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Como diagnosticar e tratar

VARIZES PÉLVICAS
Uso e aplicabilidade da combinação diosmina + hesperidina

Dr. Lister Leandro de Macedo


Médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia,
formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo.
Professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo
CRM/SP 22.678
Como diagnosticar e
tratar varizes pélvicas
Uso e aplicabilidade da combinação diosmina + hesperidina
Dr. Lister Leandro de Macedo
Médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia,
formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
CRM/SP 22.678

A presença de varizes pélvicas em mulheres em de tratamento (ou seja, uso de anti-inflamatórios,


idade reprodutiva, principalmente após os 30 anos, antibióticos, psicoterapia e supressão do sistema
é uma das principais causas de dor pélvica crônica endócrino) tiverem se mostrado infrutíferas. Na maio-
(DPC), podendo se manifestar como cólicas mens- ria dos casos de DPC, pelo menos um diagnóstico
truais fortes, sangramento menstrual aumentado, que pode ser atribuído à causalidade da etiologia
sensação de peso no baixo ventre na fase pré- pode ser descoberto pela laparoscopia4-6.
-menstrual, desconforto durante e/ou após relações
sexuais, sintomas esses que levam a angústia, baixa A SCP é uma causa rara e frequentemente negli-
autoestima e depressão. genciada de DPC. A apresentação clínica bem
descrita é de dor e congestão exacerbada ao ficar
Tais sintomas fazem parte da chamada síndrome em pé de forma prolongada, coito e no período pré-
da congestão pélvica (SCP), lembrando que, por -menstrual em mulheres multíparas. O exame pélvico
definição, síndrome é “um conjunto de sinais e revela-se normal sem endurecimentos ou massas
sintomas”. palpáveis6-8. Fry et al.9 relataram associações signi-
ficativas emergentes entre alguns arranjos sociais,
Na SCP sempre estão presentes veias proemi- casos de guarda paterna e padrões de hostilidade
nentes e dilatadas no útero e em regiões anexiais, no grupo com congestão venosa pélvica. Venografia
causando insuficiência venosa pélvica e periférica. transuterina é o método padrão para o diagnós-
Essa disfunção e as estases venosas têm como con- tico7,10,11. Embora sua importância na fisiopatologia
sequência a dor pélvica. da dor seja incerta, a ultrassonografia pélvica com
estudos de fluxo Doppler ou a laparoscopia podem
O tratamento com medicação flebotômica, mostrar veias do ligamento largo proeminentes.
assim como é ministrado para varizes dos mem-
bros inferiores, é o que se discorrerá neste material, Uma vez que existem relatos de SCP com resul-
feito com administração de diosmina + hesperi- tados de laparoscopia negativos, os casos com
dina a pacientes com SCP e portadoras de varizes sintomas presumíveis de SCP que tiveram laparos-
pélvicas. copia negativa devem ser testados novamente para
delinear incompetência venosa pélvica subjacente11.
Normalmente, a DPC está associada com disfun- Assim, o diagnóstico de disfunção venosa pélvica
ções fisiológicas variáveis, tendo uma incidência de sem veias dilatadas grossas pode ser guiado com
15% em idade reprodutiva, com uma patogênese abordagens mais sensíveis, como venografia e res-
pouco compreendida1-3. sonância magnética, em pacientes sintomáticas
típicas sem resultados proeminentes da laparoscopia.
A avaliação laparoscópica é geralmente consi- No entanto, como relatado por El-Minawi et al.12, os
derada parte da rotina da avaliação da DPC. médicos devem estar cientes de que a postura e a
Uma paciente com DPC pode ser candidata à lapa- pressão intra-abdominal podem obscurecer a visua-
roscopia nos casos em que as formas conservadoras lização de varizes pélvicas.
Diosmina/hesperidina é uma potente medicação
o tratamento com diosmina/hesperidina mostrou-se
venotrópica utilizada no tratamento da insuficiência eficaz em a dor na relação sexual em pacientes com
venosa pélvica e periférica. Os estudos farmacoló- SCP16.
gicos e clínicos demonstraram o efeito de 500 mg
(dois comprimidos uma vez ao dia ou divididos em
duas tomadas) de diosmina/hesperidina no: Com base nos resultados preliminares, a dis-
função e as estases venosas são componentes
• aumento do tônus venoso; fisiopatológicos da dor pélvica com SCP. Além disso,
• melhora da drenagem linfática; Simsek et al.16. corroboraram o papel da laparos-
• proteção da microcirculação; copia na DPC. Porém, em casos de DPC em que
• inibição da síntese de prostaglandinas; nenhuma patologia foi encontrada durante a lapa-
• inibição da síntese de radicais livres; roscopia, um histórico detalhado e a natureza dos
• redução do extravasamento microvascular indu- sintomas, juntamente com exame ginecológico nor-
zido por bradicinina13-15. mal, demonstram a possibilidade de SCP e requerem
mais testes de diagnóstico como a venografia etc.
Os estudos farmacológicos e clínicos demonstraram
o efeito de 500 mg (dois comprimidos uma vez ao dia ou Em pacientes com SCP, o reforço farmacológico
divididos em duas tomadas) de diosmina/hesperidina no: inicial do tônus venoso restaura a circulação pélvica, e
• aumento do tônus venoso; alivia os sintomas pélvicos como dor abdominal, dis-
• melhora da drenagem linfática; pareunia e dor na relação sexual e controla o volume
• proteção da microcirculação;
• inibição da síntese de prostaglandinas; de sangramento durante a menstruação, trazendo
• inibição da síntese de radicais livres; maior qualidade de vida para as portadoras da SCP.
• redução do extravasamento microvascular indu-
zido por bradicinina13-15.
o reforço farmacológico inicial do tônus venoso restaura
Além disso, os efeitos da inibição da síntese de a circulação pélvica, e alivia os sintomas pélvicos
prostaglandina (PG), resultante da ação da diosmina/
hesperidina, podem aliviar a dor pela redução da
contratilidade uterina. Simsek et al.16. demonstraram, Nesse contexto, reforça-se a aplicabilidade clínica
em seu estudo, que o tratamento com diosmina/hes- da consagrada combinação de (diosmina + hespe-
peridina resulta em melhora significativa dos escores ridina) no tratamento dessas pacientes. De acordo
de dor pélvica. Particularmente, o tratamento com com a literatura, a posologia é de dois comprimidos
diosmina/hesperidina mostrou-se eficaz em a dor na de 500 mg ao dia, podendo ser administrados em
relação sexual em pacientes com SCP16. tomada única ou divididos em duas tomadas.

Referências bibliográficas

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SINTOMAS DA DVC 2 COMPRIMIDOS ao DIA por via oral1

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3X ao DIA por 4 DIAS 2X ao DIA por 3 DIAS


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50 mg. INDICAÇÕES:
527127 - BR PERIVASC SEP VAR/PELV 2015 – IMPRESSO EM FEV / 2015
tratamento das manifestações da insuficiência venosa crônica, funcional e orgânica 3X ao DIA por(tais 4 DIAS
dos membros inferiores como
2X ao DIA por 3 DIA
varizes e varicosidades, edema e sensação de peso nas pernas, sequelas de tromboflebites,
estados pré-ulcerosos, úlceras varicosas, úlceras de estase e edemas pós-traumáticos); tratamento dos sintomas funcionais relacionados à insuficiência venosa do plexo hemorroidário; prevenção da hemorragia
pós hemorroidectomia. CONTRAINDICAÇÕES: contraindicado em pacientes que apresentem TOTAL: 6 comprimidos
hipersensibilidade ao
a quaisquer dia TOTAL:hepática
4 comprimidos
dos componentes de sua fórmula. Não se conhece, até o momento, nenhuma contrain-
ao
dicação absoluta para o uso de Perivasc®. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Não se dispõe, até o momento, de dados sobre o uso de Diosmina + Hesperidina em portadores de insuficiência ou renal.
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação do médico. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Até o momento não há
interações medicamentosas descritas na literatura. REAÇÕES ADVERSAS: SNC: casos raros de insônia, tontura, vertigem, cefaleia, ansiedade,Prevenção dee novas
fadiga, hipotensão alguns 2
crises:
palpitação.GI: cprs
casos ao DIA
de alterações por 3 me
diges-
tivas leves, tais como náuseas, vômitos, dor abdominal, epigastralgia, dispepsia e diarreia. Pele: eczema e psoríase rósea podem raramente ocorrer, desaparecendo completamente após interrupção de Perivasc®
.POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO: 2 comprimidos revestidos ao dia por via oral: um pela manhã e outro à noite, de preferência durante as refeições. Nas crises hemorroidárias, a dose deve ser aumentada para 2
comprimidos, 3 vezes ao dia (total de 6 comprimidos ao dia) , por 4 dias, seguido de 2 comprimidos, 2 vezes ao dia (total de 4 comprimidos ao dia), por 3 dias. A duração máxima do tratamento é de 2 a 3 meses.
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. M.S.: 1.0043.1096 Farm. Resp.: Dra. Sônia Albano Badaró – CRF-SP 19.258. EUROFARMA LABORATÓRIOS S.A. Av. Vereador Jose Diniz, 3465, Campo Belo, São Paulo – SP.
E-mail: euroatende@eurofarma.com.br CNPJ: 61.190.096/0001-92. Indústria Brasileira. Central de Atendimento – 0800-7043876. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. INFOR-
MAÇÃO DESTINADA À PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER MEDICAMENTOS.

CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua fórmula. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:


Não há interações medicamentosas descritas na literatura.
Referências: 1. Bula do medicamento. 2. Revista Kairos – PMC 18% - Julho/2014. Diosmin é marca registrada de Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A. Daflon é marca de Servier Laboratories. 3. Rada BSD, Perea
JRA. Phase I study: A relative biodisponibility study of two formulations of micronised purified flavonoid fraction after administration to healthy volunteers. 2009. EUDRACT number: 2008-008917-20. 4. Olszewski
W. Clinical efficacy of micronized purified flavonoid fraction (MPFF) in edema. Angiology. 2000;51(1):25-9. *Doença Venosa Crônica e Doença Hemorrodária.

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