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UCC

Reeducação funcional respiratória Código:

FELGUEIRAS
Data: 00/00/0000

Edição N.º: 00
Âmbito: Doentes internados na ECCI Felgueiras com necessidade de reeducação
funcional respiratória Revisão N.º: 00

1- DEFINIÇÕES:

PROCEDIMENTO
 A Reeducação Funcional Respiratória (RFR) consiste num conjunto de
procedimentos terapêuticos que tem como objetivo melhorar as
alterações fisiopatológicas decorrentes de desequilíbrios da relação
ventilação/ perfusão que levam a alterações das trocas gasosas e suas
repercussões. É uma terapia não invasiva que pode ser utilizada em todos
os grupos etários, desde as crianças ao idoso. Uma das suas principais
indicações é manter ou melhorar a permeabilidade das vias aéreas,
facilitando a eliminação de secreções quando há problemas obstrutivos.

2- OBJETIVO:

 Prevenir e corrigir alterações do esqueleto e músculos;


 Reduzir a tensão psíquica e muscular, e diminuir a sobrecarga muscular
 Assegurar a permeabilidade das vias aéreas;
 Prevenir e corrigir defeitos ventilatórios para melhorar a distribuição e
ventilação alveolar;
 Reeducar no esforço;
 Melhorar a performance dos músculos respiratórios.

3- RESPONSABILIDADE:
Elaborado por
 Da equipa de enfermagem de reabilitação da ECCI Felgueiras. _______________

4- FREQUENCIA: Data: 00/00/0000


Aprovado por
 De acordo com prescrição do enfermeiro/médica, e necessidade do _______________
utente.
Data: 00/00/0000
5- ORIENTAÇÕES QUANTO À EXECUÇÃO: Homologado por:
_______________
 Conhecer o utente, a sua patologia e antecedentes;
 Promover um ambiente ótimo e tranquilo; Data: 00/00/0000
 Posição do enfermeiro: Mecânica corporal e observação permanente; Próxima revisão

 Monitorizar sinais vitais; Data: 00/00/0000


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Equipa de Cuidados Continuados Integrados de Felgueiras

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 Informar o utente sobre o procedimento e pedir colaboração se possível;


 Implementar um programa de reabilitação respiratória individual;
 Executar corretamente as técnicas a implementar;
 Evitar a fadiga;
 Posicionar o utente de acordo com a técnica a executar (deitado, sentado, pé) respeitando
a sua tolerância.

6- RECURSOS:

 Pesos;
 Bastões;
 Faixas;
 Rolos.

7-DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO:

 Ensinar/instruir/treinar utente quanto ao relaxamento geral e respiratório (No inicio e no


final dos exercícios de RFR para se libertar e reduzir a tensão muscular, facilitar a
colaboração e consciencialização) através do posicionamento em decúbito dorsal e
sentado;
 Decúbito dorsal: Posicionar o utente colocando a almofada na região poplítea, para que a
coxa faça um ângulo de aproximadamente 40º relativamente à perna (de modo a que os
músculos abdominais se mantenham relaxados), e os pés apoiados na cama.
 Sentado: Posicionar o utente com a coluna vertebral alinhada e em extensão, apoiada na
cadeira ou marquesa, os membros inferiores fletidos em ligeira abdução e os pés bem
apoiados no chão; os ombros devem permanecer simétricos e alinhados e os membros
superiores em ligeira flexão apoiando as mãos no colo.

.Ensinar/instruir/treinar utente a realizar Exercícios de Reeducação Funcional Respiratória:

 Explicar à pessoa os objetivos e a base teórica dos exercícios;


 Observar a pessoa e avaliar o padrão respiratório em repouso e durante o exercício
quanto à Frequência e Padrão;
 Dependendo da patologia de fundo, determinar se deve ser enfatizada a fase inspiratória
ou expiratória da ventilação;
 Precauções:
 Não permitir uma expiração forçada, pois essa pode desencadear broncospasmo ; nem
prolongada pois faz com que o utente fique mais ofegante na próxima inspiração;
 Não permitir que o utente inicie a inspiração com os músculos acessórios e tórax superior;
 Deixar o utente realizar apenas três ou quatro inspirações e expirações profundas, para
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evitar hiperventilação.
 Registos.

Ensinar/instruir/treinar utente quanto a Respiração Diafragmática Posterior:

 Posicionar a pessoa de modo confortável promovendo o relaxamento;


 Demonstrar o método de execução da respiração diafragmática (Inspirar lenta e
profundamente pelo nariz, mantendo os ombros relaxados e o tórax superior imóvel de
forma a permitir que o abdómen relaxado se eleve e o diafragma desça; suster a respiração
por 1 a 2 segundos; expirar lentamente pela boca, contraindo simultaneamente os
músculos abdominais);
 Colocar as mãos do profissional na região epigástrica, assistindo ou resistindo no
movimento;
 Repetir o exercício 6 a 10 vezes e depois permitir a pessoa descansar
 Encorajar a realização do exercício cerca de 10 minutos.
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quanto a respiração diafragmática contra resistência (Tem como


objetivo fortalecer ou melhorar a resistência à fadiga do diafragma):

 Posicionar o utente de modo confortável promovendo o relaxamento;


 Colocar na região epigástrica um saco de areia (de 1a 4 Kg);
 Pedir ao utente para inspirar profundamente tentando manter a parte superior do tórax
imóvel (a resistência não deve interferir na excursão completa do diafragma nem na
elevação da região epigástrica);
 O aumento da resistência só deve acontecer quando o utente conseguir sustentar o padrão
de respiração diafragmática, sem uso dos músculos acessórios da inspiração.
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quanto a Respiração Diafragmática Anterior:

 Posicionar o utente em decúbito ventral;


 Solicitar ao utente que “respire” para a mão do enfermeiro. Este assiste ou resiste no
movimento.
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quanto a Respiração Diafragmática Costal Inferior Bilateral:

 Posicionar o utente em decúbito dorsal, com os joelhos fletidos e os pés apoiados, ou em


posição de sentado;
 Colocar as mãos na face lateral inferior das costelas;
 Pedir ao utente para expirar sentindo a caixa torácica mover se no sentido descendente e
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para dentro;
 Colocar uma pressão firme no sentido descendente com as palmas das mãos nas costelas à
medida que a pessoa vai expirando;
 Bloquear o movimento torácico mantendo a pressão com as mãos, antes do início da
inspiração;
 Pedir ao utente que, enquanto inspira pelo nariz, expanda as costelas inferiores contra as
suas mãos, ao mesmo tempo que lhe aplica uma leve resistência nessa área e o tórax se
expande;
 Pedir ao utente que expire pela boca, enquanto lhe aplica uma leve pressão com a palma
das mãos, para comprimir a caixa torácica no sentido descendente e para dentro;
 Incentivar o utente, com potencial motor e sensitivo, a colocar as mãos sobre as suas
costelas e a aplicar a resistência ou a realizar o exercício utilizando uma cinta para aplicar
resistência.
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quanto a Respiração Diafragmática Hemicúpula Esquerda:

 Posicionar o utente em decúbito lateral esquerdo;


 Solicitar ao utente que “respire” para a mão direita do enfermeiro. Este assiste ou resiste
no movimento.
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quanto a Respiração Diafragmática Hemicúpula Direita:

 Posicionar o utente em decúbito lateral direito;


 Solicitar ao utente que “respire” para a mão esquerda do enfermeiro. Este assiste ou
resiste no movimento.
 Registos.

Exercícios de Reeducação Costal:

Permitem tonificar a musculatura inspiratória corrigindo assinergias e deficiências ventilórias


globais, previnem limitações, melhoram a mobilidade costal, fortalecem e coordenam a atividade
muscular e recuperam a dinâmica torácica e diafragmática.

Ensinar/Instruir/Treinar utente quando a Exercícios de Reeducação Costal Global:

 Este exercício, realizado com bastão, é usado para promover a assistência, uniformidade e
simetria do movimento;
 Posicionar o utente em decúbito dorsal com os joelhos fletidos e os pés apoiados ou
sentado (posição de relaxamento);
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 Pedir para inspirar de forma lenta e profunda através do nariz, realizando ao mesmo
tempo um movimento uníssono de flexão dos ombros a 90º, com os cotovelos em
extensão, elevando o bastão ao nível da cabeça;
 Pedir que, enquanto realiza uma expiração lenta com lábios semicerrados, realize
simultaneamente um movimento de extensão dos ombros com os cotovelos em extensão,
baixando o bastão até à região abdominal vencendo a ação da gravidade;
 Respeitar a tolerância ao esforço;
 Repetir o exercício 6 a 10 vezes, permitindo o descanso, sempre que necessário.
 Registos.

Métodos de Limpeza das Vias Aéreas:

Indicados em utentes com broncorreia, sobretudo quando existe falência dos mecanismos
fisiológicos (clearance mucociliar e tosse) quer transitoriamente (pós-operatório) ou
permanentemente (DPOC, bronquiectasias, fibrose quistica).

Primeira fase: Ensinar/Instruir/Treinar utente a mobilizar as secreções desde os brônquios


distais até aos brônquios principais e à traqueia:

 Movimentos respiratórios profundos (ênfase na fase expiratória);


 Técnica da expiração forçada (utente cruza os braços imediatamente abaixo da grelha
costal, ao mesmo tempo que faz uma ou duas inspirações profundas e se inclina para a
frente sobre uma almofada e expira bruscamente, murmurando o som huff ; o huff realiza-
se com a boca e a glote abertas fazendo uma contração dos músculos da parede
abdominal, mobilizando as secreções que depois são eliminadas pela tosse; logo em
seguida relaxa os ombros, deixando cair os braços junto ao corpo,e realiza respiração
diafragmática no intervalo dos episódios de tosse);
 Associar por vezes manobras de percussão, vibração e compressão torácica durante a fase
expiratória.
 Registos.

Segunda fase: Ensinar/Instruir/Treinar utente a expelir as secreções:

 Tosse assistida (este exercício desenvolve-se através da compressão diafragmática


posicionando a região hipotenar de uma mão abaixo do apêndice de xifoide e
comprimindo a região epigástrica, e a outra mão é colocada por cima mantendo os dedos
abertos ou entrelaçados)
 A melhor posição para efetuar a técnica da tosse é sentado ou inclinado para a frente,
flexionado o pescoço para que a tosse seja mais confortável;
 Após o utente inspirar o mais profundamente possível o enfermeiro assiste-o enquanto ele
tossir, comprimindo com força para dentro e para cima de modo a causar uma tosse mais
forte e efetiva.
 Tosse dirigida (efetua-se no momento oportuno, após mobilização das secreções;
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 Incentivar o utente a realizar uma inspiração diafragmática profunda máxima, seguida por
uma tosse dupla aguda, usando os músculos abdominais e não a orofaringe)
 Registos.

Ensinar/Instruir/Treinar utente a realizar exercícios de mobilização osteo-articular e correção


postural:

 Podem ser realizados pelo próprio utente (mobilização ativa ou realizadas pelo enfermeiro)
de preferência ao espelho
 Registos.

8- BIBLIOGRAFIA:

 Manual de Normas de Enfermagem - Procedimentos Técnicos, Administração Central do


Sistema de Saúde, 2.ª edição revista, 2011.

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