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DO NOVO
TESTAMENTO
Curso de Introdução
à Crítica Textual
03
Marcelo Berti
Aula 3
Materiais da
Crítica Textual
Esboço da Aula
“Antes do século XV, quando Johannes Gutenberg inventou os tipos móveis para a imprensa,
todas as cópias de qualquer obra de literatura eram feitas à mão (daí o nome “manuscrito”). Nos
séculos anteriores à produção múltipla simultânea de cópias via ditado (em que muitos escri-
bas em um scriptorium transcreveram um texto ditado a eles por um leitor), todas as cópias ma-
nuscritas foram feitas individualmente, cada escriba produzindo uma cópia de um exemplar.”
“A crítica textual do Novo Testamento desfruta de uma vergonhosa riquezas no que diz res-
peito às fontes de informação sobre o texto do Novo Testamento. Ao contrário de muitos
textos clássicos ou patrísticos, que foram preservados em apenas algumas cópias tardias
ou, em casos extremos, apenas uma única cópia, agora destruída, existem hoje milhares de
cópias do Novo Testamento em várias línguas antigas. Além disso, quase todo o Novo Testa-
mento grego pode ser reconstruído com base em citações de escritores antigos.”
Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting
the New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman
Publishers, 2001), 48.
1.
2.
a.
“Desde os tempos mais antigos, os gregos escrevem em pergaminho e papiro com jun-
co, e eventualmente com um pequeno pincel. Quando o talo do junco era própria e com-
pletamente desidratado, uma das pontas era afiada e dividida em duas partes iguais.
Nós ouvimos pela primeira vez a respeito de caneta de pena por volta do quinto/sexto
século, mas ser sem dúvidas usado antes disso”.
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 18.
b.
“Normalmente, um carbono negro (carvão) misturado com goma ou óleo para uso em
pergaminho ou misturado com uma substância metálica para papiro (cf. 2 João 12).
Era guardado em um tinteiro como uma substância seca na qual o escriba mergulharia
ou esfregaria sua caneta umedecida. Pode ser apagado lavando-se (Números 5:23) ou
com um canivete. Esta faca também era usada para afiar canetas e aparar ou cortar
pergaminhos (Jer. 36:23).”.
“Além da caneta e da tinta, outros importantes melhorias foram usadas por escribas an-
tigos e medievais, incluindo uma régua (κανών) e um stylus (γραφίς) e um pequeno dis-
co (κuκλομόλιβδος) para se desenhar linhas no pergaminho. O compasso (διαβήτης,
κακρίνοι) para manter as linhas equidistantes uma da outra. Uma esponja (στόνγγος) para
apagar erros e para limpar a ponta da caneta. Um pedaço e pedra pomes (κίσηρις) para su-
avizar a ponta da caneta, bem como a superfície do papiro. Uma caneta afiada (γλύφανος
ou σμίλη) e um porta-tinta (μελανοδόκον οu μελανοδοχειον) para segurar a tinta”
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 17.
3.
“Na antiguidade, dois estilos de escrita eram usados para se escrever em grego eram nor-
malmente usados: formal e informal. Ambos existiram lado a lado. A mão formal é con-
servadora, mas a informal pode mudar rapidamente, como formas que tendem a invadir a
formal. O estilo informal poderia ser escrita rapidamente, e era empregada para escritos não
literários, documentos do dia a dia, cujas letras, contos, recibos, petições, obras e coisas do
tipo. Contrações e abreviações de palavras frequentemente usadas (como o artigo definido
e algumas palavras) eram comuns. Obras literárias, por outro lado, eram escritos com um
estilo mais formal, que era caracterizado pelo uso de letras cuidadosamente executadas,
cada uma separada da outra, como se escrevesse com letras maiúsculas.”
Bart Ehrman and Bruce Manning Metzger. The Text of the New Testament: Its Transmission
Corruption and Restoration. 4th Edition. (New Yourk, NY: Oxford, 2005), 17.
4.
“No que se refere à caligrafia, até o século IX os manuscritos gregos do NT (papiro e per-
gaminho) eram escritos exclusivamente em escrita uncial (usando letras maiúsculas não
conectadas de tamanho grande), e os unciais continuaram a ser empregados no século
seguinte. Escrita minúscula (usando letras minúsculas, cursivas ou “corridas” —conectadas)
começa a ser usada a partir do século IX. O minúsculo neotestamentário mais antigo con-
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 418.
5.
a.
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 21.
b.
“Nesse cenário “um leitor (αναγώστης - anagostes) leria o texto em voz alta, de vagar e
de modo distinto, a partir do exemplar [a ser copiado] enquanto vários escribas sentados
à sua volta, escreveriam produzindo simultaneamente tantas novas cópias quanto es-
cribas trabalhando. Apesar de multiplicar a produtividade, a prática do ditado multiplica
os tipos de erros que podem entrar no texto. Uma fonte particular de problema advinha
da circunstancia de que certas vogais passaram a ser pronunciadas do mesmo modo.
Por outro lado, muitos erros de transcrição poderiam ser percebidos pelo διορθωτής
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 21-22.
6.
a.
“Um rolo de papiro, pergaminho ou couro usado para escrever um documento ou obra
literária. O rolo de papiro do Egito pode ser identificado desde 2500 aC. Uma das pro-
duções literárias mais famosas do antigo Egito é o Livro dos Mortos. Os judeus usaram
rolos de couro para escrever os livros do Antigo Testamento. A maioria dos rolos desco-
bertos na área do Mar Morto foi escrita em couro, embora alguns tenham sido escritos
em papiro. Os cristãos da primeira geração liam o Antigo Testamento em rolos. Jesus
leu “um rolo” (Lucas 4:17), e Paulo pode ter usado “rolos” para ler o Velho Testamento
(ver 2 Timóteo 2:13). É possível que os primeiros cristãos usassem rolos ao produzir os
livros do Novo Testamento. Alguns manuscritos antigos do Novo Testamento foram es-
critos em rolos (P13 P18 P98), mas todos esses papiros foram escritos no verso de ou-
tros escritos existentes. Portanto, nenhuma dessas obras foi composta originalmente
no formato de rolo. Até onde sabemos, os cristãos do primeiro século e os posteriores
usaram predominantemente o códice”
b.
c.
“Como o lado peludo do pergaminho era um pouco mais amarelado que o lado da carne,
escribas motivados por estética organizariam cuidadosamente as folhas de pergami-
nho de um modo que, onde quer que se abrisse o códice, o lado da carne de um lado
estaria frente a frente com o lado da carne da outra folha, e o mesmo aconteceria com o
lado com pelo. Do mesmo modo, na produção de um códice de papiro, escribas tendiam
a organizar as folhas de papiro de tal modo que a direção das fibras das duas páginas
frente a frente seriam ou horizontais ou verticais.”
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 15.
7.
“Manuscritos de papiro, em forma de códice, foram usados pelos cristãos desde os pri-
meiros tempos até o século VIII. Eles constituem apenas 3% dos manuscritos de texto
contínuo do NT e menos de 2% de todos os manuscritos do NT, embora, é claro, muito me-
nos do que na quantidade de texto grego existente do NT, já que a maioria dos papiros são
altamente fragmentários. Qualitativamente, entretanto, eles gozam de uma importância
inversamente proporcional à pequena quantidade de texto que preservam atualmente.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.
Pliny the Elder, The Natural History, ed. John Bostock (Medford, MA: Taylor and Francis, Red Lion
Court, Fleet Street, 1855), 3185.
a.
“Ao contrário da opinião popular de longa data, o papiro não era particularmente frágil,
com durabilidade muito inferior ao pergaminho. O papiro torna-se quebradiço e sujeito
à desintegração instantânea, no entanto, quando é repetidamente umedecido e secado.
Ele sobrevive, portanto, apenas quando protegido da umidade em edifícios, cavernas,
jarros ou mesmo no solo das áreas praticamente livres de chuva do Egito, Palestina e
Mesopotâmia, desde que o papiro não esteja nem muito perto da superfície nem tão
profundamente enterrado como a ser afetado por um lençol freático crescente”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.
b.
“Também se presume que o papiro era caro, mas o fato de que grandes quantidades fo-
ram usadas, muitas vezes com margens largas e grandes espaços não escritos, e que a
reutilização (embora bastante viável) era rara, indica que às vezes, pelo menos, o papiro
como um o material de escrita era bastante barato”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.
9.
“Pergaminhos eram feitos de couro de ovelhas, bezerros, cabras, antílopes e outros ani-
mais. Quanto mais jovem o animal, melhor era a qualidade do couro. Velino era a melhor
qualidade de um pergaminho extrafino, e eventualmente extraído de animais ainda não
nascidos. Velino era preparado para volumes de luxo, talvez para a apresentação de
cópias para realiza, e seriam pintados de roxo e escritos com tinta de ouro ou prata.
Depois que os pelos fossem removidos por meio de sua raspagem, o couro era lavado,
suavizado com pedra pome e embebidos em cal. Antes de ser usado para escrita, linhas
horizontais bem como margens verticais eram marcadas pela pontuação da face com
um instrumento afiado e desenhado com o auxílio de uma régua. Em muitos casos
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 14-15.
10.
1.
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 415.
“A crítica textual do Novo Testamento desfruta de vergonhosa riqueza no que diz respeito
às fontes de informação sobre o texto do Novo Testamento. Ao contrário de muitos textos
clássicos ou patrísticos, que foram preservados em apenas algumas cópias tardias ou, em
casos extremos, apenas uma única cópia, agora destruída, existem hoje milhares de cópias
do Novo Testamento em várias línguas antigas.”
Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting
the New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman
Publishers, 2001), 48.
“Para facilitar a referência, os estudiosos agruparam essas fontes em três grupos: manus-
critos gregos, versões antigas e citações patrísticas.”
Michael Holmes, “Textual Criticism” in David Alan Black and David S. Dockery, Interpreting the
New Testament: Essays on Methods and Issues (Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers,
2001), 48.
3.
“Os manuscritos gregos do NT, agora com mais de 5.300, costumam ser caracterizados de
três maneiras diferentes: pelo material sobre o qual foram escritos (papiro, pergaminho ou
papel); por seu tipo de caligrafia (letra uncial ou minúscula); e pela função do documento
que contém o texto (ms de texto contínuo, lecionário ou citação patrística). A forma tradicio-
nal de listá-los, no entanto, atravessa essas categorias (utilizando uma ou duas de cada!) E
segue o esquema de papiros, unciais, minúsculos, lecionários e citações patrísticas”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 417.
4.
“À medida que o cristianismo se espalhou pelo mundo antigo, o Novo Testamento foi tradu-
zido para outras línguas, começando com o latim, siríaco e copta. Essas traduções testemu-
nham o texto grego antigo que serviu como seu texto fonte.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 141–142.
5.
“A maioria dos alunos é simplesmente informada de que tal ou qual manuscrito é da-
tado no “terceiro século” ou “segundo século”, sem que seja dito como isso aconteceu.
Os alunos precisam entender como um manuscrito é datado, então eles serão capazes
de apreciar a contribuição dos paleógrafos e papirologistas para o campo dos estudos
textuais do Novo Testamento.”
1.
“Em alguns manuscritos nós encontramos um pequeno colofão no qual o escriba men-
ciona a data de quando o trabalho de cópia terminou.”
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 49.
a. (949dC.)
“O único manuscrito uncial grego do NT que tem uma data precisa, designada em um
colofão no fólio 234 verso no qual está escrito: ‘Miguel, monge e pecador, que terminou
esse trabalho no mês de Março, no quinto dia, na sexta hora, no ano 6.457 anno mundi
[ou 949 dC], a sétima indicação.”
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 110.
b. (1143 dC.)
Trata-se de um manuscrito provavelmente proveniente do Mosteiro de Bachkovo perto
de Stanimak na região de Assenovgard na Bulgária. Atualmente encontra-se na Biblio-
teca Nacional de Atenas sob o número 123. No fólio 189 recto desse manuscrito, lê-se:
“Mês de Fevereiro, no dia 21, na oitava indicação, ano 6.653 [ 1145 dC]. No fólio 199 lê-se
novamente: “O inútil sacerdote Manuel, o humilde. O Fim do Evangelho, fim do ano.”
d. (306 dC.)
“O conteúdo do manuscrito pode também providenciar o terminus post quem [data limite].
Turner mentions that PBodm. XX, um manuscrito de uma obra descrevendo o martírio de um
bispo chamado Filéias, ‘que fora datado do modo plausível com base na paleografia como
pertencendo ao terceiro século, não pode ser anterior a 306dC, o ano em que esse bispo heróia
enfrentou seu perseguidor”
Elijah Hixon, “Dating Myths: Part One: How we Determine the Ages of Manuscripts” in Elijah
Hixon and Peter Gurry, Myths and Mistakes in New Testament Textual Criticism (Downers Grove,
IL:InterVarsity, 2019), 94.
e. (180 dC.)
“Obviamente, uma cópia de um livro não pode ter sido feita antes do autor terminar de escrevê-
la. O P.Oxy 3.405 originalmente não foi identificado e datado ‘não depois da primeira metade do
terceiro século, e pode ser tão antigo como o fim do segundo.’ Posteriormente, foi identificado
como um fragmento de Adversus Haereses 3.9 de Irineu. Ainda que tenha sido consideranda
como produzida entre 150-250 dC., a cópia não poderia ter sido fenta antes que Irineu a tivesse
terminando, por volta de 180 dC.”
Elijah Hixon, “Dating Myths: Part One: How we Determine the Ages of Manuscripts” in Elijah
Hixon and Peter Gurry, Myths and Mistakes in New Testament Textual Criticism (Downers Grove,
IL:InterVarsity, 2019), 94.
2.
a. (79dC.)
Coleção de ~1.800 manuscritos em grego e latim e contém importantes obras clássi-
cas, que possivelmente pertenciam a Fiodemo de Gádaros. Descobertos na cidade de
Herculano no século 18 foram carbonizados em função da erupção do Monte Vesúvio
em 79 dC.”
b. (1143 dC.)
“O manuscrito estava anexado a um contrato datado em 316 AD, com outros documen-
tos do mesmo período””
Philip W. Comfort, A Commentary on the Manuscripts and Text of the New Testament. (Grand
Rapids, MI: Kregel, 2015), 49.
3.
b.
“Uma vez que a maioria dos manuscritos não tem informações cronológicas, a sua data
aproximada deve ser determinada na base de considerações de estilo de escrita. Agora, a
evolução da escrita é um processo gradual e uma forma abre espaço para outra de modo
quase imperceptível. Um considerável lapso de tempo é geralmente requerido para se
produzir mudanças significativas na forma das letras e na aparência geral do manuscrito.”
Bruce Manning Metzger, Manuscripts of the Greek Bible: An Introduction to Greek Paleography.
(New York, NY:Oxford, 1981), 49.
4.
Elijah Hixson, “Dating Myths, Part One” in Elijah Hixon and Peter J. Gurry, Myths and Mistakes
in New Testament Textual Criticism (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2019), 101.
Brooke Foss Westcott and Fenton John Anthony Hort, The New Testament in the Original Greek, 2:
Introduction [and] Appendix (2d ed.; London: Macmillan, 1896), Introduction, 31.
“Sem o estudo dos manuscritos como entidades físicas, a crítica textual pode se tornar uma
disciplina sem relação com a realidade, lidando com variantes desassociada ao contexto his-
tórico e da tradição manuscrita.”
DC. Parker, “The Majuscle Manuscripts of the New Testament”, in Bart Ehrman and MIchael Holmes,
The Text of the New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis (1d ed.;
Grand Rapids: MI: Eerdmanns, 1995), 37.
A. PAPIROS
“De modo geral, os manuscritos em papiro estão entre as testemunhas mais importan-
tes para reconstruir o texto original do Novo Testamento. Não é o material em que estão
escritos (papiro) que os torna tão valiosos, mas a data em que foram escritos. Vários
dos papiros mais importantes datam do segundo século ao início do terceiro. Esses
manuscritos, portanto, fornecem as mais antigas testemunhas diretas do autógrafo.”
Philip Comfort, Encountering the Manuscripts: An Introduction to New Testament Paleography &
Textual Criticism (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2005), 56–57.
1.
a.
No que se refere aos manuscritos dos escritos do NT, existem boas e más notícias. A má
notícia bem conhecida é que os manuscritos existentes que podem ser plausivelmente
datados do segundo século são lamentavelmente poucos em número, e nenhum deles
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 5.
b.
“Por outro lado, a boa notícia é que o pequena parte de testemunhas manuscritas do se-
gundo século e / ou do início do terceiro século foi enriquecida com a recente publicação
de três volumes de papiros de Oxirrinco. Os volumes 64-66 nos dão até então desconheci-
dos Materiais de papiro do NT que compreendem folhas de sete manuscritos de Marcos,
quatro de João, dois de Apocalipse e um de Lucas, Atos, Romanos, Hebreus e Tiago. As
datas desses manuscritos varia do segundo século ao quinto ou sexto as primeiras são
folhas do século 7 dC de três manuscritos de Marcos datados do segundo ou início do ter-
ceiro século, Oxy. 4405 (uma nova parte de P77, contendo Matt 23: 30-34, 35-39, segundo
/ terceiro século), Oxy. 4403 (p 103 Mateus 13: 55-56; 14: 3-5, segundo / terceiro século),
Oxy. 4404 (P104 Mateus 21: 34-37, 43, 45, final do segundo século). Antes da publica-
ção desses fragmentos, a NA27, o único manuscrito do segundo século disponível era o
famoso P52 (Ryl. 457, João 18: 31-33, 37-38), P90 (P Oxy. 3523, 18: 36-19: 1; 19: 2-7), e
(possivelmente) P98 (P.IFAO 237b, Rev. 1: 13-20). Mesmo se adicionarmos a combinação
de manuscrito recentemente postulada de P4-P64-P67 já mencionada, e concedermos a
proposta (discutível) de que o manuscrito data do final do século II, e se também adicio-
narmos papiros do NT geralmente datados de ca. 200 DC, como P66, P75, P46, ainda está
claro que os fragmentos de Oxirrinco muito recentes adicionam significativamente a um
corpo muito limitado de material manuscrito para o segundo século.”
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 6-7.
2.
a.
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 127.
b.
“Existem várias indicações de que a cópia dos primeiros textos cristãos no segundo sé-
culo envolveu convenções escribais que emergiram rapidamente obtiveram influência
impressionante e, pelo menos em alguns casos e ambientes, havia uma preocupação
com uma cópia cuidadosa e precisa.”
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 10.
c.
“Onde esses novos fragmentos preservam as palavras que conhecemos como nonima
sacra, particularmente as quatro palavras Θεός, Κύριος, Χριστός e Ιησούς, eles são
escritos de forma bastante consistente no tipo de formas abreviadas que já conhecemos
de outros manuscritos cristãos antigos. Pequenas variações na grafia precisa das
abreviações não atestam contra a conclusão de que havia uma convenção amplamente
conhecida entre os escribas cristãos de que certas palavras religiosamente ‘carregadas’
deviam ser escritas de maneira distinta. Na medida em que os manuscritos cristãos mais
antigos não foram copiados por escribas “profissional” (ou pelo menos freqüentemente
d.
“Neste manuscrito [P66] o substantivo σταυρος (‘cruz’, três instâncias) e pelo menos sete
usos de formas do verbo σταυροω (‘crucificar’) são escritos de forma abreviada, e com o tau
e rho dessas palavras escritas como um compêndio. Em cada caso, a declaração em que o
substantivo ou verbo aparece refere-se à cruz / crucificação de Jesus.”
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 141.
e.
“A esmagadora maioria dos cristãos passou a preferir o códice, especialmente, ao que parece, por
suas escrituras herdadas (Antigo Testamento) e os escritos cristãos que viriam a ser amplamente
tratados como Escrituras. Os únicos exemplos existentes de textos cristãos escritos em rolos não
utilizados (distintos dos rolos reutilizados, opistografos) são tratados teológicos (por exemplo,
Irineu ‘Contra Heresias) e escritos que podem ter sido considerados edificantes em alguns círculos,
mas não ganhar aceitação como parte do Cânon NT emergente (Pastor de Hermas).”
Larry Hurtado, Texts and Artifacts: Selected Essays on Textual Criticism and Early Christian
Manuscripts (London: T&T Clark, 2017), 11.
“Como esses documentos foram escritos no início da história do Cristianismo, muitos papiros
parecem ter sido copiados por escribas não profissionais e, como resultado, podem demonstrar
alguma inconsistência na qualidade da cópia, com erros e alterações sendo bastante comuns.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 127.
a.
1. Em 1863 Constantin von Tischendorf cola o primeiro papiro (P11, sexto século) e o faz
conhecido na Europa. Antes do séc. XX, apenas meia dúzia de papiros eram conhecidos, mas
somente P11 havia sido usado em um aparato crítico;
2. Em 1890, J. Rendel Harris publica P1 (que se entende pertencer ao P11; sexto século)
3. Em 1892, Karl Wessley publica P3 (sexto, sétimo século) P4 (a princípio sexto século, pos-
teriormente terceiro);
4. RESULTADO: Quando os primeiros papiros foram publicados, nenhum deles era mais an-
tigo que os códices Sinatíco e Vaticano, que haviam dominado as edições de Tischendorf
(1869-1872) e Westcott-Hort (1881).
b.
1. Em 1897, B.O. Grenfell e A.S. Hunt descobrem o primeiro papiro em Oxirrinco; (Início do
interesse)
3. Pouco depois um códice com porções de Mateus (P.Oxy I.2) do terceiro século; Tornou-se
o mais antigo mss do NT;
5. IMPORTÂNCIA:
II. Em termos de data, foram encontrados papiros datados entre o segundo, terceiro e
quarto século;
IV. Mas todos eram muito fragmentários: 34 sobreviveram em uma ou duas folhas, 4 tem
três folhas, 2 tem onze e um tem 21 folhas;
c.
1. Designados P45, P46 e P47, esses papiros foram publicados entre 1933-1937 por Sir. Fre-
deric Kenyon;
I. P45: 3o. Séc; 30 fólios de um códice originalmente com 110; preserva porções de João
e Atos;
II. P46: ~200 d.C.; 86 fólios de um códice originalmente com 103; preserva porções de Rm,
Hb, 1-2Cor, Ef, Gl, Fp, Cl virtualmente completo, e porções dos 5cap de 1Ts;
III. P47: 3o. Sec.; 10 fólios de um original de 32, com Ap. 9:10-17:2;
d.
1. Repentinamente os papiros passaram a serem respeitados com uma medida até então
desconhecida;
2. Seu prestígio foi ainda mais elevado quando 4 papiros apareceram em na década de 50,
conhecidos como os Papiros de BODMER
I. P66: ~200 d.C., 75 páginas do evangelho de João (1-14, mais fragmentos do 15)
III. P75: 30. Sec., 50 páginas com porções de Lucas e João; a mais antiga cópia de Lucas;
e.
1. 1911-1913: Hermann von Soden cita apenas 12 papiros (de 20 conhecidos)
2. 1934: Hans Lietzmann sobre P45 e P46: “não nos ensinam nada radicalmente novo”
3. 1935: S.C.E. Legg usa apenas P45 em sua edição de Marcos (o único disponível para
Marcos)
4. 1936: 16a. Edição do NA cita 15 papiros no aparato (46 publicados)
5. 1937: Kenyon sobre P46: “confirma a integridade do texto que chegou até nós, sem va-
riantes sensacionais” e que não tem predominante autoridade por ser conhecido apenas
na região do Egito;
6. 1946: Gunther Zuntz inicia o estudo do texto das epístolas de Paulo a partir dos mais
antigos manuscritos de Paulo (p46); a ideia era avaliar o valor e a relação entre os mss;
7. 1952: 21a. Edição do NA cita 28 papiros;
8. 1956: Descoberta de Bodmer papyri (esp. P66)
9. 1963: 25a. Edição do NA 37 papiros
10. 1966: O primeiro NTG a listar todos os papiros conhecidos foi a primeira edição da UBS;
Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 30.
4.
a.
“Concomitante com sua incorporação plena em nossas edições críticas, o papiro, por
um lado, ofereceu inúmeras variantes que confirmam leituras selecionadas como cons-
tituintes do texto do NT mais antigo previamente alcançável.”
Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 24.
b.
“Por outro lado, eles forneceram novas variantes que desafiam as leituras já conheci-
das. Ênfase especial é dada, e com razão, a esses primeiros manuscritos de NA, onde
se diz que são “de particular significado por causa de sua idade” e, claramente, são de
suma importância para estabelecer o texto do NT mais antigo que pode ser alcançado.”
Eldon Jay Epp, “The Papyrus Manuscripts of the New Testament” in Barth Ehrman and Michael
Homes, New Testament in Contemporary Research: Essays on the Status Quaestionis. Second
Edition (Leiden: Brill, 2013), 24.
c.
1. Leituras Singulares
2. Erros ortográficos
3. Processo embrionário de correção
4. Procedimento dos escribas
a.
“O escriba original era relativamente livre em sua interação com o texto; ele produziu
várias leituras singulares que revelam sua interpretação independente do texto. Ainda
que os muitos erros do escriba possam sugerir que ele não estava atento, muitas das
leituras singulares - anteriores à correções - revelam que ele não estava tão distante da
narrativa do texto. Ao contrário, ele se tornou tão absorvido em sua leitura que ele fre-
quentemente esqueceu as exatas palavras que estava copiando.”
Philip Comfort, A Commentary on the Manuscript and Text of the New Testament (Grand
Rapids:MI, Kregel, 2015), 70.
b.
“A escrita é muito correta, e apesar de não ter pretenções caligráficas, reflete o trabalho
de um escriba competente. As abreviações são confinadas ao uso comum da nomina
sacra e são antigas em seu estilo.”
Frederic Kenyon, The Chester Beatty Biblical Papyri: Descriptions and Texts of Twelve
Manuscripts on Papyrus of the Greek Bible - Faciculus II - The Gospel and Acts (Lodon: Emery Walker
Limited, 1933), VIII-IX.
c.
“Descoberto na década de 1950, o P75 data do século III. O bloco continha originalmente
cerca de 144 folhas, mas apenas 51 sobreviveram. O manuscrito contém extensas porções
de Lucas e João, tornando-o uma das primeiras cópias desses Evangelhos. P75 parece ter
sido cuidadosa e fielmente copiado, de modo que alguns estudiosos argumentam que é
o produto de um escriba profissional. Seu texto de Lucas e João aproxima-se do texto do
Codex (B 03). O P75 fazia parte originalmente da coleção Bodmer junto com o P66, mas
foi doado à Biblioteca do Vaticano pela família Hanna em 2007.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition, vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 129-30.
“A maior parte dos Unciais é menos fragmentária e contém mais conteúdo do que os
papiro, incluindo manuscritos que contêm todo o Novo Testamento ou até mesmo a
Bíblia inteira. No momento em que os Unciais estavam sendo produzidos, o Cristianis-
mo havia ganhado reconhecimento oficial, então maior é a probabilidade que um Uncial
tenha sido copiado por um escriba profissional.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 131–132.
1.
“Datando entre os séculos IV e X dC, a maioria dos Unciais é posterior à maioria dos pa-
piros, embora haja sobreposição. A maior parte dos Unciais são menos fragmentárias e
contêm mais conteúdo do que as testemunhas em papel, incluindo várias que contêm
todo o Novo Testamento ou mesmo a Bíblia inteira. Na época em que as maiúsculas esta-
vam sendo produzidas, o cristianismo havia ganhado reconhecimento oficial, então a pro-
babilidade é alta de que um manuscrito em maiúscula fosse copiado por um profissional.
Dois dos maiúsculos mais importantes são Codex Sinaiticus (01 )אe Codex (B 03), mas
outros também merecem atenção.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 131–132.
a.
b.
1. (4o. Século):
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 132–133.
2. (4o. Século):
“Sabe-se que o Codex (B 03) está presente na Biblioteca do Vaticano pelo menos
desde o século XV, mas não foi disponibilizado para estudo até que uma edição fac-
-símile foi lançada em 1889-1890. Um manuscrito do século IV de proveniência des-
conhecida, o Vaticano originalmente continha o Antigo e o Novo Testamento, além da
maioria dos apócrifos, ou livros deuterocanônicos. Muitos estudiosos consideram o
texto do Vaticano o melhor texto grego do NT. Essa atitude é apoiada por sua estreita
concordância com o texto de P75 em Lucas e João, demonstrando uma tradição de
cópia cuidadosa que preservou a forma mais antiga do texto. O Códice Vaticano é
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 132–133.
3. (5o. Século):
“Se você visitar a British Library em Londres, encontrará dois grandes códices exi-
bidos lado a lado. O primeiro é Códice Sinaítico e o outro é o Códice Alexandrino (A
02). Em 1627, o patriarca de Constantinopla presenteou o códice ao Rei Carlos 1 da
Inglaterra. O Códice Alexandrino data do século V e contém o Antigo e o Novo Tes-
tamento, embora falte quase todo o texto de Mateus, parte de João e a maior parte
de 2 Coríntios. Os estudiosos suspeitam que o códice foi produzido a partir de vários
exemplares diferentes e que essa é a razão de sua afiliação textual desigual. Nos
evangelhos, o Alexandrino é exemplo mais antigo do agrupamento textual bizantino,
enquanto no restante do Novo Testamento, ele se classifica junto com B e אcomo
representante do tipo de texto alexandrino”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum,
Revised Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 133.
2.
IV. E apenas dois tem mais de 400 páginas (Códice Bezae com 415 e o Claramontano
com 533 páginas).
a. Nomina Sacra
b. Staurograma
c. Kefalaia
d. Titlói
e. Canons de Eusébio
4.
a. Códice Vaticano
1521: Carta de Bombasius (curador da libraria do Vaticano), para Erasmo;
1533: Carta de Spulveda para Erasmo: Na carta, ele descreve o mss como “copiado de modo
diligente e acurado com letras maúsculas” com poucas divergências com a Vulgata latina, e
lista 365 leituras, das quais Erasmo usa uma (At 27:16);
1698: Lorenzo Alexander Zacangi descreve o Vaticanus como peculiar em suas divisões;
1669: Primeira colagem feita por Bartolocci na edição de Aldiene (não publicada);
1819: Shcolz descobre a colagem feita por Bartolocci e a usa pela primeira vez;
1843: Tischendorf o vista em Roma e o estuda por dois dias (3h por dia);
1859: A sétima edição de Tischendorf de 1859 foi enriquecida por 230 outras leituras de
B encontradas por Albert Dressel em 1855;
1860: Dean Burgon examina o B por 90min (identifica erros em colagens de Mai);
1866: Tiscehndorf solicita ao Papa autorização para publicar o mss (mas o pedido é negado).
Ele recebe permissão para estudar o mss 3h por dia, e o faz por 14 dias. Publica a melhor
edição do mss até a ocasião.
b. Códice Sinaítico
1761: viajante italiano vitalino Donati descreve um mss parecido com o Sinaíticus. Suas ano-
tações são publicadas apenas em 1879;
1862: Tischendorf publica parcialmente o texto do mss pela primeira vez (volume único);
1911: Kirsopp Lake publica o texto completo do NT do mss pela primeira vez;
1982: Kurt Aland identifica 12 páginas do Sinaítico (11 do Pentateuco, 1 Pastor de Hermas) -
também encontra 67 mss do NT (18 Unciais).
C. MINÚSCULOS
“De longe, o maior grupo de testemunhas gregas são os manuscritos minúsculos, tota-
lizando mais de 2.800 manuscritos. Escritos em letras minúsculas, os mss minúsculos
foram produzidos durante um período de expansão da igreja, quando monges dedica-
dos passavam seus dias no scriptorium do mosteiro, copiando as escrituras. A prolí-
fica cópia desse período de tempo levou ao alto número de minúsculos. O minúsculo
cede principalmente entre os séculos XI e XIV, embora toda a extensão vá do século IX
até bem depois da invenção da imprensa. A maioria dos minúsculos apóia a tradição
textual bizantina, também chamada de Texto Majoritário, mas há um bom número de
exceções importantes.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 136-37.
“Por causa do grande número de minúsculos e porque muitos deles representam basi-
camente a mesma tradição textual, os estudiosos agruparam a maioria dos manuscritos
usando o símbolo do M gótico (𝔪) na NA e a abreviado como Byz na UBS. Ao mesmo
tempo tempo, eles separaram testemunhas minúsculas particulares que diferem signi-
ficativamente da leitura da maioria. Esses minúsculos são constantemente citados nos
aparatos da NA28 e do UBS5.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 137.
2.
Barbara Aland and Klaus Wachtel, “The Greek Minuscules of the New Testament” in Barth
Ehrman and Michael Holmes, The Text of the New Testament in Contemporary Research: Essays on
the Status Quaestionis. 2nd Edition (Leiden: Brill, 2013), 73.
a. (9o. Século):
“Contém todo o NT, exceto o Apocalipse, com alguns capítulos faltando em cada evan-
gelho, e tem sido chamada de “rainha dos cursivos” porque seu texto é semelhante ao
tipo de texto alexandrino encontrado nos grandes unciais.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.
“Parece ser uma cópia de um ms muito mais antigo dos evangelhos com um tipo de
texto alexandrino, especialmente em Marcos, Lucas e João. Não só tem o “final mais
longo” de Marcos (16: 9-20), mas também o final mais curto.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.
c. (13o. Século):
d. (11o. Século):
“É um códice dos evangelhos com mais de 300 leituras singulares e digno de nota, na chamada
Oração do Senhor (Lucas 11: 2), lê-se “Venha sobre nós o teu espírito santo e nos purifique” no
lugar do usual “Venha venha o seu reino ”- uma leitura compartilhada em grego apenas pelo
minúsculo 162.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.
e. (10o. Século):
“Este manuscrito do século X contém Atos, bem como as Epístolas Paulina e Católica, e é mantido
no Monastério Lavra no Monte Athos. Além de ser um excelente exemplo do agrupamento
textual alexandrino, o Códice 1739 é importante para as notas feitas pelo escriba, um monge
chamado Ephraim, nas margens, citando os pais da igreja primitiva (nenhum depois de Basílio,
que viveu em meados do século IV) e oferecendo leituras variantes. O trabalho cuidadoso de
Efraim, a idade das citações marginais e a qualidade do texto bíblico sugerem que 1739 reproduz
fielmente um exemplar muito mais antigo.”
Eldon Jay Epp, “Textual Criticism: New Testament,” ed. David Noel Freedman, The Anchor Yale
Bible Dictionary (New York: Doubleday, 1992), 422.
“Os Papiros e os Unciais são, em sua maioria, testemunhas individuais: apesar de com-
partilharem tendências gerais nas formas de seus textos, eles geralmente diferem tanto
uns dos outros que é impossível estabelecer qualquer vínculo genealógico direto entre
eles. Isso é possível, no entanto, com muitos minúsculos (…) Isso nos permite estabelecer
relações genealógicas com relativa facilidade, tanto para grupos de manuscritos distintos
quanto para correntes mais amplas dentro da tradição. O ponto crítico a ser percebido é
que essas genealogias podem ser rastreadas com segurança até a época dos Unciais.
Assim, eles nos permitem traçar linhas de desenvolvimento que vão até o período inicial e
nos ajudam a entender como os representantes solitários da tradição anterior se relacio-
nam uns com os outros. Por meio de tais genealogias, é possível determinar as maneiras
pelas quais os manuscritos do Novo Testamento variam uns dos outros, entender por que
essas variações surgiram e estudar a persistência de certas leituras e formas do texto na
tradição. Com base em nossas conclusões, poderemos então melhorar significativamen-
te os critérios externos usados para estabelecer o texto inicial. Em vista dos minúsculos,
então, a crítica textual tem três tarefas principais:
1. Produzir uma edição completa do Novo Testamento grego que forneça amplo acesso
a todas as testemunhas que são significativas para estabelecer e verificar a reconstrução
do texto original;
2. Esclarecer a história textual da tradição do Novo Testamento, ou seja, iluminar sua
microestrutura a ponto de averiguar, na medida do possível, a relação temática precisa
dos manuscritos entre si;
3. Sobre essas bases, estabelecer o texto inicial do Novo Testamento.”
Barbara Aland and Klaus Wachtel, “The Greek Minuscles of the New Testament” in Barth
Ehrman and Michael Holmes, The Text of the New Testament in Contemporary Research:
Essays on the Status Quaestionis. 2nd Edition (Leiden: Brill, 2013), 73-74.
a. (1913):
Kx: Sem Unciais; centenas de minúsculos, a maioria ainda não estudados; O principal manus-
crito 2 usado por Erasmo de Roterdã;
Kr: Sem Unciais; sem minúsculos iniciais; embora existam centenas de manuscritos Kr no
total, apenas uma parte relativa àqueles conhecidos por Tischendorf, incluindo 18, 35, 55, 66,
83, 128, 141, 147, 155, 167, 170, 189, 201, etc. foram incluidos a esse grupo;
b. (1995):
“Como todos os que estão familiarizados com os materiais de von Soden sabem, sua
apresentação dos dados deixa muito a desejar. Particularmente problemático para os
editores desta edição foi a extensão em que seu exame dos materiais K parecia carecer de
consistência (...) É evidente que tais procedimentos colocam em risco a precisão de qualquer
aparato construído independentemente. Mas os dados generalizados de outras fontes (como
Tischendorf ou Legg) foram de pouco valor para corrigir essa deficiência. Em última análise,
se a presente edição fosse produzida, as declarações de von Soden geralmente tinham de
ser aceitas.”
Zane Hodges, Arthur Farstad, The Greek New Testament According to the Majority Text
(Nashville: Thomas Nelson, 1982), XXII-XXIII.
c. (2005, 2018):
Comparação: A edição de 2005 difere da NA27 em 6814 ocasiões, e apresenta 550 variantes
entre o texto Bizantino. A edição de 2018 difere da NA28 em 6813 e apresenta 552 variantes
Bizantinas.
“As leituras primárias da forma de texto bizantina são estabelecidas de maneira direta: sujeito
a confirmação adicional, quando uma leitura no aparato de von Soden é identificada por um
William Pierpont, Maurice Robinson, The New Testament in the Original Greek:
Byzantine Textform 2005 (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2006), X.
5.
“Certos eruditos tendem a privilegiar os antigos Unciais e Papiros, e desprezar a tradição Bi-
zantina como amplamente corrupta e secundária; o oposto é defendido pelos proponentes
do texto Bizantino. Apenas recentemente, entretanto, nós conseguimos quantificar rigoro-
samente a estabilidade de toda a linha de transmissão. No que se refere a Atos e as Epísto-
las Católicas (um quinto do NTG), 15% do texto não tem qualquer variação entre centenas
de manuscritos gregos colados, incluindo os Bizantinos. Também não existem variações
em 54% do texto dos dezesseis Unciais e Minúsculos (incluindo quatro Bizantinos) em um
período de mil anos. Além disso, o texto Bizantino como um todo concorda integralmente
com a nova edição da Editio Critica Maior (ECM) no texto de Atos e das Epístolas Católicas
em 94%, isto é, a forma do texto com a qual deveria ser diametralmente oposta, de acordo
com a teoria. Nos evangelhos, o percentual de concordância com a NA27 e a maioria das
leituras é de no mínimo 86%, mas talvez o número seja maior assim que novas colagens se
tornarem disponíveis. Para afirmar o mesmo de outro modo, o core da tradição se mantém
admiravelmente estável através do tempo, de modo que as diferenças entre os dois textos,
apesar de polarizado, é de fato apenas uma pequena porção. (…) Aquilo que posteriormente
veio a se chamar “Bizantino” se desenvolveu progressivamente através do tempo; isto é,
uma multidão de leituras Bizantinas podem ser identificadas desde 200 d.C., mas a tradição
Bizantina madura não se solidifica com clareza até 900 d.C.”
Gregory Lanier, “Dating Myths” in Peter Gurry and Elijah Hixon, Myths and Mistakes in New
Testament Textual Criticism (Downers Grove, IL:InterVarsity, 2019. Atlanta: SBL Press, 2017), 115-16.
“Lecionários são livros litúrgicos que fornecem leituras diárias ou semanais para uso na
igreja e devocionais. Os lecionários não têm texto contínuo, mas têm passagens exten-
sas, por isso são valiosos como testemunhas das primeiras palavras.”
Amy Anderson and Wendy Widder, Textual Criticism of the Bible, ed. Douglas Mangum, Revised
Edition., vol. 1, Lexham Methods Series (Bellingham, WA: Lexham Press, 2018), 140.
“Os lecionários não são manuscritos de texto contínuo, mas manuscritos que são or-
ganizados por leituras das Escrituras designadas para dias designados. Os lecionários
formavam a parte mais importante da liturgia da igreja grega. Uma vez que apenas al-
guns versículos seriam lidos de uma porção das escrituras, os lecionários naturalmente
acrescentaram esclarecimentos - como o nome “Jesus” em um texto que simplesmente
dizia “ele” ou acrescentaram “os discípulos” quando o texto bíblico tinha “eles . ” Por
causa de seu uso constante na liturgia divina, eles exerceram uma forte influência nos
manuscritos posteriores, fazendo com que o texto crescesse com o tempo. Ainda as-
sim, eles resistiram à atualização de outras maneiras, preservando leituras arcaicas de-
vido ao seu uso constante em cultos de adoração.”
Daniel B. Wallace, “Textual Criticism of the New Testament,” ed. John D. Barry et al., The
Lexham Bible Dictionary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016).