Desmistificando os Fundos de Investimentos Imobiliários

Com o histórico de instabilidade política e inflação descontrolada no país, o brasileiro, ao longo do

tempo, buscou oportunidades de investimentos que pudessem lhe trazer segurança e preservação de
capital. Com isso, o sonho de ser um investidor no ramo imobiliário – setor reconhecido por possuir
tais características – foi perseguido ao longo dos anos por muitas pessoas.
Como alternativa ao investimento direto em um imóvel, existe a possibilidade de compor sua carteira
com os fundos de investimento imobiliários. Esse tipo de ativo é capaz de gerar uma renda passiva
mensal para o investidor com diversos benefícios.

IFIX, o que é?
IFIX é o mais importante índice do mercado de fundos imobiliários e serve como balizador para análise
de um ativo da classe. O IFIX, criado em 2012, representa a carteira teórica dos fundos imobiliários
mais negociados na B3.
Retorno acumulado mensal de 12/2010 - 09/2021

200%

150%

100%

50%

0%

-50%

CDI IFIX Ibovespa

Fonte: Quantum Axis – setembro 2021.

Vantagens e Classificações de um FII

Os fundos de investimentos imobiliários reúnem investidores que têm como objetivo investir em ativos
imobiliários de maneira organizada e a partir de uma gestão profissional e transparente, permitindo o
acesso às melhores opções de investimentos nessa classe. Fazendo uma analogia simples, a estrutura
legal dos FIIs funciona como um pacote e dentro dele estão os ativos que o fundo possui.
Vale lembrar que o investidor não se torna dono do imóvel e não cabe a ele a administração, controle
e posse das propriedades ou títulos contidos no fundo. As atividades relacionadas ao fundo são
terceirizadas ao gestor, administrador e consultor imobiliário. As cotas são negociadas em bolsa e todo
processo de investimento do fundo pode ser acompanhado pelo investidor por meio de relatórios
mensais emitidos pelo administrador.
Existem diversas vantagens em investir em fundos imobiliários, dentre elas:

_ Não há burocracias com a aquisição de um imóvel. É possível investir em um FII a partir do seu
aplicativo do banco;
_ Liquidez: as cotas são negociadas em bolsa e podem ser vendidas quando necessário e com mais
agilidade que um ativo não financeiro;
_ Acesso a imóveis e inquilinos de primeira linha, por meio da estrutura do fundo imobiliário;
_ Possibilidade de diversificação de imóveis e também entre os setores (residencial, logístico,
escritório, entre outros);
_ Possibilidade de isenção fiscal para o investidor pessoa física;
_ Pagamento mensal dos dividendos. Fundos imobiliários devem distribuir no mínimo 95% do
lucro semestral;
_ Acesso a títulos do mercado imobiliário exclusivos para investidor qualificado.

Alocação da carteira de FII

Fundos de investimentos imobiliários são ativos de renda variável e isso deve estar bem claro para o
investidor na hora da alocação. Apesar de pagar rendimentos mensais como papéis de renda fixa, a
cota do fundo pode variar por diversos fatores.
O primeiro deles e mais simples de ser explicado é oferta e demanda, por ser negociado em bolsa de
valores, há uma variação natural quando há mais compradores do que vendedores e vice-versa. Há
também os reajustes contratuais dos aluguéis dos imóveis, pagamento de taxas ao administrador, bem
como a flutuação do próprio mercado imobiliário.
É importante lembrar que o investidor deve ser fiel à estratégia traçada para sua carteira de fundos
imobiliários e revisitá-la a cada período para fazer os balanceamentos necessários. Como todo
investimento, para se obter um portfólio eficiente, é necessária a diversificação. Ela pode ser feita por
tipo e por setor de atuação dos FIIs.
Possuir uma parcela de cotas dos fundos de tijolo, como são popularmente chamados os fundos com
ativos físicos dentro da carteira e, uma parte em FIIs de títulos, comumente chamado de fundos de
papel, permite que o investidor capture o ganho em diferentes momentos da economia.
Para entender como esse aspecto funciona, acompanhe os próximos envios da nossa newsletter.

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Lara Caputo
Autora principal

Lucas Radd, CFA, CNPI Pedro Albuquerque, CNPI

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