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A TROCA DA MÃO-DE-OBRA INDÍGENA PELA NEGRA AFRICANA

O sucesso da lavoura canavieira passou a exigir cada vez mais


mão-de-obra, assim, os Senhores de Engenho começaram a
importar escravos negros da África para o Brasil

Por que a mão-de-obra indígena é substituída pela mão-de-obra


Africana?

a) Os índios eram rebeldes, se recusavam a trabalhar e


eram protegidos pelos jesuítas
Razões
b) O negro africano era mais forte, obediente e acostumado
ao trabalho pesado na agricultura.

Porém, a realidade era outra, o “tráfico de negros”, era um comércio


muito lucrativo para a burguesia comerciante, para o governo e
principalmente para a Igreja, que lucrava ao batizar o escravo antes
do embarque para o Brasil
COMO OS NEGROS ERAM TRANSPORTADOS PARA O BRASIL?

Os negros eram transportados em “navios negreiros” , conhecidos


como “tumbeiros” – com destino à América.

Como era um “navio negreiro”? Como os escravos eram transportados?

Os escravos era “caçados”


como animais, acorrentados na
África e depois embarcados nos
navios negreiros
“NAVIOS NEGREIROS” ou

“tumbeiros” ( tumbas )

Dessa forma desumana os

escravos negros eram

transportados para a América


Antes do embarque os negros eram batizados pela Igreja, que
muito lucrava, pois ganhava por “cabeça” que batizava.

Após dois ou três meses de viagem, chegavam ao seu destino

( é claro, os que sobreviviam ao horror da viagem )

Ao desembarcarem, eram
levados para o “mercado
de escravos”, onde seriam
negociados e comprados
pelos Senhores de Engenho

Os negros ficavam à espera


de compradores, como se
fossem mercadorias, e
chamados de “peças”

Mercado de escravos
...os negros eram as “mãos” e os “pés” do senhor de engenho...

As”mãos”, porque realizavam todos


os trabalhos, desde a derrubada da
mata até a produção de açúcar.

Os “pés”, porque eram os meios


de locomoção do senhor de engenho
Os escravos eram utilizados em todas as funções:

• serviços domésticos

• na lavoura ( derrubando a mata, plantando, produzindo o açúcar)

• e até nas atividades urbanas ( construção de pontes,ruas e obras )

COMO OS SENHORES “CONVENCIAM” O NEGRO A TRABALHAR?

Para convencê-los a trabalhar, os senhores usavam vários métodos,


( castigos e torturas )

VAMOS CONHECER ALGUNS?


açoite - chicote feito de cinco tiras de couro
retorcido com nós; era utilizado para punir
pequenas faltas ou acelerar o ritmo de
trabalho;

Chicote de ponta – chamado “bacalhau”

TRONCO
VIRAMUNDO - foi nome dado a um instrumento de tortura e humilhação,
usado em vários países, os escravos permaneciam presos indefesos
aos ataques de insetos e ratos, com contato com sua urina e fezes
isolado num barracão até o seu senhor resolver soltá-lo

Tela de Jean Baptiste Debret


Máscara de flandres - usado para punição de furto de
alimentos, alcolismo, ingestão de terra e na
mineração de diamante. As máscaras podiam cobrir
todo o rosto ou só a boca;

“gargalheira” –
colar de ferro para
os fujões
Objeto para a “palmatória”
Instrumentos de ferro -
usados para maltratar os
escravos, eram colares,
correntes, algemas,
cadeados, tudo para
torturar os negros.
A RESISTÊNCIA NEGRA À ESCRAVIDÃO

Como os negros resistiam à escravidão?

• as mulheres provocavam o aborto para livrar os filhos da escravidão

• envenenavam a comida de seu senhores

• suicidavam-se

• quebravam os maquinários do engenho

• ateavam fogo nas plantações ou casa-grande

• fugiam para a mata

• deixavam-se morrer de “banzo”( doença depressiva que levava à


morte – era o “não querer viver mais”)

• ou....ou...........
O TRABALHO DE UM “CAPITÃO-DO-MATO”

Para capturar os negros que tentavam fugir,


os senhores empregavam profissionais
especializados, na captura de escravos –
eram os “capitães-do-mato”, que recebiam
por “peças” recuperada.

CAPOEIRA – era uma arte marcial, uma luta


com as pernas, que o negro praticava para
Lutar contra os capitães-do-mato.
QUILOMBO DOS PALMARES – SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA NEGRA

QUILOMBO – era uma comunidade formada por negros, índios e até


brancos pobres, que fugiam do trabalho forçado – a escravidão

Os quilombos era uma forma de sobrevivência e resistência à


escravidão e eram organizados em locais de difícil acesso: dentro
das matas e longe dos centros urbanos

QUILOMBOLAS – eram os habitantes dos quilombos


Obs: durante o período colonial tivemos centenas de quilombos
espalhados pelo Brasil

O MAIOR QUILOMBO – foi o “ QUILOMBO DE PALMARES”


LOCALIZAÇÃO – Serra da Barriga, estado de Alagoas
O nome Palmares – está ligado às Palmeiras de pindoba, fartas
na região
O quilombo de Palmares foi organizado por Ganga Zumba, mas

imortalizado pelo seu sobrinho ZUMBI – o verdadeiro líder do

quilombo de palmares, filho de uma princesa africana que

tornou-se escrava no Brasil

Embora tenha nascido livre, foi capturado


quando tinha por volta de sete anos de idade.
Entregue a um padre católico, recebeu o
batismo e ganhou o nome de Francisco.

Aprendeu a língua portuguesa e a religião


católica, chegando a ajudar o padre na
celebração da missa. Porém, aos 15 anos de
idade, voltou para viver no quilombo e lutar
pelo fim da escravidão
COMO OS QUILOMBOLAS SOBREVIVIAM?

-Da prática da agricultura, sendo que o excedente ( o que sobrava )


era comercializado com as vilas e povoados vizinhos, em troca de
armas, munições ou outros produtos.

-o quilombo de palmares chegou a ter cerca de 30 mil habitantes


e acabou se tornando símbolo da resistência negra no Brasil.

Para o governo, “era preciso destruir o quilombo” – assim, os governantes enviaram


várias expedições para destruí-lo, mas todas fracassaram .
Após 70 anos de resistência, o quilombo de Palmares foi finalmente destruído por
Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, contratado pelo governo para
destruir o quilombo e capturar ZUMBI.

O quilombo foi destruído, mas, Zumbi dessa vez conseguiu escapar e fugiu pela mata,
criando uma pequena aldeia onde sobreviveria com outros negros.

ZUMBI ACABOU MORTO EM UMA EMBOSCADA EM 20 DE NOVEMBRO DE 1695


ZUMBI

Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade

de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia

de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o

território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Em 09/01/2003, foi promulgada pelo Presidente Luís Inácio Lula da


Silva a Lei nº 10.639, que instituiu o dia 20 de novembro

como o Dia da Consciência Negra, em homenagem a um dos grandes


líderes da história do Brasil

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