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I

No caso em apreço, tratando-se de CT por tempo indeterminado entre Nuno e o Hotel,


cabe a aplicação da modalidade de cessação do CT de “denúncia pelo trabalhador”,
conforme 340º, h).
A denúncia deve ser realizada mediante comunicação ao empregador por escrito, com
a antecedência mínima de 30 ou 60 dias, conforme tenha o trabalhador até ou mais de
2 anos de antiguidade, respetivamente, nos termos do 400º/1.
No entanto, Nuno comunica que não irá respeitar o pré-aviso, devendo assim pagar
uma indemnização ao empregador nos termos do 401º/1.
Quanto ao trabalhador temporário contratado à Yes, We Solve, trata-se de um
contrato de trabalho temporário previsto nos artigos 172º e ss em geral e para o caso
em concreto, a modalidade do 172º, a).
O contrato de utilização de trabalho temporário está condicionado às situações
elencadas no 175º/1, cabendo a prova dos factos que justificam a sua celebração ao
utilizador, e considerando-se nulo o contrato celebrado fora das situações
mencionadas, conforme 176º/1 e 2. No caso, tendo em conta que o Ebis abriu
concurso para substituir Nuno, seria admissível o contrato por via do 175º/1, a).
Contudo, a Yes, We Solve não está licenciada (em conformidade com o DL 260/2009),
que resulta na nulidade do contrato de utilização nos termos do 173º/1 e
convertendo-se este em contrato sem termo com a empresa utilizadora (o Hotel),
conforme 173º/3. Por sua vez, também a forma exigida (escrita qualificada) prevista
no 177º/1 não foi cumprida, dado o contrato ter sido celebrado verbalmente, pelo que
também por esta via se considera o contrato de utilização como nulo (177º/5) e
convertido em contrato sem termo com o Hotel (177º/6).
Por último, quanto à duração de 18 meses, refere o 175º/3 que o contrato não pode
exceder o período estritamente necessário à satisfação da necessidade do utilizador
(que no caso seria a contratação de novo trabalhador via o concurso), e pormenoriza o
178º/2 que a duração máxima do contrato de utilização para vacatura de posto de
trabalho quando já decorra processo de recrutamento para o seu preenchimento, é de
6 meses. Caso o trabalhador temporário continue ao serviço do utilizador decorridos
10 dias após esta duração, sem celebração de contrato que o fundamente, converte-se
– também deste modo – o contrato de utilização em contrato sem termo com a
empresa utilizadora (178º/4).

Variante I

O CT temporário só pode ser celebrado a termo nas situações previstas no 175º/1, via
180º/1. Não o sendo, que nos parece o caso em virtude da justificação dada,
considera-se nulo o termo estipulado (de três anos, no caso) e converte-se o contrato
em CT sem termo com a empresa de trabalho temporário (Yes, We Solve).
No entanto, se esta nulidade concorrer com a nulidade do contrato de utilização
prevista no 176º/2 ou 177º/5, então converte-se o contrato em CT sem termo com a
empresa utilizadora, conforme 180º/3.
Como o Hotel celebrou o contrato de utilização verbalmente com a ETT, então
estamos perante a nulidade prevista no 177º/5 e a conversão do contrato em CT sem
termo com a empresa utilizadora nos termos do 177º/6.
Assim, existindo o concurso de nulidades previsto no 180º/3, converte-se o contrato
em CT sem termo com a empresa utilizadora, sendo que Pedro tem razão na
explicação que faz a Guillermo.

Variante II

185º/5 e 6

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