1. Ambas as convenções coletivas celebradaS entre a AP e SPP são IRCTs negociais, em
concreto Acordos de Empresa, conforme 2º/1/2 e 3, c) aplicável aos trabalhadores da AP filiados no SPP, conforme P. Dupla Filiação do 496º. 2. Estamos perante um conflito entre IRCT negociais, nomeadamente os dois Acordos de Empresa celebrados entre a AP e a SPP, em virtude do âmbito de aplicação destes IRCTs ser o mesmo. Assim, o conflito resolve-se utilizando os critérios de utilização sucessiva do 481º e 482º, sendo solucionado pelo 1º critério – em concreto pela aplicação do 482º/5, ou seja, o próprio IRCT prevê uma resolução do conflito. No caso, o 2º Acordo de Empresa celebrado em dezembro prevê a revogação do 1º Acordo, pelo que seria o 2º Acordo que prevaleceria. Assim, a AP tem razão e a pretensão de Sully não precede. 3. Skiles não é filiado no SPP, pelo que o Acordo de Empresa não lhe seria aplicável, via P. Dupla Filiação do 496º. No entanto, este argumenta com a prática contínua da empresa. Entende a regente que os usos têm uma dimensão negocial, integrativa do contrato de trabalho nas matérias que este não regule e que apenas prevalecem contra normas supletivas na lei. No caso, não existe informação para apurar se a matéria estava regulada no CT, pelo que se presume não estar. Assim, e na sequência da supletividade da norma legal específica nesta matéria (235º/1), o uso integraria o CT de Skiles e teria este o direito a não trabalhar no Carnaval. 4. Quanto à PE, a mesma é um IRCT do tipo não negocial que visa alargar o âmbito de aplicação de uma CC para além do P. Dupla Filiação, no caso, do lado dos trabalhadores. A aprovação deve cumprir as regras procedimentais (516º/3), (1) de aprovação e publicação do projeto em Boletim do Trabalho e Emprego, (2) de conferir o prazo de 10 dias para oposição e (3) da decisão final de emissão ou não. Deve, igualmente, cumprir os requisitos cumulativos do 514º, 515º do CT e da RCM 82/201 que, na falta de informação em contrário, assumimos estarem cumpridos.