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RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA

Para que um dentista possa fechar um diagnóstico é necessário muitas vezes lançar mão de vários
exames complementares, dentre eles destaca-se o exame radiográfico, ainda que a imagem seja
apenas sugestiva ela vem corroborar com um juízo do profissional, auxiliando no fechamento de um
dado diagnóstico.
O exame radiográfico permite prever problemas de oclusão, avaliar o desenvolvimento dos dentes
decíduos e permanentes, verificar anomalias de desenvolvimento dentário e craniofacial além de
localizar corpos estranhos (em casos de acidentes, por exemplo).
Além da abordagem psicológica necessária para se preparar o paciente para esse exame que
deverá ser, de acordo com o entendimento de cada criança, se faz necessário também a proteção física
do paciente, visto que a ação nociva das radiações é inversamente proporcional a idade da criança, ou
seja, quanto mais jovem for a criança maior a possibilidade de seus tecidos serem lesados pelos efeitos
dos raios X, para que isso seja evitado, ou na pior das hipóteses minimizado, devemos lançar mão de
alguns cuidados como, por exemplo, o uso de filmes ultra-rápidos que diminui o tempo de exposição em
40%, observações da técnica para evitar repetições das tomadas radiográficas, radiografar somente o
que for realmente necessário, utilizar avental de chumbo e dispositivo para proteção de tireóide, utilizar
aparelhos de raios X de boa procedência, regulado, com cone longo, filtro e diafragma de chumbo.
O clínico deve lembrar-se da proteção própria e de sua equipe utilizando-se de barreiras de
proteção, tais como: avental de chumbo para o operador, distância mínima de 1,80 m do ponto de
emissão dos raios X, utilizar o dispositivo retardador (“Timer”) que produzirá a emissão dos raios X após
alguns segundos de acionado o botão retardador, biombo de chumbo, e quando da necessidade de
segurar o filme na boca da criança o acompanhante deverá fazê-lo.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS EXTRABUCAIS
Esta técnica é bastante interessante como exame complementar, sendo a mais frequente a
radiografia panorâmica, porém não é da rotina em Odontopediatria.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS
As técnicas radiográficas intrabucais são assim denominadas porque o filme radiográfico fica
posicionado no interior da cavidade bucal, e são elas: interproximais, periapicais e oclusais.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS INTERPROXIMAIS
Técnica também conhecida por asa de mordida “Bite-Wing” por causa da existência de uma asa
(aleta) de mordida, confeccionada com fita crepe que envolve o filme radiográfico, aleta essa que a
criança morde para apreender o filme posicionado. Essa técnica tem por objetivo pesquisar cáries
interproximais, observar adaptação de restaurações e alterações da crista alveolar.
Essa técnica quando empregada em pré-escolares, crianças de 3 a 6 anos deve-se dobrar o filme
ao meio, com uma película de chumbo, e confeccionar duas asas de mordida – direita e esquerda, para
se radiografar os dois lados com o mesmo filme, quando empregada em escolares, crianças de 6 a 12
anos, usar filmes 3x4 com asa de mordida só que são utilizados dois filmes, um para cada lado.
O posicionamento da criança deverá ser: a linha Tragus-Comissura Labial paralelo ao plano
horizontal, o plano Sagital Mediano perpendicular ao plano do solo, o feixe central dos raios X deverá
incidir sobre a linha Tragus-Comissura Labial.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS PERIAPICAIS
Técnica largamente utilizada em Odontopediatria, e esta indicada principalmente para estudar as
relações anatômicas entre dentes decíduos e permanentes, a cronologia e sequência de erupção
dentária durante a fase de crescimento e desenvolvimento, auxilia no diagnóstico das alterações
coronárias, pulpares e periapicais principalmente nas anomalias dentárias.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS PERIAPICAIS MÉTODO DA BISSETRIZ OU DO
CONE CURTO
Técnica normalmente utilizada em escolares, crianças de 6 a 7 anos, os raios centrais devem ser
perpendiculares ao plano bissector formado pelos planos do dente e do filme, com o paciente em
posição o cone deve ser dirigido para os ápices dos dentes. Na maxila deve ser dirigido para o “Plano
de Camper” que vai da asa do nariz ao Tragus, o filme deve ser mantido com o dedo polegar e, a
angulação é a mesma utilizada para adultos. Na mandíbula é necessário um cuidado maior no
posicionamento do filme, visto que a cavidade bucal da criança é mais rasa que do adulto, o filme deve
ser mantido em posição com o dedo indicador. A utilização dessa técnica não requer recursos
especiais.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS PERIAPICAIS MÉTODO DA BISSETRIZ OU DO
CONE LONGO
O filme radiográfico deve ser colocado paralelo ao longo eixo do dente a uma distancia foco-filme
de 40cm, para os dentes superiores, consegue-se o paralelismo do filme com o longo eixo do dente
preparando-o com rolo de algodão, prendendo-o com fita crepe na extremidade que fica em contato
com o dente para compensar a curvatura da abóbada palatina, essa técnica deve ser utilizada em
escolares 6-7 anos ou mais, os posicionadores existentes no mercado são bastante úteis nestes casos
e, facilitam muito essa técnica.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS PERIAPICAIS
APLICADA EM MOLARES DECÍDUOS
Para a utilização dessa técnica (Bissetriz) dobramos o filme periapical em seu longo eixo pela
metade formando um ângulo reto a fim de criar uma asa de mordida, a apreensão do filme deverá ser
feita pela oclusal, um rolete de algodão deve ser fixado com fita crepe na oclusal (face ativa do filme)
para que a criança morda, evitando-se assim, distorções na imagem radiográfica.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS PERIAPICAIS TÉCNICA DE CLARK
Em Odontopediatria essa técnica é largamente utilizada para localizar dentes supranumerários, ou
corpos estranhos, no sentido vestíbulo-palatino na maxila. Para que essa técnica apresente os
resultados desejados devemos preparar os filmes e coloca-los na mesma posição para realizarmos
duas radiografias, os filmes deverão ser preparados da seguinte forma: alem de termos que marcar os
filmes para identificarmos a primeira da segunda tomada radiográfica, deverá ser traçada uma linha,
dividindo o longo eixo do filme, coincidente com a linha mediana do paciente (entre os incisivos centrais)
e outra coincidente com a face incisal, a 1cm do bordo do filme radiográfico. As radiografias deverão ser
feitas da seguinte maneira: a primeira radiografia será feita na região que nos interessa e uma segunda
radiografia do mesmo lugar com o mesmo ângulo vertical, porém, incidindo o feixe central no dente
vizinho. Quando compararmos as duas radiografias, na segunda podemos observar desvio da estrutura
radiográfica em relação á primeira.
Se o dente ou corpo estranho acompanhar o desvio para o mesmo lado dos raios X, na segunda
radiografia é porque o dente ou o corpo estranho em questão está por palatino e, caso contrario é
porque está por vestibular.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS OCLUSAIS
Essa técnica é utilizada em Odontopediatria pela facilidade de se posicionar e manter o filme na
cavidade bucal. Para a região anterior, podemos utilizar dois filmes periapicais com as faces ativas em
antagonismo colocando-se entre elas uma película de chumbo. Para a maxila a criança deverá estar
sentada, com a boca fechada fazendo a apreensão do filme, e o plano oclusal inclinado em 30º em
relação ao plano horizontal e utilizando o método da bissetriz, direcionamos o feixe de raios X para a
região de ápice nasal, e para a mandíbula, sem alterarmos a posição da criança direcionamos o feixe
de raios X na região de sínfise.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A observação, metódica, de qualquer técnica, em qualquer área, é sempre caminho para o
sucesso.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
EAP – APCD Odontopediatria clínica Guedes-Pinto
Guedes-Pinto AC, Odontopediatria. São Paulo 799-805.
Manual de Odontopediatria Issáo – Guedes-Pinto

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