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A ALEGRIA POR NOSSA POSIÇÃO EM CRISTO

TEXTO: FILIPENSES 1.1-2

1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que
estão em Filipos, juntamente com os bispos e diáconos:

2 A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Tema: A alegria do cristão está em conhecer sua posição em Cristo e ser


dependente de sua graça.

INTRODUÇÃO:

Hoje começaremos a estudar esta carta aos Filipenses! Na sua Palavra, Deus nos
revela sua pessoa, seu coração, nos revela seu amor incondicional, e seu desejo em
abençoar aqueles que vivem na fé de seu filho unigênito – Jesus Cristo.

Filipenses é frequentemente chamado de epístola da prisão, assim como Efésios,


Colossenses e Filemom. Apesar de ter sido escrita na prisão, a carta de Paulo aos
filipenses foi descrita por estudiosos como o mais alegre de seus escritos. Paulo expressou
gratidão, amor e confiança aos membros da Igreja; descreveu os sacrifícios que ele fez
para seguir Jesus Cristo e instruiu os santos de Filipos nos princípios de um viver digno.

Então damos início agora à nossa jornada pela Carta de Paulo aos Filipenses, cujo
ideia e tema principal é a Alegria. E sobre esta verdade, Lenski escreveu: “A alegria é a
música que atravessa esta epístola, Assim como sol que se espalha sobre toda a terra. A
epístola toda irradia alegria e felicidade”

Tudo parece bonito nestas palavras. Mas ao olharmos para seu autor e para as
condições em que se encontrava, conseguimos compreender a profundidade do poder de
Cristo na vida de uma pessoa.

A Carta aos Filipenses faz parte do grupo de cartas de Paulo escritas nos tempos de
prisão. Tudo indica que Paulo estivesse preso, ou em Roma ou em Éfeso quando escreveu
a Carta aos Filipenses. Filipos ficava na região da Macedônia (Atos 16.9ss). Paulo foi para
lá com Silas. Lá pregou para Lídia, uma mulher comerciante que achou perto de um rio.
Depois expulsou o demônio de uma escrava adivinhadora. Os donos da moça ficaram
zangados e mandaram Paulo para a cadeia. Lá, Deus providenciou o terremoto que
destruiu a prisão. O carcereiro e sua família foram salvos por Jesus Cristo naquela noite.
Agora, depois que a igreja fora implantada em Filipos, Paulo está novamente preso. Não
sabemos se em Roma ou em Éfeso. Mas está preso.

Como uma pessoa que está presa, com algemas nos braços, alguém que está preso
injustamente, apenas pela perseguição à sua religião, alguém que sabe que pode ser
condenado a morte a qualquer momento, como este alguém pode escrever e falar de
alegria?

Esta verdade e muitas outras vamos descobrir nesta maravilhosa carta do apóstolo
Paulo.

Nestes versos iniciais, Paulo nos ensina muito sobre as bases seguras que temos no
Evangelho de Jesus. Que bases são estas? Separamos 3. Vamos ver?

1. COMPREENDER QUE SOMOS SERVOS DE CRISTO.

1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que
estão em Filipos, juntamente com os bispos e diáconos:

Como toda e qualquer carta escrita em sua época, Paulo está escrevendo aos irmãos
de Filipos, como quem escreve a um amigo. Não há interesse em que a carta parecesse um
documento, mas sim que o conteúdo fosse entendido com toda clareza e facilidade.

Mas chama a atenção o modo inicial da carta. “Paulo e Timóteo, servos de Cristo
Jesus”. É importante destacar como Paulo se vê em relação a Cristo. Ele afirma ser um
servo. A palavra grega doulos traduzida como servo tem a ideia não de um empregado
com pagamento pelo trabalho, mas de um escravo. Paulo destaca que esta era a sua
condição e, creio esta é a condição de todo aquele que crê em Jesus Cristo e o tem por
Senhor e Salvador de sua vida. Pastor Russell Shedd (SHEDD, 2005 p.87) afirma que
antigamente “havia quatro maneiras pelas quais uma pessoa podia tornar-se escrava: (1)
Podia-se ser escravo por nascer na família de escravos. Se os pais eram escravos, a pessoa
automaticamente era escrava, e nada se podia fazer para evitar que isso acontecesse. (2)
Podia-se ser escravo por conquistas. Quando o exército romano conquistava novas terras,
o povo derrotado automaticamente se tornava escravo. Aqueles que não eram mortos
ficavam sendo propriedades do estado romano e dos seus cidadãos. Foi assim que o
império romano obteve mais de 50% de sua população composta de escravos durante o
primeiro século quando Paulo estava escrevendo. (3) Podia-se ser escravo por compra em
leilões de escravos como os que se tornaram conhecidos nos seriados da TV. Um escravo
que era comprado e (E QUE) depois (FOSSE) liberto era (ERA CHAMADO DE) um
escravo “redimido”. (4) Podia-se ser escravo por livre escolha. Se um senhor concordasse,
um homem que tinha esperança de receber alimento, proteção e bons tratos, entregava-se
voluntariamente a ele para ser seu escravo.

Para entender porque Paulo se chama de escravo de Cristo, precisamos nos lembrar
do que o mesmo Paulo afirmou em 1 Coríntios 6.20. “Vocês foram comprados por alto
preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês”. A ideia por trás deste verso é
que Jesus foi ao mercado de escravos, onde o pecado nos mantinha amarrados e nos
comprou com o seu próprio sangue. Ele nos tornou livres, ou seja, nos redimiu. Mas agora,
devemos glorifica-lo em nosso corpo. Por gratidão, nos submetemos a Cristo e nossa vida
terrena passa a ser dedicada a Cristo. Nos tornamos escravos voluntários de Jesus.

Uma vez que somos comprados por preço, que nos tornamos servos-escravos de
Jesus, precisamos olhar para nós mesmos como alguém que pertence a Cristo. Somos dele.
Antes de Cristo, o Salmista já dizia nos salmos 100, que éramos do Senhor, pois somos
“feitura sua”. Agora, em Cristo, somos ovelhas do seu pasto, somos filhos adotados e
amados por Deus. Herdeiros com Cristo.

Ser escravo ainda nos coloca na compreensão de que a vontade que prevalece em
nossas vidas precisa ser a de Cristo e não a nossa vontade.

Como nos ensinou Paulo em Romanos 6.17-18 “17 Mas, graças a Deus, porque,
embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma
de ensino que lhes foi transmitida. 18 Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se
escravos da justiça”.

Werner de Boor, (BOOR, 2006) afirma que “O “escravo” serve e está integralmente
à disposição do serviço de seu Senhor com todo o seu tempo e todas as suas energias”.

Será que você já conseguiu compreender o que significa dizer que é servo de Jesus?
Será que sua vida corresponde com o que a Bíblia está dizendo para você hoje?

O desafio para sua vida, à partir do que aprendeu agora é colocar-se hoje à disposição
do serviço do Senhor Jesus com todo o seu tempo e todas as suas energias.
2. COMPREENDER QUE SOMOS SANTOS.

1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que
estão em Filipos, juntamente com os bispos e diáconos:

Outra verdade que nos dá alegria de sermos de Jesus é o fato de sermos santos. Mas
qual dos irmãos aqui diria com coragem que é uma pessoa santa, com todos os termos que
a palavra possa representar?

Em nossa cultura atual, a palavra santo é pensada apenas como algo que foi separado
para Deus, que é exclusivamente dele. Isto é verdade, e neste sentido que se aplica as
palavras de Zacarias 14.20 que afirmava que chegaria um dia em que “21 Cada panela de
Jerusalém e de Judá será separada para o Senhor dos Exércitos”. Ou seja, bastaria separar
algo para uso nas coisas de Deus e seria algo santo. Mas esta palavra neste texto traz uma
compreensão muito mais profunda, do que apenas separar para Deus, ou a de alguém ser
santo porque teve um encontro com Deus.

Ser santo é demonstrar qualidades que só poderão ser alcançadas plenamente na


pessoa de Jesus. Pastor HDL afirma que: “Não se trata de pessoas que foram canonizadas,
mas se refere a todas aquelas pessoas que, eleitas por Deus, amadas por Ele, foram
chamadas pelo evangelho, transformadas pelo Espírito Santo para fazerem parte da família
de Deus”.

É neste aspecto que devemos entender que não podemos apenas nos considerar
separados para Deus. Cristo fez algo por nós, ele nos comprou do pecado lá na cruz do
calvário pelo alto preço de seu sangue derramado. Na cruz ele nos redimiu. Mas agora,
uma vez salvos e servos-escravos dele. Temos que ser santo. Existe a nossa parte a ser
desenvolvida nesta nova posição que recebemos. Precisamos viver de acordo com a nova
vida recebida em Cristo.

Citando J. A. Motyer, HDL afirma “Paulo não está aqui preocupado com o que os
cristãos são por natureza neste mundo, mas com o que eles são pela graça aos olhos de
Deus. Politicamente eles são filipenses, e não há nisso tão grande honra. Mas a graça fez
deles portadores da natureza divina, conferindo-lhes a honra das honras, oferecendo-lhes
o próprio título e o caráter de Deus, chamando-os de santos”.

Os filipenses se tornaram santos por estarem em Cristo. Nós tornamos santos por
estarmos em Cristo. O que significa estar em Cristo? É estar completamente rendido a
Cristo. Ninguém é santo por ser melhor do que outras pessoas, embora tornar-se uma
pessoa melhor a cada dia deve ser um alvo a ser perseguido por vocês. Mas somente é
santo quem entrou no corpo do santo filho de Deus, por meio da sua fé pessoal, sendo
assim regenerado, nascido de novo, por Jesus.       

Observe que em apenas 2 versículos, Paulo usou as palavras “Cristo Jesus” três
vezes. Tudo o que ele está dizendo nesta carta tem a ver com o nosso relacionamento com
Cristo. Não é uma mera repetição. É uma convicção profunda de que somente em Cristo
podemos ser redimidos, salvos, transformados; sermos servos e santos. Cristo é a fonte da
nossa nova vida, ele é a motivação para nova vida, ele é o alvo para a nossa nova vida.

Membros da Igreja e seus líderes, bispos (pastores) e diáconos (assistentes), todos


eram santos. Todos estes formavam a igreja. Não existia uma igreja sem liderança no
Novo Testamento. Todos eles eram servos e santos em Cristo.

3. COMPREENDER QUE SOMOS DEPENDENTES DA GRAÇA E DA PAZ.


(V.2)

2 A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Chama a atenção como Paulo dá início à sua saudação desejando aos irmãos
(membros e líderes da igreja), a graça e a paz, e elas vêm de duas fontes: Deus Pai e Deus
Filho, o Senhor Jesus Cristo.

Graça e paz, como afirmou SHEDD, “vem primeiro, não só como saudação, mas
como alicerce. Graça e paz são bases, fundamentos da nossa fé e da nossa nova vida que
ganhamos ao crermos em Cristo. A paz é uma consequência da graça. Quem não tem a
graça de Deus não tem sua paz. Não tem segurança eterna. Seu coração continua sem
esperança.

Graça e paz refere-se à nossa completa salvação. A graça é a demonstração do amor


de Deus por nós. Pela Graça Deus está concedendo a nós, que merecemos o inferno, o seu
melhor que é Jesus. A graça é Deus favorecendo a homens pecadores como nós. Em Cristo
a vida se tornou melhor, encantadoramente melhor. Não somos mais escravos do pecado,
mas nos tornamos filhos amados de Deus. A paz é uma palavra que muito cheia de
significado. Ela engloba coisas além da nossa capacidade de entender, como afirmou
Paulo, aqui em Filipenses mesmo, no capítulo 4.7. Ela vem de Deus e é tão maravilhosa
que capacitou um homem preso, mas cheio de paz, deseja-la aos irmãos em Cristo noutra
cidade.
A paz se refere à nossa experiência com Deus e também é ela que nos fortalece nos
momentos difíceis. Paz nos dá um bem estar completo.

Um missionário fala de quando foi capturado pelas Farc da Venezuela, e levado com
outro missionário para morrer executado por metralhadores. Em meio à truculência e
gritos daqueles homens, o medo começou a invadir os corações dos missionários. Então
ele afirmou que começou a orar a Deus para que lhe fizesse usufruir da paz prometida nas
Escrituras. E ele afirma que Deus começou a lhe fazer lembrar da sua salvação, da certeza
do céu, da esperança que temos em Cristo. Seu coração descansou. E ele afirma ter sentido
uma paz imensa, inexplicável. Ouviu-se então os tiros. Seu amigo caiu morto ao seu lado.
Agora era a sua vez, ele continua em oração, mas tranquilo, louvando a Deus pelo céu.
Mas ouve-se barulhos de sirenes e carros. Os guerrilheiros fogem. E o pastor Ronaldo é
resgatado com vida.

Você está preparado para a morte? Tem confiança e esperança do céu em seu
coração? Paulo está afirmando que a graça de Deus, que é Jesus e a sua paz, são as bases
de nossa segurança.

CONCLUSÃO:

 A alegria do cristão está em conhecer sua posição em Cristo e ser dependente de


sua graça.

Se somos salvos por Jesus e temos certeza disto, somos servos, somos santos, e
somos dependentes da sua graça, que nos garante paz e segurança eternas. Deus nos
abençoe.

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