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NOTA TÉCNICA N.

º 9

TEMA:

- 40 horas como mínimo de horas de formação contínua anual

- Aplicação da lei no tempo

- Formação diferida e antecipada

INTRODUÇÃO:

A ACT, no âmbito da sua missão e atribuições de, entre outras, contribuir para a melhor
forma de dar cumprimento às normas legais, considerando a décima quinta alteração ao
Código do Trabalho, aprovada pela Lei n.º 93/2019, de 04/09, com impacto na matéria
relativa formação profissional contínua, divulga a presente nota técnica e, em consonância,
atualiza o simulador disponibilizado no portal da ACT.

ANÁLISE / DESENVOLVIMENTO:

A Lei n.º 93/2019, de 04/09, veio consagrar o direito a um mínimo de 40 horas de formação
anual para o contrato de trabalho por tempo indeterminado em vez das 35 horas
anteriormente previstas (art.º 131.º/2 do CT).

Tendo a lei entrado em vigor no passado dia 1 de outubro (art.º 13.º/1 da Lei n.º 93/2019,
de 04/09) coloca-se a questão de se saber qual o número de horas a que têm direito os
trabalhadores cujo contrato de trabalho se prolongue até ao final do ano de 2019.

Refere a Lei n.º 93/2019, em consonância com a disciplina do Código Civil (art.º 12.º), que
os contratos de trabalho celebrados antes da entrada em vigor desta lei ficam sujeitos ao
regime do Código do Trabalho na atual redação, salvo quanto a condições de validade e a
efeitos de factos ou situações anteriores àquele momento (art.º 11.º/1 da referida Lei).

Assim sendo, no ano de 2019 os trabalhadores adquirem o direito a um mínimo de 40 horas


de formação sempre que os seus contratos se prolonguem para além de 1 de outubro de
2019.

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Pela mesma ordem de razões, no caso de a formação contínua de 2019 ter sido antecipada
(art.º 131.º/6 do CT) as 5 horas remanescentes para perfazerem as 40 horas no ano de
2019, são devidas ao trabalhador cujo contrato vigore em 2019.

Esta asserção é consistente com o desaparecimento na ordem jurídica da definição do


momento de vencimento do direito à formação, em 1 de janeiro de cada ano, bem como da
regra da proporcionalidade, atualmente restrita aos contratos a termo (art.º 162.º /1/2 da
Regulamentação do Código do Trabalho aprovada pela Lei n.º 35/2004, de 29/07 revogado
pelo art.º 12.º/1-b da Lei n.º 7/2009, de 12/02).

Já quanto aos contratos de trabalho a termo em execução, incluindo o trabalho temporário,


e uma vez que a lei não introduziu alterações neste âmbito, continua a aplicar-se a regra da
proporcionalidade no ano da admissão e da cessação do contrato, tendo por referência as
40 horas de formação de 2019 em diante.

CONCLUSÃO:

No ano de 2019 os trabalhadores adquirem o direito a um mínimo de 40 horas de formação


sempre que os seus contratos se prolonguem para além de 1 de outubro de 2019.

No caso de a formação contínua de 2019 ter sido antecipada, e o trabalhador ter já recebido
35 horas de formação profissional antes de 1 de outubro de 2019, as 5 horas remanescentes
para perfazerem as 40 horas no ano de 2019, são devidas ao trabalhador cujo contrato
vigore em 2019.

Quanto aos contratos de trabalho a termo em execução, incluindo o trabalho temporário,


continua a aplicar-se a regra da proporcionalidade no ano da admissão e da cessação do
contrato, tendo por referência as 40 horas de formação de 2019 em diante.

DATA:

Janeiro de 2020.

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