria óptimo.

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A germinação das sementes de tomate foi negativamente influenciada na presença de ABA


(Tabelas 3 e 5), indicando que o mesmo induz forte inibição, mesmo na presença ou ausência da luz.
Estes resultados comprovam o efeito supressor do ácido abscísico na germinação de sementes, sendo
que a germinação foi nula nos tratamentos de luminosidade. Carleti et al. (1999) verificou que o
ácido abscísico inibiu a germinação de sementes de tomate restringindo o crescimento do hipocótilo
e a expansão da radícula. O grau de inibição na germinação de sementes de tomate, segundo o
mesmos autores, é indicador da quantidade de ácido abscísico fornecido.
A cinetina (KIN) promoveu a germinação de sementes de tomate, apresentando 80% à luz e 85%
no escuro de percentagem de germinação após 7 dias ao inicio da sementeira (Tabela 5). Por outro
lado, as sementes tratadas com ácido giberélico (AG3) induziram 100% de germinação,
comprovando o efeito promotor deste regulador de crescimento vegetal na germinação de sementes.
Actualmente as giberelinas são aceitas como promotores eficazes na germinação de sementes
possuindo a capacidade de superar a dormência em várias culturas (Castro et al., 2005). Entretanto o
GA3 além de ter estimulado a germinação de sementes teve um efeito estimulante positivo no
crescimento das plântulas. Isto provavelmente deve-se ao facto do GA3 ser naturalmente um
hormônio vegetal que regula o crescimento das plantas e o desencadear da germinação das sementes.
Comparando-se os resultados obtidos para o ABA com o controlo de água destilada, fica evidente
que este regulador de crescimento vegetal não é promotor da germinação de sementes de tomate.
Após 3 dias ao inicio da sementeira verificou que não houve diferenças significativas sobre a
germinação das sementes entre as condições de luminosidade. Este aspecto manteve-se até aos 7 dias
após o inicio da sementeira, isto provavelmente tenha acontecido pelo facto de o tomateiro ser uma
planta determinada e indeterminada o que resultou na germinação de sementes tanto em presença
como em ausência de luz.

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IV. Conclusões
Pode-se concluir que o sumo de limão, em baixas concentrações, tem efeito limitado na
germinação e no crescimento de sementes de tomate. A quantidade de germinação foi bastante
consistente com o controlo de água destilada, em concentrações mais baixas de 1%-5%. A uma
concentração de ou superior a 10% , contudo, o efeito é prejudicial. Com uma concentração de 50-
100% é quase impossível as sementes germinarem e crescerem. Assim, também pode-se concluir
que sementes de tomate são incapazes de germinar em solos altamente ácidos e altas concentrações
do sumo de limão podem ser mortais para as plantas.
O ácido giberélico (GA3) foi o regulador de crescimento vegetal que promoveu máxima
germinação de sementes de tomate. A cinetina (KIN) teve efeito promotor na germinação de
sementes de tomate. Os reguladores ácido giberélico (GA 3) e cinetina (KIN), induziram a máxima
germinação, já o ácido abscísico (ABA) inibiu a germinação.
A interpretação dos dados mostra que a semente de tomate comportou-se como uma fotoblástica
neutra, uma vez que germinou tanto no escuro quanto em luz, sendo a germinação no escuro mais
eficiente.

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V. Referências Bibliográficas
1. CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R. A.; PERES, L. E. P. 2005. Manual de fisiologia
vegetal: teoria e prática. Piracicaba: Agronómica Ceres,650p.
2. CARLETI R.; MORAES D.M.; VILLELA F.A. 1999. Jasmonato: Influência na
germinação de sementes de tomate (Lycopersicum esculentum L.). Revista Brasileira de
Sementes 21: 183-186.
3. LABOURIAU, L.G. 1983. A germinação das sementes. Washington, Organização dos
Estados Americanos, 174p.
4. RAVEN, P.H.; EICHORN, S.E; EVERT, R.F. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Coord. Trad.
J.E.Kraus. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro
5. SANTOS, S.D.S.; PEREIRA, M.F.A. 1987. Germinação de duas cultivares de beterraba
açucareira: efeito de luz e temperatura. Rev. Bras. Bot., v.10, p.15-20
6. STEFANELLO, R.; GARCIA, D. C.; MENEZES, N. LEMOS DE; WRASSE, C. F. 2006.
Influência da luz, temperatura e estresse hídrico na germinação e no vigor de sementes de
anis. Revista Brasileira de Agrociência, v.12, n.1, p.45-50 (Disponível em:
http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v12n1/artigo08.pdf> Acesso em 08 Março
2013)
7. TAIZ, L. & ZEIGER, E. 2004. Fisiologia Vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 786p

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