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Disciplina: PROCESSO PENAL

Professor: GABRIEL BERTIN DE ALMEIDA


HAVILÁ DESIDERE LIMA PORTO
Aluno:

- A prova poderá ser feita em grupos de até 4 pessoas.


- Colocar o nome de todos os integrantes do grupo na prova
- Todos os integrantes do grupo devem submeter o mesmo arquivo no Blackboard

1) Assinale a alternativa correta: (0,5 ponto)


a) a transação penal pode ter por objeto a aplicação de pena de prisão de curta duração;
b) no JEC, havendo citação por edital, aplica-se, por analogia, o art. 366 CPP;
c) a suspensão condicional do processo, como causa extintiva de punibilidade prevista na lei 9.099/95, é aplicável
também em alguns outros procedimentos, inclusive na Justiça Eleitoral, a depender da pena do crime;
d) O JEC, excepcionalmente, em razão das regras de conexão e continência, pode julgar crime cuja pena máxima
seja superior a 2 anos.

2) Sobre a suspensão condicional do processo, assinale a correta: (0,5 ponto)


a) é prevista na Lei 9099/95 e no art. 77 CP;
b) não cabe nas ações penais privadas, segundo entendimento pacificado na doutrina;
c) se o promotor recusa-se a fazer a proposta, aplica-se o art. 28 CPP, por analogia;
d) não pode haver outras condições, além das previstas no parágrafo 1º do art. 89 da Lei do JEC.

3) A respeito das provas, disciplinadas nos artigos 155 a 250 do Código de Processo Penal, é correto afirmar que: (0,5
ponto)
a) O juiz, no ordenamento brasileiro, que é acusatório, não pode determinar a produção de prova, de ofício. A
atividade probatória é de iniciativa das partes, cabendo ao juiz deferi-las ou indeferi-las, tendo em vista a pertinência.
b) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida judicialmente em contraditório e nos
elementos informativos colhidos no curso do inquérito policial que, inclusive, poderão fundamentar exclusivamente a
decisão.
c) As cartas remetidas ao acusado poderão ser juntadas em prol de sua defesa, ainda que não haja
consentimento dos signatários.
d) O exame de corpo de delito, direto ou indireto, é indispensável nos crimes que deixam vestígios, exceto quando há
confissão do acusado, que é suficiente para a sua condenação.

4) A respeito dos procedimentos ordinário e sumário, no Processo Penal, e de acordo com o CPP e o STJ, assinale a
opção correta. (0,5 ponto)
a) A decisão que não absolve o réu sumariamente deve ser fundamentada, a bem do art. 93, IX, da Constituição
Federal, mas não há de ser exaustiva, definitiva, sob pena de antecipar indevidamente juízo de mérito que deve ser
realizado ao término da instrução criminal.
b) A quantidade de testemunhas que poderão ser arroladas na instrução do rito comum ordinário corresponde
até 8 (oito) para acusação e até 8 (oito) para a defesa conforme art. 401 do CPP. Já na instrução do rito sumário a
quantidade de testemunhas é de até 3 (três) para acusação e 3 (três) para a defesa, em consonância com o art. 532
do CPP.
c) No procedimento sumário, a audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela defesa
e acusação, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e
procedendo-se, finalmente, ao debate;
d) No procedimento ordinário não é possível a substituição dos debates orais por memoriais escritos.

5) Analise as afirmações abaixo acerca das decisões que encerram a primeira fase do procedimento do tribunal do
júri. (0,5 ponto)
I. Na fundamentação da decisão de pronúncia, o juiz deve indicar as razões de sua certeza em relação à
materialidade e à autoria delitivas.
II. Havendo decisão de impronúncia, o réu poderá ser novamente denunciado se surgirem novas provas, mesmo não
cabendo mais recurso às partes, desde que não tenha ocorrido a extinção da punibilidade.
III. O juiz togado deve absolver o acusado quando houver prova de que ele não foi o autor do delito.
Está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) III.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) II.
(E) II e III.

6) Alternativa que se encontra em conformidade com as recentes alterações introduzidas no Código de Processo
Penal. (0,5 ponto)
a) O procedimento será comum ou especial; o procedimento comum será ordinário e sumário; o procedimento
especial será sumaríssimo.
b) Na hipótese de crime cuja sanção máxima cominada for inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade,
aplica-se o procedimento ordinário.
c) No procedimento ordinário, oferecida a queixa ou a denúncia, o juiz, ao recebê-la, ordenará a citação do
acusado para oferecer a defesa, por escrito, em dez dias.
d) No procedimento ordinário, após o interrogatório do acusado, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem.
e) O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de três dias, oferecer alegações escritas
e arrolar testemunhas.

7) Em 16/02/2016, Roberta praticou um crime de lesão corporal culposa simples no trânsito, vitimando Maria. Roberta,
então, procura seu advogado para saber se faz jus à transação penal, esclarecendo que já foi condenada
definitivamente por uma vez a pena restritiva de direitos pela prática de furto e que já se beneficiou do instituto da
transação há 7 anos. Deverá o advogado esclarecer sobre o benefício que (0,5 ponto):
a) Não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Roberta já possui condenação anterior com
trânsito em julgado.
b) Não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Roberta já foi beneficiada pela transação em
momento anterior.
c) Poderá ser oferecida proposta de transação penal porque só quem já se beneficiou da transação penal nos 3
anos anteriores não poderá receber novamente o benefício.
d) A condenação pela prática de furto e a transação penal obtida há 7 anos não impedem o oferecimento de
proposta de transação penal.

8) Considere as seguintes situações-problema ocorridas no procedimento ordinário do Processo Penal. (0,5 ponto)
I. Mévio foi condenado pela prática de corrupção ativa e interpôs apelação, mas o MM. Juiz de Direito, em despacho,
julgou-a deserta.
II. O MM. Juiz Federal ordenou a suspensão do processo penal, em virtude da questão prejudicial.
III. O MM. Juiz de Direito absolveu sumariamente o réu no procedimento do Tribunal do Júri.
IV. O MM. Juiz de Direito impronunciou o réu no procedimento do Tribunal do Júri.
Contra as decisões acima descritas, são cabíveis os seguintes recursos, respectivamente,
a) agravo / recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito / apelação.
b) recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito / apelação / apelação.
c) recurso em sentido estrito / apelação / recurso em sentido estrito / apelação.
d) apelação / apelação / recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito.
e) apelação / recurso em sentido estrito / apelação / recurso em sentido estrito.

9) José, após responder ao processo cautelarmente preso, foi definitivamente condenado à pena de oito anos e sete
meses de prisão em regime inicialmente fechado. Após alguns anos no sistema carcerário, seu advogado realizou um
pedido de livramento condicional, que foi deferido pelo magistrado competente. O membro do parquet entendeu que
tal benefício era incabível no momento e deseja recorrer da decisão.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso correto. (0,5 ponto)
a) Agravo em Execução, no prazo de 10 (dez dias);
b) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias);
c) Agravo em Execução, no prazo de 05 (cinco dias);
d) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias).

10) Sobre o recurso de apelação, assinale a alternativa correta: (0,5 ponto)


a) segundo entendimento pacífico, não é cabível a reformatio in mellius no recurso exclusivo da acusação.
b) não é cabível a reformatio in pejus no recurso exclusivo da acusação.
c) a reformatio in mellius indireta é aquela decorrente de uma decisão dada depois da anulação do mesmo processo,
no qual tinha sido proferida decisão mais benéfica ao réu.
d) os adjetivos mellius e pejus, nas expressões acima, levam em conta o acusado, o que é melhor ou pior para ele.

11) Dois homens — um empunhando um revólver; o outro, uma faca — abordaram, por volta de 20 h 30 min de
determinado dia, duas moças que caminhavam em uma rua e as ameaçaram, exigindo que lhes entregassem seus
telefones celulares, tendo sido prontamente atendidos. Comunicado o fato, a autoridade policial instaurou inquérito
policial e, dois dias depois, os investigadores chegaram aos dois suspeitos, conhecidos pela contumácia na prática
dessa ação criminosa. Levados os suspeitos à delegacia, as vítimas prontamente os reconheceram como autores dos
roubos, da seguinte forma: primeiro, foi-lhes apresentado um álbum de fotos, em que avistaram os dois homens.
Depois, vítimas e investigados foram colocados na mesma sala, ocasião em que o reconhecimento foi ratificado.
A partir da situação hipotética acima apresentada, elabore um texto fundamentado no posicionamento dos tribunais
superiores, respondendo aos seguintes questionamentos.

a) Em que fase da persecução penal deve ocorrer o reconhecimento de pessoa? [valor: 0,5 ponto]
R- O reconhecimento de pessoa na persecução penal pode ocorrer em fase pré processual e igualmente na fase
processual, presente na parte referente às provas do CPP, nos artigos 226, 227 e 228, topograficamente localizados
no Capítulo III, Título VII, das Provas.

3) Dadas as circunstâncias descritas na situação hipotética em apreço, poderá haver nulidade no auto de
reconhecimento de pessoa e, em consequência disso, a anulação do processo penal instaurado com base no
inquérito policial? Detalhe. [valor: 1,5 ponto]
R-O Reconhecimento pessoal que não respeita o CPP torna a prova nula. O desenho procedimental do
reconhecimento pessoal e fotográfico não constitui mera recomendação, cuja observância reside no campo de
escolha das autoridades responsáveis O art. 226 do CPP admite o reconhecimento de pessoa e impõe o seguinte
procedimento para sua validade, a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa
que deva ser reconhecida, a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras
que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la, se
houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência,
não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja
aquela e do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada
para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais, ou seja, atraves do reconhecimento formal.
A Corte Superior de Justiça firmou o entendimento de que as disposições insculpidas no artigo 226 do Código de
Processo Penal configuram uma recomendação legal, e não uma exigência, cuja inobservância não enseja a nulidade
do ato, em especial caso eventual édito condenatório esteja fundamentado em idôneo conjunto fático probatório,
produzido sob o crivo do contraditório, que associe a autoria do ilícito ao acusado (AgRg no AREsp n. 375.887/RJ, j.
25.10.2016). muito embora a tendência é que a orientação do tribunal se modifique. Recentemente, a 6ª Turma
decidiu que não há mais lugar para a jurisprudência segundo a qual o art. 226 do CPP traz apenas recomendações
que podem ser dispensadas, Segundo a decisão, o reconhecimento só pode ser considerado válido se atendidos os
requisitos legais e se corroborado por outras provas produzidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.

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