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2013-05!18!181739 - Anatomia Funcional Do Plexo Braquial J Mauricio
2013-05!18!181739 - Anatomia Funcional Do Plexo Braquial J Mauricio
2013-05!18!181739 - Anatomia Funcional Do Plexo Braquial J Mauricio
BRAQUIAL
ANATOMIA
O plexo braquial é responsável pela inerva- clavícula e 1ºcostela, nesse nível se dividem
é formado pelos nervos espinhais ou raízes visões posteriores formam o cordão posterior,
C4 contribui externamente para o plexo bra- médio formam o cordão lateral e a divisão
quial, este é chamado de pré-fixado. Quando anterior do tronco inferior forma o cordão
essa contribuição é de T1, denomina-se pós- medial. Embaixo do peitoral os cordões en-
-fixado. Após a saída das raízes pelos forâmes volvem a artéria axilar, esta servindo de refe-
vertebrais estas se colocam no espaço inter- rência nominal aos cordões lateral, medial e
dio. A este nível formam os troncos superior a artéria axilar). A partir dos cordões formam-
(C5 e C6 ), médio (C7), e inferior (C8 e T1). -se os nervos principais do membro superior.
Os troncos sofrem novo rearranjo em estru- O cordão lateral da origem ao nervo muscu-
turas chamadas cordões na passagem entre a locutâneo e parte do restante do cordão late-
1 Professor Associado da disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Universidade do estado do Rio de Janeiro, Responsável pelo Centro de Cirurgia
da Mão e Microcirurgia do serviço da disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto – UERJ, Membro Titular da
sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia, Membro Titular e ex-presidente da sociedade brasileira de cirurgia da mão (1998), Membro Titular e
ex-presidente da sociedade brasileira de microcirurgia reconstrutiva do aparelho locomotor (1996-97).
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ral se une com parte do cordão medial para C8 eT1 conferem a inervação motora de boa
formar o nervo mediano. O cordão posterior parte do grupo flexor extrínseco e muscula-
da origem ao nervos radial e axilar. O cordão tura intrínseca; sendo então, os responsáveis
medial dá origem ao nervo ulnar e parte dele pela maior parte da motricidade e capacidade
se une a parte do cordão lateral para formar o apreensora da mão. (1)
mediano.
O nervo torácico longo é formado direto
pelos movimentos do ombro e flexão do coto- O nervo frênico é formado pelas raízes de
velo, a raiz de C7 é responsável pelo comando C3 e C4 , localizado mais anteriormente em
do grupo muscular extensor do cotovelo, pu- relação ao plexo, em geral sobre a borda an-
nho e extrínseco do polegar e dedos; e as raízes terior do escaleno anterior. Este nervo serve
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de reparo anatômico durante o acesso ao ple- fulcro de movimentos, como o segmento cer-
origem a outros ramos diretos com expressão alta do plexo braquial é mais comprometida. Já
anatômicas que são: O nervo tóracodorsal quando o membro superior é forçado em ab-
que inerva o músculo grande dorsal; o nervo dução exagerada, as raízes inferiores são mais
o músculo subescapular e o redondo maior; gia podem causar lesões variáveis às estruturas
os nervos toráxicos lateral e medial, também neurais, entende-se que os acidentes de maior
conhecidos como peitoral medial e lateral. O energia cinética, podem causar estiramentos
nervo peitoral medial, pode ser fonte de neu- graves, roturas ou avulsões, associadas ou não a
até a axilar, os elementos do plexo braquial presença de tecido de ancoragem das raízes
estão sujeitos a diversos tipos e combinações superiores nos forâmes vertebrais, mais resis-
de lesão por tração ou compressão. Esse fato tente nas raízes de C5 e C6 este arranjo anatô-
torna-se evidente quando se relembra que as mico, sugere que as raízes inferiores estão mais
estruturas nervosas, desde seus componentes sujeitas a avulsão que as superiores, as quais,
intraforaminais, até a formação dos diversos sofrem mais lesões por estiramento ou rotura
nervos na periferia, passa por numerosos aci- em continuidade após o forâmen vertebral.(2)
braquial.
prognóstica
ciais ou totais.
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As lesões parciais podem ser do tipo alta,
sia de Klumpke, cujo quadro motor e sensitivo Fig.3 - Representação dos diferentes graus de lesão das
raízes e dos troncos.(Modificados de Wilgisefs. Nerve
é inverso, com acometimento da mão (C8,D1). graft to the braquial plexus. In AAOS symposium
on microsurgery pratical use in orthopaedics. Ed CV
mosby co. St louis, 1977:193).
Nas lesões totais ou completas, são caracte-
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mais severas, visando evitar a cronificação com
ser tratada pela cirurgia ao nível do plexo bra- Nos pacientes que se apresentam na fase
quial, nem tão pouco com amputação do mem- aguda com uma lesão por tração do plexo bra-
bro paralítico. No entanto, nas áreas em que há quial a região supraclavicular pode apresentar
continuidade fibrótica de lesões mistas ao nível aumento de volume, edema e equimose. Com
das raízes, troncos e ramificações, as liberações e o passar do tempo o edema vai sendo substi-
reconstruções pós traumáticas podem explicar a tuído por uma tumefação localizada especifi-
melhora referida por muitos pacientes após a ci- camente na topografia do plexo, que tende a
rurgia. Os recursos de clínica especializada de dor desaparecer deixando dor à palpação profunda.
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O teste de Tinel ( presença sensação de temente associada com o trauma que causou
choque a percussão ), quando presente na fos- a lesão do plexo braquial, além disso, luxação
evidencia que há alguma regeneração axonal nervo axilar dentro do músculo deltóide ou
proximal (lesão pós-ganglionar), quando a ir- lesão no espaço quadrangular, o que deve ser
radiação se dirige para o ombro e borda radial diferenciado de uma lesão supraclavicular das
da mão dedos polegar e indicador correspon- raízes superiores do plexo, podendo as lesões
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car a ambas no caso de uma nova exploração. escápula junto ao tórax, a disfunção isolada
Nos casos de emergências com desvasculari- deste leva a deformidade chamada escápula
zação, todo o esforço deve ser feito para que alada. Bertelli(6) descreveu o teste da Protação,
as equipes vascular e microcirúrgicas, atuem que é o movimento anterior da cintura esca-
ato cirúrgico. Se não for possível a reparação do trapézio, inervadas por C5 nervo toraxi-
plexual, as lesões agudas encontradas devem co longo testado com o paciente deitado que
ser demarcadas em mapas, ou mesmo local- tenha os peitorais paralisados pela lesão e o
mente com uso de marcadores metálicos, ou trapezio nao acionado durante o exame.
pulsao do braço com o cotovelo fletido man- sibilidade existência de um coto da raiz C5
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Fig.8 - Componentes motores e sensitivos de cada grupo muscular inervado pelo plexo braquial são abordados. Utiliza
a a escala de força do british medical research concil. Giuffre JL, Kakar S, Bishop AT, Robert J. Spinner RJ, Shin AY - J
Hand Surg 2010;35A:678–688. Escala utilizada na Clínica Mayo.
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Os dados colhidos no exame devem ser
FIG – 9
Fig.9 - ficha de avaliaçao neurologica do plexo braquial indroduzida por Merle D’Albigne e Deburge-Revue de
chirurgie ortopédique 1967,53:23, modificada por Narakas.
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EXAMES COMPLEMENTARES A presença de pseudomeningocele têm
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ras musculares adjacentes. É um método de células situados no gânglio da raiz dorsal, e
imagem não invasivo, não utiliza irradiação que a via sensitiva está interrompida logo aci-
ionizante nem contraste. ma do referido gânglio. O PESS são obtidos
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CLASSIFICAÇÕES quer combinação entre estas formas podem
ocorrer.(11)
Embora as lesões do plexo braquial possam
Nível 1 - Lesões supra-gangliônicas, proxi-
ocorrer em uma grande variedade de circuns-
mal ao gânglio espinhal. As raízes são avulsio-
tâncias, Leffert propôs uma classificação base-
nadas da medula. As fibras motoras degene-
ada no tipo de lesão: (10)
ram porém as sensitivas mantém condutivida-
I - Lesão aberta do plexo braquial de para impulsos aferentes. Não há formação
II - Lesão fechada ( tração ) do plexo braquia de neuroma e o teste de Tinel está negativo.
B - Infraclavicular e Subclavicular
Nível 2 - Lesões infra-gangliônicas, perifé-
C - Combinada
ricas ao gânglio espinhal. Os axônios motores e
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Nível 3 - Nas lesões dos troncos e cordões
há formação de neuroma a nível supra e in-
to do tronco superior).
escápula.
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