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Cap.

6 – Engrenagens (Gears)
Órgãos de máquinas que transmitem movimento de um veio para outro, por meio
de dentes que entram sucessivamente em contacto uns com os outros

Pinhão ou Carreto – a menor das duas rodas em contacto (Pinion).

Roda – a maior das duas (Gear).

Vantagens:

• Permitem distâncias entre eixos pequenas.

• Rendimentos muito elevados.

• Longa duração.

Fig. 6.1. – Engrenagens primitivas. (2600 a.c.)


[Fig. 15.1 Juvinal]
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 98
Engrenagens (Gears)

Fig. 6.2. – Engrenagens dentro de uma Fig. 6.3. – Engrenagens dentro de uma
misturadora. [Fig. 14.27 Hamrock] caixa redutora de velocidades. [Fig. 16.26 Juvinal]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 99


Engrenagens Cilíndricas de dentes rectos
SPUR GEAR

• É o tipo de engrenagens mais


simples e mais comum.

• Transmite movimento entre


eixos paralelos.

• Dentes paralelos ao eixo de


rotação.

Fig. 6.4. – Engrenagens cilíndricas de dentes


rectos. [Fig. 14.1 Hamrock]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 100


Engrenagens Cilíndricas de dentes helicoidais
HELICAL GEAR

• Menos ruidosas que as


engrenagens cilíndricas de
dentes rectos.

• Dentes inclinados com o


eixo de rotação.

• Podem transmitir movimento


entre eixos paralelos ou não
paralelos.

Fig. 6.5. – Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais.


[Fig. 14.2 Hamrock]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 101


Engrenagens Cónicas de dentes rectos
BEVEL GEAR with straight teeth

• Dentes em superfícies
cónicas.

• Dentes podem ser rectos


ou em espiral.

• As engrenagens cónicas
são montadas em eixos
que se intersectam entre
Fig. 6.6. – Engrenagens cónicas de dentes rectos. si. Estes podem ser ou
[Fig. 14.3 Hamrock]
não perpendiculares.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 102


Engrenagens parafuso sem-fim
WORM GEAR
• É constituído por uma rosca de
um parafuso com uma roda dentada
especial. Tal como um parafuso,
também pode possuir mais que uma
rosca.

• Usado para razões de velocidades


elevadas.

• Tem uma eficiência de


transmissão elevada.
Fig. 6.7. – Engrenagens parafuso sem-fim.
[Fig. 14.3 Hamrock] • Transmite movimento entre veios
que não sejam paralelos nem se
intersectem.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 103
Nomenclatura das Engrenagens Cilíndricas de dentes
rectos (SPUR GEAR)

(a)
(p)

(b)

(c)

Fig. 6.8. – Nomenclatura das Engrenagens cilíndricas Fig. 6.9. – Nomenclatura das Engrenagens
de dentes rectos. [Fig. 13.5 Shigley] cilíndricas de dentes rectos. [Fig. 14.5 Hamrock ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 104


Nomenclatura
Circulo Primitivo (Pitch circle) – é o circulo teórico, sobre o qual os cálculos são
normalmente efectuados.

Diâmetro Primitivo (pitch diameter) “d” – diâmetro do circulo primitivo.

Passo Primitivo (circular pitch) “p” – é a distância, medida no circulo primitivo,


de um ponto num dente, até ao ponto correspondente no
dente adjacente. O passo primitivo é igual á soma da
espessura do dente (tooth thickness) e intervalo entre
dentes (width of space).

Módulo (module)”m” – é a razão entre o diâmetro primitivo, “d” e o número de


dentes, “N”. [m = d/N]

Diametral Pitch “P” – é a razão entre o número de dentes da engrenagem, “N” e o


diâmetro primitivo, “d”. [P = N/d]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 105


Nomenclatura (cont.)

Saliência (addendum) “a” – é a distância radial entre a superfície da coroa (top


land) e o diâmetro primitivo.

Reentrância (dedendum) “b” – é a distância radial entre a superfície da raiz


(bottom land) e o diâmetro primitivo.

Altura do dente ( whole depth) “h t ” – é a soma da saliência e da reentrância.

Circulo de folga (clearance circle) – é o circulo tangente ao circulo de saliência


da engrenagem.

Folga (clearance) “c” – é a saliência subtraída da reentrância.

Backlash – é a quantidade que o intervalo entre dentes (width of space) excede a


espessura do dente engrenado no circulo primitivo.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 106


Nomenclatura (cont.)

N Np Ng P – diametral pitch, [dentes/in] ou [dentes/mm]


P= = = N – número de dentes
d dp dg
d – diâmetro primitivo [in] ou [mm]

m – módulo [mm] ou [in]


1 d dp dg
m= = = = N – número de dentes
P N Np Ng d – diâmetro primitivo [mm] ou [dentes/in]

p – passo primitivo [in] ou [mm]


π
p = πm = m – módulo [in] ou [mm]
P P – diametral pitch, [dentes/in] ou [dentes/mm]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 107


Módulo / Diametral Pitch
Tabela 6.1. – Tamanho dos dentes usados normalmente. [Tab. 13.3. Shigley]

↑ Dente => ↓ diametral pitch

Fig. 6.10. – Tamanho do dente para vários


“diametral pitch”. [Fig. 15.10 Juvinal]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 108


Perfil Envolvente

O desenho do dente das engrenagens,


não serve para a sua construção, mas
para a sua compreensão e cálculo do
engrenamento.

1 – dividir o círculo base em partes


iguais.

2 – desenhar as linhas OA 0 , OA 1 , etc.

3 – desenhar perpendiculares em
A 1 B 1 , A 2 B 2 , etc.
Fig. 6.11. – Modo de construção dos dentes de
uma engrenagem. [Fig. 14.9 Hamrock ] 4 – Em A 1 B 1 desenhar com um
compasso a distância A 1 A 0 , em A 2 B 2 ,
desenhar com um compasso os dobro
da distância A 1 A 0 , etc.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 109


Circunferência de Base e Primitiva
Velocidade linear no círculo primitivo.

v = rp ωp = rg ωg
Raios dos círculos base.

rbp = rp cos φ
rbg = rg cos φ
Diâmetros dos círculos base.

d bp = d p cos φ
d bg = d g cos φ
Passos dos círculos base.

Fig. 6.12. – Duas rodas engrenadas, onde os círculos p bp = p p cos φ


primitivos rolam um sobre o outro, sem escorregamento.
[Fig. 14.8 Hamrock ]
p bg = p g cos φ
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 110
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Rectos
(cont.)

Fig. 6.13. – Engrenagem interna.


(Roda + Pinhão) [Fig. 13.15 Shigley 2001 ]

Tabela 6.2 – Sistema de dentes mais utilizado para engrenagens cilíndricas de dentes rectos . [Tab. 13.2 Shigley]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 111


Razão de Contacto
Linha de Engrenamento (pressure line) – Lugar geométrico dos pontos de contacto
de um par de dentes.

O contacto inicial dá-se no ponto a e o final no b. Quando um dente está a iniciar o


seu contacto em a, nesse instante está o dente anterior a finalizar o contacto em b.

AP – arco de aproximação (q a ). PB – arco de intervalo (q r ). AB – arco de acção (q t )


qt = qa + qr = p

Fig. 6.14. – Zona de contacto. [Fig. 13.15 Shigley ]

L ab q
mc = = t Razão de contacto – indica o número médio de dentes engrenados.
p cos φ p
(quando q t > p)
m c ≈ 1,2 Para não ocorrer deficiências de montagem, aumentando a possibilidade
de impacto entre dentes e o ruído.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 112
Interferência

O perigo da existência de
interferência aumenta com o
aumento do número de
dentes da roda.

Fig. 6.15. – Esquema da interferência.


[Fig. 14.12 Hamrock ]

Se houver interferências com folga grande entre os dentes, o contacto dá-se em


péssimas condições, verificando-se vibrações importantes e desgaste rápido.

Se a folga for zero, dá-se o encravamento da transmissão.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 113


Interferência (cont.)
Tabela 6.3. – Número mínimo de dentes para evitar problemas de interferência. [Tab. 13.1 Shigley]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 114


Fabrico de Engrenagens

Fig. 6.17. – Fabrico de uma engrenagem


com roda dentada. [Fig. 15.13 Juvinal]
Fig. 6.16. – Fabrico de uma
engrenagem com cremalheira,
com roda dentada e com fresa.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 115


Materiais das engrenagens
Ferro Fundido: Menos ruídosas que as de aço inox. Alta resistência à flexão. Boa
durabilidade superfícial. Mais barato.

Aços Inox com ligas de:


Niquel – Facilita a execução da tempera e aumenta a resistência à tracção e à
fadiga, sem reduzir a plasticidade e a resiliência.

Crómio – Facilita a execução da tempera, aumentando a dureza, ou seja, a


resistência aos esforços e ao desgaste, mas dá-lhe mais fragilidade.

Molibdénio – Concede aos aços uma textura fina, pelo que também lhes aumenta a
dureza, mantendo a plasticidade.

Niquel + Crómio + Molibdénio – melhores resultados

Bronze: Material não ferroso.

Plásticos:
Nylon – Resistência ao desgaste. Baixo coeficiente de atrito. Baixo ruído. Não
necessitam de lubrificação quando a baixas cargas.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 116


Engrenagens Cónicas de Dentes Rectos
(BEVEL)
“Pitch angle” do pinhão

γ = NP
tan
NG
“Pitch angle” da roda

NG
tanΓ =
NP

Fig. 6.18. –Terminologia de uma engrenagem


cónica de dentes rectos. [Fig. 13.20 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 117


Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais
(HELICAL)

p n = p t cos Ψ

pt
px =
tan Ψ

p n – passo primitivo normal


p x – passo primitivo axial
p t – passo primitivo transversal
ψ - ângulo da hélice t
x

Fig. 6.19. – Engrenagem cilíndrica de dentes


helicoidais. [Fig. 14.25, 14.26 Hamrock ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 118


Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais
(cont.)
tan φ n
cos Ψ =
tan φ t
Pt
p n Pn = π , Pn =
cos Ψ
pn = π mn , m n = m t cos Ψ

P n – normal “diametral pitch”


P t – transversal “diametral pitch”
φn – ângulo de pressão normal
φt – ângulo de pressão transversal
m n – módulo normal
m t – módulo transversal

Fig. 6.20. – Nomenclatura das engrenagens cilíndricas


de dentes helicoidais. [Fig. 13.22 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 119


Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais
(cont.)
Tabela 6.4. – Proporções de dentes standards [Tab. 13.5 Shigley].

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 120


Engrenagens de Parafuso-Sem-Fim (WORM)
N G Pt
dG =
π

C0,875 C 0,875
≤ dW ≤
3,0 1,7

L = px NW
L
tan λ =
πd W
d G – diâmetro primitivo da roda
d W – diâmetro primitivo do parafuso
L – avanço
λ – ângulo do avanço
C – distância entre centros
N w – nº dentes do parafuso Fig. 6.21. – Nomenclatura das engrenagens de
p x – passo primitivo axial parafuso-sem-fim. [Fig. 13.24 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 121


Direcção da rotação das engrenagens de dentes rectos

Fig. 6.22. – Engrenagens externas. [Fig. 14.13 Hamrock ]

Fig. 6.23. – Engrenagens internas. [Fig. 14.14 Hamrock ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 122


Direcção da rotação das engrenagens de dentes
helicoidais

Fig. 6.24. – Direcção da rotação das engrenagens de dentes helicoidais. [Fig. 13.26 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 123


Trens de Engrenagens
Objectivo – Obter uma velocidade angular desejada no veio de saída enquanto que o
veio de entrada roda a uma velocidade angular diferente.

Fig. 6.25. – Trens de engrenagens. Simples e compostos. [Fig. 14.15, 14.16 Hamrock ]

Trem de engrenagem plano – quando os veios intermédios são paralelos.

Trem de engrenagem esférico – quando existem veios intermédios que não são paralelos.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 124


Trens de Engrenagens (cont.)

Fig. 6.26. – Trem de engrenagem. [Fig. 13.27 Shigley ]

Valor do trem
Nas engrenagens cilíndricas de
produto n ° dentes motores n L
e= = dentes rectos:
produto n ° dentes movidos n F
e (+) – se a última engrenagem
ou roda no mesmo sentido da 1ª.
produto diâmetro primitivo dos dentes motores e (-) – se a última engrenagem
e=
produto diâmetro primitivo dos dentes movidos roda no sentido contrário à 1ª.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 125


Trens de Engrenagens (cont.)

Fig. 6.26. – Trem de engrenagem.(repetida) [Fig. 13.27 Shigley ]

N 2 N3 N5
n6 = n2 Velocidade da engrenagem 6.
N3N 4 N6
Engrenagem 3
Engrenagens 2, 3 e 5 – Motoras
Roda doida
Engrenagens 3, 4 e 6 – Motrizes
(Motora e Motriz)
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 126
Trens de Engrenagens Planetários
Quando os eixos das engrenagens rodam em torno de outros.

Fig. 6.28. – Engrenagem planetária. [Fig. 13.29 Shigley ]

nL − nA
Valor do trem e=
nF − nA
n F – rev/min da primeira eng. (First)
n L – rev/min da última eng. (Last)
Fig. 6.27. – Engrenagem planetária. [Fig. 13.28 Shigley ]
n A – rev/min do braço ( Arm)
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 127
Forças em Engrenagem Cilíndrica Dentes
Rectos Carga transmitida (kN)
Wt = F23t 60(103 )H
e Wt =
πdn
Torque aplicado (kNm)

T = r ⋅ Wt
r
F32 Potência (k W)

H = Wt V
t
F32
Fat 2

Velocidade linear (m/s)


Far2
πdn
V=
Fig. 6.29. – Diagramas de corpo livre. [Fig. 13.31 Shigley ] 60
F23 – Força da roda 2 na 3
r
F23 – Força radial da roda 2 na 3 F23r = F23t tan φ
t
F23 – Força tangencial da roda 2 na 3
F23t
F b3 – Força do veio b na roda 3 F23 =
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II
cos φ Cap. 6 - Engrenagens - 128
Forças em Engrenagem Cónica Dentes Rectos
T
Wt =
rav
πdn
V= H = TV
60

Wr = Wt tan φ cos γ

Wa = Wt tan φ sin γ

Fig. 6.30. – Forças na engrenagem cónica de dentes rectos.


[Fig. 13.31 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 129


Forças em Engrenagem Cilíndrica Dentes
Helicoidais
60(103 )H
Wt =
πdn
πdn
V= H = Wt V
60

Wr = W sin φn = Wt tgφ t

Wa = W cos φn sin ψ = Wt tgψ

Wt
W=
cos φn cos ψ

Fig. 6.31. – Forças na engrenagem cilíndricas de dentes helicoidais.


[Fig. 13.37 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 130


Forças em Engrenagem Parafuso-Sem-Fim
Fig. 6.32. – Forças na engrenagem
parafuso-sem-fim. [Fig. 13.40 Shigley ]

Tabela 6.5. – Eficiência em função do


ângulo ψ , com µ =0,05. [Tab. 13.7 Shigley ]

WWr = − WGr = W y = W sin φn

WWt = − WGa = W x = W cos φn sin λ

WWa = − WGt = W z = W cos φ n cos λ


ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 131
Engrenagens cilíndricas de dentes rectos e de dentes
helicoidais - Fórmula de Lewis
Tensão máxima ocorre:
1º - no ponto onde a força actua.
2º - na base do dente (ponto a)
Mais crítica → 2º ponto.

Fig. 6.33. – Forças na engrenagem parafuso-sem-fim.


[Fig. 14.1 Shigley ]

Tensão de flexão no dente na zona onde o esforço é


máximo.
Mc Wt L t 2 6 Wt L Fig. 6.34. – Ensaio de fotoelasticidade
σ= = 3
= a uma engrenagem. [Fig. 15.19 Juvinal]
I Ft 12 Ft 2
W t – Força transversal
L – Distância da base do dente até à zona de aplicação da força
t – Espessura da base do dente
F – Largura da base do dente
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 132
Fórmula de Lewis (cont.)
A equação anterior pode ser substituída pela equação seguinte:

Wt P Tabela 6.6. – Valores do factor de Lewis Y em


σ=
F⋅ m⋅Y função do número de dentes. [Tab. 14.2 Shigley ]

P – “diametral pitch” (dentes/mm)

m – módulo (mm)

W t – força transversal (kN)

Y – Factor de Lewis

Sendo,

2 xP 2x
Y= ou Y =
3 3m
O uso destas equações implica:
• Não existem vários dentes com força aplicada;
• Força de compressão é desprezada, só é considerada a força de flexão.
• O maior esforço é na base do dente.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 133


Formula de Lewis (cont.) – Efeito dinâmico
Quando um par de engrenagens roda a uma velocidade moderada ou elevada e há
ruído, vão ocorrer os efeitos dinâmicos.
Engrenagens obtidas por fundição
A equação do esforço de flexão pode ser dada
3,05 então em função do efeito dinâmico:
Kv =
3,05 + v
Wt
σ=
Engrenagens obtidas por corte Kv ⋅ F ⋅ m ⋅ Y

6,1
Kv =
6,1 + v Em regra geral as engrenagens devem ser
projectadas de modo a que a espessura do
dente esteja entre 3 a 5 vezes o passo.
K v – Factor de velocidade do
efeito dinâmico 3p < F < 5p
V – Velocidade (m/s)

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 134


Dureza da Superfície
Podem ocorrer vários tipos de desgaste da superfície de uma engrenagem:

Pitting – falha por fadiga devido a tensões repetidas.


Adesivo – Falha devido à lubrificação.
Abrasivo – falha devido a presença de impurezas.

Máxima pressão de contacto superficial:


1
 Wt 1 rp + 1 rg  2 d psenφ d g senφ
= σC =   com rp = , rg =
p max
 πF cos φ ( ) (
1 − υ p E p + 1 − υ g E g 
2 2
) 2 2

Tensão de compressão superficial ou tensão Herteziana:


1 1
 W  1 1  2
 1π  2
σ C = −C P   +  com CP =  
( ) ( )
t

 C v F cos φ  rp rg   1 − υ p E p + 1 − υ G E g 
2 2

r p , r g ,d p , dg – raios e diâmetros dos círculos base do pinhão e da roda


υp, υg , E p , E g – constantes elásticas
φ - ângulo de pressão
C P – Coeficiente elástico
C v = K v – Efeito dinâmico (definido pela AGMA)
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 135
Formulas de Tensão AGMA
As Duas fórmulas fundamentais usadas pela AGMA * , são uma para a tensão de flexão
e outra para a resistência ao desgaste, Piting.

Tensão de flexão:

Wt K a 1 K s K m W t – Força tangencial aplicada;


σ=
Kv F⋅ m J K v =C v – Factor dinâmico;
K a =C a – Factor de aplicação;
K s =C s – Factor de tamanho;
Tensão de contacto devido ao desgaste
K m =C m – Factor de distribuição de carga;
por Piting:
F – Largura de dente;
1 m – Módulo nominal;
 Wt C a C s C m C f  2
J- Factor de geometria;
σC = CP  
 vC F ⋅ d I  C p – Coeficiente elástico;
C f – Factor condição superficial;
d – diâmetro primitivo do pinhão;
I – Factor de geometria .

*
AGMA – American Gear Manufacturers Association.
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 136
Formulas de Resistência AGMA

Tensão de flexão admissível

SK S t – Resistência à flexão
σ all = t L K L = C L – Factor de vida
KTK R
K T = C T – Factor de temperatura
K R = C R – Factor de fiabilidade
Tensão de contacto admissível

S C C S C – Resistência à fadiga superficial;


σ C , all = C L H C H – Factor de razão de dureza.
CT CR

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 137


Tabela 6.7. – Resistência à flexão dada pela AGMA.
Resistência à Flexão [Tab. 14.2 Shigley ]

St

Fig. 6.35. – Resistência à flexão dada


pela AGMA. [Fig. 14.2 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 138


Tabela 6.8. – Resistência à fadiga superficial dada
Resistência à Fadiga pela AGMA. [Tab. 14.4 Shigley ]

Superficial SC

Fig. 6.36. – Resistência à fadiga


superficial dada pela AGMA. [Fig. 14.3 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 139


Factor de Geometria J de Resistência à Fadiga
Superficial

Y
J=
Kf mN

Fig. 6.37. – factor de geometria J. [Fig. 14.5 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 140


Factor de Geometria I de Resistência à Flexão

cos φ t sin φ t m G
I=
2m N mG + 1

Fig. 6.38. – factor de


geometria I. [Fig. 14.4 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 141


Coeficiente Elástico Cp
Tabela 6.9. – Coeficiente elástico. [Tab. 14.5 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 142


Factor Dinâmico Kv e Cv

Fig. 6.39. – Factor dinâmico. [Fig. 14.7 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 143


Factor de Aplicação Ka, Ca
Elevadores K a , C a = 2;
Maquinaria leve, veios movidos K a , C a≥ 1,2;
Veios motores K a , C a≥ 1,5.

Factor Condição Superficial Cf


Cf > 1, quando são detectados defeitos superficiais

Factor de Tamanho Ks, Cs

K s , C s = 1 (normalmente)
Intenção de prever diferenças metalúrgicas devidas ao tamanho

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 144


Factor de Distribuição de Carga Km e Cm
Tabela 6.10. – Factor de distribuição de carga. [Tab. 14.6 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 145


Factor de Razão de Dureza CH

Fig. 6.40. – Factor de razão de dureza. [Fig. 14.8 Shigley ]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 146


Factor de Vida KL e CL

Fig. 6.41. – Factor de vida. [Fig. 14.9 Shigley]

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 147


Factor de Fiabilidade KR e CR
Normalmente a fiabilidade é de R=0.99, o que corresponde a uma vida de 10 7 ciclos.
Para outras fiabilidades deve-se usar a tabela abaixo.

Tabela 6.11. – Factor de Fiabilidade. [Tab. 14.7 Shigley ]

0.7 − 0.15 log(1 − R ) 0.9 ≤ R < 0.99


CR = 
0.5 − 0.25 log(1 − R ) 0.99 ≤ R < 0.9999

ELEMENTOS DE MÁQUINAS II Cap. 6 - Engrenagens - 148

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