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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIARAGUAIA

DIREITO BACHARELADO

ALESSANDRO CÉSAR RODRIGUES MENDONÇA

PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS

GOIÂNIA – GO
SETEMBRO - 2022
ALESSANDRO CÉSAR RODRIGUES MENDONÇA

PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


UniAraguaia referente obtenção de nota da atividade 01,
da N1, da disciplina de Direito Processual Penal I do 5º
Período Noturno – Unidade Bueno.

Professoro - Me. Eduardo Martins de Camargo.

GOIÂNIA – GO
SETEMBRO - 2022
1. INSTRUÇÕES

a) Pesquisar uma jurisprudência (ementa) da área criminal no site do TJGO e uma no site do STJ
que tenham relação com 1 Princípio do Direito Processual Penal estudado em nossas aulas
(você não pode escolher o mesmo Princípio para pesquisa no TJGO e no STJ), copiando-as,
inclusive com as referências de Relator(a), número do Recurso/Processo, Órgão Julgador (Câmara,
Turma ou Seção Criminal), data do julgamento e data de publicação do julgamento. (Observação:
todos estes dados podem ser encontrados na própria página da pesquisa de Jurisprudência).

b) Após copiar as ementas das jurisprudências selecionadas com os dados supracitados, deve-se
analisá-las, enaltecendo a relação entre o Princípio escolhido e o que fora decidido pelo Tribunal
(máximo de 10 linhas para comentário por cada ementa de jurisprudência).

c) A pesquisa deve ser direcionada para o site do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e do
Superior Tribunal de Justiça, conforme endereços eletrônicos abaixo:
https://www.tjgo.jus.br/jurisprudencia/juris.php
https://scon.stj.jus.br/SCON/

2. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

2.1 – Princípio do In dubio pro reo

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás/TJGO

PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Gabinete do Desembargador Fábio


Cristóvão de Campos Faria APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0007150-21.2012.8.09.0152 COMARCA
DE URUAÇU 1º APELANTE: ROGÉRIO CUNHA PIRES 2º APELANTE: TYRONE
ALCÂNTARA DA SILVA APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
RELATOR: Desembargador FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA EMENTA: DUPLA
APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO PELO CONCURSO DE PESSOAS E
USO DE ARMA DE FOGO. NULIDADE POR AUSÊNCIA DE EXAME DE CORPO DE
DELITO. INOCORRÊNCIA. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA NÃO JUNTADA AOS AUTOS. CERCEAMENTO DE DEFESA.
INOCORRÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE PROVA JURISDICIONALIZADA 1.
Inexiste nulidade pela não realização de exame de corpo de delito, se suprido pela prova oral,
mormente quando não fica demonstrado que a não realização da perícia tenha causado prejuízo aos
acusados. 2. A interceptação telefônica é medida cautelar sigilosa à qual a defesa dos acusados só
poderá ter aceso após a juntada dos relatórios da transcrição das conversas interceptadas, não
havendo violação ao Princípio da Ampla Defesa, sob pena de a medida restar inócua, de modo que,
se a defesa teve acesso aos laudos da perícia do laudo de transcrição das conversas, inexiste
nulidade. 3. Os acusados merecem absolvição em respeito ao in dubio pro reo, vez que a prova
jurisdicionalizada não foi suficiente para demonstrar que foram os autores do roubo investigado,
vez que sua alegada participação ressai tão somente da versão apresentada por uma das vítimas,
que, inicialmente, nada disse sobre a participação dos ora apelantes e que não encontra qualquer
arrimo nas demais provas. APELO CONHECIDO E PROVIDO.
(TJGO, PROCESSO CRIMINAL -> Recursos -> Apelação Criminal 0007150-21.2012.8.09.0152,
Rel. Des(a). DESEMBARGADOR FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA, 1ª Câmara
Criminal, julgado em 18/09/2022, DJede 18/09/2022).

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2.2 – Princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas

Superior Tribunal de Justiça/STJ

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. FLAGRANTE. DOMICÍLIO COMO


EXPRESSÃO DO DIREITO À INTIMIDADE. ASILO INVIOLÁVEL. EXCEÇÕES
CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. AUSÊNCIA DE FUNDADAS
RAZÕES. NULIDADE DAS PROVAS OBTIDAS. TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE
ENVENENADA. PROVA NULA. ABSOLVIÇÃO. ORDEM CONCEDIDA.

1. O art. 5º, XI, da Constituição Federal consagrou o direito fundamental à inviolabilidade do


domicílio, ao dispor que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial.

2. O Supremo Tribunal Federal definiu, em repercussão geral (Tema 280), que o ingresso forçado
em domicílio sem mandado judicial apenas se revela legítimo a qualquer hora do dia, inclusive
durante o período noturno quando amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas
circunstâncias do caso concreto, que indiquem estar ocorrendo, no interior da casa, situação de
flagrante delito (RE n. 603.616/RO, Rel. Ministro Gilmar Mendes, DJe 8/10/2010). No mesmo
sentido, neste STJ: REsp n. 1.574.681/RS.

3. No referido julgamento, o Ministro Gilmar Mendes salientou, como diretriz interpretativa, a


necessidade de o testemunho do policial ser submetido a criteriosa análise quando usado como
fundamento para legitimar a busca domiciliar: É amplo o leque de elementos que podem ser
utilizados para satisfazer o requisito. O policial pode invocar o próprio testemunho para justificar a
medida. Claro que o ingresso forçado baseado em fatos presenciados pelo próprio policial que
realiza a busca coloca o agente público em uma posição de grande poder e, por isso mesmo, deve
merecer especial escrutínio.

4. Conquanto a visualização de drogas, antes de adentrar o imóvel, possa, ao menos em tese,


autorizar a busca domiciliar em virtude da constatação prévia de situação de flagrante que
excepciona a garantia fundamental, o caso dos autos traz contornos fáticos que infirmam a
credibilidade da narrativa policial.

5. Com efeito, embora os policiais hajam afirmado que, antes do ingresso, viram o réu dispensar
uma porção de crack no quintal da residência e que apreenderam a referida porção, tal assertiva é
frontalmente contrastada pela fotografia de fl. 53, pelo boletim de ocorrência, pelo auto de
apreensão e pelo laudo pericial, nos quais consta apenas a apreensão das seis porções de crack
encontradas no guarda-roupas do réu, além da maconha encontrada no congelador.

6. Como decorrência da proibição das provas ilícitas por derivação (art. 5º, LVI, da Constituição da
República), é nula a prova derivada de conduta ilícita no caso, a apreensão de drogas, pois evidente
o nexo causal entre uma e outra conduta, ou seja, entre a invasão de domicílio (permeada de
ilicitude) e a apreensão das referidas substâncias.

7. Ordem concedida para, considerando que não houve fundadas razões, tampouco comprovação de
consentimento válido para o ingresso no domicílio do paciente, reconhecer a ilicitude das provas
por tal meio obtidas, bem como de todas as que delas decorreram, e, consequentemente, absolvê-lo
em relação à prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, com fulcro no art.
386, II, do CPP.

(HC n. 711.038/SP - 2021/0390641-0, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado
em 9/8/2022, DJe de 18/8/2022.)

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O princípio in dubio pro reo significa dizer, quando o juiz tiver qualquer dúvida razoável quanto à
culpa imputada ao réu, à decisão deverá ser em favor do réu. Uma vez que a garantia da liberdade
do agente deve prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado.

O Desembargador Fábio Cristóvão deu provimento à apelação criminal 0007150-21.2012.8.09.0152


para absolver os réus aplicando o princípio in dubio pro reo, pela insuficiência de provas cabais da
autoria do crime de roubo, onde as únicas provas colhidas foram os depoimentos das vitimas e
vizinho ainda durante a fase do inquérito policial, provas estas, que não foram confirmadas em juízo
durante a ação penal, pairando assim, dúvida razoável quanto à autoria material do crime. O artigo
155 do CPP veda a condenação com base, tão somente em elementos colhidos na fase pré-
processual, não confirmados em juízo.

Conforme preceitua o art. 5º, LVI da CF/88 e o art. 157 do CPP, são inadmissíveis no processo, as
provas obtidas por meios ilícitos que violam as normas constitucionais ou legais, devendo ser
desentranhadas do processo.

O Ministro Rogerio Schietti, no Habeas Corpus nº 711038/SP (2021/0390641-0) absolveu o réu


pelo crime de tráfico de drogas, apoiado no princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas, pois,
durante a ação penal, verificou-se que os policiais não tinham mandado judicial, tampouco
comprovação de consentimento válido para o ingresso na residência do réu, sendo reconhecido
assim a total ilicitude das provas colhidas no local. Foram consideradas inadmissíveis as provas
derivadas da conduta ilícita dos policiais, pois a invasão de domicílio permeada de ilicitude
prejudicou todas as prova colhidas no local (apreensão de substâncias entorpecentes).

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