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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG

UNIDADE DIVINÓPOLIS

LYDIA CUMMING NOSSA

ESCOLINHA DE HANDEBOL COMO PRÁTICA SOCIAL

DIVINÓPOLIS-MG
2018
LYDIA CUMMING NOSSA

ESCOLINHA DE HANDEBOL COMO PRÁTICA SOCIAL

Relatório final apresentado ao Paex 01/2018, referente


ao Projeto de Extensão Escolinha de Handebol com
Prática Social da Universidade do Estado de Minas
Gerais - Unidade Divinópolis.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Peron Carballo

DIVINÓPOLIS-MG
2018
RESUMO:

O presente projeto teve como objetivo analisar os fatores motivacionais que levam à
prática do handebol em escolinhas esportivas sociais e realizar uma análise descritiva desses
motivos. A amostra conteve 53 estudantes de escola pública e privada, com idade entre 10 e
14 anos. O instrumento utilizado foi o Inventário de Motivação para a Prática Desportiva
Gaya e Cardoso (1998), composto por dezenove perguntas objetivas subdivididas em três
categorias: competência desportiva, saúde, amizade/lazer. Os resultados indicaram que a
competência desportiva em aprender novas técnicas e esportes tiveram maior resultado,
seguido da saúde, o que mostra a consciência corporal e a busca por qualidade de vida dos
participantes, e por último, amizade/lazer pelo ambiente que o esporte traz com sua prática
como um veículo socializador, porém competitivo como todo esporte, mesmo sendo uma
escolinha de inclusão social.

Palavras-chave: Handebol; Socialização; Motivação.


INTRODUÇÃO:

Becker (2000) desenvolveu estudos no qual se destacou que os motivos para uma criança
se envolver em programas esportivos são os seguintes: ter alegria, aperfeiçoar suas
habilidades e aprender novas, praticar com amigos e fazer novas amizades, adquirir forma
física e sentir emoções positivas. No que diz respeito à motivação Samulski (2008) coloca
que “a motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta,
o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos)”.

Os programas de iniciação esportiva promovem muitos benefícios para a formação


integral da criança, tais como: desenvolvimento das capacidades de desempenho corporal e
motor (FILGUEIRA, 2004), aspectos relacionados à cooperação, convivência, participação,
inclusão e satisfação (OLIVEIRA e PAES, 2004), além de contribuir para o desenvolvimento
bio-psico-social em faixas etárias posteriores (ARENA e BOHME, 2000).

E para que os programas de iniciação esportiva contribuam para o desenvolvimento


multilateral da criança, algumas situações devem ser respeitadas, como, por exemplo, a
elaboração de atividades adequadas às diferentes faixas etárias, o respeito ao nível de
desenvolvimento de cada aluno, o bom senso (SAAD, 2006) e o maior número de vivências e
experiências motoras da criança (BOMPA, 2002).

Com isso os profissionais de Educação Física que se interessarem pela prática de


escolinhas de handebol, estarão balizados quanto ao objetivo da prática esportiva de crianças
e adolescentes, facilitando a programação de treinos, contribuindo com o processo de
formação completa de um aluno, atleta e cidadão.
OBJETIVO:

Por ser um Projeto considerado Esporte Educacional-Formação, tem como objetivo


uma formação integral dos participantes, melhora nas relações interpessoais, de socialização e
o desenvolvimento das coordenações motoras, cognitivas e físicas, além de constatar quais os
principais fatores motivacionais para prática do handebol em crianças entre 10 a 17 anos em
uma escolinha esportiva social.
METODOLOGIA:

O presente estudo atende crianças e adolescentes na faixa etária de 10 à 17 anos, de


ambos os sexos, duas vezes por semana, na quadra do Divinópolis Tênis Clube (DTC)
denominado “Escolinha de handebol como prática Social’’, na região central da cidade que
possui parceria com a UEMG Unidade de Divinópolis e tem boa infraestrutura e fácil acesso
aos educados. Todos os materiais do Curso de Educação Física Bacharelado estão guardados
neste local, pois as aulas práticas do curso ocorrem neste clube, facilitando o uso dos
materiais necessários para o funcionamento da escolinha. Apesar do Projeto atender crianças
e adolescentes de 10 a 17 anos, foi constatado uma amostra de crianças de 10 a 14 anos.

Primeiramente foi repassado aos responsáveis o termo de Autorização, e aos


envolvidos, disponibilizou-se o Termos de Assentimento Esclarecido no ato da matrícula.
Após a assinatura dos mesmos, com o andamento do projeto, os integrantes da amostra no
total de 53 educandos responderam a seguinte pergunta: Porque você pratica o handebol? As
respostas, segundo o Inventário de Gaya e Cardoso (1998), que se encontra em anexo no fim
desse relatório. Os questionários respondidos foram recolhidos, para posteriormente, os dados
serem analisados.

O Inventário de Gaya e Cardoso (1998), composto por 19 questões subdivididas em


três categorias: a) competência desportiva (CD) que inclui os motivos: para vencer; para ser
o (a) melhor no esporte; porque gosto; para competir; para ser um atleta; para desenvolver
habilidades; para aprender novos esportes e para ser jogador quando crescer, b) saúde (S) que
inclui os motivos: para exercitar-se; para manter a saúde; para desenvolver a musculatura;
para manter o corpo em forma e para emagrecer e c) amizade e lazer (AL) que inclui os
motivos: para brincar; para encontrar os amigos; para divertir-me; para fazer novos amigos e
para não ficar em casa. Cada motivo possuí três níveis de importância, ou seja Muito
Importante (MI), Pouco Importante (PI) e Nada Importante (NI).
RESULTADOS:

Por meio dos dados coletados com o andamento do Projeto, foi desenvolvida a Tabela 1
sobre o Percentual do grau de importância dos motivos que levam à prática na Escolinha de
Handebol da cidade de Divinópolis-MG.

Tabela 1.Percentual do grau de importância dos motivos que levam à prática na Escolinha de Handebol da
cidade de Divinópolis-MG.

Através destes dados pode-se perceber que os participantes demonstraram bastante


interesse em aprender o handebol (90,57%), manter a saúde (90,57%) e desenvolver novas
habilidades ( 92,45%). Os itens mais escolhidos pelos alunos estão relacionados com duas
categorias, que são Competências Desportivas e Saúde, o que demostra que os alunos tinham
interesse em aprender e melhor as técnicas desportivas em relação ao handebol e que sabiam
que a pratica esportiva é de suma importância para a manutenção da saúde.
Além disso, as crianças e os adolescentes que participaram do Projeto perceberam que
criar novos laços de amizade, ampliar a cooperação e a participação é uma consequência
admirável que a prática esportiva traz ao ser humano.

Resultados observados pela orientada relatam uma aprendizagem e desenvolvimento


motor, cognitivo e social dos participantes, promoção da saúde e criação de hábitos de
respeito por meio da prática do handebol.
CONCLUSÃO:

Conhecer os fatores que motivam os alunos à prática de atividades esportivas, em


especial no handebol, colaborou para um melhor desenvolvimento das atividades propostas
pela orientada, atividades que buscaram uma aprendizagem integral do aluno no esporte e na
vida.

Percebe-se que a fonte intrínseca de motivação possui grande influência na prática


esportiva e na aderência à mesma por parte das crianças e adolescentes, afetando seus
comportamentos e atuações.

O projeto foi realizado em uma escola de formação esportiva social, no qual permitiu que
os alunos pudessem ter um desenvolvimento pleno de suas habilidades motoras, físicas e
cognitivas, um desenvolvimento nas relações interpessoais e uma importante contribuição na
formação de cidadãos conscientes, críticos e criativos.

Com tudo isso é de suma importância ensinar as crianças e aos adolescentes que a prática
esportiva regular tem sua importância na manutenção da saúde, na criação de hábitos de
respeito com o próximo, na percepção e no desenvolvimento de capacidades/habilidades e na
socialização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARENA, S. S.; BOHME, M. T. S. Programas de iniciação e especialização esportiva na


grande São Paulo. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo: 14(2), 184-195, jul/dez.
2000.

BECKER JR., B. Manual de Psicologia do Esporte e Exercício. Porto Alegre: Nova prova,
2000.

BOMPA, T.O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Manole,


2002.

FILGUEIRA, F. M. Futebol – uma visão da iniciação esportiva. Ribeirão Preto, São Paulo:


Ribergráfica, 2004.

OLIVEIRA, V.; PAES, R. R. A pedagogia da iniciação esportiva: um estudo sobre o


ensino dos jogos desportivos coletivos.www.efdeportes.com/. Revista Digital. Buenos
Aires: ano 10, n. 71, abr. 2004.

PAES, Roberto R.; BALBINO, Hermes F.. Processo de ensino aprendizagem no handebol:
perspectivas pedagógicas. In: ROSE JR, Dante de; TRICOLI, Valmor. Handebol : uma
visão integrada entre ciência e prática. Barueri – SP: Manole, 2005;

SAAD, M. A. Iniciação nos jogos esportivos coletivos. www.efdeportes.com/. Revista


Digital. Buenos Aires – ano 11, n. 95, abr. 2006.

SAMULSKI, D. M. Psicologia Do Esporte. 2.ed. São Paulo: Manole Ltda, 2008.


APÊNDICE 1:

TERMO DE AUTORIZAÇÃO

ESCOLINHA DE HANDEBOL COMO PRÁTICA SOCIAL

O projeto tem como base a implantação do handebol por meio de uma prática social,
em que se justifica pelo fato de possibilitar à criança e o adolescente a preservação de suas
características, necessidades e interesses, onde cada um terá a oportunidade de, por meio das
experiências vivenciadas com a atividade esportiva, construírem seu próprio conhecimento.

Assim, por meio de uma prática voltada para o esporte educacional-formação do


cidadão, contribuiremos para a sociabilidade dos alunos, ampliando seus laços de amizades
por meio de um esporte, buscando obter a cooperação, emancipação, convivência e
participação, como fundamentais para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

O projeto será realizado na quadra do DIVINÓPOLIS TÊNIS CLUBE (DTC) nos


dias de TERÇA e SEXTA das 14h00min às 18h00min - horário depende da categoria/idade
de seu filho (a).

Eu, __________________________________________________________, portador


do RG:__________________________, responsável pelo menor
____________________________________________________, autorizo meu (minha) filho
(a), a participar do projeto “Escolinha de handebol como prática social”. Estou ciente que os
treinos e protocolos serão acompanhados pelos responsáveis pelo projeto. Autorizo o uso de
imagens e informações pessoais para fins de pesquisa do projeto.

Divinópolis, _______ de ________________ 2018.

_________________________________________________

Assinatura do Responsável

APÊNDICE 2:
INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO

Marque com um X os motivos que o levaram a buscar a prática esportiva


considerando os graus de importância (1,2 e 3).

1) Para vencer 1 2 3

2) Para exercitar-se 1 2 3

3) Para brincar 1 2 3

4) Para ser o(a) melhor no esporte 1 2 3

5) Para manter a saúde 1 2 3

6) Porque eu gosto 1 2 3

7) Para encontrar os amigos 1 2 3

8) Para competir 1 2 3

9) Para ser um atleta 1 2 3

10) Para desenvolver a musculatura 1 2 3

11) Para ter bom aspecto 1 2 3

12) Para me divertir 1 2 3

13) Para fazer novos amigos 1 2 3

14) Para manter o corpo em forma 1 2 3

15) Para desenvolver habilidades 1 2 3

16) Para aprender novos esportes 1 2 3


17) Para ser jogador quando crescer 1 2 3

18) Para emagrecer 1 2 3

19) Para não ficar em casa 1 2 3

Considerando: 1- nada importante; 2- pouco importante; 3- muito importante;

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