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Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2021.

Segundo Trabalho de Teoria Econômica

Docente: Karina Yoshie Martins Kato


Discentes: Andrezza Souto de Morais Ramalho, Brenno Moreira Olivar, Jordana de
Castro Santos Almeida, Manuela de Jesus Brasil e Vandriele Araujo da Silva.

É explícito no texto “O Estado Desenvolvimentista: Vivo ou Morto ?" do professor Robert


Wade, que as forças anti-desenvolvimento estão intrinsecamente ligadas à formação histórica das
economias no planeta e suas posições. A forma como “a banda toca” na economia mundial-
como tendo dólar como moeda internacional dominante, predominância de propriedade
intelectual no ocidente e a falta de pressão em cima das potências para diminuir seus excedentes,
em contraste com a pressão em cima dos países deficitários para diminuir suas dívidas- atrapalha
o processo de desenvolvimento de países que estão fora do centro financeiro global. Tal
configuração dificulta o desenvolvimento e deixa estados em crescimento à margem de outros
desenvolvidos, tal qual uma situação centro-periferia.
Primeiramente, uma dessas forças são as cadeias globais de valores (GVCs)- “uma porta de
entrada para as empresas de manufatura de DC entrarem em mercados estrangeiros.” (Wade.
pág 142) Ademais, as GVCs, com alto poder de mercado, concentradas principalmente no
Ocidente e no Japão, geram obstáculos ao desenvolvimento e à diversificação aos países que não
fazem parte do bloco.
Em segundo plano, está a alta concentração de propriedade intelectual patenteada nas mãos de
empresas ocidentais (especialmente nos setores de engenharia, instrumentos, química e
farmacêuticos), criando, assim, um certo monopólio científico entre os países do Ocidente.
Por outro lado, ainda há a financeirização, que contribui para perpetuação da relação centro-
periferia, pois os centros de finanças ainda predominam no Ocidente, e o dólar ainda é a moeda
internacional dominante criando assim uma relação de dependência por parte dos países
periféricos. Por exemplo, “A valorização do dólar está associada a uma queda nos preços das
commodities, uma queda no crescimento do PIB dos DCs, e um aumento no número de CDs
enfrentando crises externas.” (Chow et al., 2015; Druck et al., 2015). Por isso, há pressão sobre
os DCs para abrir suas contas de capital.
Por fim, as regras de ajuste aos desequilíbrios de pagamentos são outra força anti-
desenvolvimentista, pois há uma pressão determinada sobre os países deficitários para reduzir os
seus déficits enquanto não há nenhuma reclamação em relação aos países superavitários para
gastar os seus excedentes.
Em suma, a concepção neoliberal fomentada principalmente pelo Ocidente, , a qual atribui o
mercado internacional como um sistema totalmente aberto, o qual cada país é encargo de seus
próprios recursos, negligencia as forças anti-desenvolvimentistas –citadas anteriormente-, que
mantém a estrutura centro-periferia da economia mundial. Com isso, os países em
desenvolvimento ficam à mercê dessas políticas que os “cegam” e os impedem de desenvolver a
sua economia nacional, mas que em contrapartida, aumenta o lucro daqueles já que possuem o
monopólio do poder econômico mundial. Em referência ao Chang, o “centro” chuta da escada a
“periferia”, a fim de não permitir que eles cheguem ao topo ao seu lado e mantenha essa relação
de hierarquia.
Através da observação das figuras das páginas 2 e 3 do relatório da UNCTAD, fica explícito que
a gigantesca maioria dos países dependentes de commodities são subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento. Países desenvolvidos não são dependentes de commodities justamente porque
têm capacidade de exportar uma maior variedade de produtos, como produtos de tecnologia
avançada ,etc.
Se tratando de economia, é visível que para o desenvolvimento ser possível, se faz necessário um
investimento em diversas áreas. Assim, ter uma grande variedade de produtos que um estado
produz para exportação favorece a economia e a torna mais flexível e sucinta a crescimento, uma
vez que seu know-how aumenta, possibilitando assim um maior leque de produtos e serviços em
demanda e uma maior pluralidade de relações comerciais. Portanto, vimos que ser dependente de
commodities não é favorável e demonstra uma pobreza no sentido de produção para exportação.
Além disso, os países que se encaixam nessa determinação têm uma dificuldade extra de
desenvolvimento, uma vez que, com o dólar sendo a moeda principal usada no sistema mundial,
a exportação é bem mais favorecida quando a moeda local de algum país está desvalorizada.
Sendo assim, as commodities também perpetuam a relação de hierarquia centro-periferia.

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