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Sintomas

gastrointestinais da
doença de
PArkinson
Nathália Cabral Bergamasco
CRM-PR 32.092
Membro Efetivo da Academia Brasileira de Neurologia.
Neurologista, Residência Médica em Neurologia no Hospital do
Servidor Público Estadual de São Paulo, Fellowship na área de Distúrbios do
Movimento do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

Hélio A. G. Teive
CRM-PR 8.523
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia.
Professor Associado de Neurologia da Universidade Federal do Paraná,
Coordenador do Setor de Distúrbios do Movimento do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
sintomas gastrointestinais

Sintomas gastrointestinais
da doença de Parkinson
Nathália Cabral Bergamasco
CRM-PR 32.092
Membro Efetivo da Academia Brasileira de Neurologia. Neurologista, Residência Médica em Neurologia
no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, fellowship na área de Distúrbios do Movimento do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

Hélio A. G. Teive
CRM-PR 8.523
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Professor Associado de Neurologia da Universidade
Federal do Paraná, Coordenador do Setor de Distúrbios do Movimento do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná.

Introdução
•  Aspectos gerais

A doença de Parkinson (DP) é considerada senta também uma série de sintomas e si-
a segunda doença neurodegenerativa mais nais não motores, incluindo a presença de
comum, com evolução clínica progressiva, disfunção autonômica, distúrbios do sono e
caracterizada pela presença de bradicine- neuropsiquiátricos. Alguns dos sinais não
sia, associada com rigidez muscular, tre- motores da DP são considerados sintomas
mor e presença de instabilidade postural . 1
preditivos, ocorrendo previamente ao apa-
Adicionalmente, pode-se acrescentar a recimento dos sinais motores, tais como
presença de postura fletida (simiesca) e de distúrbio comportamental do sono REM
bloqueios motores (freezing) . A enfermida-
1
(do inglês rapid eye movement), hiposmia,
de está associada com disfunção de vários depressão e obstipação intestinal1,3-5.
sistemas monoaminérgicos, tais como o do-
paminérgico (que explica os sinais motores Todos esses conhecimentos acerca dos
clássicos), o noradrenérgico (relacionado sinais e sintomas não motores da DP fo-
aos distúrbios do sono), o serotoninérgico ram proporcionados pela grande evolução
(relacionado com as queixas de ansiedade ocorrida nos últimos anos no estudo da
e de depressão) e o colinérgico (relacionado etiopatogenia da DP. Em particular, deve-
com os sintomas cognitivos) . A DP apre-
1,2
se destacar o trabalho pioneiro de Braak

2
d o e n ç a d e pa r k i n s o n

et al., publicado em 20036. Os autores ava- estágio existe o comprometimento da parte


liaram do ponto de vista neuropatológico compacta da substância negra do mesen-
o estadiamento da DP esporádica. Foram céfalo (sintomas motores clássicos). Já nos
utilizados marcadores neuropatológicos da quarto e quinto estágios existem compro-
DP, como a presença de corpos de Lewy e as metimentos das regiões prosencefálicas, do
chamadas placas neuríticas de Lewy imu- mesocórtex do lobo temporal e de áreas de
nopositivas, para a proteína alfa-sinucleí- associação do neocórtex e do neocórtex pré-
na. Braak et al. definiram então a presença frontal, respectivamente (distúrbios cogni-
de seis estágios evolutivos da DP .
6
tivos e neuropsiquiátricos). No sexto está-
gio ocorre o comprometimento das áreas
No estágio inicial (primeiro estágio) ocorre de associação do neocórtex, difusamente,
o acometimento do núcleo motor dorsal além de áreas pré-motoras e área motora
dos nervos glossofaríngeo e vago (explican- primária. Esses achados confirmaram que
do a presença de obstipação intestinal pre- na DP não existe apenas o acometimento
coce), além da zona reticular intermediária exclusivo do sistema dopaminérgico, mas
e do núcleo do nervo olfatório (hiposmia). sim um comprometimento de vários outros
No segundo estágio existe o comprometi- sistemas monoaminérgicos, já definidos6.
mento adicional dos núcleos da rafe (de-
pressão), núcleo reticular gigantocelular e Dentre as manifestações não motoras mais
do complexo do locus ceruleous (distúrbio importantes da DP estão as gastrointesti-
comportamental do sono REM). No terceiro nais, que serão abordadas a seguir.

•  Manifestações gastrointestinais da doença de Parkinson

Nas últimas décadas houve uma crescente sinucleína em todo sistema nervoso enté-
conscientização das manifestações gastroin- rico (apesar de ainda não haver associação
testinais da DP, que, embora antes ignora- clara estabelecida entre essa deposição e os
das, apresentam alto impacto na qualidade sintomas); o alto nível de corpos de Lewy no
de vida dos pacientes com DP, aumentando núcleo dorsal do nervo vago, que mantém
custos com terapia e, muitas vezes, com hos- forte relação com a motilidade gastrointes-
pitalizações, sendo o segundo preditor mais tinal, e no sistema nervoso entérico, princi-
significativo da qualidade de vida na DP .
7-9
palmente na porção inferior do esôfago, e
nas regiões duodenal e jejunal do intestino
A etiologia da disfunção gastrointestinal na delgado, e o potencial efeito colateral dos
DP é provavelmente multifatorial, sendo já fármacos antiparkinsonianos7-11. Os sinto-
descritas a disfunção da inervação entérica mas gastrointestinais na DP são tão amplos
e central do intestino; a deposição de alfa- como a manifestação da doença e decorrem

3
sintomas gastrointestinais

do envolvimento das diferentes partes do explica por que sua incidência é notavel-
trato gastrointestinal (Tabela 1) . Embo-
7,11,12
mente menor por anamnese e entrevista
ra a constipação seja considerada um dos do que em estudos complementares espe-
sintomas mais comuns, sialorreia, náuseas, cíficos. Os sintomas irão invariavelmente
vômitos, saciedade precoce e disfagia são piorar no decurso da doença13,14.
bastante prevalentes7,11,12.
Durante a anamnese dos pacientes com
Os distúrbios da motilidade do trato gas- DP, uma revisão abrangente dos sintomas
trointestinal superior já foram atribuídos deve ser realizada a fim de se localizar seg-
ao estágio tardio. Reconhece-se hoje que a mentos específicos do trato gastrointestinal
motilidade gastrointestinal como um todo afetados. Uma vez identificado o sintoma
(inclusive esôfago, estômago e cólon) está gastrointestinal, é útil utilizar escalas pa-
desordenada já na fase inicial da DP. Inicial- dronizadas para classificar a gravidade e
mente os pacientes não se sentem incomo- acompanhar a evolução clínica. Para isso,
dados e não descrevem os sintomas, o que várias escalas validadas estão disponíveis,

Tabela 1. Complicações gastrointestinais da doença de Parkinson.

Crônicos Agudos

•  Obstipação intestinal •  Disfagia aguda


•  Disfunção anorretal •  Volvo intestinal
•  Disfagia •  Impactação fecal
•  Gastroparesia •  Síndrome de Ogilvie
•  Sialorreia
•  Distúrbios do apetite
•  Supercrescimento bacteriano do intestino delgado

Tabela 2. Exames complementares.

Sintomas Exames complementares

Colonoscopia, radiografia abdominal, manometria anorretal,


Constipação
cápsula endoscópica

Disfunção anorretal Manometria anorretal

Disfagia Videofluroscopia da deglutição, manometria esofágica

Gastroparesia Cintilografia do esvaziamento gástrico, enteroscopia por cápsula

4
d o e n ç a d e pa r k i n s o n

como: escala clínica de sialorreia para DP, mente validados em DP, eles podem forne-
escala genérica para resultados da disfagia cer orientações importantes para o clínico
na qualidade de vida e a classificação de no reconhecimento e no gerenciamento
Roma para constipação 7,11-13
. O exame físi- da estrutura e da função gastrointestinal
co deve ser abrangente, avaliando estado alterada.
nutricional e peso, assim como pesquisar a
disfunção autonômica. Na presente revisão os sintomas gastroin-
testinais na DP serão divididos em dois ti-
A tabela 2 destaca os vários exames com- pos, os crônicos — dentre eles, o mais co-
plementares disponíveis para investigação mum, a obstipação intestinal — e os agudos
de distúrbios gastrointestinais. Embora es- — dentre os quais se sobressaem a disfagia
ses testes ainda não tenham sido completa- aguda e a impactação fecal.

Sintomas gastrointestinais crônicos na doença de Parkinson


•  Obstipação intestinal

A constipação é o sintoma gastrointestinal não a movimentos intestinais dolorosos ou


mais comum na DP, relatado em até 80% a difíceis, história de retenção excessiva de
90% dos pacientes . Alguns estudos
7,11,12,15-18
fezes e presença de grande massa fecal no
relatam a presença de constipação mesmo reto7,11,12,20.
antes do início dos sintomas motores por
mais de uma década. Comparando-se indi- Entre os mecanismos envolvidos na obsti-
víduos com DP com controles pareados em pação intestinal estão: diminuição da mobi-
idade e sexo, a constipação é aproximada- lidade dos pacientes; contração muscular do
mente duas a quatro vezes mais comum em cólon diminuída, com lentificação do trân-
pacientes com DP . Nesse contexto, Ab-
13,15,19
sito intestinal; anormalidades de defecação
bott et al. descreveram um risco aumentado causadas pelo distúrbio de coordenação da
para DP em pacientes com evacuações in- contração muscular do reto, do assoalho
feriores a uma vez por dia (4,1 vezes maior pélvico, da parede abdominal e do diafrag-
em relação aos indivíduos com hábito in- ma, associadas ao relaxamento do esfíncter
testinal duas vezes ao dia) . 20
anal; efeitos colaterais dos fármacos (agen-
tes anticolinérgicos e dopaminérgicos). Es-
Pode-se definir obstipação intestinal quan- ses mecanismos podem ser potencializa-
do existe um número igual ou inferior a dos por secreção salivar reduzida, falta de
três evacuações no período de uma sema- exercícios físicos e talvez também por insu-
na, no mínimo por seis meses, associado ou ficiência de ingesta de fluidos7,11,12,16,18,20.

5
sintomas gastrointestinais

Outro mecanismo levantado para explicar bióticos e, eventualmente, enemas, apomor-


a obstipação intestinal seria a contração pa- fina, ou ainda, toxina botulínica7,11,12,16,18,20-22.
radoxal da musculatura pélvica, talvez de
natureza distônica. Outros problemas asso- O uso de fármacos formadores de bolo fecal,
ciados à obstipação intestinal em pacientes como o farelo de trigo, de multifibra (Stimu-
com DP idiopática seriam o megacólon e o lance®, na forma de sachê) e dos emolien-
volvo de sigmoide7,11,12,16,18,20. tes fecais (como o dioctilsulfosuccinato de
sódio, os difenilmetânicos, os derivados da
Diversos estudos, incluindo o clássico estu- antraquinona) utilizados em conjunto com
do de Braak et al., já confirmaram a presen- as refeições representa uma boa alternati-
ça de degeneração neuronal com presença va terapêutica. O uso do Psyllium pode ser
de corpos de Lewy ao nível do plexo mioen- feito, com duas doses diárias (dose-padrão
térico do colón . 6
de 5,1 g)7,11,12,16,18,20-22. Ashraf et al., em 1997,
publicaram um estudo demonstrando que
O tratamento para a obstipação intestinal o uso de Psyllium produz significante me-
em pacientes com DP engloba modificações lhora subjetiva e objetiva na obstipação re-
dietéticas, estímulo ao exercício físico regu- lacionada à DP23.
lar e tratamento farmacológico7,11,12,16,18,20-22.
Quanto à dieta, há necessidade de aumen- Entre os agentes colinomiméticos, a cisa-
tar a quantidade de fibras (em média 40 prida poderia ser uma medicação para au-
a 70 g ao dia), com ingestão de vegetais e mentar a contração muscular e a motilidade
aveia. Assim como se recomenda a inges- intestinal, com doses de 5 mg duas vezes ao
ta de grandes quantidades de líquidos (em dia (comprimidos de 5 e 10 mg). Entretanto,
torno de 1,5 a 2,0 L/dia), com uso de chá- diante de relatos (ainda que raros) de piora
verde ou mesmo de chimarrão .
7,11,12,16,18,20-22
do quadro parkinsoniano, e de forma mais
A realização de exercícios regulares, como importante, em decorrência de vários rela-
caminhadas diárias e também a natação, tos de efeitos colaterais sérios relacionados à
deve ser estimulada. Deve sempre interro- função cardíaca, como o desenvolvimento de
gar a possibilidade de suspensão de medi- arritmias fatais relacionadas com a presença
cações anticolinérgicas, propiciando uma de intervalo QT longo (ainda que descritos
melhora na motilidade intestinal, e mesmo mais comumente na população pediátrica), o
de antidepressivos tricíclicos (com ação an- uso de cisaprida na atualidade tornou-se ina-
ticolinérgica) .
7,11,12,16,18,20-22
dequado em pacientes com DP7,11,12,16,18,20-22.

O tratamento farmacológico da obstipação Por vezes poderão ser utilizados laxantes


intestinal inclui o uso de fármacos formado- osmóticos como lactulose (doses de 10 a 20 g
res de bolo fecal, emolientes fecais, agentes ao dia) e catárticos (óleo mineral, bisaco-
colinomiméticos, laxantes osmóticos, pro- dil, picossulfato de sódio), eventualmente

6
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com o uso de supositórios de glicerina e de to de eventos isquêmicos cardiovascula-


enema de sais de fosfato de sódio (fleet ene- res7,11,12,16,18,20-22. A prucaloprida (Resolor®, 1 e
ma) para pacientes gravemente afetados, 2 mg) é um agonista serotoninérgico alta-
particularmente aqueles com constipação mente seletivo do receptor 5-HT4 da seroto-
crônica .
7,11,12,16,18,20-22
nina, explicando seu efeito enterocinético,
que além de melhorar a consistência das
Outra opção terapêutica foi sugerida por fezes, aumenta o número de evacuações e
Eichhorn e Oertel, com a utilização da fór- os sintomas associados à obstipação. Essa
mula macrogol 3350/eletrólitos . Trata-se
24
substância tem maior seletividade para ca-
de uma combinação de macrogol 3350, um nais KCHN-2 e maior segurança cardíaca25.
polietileno glicol, com peso molecular de
3350, com eletrólitos (bicarbonato de sódio, A apomorfina (dose de 2 e 3 mg, sub-
cloreto de sódio e de potássio). A ação é ba- cutânea) é uma alternativa terapêutica
sicamente por via osmótica e foi compro- para tratamento de grave obstipação in-
vada nesse estudo, com dez pacientes com testinal, nos pacientes com períodos off
DP ou atrofia de múltiplos sistemas, com prolongados7,11,12,16,18,20-22,26.
excelentes resultados24. No Brasil o macro-
gol pode ser encontrado em farmácias de O uso de toxina botulínica para tratamen-
manipulação ou comercialmente associado to de obstipação acentuada foi preconiza-
com bicarbonato de sódio, cloreto de sódio do por Albanese et al. em 1997. Os autores
e de potássio (Muvinlax ), o qual pode ser
®
aplicaram uma dose total de 30 unidades,
utilizado em conjunto, ou de forma alterna- divididas em dois pontos do músculo pu-
da, com a policarbofila cálcica (Muvinor ) .
® 22
borretal, com bons resultados e duração do
efeito de 12 semanas26.
Os agonistas dos receptores 5-HT4 da se-
rotonina (como tegaserode e prucaloprida) Os medicamentos mais recentes, como o lu-
também apresentaram, nos vários estudos biprostone (Amitiza®, 24 mg, 2 vezes/dia),
publicados, propriedades farmacológicas que ativa os canais de cloreto do cólon, e
úteis no tratamento da constipação intesti- linaclotide (ainda não liberado no Brasil),
nal. O tegaserode (Zelmac ) é um agonista
®
que é um agonista peptídico do receptor de
parcial do receptor de serotonina com efei- guanilato-ciclase-C, estimulam a secreção
to procinético, tendo como propriedades de fluido intestinal ileal, aumentando as-
acelerar o trânsito gastrointestinal alto e sim a água fecal e encurtando o tempo de
baixo e melhorar a distensão abdominal e trânsito colônico. Ambos mostraram algum
a consistência alterada das fezes. Esse fár- benefício em pacientes com DP, com efei-
maco, entretanto, teve seu uso suspenso tos colaterais mínimos27. Por fim, existem
nos Estados Unidos em 2007, em virtude estudos com uso de estimulação de nervos
da possibilidade de provocar um aumen- sacrais7,11,12,16,18,20-22.

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sintomas gastrointestinais

•  Disfunção anorretal

Outra razão considerável para constipação Quando os pacientes apresentam sintomas


no paciente com DP é a disfunção anorre- de evacuação incompleta e difícil, o múscu-
tal, presente em até 60% a 90% dos casos. lo anorretal deve ser avaliado com mano-
Até 40% dos pacientes com DP precoce as- metria anorretal. A falta de relaxamento
sintomáticos demonstraram evidência de dos esfíncteres anais correlaciona-se for-
dissinergia anorretal, segundo estudo. No temente com a constipação, enquanto a
entanto, até 48% dos pacientes podem ter diminuição do tônus anal de repouso está
combinação de trânsito intestinal lento e associada à incontinência fecal16,28.
defecação dissinérgica16,28.
O tratamento recomendado é o biofeedback,
A disfunção anorretal na DP é muitas vezes dispositivo pneumático para fortalecimen-
causada por contração paradoxal do mús- to muscular. Até 25% a 30% dos pacientes
culo puborretal ou falha no relaxamento com dissinergia defecatória melhoram com
anal durante o esforço evacuatório. essa abordagem, mas ainda não foi ava-
liada especificamente na população com
A pressão e a duração do esforço também DP. Outra opção inclui injeções de toxina
são reduzidas na DP. Essa disfunção parece botulínica nos músculos do esfíncter ou
piorar no período off .
16,28
puborretal16,26,28.

•  Disfagia

A disfagia pode ocorrer subjetivamente Os pacientes com DP podem ter disfagia


em cerca de 40% dos pacientes com DP, orofaríngea e esofágica. A fisiopatologia
porém estudos com exames complementa- está relacionada diretamente ao envolvi-
res, como videofluoroscopia da deglutição e mento dos músculos da orofaringe, ocor-
manometria esofágica, demonstram motili- rendo evidente piora nos estados off de-
dade esofágica anormal em até 80% dos pa- vido à disfunção motora, e melhora com
cientes . Em um estudo recente cerca de
29,30
levodopa; apesar de também poder ocorrer
30% dos pacientes com DP precoce e sem no período on (atribuída, na maioria das ve-
manifestação clínica de disfagia apresenta- zes, a discinesia secundária a medicamen-
ram evidência de ingesta anormal na ma- tos). Também é associada às anormalidades
nometria esofágica; portanto, não se pode de deglutição, à excessiva salivação e com
prever achados subjetivos ou objetivos de distúrbios de motilidade esofagiana (com
disfunção esofágica apenas com a gravida- ocorrência em torno de 70% dos pacientes
de ou o tempo de doença na DP .30
com DP)7,11,12,16,18,20-22,29-31.

8
d o e n ç a d e pa r k i n s o n

Entre as principais complicações oriundas metoclopramida é contraindicado por sua


desses problemas estão a broncoaspiração ação antidopaminérgica7,11,12,16,18,20-22,29-32.
(podendo ocorrer silenciosamente em 15%
a 30% dos pacientes) e a maior frequência O tratamento da disfagia pode requerer
de broncopneumonias aspirativas nos pa- uma abordagem multidisciplinar, com a
cientes com DP em fase avançada 31,32
. participação de profissionais das áreas de
otorrinolaringologia/gastroenterologia es-
Pode ser necessária a investigação comple- pecializados em disfagia, de fonoaudiologia
mentar com a utilização de manometria (reabilitação fonoaudiológica), de nutricio-
esofágica (evidenciando anormalidades nista (com a utilização de dieta pastosa) e,
peristálticas como contrações repetitivas, eventualmente, uso de sondas de Hurst
simultâneas ou prematuras e motilidade (para estímulo da deglutição) 7,11,12,16,18,20-22,29-32.
esofágica ineficaz).
Outra orientação no tratamento da dis-
A videofluoroscopia, na avaliação da fase fagia dos pacientes com DP é a de melhor
orofaríngea da deglutição, pode evidenciar adequação do tratamento dopaminérgico,
movimentos linguais lentos e anormais, aumentando-se os períodos on. Medidas
trânsito faríngeo lento ou redução do rela- básicas como pequenas mordidas e comer
xamento do esfíncter esofágico superior. A enquanto estiver no período on e sentado
esofagoscopia com bário pode detectar de- podem ajudar.
feito anatômico do esôfago proximal, como
divertículo de Zen­ker7,11,12,16,18,20-22,29-32. Casos refratários e graves podem exigir
aplicações de toxina botulínica no esôfago
Entre as medicações disponíveis está a inferior para tratar espasticidade, coloca-
domperidona (comprimidos de 10 mg, uti- ção de gastrostomia endoscópica e alimen-
lizados antes das refeições), com bom efeito tação enteral para combater desnutrição e
sintomático. Deve-se lembrar que o uso de perda ponderal7,11,12,16,18,20-22,29-32.

•  Gastroparesia

O esvaziamento gástrico torna-se lenti- Ao estimular os quimiorreceptores dopa-


ficado nos pacientes com DP, em função minérgicos na área postrema, a levodopa
dos problemas já definidos decorrentes da causa náusea como efeito central. Em seus
disfunção dopaminérgica e da perda de efeitos periféricos, normaliza parcialmen-
neurônios dos plexos nervosos viscerais. te a atividade mioelétrica no estômago,
Além disso, os efeitos clínicos da levodopa provavelmente devido à sua atividade do-
no esvaziamento gástrico são controversos. paminérgica no próprio estômago. Alguns

9
sintomas gastrointestinais

estudos descrevem a inibição da coordena- Embora tradicionalmente a cintilografia de


ção antroduodenal, no entanto os efeitos esvaziamento gástrico tenha sido o padrão
não são previsíveis e os médicos devem ouro para diagnóstico de gastroparesia, a
ficar atentos quanto aos sintomas de gas- enteroscopia por cápsula provou fornecer
troparesia, especialmente quando iniciar a medições precisas no tempo de esvazia-
terapia ou aumentar a dosagem 7,11,12,16,18,20-22
. mento gástrico.

Os efeitos clínicos dos agonistas dos recep- A constituição física e calórica dos alimen-
tores da dopamina na função entérica ain- tos influencia muito o esvaziamento gástri-
da não foram estudados em detalhes, mas co e a motilidade do cólon. Recomenda-se
a maioria dos estudos indica que eles afe- fortemente que os pacientes com DP evi-
tam a função gástrica ou, pelo menos, pro- tem alimentos ricos em gordura e grandes
duzem sintomas que levam a distúrbios da porções, pois estes atrasam significativa-
função gástrica, como a náusea .
7,11,12,16,18,20-22
mente o esvaziamento gástrico. Orienta-
se dividir alimentos em pequenas porções,
Os sintomas mais encontrados pelo es- com um teor calórico igual ingerido ao lon-
vaziamento gástrico lentificado incluem go do dia. Pode ser aconselhável que alguns
náusea (presente em até 25% dos casos ), 15
pacientes aumentem a ingesta calórica com
vômitos, saciedade precoce, distensão epi- líquidos, em vez de alimentos sólidos. De-
gástrica (relatado em cerca de 45% dos vido o atraso no esvaziamento gástrico,
pacientes ,
15,31,32
desconforto epigástrico líquidos gasosos também devem ser evita-
pós-prandial, pirose e combinações desses dos, porque podem promover sintomas de
sintomas. gastroparesia15,22,31,32.

O esvaziamento gástrico retardado, além As opções de manejo farmacológico do es-


de seu efeito na qualidade de vida, desenca- vaziamento gástrico lentificado são limi-
deia desafios adicionais aos pacientes com tadas; o uso de agentes dopaminérgicos é
DP, afetando a farmacodinâmica da levodo- necessário para tratar os sintomas motores
pa. Estudos demonstraram que o esvazia- da DP, mas é susceptível de exacerbar a gas-
mento gástrico atrasado leva a uma maior troparesia. Pode ser feito o tratamento com
imprevisibilidade das flutuações motoras, a utilização de um antagonista dopaminér-
visto um prejuízo na absorção de levodopa gico de ação periférica exclusiva, a dompe-
a partir do duodeno, com resultante piora ridona (comprimido de 10 mg), nas doses de
da performance motora do paciente. Pode- 10 a 20 mg, entre 15 a 30 minutos antes das
se associar a esse problema a utilização de refeições e mesmo antes de deitar, aliviando
refeições copiosas com grande quantidade os sintomas de náusea, vômitos, anorexia,
de proteínas .
15,22,31,32
inchaço abdominal, azia e regurgitação. Os
antagonistas dopaminérgicos de ação cen-

10
d o e n ç a d e pa r k i n s o n

tral (sulpirida e metoclopramida), por seu Em casos graves de gastroparesia, a estimu-


efeito parkinsoniano, não são opções tera- lação através de um estimulador elétrico
pêuticas para pacientes com DP, pois agra- pode ser uma opção terapêutica, apesar de
vam os sintomas motores; além do aumento ainda não haver estudos em pacientes com
da incidência de acatisia e discinesia tardia DP15,31,32.
induzidas pela metoclopramida15,22,31,32.

•  Sialorreia

A sialorreia constitui um sintoma bastan- 2 gotas), glicopirrolato, biperideno e tri-he-


te comum em pacientes com DP em fase xafenidil para tratamento (lembrando-se
avançada, com taxas de prevalência esti- sempre das contraindicações e dos efeitos
madas em torno de 56% . Provavelmente
17,33
colaterais dessas medicações), além da uti-
seja secundária a uma perda do reflexo de lização da amantadina17,22,31,33.
deglutição involuntário e comprometimen-
to muscular da faringe, em vez de aumento Outra opção seria o uso de antidepressivos
da produção salivar. Embora não conduza, tricíclicos, como a amitriptilina e a nortripti-
necessariamente, a complicações significa- lina, bem como o uso de butilbrometo de es-
tivas, a sialorreia pode dificultar a fala e a copolamina (comprimidos de 10 mg)17,22,31,33.
deglutição, representando um importante
fator de afastamento do convívio social dos Uma opção mais recente para o tratamento
pacientes parkinsonianos .
17,22,33
da sialorreia é o uso de toxina botulínica,
com aplicação ao nível das glândulas paró-
Uma das terapias mais eficazes pode ser tidas (com doses em torno de 15 U de toxina
simplesmente mascar chiclete . Podem ser
34
botulínica do tipo A-Botox) e das glândulas
consideradas medicações anticolinérgicas o submandibulares (aplicações guiadas pelo
colírio de atropina 1% (uso sublingual de 1 a exame de ecografia)17,22,31,33.

•  Distúrbios do apetite

A perda do desejo de comer pode ser um sin- Pode-se utilizar para tratamento da perda
toma comum em pacientes com DP em fa- do apetite medicações antidepressivas, par-
ses avançadas. Interrogam-se como fatores ticularmente do grupo dos tricíclicos (com
relacionados: disfagia, depressão, a própria avaliação dos possíveis efeitos colaterais),
ação das drogas dopaminérgicas e, eventual- como amitriptilina, nortriptilina, maproti-
mente, alguma disfunção hipotalâmica .
7,22
lina (tetracíclico) ou ainda a mirtazapina7.

11
sintomas gastrointestinais

•  Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SBID)

A prevalência de SBID em pacientes com macodinâmica da levodopa, associando-se


DP varia de 25% a 50% . Os pacientes
35,36
a flutuações motoras severas, independen-
podem ser assintomáticos ou apresentar te dos sintomas subjetivos gastrointestinais
inchaço inespecífico, desconforto abdomi- do SBID35,36.
nal, flatulência, diarreia ou perda ponderal
inexplicável. Se a suspeita de SBID for alta, o tratamen-
to empírico com antibioticoterapia (como
A etiologia é provavelmente secundária à rifaximina) pode ser realizado, dado efei-
alteração da motilidade do intestino delga- to colateral baixo. Alguns estudos indi-
do e do tempo de trânsito intestinal. É uma cam probióticos a longo prazo após erra-
causa importante de má absorção, logo de- dicação inicial do SBID, mas os benefícios
ficiência de vitaminas lipossolúveis deve dessa abordagem não são totalmente
ser pesquisada. Também influencia na far- validados35,36.

Sintomas gastrointestinais agudos na doença de Parkinson


Apesar de a maior parte da disfunção gas- Volvo intestinal. O volvo de sigmoide é mais
trointestinal na DP ter uma apresentação comumente visto nos pacientes com DP do
subaguda ou crônica, existem raros casos que o de cólon. A apresentação pode ser
de emergências gastrointestinais que não aguda ou subaguda, associada a pioras pro-
devem ser ignorados. gressivas de dor abdominal. A mortalidade
pode ser bastante alta, cerca de 10% para os
Disfagia aguda. A disfagia geralmente é de casos não complicados e até 60% nos casos
início subagudo ou crônico nos pacientes com gangrena intestinal7,11,12,16,18-21. O diag-
com DP, mas pode se apresentar aguda- nóstico é feito com exame de imagem (ra-
mente. O impacto de corpos estranhos e do diografia ou tomografia computadorizada
bolus alimentar deve ser considerado. A de abdome). O manejo é a redução endoscó-
lesão esofágica induzida por drogas e, rara- pica ou ressecção cirúrgica7,11,12,16,18-21.
mente, a toxicidade da levodopa estão asso-
ciadas ao quadro. Endoscopia de urgência Impactação fecal. A constipação de longa
deve ser realizada, particularmente se as- data pode levar à impactação fecal e, me-
sociada ao início agudo de odinofagia, para nos frequentemente, à necrose intestinal
diagnóstico e tratamento .
7,11,12,16,18,20-22,29-32
causada por ulceração por pressão, com

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d o e n ç a d e pa r k i n s o n

alta mortalidade. O toque retal deve ser sintomas de obstrução colônica, mas sem
realizado sempre que houver suspeita de bloqueio mecânico, com incidência relatada
obstrução intestinal, tanto para diagnóstico em um pequeno estudo de 2,4% nos pacien-
quanto para tratamento. No entanto, a im- tes com DP7. Está associada a uma série de
pactação pode ocorrer no reto proximal ou condições clínicas, como distúrbios eletro-
no sigmoide, quando se faz necessária uma líticos, infecções, medicamentos e doenças
radiografia abdominal, caso toque retal seja neurológicas. O diagnóstico é feito por exa-
negativo. O tratamento é feito com enemas me de imagem, necessário para descartar
e remoção manual do fecaloma .
7,11,12,16,18-21
obstrução mecânica7. O tratamento é feito
com fluidos intravenosos e monitoramento
Síndrome de Ogilvie (pseudo-obstrução de complicações fatais, como isquemia in-
intestinal). A síndrome de Ogilvie é uma testinal e perfuração. A descompressão ci-
pseudo-obstrução intestinal aguda com rúrgica é reservada para casos refratários7.

Conclusão
A DP apresenta uma série de sintomas e cabe ao neurologista com experiência no
sinais não motores, dentre eles as mani- atendimento e no tratamento de pacientes
festações gastrointestinais, que podem ser com DP ter um grande conhecimento dos
crônicas, como a obstipação intestinal, con- sintomas gastrointestinais mais comuns
siderada a mais comum de todas, e as mani- nesse grupo de pacientes, bem como obter
festações agudas, mais raras, como a disfa- um diagnóstico mais precoce e um trata-
gia aguda e a impactação fecal. Dessa forma mento mais eficaz.

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sintomas gastrointestinais

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