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O TEXTO

DO NOVO
TESTAMENTO
Curso de Introdução
à Crítica Textual

Instituto Schaeffer de Teologia e Cultura

03
Marcelo Berti
Aula 3
Materiais da
Crítica Textual
Esboço da Aula

Definição: Quais são os materiais da Crítica Textual?


1. Introdução aos Manuscritos?
2. Classificação dos Manuscritos?
3. Datação dos Manuscritos?
4. Descrição dos Manuscritos?
5. Introdução ao Aparato Crítico da UBS5.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


Aula 3
Materiais da Crítica Textual

“Antes do século XV, quando Johannes Gutenberg inventou os tipos móveis para a imprensa,
todas as cópias de qualquer obra de literatura eram feitas à mão (daí o nome “manuscrito”). Nos
séculos anteriores à produção múltipla simultânea de cópias via ditado (em que muitos escri-
bas em um scriptorium transcreveram um texto ditado a eles por um leitor), todas as cópias ma-
nuscritas foram feitas individualmente, cada escriba produzindo uma cópia de um exemplar.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 387.

“A crítica textual do Novo Testamento desfruta de uma vergonhosa riquezas no que diz res-
peito às fontes de informação sobre o texto do Novo Testamento. Ao contrário de muitos
textos clássicos ou patrísticos, que foram preservados em apenas algumas cópias tardias
ou, em casos extremos, apenas uma única cópia, agora destruída, existem hoje milhares de
cópias do Novo Testamento em várias línguas antigas. Além disso, quase todo o Novo Testa-
mento grego pode ser reconstruído com base em citações de escritores antigos.”

Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting
the New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman
Publishers, 2001), 48.

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I. Introdução aos Manuscritos

1.

ἡ μεν χειρ ἡ γραψασα σήπεται τάφῳ


hē men cheir hē grapsasa sēpetai taphō
A mão que escreveu [isso] apodrece em uma tumba

γραφή δε μένει εἰς χρόνους πληρεστάτους


graphē de menei eis chronous plērestatous
Mas o escrito permanece até a plenitude dos tempos

2.

a.

“Desde os tempos mais antigos, os gregos escrevem em pergaminho e papiro com jun-
co, e eventualmente com um pequeno pincel. Quando o talo do junco era própria e com-
pletamente desidratado, uma das pontas era afiada e dividida em duas partes iguais.
Nós ouvimos pela primeira vez a respeito de caneta de pena por volta do quinto/sexto
século, mas ser sem dúvidas usado antes disso”.

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 18.

b.

“Normalmente, um carbono negro (carvão) misturado com goma ou óleo para uso em
pergaminho ou misturado com uma substância metálica para papiro (cf. 2 João 12).
Era guardado em um tinteiro como uma substância seca na qual o escriba mergulharia
ou esfregaria sua caneta umedecida. Pode ser apagado lavando-se (Números 5:23) ou
com um canivete. Esta faca também era usada para afiar canetas e aparar ou cortar
pergaminhos (Jer. 36:23).”.

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 3851.

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c.

“Além da caneta e da tinta, outros importantes melhorias foram usadas por escribas an-
tigos e medievais, incluindo uma régua (κανών) e um stylus (γραφίς) e um pequeno dis-
co (κuκλομόλιβδος) para se desenhar linhas no pergaminho. O compasso (διαβήτης,
κακρίνοι) para manter as linhas equidistantes uma da outra. Uma esponja (στόνγγος) para
apagar erros e para limpar a ponta da caneta. Um pedaço e pedra pomes (κίσηρις) para su-
avizar a ponta da caneta, bem como a superfície do papiro. Uma caneta afiada (γλύφανος
ou σμίλη) e um porta-tinta (μελανοδόκον οu μελανοδοχειον) para segurar a tinta”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 17.

3.

“Na antiguidade, dois estilos de escrita eram usados para se escrever em grego eram nor-
malmente usados: formal e informal. Ambos existiram lado a lado. A mão formal é con-
servadora, mas a informal pode mudar rapidamente, como formas que tendem a invadir a
formal. O estilo informal poderia ser escrita rapidamente, e era empregada para escritos não
literários, documentos do dia a dia, cujas letras, contos, recibos, petições, obras e coisas do
tipo. Contrações e abreviações de palavras frequentemente usadas (como o artigo definido
e algumas palavras) eram comuns. Obras literárias, por outro lado, eram escritos com um
estilo mais formal, que era caracterizado pelo uso de letras cuidadosamente executadas,
cada uma separada da outra, como se escrevesse com letras maiúsculas.”

Bart Ehrman and Bruce Manning Metzger. The Text of the New Testament: Its Transmission
Corruption and Restoration. 4th Edition. (New Yourk, NY: Oxford, 2005), 17.

4.

“No que se refere à caligrafia, até o século IX os manuscritos gregos do NT (papiro e per-
gaminho) eram escritos exclusivamente em escrita uncial (usando letras maiúsculas não
conectadas de tamanho grande), e os unciais continuaram a ser empregados no século
seguinte. Escrita minúscula (usando letras minúsculas, cursivas ou “corridas” —conectadas)
começa a ser usada a partir do século IX. O minúsculo neotestamentário mais antigo con-

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tendo essa caligrafia (ms 461) foi produzido em 835 dC. A escrita minúscula, como seu
nome indica, era menor, exigindo menos espaço, e seu estilo conectado permitia uma escri-
ta mais rápida. Minúsculos, portanto, eram mais fáceis e rápidos de produzir e menos caros
do que os unciais, e o legado dos materiais textuais do NT é provavelmente maior do que
teria sido, caso a mão uncial tivesse persistido. Cerca de 12% dos manuscritos do NT estão
em escrita uncial (cerca de 650) e 88% em minúscula (cerca de 4.650). Manuscritos unciais
do NT são encontrados em papiro e pergaminho, minúsculos em pergaminho e papel.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 418.

5.

a.

“De acordo com o procedimento de alguém, um indivíduo encomendaria um material


escrito e faria uma nova cópia, palavra por palavra, ou letra por letra, a partir de um
exemplo da obra literária desejada. A qualidade da nova cópia, evidentemente, era de-
pendente do grau de familiaridade do escriba com a língua e conteúdo do manuscrito
sendo traduzido, bem como do cuidado exercido na realização da obra. Nos anos mais
primitivos da Igreja Cristã, marcado pela rápida expansão e o consequente aumento da
demanda por cópias das escrituras feitas por indivíduos e comunidades, a velocidade
de multiplicação de cópias, até mesmo por escribas não profissionais, tomou o lugar da
assertividade de detalhes.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 21.

b.

“Nesse cenário “um leitor (αναγώστης - anagostes) leria o texto em voz alta, de vagar e
de modo distinto, a partir do exemplar [a ser copiado] enquanto vários escribas sentados
à sua volta, escreveriam produzindo simultaneamente tantas novas cópias quanto es-
cribas trabalhando. Apesar de multiplicar a produtividade, a prática do ditado multiplica
os tipos de erros que podem entrar no texto. Uma fonte particular de problema advinha
da circunstancia de que certas vogais passaram a ser pronunciadas do mesmo modo.
Por outro lado, muitos erros de transcrição poderiam ser percebidos pelo διορθωτής

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(corretor) do scriptorium, que verificava a assertividade do trabalho terminado de cada
um dos escribas. O trabalho dos corretores e um manuscrito é usualmente revelado por
caligrafia diferente, tinta diferente e a alocação secundária do seu trabalho em relação
ao trabalho principal. A exclusão de texto poderia ser indicada pela aplicação de paren-
tesis em uma passagem; por cancelar uma letra ou letras por meio de um traço através
delas; por colocar um ponto sobre o texto, ou abaixo dele, ou ao lado; ou por combinar
um desses métodos”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 21-22.

6.

a.

“Um rolo de papiro, pergaminho ou couro usado para escrever um documento ou obra
literária. O rolo de papiro do Egito pode ser identificado desde 2500 aC. Uma das pro-
duções literárias mais famosas do antigo Egito é o Livro dos Mortos. Os judeus usaram
rolos de couro para escrever os livros do Antigo Testamento. A maioria dos rolos desco-
bertos na área do Mar Morto foi escrita em couro, embora alguns tenham sido escritos
em papiro. Os cristãos da primeira geração liam o Antigo Testamento em rolos. Jesus
leu “um rolo” (Lucas 4:17), e Paulo pode ter usado “rolos” para ler o Velho Testamento
(ver 2 Timóteo 2:13). É possível que os primeiros cristãos usassem rolos ao produzir os
livros do Novo Testamento. Alguns manuscritos antigos do Novo Testamento foram es-
critos em rolos (P13 P18 P98), mas todos esses papiros foram escritos no verso de ou-
tros escritos existentes. Portanto, nenhuma dessas obras foi composta originalmente
no formato de rolo. Até onde sabemos, os cristãos do primeiro século e os posteriores
usaram predominantemente o códice”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 390.

b.

“Todos os outros manuscritos do Novo Testamento foram escritos em códices. Pelo


que sabemos, os cristãos do final do primeiro século e os posteriores usaram o códice.
É muito provável que os cristãos tenham abandonado o rolo em favor do códice para

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fazer uma distinção entre seus escritos sagrados e os dos judeus. Essa prática (que
começou em Roma ou em Antioquia) foi uma ruptura com o judaísmo e mostra uma
espécie de uniformidade na formação e disseminação do texto inicial. A forma de livro
do códice permitia aos cristãos colocar vários livros juntos em um único volume, o que
era uma impossibilidade com o rolo.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 27.

c.

“Como o lado peludo do pergaminho era um pouco mais amarelado que o lado da carne,
escribas motivados por estética organizariam cuidadosamente as folhas de pergami-
nho de um modo que, onde quer que se abrisse o códice, o lado da carne de um lado
estaria frente a frente com o lado da carne da outra folha, e o mesmo aconteceria com o
lado com pelo. Do mesmo modo, na produção de um códice de papiro, escribas tendiam
a organizar as folhas de papiro de tal modo que a direção das fibras das duas páginas
frente a frente seriam ou horizontais ou verticais.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 15.

7.

“Manuscritos de papiro, em forma de códice, foram usados pelos cristãos desde os pri-
meiros tempos até o século VIII. Eles constituem apenas 3% dos manuscritos de texto
contínuo do NT e menos de 2% de todos os manuscritos do NT, embora, é claro, muito me-
nos do que na quantidade de texto grego existente do NT, já que a maioria dos papiros são
altamente fragmentários. Qualitativamente, entretanto, eles gozam de uma importância
inversamente proporcional à pequena quantidade de texto que preservam atualmente.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.

“A civilização, ou pelo menos a história da humanidade depende do uso de papiros”

Pliny the Elder, The Natural History, ed. John Bostock (Medford, MA: Taylor and Francis, Red Lion
Court, Fleet Street, 1855), 3185.

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8.

a.

“Ao contrário da opinião popular de longa data, o papiro não era particularmente frágil,
com durabilidade muito inferior ao pergaminho. O papiro torna-se quebradiço e sujeito
à desintegração instantânea, no entanto, quando é repetidamente umedecido e secado.
Ele sobrevive, portanto, apenas quando protegido da umidade em edifícios, cavernas,
jarros ou mesmo no solo das áreas praticamente livres de chuva do Egito, Palestina e
Mesopotâmia, desde que o papiro não esteja nem muito perto da superfície nem tão
profundamente enterrado como a ser afetado por um lençol freático crescente”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.

b.

“Também se presume que o papiro era caro, mas o fato de que grandes quantidades fo-
ram usadas, muitas vezes com margens largas e grandes espaços não escritos, e que a
reutilização (embora bastante viável) era rara, indica que às vezes, pelo menos, o papiro
como um o material de escrita era bastante barato”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.

9.

“Pergaminhos eram feitos de couro de ovelhas, bezerros, cabras, antílopes e outros ani-
mais. Quanto mais jovem o animal, melhor era a qualidade do couro. Velino era a melhor
qualidade de um pergaminho extrafino, e eventualmente extraído de animais ainda não
nascidos. Velino era preparado para volumes de luxo, talvez para a apresentação de
cópias para realiza, e seriam pintados de roxo e escritos com tinta de ouro ou prata.
Depois que os pelos fossem removidos por meio de sua raspagem, o couro era lavado,
suavizado com pedra pome e embebidos em cal. Antes de ser usado para escrita, linhas
horizontais bem como margens verticais eram marcadas pela pontuação da face com
um instrumento afiado e desenhado com o auxílio de uma régua. Em muitos casos

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essas linhas guias podem ainda ser percebidas, bem como os o pontos originalmente
feitos pelos escribas para o orientar na marcação do pergaminho. Diferentes escolas
de escribas empregam diferentes procedimentos nele para o marcar, e ocasionalmente
é possível para o acadêmico contemporâneo identificar o lugar de origem de um ma-
nuscrito por comparar os padrões de marcação com outros manuscritos cujo local de
origem é conhecido.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 14-15.

10.

“O papel, feito de madeira, trapos e certas gramíneas, começou a substituir o perga-


minho e o pergaminho já no século X DC no mundo ocidental, embora tenha sido usa-
do consideravelmente antes na China e no Japão. No século XV, manuscritos de papel
eram comuns”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 388.

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II. Classificação dos Manuscritos

1.

“No caso do NT, no entanto, os milhares de manuscritos e as centenas de milhares de leitu-


ras apresentam um verdadeiro vergonhosa riquezas, e os críticos textuais do NT raramente
empregaram emendas, preferindo assumir que a leitura original em praticamente todos os
casos é em algum lugar presente neste vasto estoque de material.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 415.

“A crítica textual do Novo Testamento desfruta de vergonhosa riqueza no que diz respeito
às fontes de informação sobre o texto do Novo Testamento. Ao contrário de muitos textos
clássicos ou patrísticos, que foram preservados em apenas algumas cópias tardias ou, em
casos extremos, apenas uma única cópia, agora destruída, existem hoje milhares de cópias
do Novo Testamento em várias línguas antigas.”

Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting
the New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman
Publishers, 2001), 48.

“A riqueza de material disponível para se determinar a leitura original do Novo Testamento é


assustadora (…) Ela é de fato uma vergonhosa riqueza.”

Daniel Wallace, “An Embarrassment of Riches” in J. Ed. Kosmoszewski, M. James Sawyer,


Daniel Wallace, Reinventing Jesus: How Contemporary Skeptics miss the Real Jesus and Mislead
Popular Culture (Grand Rapids: MI, Kregel, 2006), 82.

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2.

“Para facilitar a referência, os estudiosos agruparam essas fontes em três grupos: manus-
critos gregos, versões antigas e citações patrísticas.”

Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting the
New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers,
2001), 48.

3.

“Os manuscritos gregos do NT, agora com mais de 5.300, costumam ser caracterizados de
três maneiras diferentes: pelo material sobre o qual foram escritos (papiro, pergaminho ou
papel); por seu tipo de caligrafia (letra uncial ou minúscula); e pela função do documento
que contém o texto (ms de texto contínuo, lecionário ou citação patrística). A forma tradicio-
nal de listá-los, no entanto, atravessa essas categorias (utilizando uma ou duas de cada!) E
segue o esquema de papiros, unciais, minúsculos, lecionários e citações patrísticas”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.

4.

“À medida que o cristianismo se espalhou pelo mundo antigo, o Novo Testamento foi tradu-
zido para outras línguas, começando com o latim, siríaco e copta. Essas traduções testemu-
nham o texto grego antigo que serviu como seu texto fonte.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 141–142.

5.

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III. Datação dos Manuscritos

“A maioria dos alunos é simplesmente informada de que tal ou qual manuscrito é da-
tado no “terceiro século” ou “segundo século”, sem que seja dito como isso aconteceu.
Os alunos precisam entender como um manuscrito é datado, então eles serão capazes
de apreciar a contribuição dos paleógrafos e papirologistas para o campo dos estudos
textuais do Novo Testamento.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 103.

1.

“Em alguns manuscritos nós encontramos um pequeno colofão no qual o escriba men-
ciona a data de quando o trabalho de cópia terminou.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 49.

a. (949dC.)
“O único manuscrito uncial grego do NT que tem uma data precisa, designada em um
colofão no fólio 234 verso no qual está escrito: ‘Miguel, monge e pecador, que terminou
esse trabalho no mês de Março, no quinto dia, na sexta hora, no ano 6.457 anno mundi
[ou 949 dC], a sétima indicação.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 110.

b. (1143 dC.)
Trata-se de um manuscrito provavelmente proveniente do Mosteiro de Bachkovo perto
de Stanimak na região de Assenovgard na Bulgária. Atualmente encontra-se na Biblio-
teca Nacional de Atenas sob o número 123. No fólio 189 recto desse manuscrito, lê-se:
“Mês de Fevereiro, no dia 21, na oitava indicação, ano 6.653 [ 1145 dC]. No fólio 199 lê-se
novamente: “O inútil sacerdote Manuel, o humilde. O Fim do Evangelho, fim do ano.”

CSNTM, Informational Document, p.2. ver: http://images.csntm.org/Manuscripts/GA_1415/


GA_1415_prepdoc.pdf

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c. (1089 dC.)
“A mão que escreveu [isto] está apodrecendo na sepultura, mas as letras permanecem
até a plenitude dos tempos. Concluída com [a ajuda] de Deus, 23 de fevereiro, sexta-
feira, segunda hora, durante a décima primeira indicação, no ano de 1089, pela mão de
André, escriba e calígrafo. E se acontecer de algum erro de omissão [permanecer] - isto,
pelo amor de Cristo, me perdoe”
CSNTM, Informational Document, p.2. ver: http://images.csntm.org/Manuscripts/GA_
Lect_402/GA_Lect_402_prepdoc.pdf

d. (306 dC.)
“O conteúdo do manuscrito pode também providenciar o terminus post quem [data limite].
Turner mentions that PBodm. XX, um manuscrito de uma obra descrevendo o martírio de um
bispo chamado Filéias, ‘que fora datado do modo plausível com base na paleografia como
pertencendo ao terceiro século, não pode ser anterior a 306dC, o ano em que esse bispo heróia
enfrentou seu perseguidor”

Elijah Hixon, “Dating Myths: Part One: How we Determine the Ages of Manuscripts” in Elijah
Hixon and Peter Gurry, Myths and Mistakes in New Testament Textual Criticism (Downers Grove,
IL:InterVarsity, 2019), 94.

e. (180 dC.)
“Obviamente, uma cópia de um livro não pode ter sido feita antes do autor terminar de escrevê-
la. O P.Oxy 3.405 originalmente não foi identificado e datado ‘não depois da primeira metade do
terceiro século, e pode ser tão antigo como o fim do segundo.’ Posteriormente, foi identificado
como um fragmento de Adversus Haereses 3.9 de Irineu. Ainda que tenha sido consideranda
como produzida entre 150-250 dC., a cópia não poderia ter sido fenta antes que Irineu a tivesse
terminando, por volta de 180 dC.”

Elijah Hixon, “Dating Myths: Part One: How we Determine the Ages of Manuscripts” in Elijah
Hixon and Peter Gurry, Myths and Mistakes in New Testament Textual Criticism (Downers Grove,
IL:InterVarsity, 2019), 94.

2.

“O primeiro meio usado para datar o manuscrito é examinar as evidências arqueológicas.


Fatores externos e circunstanciais podem ajudar os estudiosos a dar manuscritos. Por
exemplo, o limite em que a (última data possível) para os manuscritos de Herculano é
79 dC, a data da erupção do Monte Vesúvio, e os Manuscritos do Mar Morto é 70 dC, a

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data em que as cavernas de Qumran foram abandonadas (…) O manuscrito em papiro
do Novo Testamento P4 + P64 + P67 não pode ser datado depois de 200 porque foi
colocado em tiras (talvez como encadernação) para um códice do terceiro século de
Filo. Deve-se esperar algum tempo para que um bloco bem escrito tenha sido usado a
ponto de ser rasgado e usado como encadernação. O manuscrito 0212 de harmonia
do Evangelho não pode ser datado depois de 256 dC e é provável que seja datado de
ca. 230 porque o manuscrito foi descoberto no preenchimento de um dique erguido em
256 DC. Uma casa cristã (existindo de 222 a 235), próxima ao local da descoberta foi
destruída quando o dique foi construído.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 104-5.

a. (79dC.)
Coleção de ~1.800 manuscritos em grego e latim e contém importantes obras clássi-
cas, que possivelmente pertenciam a Fiodemo de Gádaros. Descobertos na cidade de
Herculano no século 18 foram carbonizados em função da erupção do Monte Vesúvio
em 79 dC.”

b. (1143 dC.)
“O manuscrito estava anexado a um contrato datado em 316 AD, com outros documen-
tos do mesmo período””

Philip W. Comfort, A Commentary on the Manuscripts and Text of the New Testament. (Grand
Rapids, MI: Kregel, 2015), 49.

3.

“O principal meio de datar um manuscrito do Novo Testamento, como um texto literário


sem data, é fazer uma análise comparativa com a caligrafia de outros textos documentais
datados. O segundo método consiste em fazer uma análise comparativa com manuscri-
tos literários com data a partir da associação a um texto documental na frente ou verso.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 106.

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a.
“Manuscritos bíblicos são manuscritos literários. Datas foram raramente escritas em
manuscritos literários. Por comparação, os textos documentais (ou seja, manuscritos
com informações documentais) muitas vezes fornecem datas exatas, se não explicita-
mente, pelo menos implicitamente por algo escrito no documento. Estes documentos
fornecem os únicos meios para datar manuscritos paleográficos.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography


& Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 105.

b.
“Uma vez que a maioria dos manuscritos não tem informações cronológicas, a sua data
aproximada deve ser determinada na base de considerações de estilo de escrita. Agora, a
evolução da escrita é um processo gradual e uma forma abre espaço para outra de modo
quase imperceptível. Um considerável lapso de tempo é geralmente requerido para se
produzir mudanças significativas na forma das letras e na aparência geral do manuscrito.”

Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 49.

4.

“O processo de datação de um manuscrito frequentemente envolve a combinação de mé-


todos e fontes, e ainda assim, a designação de datas deve ser recebidas com critério.”

Elijah Hixson, “Dating Myths, Part One” in Elijah Hixon and Peter J. Gurry, Myths and Mistakes
in New Testament Textual Criticism (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2019), 101.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


IV. Apresentação dos Manuscritos

“Conhecimento dos documentos deve preceder o julgamento final das leituras.”

Brooke Foss Westcott and Fenton John Anthony Hort, The New Testament in the Original Greek, 2:
Introduction [and] Appendix (2d ed.; London: Macmillan, 1896), Introduction, 31.

“Sem o estudo dos manuscritos como entidades físicas, a crítica textual pode se tornar uma
disciplina sem relação com a realidade, lidando com variantes desassociada ao contexto his-
tórico e da tradição manuscrita.”

DC. Parker, “The Majuscle Manuscripts of the New Testament”, in Bart Ehrman and MIchael Holmes,
The Text of the New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis (1d ed.;
Grand Rapids: MI: Eerdmanns, 1995), 37.

A. PAPIROS

“De modo geral, os manuscritos em papiro estão entre as testemunhas mais importan-
tes para reconstruir o texto original do Novo Testamento. Não é o material em que estão
escritos (papiro) que os torna tão valiosos, mas a data em que foram escritos. Vários
dos papiros mais importantes datam do segundo século ao início do terceiro. Esses
manuscritos, portanto, fornecem as mais antigas testemunhas diretas do autógrafo.”

Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography &
Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 56–57.

1.

a.
No que se refere aos manuscritos dos escritos do NT, existem boas e más notícias. A má
notícia bem conhecida é que os manuscritos existentes que podem ser plausivelmente
datados do segundo século são lamentavelmente poucos em número, e nenhum deles

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nos dá um texto completo de qualquer escrito do NT. Na verdade, o manuscrito existente
do segundo século as evidências consistem principalmente em algumas folhas incomple-
tas, embora derivem coletivamente de vários manuscritos. Mesmo se aceitarmos o argu-
mento de Skeat de que P64, P67 e P4 representam o mesmo manuscrito de vários Evan-
gelhos do final do século II, a quantidade de texto preservada no corpo total do material
manuscrito do segundo século ainda é frustrantemente pequena. Os manuscritos mais
antigos que nos dão uma porção substancial do texto paleograficamente são datados do
início do século III ou por aí. P45 (Evangelhos e Atos) e P46 (Epístolas Paulinas) datam de
ca. 200-250 dC, os códices do Evangelho P66 e P75 de ca. 200 CE e P47 (Apocalipse) ca.
250-300 EC, e P72 (Judas e 1-2 Pedro), terceiro ao quarto século dC.”

Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 5.

b.
“Por outro lado, a boa notícia é que o pequena parte de testemunhas manuscritas do se-
gundo século e / ou do início do terceiro século foi enriquecida com a recente publicação
de três volumes de papiros de Oxirrinco. Os volumes 64-66 nos dão até então desconheci-
dos Materiais de papiro do NT que compreendem folhas de sete manuscritos de Marcos,
quatro de João, dois de Apocalipse e um de Lucas, Atos, Romanos, Hebreus e Tiago. As
datas desses manuscritos varia do segundo século ao quinto ou sexto as primeiras são
folhas do século 7 dC de três manuscritos de Marcos datados do segundo ou início do ter-
ceiro século, Oxy. 4405 (uma nova parte de P77, contendo Matt 23: 30-34, 35-39, segundo
/ terceiro século), Oxy. 4403 (p 103 Mateus 13: 55-56; 14: 3-5, segundo / terceiro século),
Oxy. 4404 (P104 Mateus 21: 34-37, 43, 45, final do segundo século). Antes da publica-
ção desses fragmentos, a NA27, o único manuscrito do segundo século disponível era o
famoso P52 (Ryl. 457, João 18: 31-33, 37-38), P90 (P Oxy. 3523, 18: 36-19: 1; 19: 2-7), e
(possivelmente) P98 (P.IFAO 237b, Rev. 1: 13-20). Mesmo se adicionarmos a combinação
de manuscrito recentemente postulada de P4-P64-P67 já mencionada, e concedermos a
proposta (discutível) de que o manuscrito data do final do século II, e se também adicio-
narmos papiros do NT geralmente datados de ca. 200 DC, como P66, P75, P46, ainda está
claro que os fragmentos de Oxirrinco muito recentes adicionam significativamente a um
corpo muito limitado de material manuscrito para o segundo século.”

Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 6-7.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


c.
De acordo com INTF Stats (Out 2020), atualmente existe 140 Papiros, dos quais 1520 pá-
ginas foram catalogados, 1266 páginas Indexadas (faltam 254), 1283 Transcritas (faltam
237), 1311 Imagens disponíveis (faltam 209). A NA28 lista apenas 127 desse Papiros.

2.

a.

“Como esses documentos foram criados no início da história do Cristianismo, muitos


barcos parecem ter sido copiados por escrita não profissional e, como resultado, podem
demonstrar alguma inconsistência na qualidade da cópia, com erros e alterações sendo
bastante comuns. Ao mesmo tempo, eles estão mais próximos no tempo da escrita do
NT e, portanto, extremamente valiosos para estabelecer o texto.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 127.

b.
“Existem várias indicações de que a cópia dos primeiros textos cristãos no segundo sé-
culo envolveu convenções escribais que emergiram rapidamente obtiveram influência
impressionante e, pelo menos em alguns casos e ambientes, havia uma preocupação
com uma cópia cuidadosa e precisa.”

Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 10.

c.
“Onde esses novos fragmentos preservam as palavras que conhecemos como nonima
sacra, particularmente as quatro palavras Θεός, Κύριος, Χριστός e Ιησούς, eles são
escritos de forma bastante consistente no tipo de formas abreviadas que já conhecemos
de outros manuscritos cristãos antigos. Pequenas variações na grafia precisa das
abreviações não atestam contra a conclusão de que havia uma convenção amplamente
conhecida entre os escribas cristãos de que certas palavras religiosamente ‘carregadas’
deviam ser escritas de maneira distinta. Na medida em que os manuscritos cristãos mais
antigos não foram copiados por escribas “profissional” (ou pelo menos freqüentemente

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


não exibem o tipo de caligrafia que é mais característico dos manuscritos literários
produzidos profissionalmente no mesmo período período), tais convenções difundidas
e distintas feitas pelos escribas são ainda mais notáveis. Eles indicam uma prática
emergente de escriba cristão que se espalhou ampla e rapidamente.”
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 10.

d.
“Neste manuscrito [P66] o substantivo σταυρος (‘cruz’, três instâncias) e pelo menos sete
usos de formas do verbo σταυροω (‘crucificar’) são escritos de forma abreviada, e com o tau
e rho dessas palavras escritas como um compêndio. Em cada caso, a declaração em que o
substantivo ou verbo aparece refere-se à cruz / crucificação de Jesus.”

Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 141.

e.
“A esmagadora maioria dos cristãos passou a preferir o códice, especialmente, ao que parece, por
suas escrituras herdadas (Antigo Testamento) e os escritos cristãos que viriam a ser amplamente
tratados como Escrituras. Os únicos exemplos existentes de textos cristãos escritos em rolos não
utilizados (distintos dos rolos reutilizados, opistografos) são tratados teológicos (por exemplo,
Irineu ‘Contra Heresias) e escritos que podem ter sido considerados edificantes em alguns círculos,
mas não ganhar aceitação como parte do Cânon NT emergente (Pastor de Hermas).”

Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 11.

“Como esses documentos foram escritos no início da história do Cristianismo, muitos papiros
parecem ter sido copiados por escribas não profissionais e, como resultado, podem demonstrar
alguma inconsistência na qualidade da cópia, com erros e alterações sendo bastante comuns.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 127.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


3.

a.
1. Em 1863 Constantin von Tischendorf cola o primeiro papiro (P11, sexto século) e o faz
conhecido na Europa. Antes do séc. XX, apenas meia dúzia de papiros eram conhecidos, mas
somente P11 havia sido usado em um aparato crítico;

2. Em 1890, J. Rendel Harris publica P1 (que se entende pertencer ao P11; sexto século)

3. Em 1892, Karl Wessley publica P3 (sexto, sétimo século) P4 (a princípio sexto século, pos-
teriormente terceiro);

4. RESULTADO: Quando os primeiros papiros foram publicados, nenhum deles era mais an-
tigo que os códices Sinatíco e Vaticano, que haviam dominado as edições de Tischendorf
(1869-1872) e Westcott-Hort (1881).

b.
1. Em 1897, B.O. Grenfell e A.S. Hunt descobrem o primeiro papiro em Oxirrinco; (Início do
interesse)

2. Posteriormente encontram um fragmento contendo “Ditos de Jesus” (posteriormente iden-


tificado com o Evangelho de Tomé, P.Oxy.I.1).

3. Pouco depois um códice com porções de Mateus (P.Oxy I.2) do terceiro século; Tornou-se
o mais antigo mss do NT;

4. Com o tempo, mais de 50 papiros do NT foram encontrados em Oxirrinco;

5. IMPORTÂNCIA:

I. Todos os livros do NT são representados pelos papiros de Oxyrinco, com excessão de


1 e 2 Timóteo;

II. Em termos de data, foram encontrados papiros datados entre o segundo, terceiro e
quarto século;

III. Antes de 1930, apenas 51 papiros haviam sido editados e publicados,

IV. Mas todos eram muito fragmentários: 34 sobreviveram em uma ou duas folhas, 4 tem
três folhas, 2 tem onze e um tem 21 folhas;

V. Ao todo, preservavam apenas 876 versos (11%)

c.
1. Designados P45, P46 e P47, esses papiros foram publicados entre 1933-1937 por Sir. Fre-
deric Kenyon;

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


2. Esses papiros tinham a importante combinação de texto extenso e antigo (algo ainda não visto):

I. P45: 3o. Séc; 30 fólios de um códice originalmente com 110; preserva porções de João
e Atos;

II. P46: ~200 d.C.; 86 fólios de um códice originalmente com 103; preserva porções de Rm,
Hb, 1-2Cor, Ef, Gl, Fp, Cl virtualmente completo, e porções dos 5cap de 1Ts;

III. P47: 3o. Sec.; 10 fólios de um original de 32, com Ap. 9:10-17:2;

d.
1. Repentinamente os papiros passaram a serem respeitados com uma medida até então
desconhecida;

2. Seu prestígio foi ainda mais elevado quando 4 papiros apareceram em na década de 50,
conhecidos como os Papiros de BODMER

3. Os papiros do NT Bodmer foram publicados em Geneva entre 1956-1962 na série Biblio-


tehca Bodmeriana;

I. P66: ~200 d.C., 75 páginas do evangelho de João (1-14, mais fragmentos do 15)

II. P72: 3/4o. Sec., 95 páginas, como o texto de 1-2Ped e Judas;

III. P75: 30. Sec., 50 páginas com porções de Lucas e João; a mais antiga cópia de Lucas;

e.
1. 1911-1913: Hermann von Soden cita apenas 12 papiros (de 20 conhecidos)
2. 1934: Hans Lietzmann sobre P45 e P46: “não nos ensinam nada radicalmente novo”
3. 1935: S.C.E. Legg usa apenas P45 em sua edição de Marcos (o único disponível para
Marcos)
4. 1936: 16a. Edição do NA cita 15 papiros no aparato (46 publicados)
5. 1937: Kenyon sobre P46: “confirma a integridade do texto que chegou até nós, sem va-
riantes sensacionais” e que não tem predominante autoridade por ser conhecido apenas
na região do Egito;
6. 1946: Gunther Zuntz inicia o estudo do texto das epístolas de Paulo a partir dos mais
antigos manuscritos de Paulo (p46); a ideia era avaliar o valor e a relação entre os mss;
7. 1952: 21a. Edição do NA cita 28 papiros;
8. 1956: Descoberta de Bodmer papyri (esp. P66)
9. 1963: 25a. Edição do NA 37 papiros
10. 1966: O primeiro NTG a listar todos os papiros conhecidos foi a primeira edição da UBS;

10. 1979: 26a Edição do NA passa a listar todos os papiros conhecidos;

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


“Ao fim da década de 60, então, os papiros asseguram sua posição por entrar na for-
mação da teoria do texto crítico e passaram a ser totalmente utilizados em estabelecer
o texto crítico do NT. Agora, depois de quatro ou cinco décadas durante o período que
inúmeros papiros adicionais foram publicados, todos os papiros do NT desfrutam dessa
proeminência adquirida”

Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 30.

4.

a.

“Concomitante com sua incorporação plena em nossas edições críticas, o papiro, por
um lado, ofereceu inúmeras variantes que confirmam leituras selecionadas como cons-
tituintes do texto do NT mais antigo previamente alcançável.”

Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 24.

b.
“Por outro lado, eles forneceram novas variantes que desafiam as leituras já conheci-
das. Ênfase especial é dada, e com razão, a esses primeiros manuscritos de NA, onde
se diz que são “de particular significado por causa de sua idade” e, claramente, são de
suma importância para estabelecer o texto do NT mais antigo que pode ser alcançado.”

Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 24.

c.

1. Leituras Singulares
2. Erros ortográficos
3. Processo embrionário de correção
4. Procedimento dos escribas

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


5.

a.

“O escriba original era relativamente livre em sua interação com o texto; ele produziu
várias leituras singulares que revelam sua interpretação independente do texto. Ainda
que os muitos erros do escriba possam sugerir que ele não estava atento, muitas das
leituras singulares - anteriores à correções - revelam que ele não estava tão distante da
narrativa do texto. Ao contrário, ele se tornou tão absorvido em sua leitura que ele fre-
quentemente esqueceu as exatas palavras que estava copiando.”

Philip Comfort, A Commentary on the Manuscript and Text of the New Testament (Grand
Rapids:MI, Kregel, 2015), 70.

b.
“A escrita é muito correta, e apesar de não ter pretenções caligráficas, reflete o trabalho
de um escriba competente. As abreviações são confinadas ao uso comum da nomina
sacra e são antigas em seu estilo.”

Frederic Kenyon, The Chester Beatty Biblical Papyri: Descriptions and Texts of Twelve
Manuscripts on Papyrus of the Greek Bible - Faciculus II - The Gospel and Acts (Lodon: Emery Walker
Limited, 1933), VIII-IX.

c.
“Descoberto na década de 1950, o P75 data do século III. O bloco continha originalmente
cerca de 144 folhas, mas apenas 51 sobreviveram. O manuscrito contém extensas porções
de Lucas e João, tornando-o uma das primeiras cópias desses Evangelhos. P75 parece ter
sido cuidadosa e fielmente copiado, de modo que alguns estudiosos argumentam que é
o produto de um escriba profissional. Seu texto de Lucas e João aproxima-se do texto do
Codex (B 03). O P75 fazia parte originalmente da coleção Bodmer junto com o P66, mas
foi doado à Biblioteca do Vaticano pela família Hanna em 2007.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition, vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 129-30.

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B. UNCIAIS

“A maior parte dos Unciais é menos fragmentária e contém mais conteúdo do que os
papiro, incluindo manuscritos que contêm todo o Novo Testamento ou até mesmo a
Bíblia inteira. No momento em que os Unciais estavam sendo produzidos, o Cristianis-
mo havia ganhado reconhecimento oficial, então maior é a probabilidade que um Uncial
tenha sido copiado por um escriba profissional.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 131–132.

1.

“Datando entre os séculos IV e X dC, a maioria dos Unciais é posterior à maioria dos pa-
piros, embora haja sobreposição. A maior parte dos Unciais são menos fragmentárias e
contêm mais conteúdo do que as testemunhas em papel, incluindo várias que contêm
todo o Novo Testamento ou mesmo a Bíblia inteira. Na época em que as maiúsculas esta-
vam sendo produzidas, o cristianismo havia ganhado reconhecimento oficial, então a pro-
babilidade é alta de que um manuscrito em maiúscula fosse copiado por um profissional.
Dois dos maiúsculos mais importantes são Codex Sinaiticus (01 ‫ )א‬e Codex (B 03), mas
outros também merecem atenção.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 131–132.

a.

1. 0220: Início do quarto século;


Contém Rom 4:23-5:3; 8-13;
Encontrado no Cairo
Texto idêntico ao do Sinaítico (duas exceções)

2. 0171: Aproximadamente 300 dC


Contém Mateus 10 e Lucas 22;
Texto dado a paráfrases, normalmente relacionado ao texto de D

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


3. 0189: Segunda metade do terceiro século (250-300)
Contém Atos (5:3-21)
Texto bem escrito e cuidadoso; com uso consistente da caneta

4. 0162: 3�./4o. Século (talvez 325 d.C)


João 2:11-22
Texto similar a B e ao P75

b.

1. (4o. Século):

“O mais antigo manuscrito completo do Novo Testamento é Códice Sinaitico (‫ א‬01),


um Uncial que data do século IV. O Códice foi descoberto por Constantin von Tischen-
dorf no Mosteiro de Santa Catarina na Península do Sinai, embora a proveniência ori-
ginal seja desconhecida. Um colofão no final de Ester, o Antigo Testamento conecta
um grande número de correções no Sinai ao estudioso e mártir Panfilo e sugere que o
manuscrito pode ter sido localizado em Cesaréia Marítima durante o século VI ou VII.
Sinai é uma das testemunhas mais importantes do Novo Testamento devido à sua
data inicial e integridade textual. Sua afiliação textual é mais ou menos Alexandrina,
embora leituras ocidentais também estejam presentes. A parte do Sinai do Novo Tes-
tamento está alojada na Biblioteca Britânica; no entanto, outras partes estão em São
Petersburgo, Leipzig e na Basílica de Santa Catarina”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 132–133.

2. (4o. Século):

“Sabe-se que o Codex (B 03) está presente na Biblioteca do Vaticano pelo menos
desde o século XV, mas não foi disponibilizado para estudo até que uma edição fac-
-símile foi lançada em 1889-1890. Um manuscrito do século IV de proveniência des-
conhecida, o Vaticano originalmente continha o Antigo e o Novo Testamento, além da
maioria dos apócrifos, ou livros deuterocanônicos. Muitos estudiosos consideram o
texto do Vaticano o melhor texto grego do NT. Essa atitude é apoiada por sua estreita
concordância com o texto de P75 em Lucas e João, demonstrando uma tradição de
cópia cuidadosa que preservou a forma mais antiga do texto. O Códice Vaticano é

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


considerado o principal representante do agrupamento Textual Alexandrino. As edi-
ções críticas modernas tendem a seguir o texto do Vaticano mais de perto do que
qualquer outro manuscrito.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 132–133.

3. (5o. Século):

“Se você visitar a British Library em Londres, encontrará dois grandes códices exi-
bidos lado a lado. O primeiro é Códice Sinaítico e o outro é o Códice Alexandrino (A
02). Em 1627, o patriarca de Constantinopla presenteou o códice ao Rei Carlos 1 da
Inglaterra. O Códice Alexandrino data do século V e contém o Antigo e o Novo Tes-
tamento, embora falte quase todo o texto de Mateus, parte de João e a maior parte
de 2 Coríntios. Os estudiosos suspeitam que o códice foi produzido a partir de vários
exemplares diferentes e que essa é a razão de sua afiliação textual desigual. Nos
evangelhos, o Alexandrino é exemplo mais antigo do agrupamento textual bizantino,
enquanto no restante do Novo Testamento, ele se classifica junto com B e ‫ א‬como
representante do tipo de texto alexandrino”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum,
Revised Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 133.

2.

1. 35% dos Unciais Sobreviventes tem mas do que duas folhas;

2. Apenas 59 Unciais (22%) contem mais de 30 folhas

3. Apenas 44 Unciais (16%) tem mais de 100 folhas. Desse grupo:

I. 17 contém entre 100 e 199 folhas

II. 16 Tem entre 200 e 299 folhas

III. 9 Tem entre 300 e 399

IV. E apenas dois tem mais de 400 páginas (Códice Bezae com 415 e o Claramontano
com 533 páginas).

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


3.

a. Nomina Sacra
b. Staurograma
c. Kefalaia
d. Titlói
e. Canons de Eusébio

4.

a. Códice Vaticano
1521: Carta de Bombasius (curador da libraria do Vaticano), para Erasmo;

1533: Carta de Spulveda para Erasmo: Na carta, ele descreve o mss como “copiado de modo
diligente e acurado com letras maúsculas” com poucas divergências com a Vulgata latina, e
lista 365 leituras, das quais Erasmo usa uma (At 27:16);

1606: Lucas Brugensis (Comentários dos Evangelhos) anotou 20 leituras do Vaticano;

1698: Lorenzo Alexander Zacangi descreve o Vaticanus como peculiar em suas divisões;

1669: Primeira colagem feita por Bartolocci na edição de Aldiene (não publicada);

1819: Shcolz descobre a colagem feita por Bartolocci e a usa pela primeira vez;

1843: Tischendorf o vista em Roma e o estuda por dois dias (3h por dia);

1849: Tischendorf pessoalmente observa 25 variantes textuais, e o Cardinal Mai a suplemen-


ta com 34 novas leituras para sua edição do NT;

1859: A sétima edição de Tischendorf de 1859 foi enriquecida por 230 outras leituras de
B encontradas por Albert Dressel em 1855;

1860: Dean Burgon examina o B por 90min (identifica erros em colagens de Mai);

1861: Alford cola várias passagens, corrigindo erros de colagens anteriores;

1866: Tiscehndorf solicita ao Papa autorização para publicar o mss (mas o pedido é negado).
Ele recebe permissão para estudar o mss 3h por dia, e o faz por 14 dias. Publica a melhor
edição do mss até a ocasião.

b. Códice Sinaítico
1761: viajante italiano vitalino Donati descreve um mss parecido com o Sinaíticus. Suas ano-
tações são publicadas apenas em 1879;

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


1860: Tischendorf fala sobre o mss (descrevendo eventos entre 1844-1859);

1862: Tischendorf publica parcialmente o texto do mss pela primeira vez (volume único);

1869: Edição em quatro volumes é republicada;

1911: Kirsopp Lake publica o texto completo do NT do mss pela primeira vez;

1922: K.Lake publica o OT pela primeira vez;

1975: Descobrem-se novas páginas do documento no Mosteiro de St. Catarina;

1982: Kurt Aland identifica 12 páginas do Sinaítico (11 do Pentateuco, 1 Pastor de Hermas) -
também encontra 67 mss do NT (18 Unciais).

d. Usos de Unciais em Publicações


1707: John Mill cita apenas 8 Unciais

1710: Kuster cita 11 Unciais

1730: Johann Jakob Wettstein cita 22 Unciais

1859: Tischendorf lista 88 Unciais

1909: Rene Casper Gregory lista 166 Unciais

1963: Münster K-Liste tinha 250

Out 2020: 323 Unciais

C. MINÚSCULOS

“De longe, o maior grupo de testemunhas gregas são os manuscritos minúsculos, tota-
lizando mais de 2.800 manuscritos. Escritos em letras minúsculas, os mss minúsculos
foram produzidos durante um período de expansão da igreja, quando monges dedica-
dos passavam seus dias no scriptorium do mosteiro, copiando as escrituras. A prolí-
fica cópia desse período de tempo levou ao alto número de minúsculos. O minúsculo
cede principalmente entre os séculos XI e XIV, embora toda a extensão vá do século IX
até bem depois da invenção da imprensa. A maioria dos minúsculos apóia a tradição
textual bizantina, também chamada de Texto Majoritário, mas há um bom número de
exceções importantes.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 136-37.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


1.

“Por causa do grande número de minúsculos e porque muitos deles representam basi-
camente a mesma tradição textual, os estudiosos agruparam a maioria dos manuscritos
usando o símbolo do M gótico (𝔪) na NA e a abreviado como Byz na UBS. Ao mesmo
tempo tempo, eles separaram testemunhas minúsculas particulares que diferem signi-
ficativamente da leitura da maioria. Esses minúsculos são constantemente citados nos
aparatos da NA28 e do UBS5.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 137.

2.

“Em vista da quantidade extraordinária de materiais preservados na tradição do manuscri-


ta do Novo Testamento do primeiro milênio - isto é, os Papiros e os Unciais -, pode-se per-
guntar com razão quais vantagens podem ser obtidas estudando a tradição minúscula.
Nossa disposição de dedicar tempo e esforço para investigar os materiais dependerá da
resposta. Os manuscritos minúsculos são valiosos apenas na medida em que fornecem
material suplementar para a tradição mais antiga, ou seja, apenas porque manuscritos
individuais ou leituras isoladas confirmam o texto de manuscritos já sabidamente confiá-
veis? Este, sem dúvida, é um de seus valores.”

Barbara Aland and Klaus Wachtel, “The Greek Minuscules of the New Testament” in Barth
Ehrman and Michael Holmes, The Text of the New Testament in Contemporary Research: Essays on
the Status Quaestionis. 2nd Edition (Leiden: Brill, 2013), 73.

a. (9o. Século):

“Contém todo o NT, exceto o Apocalipse, com alguns capítulos faltando em cada evan-
gelho, e tem sido chamada de “rainha dos cursivos” porque seu texto é semelhante ao
tipo de texto alexandrino encontrado nos grandes unciais.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.

O Texto do Novo Testamento Curso de Introdução à Crítica Textual @institutoschaeffer


b. (13o. Século):

“Parece ser uma cópia de um ms muito mais antigo dos evangelhos com um tipo de
texto alexandrino, especialmente em Marcos, Lucas e João. Não só tem o “final mais
longo” de Marcos (16: 9-20), mas também o final mais curto.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.

c. (13o. Século):

“Contém o livro de Atos e as Epístolas em um texto com muitas afinidades com o


chamado tipo texto Ocidental.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.

d. (11o. Século):

“É um códice dos evangelhos com mais de 300 leituras singulares e digno de nota, na chamada
Oração do Senhor (Lucas 11: 2), lê-se “Venha sobre nós o teu espírito santo e nos purifique” no
lugar do usual “Venha venha o seu reino ”- uma leitura compartilhada em grego apenas pelo
minúsculo 162.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.

e. (10o. Século):

“Este manuscrito do século X contém Atos, bem como as Epístolas Paulina e Católica, e é mantido
no Monastério Lavra no Monte Athos. Além de ser um excelente exemplo do agrupamento
textual alexandrino, o Códice 1739 é importante para as notas feitas pelo escriba, um monge
chamado Ephraim, nas margens, citando os pais da igreja primitiva (nenhum depois de Basílio,
que viveu em meados do século IV) e oferecendo leituras variantes. O trabalho cuidadoso de
Efraim, a idade das citações marginais e a qualidade do texto bíblico sugerem que 1739 reproduz
fielmente um exemplar muito mais antigo.”

Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.

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3.

“Os Papiros e os Unciais são, em sua maioria, testemunhas individuais: apesar de com-
partilharem tendências gerais nas formas de seus textos, eles geralmente diferem tanto
uns dos outros que é impossível estabelecer qualquer vínculo genealógico direto entre
eles. Isso é possível, no entanto, com muitos minúsculos (…) Isso nos permite estabelecer
relações genealógicas com relativa facilidade, tanto para grupos de manuscritos distintos
quanto para correntes mais amplas dentro da tradição. O ponto crítico a ser percebido é
que essas genealogias podem ser rastreadas com segurança até a época dos Unciais.
Assim, eles nos permitem traçar linhas de desenvolvimento que vão até o período inicial e
nos ajudam a entender como os representantes solitários da tradição anterior se relacio-
nam uns com os outros. Por meio de tais genealogias, é possível determinar as maneiras
pelas quais os manuscritos do Novo Testamento variam uns dos outros, entender por que
essas variações surgiram e estudar a persistência de certas leituras e formas do texto na
tradição. Com base em nossas conclusões, poderemos então melhorar significativamen-
te os critérios externos usados para estabelecer o texto inicial. Em vista dos minúsculos,
então, a crítica textual tem três tarefas principais:

1. Produzir uma edição completa do Novo Testamento grego que forneça amplo acesso
a todas as testemunhas que são significativas para estabelecer e verificar a reconstrução
do texto original;
2. Esclarecer a história textual da tradição do Novo Testamento, ou seja, iluminar sua
microestrutura a ponto de averiguar, na medida do possível, a relação temática precisa
dos manuscritos entre si;
3. Sobre essas bases, estabelecer o texto inicial do Novo Testamento.”

Barbara Aland and Klaus Wachtel, “The Greek Minuscles of the New Testament” in Barth
Ehrman and Michael Holmes, The Text of the New Testament in Contemporary Research:
Essays on the Status Quaestionis. 2nd Edition (Leiden: Brill, 2013), 73-74.

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4.

a. (1913):

Kx: Sem Unciais; centenas de minúsculos, a maioria ainda não estudados; O principal manus-
crito 2 usado por Erasmo de Roterdã;

Kr: Sem Unciais; sem minúsculos iniciais; embora existam centenas de manuscritos Kr no
total, apenas uma parte relativa àqueles conhecidos por Tischendorf, incluindo 18, 35, 55, 66,
83, 128, 141, 147, 155, 167, 170, 189, 201, etc. foram incluidos a esse grupo;

K1 (Kx Família W): Unciais S V W

Ka (Família P): (A) K P Y.

b. (1995):

Texto: Baseado no texto K de von Soden (com preferências para Ka)

Comparação: Difere do texto de Robinson-Pierpont (2005) 6813 vezes em questões de orto-


grafia e oferece 552 leituras distintas;

“Como todos os que estão familiarizados com os materiais de von Soden sabem, sua
apresentação dos dados deixa muito a desejar. Particularmente problemático para os
editores desta edição foi a extensão em que seu exame dos materiais K parecia carecer de
consistência (...) É evidente que tais procedimentos colocam em risco a precisão de qualquer
aparato construído independentemente. Mas os dados generalizados de outras fontes (como
Tischendorf ou Legg) foram de pouco valor para corrigir essa deficiência. Em última análise,
se a presente edição fosse produzida, as declarações de von Soden geralmente tinham de
ser aceitas.”

Zane Hodges, Arthur Farstad, The Greek New Testament According to the Majority Text
(Nashville: Thomas Nelson, 1982), XXII-XXIII.

c. (2005, 2018):

Texto: Baseado no texto K de von Soden, com preferências para Kx

Comparação: A edição de 2005 difere da NA27 em 6814 ocasiões, e apresenta 550 variantes
entre o texto Bizantino. A edição de 2018 difere da NA28 em 6813 e apresenta 552 variantes
Bizantinas.

“As leituras primárias da forma de texto bizantina são estabelecidas de maneira direta: sujeito
a confirmação adicional, quando uma leitura no aparato de von Soden é identificada por um

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K em negrito, essa leitura se torna o texto principal na presente edição (K = Κοινη = o tipo
texto Bizantino). Onde von Soden não faz nenhuma declaração sobre K em negrito, seu texto
principal representa a leitura bizantina, e é reproduzido sem alterações. Onde seu K em negrito
é dividido, o subgrupo Kx é seguido (Kx representa o componente dominante dentro de K em
negrito). Onde Kx é dividido, as leituras dos subgrupos K menores são incluídas na avaliação.
Quando Kx e os vários subgrupos K estão intimamente divididos, leituras alternativas são
exibidas na margem lateral nas proximidades da parte do texto afetada. Em todos os
momentos, os fatores transmissionais, transcricionais, externos e internos pertinentes são
considerados como elementos componentes do peso. Nos relativamente poucos casos em
que o texto ou aparelho principal de von Soden foi confirmado como estando errado, outras
fontes pertinentes foram usadas para correção.”

William Pierpont, Maurice Robinson, The New Testament in the Original Greek:
Byzantine Textform 2005 (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2006), X.

5.

“Certos eruditos tendem a privilegiar os antigos Unciais e Papiros, e desprezar a tradição Bi-
zantina como amplamente corrupta e secundária; o oposto é defendido pelos proponentes
do texto Bizantino. Apenas recentemente, entretanto, nós conseguimos quantificar rigoro-
samente a estabilidade de toda a linha de transmissão. No que se refere a Atos e as Epísto-
las Católicas (um quinto do NTG), 15% do texto não tem qualquer variação entre centenas
de manuscritos gregos colados, incluindo os Bizantinos. Também não existem variações
em 54% do texto dos dezesseis Unciais e Minúsculos (incluindo quatro Bizantinos) em um
período de mil anos. Além disso, o texto Bizantino como um todo concorda integralmente
com a nova edição da Editio Critica Maior (ECM) no texto de Atos e das Epístolas Católicas
em 94%, isto é, a forma do texto com a qual deveria ser diametralmente oposta, de acordo
com a teoria. Nos evangelhos, o percentual de concordância com a NA27 e a maioria das
leituras é de no mínimo 86%, mas talvez o número seja maior assim que novas colagens se
tornarem disponíveis. Para afirmar o mesmo de outro modo, o core da tradição se mantém
admiravelmente estável através do tempo, de modo que as diferenças entre os dois textos,
apesar de polarizado, é de fato apenas uma pequena porção. (…) Aquilo que posteriormente
veio a se chamar “Bizantino” se desenvolveu progressivamente através do tempo; isto é,
uma multidão de leituras Bizantinas podem ser identificadas desde 200 d.C., mas a tradição
Bizantina madura não se solidifica com clareza até 900 d.C.”

Gregory Lanier, “Dating Myths” in Peter Gurry and Elijah Hixon, Myths and Mistakes in New
Testament Textual Criticism (Downers Grove, IL:InterVarsity, 2019. Atlanta: SBL Press, 2017), 115-16.

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D. LECIONÁRIOS

“Lecionários são livros litúrgicos que fornecem leituras diárias ou semanais para uso na
igreja e devocionais. Os lecionários não têm texto contínuo, mas têm passagens exten-
sas, por isso são valiosos como testemunhas das primeiras palavras.”

Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 140.

“Os lecionários não são manuscritos de texto contínuo, mas manuscritos que são or-
ganizados por leituras das Escrituras designadas para dias designados. Os lecionários
formavam a parte mais importante da liturgia da igreja grega. Uma vez que apenas al-
guns versículos seriam lidos de uma porção das escrituras, os lecionários naturalmente
acrescentaram esclarecimentos - como o nome “Jesus” em um texto que simplesmente
dizia “ele” ou acrescentaram “os discípulos” quando o texto bíblico tinha “eles . ” Por
causa de seu uso constante na liturgia divina, eles exerceram uma forte influência nos
manuscritos posteriores, fazendo com que o texto crescesse com o tempo. Ainda as-
sim, eles resistiram à atualização de outras maneiras, preservando leituras arcaicas de-
vido ao seu uso constante em cultos de adoração.”

Daniel B. Wallace, “Textual Criticism of the New Testament,” ed. John D. Barry et al., The
Lexham Bible Dictionary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016).

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Conceitos a Relembrar

Definição: Quais são os materiais da Crítica Textual?


1. Introdução aos Manuscritos
Os ‘manuscritos’ neotestamentários foram produzidos por escribas à mão de
modo formal e não controlado no período inicial, mas com o tempo passaram a ser
controlados. Dois tipos de ‘fontes’ foram usadas nos manuscritos do NT, as Unciais
no período mais antigo e Minúsculas nos manuscritos mais recentes. Todos os
manuscritos sobreviventes do NT foram escritos em forma de códice (livro) e são
encontrados em papiro, pergaminho e papel.

2. Classificação dos Manuscritos


Em função da vergonhosa riqueza de manuscritos do NT, os eruditos organizam todo
o material disponível em três categorias principais: manuscritos gregos, versões
(traduções para outros idiomas) e citações dos Pais da Igreja. Os manuscritos
gregos são classificados de acordo com o tipo de material em que foram escritos
(papiro, pergaminho ou papel), por seu tipo de caligrafia (uncial ou minúscula) e pela
função do documento que contém o texto. A partir desses critérios, organiza-se os
manuscritos gregos do NT em Papiros (escritos em papiro e unciais), Unciais (escritos
em pergaminhos em uncial), Minúsculos (escritos em pergaminho e papel em letras
minúsculas) e Lecionários (material devocional da igreja).

3. Datação dos Manuscritos


Existem três tipos de análises principais para se analisar a data de um manuscrito: (1)
o próprio conteúdo do documento; (2) indicadores arqueológicos; e (3) indicadores da
manuscritologia. Outros procedimentos são também usados, como a análise de DNA,
datação por carbono 14, mas esses são os menos usados. Via de regra, usa-se as três
primeiras análises de modo combinado para se definir a data de um manuscrito.

4. Descrição dos Manuscritos


Em primeiro lugar, listamos os Papiros, que além de serem as mais antigas evidências
do texto do NT, eles oferecem uma série de confirmações de leituras conhecidas nos
antigos Unciais e manifestam convenções de escrita que tornaram-se comuns em
manuscritos posteriores. Em segundo lugar, listamos os Unciais que são as mais
antigas e completas cópias do NT. Em terceiro lugar, litaremos os Minúsculos, que
são documentos que enriquecem a história da transmissão do texto por confirmar a
estabilidade da transmissão do texto e oferecem a oportunidade de desenvolvimento
na metodologia da teoria da Crítica Textual. Por fim, listamos os Lecionários, que eram
livros litúrgicos da igreja e que apesar de não conterem texto contínuo, são importantes
testemunhas do modo como o texto era lido historicamente na comunidade cristã.

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