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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIARAGUAIA

DIREITO BACHARELADO

ALESSANDRO CÉSAR RODRIGUES MENDONÇA

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

GOIÂNIA – GO
SETEMBRO - 2022
ALESSANDRO CÉSAR RODRIGUES MENDONÇA
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


UniAraguaia referente obtenção de nota da atividade
02, da N1, da disciplina de Direito Civil III do 5º
Período Noturno – Unidade Bueno.

Professor - Me. Vilmar Martins Moura Guarany.

GOIÂNIA – GO
SETEMBRO – 2022

CONCEITUAÇÃO E NASCIMENTO DOS CONTRATOS


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Segundo conceituação por Gonçalves (2019, p. 88), contrato é um acordo de vontades
que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Constitui o mais expressivo modelo de
negócio jurídico bilateral.

Para Gagliano e Pamplona Filho (2022, p. 672), o nascimento de um contrato segue


um verdadeiro iter ou processo de formação, cujo início é caracterizado pelas negociações ou
tratativas preliminares, denominada fase de pontuação, até que as partes chegam a uma
proposta definitiva, seguida da imprescindível aceitação.

Assim, podemos definir que contrato é um acordo de vontades que tem a finalidade de
criar, modificar ou extingues direitos, e sua formação pressupõe a ocorrência de duas
manifestações de vontade: a proposta e a aceitação.

A MANIFESTAÇÃO DA VONTADE

A manifestação da vontade pode ser expressa ou tácita. Poderá ser tácita quando a lei
não exigir que seja expressa. Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou
mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como
requisito de validade da avença. Não havendo na lei tal exigência, vale a manifestação tácita,
que se infere da conduta do agente (GONÇALVES, 2019, p. 88 e 89).

FASE DE PUNTUAÇÃO (NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES)

A fase de puntuação consiste no período de negociações preliminares, anterior à


formação do contrato. É neste momento prévio que as partes discutem, ponderam, refletem,
fazem cálculos, estudos, redigem a minuta do contrato, enfim, contemporizam interesses
antagônicos, para que possam chegar a uma proposta final e definitiva (GAGLIANO E
PAMPLONA FILHO, 2022, p. 673).

Assim a fase de puntação caracteriza-se pela sondagem de informações e condições


necessárias para a equalização dos interesses dos contratantes, em regra, não vinculando as
partes se não houver consentimento.

PROPOSTA DE CONTRATAR

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A proposta é um negócio jurídico unilateral que cria para o proponente a obrigação de
cumpri-la, ou seja, tem força vinculante. Devendo a proposta ser precisa e completa.

Para Gagliano e Pamplona Filho (2022, p. 676), proposta de contratar trata-se de uma
declaração receptícia (aceitação automática) de vontade que, para valer e ter força vinculante
deverá ser séria e concreta, ainda que verbal. Meras conjecturas ou declarações jocosas não
traduzem proposta juridicamente válida e exigível.

Pode-se dizer, então, que proposta, oferta, policitação ou oblação “é uma declaração
receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar um
contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a
outra parte aceitar” (GONÇALVES, 2019, p. 92).

A ACEITAÇÃO

Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É manifestação de vontade


imprescindível para que se repute concluído o contrato, pois, somente quando o oblato (a
pessoa a quem é direcionada a proposta) se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à
do proponente, a oferta se transforma em contrato. A aceitação consiste, portanto, “na
formulação da vontade concordante da pessoa a quem é direcionada a proposta, feita dentro
do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida (GONÇALVES, 2019, p. 99)”.

Para produzir o efeito de aperfeiçoar o contrato a aceitação deve ser pura e simples. Se
apresentada “fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova
proposta” (BRASIL, art. 431/CC).

Assim a aceitação é o ato pelo qual a pessoa que é direcionada a proposta concorda
com os termos da proposta, implicando na formação do contrato.

Sua aceitação pode ser expressa que é quando pessoa que é direcionada a proposta
manifesta diretamente seu consentimento, ou tácita que é quando sua omissão possa ser
interpretada como anuência ou intenção inequívoca de aceitar a proposta.

Ressalta-se que a aceitação fora do prazo, com adições, restrições implicará em uma
nova proposta.

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MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO

É o momento em que o contrato se torna perfeito acabado, obrigando às partes a


execução das cláusulas pactuadas.

O art. 434 do Código Civil acolheu expressamente a teoria da expedição, ao afirmar


que os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida.
Entretanto, estabeleceu três exceções: a) no caso de haver retratação do aceitante; b) se o
proponente se houver comprometido a esperar resposta; e c) se ela não chegar no prazo
convencionado. Ora, se sempre é permitida a retratação antes de a resposta chegar às mãos do
proponente, e se, ainda, não se reputa concluído o contrato na hipótese de a resposta não
chegar no prazo convencionado, na realidade o referido diploma filiou-se à teoria da recepção,
e não à da expedição (GONÇALVES apud GAGLIANO e Pamplona Filho, 2022, p. 686).

LUGAR DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO

Dispõe o art. 435 do Código Civil: “Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que
foi proposto”.

Denota-se que o legislador preferiu a uniformização de critérios, levando em conta o


local em que o impulso inicial teve origem. Ressalve-se que, dentro da autonomia da
vontade, podem as partes eleger o foro competente (foro de eleição) e a lei aplicável à
espécie (GONÇALVES, 2019, p. 104 e 105 – grifo nosso).

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS PELA INTERNET

Contrato eletrônico é aquele celebrado por meio de programas de computador ou


aparelhos com tais programas. Dispensa assinatura ou exige assinatura codificada ou senha. A
segurança de tais contratos vem sendo desenvolvida por processos de codificação secreta,
chamados de criptologia ou encriptação. Tal método vem sendo aperfeiçoado, porque foi
verificado que certos técnicos, mal-intencionados, chamados em inglês hackers ou crackers,
conseguem descobrir as senhas e penetrar nas contas ou operações secretas, inclusive
transferindo dinheiro de contas bancárias (SEMY GLANZ apud GONÇALVES, 2019, p.
105).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.

GAGLIANO, Pablo Stolze. Rodolfo Pamplona Filho. Manual de Direito Civil: Volume Único
– 6ª ed. versão digital - São Paulo: SaraivaJur, 2022. 2.809 p.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, Volume 3, Contratos e Atos


Unilaterais – 16ª ed. versão digital - São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 993 p.

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