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COLÉGIO APOGEU
PROJETO INTERDISCIPLINAR
UNIDADE II UBÁ – MG

Projeto
Interdisciplinar

UBÁ – MINAS GERAIS


9º ANO /2021
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COLÉGIO APOGEU
PROJETO INTERDISCIPLINAR
UNIDADE II UBÁ – MG

SALTO DE ESQUI: O HOMEM E A NEVE

Trabalho submetido à banca de


professores para aquisição de pontos e
conhecimento a partir do Projeto “Salto de
esqui: o homem e a neve” e apresentado
para toda a comunidade escolar.

Orientador (a): Professora Fernanda Marques


Responsáveis: Otávio
Ferreira Porreca e Gabriela Ferrari Arrighi

UBÁ – MINAS GERAIS


9º ANO /2021
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INTRODUÇÃO
O esporte é considerado como toda atividade realizada para aprimoramento físico e mental
do ser humano, tanto pela prática livre de exercícios ou por competições. Como prática
profissional pode dividir-se em categorias identificadas como amadoras e profissionais. O
esporte amador seria o que o desportista não realiza seus treinamentos com objetivos com
intenção financeira, mas para o lazer, enquanto o atleta de categoria profissional, associa sua
prática ao ganho financeiro. (ROSSI; MAESTRI, 2004).
Iremos ressaltar neste trabalho o esporte em que o atleta determina como sua profissão.
Este estará presente em, praticamente, todo o seu tempo, dividido em treino e aperfeiçoamento,
com a meta de maximizar seu potencial nos campeonatos. Para melhor seu desenvolvimento
possui supervisão de uma equipe técnica que seleciona os horários e variações de treino, as
habilidades que devem ser otimizadas, entre outras determinações. O desportista será cobrado
tanto física, quanto mentalmente, já que atingir o que objetiva, muitas vezes, acaba por
descuidar-se de sua família, amigos, estudos e oportunidades de emprego. (DANTAS, 1995).
Apesar de inúmeras mudanças que ocorreram ao longo do tempo na prática esportiva, a
busca pelo sucesso manteve-se como um valor reconhecido no esporte e a busca do
perfeccionismo parece um componente essencial para isso. Porém, atentar-se para as limitações
individuais é fundamental para a manutenção da saúde mental e física do atleta. A função do
esportista e as perspectivas que a sociedade e clubes direcionam a ele estão relacionados com a
conquista de números, sejam eles de recordes, vitórias, triunfos, o que impõe uma rotina e
rendimento inalcançáveis. (DANTAS, 1995).

A competição faz-se no lugar em que o desportista demonstra sua competência e


habilidades; no entanto, é o momento, também, em suas falhas são exibidas; é a chance de
apreciação ou o risco do fracasso. Por isso, o atleta dedica-se excessivamente para tais
circunstâncias, não é mais aceitável somente uma preparação física, mas manifesta-se a
necessidade de um individualizador diante das exigências, o preparo mental.(ROSSI; MAESTRI,
2004).
Percebe-se, portanto, as dificuldades envolvidas nos esportes e, principalmente, nas
disputas de alta performance. No entanto, algumas categorias esportivas vão além desses
desafios e somam a sua rotina a adversidade das baixas temperaturas. Sua maior
representatividade ocorre nos Jogos Olímpicos de Inverno, um evento multiesportivo realizado a
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cada quatro anos, reunindo modalidades de desportos de inverno disputadas no gelo e na neve,
sendo um dos eventos máximos do Movimento Olímpico, ao lado dos Jogos Olímpicos de Verão.
(RONDINELLI, 2021).
Pode-se citar a seguintes modalidades olímpicas da competição são: o Esqui alpino; Biatlo;
Esqui cross-country; Curling; Patinação artística; Esqui Freestyle; Hóquei no gelo; Luge;
Combinado nórdico; Patinação de velocidade em pista curta; Skeleton; Snowboard; Patinação de
velocidade e Salto de esqui. Para o desenvolvimento do trabalho, analisaremos, isoladamente, o
Salto de esqui por ser um dos mais populares e característicos dos Jogos. (RONDINELLI, 2021).
O Salto de esqui é um esporte olímpico de inverno criado na Noruega no início do século
XIX. Desenvolveu-se através da Europa e América do Norte no início do século XX através de
Sondre Norheim, precursor do esqui moderno. As pistas de salto são determinadas de acordo
com a distância que os esquiadores percorrem no ar, e têm especificações quanto à área de
largada, à curvatura e à área de decolagem. Cada salto é julgado de acordo com a distância
percorrida e o estilo representado. A pontuação da distância está relacionada ao K-point, linha
desenhada na área de pouso, alguns metros antes do fim da colina, e que serve como referencial
para os saltos. A pontuação de cada juiz que avalia o estilo pode alcançar um máximo de 20
pontos, sendo descontados pontos em caso de erros, imprecisões ou imperfeições na decolagem,
no voo ou no pouso.(WIKIPEDIA, acesso em 02 jun. 2021).
Como dito anteriormente, o desportista utiliza-se de técnicas, cada vez mais, avançadas e
cálculos precisos para melhorar a sua performance e alcançar grandes resultados, inclusive
recordes. No salto de esqui o atleta deve observar de forma precisa todos os ângulos possíveis,
sua trajetória de movimento, velocidade, coordenação, entre outros fatores. As diferenças
individuais aliadas a elementos favoráveis externos representam itens essenciais na determinação
do rendimento do salto. (WIKIPEDIA, acesso em 02 jun. 2021).

TEMA GERAL
Neste trabalho, será abordado o esqui, um dos esportes das Olimpíadas de Inverno,
bem como sua influência e importância desta modalidade à humanidade.

JUSTIFICATIVA
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Por se tratar de um esporte muito complexo e antigo, analisar a fundo o salto de esqui
evidencia diversos fatos intrigantes sobre tal desporto, agregando-o mais valor e significância.
Mesmo que não seja a mais popular das práticas esportivas, essa categoria das
Olimpíadas de Inverno abrange inúmeros desafios ao ser humano, desde os obstáculos físicos
enfrentados pelo atleta, naturalmente difíceis, até as questões sociais, históricas, matemáticas,
entre várias outras, analisadas em outra face do esqui.

OBJETIVOS
Este trabalho tem como principal objetivo informar, e por consequência valorizar, o
leitor sobre o salto de esqui, um dos esportes mais reconhecidos nas Olimpíadas de Inverno.
Dentre as ramificações das partes do trabalho, destacam--se os propósitos específicos das
seguintes etapas:
- Através das ciências exatas, serão explicadas questões como a dinâmica
matemática do esporte e a importância da física para a execução deste.
- Com as ciências humanas, serão abordados temas como a evolução do esporte,
bem como sua participação no cenário moderno e sua integração
sócio-cultural.
- Por meio das ciências naturais, serão apresentados assuntos associados,
principalmente, à relação do esportista e o esporte, como a adaptação climática
e a mecânica biológica dos praticantes.
- Por fim, com linguagens, serão feitas análises voltadas para o campo geral do
esporte, tanto como prática expressiva e representatividade social, bem como o
esporte no cotidiano.

METODOLOGIA
Esse trabalho foi elaborado a partir de uma revisão da literatura. As palavras-chave
utilizadas foram “esqui” e “esporte”. Após a leitura dos títulos dos artigos encontrados
referentes a esse assunto, notou-se que alguns deles se repetiram nas diferentes bases e outros
não preenchiam os critérios deste estudo. Foram selecionados 25 artigos para a leitura do
resumo e excluídos os que não diziam respeito ao propósito deste estudo.
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DESENVOLVIMENTO
OS ESPORTES ENTRE MILÊNIOS
Os esportes são, de forma geral, mais antigos do que muitos pensam. Desde a Era
primitiva, estão presentes no cotidiano humano: a caça, naturalmente exercida para a
sobrevivência dos povos ancestrais, foi uma manifestação de prática desportiva. O exercício
da corrida e da luta, além do uso de lanças e arco e flechas para capturar uma presa, por
exemplo, já caracterizam os primórdios do que se conhece atualmente como esporte.
Contudo, seguindo o processo de evolução da humanidade, as pŕaticas primitivas
desvincularam-se, em sua maioria, dessa ideia antiga. As sucessivas transformações
desabrocharam esportes, historicamente, mais semelhantes aos modernos. Os primeiros
vestígios de práticas esportivas já evidenciam tal processo: estes estão ligados a atividades
militares chinesas, de aproximadamente 6 (seis) mil anos atrás (4000 a.C), que culminaram
nos primórdios da ginástica.
Em continuidade a esta linha histórica, hieróglifos e diversas ferramentas registradas
comprovaram que, por volta de 2 (dois) mil anos depois do primeiro registro esportivo,
iniciou-se, no Antigo Egito, o exercício do lançamento de dardo, luta livre e salto em altura,
antes utilizados como táticas de guerra. Ainda neste período, as ideias de valorização do
homem físico, e de suas habilidades, que circulavam nas sociedades gregas propiciaram, neste
mesmo território, a formação das Olimpíadas, agora mundialmente conhecidas.
A evolução do que se conhece atualmente como salto de esqui segue uma linha lógica
semelhante à dos esportes anteriormente apresentados: o homem, buscando sobreviver,
adaptou-se ao seu meio primitivo e, posteriormente, com a evolução da espécie e da
sociedade, apropriou-se da prática como um esporte.
Contudo, especificamente para este esporte, o ambiente no qual o homem se adaptou
foi determinante para o desenvolvimento do que se conhece atualmente como salto de esqui,
uma vez que diferentes áreas do planeta demandam diferentes costumes e adaptações.

O ESQUI NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE


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A origem do salto de esqui é duvidosa e divide as opiniões de especialistas no assunto,


principalmente historiadores. Mas, um fato incontestável pelos profissionais é que o esqui foi
criado originalmente para atender necessidades dos povos que o praticavam, especialmente os
habitantes de zonas frias.
Tendo em vista a ideia primitiva anteriormente explicada, percebe-se que, novamente
o homem sempre esteve em busca de sua sobrevivência, e que a adaptação era consequência
disto. E de fato, é notável na história do esqui tal definição: o instável relevo e a neve,
característicos de regiões frias, no caso, em especial, a zona mais pŕoxima ao pólo norte,
foram determinantes para a criação da prática, uma vez que estas fundamentam, basicamente,
o conhecimento que se tem atualmente sobre o esporte.
Contudo, não se sabe ao certo onde a esquiagem começou a ser praticada, nem quando
exatamente. Nessas características, os especialistas se contradizem. Mesmo nesse cenário de
incertezas, uma teoria é aceita pela comunidade, fundamentada a partir de fósseis, que traz a
ideia na qual o exercício do esqui começou antes mesmo da criação da roda, há cerca de 22
(vinte e dois) mil anos atrás, quando o homem Cro-Magnon, ao prender duas varas em seus
pés pela primeira vez, já praticava o esqui. Figuras rupestres encontradas na região da atual
eurasia, mais especificamente na Escandinávia e na Ásia central, clareiam um pouco mais o
caso.
A começar pelo povo
marcante daquele período e local, o
povo indígena Sami, conhecido
como a sociedade que mais viveu
no gelo em toda a história do
planeta. Estas antigas civilizações
são amplamente consideradas as
inventoras do esqui mais
semelhante ao atual, isso porque,
culturalmente, adotaram a prática
de esquiagem de seus ancestrais, por a considerarem um transporte evoluído e dinâmico.
Utilizavam cotidianamente dos aparelhos, que, na verdade, mais se assemelhavam a pares de
trenós individuais, para que pudessem deslocar-se de um ponto A a um ponto B mais
rapidamente sob a neve. Por isso, mesmo que existissem botas apropriadas para a
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movimentação em solos profundos, a esquiagem trazia maior facilidade e agilidade para quem
a praticava e, por isso, era tão prestigiada por aquele povo.
Avançando na linha cronológica, em algum período entre 6.300 (seis mil e trezentos) e
6.500 (seis mil e quinhentos) a.C, povos habitantes da atual Rússia, também faziam uso desse
mecanismo. Isso porque, vestígios naquela região evidenciaram o caso: os pares mais antigos
de esqui já registrados foram encontrados em um pântano próximo ao Lago Sindor, na bacia
de Vychegda, a 1200 (mil e duzentos) km de Moscou.
Outros indícios também apontam que, na
atual Escandinávia, povos de diversas origens
praticavam o esqui. O primeiro esqui escandinavo
foi descoberto em um pântano de turfa em Kötting,
no condado de Jämtland, na Suécia, e sua história
pode ser rastreada em algum período entre 4.500
(quatro mil e quinhentos) ou 2.500 (dois mil e
quinhentos) a.C. Em 1938, um par de esquis
datado de 3.245 (três mil duzentos e quarenta e
cinco) a.C. foi descoberto em Salla, Finlândia.
Aproximadamente 20 (vinte) esquis antigos e bem
preservados foram encontrados em pântanos de
drenagem noruegueses, indicando que os esquis
foram amplamente usados ​na Noruega desde os
tempos pré-históricos, sendo que, o mais conhecido do conjunto é o par Vefsn Nordland,
datado de 3.300 (três mil e trezentos) a.C.
Percebe-se, então, a inclusão do esqui em um período no qual as sociedades
começaram a se erguer e fortalecer. Dentro da história do esporte outras visões de mundo
daquela mesma época são relativamente desfocadas, como a Grécia, Egito e Mesopotâmia,
que, mesmo importantíssimos àquele período, na história do esqui pouco, ou nada,
incrementam.
A passagem histórica da Pré-História, contornando a Idade Antiga, à Idade Média é
expressiva em vários contextos. Nesse fragmento da história, grandes civilizações começam a
disputar entre si, e o esqui fez parte desse cenário: antes uma ferramenta cotidiana, mesmo
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que, de certa forma, essa essência tenha permanecido, foi amplamente utilizado durante
inúmeros conflitos nas regiões frias daquele período.

A guerra de esqui atingiu seu pico de notoriedade durante a Segunda Guerra

Mundial, mas estrategistas e soldados têm feito uso do equipamento alpino há séculos.
O primeiro registro de uso de tropas de esqui remonta à Batalha de Oslo, durante a
Guerra Civil norueguesa, quando tropas de reconhecimento foram enviadas em esquis.
Os registros históricos de mais militarismo baseado em esqui são escassos até o século
16, quando a Suécia começou a organizar corpos de esqui. Gustav Vasa, o primeiro rei
da Suécia moderna, investiu profundamente em usar os elementos a seu favor. A
corrida de Vasaloppet ainda em execução comemora seus esforços e um de seus
momentos mais notórios, quando ele lendariamente fugiu do monarca anterior,
Christian II, em esquis. (THE ARCHIVE, 2020)

ESQUI: ESPORTE E LAZER


Em algum momento do século 18, o esqui começou sua evolução como um esporte
recreativo. Foi na região de Telemark, na Noruega, que essa ideia começou a se difundir na
sociedade moderna. O foco na velocidade levou a mudanças no design para uma construção
mais estreita e leve. A aplicação desses novos conceitos, reformulou, até mesmo, a
modelagem do aparelho utilizado, sendo propostas, inicialmente, as categorias Telemark e
Christie.
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A novidade logo se expandiu a


outras regiões, tomando diversas
feições de acordo com as
diferentes realidades. Inclusive, as
linhas de esqui estão
diferentemente associadas a esse
processo de expansão cultural.
Alguns modelos foram criados
para reproduzirem, até mesmo,
práticas antigas.
Enquanto novas características
eram atribuídas, a influência do
esporte aumentava, e se disseminava ao redor do mundo. Essa dinamização do esporte,
alcançando até mesmo outros continentes, como a América do Norte, possibilitou a abertura
de uma gama de acontecimentos, até mesmo a oficialização do esporte.
A criação da Associação Americana de Ski e Snowboard, “US Ski Association”, em
1905, e da Federação Internacional do Ski, “Federation Internationale de Ski”, em 1924,
foram fundamentais nesse processo de legitimação. Em 1924 ocorreu a Primeira Semana
Internacional de Desportos de Inverno, em Chamonix, na França. O sucesso do esqui no
evento, e de outros esportes de inverno, notado pelo Comitê Olímpico Internacional,
culminou na criação das primeiras Olimpíadas de Inverno, a porta de entrada para muitas mais
inovações do esqui.

Após a oficialização do desporto, este tornou-se conhecido mundialmente. Eventos até


mesmo específicos de esqui começaram a surgir. A criação da Copa do Mundo de Corridas de
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Esqui, em 1967, criada pelos técnico da equipe de esqui estadunidense e francesa, Bob
Beattie e Honore Bonne, foi marcante na história moderna do esporte, além do surgimento de
clubes de esquiagem, principalmente nos Estados Unidos.

CONTEMPORANEIDADE E O SALTO DE ESQUI


Como visto nos tópicos anteriores, o esqui teve ampla aceitação ao redor do mundo. A
expansão cultural industrial está intimamente relacionada com o fortalecimento das atividades
ao redor do mundo, e, na história do salto de esqui, esta participação marcou o século XX,
principalmente pelo aprimoramento tecnológico e da globalização.
O avanço das tecnologias, bem como suas modernizações, propiciou um cenário ideal
para que culturas de diversas partes do planeta parassem em qualquer outro ponto do globo. O
fluxo de informações, pessoas, mercadorias entre outros tipos foram essenciais para que
ocorresse o processo de encurtamento de distâncias e a apresentação de diversas realidades,
anteriormente exclusivas de suas respectivas regiões, para todo o mundo.
Alguns fatos evidenciam essa influência. A exemplo da indústria cinematográfica:
muitos filmes, principalmente na década de 80, trouxeram a temática do salto de esqui. Sua
dinâmica, complexidade e seus desafios, somados, muitas vezes, a um romance típico de
produções cinematográficas, foram introduzidos a outro universo, aproximando, então, até
mesmo o telespectador que não tem acesso ao esqui, dada a realidade.
A “travessia” continental sofrida pelo esqui é mais uma prova da influência industrial
no salto de esqui.
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Sabe-se que a prática de esquiagem se iniciou na antiga Eurásia, e que, atualmente,


conseguiu alcançar outros continentes não necessariamente com condições semelhantes às do
local de origem. A criação de resorts específicos para esquiagem é um dos reflexos sociais
trazidos pelo desenvolvimento da indústria do esqui. Com a mídia disponibilizando cada vez
mais informações sobre o esporte, o interesse entre as pessoas aumenta. Assim, para atender a
essa parcela da população, áreas de esquiagem.

É possível notar no mapa acima a presença de resorts para prática esqui até mesmo na
África. Isso é possível graças à criação da neve artificial, mais uma das inovações do mundo
globalizado, em 1952, dentre outros equipamentos altamente modernos. Este fato finaliza a
antiga exclusividade do esporte, uma vez que era muito restrito a regiões de clima frio. Na
América do Sul, contudo, essa condição é muito particular das localidades próximas à
Cordilheira dos Andes e das zonas rentes à Antártica, contudo, não se pratica o salto de esqui
apenas nessas zonas.

A DINÂMICA DO ESPORTE
NA NEVE E NAS
MONTANHAS
Sabe-se que a prática do
salto de esqui exigia um ambiente
ideal. O grande índice
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gravitacional nas montanhas propôs a ideia de deslocamento de um ponto para outro,


normalmente, com grandes diferenças de altitude. Somado a esses fatores, tem-se a neve,
determinante para a prática do esporte.
O formato cônico do relevo atua diretamente com a gravidade. A pista para a prática
da esquiagem relaciona-se com essa característica. Para que se pratique, deve-se levar em
conta a curvatura da encosta ao longo de todo o monte, desde seu cume, ponto mais alto, até o
sopé, parte mais baixa, pois, quando se tem um declive extremamente íngreme, é impraticável
o salto de esqui, uma vez que o esportista deve cumprir, além do salto, o deslize pela estrutura
montanhosa. Desta forma, vários modelos de esqui existem. Mesmo que, de forma geral,
atendam mais a finalidade na qual serão usados, podem atender, também, o local no qual
serão utilizados, como o fator da composição do monte.

Por mais que a montanha exerça papel fundamental, as propriedades da neve também
são essenciais no esporte. O esquiador Pedro Carvalho explica a influência dessas
especificidades sob o salto de esqui:

A temperatura de congelamento e evaporação da água varia de acordo com a


pressão aplicada a ela. Um exemplo simples é mudar o ponto de ebulição da água em
diferentes alturas. Na Praia de Copacabana, a água ferve quando chega a 100 graus
Celsius. No topo do Monte Everest (pressão atmosférica mais baixa), ele irá ferver
quando atingir 71 graus Celsius.
Quando o snowboard pressiona a neve, seu ponto de congelamento muda e a
fina camada de neve em contato com o snowboard se transforma em água líquida.
Portanto, para todos os efeitos, você está sempre esquiando na água, não na neve ... a
água líquida cria menos atrito e, devido à força exercida pela gravidade, você só
precisa "deslizar" montanha abaixo. (PEDRO CARVALHO, 2019)
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Logo, a capacidade de deslizar sob a neve somada a força de gravidade proporcionada


pela angulação da encosta da montanha, o atleta consegue se locomover como um “projétil”
ao longo de toda a pista, para, assim, realizar seus saltos e movimentos.

AS CIÊNCIAS EXATAS NO SALTO DE ESQUI

O salto de esqui é um dos mais difíceis


em sua categoria. Sua base estrutural
consiste em pistas de salto que são
classificadas de acordo com a distância
que os esquiadores realizam suas
manobras no ar, e possuem
determinações quanto à área de largada, à
curvatura e à área de decolagem. Os
saltos serão considerados segundo a
distância percorrida e o estilo executado.
A pontuação da distância fará referência
ao K-point (linha traçada na área de
pouso, alguns metros antes do fim da
colina, referencial para os saltos). A
pontuação final terá o limite de 20
pontos, aqui, desconta-se pontos em caso
de erros, imprecisões ou imperfeições na
decolagem, no voo ou no pouso.
A fim de executar saltos, ainda mais, precisos, os esquiadores e equipes técnicas
buscam a evolução dos métodos. Estudos observam as execuções das manobras e as
aterrissagens, o corpo curvado para frente até o quadril e os braços estendidos para frente, os
saltos com os esquis em estilo de V (técnica utilizada nos dias atuais), entre outras, entre
outras especificidades.
Um atleta, em seu salto, executa
uma descida a 90km/h, salta e,
praticamente, flutua no ar por mais de
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100 metros. Algo que pode ser explicado com precisão através de princípios matemáticos e
físicos. Enquanto, a área matemática explica os conceitos de geometria como ângulos, parte
que determinará as melhores manobras do atleta e do posicionamento do esqui; a física
elucidará pontos como a conservação da energia mecânica que mantém o atleta no ar por mais
tempo até finalizar sua manobra.
A geometria auxilia a compreensão, pois trata-se da parte da matemática que estuda as
formas, tamanhos e medidas das figuras e com as propriedades dos espaços que vêm de
culturas antigas e conjunto de conhecimentos como área, volume. A matemática surgiu de
necessidades básicas, em especial da necessidade econômica de contabilizar diversos tipos de
objetos. Como visto, além da matemática, o movimento de um esquiador é determinado pelos
princípios físicos da conservação de energia e as forças de fricção que atuam no corpo. Por
exemplo, no esqui alpino, quando o esquiador é acelerado colina abaixo pela força da
gravidade, sua gravidade energia potencial é convertido para energia cinética, a energia do
movimento. No caso ideal, toda a energia potencial seria convertida em energia cinética; na
realidade, parte da energia é perdida para o calor devido ao atrito.
Um tipo de atrito que atua no esquiador é o atrito cinético entre os esquis e a neve. A
força de atrito atua na direção oposta à direção do movimento, resultando em uma velocidade
mais baixa e, portanto, menos energia cinética. O atrito cinético pode ser reduzido pela
aplicação de cera no fundo dos esquis, o que reduz o coeficiente. Diferentes tipos de cera são
produzidos para diferentes faixas de temperatura, já que a qualidade da neve muda
dependendo das condições climáticas atuais e do histórico térmico da neve. O formato e o
material utilizados na construção de um esqui, igualmente, podem causar um grande impacto
nas forças que atuam em um esquiador.
Mostra-se válida, portanto toda pesquisa, análise e correta aplicação de todos esses
princípios vistos, além de informações meteorológicas e naturais da pista, serão convertidos
em técnicas pontuais e eficientes que farão com que os esquiadores aperfeiçoem sua
performance neste esporte. Estes poderão escolher os esquis mais adequados, relacionar as
possíveis manobras com seu peso e execuções, analisar as condições de gelo da pista, alterar
estratégias e, até mesmo, optar por não esquiar, caso identifiquem condições muito adversas
da temperatura e da formação do gelo.

A MECÂNICA CORPORAL DO ATLETA


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Para praticar o salto de esqui, o atleta deve conhecer muito bem o funcionamento do
próprio corpo, uma vez que, este esporte exige muita movimentação, resistência e controle.
A preocupação com uma postura correta, além
de propiciar maior estabilidade durante o processo do
jogo, evita inúmeras fraturas e acidentes com o
desportista. Manter-se em equilíbrio com as forças
externas, como a motriz da gravidade, e internas é
essencial para manter o controle do atleta sob o
snowboard ao longo de toda a pista.
A quantidade de força necessária depende do terreno
e da agressividade com que se está esquiando.
Terreno íngreme, alta velocidade e pressão ativa
sobre o esqui e direção são fatores que aumentarão as
forças de reação em jogo.
O correto durante toda a partida é manter os
joelhos levemente flexionados com o quadril
desviado um pouco à esquerda. Se os músculos do
quadril não estiverem rígidos, o desportista pode cair
encosta abaixo. Ainda, outros músculos dos membros
inferiores, como a panturrilha, aplicam a resistência necessária durante todo o trajeto, para
estabilizar o atleta em seu percurso instável.
De forma geral, a força muscular combinada precisa atuar harmoniosamente para
manter uma posição estável. Isso pode ser feito de forma eficaz trabalhando os extensores do
quadril e do joelho excentricamente. Isso significa contrair esses músculos extensores de
modo a resistir à flexão de quadris e joelhos por forças externas. Desta forma, o atleta
consegue manter a postura e o controle sob o esqui, bem como utilizar a força gravitacional à
seu favor.

O PAPEL DO TREINADOR E A INFLUÊNCIA DA LINGUAGEM

Liderança é um assunto importante que faz parte do registro, da história do ser


humano e sem ela, a sociedade não conseguiria ter avançado em seus propósitos. A figura de
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liderança resume em si as concepções de uma equipe. O líder é aquele que fomenta e cria
maneiras a fim de que sua equipe alcance seus objetivos. (ROQUE; OLIVEIRA, 2017).
Tais definições retratam alguns dos conceitos existentes sobre o poder da liderança,
porém todos manifestam a ideia de habilidade de condução e motivação, principalmente,
através do uso adequado da linguagem, com o objetivo de obter uma maior atuação dos
sujeitos na busca por um propósito comum. A liderança é algo indispensável em qualquer tipo
de organização, e configura-se em elemento potente no âmbito esportivo. Liderar é conhecer o
que motiva o ser humano, saber gerir, ter em vista as habilidades e capacidades dos
indivíduos. (ROQUE; OLIVEIRA, 2017).
Vários são os fatores que contribuem para a melhora constante do desportista, uma
dessas condições encontra-se no estilo de liderança do treinador que deve tanto instruir os
atletas nas técnicas e táticas da modalidade quanto em reforçar positivamente seus
comportamentos, estruturando o processo de ensino-aprendizagem-treinamento para que
ocorra a aprendizagem dos conteúdos e a melhoria da performance atlética. Ele utilizará
através de sua linguagem a persuasão para compor o seu discurso e aperfeiçoar os processos
de tomada de decisão de seus supervisionados. Comporá sua fala com técnicas e estratégias
motivacionais, analisará o tipo e a frequência de comportamentos, estabelecerá um
relacionamento interpessoal favorável para que se atinja o rendimento desejado. (SONOO;
HOSHINO; VIEIRA, 2008).
Como visto, a persuasão pode ser um eficaz mecanismo de motivação do técnico
relativo a seus atletas. Trata-se de algo que garanta difusão das ideias de acordo com uma
situação ou incumbência a ser enfrentada e desenvolvida. (MORENO, R., et al., 2006).
É o desempenho da comunicação que tem como objetivo influenciar, através de
técnicas e diferentes estratégias, o desenvolvimento do desportista. Ocorre através de um
processo de interação, com base de que mensagens específicas e alinhadas aos perfis do atleta,
tenham a ação de modificar uma dada concepção individual, especialmente no sentido de
valores, convicções, motivações e dos interesses. (MORENO, R., et al., 2006).
Ao se considerar o acordado entre técnico e desportista, além das especificidades
relacionais, existe o objetivo de uma concretização de uma meta estabelecida. Esta última é
sempre permeada pelas motivações que impulsionam o caminho de sua concretização. Tais
estímulos direcionados de forma efetiva e eficaz pelo treinador, apontarão para a importância
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de sua liderança e linguagem persuasiva positiva, além de uma constante evolução do atleta.
(MORENO, R., et al., 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a análise de ciências exatas, percebe-se que, o salto de esqui, possui
especificidades que o diferenciam de diversas formas, inclusive, principalmente, em sua
execução. Os cálculos que norteiam o esporte são, além de complexos, essenciais, uma vez
que estão associados à velocidade e controle do atleta durante a pista, e na realização de sua
manobra dita como “voo”, em que o desportista desafia a gravidade com o auxílio das Leis da
Física.
Através das ciências humanas, a obscura história do esqui é associada ao seu sucesso
atual. Além disso, é notável a importância da indústria para a evolução do esporte e as
consequências sociais e econômicas de tal fato.
Por meio das ciências naturais, a dificuldade enfrentada pelo atleta é exposta. O
cuidado com a mecânica corporal relacionada à prática é explicado, uma vez que, um simples
erro de movimentação pode ferir o esportista gravemente. Este tema está relacionado,
diretamente, ao conteúdo de exatas.
Por fim, com linguagens, observa-se tópicos que elucidam o poder de persuasão da
linguagem e como a postura do técnico podem influenciar o futuro do atleta.

CONCLUSÃO
Este trabalho possibilitou entender como o esporte olímpico de Salto de Esqui e sua
prática comum influenciam a sociedade contemporânea, sendo muito além de um “simples”
esporte. Com as explicações dadas, pôde-se perceber, também, a complexidade do desporto e
dos desafios enfrentados pelo atleta, e como isso impacta na vida do praticante.
Em diversas frentes científicas, o trabalho demonstrou, portanto, que o esporte não é,
apenas, um exercício ou fonte de renda e lucro. Ele pode ser entendido como um fenômeno
sociocultural e científico, pois devido a sua essência de superação, traz intrinsecamente o
progresso e a memória de um povo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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