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CESPE | CEBRASPE – TCE/MG – Aplicação: 2018

PROVA DISCURSIVA
• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva
os textos para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA DISCURSIVA, nos locais apropriados, pois não serão
avaliados fragmentos de texto escritos em locais indevidos.
• Qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. Também será
desconsiderado o texto que não for escrito nas folhas de texto definitivo correspondentes.
• No Caderno de Textos Definitivos, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha
qualquer assinatura, rubrica ou marca identificadora fora do local apropriado. A presença de qualquer marca identificadora nos espaços
destinados à transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da sua prova discursiva.
• Em cada questão, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 20,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito
apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado).
QUESTÃO 1

No contexto da administração pública, controle consiste em mecanismos jurídicos e administrativos


por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em todas as
esferas de poder. Os órgãos de controle são de grande importância nas relações entre Estado e sociedade,
pois garantem que as atividades estatais sejam conduzidas de forma a atender aos direitos dos cidadãos,
uma vez que o patrimônio público (material e imaterial) pertence aos cidadãos, e não à administração, que
é mera gestora da coisa pública.

Considerando que o texto precedente tem caráter unicamente motivador, redija um texto acerca do controle externo exercido pelos tribunais
de contas. Em seu texto,

1 descreva as competências constitucionais privativas do Tribunal de Contas da União; [valor: 10,00 pontos]
2 discorra sobre as finalidades e os objetivos da fiscalização financeira e orçamentária da União e das entidades da administração
direta e indireta. [valor: 9,00 pontos]
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QUESTÃO 1 – RASCUNHO 1/2


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QUESTÃO 2

Um auditor verificou que uma obra pública de construção orçada em R$ 10 milhões e executada
pelo regime de empreitada por preço global encontrava-se concluída com 20% de serviços acrescidos
e 10% de serviços suprimidos em contrato, tendo sido realizado um único aditivo contratual com um valor
final de R$ 11 milhões, o que correspondia a todo o crédito orçamentário disponível para execução da obra.
Após o recebimento definitivo e a ocupação do prédio, a fiscalização, com anuência do ordenador
de despesas, elaborou um relatório com solicitação de recursos adicionais além dos acréscimos de 20%,
no valor de R$ 1 milhão, com base na justificativa de que a contratada havia sido autorizada a realizar
serviços não contemplados no aditivo contratual realizado. Além disso, solicitou mais R$ 200 mil para
reajustamento previsto em contrato, valor a que a contratada faria jus após um ano da data de entrega das
propostas. Como justificativa, a fiscalização informou que, apesar do contrato não mais se encontrar vigente,
todas as ações da fiscalização haviam sido comunicadas ao ordenador de despesas e todos os serviços
acrescidos eram tecnicamente necessários para a conclusão da obra e para a ocupação do prédio.

Com relação à situação hipotética apresentada, redija um texto respondendo, de maneira fundamentada, aos seguintes questionamentos.

1 Quais irregularidades foram cometidas nessa situação hipotética? [valor: 7,00 pontos]
2 Quais os procedimentos que deveriam ter sido adotados quanto ao acréscimo final de serviços? [valor: 4,00 pontos]
3 Quais os procedimentos que deveriam ter sido adotados quanto ao reajustamento previsto no contrato? [valor: 4,00 pontos]
4 Quais as medidas cabíveis para os responsáveis pelas irregularidades? [valor: 4,00 pontos]
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QUESTÃO 2 – RASCUNHO 1/2


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CONCURSO PÚBLICO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO (TODOS OS CARGOS)

PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 1


Aplicação: 18/11/2018

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


1 Competências constitucionais privativas do Tribunal de Contas da União (TCU)

As competências constitucionais privativas do TCU constam dos arts. 71 a 74 e 161 da Constituição Federal de
1988 (CF), conforme descrito adiante: 1. apreciar as contas anuais do presidente da República; 2. julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos; 3. apreciar a legalidade dos atos de admissão de
pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões civis e militares; 4. realizar inspeções e auditorias por iniciativa
própria ou por solicitação do Congresso Nacional; 5. fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais; 6. fiscalizar a
aplicação de recursos da União repassados a estados, ao Distrito Federal e a municípios; 7. prestar informações ao Congresso
Nacional sobre fiscalizações realizadas; 8. aplicar sanções e determinar a correção de ilegalidades e irregularidades em atos e
contratos; 9. sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal; 10. emitir pronunciamento conclusivo, por solicitação da Comissão Mista Permanente de Senadores e Deputados, sobre
despesas realizadas sem autorização; 11. apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato sobre irregularidades ou ilegalidades na aplicação de recursos federais; 12. fixar os coeficientes dos fundos de
participação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; e 13. fiscalizar a entrega dos recursos aos governos estaduais e
às prefeituras municipais.
Quanto às finalidades e aos objetivos da fiscalização financeira e orçamentária da União e das entidades da
administração direta e indireta, deve ser mencionado que tal controle tem o escopo de preservar e manter o equilíbrio das
instituições democráticas do país.

2 Finalidades e objetivos da fiscalização financeira e orçamentária da União e das entidades da administração direta e
indireta

A fiscalização e o controle orçamentário servem para coibir abusos do poder público no que se refere ao dinheiro público
e sua destinação. Essa fiscalização das contas públicas é competência do Congresso Nacional, mediante controle externo, com
auxílio do TCU, e pelo controle interno de cada poder, conforme o art. 70 da CF. Nesse controle, que abrange os âmbitos contábil,
financeiro, orçamentário e patrimonial, devem ser observadas a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos
administrativos relativos à despesa pública da fazenda pública como um todo, nas esferas federal, estadual e municipal. Cabe
ressaltar, também, o princípio da Supremacia do Interesse Público. Esse princípio, cujo papel é primordial na administração
pública, é o responsável pelo bom uso dos recursos públicos, que, embora seja ordenado e executado por particulares, o fazem
em nome do Estado, e por isso, devem respeitar a finalidade pública.
Na fiscalização financeira, verifica-se a entrada e saída de dinheiro; enquanto na orçamentária se fiscaliza a correta
execução do orçamento.
Com relação à legalidade, a despesa deve estar de acordo com as normas previstas na CF e na Lei de Responsabilidade
Fiscal. Assim, o agente público deve ser fiel seguidor da lei, devendo verificar todos os requisitos legais para a realização da
despesa. A legitimidade, por sua vez, é verificada pela eficiência dos gastos no atendimento às necessidades públicas,
averiguando-se se a despesa atingiu o bem jurídico valorado pela norma ao autorizá-la. Por fim, a economicidade se refere à
verificação do objetivo da despesa com o menor custo possível, ou seja, saber se o ente ou órgão utilizou da melhor relação
custo-benefício para alcançar a finalidade pretendida.
Além de coibir abusos, a fiscalização orçamentária e financeira tem como finalidade promover a transparência dos
gastos públicos, favorecendo o controle social.

Quesito 2.1
As competências constitucionais privativas do TCU
0 – Não indicou competências.
1 – Atribuiu ao TCU competências que não lhe cabem. Indicou de 4 a 7 competências.
2 – Indicou competências que não são privativas do TCU OU que não são previstas na CF. Indicou de 8 a 10 competências.
3 – Indicou e descreveu corretamente de 11 a 13 competências constitucionais privativas do TCU.
Quesito 2.2
Finalidades e objetivos da fiscalização financeira e orçamentária da União e das entidades da administração direta e indireta
0 – Não discorreu sobre o assunto.
1 – Discorreu sobre a fiscalização financeira e orçamentária, sem apresentar as finalidades e os objetivos.
2 – Discorreu sobre a fiscalização financeira e orçamentária, apresentando suas finalidades, mas não seus objetivos.
3 – Discorreu sobre a fiscalização financeira e orçamentária, apresentando suas finalidades e seus objetivos.
CONCURSO PÚBLICO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CARGO 7: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO


ÁREA DE GRADUAÇÃO/ESPECIALIDADE: ENGENHARIA

PROVA DISCURSIVA – QUESTÃO 2


Aplicação: 18/11/2018

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


1 A fiscalização não deveria ter recebido definitivamente a obra nem autorizado a execução de serviços não previstos em
contrato, inclusive sem previsão orçamentária; o acréscimo de mais R$ 1 milhão em serviços terá gerado um acréscimo de 30%
do valor contratual, o que infringe a legislação vigente, que prevê acréscimo máximo de 25%, e contraria a jurisprudência e a
doutrina, que entendem que as supressões (no caso 10%) não devem ser consideradas no cálculo desse percentual; a fiscalização
deixou a vigência contratual expirar, o que inviabiliza qualquer aditivo contratual.

2 A fiscalização deveria ter solicitado o aditivo durante a execução do contrato, preocupando-se com os limites de
acréscimos previstos em lei. No caso apresentado, se os serviços acrescidos foram imprescindíveis, ela deveria ter suprimido
outros serviços para garantir um acréscimo de, no máximo, 25%. Além disso, deveria ter mantido o contrato vigente durante
toda a execução, até concluir todas as possíveis alterações contratuais.

3 No caso do reajustamento previsto em contrato, não havia necessidade de aditivo contratual, bastando o apostilamento.
Contudo, apesar do reajuste não ser considerado no acréscimo máximo de 25%, o gestor deveria ter considerado esse acréscimo
na disponibilidade orçamentária, ao contrário do que foi feito.

4 Como a contratada foi autorizada formalmente a realizar os serviços adicionais, a administração deverá pagá-la pelo
que foi realizado a mais. Entretanto, não pode ser aditivado um contrato com vigência expirada, restando à administração
instaurar um processo de reconhecimento de dívida. Consequentemente, deverá ser instaurado um processo de apuração de
responsabilidade da fiscalização pelas irregularidades cometidas, e do ordenador de despesas, por omissão. Somente após essa
medida cabível, a fiscalização e o ordenador de despesas estariam sujeitos às penalizações previstas em lei.

Quesito 2.1
0 – Não respondeu à pergunta.
1 – Indicou apenas uma das irregularidades mencionadas no padrão, sem apresentar embasamento na legislação.
2 – Indicou apenas duas das irregularidades mencionadas no padrão, sem apresentar embasamento na legislação.
3 – Indicou apenas três das irregularidades mencionadas no padrão, sem apresentar embasamento na legislação.
4 – Apresentou as irregularidades citadas no padrão, citando o embasamento na legislação.

Quesito 2.2
0 – Não respondeu à pergunta.
1 – Apresentou procedimento não condizente com a situação hipotética.
2 – Apresentou adequadamente os procedimentos que deveriam ter sido adotados quanto ao acréscimo final de serviços.

Quesito 2.3
0 – Não respondeu à pergunta.
1 – Apresentou procedimento não condizente com a situação hipotética.
2 – Apresentou adequadamente os procedimentos que deveriam ter sido adotados quanto ao reajustamento.

Quesito 2.4
0 – Não respondeu à pergunta.
1 – Apresentou medidas não cabíveis ao caso apresentado.
2 – Apresentou medidas cabíveis aos responsáveis pelas irregularidades, mas não fundamenta a resposta.
3 – Respondeu, de forma fundamentada, as medidas cabíveis aos responsáveis pelas irregularidades.

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