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Apimentando Nosso Portfólio

Recados Importantes:

No Twitter, o Renato e eu colocamos informações sobre o mercado de


fundos durante a semana. Para nos acompanhar, veja aqui: Renato e Luiz.
Nossa Monitoria será hoje (17/09), às 17h. Para ter acesso à monitoria,
clique aqui.
Temos um novo contato de e-mail para dúvidas, críticas e sugestões. O
endereço é nf@nordresearch.com.br

I. Faça da volatilidade a sua amiga

Nas últimas semanas, um dos tópicos que mais comentamos por aqui é a tal da
volatilidade.

Pode ser enfadonho, eu sei, mas esse assunto se torna especialmente


importante nesse mundo de juro baixo.

Nesse novo cenário, a única saída factível para buscar maiores retornos será
aumentar um pouco a volatilidade da nossa carteira de fundos.

Infelizmente, não existe free lunch no mercado. Se quisermos ganhar mais,


precisaremos correr maiores riscos.

É claro que, ao fazer isso, estaremos mais expostos ao chacoalhar do mercado e


mais sujeitos a perdas como as vistas no Exploritas no último mês — apesar de
que lá o evento foi extremo.
Mas, do nosso lado, esse é exatamente o caminho que achamos ser o mais
prudente. O resto do mundo já fez esse movimento e chegou a nossa hora de
fazê-lo.

Então, a melhor recomendação que eu posso lhe dar é: abrace a volatilidade


e faça dela sua maior amiga. Desfrute dos momentos de alto retorno
e tenha sangue frio para manter as cotas na hora que estas se
desvalorizarem.

Com isso em mente, faremos o seguinte: deixaremos a calmaria reservada


somente para os investimentos de caixa — tudo propriamente alocado no nosso
fundo DI do BTG — e vamos adicionar mais risco no restante do portfólio.

Hoje, a nossa carteira está com uma volatilidade média em torno de 5% com a
seguinte distribuição:

Volatilidade da Carteira — Média 30 dias.


Adotando essa média, temos basicamente três grupos:

Alta volatilidade: Kapitalo e Exploritas com volatilidade acima de 5%.


Média Volatilidade: Aqui está a maioria da nossa carteira, contando com a
Pacifico, Verde e Absolute.
Baixa volatilidade: Onde temos Kadima e, há algum tempo, a Kinea
operando sempre entre 2% e 3%.

É nesse terceiro tier que queremos mexer hoje.

A Kinea foi uma das primeiras casas que visitamos em nossa cobertura de
fundos e, desde então, temos acompanhado o trabalho do Marco Freire e da sua
equipe.

Em todo esse tempo, um dos pontos que impressiona é a habilidade da gestão


em gerar retornos sem correr tanto risco. Se avaliarmos o sharpe do fundo,
aquele indicador que mostra a perícia da gestão, ele está entre os maiores da
nossa carteira — o que é fabuloso.

Isso significa que, mesmo com o fundo em uma baixa volatilidade, o retorno
deste tem sido bem interessante — 6% este ano (134% do CDI) e 72% (146%
desde o ínicio.
Mas, mesmo com uma boa margem acima do CDI, nominalmente ainda é
pouco. Gostamos bastante casa, mas essa baixa volatilidade nos incomoda.

Estávamos somente esperando uma boa oportunidade para fazer a troca para o
perfil mais arrojado

Até que, em um belo dia, ela bateu à nossa porta.

II. O que era bom ficou ainda melhor.

A boa notícia é que o Kinea Atlas, a versão mais arrojada do Chronos, fará uma
abertura na próxima semana (23/09).
Mas, antes de falar dessa oportunidade, deixe-me contar para você um pouco
mais sobre a casa — você encontra aqui todos os detalhes sobre a nossa
cobertura da gestora, mas farei um breve resumo para os novos entrantes do
Nord Fundos.

A Kinea é uma gestora independente que teve seu início em 2007, com fundos
de Multimercado de baixa volatilidade — o Arkhe era o carro chefe, com 260
milhões.

Mas até 2015, grande parte do sucesso da casa vinha da estrutura de Private
Equity. Com a adição do Marco Freire (ex Franklin Templeton) para comandar
os fundos de macro da casa, a coisa mudou de figura.

Desde lá, já lançaram dois novos fundos — o Chronos, nosso queridinho da


carteira, e o Atlas. A diferença entre eles é simplesmente no tamanho de risco
que o gestor corre em cada fundo — com as posições no Atlas sempre sendo o
dobro, o que eleva a volatilidade.

Em termos de estrutura, a gestão dos fundos macro é feita em caixinhas. Freire


é CIO (Chief Investment Officer) e controla 50% da tomada de risco da casa. A
outra metade fica dividida em outros sete co-gestores, cada um atuando na sua
área de expertise e sendo remunerado pela performance do seus trades.

Não possuem frescura e não escolhem mercados, operam o globo todo. Mesmo
assim, 75% do risco ainda é direcionado às posições de Brasil.

Em termos de performance, o Chronos nos últimos 12 meses teve um retorno


de 9,65% (153% do CDI) enquanto o Atlas 14,84% (236% do CDI).

E claro, como em qualquer outro multimercado macro da carteira, grande parte


desse resultado veio das posições direcionais em juros.
Fonte: Kinea

Assim como Kapitalo e Absolute, damos bastante importância para a


distribuição dos resultados entre os diversos mercados — o que permite que a
equipe siga entregando bons resultados em diferentes cenários..

E, como você pode ver, tanto o Marco como o Marcus Zanetti (ações direcional)
e o Guilherme Mazzilli (Long & Short ações) têm conseguido gerar bons
resultados na frente de bolsa — o que nos agrada bastante, principalmente no
momento atual.

Resumindo: gostamos da estrutura, da equipe gestão, da distribuição de


resultados…enfim, tudo. Está bem alinhada com os princípios que norteiam um
bom fundo — aqui você encontra uma detalhamento melhor de quais são eles.

Ainda sim, apesar de todos os detalhes que fazem dessa casa uma ótima
escolha, a volatilidade baixa segue sendo um fator de preocupação.

Mas, nas próxima semanas teremos a chance de ouro de alinhar nossa carteira
com esse perfil mais arrojado.
E, como vocês bem sabem, oportunidades assim não podem ser desperdiçadas.

III. Kinea Atlas: resolvendo o impasse.

Resumo da ópera: nesse mundo de juro baixo, precisamos focar no retorno


absoluto dos fundos.

A história do “percentual do CDI” deve morrer aos poucos e precisamos nos


acostumar a essa nova realidade — até porque 150% do CDI hoje já não é mais
aquela maravilha do passado.

Gostamos muito da Kinea, desde quando iniciamos nossa cobertura.


Entretanto, a baixa volatilidade que o Chronos tem imprimido nos últimos
tempos preocupa.

E nós entendemos: gestor não é um santo milagreiro. Ele não vai conseguir
gerar grandes retornos sem correr risco adicional.

Então, a solução seria aproveitar a abertura do Atlas e continuar contando com


a expertise da casa.
É exatamente isso que vamos fazer. Uma vez feito esse movimento,
conseguimos dar mais um passo em direção a preparar a nossa carteira para
esse “novo Brasil”.

IV. Vai chacoalhar mais sim!!


Vamos aos recados finais.

À primeira vista, aumentar a volatilidade dos fundos parece algo bem


maravilhoso. A euforia e as altas sucessivas dos mercados tornam essa troca
ainda mais interessante.

Mas, lembre-se: o mandato do gestor nesses fundos é correr risco.

Então, junto com a maior rentabilidade, vem também um chacoalhar maior das
cotas.
E, claro, nunca perca de vista o que ocorreu com a Exploritas e tenha ciência de
que isso pode vir a ocorrer de novo. Talvez venha em menores proporções,
como no Joesley day, onde o Kinea Atlas perdeu 6%. Mas precisamos estar
preparados para dias mais negativos.

Nas horas mais sombrias, fazer nada é o melhor que você pode fazer. De
preferência, passe até longe do aplicativo da sua corretora.

Até porque, no geral, em eventos como esses, os fundamentos da gestora


seguem os mesmos e não faz sentido nenhum zerar as cotas. Se for o caso de
agir, saiba que seremos os primeiros a avisá-lo.

Então, antes de pensar em investir no fundo, não imagine só os cenários


positivos, mas principalmente as catástrofes. Feito isso, aloque o quanto seu
estômago permitir.

Recado dois: destinado a quem já é cotista do Kinea Chronos. A má notícia é


que o prazo de liquidação do fundo são 29 dias corridos. Logo, não temos como
garantir que vai dar tempo para fazer essa alteração, pois o Atlas pode fechar
para novos aportes antes de o resgate do Chronos ocorrer.

Tudo vai depender da demanda pela oferta, então é imprevisível. Sendo


assim, a recomendação é manter o fundo Chronos em carteira.

Mas, se você possuir recursos adicionais, eu daria prioridade para essa


oportunidade e resgataria posteriormente o Chronos. Se você ainda não possui
nenhum dos dois é mais fácil: faça diretamente pelos Atlas.

As reservas devem ser feitas no dia 23/09 (próxima segunda-feira) e você


precisa ter o dinheiro na conta da corretora para liquidação no dia 07/10.

Abaixo deixo uma tabela com todos os detalhes:


Aproveitem enquanto durarem os estoques.

Um abraço,

Luiz Felippo

Em observância à ICVM598 eu, Luiz Felippo, responsável principal pelo


presente relatório de análise, declaro que: i) as opiniões aqui contidas foram
elaboradas por mim de forma independente e autônoma, inclusive em relação à
Nord Research.

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