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VOLEIBOL NA ESCOLA: ANÁLISE DE METODOLOGIAS APLICADAS PARA

ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Evandro Lara de Araújo


Orientador: Prof. Luiz Carlos de Almeida Lemos

RESUMO:

Este artigo visa apresentar os resultados da implementação pedagógica intitulada


“Comparativo da aplicação das metodologias do mini vôlei (lúdico) e voleibol
tradicional tecnicista na escola” para o Programa de Desenvolvimento Educacional
– PDE. Nosso objetivo foi proporcionar aos alunos dos oitavos anos do Ensino
Fundamental do Colégio Dom Carlos noções básicas do voleibol, através de duas
metodologias a serem aplicadas na modalidade de voleibol, para detectar o melhor
método para os escolares, e comparar a relação causa e efeito entre as
metodologias de ensino do mini vôlei (sintética, através do lúdico) e do voleibol
tradicional (analítica, tecnicista) com nível de aprendizagem nos fundamentos
técnicos básicos do voleibol. O trabalho fundamentou-se em uma unidade didática
comparativa da aplicação das metodologias do mini voleibol, e voleibol tradicional
tecnicista na escola, e os resultados demonstram que a utilização do mini vôlei
(lúdico) possibilita um melhor desenvolvimento dos alunos.

Palavras-chaves: Educação física, metodologia, voleibol, mini voleibol, lúdico.

INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta os resultados de um Projeto de Intervenção


Pedagógica PDE- 2016/2017, cujo foco é a utilização do mini vôlei. O projeto
denomina-se “Voleibol na Escola: Análise de metodologias aplicadas para alunos
do 8º ano do Ensino Fundamental”, no Colégio Estadual Dom Carlos do Município
de Palmas, Paraná, em turmas de 8º anos do Ensino Fundamental.
Estudos comprovam (GOTSCH, 1983), que a SINTÉTICA (mini voleibol)
“Dentre os mini jogos, o mini vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de
voleibol, onde as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas,
como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de
jogo” e ANALÍTICA. “Na metodologia de ensino analítica, a habilidade motora é
desenvolvida passo a passo, fragmentada em partes, antes de realizar a habilidade
por completo”. Lado positivo quanto ao uso da metodologia analítica tem sido
associado à possibilidade de um melhor refinamento da habilidade aprendida,
corrigindo e praticando apenas o movimento que apresenta maior dificuldade.
A opção pela escolha deu-se em virtude das dificuldades encontradas pelos
alunos, no aprendizado da modalidade de voleibol, e na evolução das habilidades
corporais, possibilitando assim, familiarizar a criança com os materiais: a bola, a
quadra e a rede, os quais, são de extrema importância, ensinando as posturas
básicas e movimentação; executando variados movimentos com e sem bola, para o
desenvolvimento das qualidades físicas, como velocidade, agilidade, força e
reação.
Nossa opção e proposta metodológica caracteriza-se e está dividida em
fases; da introdução dos fundamentos básicos, ao posicionamento na quadra de
jogo, bem como sistemas de rodizio com regras básicas e regras adaptadas.
Assim, partindo das duas metodologias de ensino mais utilizadas nas
práticas esportivas que são a metodologia analítica e a sintética (MAGILL, 2000), e
sabendo que a idade de 8 a 12 anos é a melhor idade para aprender, fase em que
a criança consegue exercer domínio sobre seu corpo, possuindo um interesse
muito grande em aprender e fazer, em buscar o novo.
Diante do exposto, busca-se, como parâmetro o comparativo da aplicação
das metodologias do mini vôlei (lúdico) e voleibol tradicional (tecnicista), realizadas
em alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Dom Carlos de
Palmas, Paraná.
O artigo está organizado em quatro momentos, sendo o primeiro momento
apresentação do projeto e sondagem sobre o conhecimento dos alunos com
relação ao voleibol, o segundo momento aplicação do método analítico, no grupo
“A” e o sintético aplicado no grupo “B”, o terceiro momento ao jogo propriamente
dito, acontece a execução do voleibol tradicional (analítico/tecnicista) no grupo
“A” e o mini vôlei (sintético/lúdico) no grupo “B”, e o quarto momento a
comparação das duas metodologias a qual, focaliza-se na descrição e análise da
aplicação.
O objetivo desta intervenção é demonstrar aos adolescentes de hoje a
importância de atividades esportivas para um melhor desenvolvimento sócio
cultural, e propor atividades que despertem o gosto pela prática de atividades
físicas desportivas. Comparando as metodologias de ensino do mini vôlei
(sintética, lúdico), e do voleibol tradicional (analítica, tecnicista), a fim de verificar
a relação causa e efeito entre as com nível de aprendizagem nos fundamentos
técnicos básicos do voleibol.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

VOLEIBOL
O Voleibol teve sua origem nos Estados Unidos, em 1895. Foi inventado
pelo americano William C. Morgan diretor de educação física da Associação Cristã
da Mocidade (ACM), na cidade de Holyoke, em Massachusets. O nome original era
minnonette. Nessa época, o desporto da moda era o basquetebol, que tinha sido
instituído apenas há três anos por Naismith e que rapidamente se difundira.
Contudo, era muito enérgico e cansativo para homens de idade (BOJIKIAN;
BOJIKIAN, 2008).
No Brasil quanto a prática dessa modalidade, foi iniciada na ACM de São
Paulo, em 1916, os registros fotográficos dessa apresentação na capital Paulista é
o fato de ter sido exibido em uma unidade da ACM. Por volta de 1916/1917 pela
A.C.M. de São Paulo (BOJIKIAN; BOJIKIAN, 2008).
Atualmente o voleibol está entre os esportes mais populares em todo o
mundo, sendo que 85% dos atletas de equipes adultas no mundo vêm de
categorias básicas (infanto-juvenil e juvenil) e, particularmente, nas divisões
básicas do voleibol, o Brasil é o maior vencedor de títulos mundiais (CANFIELD,
1998).
Segundo Borsari (2001), o voleibol, por ter sido idealizado dentro de
princípios de simplicidade, separação entre as equipes e participação equivalente
de todos os praticantes, teve uma assimilação rápida por todos os povos, como
lazer ou esporte, o que facilitou sua evolução e destaque no plano olímpico. Ainda
Borsari (2001), por todos os continentes, o desenvolvimento foi rápido tanto no
masculino como no feminino, porém com características peculiares a cada povo,
segundo seu biótipo médio, seu nível atlético e sua filosofia de trabalho.
Silveira (2007), os norte-americanos e europeus usavam regras distintas,
com o estímulo de desenvolver o esporte em âmbito global, após a criação da
Federação Internacional de Voleibol houve a unificação das regras. A primeira
mudança foi o tamanho da quadra que ficou com o tamanho atual de 18 metros de
comprimento e 9 metros de largura, e a altura da rede que passou a ter 2,43
metros para os homens e 2,24 metros para as mulheres.
Freire (1994) afirma que o professor de educação física que trabalha com a
iniciação esportiva tem como objetivo além de passar seu conhecimento da área de
esportes, e também acaba educando o seu aluno para a vida na sociedade.
Para desenvolver o aprendizado no voleibol, sugere-se duas metodologias
de ensino: metodologia sintética mini vôlei e a analítica, voleibol tradicional
tecnicista. (MAGILL, 2000).
O método sintético é o utilizado em todas as ciências experimentais já que
mediante está se extraem as leis generalizadoras, e o analítico é o processo
derivado do conhecimento a partir das leis (GRECO,1998).

METODOLOGIA SINTÉTICA, MINI VÔLEI

Na metodologia sintética a habilidade motora é apresentada ao aprendiz


como um todo, de forma que este pode sentir o fluxo e o timing de todos os
componentes dos movimentos da habilidade (SCHMIDT; WRISBERG, 2001).
Machado (2006, p. 127) apresenta o minivoleibol como jogo pré-desportivo
para trabalhar gestos técnicos e táticas de conjunto, “como ele prepara para o
Voleibol de quadra, sua aplicação beira a um recreativo que tem como um dos
objetivos executar gestos técnicos e elaborar táticas razoáveis para uma atividade
esportiva prazerosa”.
Acreditando que o Mini Voleibol é uma metodologia moderna e eficiente,
onde tem o objetivo principal desenvolver o prazer de jogar. Pode ser jogado em
diversos lugares, necessita de um pequeno espaço, uma rede ou similar como uma
corda que faça a função de rede e algumas bolas que se adequem as crianças
praticantes, também proporcionando uma democratização do esporte pelo fácil
acesso a modalidade. As competições de Mini Voleibol servem para estimulo das
crianças a gostarem do esporte e também é uma forma de socialização
(SANCHES, 2014).
O minivoleibol é uma metodologia de aprendizagem do voleibol simples e
adaptada às necessidades e ao estágio de maturação das crianças. Como o
praticante, no período de iniciação, se encontra em fase de construção das suas
capacidades motoras, se entendeu que reduzindo as ações complexas para
situações simplificadas de jogo a assimilação do conteúdo do jogo aconteceria de
uma forma mais natural (QUADROS JR.; QUADROS; GORDIA).
Com a aplicação do mini vôlei procuramos amenizar as dificuldades
impostas pelo voleibol que são bem complexas, exigindo muita concentração e
habilidades corporais. Devido às suas características com grande exigência técnica
e tática, e uma rápida troca de diferentes situações de jogo, o iniciante é colocado
em uma situação de aprendizagem muito complexa (DÜRRWÄCHTER, 1993).
Nas orientações para a iniciação desportiva as características em cada faixa
etária devem ser consideradas, assim como a utilização específica de meios e
métodos de treinamento e formas organizacionais (FILIN, 1996).
Apesar das vantagens do mini voleibol para o desenvolvimento das crianças
de 8 a 14 anos, são poucas as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato este
que acarreta prejuízos tanto ao desenvolvimento esportivo dos alunos
(GRECO,1998).
Ressalta-se ainda que a idade de 8 a 12 anos é a melhor idade para
aprender, fase em que a criança consegue exercer domínio sobre seu corpo,
possuindo um interesse muito grande em aprender e fazer, em buscar o novo. O
bom aproveitamento desta fase implicará na formação de uma base física/motora
de ótima constituição, sobre a qual se dará, nas fases futuras de treinamento, um
aperfeiçoamento de caráter altamente eficaz (WEINECK, 1991).

METODOLOGIA ANALÍTICA, VOLEIBOL TRADICIONAL TECNICISTA

O julgamento analítico implica a descomposição do fenômeno, em suas


partes constitutivas. É uma operação mental pela que se divide a representação
totalizadora de um fenômeno em suas partes (MAGILL, 2000).
Na metodologia de ensino analítica, a habilidade motora é desenvolvida
passo a passo, fragmentada em partes, antes de realizar a habilidade por
completo. Lado positivo quanto ao uso da metodologia analítica tem sido associado
à possibilidade de um melhor refinamento da habilidade aprendida, corrigindo e
praticando apenas o movimento que apresenta maior dificuldade (COSTA, 2007).
Nos níveis mais inferiores de competitividade o jogo é mais globalizado e o
rendimento final do time, é uma consequência da regularidade (acertos divididos
por erros) nas funções do jogo. Os erros e acertos se sucedem ilogicamente, pois
os jogadores, por estarem em formação, sofrem maior influência dos fatores
emocionais. O fator preponderante é a versatilidade dos jogadores (CAVALCANTE,
2013).
Baacke (1972) aponta como uma das principais dificuldades para o
aprendizado do iniciante no voleibol a pequena quantidade de vezes que o aluno
toca na bola em situações reais de jogo. Quando durante o treinamento se
propõem atividades em conjunto, jogos simulados ou com regras, o aluno iniciante
pouco contato tem com a bola, devido à complexidade das ações.
O nível de habilidades técnicas e físicas nos primeiros estágios de
aprendizado do voleibol não é suficiente para que o jogo tenha uma sequência,
com a bola caindo constantemente no chão. Tal fato causa um desestímulo, uma
sensação de frustração na criança, levando-a, muitas vezes, a desistir da
modalidade (MACHADO, 2006).
Definem-se fundamentos como sendo as partes que, quando somadas
compõem o jogo como um todo. Os fundamentos técnicos do jogo são: o saque, a
recepção, o levantamento, o ataque, o bloqueio e a defesa (RIBEIRO, 2004).
De acordo com a sua dependência ou não do adversário, podem ser
classificados como princípios ofensivos, que são os que podem resultar em ponto
(saque, levantamento, ataque); e princípios defensivos, que não resultam em ponto
direto (recepção, defesa) (RIBEIRO, 2004). O bloqueio, por suas particularidades
pode ser considerado um princípio tanto ofensivo, quanto defensivo.
Alguns autores apresentam propostas metodológicas para o ensino do
voleibol, segundo (BIZZOCCHI, 2004), no entanto, elas tratam apenas do processo
de ensino e aprendizagem dos fundamentos técnicos. As obras privilegiam o
ensino da modalidade por partes, ou seja, pela aprendizagem dos fundamentos e
sua aplicação no jogo.
Durante muito tempo as aulas de Educação Física eram trabalhadas na
escola numa perspectiva tecnicista, onde a valorização dos gestos técnicos estava
sempre presente (KUNZ, 2004).
Greco e Benda (1998), apontam que ainda persiste o conceito tecnicista em
que o aluno é visto como um atleta em potencial.
Darido (2003) aponta que um dos caminhos para o desenvolvimento de
inovações na escola e no currículo, é reconhecer os professores como sujeitos da
inovação, ouvir o que eles têm a dizer, suas experiências, seus problemas, as
práticas que consideram significativas e que gostariam que continuassem, entre
outras coisas.
Como afirma Kunz (2004), que o mundo de movimento e o mundo vivido
das crianças sejam considerados pelos professores dentro da escola.

METODOLOGIA

Para este estudo, foram pesquisados autores e artigos indexados nas


principais bases de dados disponíveis, sobre as metodologias do voleibol
tradicional (Analítica) e do mini vôlei (Sintética), e trata-se de um estudo de caráter
descritivo, presentes no processo de ensino aprendizagem do mini voleibol e
voleibol, com alunos dos 8º anos do Ensino Fundamental, partindo da comparação
das duas metodologias aplicadas no grupo “A” e no grupo “B” do Colégio Estadual
Dom Carlos.
Apresentamos a seguir os procedimentos desenvolvidos na realização
desta intervenção:
- Primeiro Momento: Apresentação do projeto, sondagem referente ao
conhecimento dos alunos com relação: ao histórico da modalidade, funções,
posições, medidas, demarcações da quadra, regras básicas, funções e posições
dos jogadores na quadra.
- Segundo momento:
No grupo “A”, iniciação aos movimentos técnicos específicos da modalidade
de voleibol, regras básicas do voleibol. Trabalhar a posição de expectativa, e
explicações sobre o movimento técnico de cada fundamento do voleibol, sendo
eles: toque, manchete, ataque, bloqueio e a defesa.
No grupo “B”, explicação dos fundamentos do voleibol para execução da
maioria dos movimentos técnicos, e a implementação das regras adaptadas do
mini vôlei e sua execução.
-Terceiro momento:
Destina-se ao jogo propriamente dito, sendo que no grupo “A”, acontece a
execução do voleibol tradicional (analítico/tecnicista) e no grupo “B” mini vôlei
(sintético/lúdico).

- Quarto momento:
Comparação entre as duas metodologias, o voleibol tradicional (analítico) e
o mini vôlei (sintético), através de dados, porcentagem de acertos relacionados
aos fundamentos básicos do voleibol, percebendo assim qual dos métodos é o
mais eficiente, ou mais indicado para a formação dos educandos dos 8º anos do
Ensino Fundamental.

ANÁLISE DE DADOS / RESULTADOS

Apresentamos através de estudos, validados e aplicados nesta intervenção,


os resultados pertinentes aos 4 momentos da implementação desta intervenção,
desenvolvida em 32 aulas, sendo que 16 aulas com a utilização do método
analítico (Voleibol Tradicional Tecnicista), executado no grupo “A”, e 16 aulas com
o método sintético (mini vôlei), no grupo “B”. Procurou-se levar a aplicação dos
conteúdos em ambas as turmas concomitantemente.
Realizou-se a apresentação do projeto e sondagem do conhecimento dos
alunos sobre voleibol. Observou-se que uma grande parte dos alunos demonstrou
rejeição sobre a modalidade, mas se propuseram a participar do projeto. Neste
primeiro momento trabalhou-se com os alunos o histórico da modalidade, funções,
posições, medidas e demarcações da quadra e a Importância da atividade física.
Na aplicação do método analítico no grupo “A”, (Voleibol Tradicional
Tecnicista), referente ás funções e posições do voleibol, propôs-se pesquisas,
leituras e debates, vídeos das posições básicas na quadra de jogo, com execução
dos rodízios.
Desempenhamos com os alunos a posição de expectativa e a iniciação da
manchete. Proporcionamos aos participantes uma aula prática do posicionamento
básico do voleibol, estático e em deslocamentos para todas as direções,
inicialmente sem bola, depois com bola executando a manchete propriamente dita.
Reforçamos as regras básicas do voleibol e toque sobre a cabeça.
Proporcionamos aos alunos atividade expositiva na quadra poliesportiva, e
exercícios variados, individual, em duplas, e em grupos. Utilizou-se bolas de
diversos tamanhos, para desenvolver a habilidade do toque sobre a cabeça com
as duas mãos e as habilidades motoras da qual a modalidade requer.
Efetuou-se os movimentos básicos da manchete, toque, saque por baixo,
saque tipo tênis, e realizou-se exercícios técnicos e variados dos fundamentos,
saque por baixo, saque por cima, toque e manchete com e sem bolas, individual e
em duplas.
A aplicação dos movimentos técnicos básicos do voleibol: saque, passe,
cortada, levantamento, bloqueio e defesa. Trabalhamos com exercícios variados
dos movimentos técnicos de saque por baixo e tipo tênis, com passe de manchete
ou toque, levantamento, ataque com largadas ou cortadas, bloqueio simples e em
duplas e defesa, atividades realizadas com e sem bolas, individuais em duplas e
coletivamente.
Foram desenvolvidos práticas dos movimentos básicos do saque por cima e
por baixo, manchete (recepção), levantamento, cortada, bloqueio e defesa.
Realizamos exercícios variados dos movimentos técnicos dos fundamentos: saque
e suas variedades, manchete como recepção e defesa, toque como defesa e
levantamento, ataque e suas variáveis, bloqueio e defesa, atividades
desenvolvidas separadamente, e de forma coletiva.
No grupo “B”, com aplicação do método sintético (mini vôlei), referente ás
medidas e demarcações de quadras de jogo e familiarização com o material de
jogo. Neste também, medidas e demarcações de quadras para o mini voleibol,
onde ocorreu a interdisciplinaridade, e manuseio do material usado para o mini
voleibol.
Trabalhamos as regras básicas do mini vôlei e movimentos básicos do
voleibol o toque e manchete. Oportunizamos aos alunos uma aula expositiva na
quadra de jogo de forma recreativa 1x1, lançando e pegando a bola sobre a rede
parados e com deslocamento, tentando fazer a bola cair na quadra adversária.
Após, o 2x2 sugerimos aos alunos segurarem a bola sobre a cabeça (posição do
toque) ou com os braços estendidos próximos do chão (posição da manchete),
reiniciar o jogo sempre com o aluno que fica do lado direito da quadra.
Oportunizou-se o voleibol um contra um, e dois contra dois, e
proporcionamos aos alunos desenvolver os movimentos do: toque, manchete e
saque por baixo. Proporcionou-se atividade prática, na qual os alunos utilizaram
exercícios variados dos movimentos do voleibol com bola, primeiramente
segurando a bola, na sequência executando os movimentos básicos, toque e
manchete. Ao iniciar o jogo num primeiro momento lançar a bola, e depois
executar o movimento do saque por baixo.
Desenvolveu-se o voleibol em duplas e em trios, proporcionamos aos alunos
a divisão das equipes, duplas e trios por sorteio, e oportunizamos exercícios
variados dos movimentos básicos do voleibol com bola de forma mais
sistematizada, ainda podendo segurar a bola em alguma das fases dos três
toques, priorizando os movimentos do toque parado e em suspenção,
(levantamento), manchete, saque por cima ou por baixo e iniciar o movimento de
ataque com largadas e cortadas com uma das mãos.
Ofertou-se aos alunos o mini vôlei em todos os estágios, 1x1, 2x2, 3x3 e
4x4. Realizamos a divisão das equipes por escolha, cada aula equipe diferente.
Utilizou-se de exercícios variados do voleibol, com bola de forma lúdica,
desenvolvendo os fundamentos já iniciados nas aulas anteriores e incluindo
bloqueio e defesa.
No terceiro momento o qual destina-se ao jogo propriamente dito,
realizamos trabalhamos com anotações e análises do comportamento dos alunos,
na execução dos fundamentos do voleibol praticado por eles, como também na
satisfação, participação e pelo prazer em jogar. Realizamos a comparação entre as
duas metodologias, sintética e analítica, identificando qual dos métodos utilizado é
o mais eficiente ou mais indicado para a formação dos educandos do grupo “A” e
do grupo “B” do ensino fundamental, e procuramos observar a satisfação dos
mesmos na prática esportiva, do voleibol como processo de cultura.
No grupo “B” com aplicação do o método sintético (mini vôlei), propôs-se o
jogo em duplas, trios e quartetos e aplicação das regras básicas. Realizamos a
divisão das equipes de forma homogênea, com mudança de equipe a cada aula.
Sugerimos que a pontuação fosse reduzida para o maior número de encontros,
entre as diferentes equipes, permitindo que a contagem dos pontos, seja
executada pelos próprios colegas, com a supervisão do professor.
No grupo “A” com aplicação do método analítico (voleibol tradicional),
realizamos jogo 6 X 6, utilizando as regras básicas. Proporcionamos a divisão das
equipes de forma homogênea, realizando a mudança das equipes da mesma
forma. Sugerimos que as equipes jogassem entre si, proporcionando o maior
número de encontros possíveis, e seguindo as regras oficiais do voleibol em set’s
de 25 pontos, e ou, com diferença de dois, a cada set muda-se as equipes
adversárias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o término da implementação do projeto, apresentamos as


possibilidades de encaminhamento metodológico para o desenvolvimento do
voleibol em duas versões, a Sintética (mini vôlei) e Analítica (voleibol tradicional),
na qual proporcionou-se aos alunos, noções básicas do voleibol, através das duas
metodologias aplicadas, bem como um melhor desenvolvimento psicomotor e
social, a fim de evidenciar a importância das atividades físicas, e a cultura do
esporte.
Assim, através da comparação das metodologias Sintética (mini vôlei) e
Analítica (voleibol tradicional), tem-se em ambas metodologias suas validações,
pois possibilitam a aprendizagem, trabalho em equipe, o fazer do exercício, e a
superação dos desafios. Ao realizarmos a comparação dos fundamentos básicos
do toque, manchete e saque por baixo, constatou-se que ocorreu 80% de acertos
no mini vôlei (método sintético), e no voleibol tradicional (analítico), ocorreu 40% de
acertos nestes mesmos fundamentos. Com relação aos fundamentos de maior
dificuldade e maior execução, o bloqueio e a defesa, o mini voleibol apesentou 40%
de acertos e o voleibol tradicional 20%, variação devido à idade dos alunos.
Verificou-se que o voleibol tradicional mais técnico, teve um índice de acertos
menor que 50% (cinquenta), com relação aos fundamentos do voleibol, o qual
tratar-se de movimentos mais mecânicos, porém, possibilita a aprendizagem e o
desenvolvimento do aluno.
Outrossim, a metodologia do mini vôlei oferece múltiplas possibilidades de
desenvolvimento motor para os alunos, proporcionando a eles um melhor
desempenho, como também apropriarem-se dos fundamentos do voleibol, assim,
adquirindo consequentemente uma maior agilidade e mobilidade, na qual
executam todo este aprendizado de forma recreativa e lúdica.
Conclui-se que através das atividades aplicadas, e com a metodologia do
mini vôlei (Sintética), os alunos executam os movimentos e o próprio jogo de forma
mais eficiente, e com índice de porcentagem de 80% nos fundamentos básicos do
voleibol, principalmente no que diz respeito às habilidades motoras, bem como,
aceleração de amadurecimento das habilidades ligadas ao voleibol, de forma
descontraída e divertida, sendo executado passo a passo. Contudo, devido às
dimensões da quadra ser menores, ocasiona menor exigência de força, a qual
acaba sendo mais viável a ser trabalhada no Ensino Fundamental, adequando-se
à idade e série, servindo como alicerce para as séries seguintes com o
desenvolvimento psicomotor dos alunos e na evolução do voleibol, até chegar no
jogo normal propriamente dito. Salientamos também a facilidade que os
profissionais acabam tendo em relação a utilização de material, pois no mini vôlei
utiliza-se pouco. Problema este, levantado por muitos professores, os quais
interagiram por ocasião do curso GTR, ao trabalhar com a modalidade de voleibol
nas escolas, e que muitas vezes acaba levando-os ao desestímulo com a
modalidade.

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