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ART.

11 DO PROVIMENTO Nº 205/2021

A Ordem dos Advogados do Brasil publicou em seu Diário Eletrônico no dia 21


de julho de 2021, o provimento nº 205/2021. Este dispõe sobre as novas regras sobre a
publicidade na advocacia, alterando o provimento anterior e permitindo maior
abrangência para o uso dessas técnicas de marketing por escritórios de advocacia.

Tendo em vista os vários avanços tecnológicos e as mudanças na maneira de se


comunicar, os Conselheiros Federais se reuniram e, após longos debates, aprovaram
o Provimento 205/2021.

O principal intuito do novo provimento é atualizar a forma como a publicidade é


feita, levando em consideração, principalmente, os formatos online e as ferramentas de
marketing digital que existem hoje no mercado.

Desta forma, ficou mais fácil e objetivo compreender até que ponto o advogado
pode utilizar as redes sociais ou o impulsionamento no Google para divulgar seu
trabalho, por exemplo.

Para que possamos entender como funciona o Anexo Único, nós vamos voltar
um pouco. No primeiro artigo do novo provimento é possível ver uma grande inovação,
pois passa a prever que “é permitido o marketing jurídico”. Já no seu Art. 2º, traz oito
conceitos de como se dar esse marketing jurídico.

I. Marketing jurídico: Especialização do marketing destinada aos


profissionais da área jurídica, consistente na utilização de estratégias planejadas para
alcançar objetivos do exercício da advocacia;
II. Marketing de conteúdos jurídicos: Estratégia de marketing que se
utiliza da criação e da divulgação de conteúdos jurídicos, disponibilizados por meio de
ferramentas de comunicação, voltada para informar o público e para a consolidação
profissional do(a) advogado(a) ou escritório de advocacia;
III. Publicidade: Meio pelo qual se tornam públicas as informações a
respeito de pessoas, ideias, serviços ou produtos, utilizando os meios de comunicação
disponíveis, desde que não vetados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia;
IV. Publicidade Profissional: Meio utilizado para tornar pública as
informações atinentes ao exercício profissional, bem como os dados do perfil da pessoa
física ou jurídica inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, utilizando os meios de
comunicação disponíveis, desde que não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da
Advocacia;
V. Publicidade de Conteúdos Jurídicos: Divulgação destinada a levar ao
conhecimento do público conteúdos jurídicos.
VI. Publicidade Jurídica: Divulgação capaz de atingir número
indeterminado de pessoas, mesmo que elas não tenham buscado informações acerca do
anunciante ou dos temas anunciados;
VII. Publicidade Passiva: Divulgação capaz de atingir somente público certo
que tenha buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem
como por aqueles que concordem previamente com o recebimento do anúncio;
VIII. Capitação de Clientela: Para fins deste provimento, é a utilização de
mecanismos de marketing que, de forma ativa, independentemente do resultado obtido,
se destinam a angariar clientes pela indução à contratação dos serviços ou estímulo do
litígio, sem prejuízo do estabelecido no Código de Ética e Disciplina e regramentos
próprios.

Ao trazer a diferenciação entre Marketing Jurídico, Marketing de Conteúdos


Jurídicos, Publicidade profissional e de conteúdos jurídicos o novo provimento induz a
classe a aprimorar os conhecimentos sobre como desenvolver, da maneira correta, sua
prospecção de clientes.

Isso porque esses conceitos eram totalmente desconhecidos para grande parte
dos advogados, o que gerava confusão e receio por parte dos colegas.

Dito isso, vamos passar agora para a Publicidade Ativa e Passiva, as quais
passam a ser regulamentadas pelo provimento 205/2021.

Publicidade Ativa e Passiva e o Novo Provimento de Publicidade da OAB

É importante destacar que os conceitos de “publicidade ativa e passiva” são uma


invenção do provimento da OAB, e não fazem parte do cotidiano de profissionais de
marketing, tão pouco está presente em literaturas especializadas de marketing.

A invenção destes conceitos inéditos tem a intenção de diferenciar a publicidade


direcionada para um público que buscou por aquela informação (intitulada como
publicidade passiva no provimento), em relação a outros tipos de publicidade que
atingem um público que não procurou previamente por aquele assunto (publicidade
ativa).

No artigo 4º do Provimento 205/2021 é estabelecido que poderá ser utilizada a


publicidade ativa ou passiva no marketing de conteúdos jurídicos. 

Isso quer dizer que no desenvolvimento de estratégia de marketing que se utiliza


da criação e da divulgação de conteúdos jurídicos o advogado poderá:

a) Criar um ecossistema composto por site, redes sociais e outros meios de


comunicação que irá aparecer para aqueles que procuram pela informação
(Publicidade Passiva);

Aqui é importante mencionar o anexo único do Provimento 205/2021, o qual,


de maneira expressa, permite a operacionalização do Google Ads na advocacia por meio
de aquisição de palavras-chave, de maneira a tornar o site do advogado ou escritório de
advocacia responsivo às buscas iniciadas pelos clientes em potencial.

b)    Realizar anúncios pagos, impulsionar postagens e outros tipos de


conteúdo que atinjam número indeterminado de pessoas, mesmo que elas não tenham
buscado a informação (Publicidade Ativa).

Aqui é importante trazer outra regra que se encontra no anexo único do


provimento, a qual prevê que o patrocínio e impulsionamento nas redes sociais é
permitido, desde que não se trate de publicidade contendo a oferta de serviços jurídicos.

Vamos falar e focar agora no Art. 11 do Provimento nº 205/2021, onde diz que:

Art. 11. Faz parte integrante do presente provimento o Anexo Único, que
estabelece os critérios específicos sobre a publicidade e informação da advocacia.

SIMULAÇÃO

Como é permitido a realização de vídeos para o YOUTUBE, 4 advogados


associados irão responder dúvidas sobre as novas regras de publicidade na advocacia de
acordo com o Provimento nº 205/2021.

Olá colegas advogados, no vídeo de hoje, o Advo Descomplicado irá responder


algumas dúvidas frequentes acerca das novas regras de publicidade na advocacia de
acordo com o Provimento nº 205/2021.
Meu nome é Lívia Magalhães, sou advogada trabalhista, e juntamente com a
Dra. Bárbara, Dr. Rauny e Dr. Eudes vamos responder os principais pontos do
provimento 205/2021.

Então vamos as dúvidas!

1. O advogado pode participar de anuários?

Antes de responder a pergunta vou explicar o que é anuários. Em síntese,


anuários são publicações anuais com informações sobre um ou vários ramos de
atividade. No caso da advocacia, por exemplo, esses anuários costumam conter artigos
jurídicos, publicidade, descrição dos escritórios selecionados etc.

Sim, os advogados podem participar de anuários, desde que essas publicações


respeitem alguns parâmetros previstos no Provimento n. 205/2021.

2. Aplicativos para responder consultas jurídicas são permitidos na


publicidade da advocacia?

O novo Provimento esclareceu que o uso desses aplicativos de forma


indiscriminada e para responder automaticamente consultas jurídicas é vedado.

3. Advogado pode comprar palavras-chave em plataformas de anúncios,


como o Google Ads?

Agora é oficialmente permitido o emprego de anúncios (pagos ou não) nos


meios de comunicação (salvo nos meios vedados pelo art. 40 do Código de Ética e
Disciplina - CED).
Porém, obviamente, esse conteúdo não pode incentivar a mercantilização, a captação
de clientela ou o emprego excessivo de recursos financeiros.
Recordando que, apesar de não haver norma contendo expressamente a
vedação, a questão dos anúncios de serviços advocatícios em sites de compra e venda
(como a OLX) nitidamente configura mercantilização da profissão e captação de
clientela, o que, como se sabe, não é permitido pela OAB.

4. Como deve ser o cartão de visitas na advocacia?

É permitido que o advogado utilize cartões de visita, seja no formato físico ou


digital.
Porém, o cartão de visitas pode apenas conter: nome do advogado, nome do
escritório, número da OAB, telefone/celular, endereço físico/eletrônico e QR Code
que direcione para os demais dados ou site.
5. Chatbot é permitido na publicidade na advocacia?
Sabe quando você entra em um site ou até mesmo inicia uma conversa no
WhatsApp e percebe que está recebendo mensagens com perguntas e respostas
automáticas?
Normalmente são aplicativos que fazem uma “triagem” de quem o cliente é e o
que ele deseja, existindo a opção até de responder dúvidas de forma automática, sem
que um atendente de verdade fale com você.
Acontece que o uso desses aplicativos tem se tornado cada vez mais comuns
entre os escritórios de advocacia, de modo que começou-se a questionar se era
permitido ou não, por causa da impessoalidade do método e da possível
mercantilização da profissão.
O novo Provimento esclareceu que é permitido o uso desses aplicativos.
Porém, para responder automaticamente consultas jurídicas, continua sendo vedado.
Agora o Dr. Rauny irá responder mais perguntas, permaneçam conosco.
(OBS: Apresente-se)
6. Advogado pode enviar mala direta (correspondências e comunicados)?
O envio de correspondências e comunicados via “mala direta” continua sendo
proibido pela OAB.
Caso queira, o envio deve ser restrito aos colegas de trabalho, clientes ou
pessoas que solicitem ou autorizem previamente. 😊
Se a mala direta for enviada a um grupo indeterminado de pessoas, que não
possuem um vínculo profissional com o advogado ou que não solicitaram
previamente, tal conduta pode ser caracterizada como captação de clientela, o que é
vedado pela OAB (art. 40, inciso VI, do Código de Ética e Disciplina).
7. Advogado pode criar conteúdo, palestras e artigos?
Sim, advogados podem criar conteúdo, dar palestras e publicar artigos, desde
que tudo seja tenha caráter apenas informativo.
Inclusive, o art. 4º do Provimento n. 205/2021 passou a autorizar
expressamente o uso do marketing de conteúdo como forma de publicidade ativa ou
passiva.

8. Ferramentas tecnológicas são permitidas na publicidade na advocacia?


Assim como no caso dos chatbots (que expliquei no tópico 3.5), também é
permitido o uso de ferramentas tecnológicas para publicidade na advocacia, desde que
elas tenham a finalidade apenas de auxiliar o advogado.

Mas atenção: o art. 4º, § 5º do novo Provimento diz que é vedado o marketing
de conteúdo mediante uso de meios ou ferramentas que influenciem de forma
fraudulenta no impulsionamento ou alcance da publicação de sites ou redes sociais.

9. A publicidade na advocacia permite grupos de whatsapp?

Alguns advogados e escritórios de advocacia passaram a criar grupos de


WhatsApp para divulgar os seus serviços. 📢
Conheço colegas que fazem isso principalmente com relação àquelas demandas
de massa, cuja mesma ação pode ser de interesse de vários clientes (como revisões de
aposentadorias do INSS, por exemplo).
O novo Provimento permite a divulgação dos serviços através de grupos de
WhatsApp. Porém, assim como no caso dos e-mails, correspondências e newsletters,
isso pode ser feito apenas a um grupo determinado de pessoas.
Dra. Barbará responderá mais perguntas.
OBS: Apresente-se
10. Lives nas redes sociais e YouTube são permitidas pela OAB?
Sim, advogados podem fazer lives em redes sociais e Youtube!
“É permitida a realização de lives nas redes sociais e vídeos no Youtube, desde
que seu conteúdo respeite as normas do Código de Ética e Disciplina e do presente
provimento.” 
Além disso, o art. 5º, § 3º do Provimento n. 205/2021 fala que é permitida a
participação do advogado em vídeos ao vivo ou gravados, na internet ou nas redes
sociais, assim como em debates e palestras virtuais, desde que observadas as regras
dos arts. 42 e 43 do Código de Ética.
Porém, a norma estabelece que é vedada a utilização de casos concretos ou
apresentação de resultados pelos advogados ou escritórios de advocacia.
Apenas à título de recordação, olha o que art. 42 do CED veda:
 responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de
comunicação social;
 debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro
advogado;
 abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição
que o congrega;
 divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
 insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Ademais, o art. 43 do CED fala que o advogado pode participar de programa de TV
ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por
qualquer outro meio, para manifestação profissional.
Porém, ele deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e
instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados
pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.
Segundo a norma, quando convidado para manifestação pública, visando ao
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações
com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter
sensacionalista.

11. A OAB permite o patrocínio e impulsionamento nas redes sociais?

Finalmente foi encerrada a discussão. Agora, advogados podem oficialmente


patrocinar e impulsionar posts e publicações nas redes sociais, desde que não
represente oferta de serviços jurídicos!

Por exemplo, você pode publicar um post e pagar para que esse conteúdo seja
anunciado e distribuído a mais pessoas.

Porém, você não pode, por exemplo, deixar uma mensagem ao final dizendo
“entre em contato nesse número aqui e agende já sua consulta”.

Se a pessoa tiver interesse em lhe contatar, ela terá que acessar seu site ou
página nas redes sociais por conta própria e aí sim obter informações de contato.
Dr. Eudes irá responder as últimas dúvidas
OBS: Apresente-se
12. Petições, papéis, pastas e materiais de escritório: quais os limites?
A OAB também esclareceu quais informações podem estar contidas nas
petições, papéis, pastas e materiais do escritório de advocacia.
Vamos ver o que prevê o Anexo Único do novo Provimento:
“Pode conter nome e nome social do (a) advogado (a) e da sociedade, endereço
físico/eletrônico, número de telefone e logotipo.”
13. Placa de identificação do escritório de advocacia: o que é permitido?
Acredito que não havia grandes questionamentos com relação às placas de
identificação dos escritórios de advocacia.
Porém, o novo Provimento também abordou esse aspecto, dizendo que a placa
pode ser afixada no escritório ou na residência do advogado (algo que se tornou muito
comum com a pandemia, sendo que a advocacia em home office  e os escritórios
digitais têm ganhado cada vez mais adeptos). 🏠🏢
Além disso, a placa não pode ser luminosa e deve respeitar os critérios de discrição e
moderação próprios da profissão.
Caso você trabalhe em escritórios de coworking, saiba que o art. 8º, parágrafo
único do novo Provimento fala que não caracteriza infração ético-disciplinar o
exercício da advocacia nesses tipos de locais!
Ademais, a OAB permite a afixação de placa indicativa no espaço físico em
que se desenvolve a advocacia e a veiculação da informação de que a atividade
profissional é desenvolvida em local de coworking.
14. Redes sociais são permitidas como publicidade na advocacia?
Os advogados podem utilizar seus perfis em redes sociais (Instagram,
Facebook, Youtube etc.) como forma de publicidade na advocacia.
Nessa publicidade não pode incitar diretamente ao litígio judicial,
administrativo ou à contratação de serviços, sendo vedada a promoção pessoal.
Além disso, nos termos do art. 5º, § 2º do novo Provimento é permitida a utilização de
logomarca e imagens, inclusive fotos dos advogados e do escritório, assim como a
identidade visual nos meios de comunicação profissional, sendo vedada a utilização de
logomarca e símbolos oficiais da OAB.

Esse foi mais um vídeo do ADVO Descomplicado, espero vocês no próximo


vídeo. Encerre a apresentação por favor TENENTE.

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